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Respostas as questões do 3 simulado oba de bolso

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Respostas as questões do 3 simulado oba de bolso
QUESTÃO 10 
Especialmente em sua obra “Ética a Nicômaco”, Aristóteles discorre acerca da ideia de justiça. Considerando os conceitos presentes na referida obra, assinale a alternativa correta: a) Aristóteles concebia a ideia de justiça como virtude. Um dos conceitos trazidos na obra é o de justiça distributiva como aquela aplicada na repartição das honras e bens, que cada um recebe conforme o seu mérito. b) justiça judicial em Aristóteles, é aquela que cuida de calcular ganhos e perdas, sem considerar a qualidade das pessoas. c) justiça comutativa em Aristóteles, é aquela aplicada nos casos de conflito, buscando fazer prevalecer o critério equitativo nas controvérsias. d) para Aristóteles, a justiça deve ser sempre entendida como um produto da legalidade, uma vez que o homem probo é um homem justo.
Correta letra A. Na obra em questão, Aristóteles busca os vários sentidos do que seria a “virtude ética”. É importante conhecer os conceitos de justiça distributiva, justiça corretiva, justiça comutativa e justiça judicial, que estão presentes na obra do referido autor. Justiça distributiva, trata-se da primeira classe de justiça, apresentada como a justiça que se aplica ao repartir as honras, onde cada um deve receber conforme o seu mérito. Uma segunda classe de justiça é a corretiva, que é aquela que confere um princípio corretivo nas relações privadas, calculado ganhos e perdas de forma impessoal. A justiça corretiva se subdivide em duas: comutativa e judicial. A justiça comutativa busca a igualdade entre aquilo que se dá e o que se recebe, há uma relação de coordenação, como acontece em uma relação contratual, por exemplo. Por fim, a justiça judicial se aplica quando há conflito. Aqui há necessidade de buscar um juiz que, diante das controvérsias, buscará a equidade, o equilíbrio. A letra “D” está errada porque o conceito apresentado na assertiva é trazido por Sócrates e Platão e não por Aristóteles.
QUESTÃO 11 
Foi solicitado pelo Presidente da República, que o Congresso Nacional editasse um decreto legislativo, delegando ao mesmo competência para editar lei orçamentária anual, observando os balizamentos estabelecidos pela lei de diretrizes orçamentárias. Conforme tais balizamentos que devem ser observados no processo legislativo, indique a alternativa correta: a) A referida narrativa apresenta apenas uma irregularidade, visto que, apesar da delegação ser possível, não poderá ter por objeto o orçamento. b) A referida narrativa apresenta irregularidades, visto que, apesar da delegação de competência ser possível, deverá ser feita através de resolução, não podendo ter por objeto o orçamento. c) A referida narrativa não apresenta irregularidade de nenhum tipo, pois o Congresso Nacional pode delegar sua competência legislativa, exceto aquelas reservadas à lei complementar. d) A referida narrativa apresenta apenas uma irregularidade, visto que apesar da delegação ser possível, ela não pode ser feita através de decreto legislativo.
Há irregularidades no processo legislativo, tendo em vista não observar o artigo 68 da Constituição Federal: 
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. 
§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: 
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. 
§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício. 
A letra A está errada, pois a questão apresenta mais de uma irregularidade. Não pode ser objeto de delegação assunto que trate do orçamento, nem delegação ao PR via resolução. 
A letra B está correta e é o gabarito da questão. 
A letra C está errada, conforme explicação da letra A. 
A letra D está errada, conforme explica a letra A.
QUESTÃO 12 
O Tribunal de Justiça do Estado Y, em sede de controle concentrado de constitucionalidade, foi solicitado para verificar a compatibilidade dos artigos 2º e 3º da Lei Estadual 321/2018 com a Constituição Estadual. Foi invocado, como objeto de confronto, em relação ao Art. 2º, uma norma de reprodução obrigatória da Constituição da República, devidamente reproduzida na Constituição Estadual. Já em relação ao Art. 3º, foi invocado outra norma de reprodução obrigatória da Constituição da República, mas que não foi reproduzida na Constituição do Estado. Conforme a sistemática constitucional, é correto afirmar que o Tribunal de Justiça: a) Poderá realizar o controle de constitucionalidade, utilizando os dois paradigmas invocados. b) Não poderá realizar o controle de constitucionalidade utilizando o paradigma invocado em relação ao Art. 2º da Lei nº 321/2018. c) Não poderá realizar o controle de constitucionalidade utilizando o paradigma invocado em relação ao Art. 3º da Lei nº 321/2018. d) Não poderá realizar o controle de constitucionalidade da Lei Estadual.
Não cabe a tribunais de justiça estaduais exercer o controle de constitucionalidade de leis e demais atos normativos municipais em face da Constituição Federal. STF. Plenário. ADI 347, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgado em 20/09/2006. 
Exceção: 
Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos estados. STF. RE 650898-RS, Plenário. Rel. originário Min. Marco Aurélio, Rel. para acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 01/02/2017 (repercussão geral). 
Obs.: a tese acima fala em "leis municipais", mas ela também pode ser aplicada para representações de inconstitucionalidade propostas no TJ contra "leis estaduais". 
Na questão em comento, a letra A está correta, pois o STF entende que as normas de reprodução obrigatória são consideradas implícitas nas Constituições Estaduais, ainda que omissas, não sendo a omissão óbice ao controle de constitucionalidade (RE 598016 MA).
QUESTÃO 16 
Após ampla apuração, foi constatado que Marcelo, Ministro do Estado, praticou crimes de Responsabilidade. Conforme a sistemática constitucional, é correto afirmar que Marcelo será processado e julgado pelo: a) Senado Federal, após autorização da Câmara dos Deputados. b) Superior Tribunal de Justiça. c) Supremo Tribunal Federal. d) Congresso Nacional
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente; 
Se o Ministro de Estado tiver cometido crime de responsabilidade sozinho, quem julga é o STF. Se for conexo com o Presidente, quem julga é o Senado Federal.
QUESTÃO 20
A empresa de Jorge assinou, na cidade de Lyon, na França, contrato de prestação de serviços com uma empresa local. Para dirimir eventuais dúvidas, as contratantes elegeram o foro da comarca do Recife. Tempos depois, as partes se desentenderam quanto à qualidade dos serviços prestados pela empresa de Jorge e não conseguem chegar a uma solução amigável para o caso. Então, a empresa brasileira prestadora dos serviços decide ajuizar, no Brasil, ação rescisória para por termo ao contrato. De acordo com a situação descrita acima, assinale a afirmativa correta. a) O magistrado brasileiro tem competência para conhecer e julgar a lide, porém, deverá basear sua decisão na legislação brasileira, tendo em vista que um magistrado brasileiro não pode ser obrigado a aplicar leis estrangeiras. b) O magistrado brasileiro tem competência para conhecer e julgar a lide, porém, deverá sebasear na legislação brasileira, tendo em vista que em litígios envolvendo estrangeiros e brasileiros, a lex fori deve ser aplicada. c) Como o foro para dirimir questões em matéria contratual é necessariamente o do local onde o contrato é assinado, a justiça brasileira não é competente para conhecer e julgar a lide. d) O magistrado brasileiro tem competência para conhecer e julgar a lide, porém, deverá basear sua decisão na legislação francesa, tendo em vista que os contratos se regem pela lei do local de sua assinatura.
Correta a alternativa letra "D", pois, como os contratantes elegeram o foro da comarca do Recife para dirimir eventuais dúvidas, o magistrado brasileiro tem competência para conhecer e julgar a lide. Quanto à aplicação da lei, deve-se observar a norma contida no art. 9º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), a qual estabelece que a lei a ser aplicada é aquela do local da assinatura do contrato, neste caso, a lei Francesa. Art. 9º. Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. 
Vejamos o erro das demais alternativas: letra (A) - a lei que deve ser aplicada é aquela do local da assinatura do contrato, lei francesa (art. 9º), portanto, o magistrado brasileiro deve aplicar a lei estrangeira. 
Letra (B) - não existe regra geral que defina que se deve aplicar a lei brasileira em casos que oponham brasileiros e estrangeiros. A situação descrita na questão exige a aplicação da lei francesa, com base no art. 9º da LINDB. 
Letra (C) - o que deveria está em questão é a lei aplicável e não o foro competente. A alternativa leva o candidato a confundir conflito de jurisdição com conflito de leis. Neste último caso, a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) prevê, em seu artigo 9º, que as obrigações serão regidas pela lei do lugar onde foram constituídas, neste caso, a lei francesa.
QUESTÃO 22 
Determinado Estado publicou uma lei, que instituía anistia relativa às infrações cometidas em uma região de seu território, devido a condições a ela peculiares. Diante desse fato, o contribuinte Roberto apresentou requerimento para concessão de anistia, comprovando o preenchimento das condições e o cumprimento dos requisitos previstos em lei. Efetivada a anistia por despacho da autoridade administrativa, verificou-se o descumprimento, por parte do contribuinte Roberto, das condições estabelecidas em lei, gerando a revogação da anistia de ofício. Conforme o caso apresentado, indique a alternativa correta: a) É inviável a anistia concedida pela lei, visto que deve abranger todo o território da entidade tributante. b) A revogação da anistia não é possível, visto que o preenchimento das condições e o cumprimento dos requisitos previstos em lei, por parte do contribuinte, geram direito adquirido. c) É inviável a anistia instituída pela lei, pois somente pode ser concedida em caráter geral. d) A revogação da anistia é possível, visto que o despacho da autoridade administrativa efetivando a anistia não gera direito adquirido.
É preciso identificar que se trata de uma anistia concedida em caráter limitado a determinada região, conforme prevê o art. 181, II, “c”, do CTN. 
Em tais casos, a anistia é concedida em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão. 
Vale lembrar que, em se tratando de anistia concedida por despacho da autoridade administrativa, não há direito adquirido, podendo ser revogada uma vez detectada que o sujeito não fazia jus ao benefício. 
A alternativa A está errada. A anistia pode ser concedida a determinada região do território da entidade tributante 
A Alternativa B está errada. A anistia concedida mediante despacho da autoridade administrativa não gera direito adquirido. 
A Alternativa C está errada: A anistia pode tanto ser concedida em caráter geral como limitadamente, por exemplo, a determinada região do território da entidade tributante. 
A Alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Conforme vimos, realmente é possível a revogação da anistia, pois o despacho da autoridade administrativa efetivando a anistia não gera direito adquirido.
QUESTÃO 24 
Foram declarados débitos de imposto de renda pela pessoa jurídica E, que, no entanto, deixaram de ser quitados. Diante do inadimplemento do contribuinte, a União promoveu o protesto de Certidão de Dívida Ativa (CDA), que decorreu de regular constituição definitiva do crédito tributário inadimplido. Conforme a situação do caso concreto, no que tange a possibilidade de questionamento por parte do contribuinte em relação ao protesto realizado pela União, indique a alternativa correta: a) É regular o protesto da CDA, visto que se trata de instrumento extrajudicial de cobrança com expressa previsão legal. b) É indevido o protesto da CDA, pois o crédito tributário apenas poderá ser cobrado através de execução fiscal. c) É indevido o protesto da CDA, pois se trata de sanção política sem expressa previsão em lei. d) É regular o protesto da CDA, por ser instrumento judicial de cobrança com expressa previsão em lei.
A letra A está correta e é o gabarito da questão, posto que a CDA é um instrumento extrajudicial de cobrança que pode ser protestado. 
A letra B está errada. O protesto da CDA é regular, pois o crédito tributário pode ser objeto de protesto. 
A letra C está errada. O protesto da CDA é devido e o título não se caracteriza como sanção política. 
A letra D está errada. O protesto é regular, mas a CDA é um instrumento extrajudicial de cobrança e não judicial, como afirma a alternativa.
QUESTÃO 27 
A associação “Esperança” atua há dez anos na conscientização dos pais em relação à necessidade e importância de vacinar seus filhos, além de promover campanhas nas escolas, para atingir as faixas etárias mais jovens sobre a importância da vacinação, tudo isso gratuitamente. Por sua vez, o sindicato dos professores do Estado “Beta”, desde a sua fundação, há cinco anos, tem como finalidade a promoção de direitos estabelecidos, a construção de novos direitos e também promove a ética e os direitos humanos, doando recursos físicos e financeiros para outras instituições sem fins lucrativos. As duas entidades desejam obter a qualificação como Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos (OSCIP). Considerando os fatos narrados, assinale a alternativa correta: a) as duas entidades poderão ser qualificadas como OSCIP, uma vez que seus objetivos sociais se coadunam com as finalidades previstas na lei. b) ainda que sejam preenchidos os requisitos legais, a administração pública poderá negar a qualificação como OSCIP, por se tratar de ato discricionário. c) o vínculo entre a OSCIP e o Poder Público é obtido por meio da celebração de termo de parceria, que disciplinará direitos, responsabilidades e obrigações entre as partes. d) para que a OSCIP possa receber recursos financeiros do Poder Público, é preciso a celebração de contrato de gestão.
Correta letra C. As Organizações da sociedade civil de interesse público são particulares, sem finalidade lucrativa, que tenham sido constituídas e se encontrem em funcionamento regular há, no mínimo 03 anos, criadas para a prestação de serviços públicos não exclusivos de promoção da assistência social, promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico, promoção gratuita da educação e da saúde, promoção da segurança alimentar e nutricional, defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável, entre outras definidas em lei. O vínculo entre estas entidades e o Poder Público é obtido por meio da celebração de termo de parceria, destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público. Vale destacar que a celebração do Termo de Parceria será precedida de consulta aos Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuaçãoexistentes, nos respectivos níveis do governo. 
Letra A – Errada. A Associação “Esperança”, cumpridos os demais requisitos, poderá ser qualificada como OSCIP, uma vez que tem como objetivo social a finalidade de promoção da saúde, chamando a atenção para a importância da vacinação, nos termos do art. 3º, inciso IV da Lei 9.790/99. Já o sindicato, ainda que se dedique a promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos, promoção da ética e dos direitos humanos, além de doar recursos físicos e financeiros para outras instituições sem fins lucrativos (art. 3º, X e XI; p. único), não poderá receber a qualificação de OSCIP, por expressa vedação legal. O art.2º da Lei 9.790/99 estabelece que não são passíveis de qualificação como OSCIP as entidades lá previstas, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3º. Dentre essas entidades proibidas, estão os sindicatos (art. 2º, I). 
Letra B – Errada. A outorga da qualificação como OSCIP é ato vinculado ao cumprimento dos requisitos instituídos pela lei, conforme prevê o art. 1, §2º. Portanto, não é ato discricionário do Poder Público, se os requisitos legais forem preenchidos, o pedido deve ser deferido. 
Letra D – Errada. É mediante a celebração de termo de parceria, que o vínculo de cooperação entre a entidade e o poder público se forma. Contrato de gestão é exclusivo das Organizações Sociais (OS). O termo permite que sejam destinados valores públicos às instituições privadas qualificadas como OSCIP, mediante dotação orçamentária, com liberação desses recursos em conta bancária específica, não havendo previsão de cessão de servidores e bens públicos.
QUESTÃO 31 
O Instituto de Pesos e Medidas – IPEM, autarquia estadual, realizou profunda fiscalização nas bombas de combustíveis dos postos de gasolina da cidade de São Paulo. Como resultado dessa fiscalização, restou constatado que o Posto “Pré-sal” apresentou irregularidades em quase todas as suas bombas, que apresentavam um chip instalado no interior delas, que interferia na placa eletrônica e mudava a contagem de combustível que fica disponível para o consumidor. Como resultado, consumidores estavam pagando mais e levando menos. O IPEM aplicou as sanções cabíveis, além de multar o estabelecimento. Visando garantir o pagamento dessa multa, a autarquia também determinou que as únicas bombas de gasolina que não estavam adulteradas, serviriam para abastecer todos os veículos do ente público. Considerando os fatos narrados, assinale a alternativa correta: a) o administrador tem uma margem ilimitada de escolha quanto a sanção a ser aplicada, uma vez que o poder de polícia é discricionário. b) para atingir o objetivo maior de proteção ao interesse público, o poder de polícia afasta a razoabilidade. c) faz parte do exercício da autoexecutoriedade, característica do poder de polícia, a apreensão de bens com a finalidade de quitar uma multa regularmente aplicada pela fiscalização. d) não ocorrendo administrativamente o pagamento de uma multa, a cobrança deve ser feita judicialmente e não de maneira forçada, apesar de a administração gozar da prerrogativa da autoexecutoriedade.
Correta letra D. Responde também a letra “C”. O poder de polícia tem como um dos seus atributos a autoexecutoriedade, que é a faculdade de que dispõe a administração pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. Esse atributo garante à administração, para satisfazer o interesse público, praticar diretamente atos afetos à polícia administrativa, sem a necessidade de recorrer ao judiciário. Para interditar um estabelecimento, por exemplo, a administração não precisa de ordem judicial. Entretanto, a autoexecutoriedade não está sempre presente em todas as medidas de polícia. Ela existe quando houver previsão legal ou em situação de urgência. No caso da multa, existe autoexecutoriedade na sua imposição, mas não há em relação a sua cobrança, o que significa que, se houver resistência por parte do administrado, a execução dessa multa se fará por meio de uma ação de execução fiscal. 
Letra A – Errada. A regra geral é a de que a atividade de polícia administrativa é discricionária, isto é, o administrador tem escolha quanto ao momento e à forma de atuação, muitas vezes até em relação a qual sanção aplicar. Mas isso não significa que ele é ilimitado, pois se assim fosse, adentraria no campo da arbitrariedade, consequentemente da ilegalidade. 
Letra B – Errada. A atuação do poder de polícia deve ser na medida necessária para preservar o interesse público em face de uma atividade danosa exercida pelo particular. Nessa atuação, a administração não age ilimitadamente, devem ser respeitados os direitos fundamentais. Sendo assim, a medida de polícia adotada deve ser razoável, proporcional e necessária para o caso concreto, caso contrário será ilegal.
QUESTÃO 32 
Cleber solicitou autorização de uso de bem público de uma praça ao Município “Gama”, para montar um mercado de venda de flores, no que foi atendido pelo ente público. Cinco meses depois, uma lei modifica o plano diretor da cidade e estabelece que no espaço onde está a praça serão construídas casas e uma creche, o que impedirá a manutenção da autorização dada à Cleber. Considerando os fatos narrados, assinale a alternativa correta: a) ocorrerá a cassação do ato por motivos de oportunidade e conveniência. b) ocorrerá a caducidade do ato administrativo, que é modalidade de extinção na qual ocorre a retirada do ato por superveniência de uma norma jurídica, que tornou inadmissível uma situação que antes era permitida pelo direito. c) ocorrerá a revogação do ato administrativo, que é modalidade de extinção na qual ocorre a retirada do ato por superveniência de uma norma jurídica, que tornou inadmissível uma situação que antes era permitida pelo direito. d) ocorrerá a renúncia, que é modalidade de extinção, por meio da qual os efeitos do ato são extintos em razão do interesse público.
Correta letra B. Responde também as letras “A” e “C”. O ato administrativo pode ser extinto naturalmente, pela extinção dos seus efeitos; pelo desaparecimento do sujeito ou objeto. Ou pode haver a extinção pela retirada do ato, quando há: a cassação, a caducidade, a contraposição ou derrubada, a revogação e a anulação. Ocorre a cassação quando o ato é extinto por ilegalidade superveniente em face do descumprimento dos requisitos impostos para a sua expedição pelo beneficiário. Há caducidade quando uma norma jurídica nova impede a manutenção do ato inicialmente válido. Uma lei posterior torna inconveniente a manutenção do ato, como no caso da questão. Se a nova lei prevê a construção de casas e uma creche no local, será impossível a manutenção da autorização de uso da praça, uma vez que ela não mais vai existir em virtude de uma nova realidade jurídica. Ocorre a contraposição ou derrubada quando um ato administrativo novo se contrapõe a um ato anterior extinguindo seus efeitos. Na revogação, a extinção acontece em razão de conveniência ou oportunidade, ou seja, por interesse público. Por fim, na anulação, ocorre o desfazimento do ato administrativo em virtude de ilegalidade. 
Letra D – Errada. A renúncia é quando o próprio beneficiário renuncia à situação prevista nele.
QUESTÃO 34 
Com relação ao Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), instituído pela Lei nº 6.938/81 (Política Nacional do Meio Ambiente), assinale a alternativa correta. a) O SISNAMA é órgão consultivo e deliberativo com a finalidade de assessorar, estudar e propor, ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais. b) O SISNAMA é constituído pelos órgãos e entidades da União, dos Estados, do DF, dos Territórios e dos municípios, bem como pelas fundações instituídas pelo poder público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. c) a Agência Nacional de Águas (ANA) faz parte do SISNAMA. d) o SISNAMA é organizado com vários órgãos distribuídospelos entes da federação, sendo que os entes municipais participam dos órgãos consultivos.
Correta a alternativa letra "B", que reproduz exatamente o Caput do art. 6º da Lei nº 6.938/81, confira: 
Art. 6º. Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: 
Vejamos o erro das demais alternativas: letra (A) - na verdade, trata-se da definição do CONAMA, de acordo com o art. 6º, II, da Lei nº 6.938/81. 
Art. 6º, II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida; 
Letra (C) - como a questão enfatiza a Lei nº 6.938/81, pela leitura do art. 6º, a ANA não faz parte do SISNAMA. No entanto, importante frisar que o art. 3º, V, do Decreto nº 99.274/90 prevê o contrário, ou seja, que a ANA integra o SISNAMA. Porém, repito, a alternativa está errada porque considera o previsto na Lei nº 6.938/81 e não no Decreto nº 99.274/90. 
Letra (D) - os entes municipais participam dos órgãos locais, conforme estabelece o art. 6º, VI, da Lei nº 6.938/81: 
Art. 6º. Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado: 
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições;
QUESTÃO 35 
Júlio havia prometido entregar a Fernando um automóvel usado em determinada data. Ocorre que, por motivo não revelado, Júlio não possuía o veículo na data acordada e, assim, propôs entregar 2 motocicletas novas em substituição ao automóvel, com o que Fernando concordou. Conforme o caso e de acordo com o Código Civil, indique o fenômeno jurídico correto: a) Remissão b) Dação em Pagamento c) Transação d) Sub-rogação.
A letra A está errada. Remissão é perdão (art. 385, CC), o que não ocorreu no caso concreto. 
A letra B está correta e é o gabarito da questão. Na dação em pagamento, o credor consente receber prestação diversa da que lhe é devida (art. 356, CC). No caso, Fernando aceitou receber duas motocicletas novas em substituição ao automóvel. 
A letra C está errada. Não ocorreu a transação, pois nesta o litígio é extinto por “mútuas concessões” (art. 840, CC), o que não ocorreu no problema. 
A letra D está errada. Sub-rogação é a situação jurídica em que há a substituição do sujeito ou do objeto em determinada relação jurídica obrigacional. Pode ser legal e convencional (arts. 346 e seguintes, CC).
QUESTÃO 36 
Um hospital, situado na cidade do Recife-PE, passa a oferecer serviço de plano de saúde para seus pacientes, no valor de R$ 900,00 (novecentos reais). No anúncio informou que caso mais de 1.000 (mil) pessoas contratasse, o valor seria reduzido pela metade. Quando o plano de saúde atingiu 800 (oitocentas) pessoas contratadas, o valor do plano foi reduzido pela metade. Porém, dez meses após as contratações, o hospital decidiu que iria cobrar o valor cheio do plano de saúde. Conforme narra o caso concreto e considerando os princípios da boa-fé objetiva, é correto afirmar que determinado hospital agiu de forma: a) Correta, visto que não houve a contratação pelo número de pessoas previamente estabelecido. b) Incorreta, em razão do instituto conhecido como tu quoque. c) Incorreta, em razão do instituto conhecido como venire contra factum proprium. d) Correta, em razão do instituto conhecido como supressio.
A letra A está errada. Pois o hospital não agiu de forma correta, agindo de forma contraditória.
A letra B está errada. Não foi esse princípio que o hospital infringiu. Tu quoque significa que, diante da boa-fé objetiva, não faz contra o outro o que não faria contra si mesmo (regra de ouro). 
A letra C está correta. Venire contra factum proprium no potest: não caia em contradição por conduta. Vedação do comportamento contraditório (teoria dos atos próprios, conforme jurisprudência do STJ). O hospital agiu de forma contraditória. 
A letra D está errada. Não foi esse instituto infringido. Supressio é a perda do direito pelo seu não exercício no tempo. 
Enunciado nº 362 do CJF: A vedação do comportamento contraditório (venire contra factum proprium) funda-se na proteção da confiança, tal como se extrai dos arts. 187 e 422 do Código Civil.
QUESTÃO 38 
Em janeiro de 2011, Maria e seu marido José encontraram uma área urbana de duzentos metros quadrados em Salvador, que contava apenas com um pequeno imóvel construído. Após adentrar a área sem permissão e resistência, estabeleceram a residência de sua família, realizando benfeitorias para que houvesse condições de habitar o bem. Em março de 2017, o casal foi citado em ação de reintegração de posse, por proprietário, que juntou como prova o título de propriedade. Dessa forma, é correto afirma que o casal: a) Não fará jus a qualquer direito, visto que diante da oposição, cessa a faculdade de ocupar o imóvel. b) Poderá opor usucapião urbana como forma de aquisição da propriedade imóvel. c) Não fará jus à usucapião, pois a posse com benfeitorias apenas reduz o prazo para 10 anos. d) Poderá adquirir o imóvel por usucapião, após 15 anos de posse ininterrupta e sem oposição, o que não é o caso.
Código Civil: 
Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. 
A letra A está errada. O casal faz jus à usucapião urbana como forma de aquisição da propriedade imóvel. 
A letra B está correta e é o gabarito da questão. Conforme explicação da letra A. 
A letra C está errada. O casal faz jus à usucapião urbana do imóvel, posto que, a posse para fins de moradia, por cinco anos ininterruptos e sem oposição, de área de até 250 metros quadrados, caracteriza usucapião urbana. 
A letra D está errada. O casal pode adquirir o imóvel por usucapião, na modalidade urbana, pois preenchidos todos os requisitos.
QUESTÃO 41 
Após o falecimento dos pais, Karina, criança de 12 anos de idade, foi colocada sob tutela de sua avó, de sessenta e cinco anos de idade, já que é a parente de grau mais próximo. No que se trata da tutela dessa criança e considerando as disposições legais, indique a alternativa correta: a) A avó poderá se escusar da tutela, alegando ser aposentada. b) A avó não poderá se escusar da tutela, pois é parente de grau mais próximo da criança. c) A avó não poderá se escusar da tutela, pois tal ato é vedado pela legislação vigente. d) A avó poderá se escusar da tutela, alegando ser maior de sessenta anos.
Código Civil: Art. 1.736. Podem escusar-se da tutela: II - maiores de sessenta anos; 
A alternativa A está errada. Poderá se escusar da tutela, sob o fundamento de ser maior de sessenta anos. 
A alternativa B está errada. Não existe esse fundamento na legislação. 
A alternativa C está errada. Pode sim se escusar da tutela, porém o fundamento não é esse. 
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão. Poderá se escusar da tutela, sob o fundamento de ser maior de sessenta anos. 
QUESTÃO 50 
Mário Covas está cumprindo os trâmites legais para iniciar o exercício individual de sua empresa e pretende adotar como firma, apenas o nome pelo qual costumeiramente é chamado na localidade onde está situado seu estabelecimento. De acordo com estas informaçõese as regras legais de formação de nome empresarial para o empresário individual, assinale a afirmativa correta. a) A pretensão de Mário Covas é possível, pois o empresário individual pode substituir seu nome civil por uma designação mais precisa de sua pessoa. b) A pretensão de Mário Covas não é possível, pois o empresário individual opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado. c) A pretensão de Mário Covas não é possível, pois o empresário individual deve adotar denominação indicativa do objeto social como espécie de nome empresarial. d) A pretensão de Mário Covas é possível, pois o empresário individual pode escolher livremente a formação de sua firma.
Nos termos do art. 1.156 do Código Civil, o empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. Portanto, a pretensão de Mário Covas não é possível.
QUESTÃO 51 
Correta letra C. Há conexão entre as ações quando o pedido ou a causa de pedir for comum. No caso da questão, não há conexão entre as ações negatória de paternidade e a ação de alimentos, pois a causa de pedir e o pedido das ações é diferente. Na primeira, a causa de pedir é a inexistência do vínculo e o pedido é a declaração negativa de paternidade. Na ação de alimentos, a causa de pedir é o dever de ajuda dos pais em relação aos filhos e o pedido é a condenação ao pagamento de alimentos. Dessa forma, se não há conexão, não haveria a necessidade de julgamento conjunto. Todavia, é evidente que o julgamento de uma pode se chocar com o julgamento da outra. Bento pode ser condenado a pagar alimentos em uma ação e ter reconhecida a ausência de paternidade na outra. Nesses casos, mesmo sem conexão entre os processos, serão reunidos para julgamento conjunto, quando possam gerar o risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias, caso decididos separadamente, nos termos do art. 55, §3º do CPC.
Correta letra C. Há conexão entre as ações quando o pedido ou a causa de pedir for comum. No caso da questão, não há conexão entre as ações negatória de paternidade e a ação de alimentos, pois a causa de pedir e o pedido das ações é diferente. Na primeira, a causa de pedir é a inexistência do vínculo e o pedido é a declaração negativa de paternidade. Na ação de alimentos, a causa de pedir é o dever de ajuda dos pais em relação aos filhos e o pedido é a condenação ao pagamento de alimentos. Dessa forma, se não há conexão, não haveria a necessidade de julgamento conjunto. Todavia, é evidente que o julgamento de uma pode se chocar com o julgamento da outra. Bento pode ser condenado a pagar alimentos em uma ação e ter reconhecida a ausência de paternidade na outra. Nesses casos, mesmo sem conexão entre os processos, serão reunidos para julgamento conjunto, quando possam gerar o risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias, caso decididos separadamente, nos termos do art. 55, §3º do CPC.
QUESTÃO 51 
Bento namorou Maria Eduarda por cinco meses, quando ambos decidiram por um fim à relação. Todavia, alguns meses depois, ele foi procurado pela ex-namorada, que afirmou estar grávida. Após o nascimento da criança, Bento a registrou como seu filho. Em seguida, devido à ausência de semelhança física, ele realizou um exame de DNA, cujo resultado foi negativo. Diante da notícia, Bento ajuíza ação negatória de paternidade, para que seja declarado judicialmente a nulidade do reconhecimento voluntário feito por erro. Nesse mesmo período, Maria Eduarda já havia ajuizado ação de alimentos em face de Bento. Considerando os fatos narrados, assinale a alternativa correta: a) a causa de pedir e o pedido das duas ações são distintos, sendo assim, não há conexão entre os processos, por isso não devem ser reunidos para julgamento conjunto. b) as ações são conexas, por isso os processos devem ser reunidos para decisão conjunta, ainda que um deles já tenha sido sentenciado. c) ainda que não sejam conexas, as ações deverão ser reunidas para julgamento conjunto, uma vez que pode haver o risco de que decisões conflitantes sejam prolatadas, caso decididas separadamente. d) se as ações conexas tiverem de ser reunidas, o juízo prevento será aquele que realizou o primeiro despacho positivo, no caso de as ações correrem perante juízes com a mesma competência territorial.
Correta letra A. A citação por hora certa é um tipo de citação ficta realizada pelo oficial de justiça. É chamada de ficta, pois presume-se que o réu tenha conhecimento da demanda. Para que haja esse tipo de citação, não basta apenas que o réu não seja encontrado. O art. 252 estabelece dois requisitos, um objetivo e o outro subjetivo. O primeiro é a ocorrência de duas diligências frustradas ao local onde o réu deveria estar. O segundo é haver suspeita de ocultação proposital, por parte do réu. Na segunda tentativa frustrada, o oficial intimará qualquer pessoa, familiar ou não, informando que retornará no primeiro dia útil subsequente, deixando agendado também o horário. No dia e horário designados, o oficial retornará, não encontrando o réu e não aceitando as razões da sua ausência, realizará a citação na pessoa do terceiro, que poderá ser pessoa diferente da que foi intimada na véspera, conforme art. 253, §§1º e 2º. Dessa forma, nos termos do art. 253, a citação por hora certa não depende de determinação pelo juiz. Caso o oficial retorne à residência no dia e horário previamente marcados, verifique que o réu está se ocultando, deverá promover a citação de ofício, independentemente de novo despacho. 
Letra B – Errada. Nos termos do art. 229, §2º, não se aplica a contagem em dobro para os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, quando o processo possuir autos eletrônicos. A razão de ser dessa norma é muito pertinente, uma vez que a prerrogativa de prazo se justifica quando há dificuldade de acesso aos autos, o que não existe quando os autos são eletrônicos. Letra C – Errada. São requisitos formais da petição inicial o pedido e a causa de pedir. Não há processo sem eles. Todavia, o autor poderá aditar ou alterar os elementos objeto da demanda depois da propositura da ação, nos termos do art. 329. Mas atenção! Essas alterações não poderão ser feitas a qualquer momento e em qualquer fase do processo. É preciso conhecer alguns limites: 
1º) antes da citação: o autor pode modificar livremente o seu pedido ou sua causa de pedir, pois não há qualquer estabilização da demanda. 
2º) da citação até o saneamento: o autor poderá modificar o pedido ou a causa de pedir, desde que conte com a anuência do réu. Nesse caso, há uma estabilização relativa da demanda. 
3º) após o saneamento do processo: não poderão ser feitas quaisquer alterações objetivas na demanda, pois terá havido a estabilização objetiva definitiva. 
Sendo assim, no caso da assertiva, havendo emenda depois da citação do réu, deverá ser realizada uma nova citação, pois o réu precisa manifestar sua concordância ou não no prazo de 15 dias. A lei não excepcionou o réu revel, por isso, ele também deverá ser novamente citado em caso de aditamento, pelo autor, da causa de pedir ou do pedido (art.329, II e p.único). 
Letra D – Errada. O réu revel poderá intervir no processo a qualquer momento, recebendo o processo no estado em que se encontrar. Isso quer dizer que, apesar de poder intervir, se a intervenção for tardia, as regras de preclusão deverão ser respeitadas e ele deverá arcar com as consequências de sua ausência. Sendo assim, não se admitirá o retrocesso procedimental. Ele terá a sua participação garantida a partir do momento da sua intervenção, todavia os atos processuais passados, protegidos pela preclusão, não poderão ser repetidos. Por exemplo, se o réu intervier já na fase decisória, não poderá requerer a realização de uma perícia ou a oitiva de uma testemunha, uma vez que o momento de produção de provas já terá passado. Prevalece a regra de que no passado nada se altera.
QUESTÃO 56 
André ajuizou açãode indenização em face de Mateus. Considerando que ambos são maiores e capazes e que a citação de Mateus foi regularmente efetuada, o magistrado poderá proferir julgamento antecipado do mérito: a) se, após a apresentação da contestação, for constatada a alegação tanto pelo autor quanto pelo réu, apenas de fatos notórios. b) se houver controvérsia sobre determinado fato apresentado pelo réu na contestação, entretanto, essa controvérsia, apesar de apropriada, não seja relevante. c) se o réu, mesmo tendo sido regularmente citado, não apresentar defesa. Nesse caso, será revel e os fatos alegados pelo autor necessariamente presumir-se-ão verdadeiros. d) se um dos pedidos formulados pelo autor estiver em condições de imediato julgamento. Nesse caso, haverá a extinção do processo com resolução do mérito.
Correta letra A. Podemos verificar que um processo normalmente possui quatro fases: a fase postulatória, a fase de saneamento, a fase instrutória e a fase decisória. Não havendo a necessidade de produção de provas, não haverá a fase instrutória, o que gerará a antecipação da fase decisória para depois do saneamento. É o que se chama de “julgamento antecipado do mérito”. Conforme prevê o art. 355 do CPC, o juiz poderá julgar antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de mérito, em duas situações: caso não haja necessidade de produção de outras provas ou, sendo o réu revel, incidir o efeito material da revelia e não houver requerimento de prova. A assertiva está correta, pois os fatos notórios são aqueles de conhecimento geral, tomando-se por base o homem médio, pertencente a uma coletividade ou a um círculo social, no momento em que o juiz deva decidir. Dessa forma, se as alegações tiverem como objeto apenas fatos notórios, eles não serão objeto de prova, consequentemente, será desnecessária a fase instrutória e o juiz poderá julgar o mérito desde logo (art. 374, I). 
Letra B – Errada. Se o fato é controvertido (afirmado por uma parte e negado ou não admitido pela outra) haverá necessidade de produção de provas, sendo assim, será inviável o julgamento antecipado do mérito. 
Letra C – Errada. Mesmo que o réu não conteste, pode ser que não aconteçam os efeitos materiais da revelia e haja necessidade de dilação probatória, sendo assim, não haverá o julgamento antecipado do mérito. 
Letra D – Errada. Se apenas um dos pedidos formulados pelo autor estiver em condições de imediato julgamento, o juiz poderá decidir parcialmente o mérito. O processo continuará em relação aos demais pedidos (art. 356, II).
QUESTÃO 58 
Eliseu foi aprovado em concurso para exercer cargo junto à prefeitura de sua cidade. Antes de assumir o referido cargo público municipal, Eliseu exige que a empresa “Impacto”, responsável por promover vários artistas, lhe conceda dois ingressos para o show de Sandy e Júnior, afirmando que a realização do show depende de uma autorização do poder público, invocando, nesse momento, sua condição funcional. Considerando os fatos narrados, assinale a alternativa correta: a) Eliseu cometeu o crime de corrupção passiva. b) Eliseu cometeu o crime de concussão. c) Eliseu não cometeu nenhum crime, uma vez que ainda não havia assumido o cargo público. d) Eliseu não cometeu nenhum crime, uma vez que pedir ingresso é apenas ilícito civil.
Correta letra B. Eliseu exigiu, em razão do cargo que iria assumir, vantagem indevida, qual seja, o fornecimento de ingresso aos organizadores, o que caracteriza o crime de concussão previsto no art. 316 do CP. 
Letra A – Errada. Importante saber a diferença entre o crime de concussão e de corrupção passiva. No primeiro o verbo é “exigir”, enquanto na segunda o verbo é “solicitar, receber ou aceitar”. No caso da questão, Eliseu exigiu e não apenas fez uma solicitação. 
Letra C – Errada. O tipo penal não exige para a sua configuração que o agente esteja exercendo a função pública, mas que a exigência se dê em razão do cargo, ainda que a pessoa ainda não o tenha assumido. 
Letra D – Errada. Primeiro, Eliseu não pediu, ele exigiu a vantagem indevida. Segundo, ainda que ele apenas tivesse pedido, o fato seria ilícito, se amoldando no crime de corrupção passiva do art. 317.
QUESTÃO 59 
Pedro e André são vizinhos e estavam em um bar assistindo a uma partida de futebol do time para o qual torcem, que acabou perdendo o jogo. Os dois voltaram para suas casas bastante irritados. Ao chegar em casa, Pedro encontra Carlinhos, seu filho de sete anos de idade, brigando com o cachorro da família. Irritado, ele empurra Carlinhos intencionalmente, que bate as costas contra a parede, causando-lhe lesões leves na cabeça. Na casa vizinha, André encontra a sua esposa Carla, com quem tem uma filha, Maria, de cinco anos, conversando ao telefone e rindo bastante. Ele, então, em um acesso de fúria, desfere um soco contra ela, causando-lhe lesões graves na face. Considerando que os dois foram denunciados e condenados: a) tanto Pedro quanto André poderão, em face dos efeitos da condenação, ter decretada a sua incapacidade para o exercício do poder familiar. b) caso haja perda do poder familiar como um dos efeitos da condenação, ela será temporária. Após o cumprimento da pena e conseguindo o agente a reabilitação, ele retomará esse poder. c) a perda do poder familiar constitui efeito automático da condenação por crime doloso, sujeito a pena de reclusão ou detenção cometido contra outrem igualmente titular do mesmo poder. d) não caberá a decretação da incapacidade para o exercício do poder familiar como efeito da condenação, no caso de Pedro.
Correta letra D. Pedro cometeu crime de lesão corporal de natureza leve contra Carlinhos. Esse crime é punido com pena de detenção, conforme art. 129, caput. Como efeito secundário da condenação, o art. 92, II (alterado pela 13.715/18) estabelece a incapacidade para o exercício do poder familiar, da tutela ou da curatela nos crimes dolosos sujeitos à pena de reclusão cometidos contra outrem igualmente titular do mesmo poder familiar, contra filho, filha ou outro descendente ou contra tutelado ou curatelado. Dessa forma, não caberá a decretação da perda do poder familiar de Pedro em relação ao seu filho, uma vez que o crime de lesão corporal de natureza leve é punido com detenção e não reclusão. 
Letra A – Errada. Apenas André poderá perder o poder familiar como efeito da condenação, uma vez que ele cometeu crime doloso, punível com pena de reclusão (art. 129, §1º) contra a sua esposa, que divide com ele o poder familiar em relação à filha de ambos, Maria, incidindo no inciso II do art. 92 do CP. 
Letra B – Errada. Em regra, a reabilitação apaga os efeitos secundários extrapenais específicos da sentença condenatória. Entretanto, a perda do poder familiar é uma exceção, nos termos do art. 93, p único. Isso significa que se a pessoa perder o poder familiar como consequência de uma condenação, ela não vai readquirir esse poder, mesmo após cumprir sua pena e passar pelo processo de reabilitação. 
Letra C – Errada. Esse efeito não é automático da sentença penal condenatória, pois exige fundamentação idônea do magistrado, que deverá motivar a necessidade da perda do poder familiar, da tutela ou curatela naquele caso concreto. É o que determina o artigo 92, p. único.
QUESTÃO 60 
Ana, Paula e Joana assaltaram uma farmácia de sua cidade em coautoria, sendo condenadas pela prática do crime de roubo a uma mesma pena de oito anos de reclusão e multa, tendo a sentença transitado e julgado para as partes. Considerando os fatos narrados, assinale a alternativa correta: a) incidindo a interrupção da pretensão executória da referida pena em face de Paula, essa interrupção não produzirá efeitos em relação as demais coautoras. b) havendo a prescrição da pretensão executória, a sentença não poderá ser executada no juízo cível para efeito de reparação do dano. c) a prescrição da pena de multa ocorrerá em dois anos quando ela for aplicada cumulativamente com a pena privativa de liberdade. d) após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, terá início o prazoda prescrição da pretensão punitiva. O decurso do tempo sem o exercício dessa pretensão, faz com que o Estado perca o direito de executar a sanção imposta na condenação.
Correta letra A. Dos marcos interruptivos da prescrição previstos no art. 117, os quatro primeiros são da pretensão punitiva (I a IV) e os dois últimos são da pretensão executória. Tratando-se de prescrição da pretensão punitiva, acontecendo os marcos do art. 117, incisos I a IV, o reconhecimento da interrupção alcança todos os agentes igualmente. Já em relação à pretensão executória, a interrupção da prescrição em relação a um dos corréus não se comunica ao outro, pois tem caráter pessoal. O inciso V do art. 117 fala que a interrupção pode se dar pelo início do cumprimento da pena, isso pode acontecer em momentos diferentes em relação aos coautores. Paula pode ter começado a cumprir a sua pena antes das demais, o que vai gerar a interrupção da prescrição executória em relação a ela, mas isso não vai alcançar as outras. Da mesma forma a reincidência, pode acontecer de uma delas ser reincidente e as outras não. Nesse sentido é o §1º do art.117. 
Letra B – Errada. Quando ocorre a prescrição da pretensão executória, o Estado perde a possibilidade jurídica de executar a pena imposta na sentença condenatória. Todavia, os efeitos extrapenais da condenação, como é o dever de indenizar, permanecem. 
Letra C – Errada. Conforme art. 114, a prescrição da pena de multa ocorrerá em dois anos, quando a multa for a única pena cominada ou aplicada. Se a multa for alternativa ou cumulativa com a pena privativa de liberdade, ela prescreverá no prazo estabelecido para a prescrição desta. 
Letra D – Errada. Após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, tem início a prescrição da pretensão executória, regulando-se pela pena concretizada e verificando-se nos mesmos prazos fixados no art. 109.
QUESTÃO 61 
Mariana, 19 anos de idade, estava namorando Roberto, de 18 anos de idade, há dois meses, quando Henrique, pai de Mariana, descobriu e proibiu o namoro. Diante desse fato, Roberto tem a ideia de sequestrar Mariana, a fim de punir Henrique. No momento em que Roberto está pondo em prática seu plano, já no local escolhido para o cativeiro, Mariana consente com a ideia do namorado. Considerando os fatos, assinale alternativa correta: a) o consentimento de Mariana em relação ao sequestro é causa supralegal de exclusão da ilicitude. b) o delito de sequestro e cárcere privado constitui infração penal de ação múltipla. c) o fato de a vítima ser maior ou menor de 18 anos não tem qualquer relevância para a configuração do crime de sequestro e cárcere privado. d) o consentimento de Mariana exclui a culpabilidade penal, não havendo, portanto, crime de sequestro e cárcere privado.
Correta letra A. Responde também a letra “D”. De acordo com a doutrina, o consentimento do ofendido, ora funciona como causa supralegal de exclusão da ilicitude, ora como excludente de tipicidade. Se o consentimento do ofendido for elementar do tipo penal, exclui a tipicidade. Já se o consentimento do ofendido não figurar como elementar do tipo penal, será caso de causa supralegal de exclusão da ilicitude, como é o caso da questão. Para que seja capaz de excluir a ilicitude, a doutrina aponta como necessários os seguintes requisitos: a) que a manifestação do ofendido seja livre, sem coação; b) que o ofendido, no momento de consentir, possua capacidade para fazê-lo; c) que se trate de bem jurídico disponível; d) que seja prévio ou concomitante a conduta. O art. 148 do CP tutela a liberdade física individual, um bem que é disponível. Dessa forma, não haverá crime no caso de a vítima consentir com o cerceamento da liberdade, pois no crime de sequestro e cárcere privado, a privação da liberdade deve ser contra a vontade do ofendido. 
Letra B – Errada. O crime de sequestro e cárcere privado é de ação única, pois há um único verbo-núcleo do tipo: “privar”. 
Letra C – Errada. Quando a vítima é menor de 18 anos, o agente responde pela modalidade qualificada, conforme art. 148, §1, IV, logo, a idade da vítima não é irrelevante.
QUESTÃO 63 
Correta letra D. Houve coação física irresistível, no caso de Vagner. Os bandidos abriram os olhos dele à força, não houve movimento voluntário da parte dele, uma força externa o movia, ele não tinha o controle dos seus movimentos corporais. Um dos elementos do fato típico é justamente a conduta, que é ação voluntária dirigida a uma determinada finalidade. Sendo assim, se não há vontade não há conduta e, consequentemente, não há tipicidade. Em relação à Cleber, houve a coação moral irresistível, que ocorre quando uma pessoa coage outra a praticar determinado crime, sob a ameaça de lhe fazer algum mal grave (matar a sua filha). O direito entende que não era possível exigir de tal pessoa uma postura diferente, há a inexigibilidade de conduta diversa, excluindo a culpabilidade e, por consequência, o crime.
Correta letra D. Houve coação física irresistível, no caso de Vagner. Os bandidos abriram os olhos dele à força, não houve movimento voluntário da parte dele, uma força externa o movia, ele não tinha o controle dos seus movimentos corporais. Um dos elementos do fato típico é justamente a conduta, que é ação voluntária dirigida a uma determinada finalidade. Sendo assim, se não há vontade não há conduta e, consequentemente, não há tipicidade. Em relação à Cleber, houve a coação moral irresistível, que ocorre quando uma pessoa coage outra a praticar determinado crime, sob a ameaça de lhe fazer algum mal grave (matar a sua filha). O direito entende que não era possível exigir de tal pessoa uma postura diferente, há a inexigibilidade de conduta diversa, excluindo a culpabilidade e, por consequência, o crime.
QUESTÃO 64 
De acordo com os estudos acerca da aplicação e eficácia da lei processual no tempo e no espaço, assinale a alternativa correta. a) O processo penal da competência da Justiça Militar não será regulado pelo Código de Processo Penal. b) A lei processual penal brasileira aplica-se a todas as infrações cometidas em território brasileiro ou em solo estrangeiro. c) O Código de Processo Penal possui validade em todo território brasileiro e, também, no estrangeiro, desde que o crime tenha sido cometido por brasileiro. d) Os tratados e convenções internacionais sobre matéria processual não podem ser aplicadas no Brasil, em nenhuma hipótese.
Correta a alternativa A. Nos termos do art. 1º, III do CPP, o Processo Penal reger-se-á, em todo o território brasileiro por este Código, ressalvados os processos da competência da Justiça Militar. 
Incorreta a alternativa B. O Código de Processo Penal adota o princípio da territorialidade e, portanto, não se aplica a infrações cometidas em solo estrangeiro. 
Incorreta a alternativa C. O Código de Processo Penal não possui validade em território estrangeiro. 
Incorreta a alternativa D. Nos termos do art. 1º, I do CPP, é permitida a aplicação dos tratados, as convenções e regras de direito internacional.
QUESTÃO 66 
Leandro, devidamente representado por seu advogado Túlio, apresenta queixa-crime contra Pedro, Augusto e Emanuel, imputando-lhes os crimes de calúnia e difamação. Sobre o caso hipotético apresentado e a queixa-crime, nos crimes de ação penal privada, é INCORRETO afirmar: a) Se a uma quarta pessoa for imputado o mesmo crime de Pedro, Augusto e Emanuel, o Ministério Público deverá zelar pela indivisibilidade da ação penal, obrigando o querelante Leandro ao processamento de todos. b) O perdão concedido por Leandro ao querelado Pedro será aproveitado aos demais, ainda que recusado por Augusto e Emanuel. c) Túlio, advogado de Leandro, para ajuizar a ação penal privada, deverá estar munido de procuração com poderes especiais, constando, em regra, o nome do querelante e a menção do fato criminoso. d) O Ministério Público poderá aditar a queixa-crime, no prazo de 03 dias, contados do recebimento dos autos, e deverá intervir em todos os termos subsequentes do processo.
Correta a alternativa A, nos termosdo art. 48 do CPP. 
Incorreta a alternativa B. Nos termos do art. 51 do CPP, o perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar. 
Correta a alternativa C, nos termos do art. 44 do CPP. 
Correta a alternativa D, nos termos dos art. 45 e 46, §2º do CPP.
QUESTÃO 68 
Ao realizarem rondas no centro da cidade, dois policiais militares avistaram Tício cometendo o crime de furto simples, cuja pena é de reclusão, de um a quatro anos e multa. Ato contínuo, os PMs se aproximarem do rapaz e o deram voz de prisão em flagrante, depois, conduziram-no à Delegacia para as formalidade de praxe. Tecnicamente, Tício é primário, possui bons antecedentes e é civilmente identificado. No entanto, consta em sua folha de antecedentes criminais, a prática dos crimes de roubo e extorsão, ações penais que ainda não transitaram em julgado. Neste caso, conforme regras previstas no Código de Processo Penal, é possível concluir que: a) a prisão em flagrante do acusado poderá perdurar pelo prazo de até 15 dias úteis, após, o juiz deve imediatamente decidir pela liberdade provisória ou a sua conversão em preventiva. b) as circunstâncias do crime de furto simples não permitem ao juiz converter a prisão em flagrante em prisão preventiva, no entanto, poderá aplicar, ao caso, as demais medidas cautelares. c) como as ações penais em curso demonstram a existência de risco para a ordem pública, encontram-se preenchidos os requisitos para a decretação da prisão preventiva. d) neste caso, cabe ao juiz arbitrar a fiança, não podendo tal medida ser arbitrada pela autoridade policial.
De acordo com o disposto no art. 313, I do CPP, a prisão preventiva, dentre outros requisitos, somente pode ser decretada nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 anos. No caso concreto, Tício cometeu o crime de furto simples, cuja pena máxima é de 4 anos. Neste caso, não cabe a autoridade judiciária decretar a prisão preventiva, mas poderá aplicar as demais medidas cautelares diversas da prisão ou decretação da liberdade provisória (art. 319, CPP). 
Desta forma, correta a alternativa letra "B". 
Vejamos o erro das demais alternativas: letra (A) - de acordo com o art. 306 do CPP, "a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada”. Ainda, o §1º do referido dispositivo estabelece que "em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública”. 
Por fim, o art. 310, também do CPP, dispõe que: 
Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: 
I - relaxar a prisão ilegal; ou 
II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou 
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
Desta forma, a prisão em flagrante não poderá perdurar por vários dias ou mesmo até o final do processo como modalidade de prisão cautelar, o juiz deve ser comunicado imediatamente e decidir, de forma fundamentada, por umas das hipóteses do art. 310. 
Letra (C) - a prisão preventiva só se justificaria se Tício tivesse condenação por crime doloso com trânsito em julgado, o que não se verifica no presente caso. De toda forma, ações penais em curso, por si sós, não bastam para a decretação da prisão preventiva. 
letra (D) - de acordo com o art. 322, Caput e PÚ do CPP, a autoridade policial pode conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a quatro anos, independentemente de ser o crime apenado com pena de reclusão ou detenção. Porém, nesses casos, quando a máxima ultrapassar os quatros anos, apenas o juiz poderá estabelecer a fiança.
QUESTÃO 75 
Margarida é empregada da Panificadora Pão e Vinho Ltda, e possui jornada de trabalho de 8h às 17h, com 1h de intervalo. Recentemente, a demanda da panificadora tem aumentado consideravelmente, e por causa disto, Margarida tem gozado, diariamente, de apenas 15 minutos para repouso e alimentação. Nesse contexto, Margarida faz jus ao pagamento de: a) uma hora integral, acrescida de 50% sobre a remuneração da hora normal de trabalho, tendo tal pagamento natureza salarial. b) uma hora integral, acrescida de 50% sobre a remuneração da hora normal de trabalho, tendo tal pagamento natureza indenizatória. c) 45 minutos, acrescidos de 50% sobre a remuneração da hora normal de trabalho, tendo tal pagamento natureza indenizatória. d) 45 minutos, acrescidos de 50% sobre a remuneração da hora normal de trabalho, tendo tal pagamento natureza salarial.
Conforme determina o art. 71, §4º da CLT, a não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. Deste modo, Margarida faz jus a 45 minutos, acrescidos de 50% sobre a remuneração da hora normal de trabalho, tendo tal pagamento natureza indenizatória.
QUESTÃO 79 
A empresa Ômega Ltda. foi executada em decorrência de reclamação trabalhista proposta por Jonas. Esgotadas as medidas executórias em face da pessoa jurídica, sem que tenha encontrado bens suficientes para cumprir a obrigação, o advogado de Jonas requereu a desconsideração da personalidade jurídica para que a execução passasse a correr em nome dos sócios titulares da empresa reclamada. Diante de tal requerimento, o juízo competente acolheu o pleito e determinou a instauração do incidente. Diante deste caso hipotético, assinale a alternativa que corresponde a medida adequada a ser adotada pelos sócios da reclamada. a) Mandado de Segurança b) Agravo Interno c) Embargos à Execução d) Agravo de Petição.
Determina o art. 855-A, §1º, II da CLT que da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar a instauração do incidente da desconsideração da personalidade jurídica na fase de execução, caberá agravo de petição, independentemente de garantia do juízo.

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