PCIII - Aula 01

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
Aula 01 
ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS
Prof. Marcelo Carneiro 
1 – ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS 
1.1) Duplo grau de jurisdição 
“Para a generalidade dos casos decididos pelos juízos de primeiro grau, em nosso sistema processual, vigora o princípio da dualidade de jurisdição, segundo o qual as causas decididas pelos juízes de direito são passíveis de reexame e novo julgamento pelos Tribunais de segundo grau, mediante provocação por meio da apelação” (THEODORO JR., Humberto. Curso de direito processual civil. Vol. III. 53ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2020, p. 725. 
Duplo grau de jurisdição: voluntário x necessário (art. 496) 
Remessa necessária é condição de eficácia da sentença. 
Exceções à remessa necessária: §§ 3º e 4º do art. 496. 
1 – ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS 
1.2) Funcionamento dos tribunais 
Juízos de primeiro grau: juízos singulares. 
Tribunais: órgãos coletivos. 
Julgamentos nos tribunais: atividade colegiada, cujo julgamento é formado pela opinião de vários membros do tribunal. 
Decisão colegiada do tribunal é chamada de “acórdão” (derivado do verbo acordar, concordar). 
Excepcionalmente, pode haver decisão unipessoal (monocrática) perante os tribunais (ex.: recurso contrário a Súmula do STF). 
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1.3) Âmbito de atuação dos tribunais 
STF – Art. 102 da CF. 
STJ – Art. 105 da CF. 
TRF – Art. 108 da CF. 
TJ – Art. 125 da CF e Regimento interno do TJ. 
1.4) Competência do Tribunal Pleno ou Órgão Especial 
Todo tribunal é dividido em Câmaras ou Turmas, mas certos atos ou julgamentos são praticados pelo Tribunal Pleno ou pelo Órgão Especial (cuja competência é delegada do Tribunal Pleno). 
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1.4) Competência do Tribunal Pleno ou Órgão Especial 
Competência definida nos Regimentos Internos dos tribunais. 
Tribunal Pleno do TJERJ: Atos administrativos como eleger e dar posse ao Presidente (art. 2º, incs. I e VI do RITJERJ). 
Órgão Especial: pode ser constituído por tribunais com mais de 25 membros (art. 93, inc. XI da CF). 
Órgão Especial Pratica atos judiciais delegados da competênica do Pleno (ex.: julgar Mandado de Segurança contra ato do Governador – art. 3º, inc. I, alínea “e do RITJERJ). 
1 – ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS 
1.4) Competência do Tribunal Pleno ou Órgão Especial 
TJERJ possui 180 Desembargadores (Tribunal Pleno) 
Órgão Especial pode ter de 11 a 25 membros. 
Órgão Especial do TJERJ possui 25 membros. 
1.5) Competência originária e competência recursal 
Competência originária: julgamento de ações propostas diretamente no tribunal (Ex.: Mandado de Segurança contra ato do Governador – Órgão Especial – art. 3º, inc. I, alínea “e” do RITJRJ). 
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1.5) Competência originária e competência recursal 
Competência recursal: julgamento de recursos contra decisões de órgãos jurisdicionais de hierarquia inferior (ex.: Apelação Cível – Câmara Cível – Art. 6º, inc. II, alínea “a” do RITJRJ). 
Competência recursal ordinária: julgamento de recursos de natureza ordinária (ex: apelação e agravo de instrumento). 
Competência recursal extraordinária: (recurso extraordinário e recurso especial). 
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1.6) Sistema de julgamento nos tribunais 
Cada órgão do Tribunal tem um presidente, que dirige os trabalhos da sessão de julgamento. 
Relator: cabe a condução do processo, que é escolhido por sorteio. 
Ao relator incumbe (arts. 931 e 932): 
a)	Impulsionar o processo, incidente ou recurso; 
b)	Receber impugnações (contestações e contrarrazões); 
c)	Fazer o relatório geral do processo; 
d)	Julgar recursos monocraticamente (art. 932, incs. IV e V); 
e)	Participar do julgamento da ação, incidente ou recurso; 
f)	Lavrar o acórdão do julgamento (exceto quando vencido seu voto); 
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1.7) Sessão de julgamento 
Inclusão na pauta de julgamento: Depois de apresentada a impugnação (contestação ou contrarrazões) e elaborado o relatório do processo, o relator pede a inclusão na pauta de julgamento. 
Na sessão de Julgamento: 
a) Pregão das partes e seus advogados; 
b) Leitura do relatório (relator); 
c) Sustentação oral (15 min.); 
d) Votos: primeiro o relator, depois os demais; 
e) Facultativamente, algum membro do tribunal poderá pedir vista pelo prazo de 10 dias; 
f) Após todos os votos, o presidente anuncia o resultado e designa o responsável pela lavratura do acórdão. 
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1.8) Revisão jurisprudencial 
AGRAVO INTERNO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. NÃO CONHECIMENTO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. VIOLAÇÃO AO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO. I - O agravo de instrumento é recurso de cognição limitada, restringindo-se ao que foi objeto de exame no pronunciamento judicial impugnado, sob pena de supressão de instância e de violação ao duplo grau de jurisdição. II - Ao Tribunal não é admitido examinar o pedido de citação do litisdenunciado por outros meios, porque não formulado perante o Juízo de Primeiro Grau. Mantido o não conhecimento do agravo de instrumento, porque inadmissível, art. 932, inc. III, do CPC. III - Agravo interno desprovido. (TJ-DF 07192577120188070000 DF 0719257-71.2018.8.07.0000, Relator: VERA ANDRIGHI, Data de Julgamento: 28/02/2019, 6ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no PJe : 18/03/2019) 
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1.8) Revisão jurisprudencial 
AGRAVO INTERNO EM APELAÇÃO CÍVEL – JULGAMENTO MONOCRÁTICO – FORA DAS HIPÓTESES LEGALMENTE ADMITIDAS – NULIDADE – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 1. O desprovimento monocrático de recurso pelo ilustre Relator, na atual sistemática processual civil, é admitido apenas em hipóteses excepcionais insertas nas alíneas do inciso IV do art. 932 do CPC. 2. A decisão monocrática ora recorrida, no entanto, não está amparada nas restritas hipóteses de julgamento monocrático, sendo de rigor admitir o processamento do recurso de apelação para decisão do mérito pelo Colegiado. (TJ-MS - AGT: 08000303220188120011 MS 0800030-32.2018.8.12.0011, Relator: Des. Sideni Soncini Pimentel, Data de Julgamento: 15/10/2019, 4ª Câmara Cível, Data de Publicação: 17/10/2019) 
1 – ORDEM DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS 
1.8) Revisão jurisprudencial 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DECLARATÓRIOS NO RECURSO ESPECIAL. INADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL POR ESTAR O ACÓRDÃO RECORRIDO ASSENTADO EM MATÉRIAS DE DIREITO LOCAL E CONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE DE RECEBIMENTO COMO RECURSO DE NATUREZA ORDINÁRIA. DESPROVIMENTO DO AGRAVO REGIMENTAL. 1. A Constituição da República, em seu art. 105, delimita a competência do Superior Tribunal de Justiça, tanto a originária (inciso I) quanto a recursal, subdividida esta em competência recursal ordinária (inciso II) e competência recursal extraordinária (inciso III). O recurso especial e o recurso ordinário para o Superior Tribunal de Justiça têm natureza, pressupostos e finalidade distintas. 2. Diante da manifesta inadmissibilidade do recurso especial por estar o acórdão recorrido assentado em matérias de direito local e constitucional (o que o próprio Estado recorrente admite no agravo regimental), deve ser mantida a negativa de seguimento do mencionado apelo nobre. Por não se tratar, outrossim, de nenhuma das hipóteses previstas no inciso II do art. 105 da Constituição Federal, cujo rol, aliás, é taxativo, não há falar em recebimento do recurso especial como recurso de natureza ordinária, tampouco em ofensa ao princípio do duplo grau de jurisdição. Registre-se que, em sede de recurso especial, não compete ao Superior Tribunal de Justiça o exame de suposta contrariedade a princípios e normas constitucionais, mesmo que para fins de prequestionamento, sob pena de usurpação da competência do Supremo Tribunal Federal. 3. Agravo regimental não provido. (STJ - AgRg nos EDcl no REsp: 850839 RN 2006/0108118-1, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 01/06/2010, T2 - SEGUNDA TURMA, Datade Publicação: DJe 23/06/2010)
OBRIGADO! 
Prof. Marcelo Carneiro 
E-mail: marcelocarneiro.adv@gmail.com