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ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA: TÉCNICAS DE ANESTESIA LOCAL; ANESTESIA REGIONAL; MONITORAÇÃO DE PACIENTES ANESTESIADOS; ANESTESIA GERAL INJETÁVEL

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P2 Vet 331 
 ANESTESIA REGIONAL 
 Bloqueio do Neuroeixo 
o Anestesia epidural 
 Mais usada que a subaracnóidea; 
 O espaço epidural fica acima da dura máter a abaixo 
do corpo vertebral; 
 Identificação externa: 
1º: identificar o processo espinhoso da vértebra 
lombar L7 (mais baixo); 
2º: identificação externa do íleo. 
 
Lombossacra – bloqueio mais extenso (membros 
pélvicos, região abdominal, períneo e estruturas 
caudais com relaxamento do esfíncter anal); 
Caudal – bloqueio mais localizado (cauda), mais 
comum em grandes animais e nos procedimentos 
obstétricos, coleta de oócito, auxilio ao parto e prolapso 
de vagina. 
OBS.: A localização diferencia a extensão do 
bloqueio, mesmo utilizando-se a mesma 
quantidade de fármaco. 
 
A técnica confere estabilidade anestésica muito 
boa, porém é contraindicada nos casos de: 
 Risco de hemorragia – nos casos de hemorragia 
recente não controlada ou redução do número de 
plaquetas devido a presença de plexo vascular rico 
no local  Pode gerar hematoma e comprimir a 
medula; 
 Hipovolemia; 
 Hipotensão; 
OBS.: A redução do tônus vasomotor na região 
pode influenciar na PA do animal, por isso, nos 
casos de sepse (hipovolemia) a técnica é 
contraindicada. Além disso, quanto mais 
extenso/sistêmico o bloqueio, maiores serão os 
efeitos de hipovolemia e hipotensão (bloqueio 
caudal pode não causar por ser mais localizado). 
 Infecção de pele ou lesões na pelo no local da 
punção – como dermatites (infecções bacterianas 
que não se resolvem apenas com a antissepsia); 
 Fratura de pelve (articulação sacroilíaca) – 
impede a localização anatômica externa. 
 
Para que não ofereça riscos aos pacientes, a 
técnica deve ser feita tomando-se os cuidados 
necessários ao procedimento, como: 
 Execução correta da técnica – erros levam a falha 
na anestesia do local; 
 Antissepsia adequada e material esterilizado – 
evita o carreamento de partículas estranhas que 
podem causar infecção na medula espinhal; 
 Utilização de fármacos estéreis e com indicação 
para a via; 
 Cuidado na manipulação da agulha – não se 
realiza manipulação brusca (movimento de secção) 
com a agulha dentro do espaço epidural, pois pode 
favorecer lesões espinhais. 
 
 ANESTESIA EPIDURAL LOMBOSSACRA 
 Punção entre L7 e S1 ou L6-L7 – L7-S1 é mais 
usada devido a facilidade de localização do espaço 
epidural (maior) e início da cauda equina (atravessar 
o espaço epidural não causa problemas). L6-L7 
possui pequena diferença no tamanho do espaço 
epidural devido a caminhar mais cranialmente na 
medula, o menor tamanho favorece a ação do 
fármaco para outros locais mais a frente, por isso, 
deve-se tomar cuidado); 
 Agulha ultrapassa pele, tecido subcutâneo, 
ligamento supraespinhoso, ligamento intervertebral, 
disco intervertebral (resistência) e ligamento 
amarelo (ligamento fibroso, por isso, ocorre 
crepitação ao passar a agulha) até atingir o espaço 
epidural; 
 O espaço epidural é identificado pela redução de 
resistência devido a discreta pressão negativa, 
indicada pela descida da gota colocada na seringa 
– seringas sem resistência no êmbolo são mais 
sensíveis no momento da aplicação, definindo 
exatamente o momento em que se acessa o espaço, 
porém são mais caras; 
 Volume para administração: 0,2-0,4 ml/kg; 
 Localização: dermátomos são a referência externa 
na superfície da pele da inervação por uma 
determinada raiz nervosa – quanto mais 
dermátomos atingidos mais a extensão do bloqueio. 
IMPORTANTE.: 
Pode-se associar o uso de opioides e α2-
agonistas, por exemplo, a Morfina é a mais utilizada 
devido ao tempo de ação, que acarreta na extensão 
do tempo de efeito analgésico, além de favorecer a 
projeção cranial da analgesia (até T9). Utiliza-se 0,1 
mg/kg/24h para redução do requerimento de 
anestésico local e dos efeitos adversos. O volume 
final é a soma dos 2 fármacos, exemplo: 
Morfina 0,1 mg/kg = 0,01 ml/kg 
AL 0,2 ml/kg  0,19 ml/kg + 0,0,1 ml/kg de 
morfina 
A Metadona também pode ser associada, 
conferindo analgesia mais intensa nas primeiras 
horas, porém sua duração é menor (apenas 6-8h). 
Além disso, devido ao maior tempo de ação, a 
Morfina é mais segura para o animal, que sai sem 
dor, alerta e com menor requerimento de 
analgésicos no pós-operatório. Após a passagem 
do efeito da Morfina utiliza-se Tramadol. 
 Além da localização e volume do fármaco, a 
velocidade de aplicação também influencia no 
avanço cranial do fármaco, por isso, deve-se 
proceder administração lenta – tempo padronizado 
de 1 minuto. 
 Animal com os membros voltados na direção cranial 
– posição de esfinge; 
 A paramentação e antissepsia são fundamentais, 
pois haverá acesso ao SNC (medula espinhal) – 
fratura de pelve, hematoma ou lesão de pele na 
região de L7-S1 contraindica a técnica ou pode ser 
feita em L6-L7; 
 Posição das mãos: polegar e dedo médio sobre as 
asas do íleo, indicador sobre o processo espinhoso 
de L7. 
 
 
TÉCNICAS DE ANESTESIA LOCAL 
 ANESTESIAL EPIDURAL CAUDAL 
 Administração do fármaco entra as primeiras 
vértebras caudais no espaço intercaudal (entre CO1 
e CO2); 
 Preparo cirúrgico com antissepsia para retirada de 
microrganismos da região; 
 
 Volume: 
1 ml/100kg para bovinos; 
1 ml/100kg a 1,75 ml/100kg para equinos. 
 Identificação da região: movimentos para cima e 
para baixo na cauda percebendo a movimentação 
da primeira região articular de CO1 e CO2 – a 
articulação sacrococcígea é fundida na maioria das 
espécies, por isso, não possui movimentação 
articular; 
 A agulha deve ser introduzida perpendicular ao 
plano da pele – também se observa a crepitação, 
resistência e ausência de resistência; 
 Diferença: a coluna de líquido não se desloca 
cranialmente, por isso, não chega até a região 
lombossacra, favorecendo um bloqueio em área 
muito mais limitada (não há bloqueio dos membros 
pélvicos) 
 Ocorre diminuição da sensibilidade/redução do 
tônus do esfíncter anal – não ocorre relaxamento, 
pois as raízes nervosas responsáveis estão mais 
craniais; 
 Grande volume nessa analgesia pode favorecer o 
avanço cranial  Problema em grandes animais, 
pois tentam se levantar e se machucam. Nesses 
casos deve-se fazer indução com anestésico geral 
até o efeito passar. 
IMPORTANTE.: A técnica pode ser utilizada para 
analgesia quando se administra apenas opioides ou α2-
agonistas com a intenção de promover a progressão 
cranial. Nesses casos, o volume desses fármacos é 
maior e não se utiliza AL. Exemplo: analgesia 
abdominal. 
 
 ANESTESIA PARA ORQUIECTOMIA 
Epidural lombossacra ou bloqueio mais localizado 
(mais usado por ser simples e rápido). 
3 referências: 
 AL infiltrativa no cordão espermático – pode 
causar hematomas e dificultar a visualização 
de estruturas; 
 AL intratesticular; 
IMPORTANTE.: Somada a qualquer uma das duas 
técnicas, deve-se realizar a AL infiltrativa subcutânea 
na bolsa escrotal (perirrafe) a partir de cordão 
anestésico no local da incisão. 
OBS.: 
- Sedação profunda ou anestesia superficial para 
contenção do animal; 
- A anestesia epidural também pode ser usada nesses 
casos, mas as outras são mais simples. 
o Gato 
Abrir na rafe (meio do testículo) e acessar um ou outro 
testículo ou fazer duas linhas de incisão (uma sobre 
cada testículo). 
o Cão 
Única incisão com ponto de bloqueio pré-escrotal 
(comprimir o testículo para ver até onde ele vai); 
2 pontos de linha de incisão (inserir a agulha no 
subcutâneo e volta depositando o anestésico) – uma 
sobre cada testículo. 
o Cavalo 
Abrir na rafe (meio do testículo) e acessar um ou outro 
testículo ou fazer duas incisões (uma sobre cada 
testículo)  Semelhante ao gato. 
 BLOQUEIO SUBESCAPULAR DO PLEXO 
BRAQUIAL 
Deposição do AL próximo das raízes nervosas do plexo 
– medial a articulação escapuloumeral (bloqueio radial, 
mediano e ulnar): 
Localização externa (região articular – não é intra-
articular)  Ligeira adução do membro  Incisão 
craniocaudal (palpar agulha na região axilar) 
OBS.: Incisãoas cegas reduz o sucesso da 
anestesia. 
 Resultado.: Relaxamento do membro (ausência da 
contração muscular), perda de sensibilidade, perda 
de função motora (perda de propriocepção). 
Anestesia da metade do úmero para baixo  
Indicada para procedimentos cirúrgicos em 
membros torácicos, como nos casos de fratura, 
amputação de dígito e unha; 
 Geralmente utiliza-se anestésico de longa duração: 
Bupivacaína ou Ropivacaína 
 
o Aparelho neurolocalizador ou eletroestimulador 
Facilita a localização dos nervos emitindo sinal elétrico 
capaz de gerar despolarização, por isso, quanto maior 
a proximidade da agulha com as raízes nervosas, 
menor a intensidade de estimulação necessária para 
causar excitabilidade do nervo. Aumenta a chance de 
sucesso da técnica a partir de confirmação da 
proximidade com o nervo: 
<0,3 com contração muscular: em contato ou 
dentro do nervo  Não realizar a deposição de AL; 
>0,3 - <0,5 com contração muscular: proximidade 
com o nervo  Realizar. 
OBS.: Pode ser feita em qualquer nervo periférico. 
Os movimentos de extensão e contração do 
membro ocorrem devido a estimulação e se alteram 
de acordo com a função do nervo. 
 SONDAS 
Constituídas de PVC e variam de 2 a 11 mm, que 
correspondem ao diâmetro interno da sonda que varia 
de 0,5 em 0,5 mm. Em cães e gatos a relação 
calibre/comprimento é próxima. 
OD representa o calibre interno (mm efetivo da 
sonda) e o ideal é manter a passagem o mais próximo 
possível do natural. 
Balão satélite fica do lado de fora da sonda e é 
inflado com a utilização de seringa comum para 
promover a insuflação do cuff. O cuff é um balão que 
fica ao redor e na ponta da sonda, é introduzido fechado 
e inflado após posicionado na traqueia (não deve ser 
muito inflado, pois pode lesionar o epitélio delgado da 
traqueia, causando isquemia e necrose, ou até mesmo 
obstrução da passagem do ar na sonda) e tem a função 
ANESTESIA REGIONAL 
PRÁTICA INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL 
PEQUENOS ANIMAIS 
de impedir que ocorra contaminação, pois material de 
refluxo do esôfago ou fragmentos de dentes poderiam 
chegar ao pulmão por falsa via. Ou seja, o cuff permite 
a passagem apenas do ar presenta na sonda. 
A sonda apresenta ponta em bisel, corte oblíquo que 
impede a obstrução por contato com alguma superfície, 
mantendo o suprimento adequado de ar. O olho ou 
janela de Murphy fica na ponta da sonda e também 
impede a obstrução do fluxo de ar caso haja obstrução 
da ponta da sonda. 
O adaptador para conexão da fonte de ar é o mesmo 
para todas a sondas, independentemente do tamanho, 
com exceção das sondas utilizada para grandes 
animais (sonda permanente constituída de silicone), 
que possuem outro tipo de conector (maior). 
Além disso, a sonda possui um marcador radiopaco, 
que permite localizá-la por raio-X. Por isso, quando se 
intuba um animal para realização de exames de raio-X 
na região do pescoço deve-se ter cuidado para que a 
sonda não atrapalhe a visualização das estruturas 
desejadas. 
Pode-se utilizar guia de sonda para facilitar a 
passagem, já que o material flexível pode dificultar. O 
guia possui pino para garantir seu travamento e impedir 
lesões que poderiam ser causadas caso este fosse 
além da sonda. 
 
A intubação deve ser utilizada em todos os 
procedimentos de anestesia geral inalatória, onde há 
risco de apneia, já que o anestésico geral inibe todos 
os reflexos protetores devido ao relaxamento muscular, 
levando a redução da função respiratória 
(hipoventilação) e favorecendo falsa via. 
A intubação seletiva é feita quando se introduz a 
sonda direcionada para um dos pulmões após a 
bifurcação principal da traqueia em brônquios. Essa 
técnica costuma ser realizada em cirurgias de pulmão, 
quando se deseja manter o fluxo de ar normal em um 
dos pulmões e no outro não. 
A utilização de máscara não minimiza as chances 
de aspiração por falsa via e promove menor controle do 
procedimento. 
 
A intubação pode ser feita com o animal em decúbito 
esternal (melhor posição), dorsal ou lateral. Antes da 
técnica deve-se visualizar a epiglote (pode estar colada 
ao palato mole) e, após passá-la, as aritenóides 
(formam aspecto de fenda). 
O laringoscópio auxilia a intubação, sendo utilizado 
para abaixar a língua e a epiglote dos animais, 
favorecendo a visualização das estruturas. Em 
espécies como suíno, coelho e pequenos ruminantes é 
obrigatório devido ao difícil acesso, nas demais 
espécies dá para fazer sem ele. 
Para saber se a sonda está no local certo após sua 
colocação deve-se palpar a traqueia e perceber 
aumento de volume e observar embaçamento da sonda 
devido a passagem de ar quente. 
A anestesia geral gera inconsciência, relaxamento 
muscular, analgesia e manutenção de reflexos 
autonômicos. 
Os anestésicos gerais podem promover alterações 
na dinâmica orgânica e comprometer a homeostase, 
causando alterações imprevisíveis. Contudo, a 
anestesia superficial não consegue cumprir com todos 
os objetivos da anestesia, fazendo com que a técnica 
seja necessária. 
Como consequência a maioria dos pacientes 
encaminhados para a cirurgia apresentam alterações 
orgânicas, seja ela o motivo da indicação cirúrgica ou 
não. Por isso, o monitoramento anestésico é tão 
importante. 
 
 MONITORAMENTO ANESTÉSICO 
Muito importante para o sucesso da técnica 
anestésica! 
É uma coleção de dados, obtidos através de métodos 
visuais, manuais ou por meio de equipamentos que 
permitem acompanhar a evolução do paciente. 
A avaliação com um único método ou parâmetro 
definem apenas o comportamento daquele parâmetro 
específico, enquanto o emprego de vários métodos de 
monitoração reflete o estado geral do paciente e se 
justifica pelo aumento da segurança do ato anestésico, 
a partir do momento em que permite o mínimo de 
previsibilidade para alterações imprevisíveis mesmo 
em pacientes hígidos. 
IMPORTANTE.: Alguns fármacos podem causar 
alterações orgânica. Nesses casos é necessário reduzir 
o plano anestésico. 
 
 Objetivos 
 Identificar a tempo uma eventual alteração 
fisiológica que coloque em risco a vida do animal – 
permite o uso de outros medicamentos para 
compensar ou diminuir a [ ] do anestésico geral; 
 O rápido reconhecimento de complicações e sua 
gravidade – exemplo: hemorragia (grave ou não 
dependendo da saturação de oxigênio, presença de 
hipotensão etc.); 
 Auxilia na escolha da intervenção terapêutica, seja 
de plano anestésico ou medicamentosa – avalia a 
resposta ao tratamento. 
 
 Métodos ou parâmetros 
Utilizar múltiplos parâmetros: 
Frequência cardíaca, frequência e amplitude 
respiratória, temperatura, pressão arterial, pulso, 
avaliação de mucosas, TPC, hemodinâmica. 
 
 Quando deve ser iniciada? Na avaliação de 
risco anestésico (ASA), a partir do compilado 
de exames que se tem do animal, e na 
avaliação pré-anestésica, que inclui anamnese 
e exame físico – importante para saber os 
padrões normais do animal; 
 Quando deve terminar? Na recuperação 
anestésica, quando se tiver certeza de que o 
comportamento do animal está normal ou 
próximo ao fisiológico (presente antes da 
técnica), sem alterações devido a anestesia. 
Para animais em situações de risco, por 
exemplo choque, esperar ele sair da condição 
(avaliar durante 24h pressão e frequência 
cardíaca). 
 
MONITORAÇÃO DE PACIENTES 
ANESTESIADOS 
 PROFUNDIDADE ANESTÉSICA 
Avaliação da profundidade anestésica do animal por 
parâmetros visuais (fisiológicos). 
Anestésicos gerais (inconsciência e relaxamento 
muscular) devem ser associados a opioide, 
dissociativo, anestesia local ou bloqueio de neuroeixo 
(analgesia e relaxamento muscular e manutenção de 
reflexos autônomos) para promover profundidade 
anestésica, pois não causa analgesia. 
 
Os sinais clínicos e parâmetros fisiológicos são 
normalmente observados para estabelecer a 
profundidade anestésica podem ser medidos de 
forma mecânica ou visual: 
o Mecânica 
Eletroencefalograma mede o índice bispectral (BIS) 
durante toda a anestesia e dá ideia do estágioe plano 
anestésico em que o animal se encontra a partir da 
atividade elétrica encefálica a partir da relação entre a 
atividade elétrica encefálica e o plano anestésico. Ou 
seja, quanto menor a atividade, maior a profundidade 
anestésica. 
Exemplos: 
Paciente com atividade 100: indivíduo acordado; 
Paciente com atividade próxima a 80: sedado; 
Paciente com atividade de 60-40: anestesia 
superficial; 
Paciente com atividade abaixo de 40: anestesia 
profunda; 
Paciente com atividade 0: óbito. 
o Visual 
Estágios de profundidade anestésica: 
Estágio 1: estágio de movimento voluntário; 
Estágio 2: estágio de delírio ou movimento 
involuntário; 
Estágio 3: 1º, 2º, 3º e 4º planos – diferenciados pelos 
reflexos normais; 
Estágio 4: choque bulbar – evitar!. 
 
IMPORTANTE.: 
- O ideal é sair do estágio 1 para o 3 rapidamente, para 
que o animal não fique muito agitado predispondo 
acidentes; 
- A profundidade ideal é aquela em que o paciente não 
está sentindo dor e não apresenta alterações em PA 
(ppt), aumento na FC ou FR, midríase ou aumento da 
temperatura. 
 
 Estágio 1 
 Movimento voluntário; 
 Desorientação; 
 Midríase; 
 Reposta a luz; 
 Respiração irregular; 
 Taquicardia – animal estressado sem sedação leve 
anterior; 
 Reflexos normais; 
 Respostas a estímulos presentes. 
OBS.: Varia de animal para animal e de dose para 
dose. 
 
 Estágio 2 
Estágio de delírio ou movimento involuntário – é 
caracterizado pela excitação e pela perda de todo 
controle voluntário (animal apresenta movimentos de 
pedalada, vocalização e é comum defecar e urinar): 
 Globo ocular centralizado; 
 Midríase e lacrimejamento; 
 Nistagmo – movimentação lateral do globo 
ocular que normalmente acontece em cavalos, 
mas também pode acontecer em cães, ppt se 
o animal possuir alteração neurológica, trauma 
cefálico, choque etc.; 
 Incoordenação motora; 
 Tosse e vômito (cães, gatos e caprinos) – 
predispõe aspiração, por isso, o ideal é passar 
o mais rápido possível por esse estágio!; 
 Sialorreia (felinos e ruminantes) – dificulta e 
intubação; 
 Tônus mandibular presente – difícil realizar 
intubação, ppt para felinos que também 
possuem o reflexo laringotraqueal (para esses 
animais deve-se passar esse estágio); 
 Respiração arrítmica e hiperventilação; 
 Taquicardia – podem ocorrer arritmias 
cardíacas; 
 Hiperalgesia; 
 Vocalização. 
OBS.: Não necessariamente todos irão ocorrer. 
 
 Estágio 3 (Anestesia cirúrgica) 
Estado de anestesia cirúrgica caracterizado por: 
 Perda de consciência; 
 Perda progressiva dos reflexos (de acordo com 
o plano anestésico); 
 Relaxamento muscular – permite que o animal 
fique em decúbito esternal para a intubação; 
 Padrão respiratório lento e regular – 
dependendo do fármaco pode causar apneia  
Intubar o mais rápido possível após o animal 
apresentar relaxamento (bocejar). 
IMPORTANTE.: 
 É dividido em 4 planos anestésicos; 
 O ideal é passar do 1º ao 3º estágio o mais 
rápido possível. 
 
 PLANOS ANESTÉSICOS 
Plano 
anestési
co 
Reflex
o 
palpeb
ral 
Refle
xo 
corn
eal 
Refle
xo 
traqu
eal 
Globo 
ocular 
Pupila 
Tônu
s 
musc
ular 
1 + + + 
Rotacio
nado 
Midríase/
miose 
+ 
2 
+/- ou 
- 
+/- +/- 
Rotacio
nado 
Miose - 
3 - - - 
Centrali
zado 
Miose - 
4 - - - 
Centrali
zado 
Midríase - 
OBS.: 
Reflexo palpebral: animal pisca; 
Reflexo traqueal dificulta a intubação – gato não 
costuma perder esse reflexo; 
Rotação e centralização do globo ocular mudam de 
acordo com o plano; 
Midríase/Miose (contração da pupila) dependem da 
quantidade de anestésico – diferenciam o plano 3 do 4 
(não desejável); 
Tônus muscular precisa estar ausente para permitir que 
se coloque o animal em posição adequada para a 
cirurgia. 
o Plano 1 
Mais superficial, globo ocular centralizado e pouco 
rotacionado – no cavalo é discreto e o reflexo palpebral 
está presente, porém deprimido; 
Nesse plano a probabilidade de o animal acordar e 
querer se levantar ou mexer é muito grande, por isso, 
busca-se passá-lo. 
o Plano 2 
 Ideal; 
 Cães e ruminantes perdem o reflexo palpebral e em 
equinos ele fica muito lento; 
 Suínos e felinos ainda possuem o reflexo 
laringotraqueal, por isso deve-se administrar 
lidocaína em spray para auxiliar a intubação; 
 Ausência de tônus muscular. 
o Plano 3 
 Animais que ainda não perderam, perdem o reflexo 
laringotraqueal, permitindo a intubação; 
 Animais que ainda não perderam, perdem o reflexo 
palpebral; 
 Muito próximo do estágio 4 (choque bulbar)  
Manter em outro plano. 
o Plano 4 
Muito próximo do estágio 4 (choque bulbar)  Manter 
em outro plano. 
OBS.: A principal diferença entre os planos 3 e 4 
são miose e midríase. 
 
 Estágio 4 
Estágio de depressão extrema do SNC: 
 Marcada vasodilatação, hipotensão e parada 
respiratória; 
 Midríase agônica, perda dos reflexos e 
hipotermia; 
 Hiperglicemia seguida de hipoglicemia. 
 
 
 
 QUAIS PARÂMETROS AVALIAR? 
Função cardiovascular – frequência e ritmo cardíaco, 
pressão e pulso  Oscilômetro e eletrocardiograma  
Se não tiver como avaliar pelo monitor, avaliar a partir 
de coloração de mucosas, TPC e pulso (deve estar forte 
e regular). OBS.: 60% dos problemas pós-cirurgia 
ocorrem devido a função cardiovascular. 
Função respiratória – frequência, amplitude e padrão 
respiratórios; 
Temperatura – relacionada a frequência cardíaca e 
pressão baixas. 
 FUNÇÃO CARDIOVASCULAR 
o Frequência e ritmo cardíaco 
Assegurar frequência e ritmo adequados, bem como 
comparar com os padrões fisiológicos pré-anestésicos; 
Acidentes anestésicos fatais ou permanentemente 
incapacitantes advém de distúrbios que envolvem o 
coração; 
Avaliação feita por: 
 Estetoscópio: avaliação de frequência e ritmo 
cardíacos, funcionamento valvular (sopros) – 
auscultar irregularidades; 
 Estetoscopia transesofágica – pouco usado, 
possui sonda na ponta; 
 Eletrocardiograma: oferece “imagem” do 
estado elétrico da condução cardíaca – 
percebe arritmias e alterações cardíacas 
(patológicas ou não). 
 
o Arritmias 
 Bradiarritmias 
Crise vagal: bradicardia seguida de vasodilatação e 
hipotensão (idosos, filhotes, Doberman e Boxers) – 
estimulação do parassimpático. OBS.: O bloqueio 
oculomotor leva a estímulo do nervo óculo-
cardíaco e estímulo do parassimpático. 
Bloqueio atrioventricular (2º e 3º grau) – condução 
atrioventricular (bloqueio de segundo grau: onda P 
associada ao complexo QRS/bloqueio de terceiro grau: 
onda P não associada ao complexo QRS; 
Parada atrial – miocárdio atrial não despolariza 
(hipercalcemia) devido a distúrbio eletrolítico. 
 Taquiarritmias 
 
o Pressão arterial e pulso 
 Assegurar a perfusão adequada para órgãos e 
tecidos; 
 Quando a pressão sanguínea se torna muito baixa, 
a perfusão coronariana (quando baixa a perfusão do 
próprio coração não está adequada, impedindo a 
perfusão corporal) e cerebral são comprometidas; 
 A frequência associada a qualidade do pulso 
sinaliza de forma simples a perfusão periférica e até 
mesmo arritmias. 
 Pressão arterial: 
 Medida indireta/não invasiva – Doppler e 
manguito (deve ter 40-60% da circunferência do 
braço); 
 Medida direta/invasiva – canulação com cateter 
central arterial (monitor mostra sistólica, diastólica e 
média. OBS.: Mais comum em grandes devido a 
maior facilidade de fazer (maior calibre da artéria 
superficial e mais pontos de acesso, como fácil 
transversa, facial, metacarpal, digital, metatarsal 
ou dorsal podal). 
Importante.: O monitor pode dar valor alterado, por 
isso, é importante ter um Doppler para confirmar o 
parâmetro. 
 
o Oximetria de pulso 
 Determinar a saturação de O2 no sangue arterial 
oxigenação do paciente sem precisar de 
hemogasometria – forma rápida e prática de saber 
como está a saturação de O2. OBS.: Nos casos de 
alteração mudar o local do sensor para 
confirmar. 
 Curva plestimográfica – pode ou não mostrar alguns 
parâmetros hemodinâmicos (imagem virtual). Três 
características principais: base,amplitude e 
incisura dicrota (pequena incisura no ramo 
descendente da curva)  Ideal interpretar junto com 
a pressão arterial. Exemplo.: Amplitude e incisura 
dicrota baixas: hipotensão. Amplitude e incisuras 
altas: hipertensão. Amplitude baixa e base longa 
sem incisura dicrota: hipotensão grave. OBS.: 
Utilização de adrenalina aumenta a pressão, 
temperatura e pulso. 
 Fluxo tissular. 
 Em que momento utilizar? Em qualquer situação, 
mesmo as emergências não cirúrgicas, pois o 
oxímetro pode ser colocado em qualquer mucosa 
mesmo com o animal acordado e é um indicador 
muito bom para medir oxigenação, perfusão e 
frequência cardíaca. 
 
 FUNÇÃO RESPIRATÓRIA 
 Assegurar oxigenação sanguínea e concentração 
de CO2 expirada adequadas; 
 Esforço respiratória, amplitude (hiperventilação ou 
hipoventilação) e auscultação (além da frequência 
permite perceber alterações) devem ser avaliados. 
 
o Frequência e ritmo respiratório 
 Avaliação visual (subjetiva) – exemplo: animal 
com dor tem maior amplitude e frequência 
respiratórias; 
 Saturação de oxihemoglobina; 
 Capnografia; 
 Hemogasometria. 
 
o Capnografia 
 Mensuração da concentração alveolar de CO2, que 
fornece valores numéricos, em mmHg, da pressão 
parcial de Co2 ao final da expiração (ETCO2); 
 Mensura os níveis de Co2 no ar inspirado e expirado 
- valores normais na expiração: 35 a 45 mmHg; valor 
normal na inspiração: 0-3 mmHg; 
 Fornece também informações sobre: metabolismo, 
posição correta da sonda endotraqueal, 
funcionamento do aparelho de anestesia e 
monitorizar a manobra de ressuscitação 
cardiocerebropulmonar (RC). 
 Importante.: Ideal para avaliar se está fornecendo 
O2 suficiente, se o animal está em alcalose ou 
acidose respiratória. 
 
 
OBS.: 
Linha basal inspiratória (A) – cura próximo a 0; 
Linha ascendente expiratória (BC) – início da 
expiração; 
Platô expiratório (CD) – quantidade máxima expirada 
de CO2; 
Linha descente inspiratória (DE) – quase 90º: final da 
expiração e início da inspiração. O normal é ocorrer 
uma queda abrupta. Quando está muito inclinada indica 
que o animal está hipoventilando e, por isso, não chega 
ao platô. 
OBS.: Platô com pico depois: animal em respiração 
controlada que tentou respirar junto ou insuficiência 
cardiogênica (acontece em animais, ppt os de grande 
porte, onde o coração é grande e o aparelho sofre 
interferência do batimento cardíaco). 
 
o Hemogasometria 
 Consiste na análise do sangue para determinação 
do pH, bicarbonato das pressões parciais de O2 e 
CO2 e saturação do oxigênio; 
 Apresenta valores mais fidedignos e adequados 
para a avaliação do estado ventilatória do paciente; 
 Animais pequenos: artéria metatársica, 
metacárpica ou femoral  Difícil fazer com o animal 
acordado, pois a técnica gera dor; 
 Realizar ppt em pacientes de ASA 3, 4 ou 5 e para 
animais em choque, onde é muito importante. 
 
o Temperatura 
 Sinal macro dinâmico; 
 Último a compensar, junto com a pressão arterial 
média; 
 Animais com tônus vagal aumentado – crise vagal 
(filhotes e felinos): extremidades mais frias. 
Medição: 
Termômetro de mercúrio ou digital (intraoral ou 
intrarretal); 
Termômetros eletrônicos (esofágico). 
 
A profundidade anestésica deve ser medida junto a 
função cardiovascular, respiratória e temperatura, já 
que quanto maior ela for, maior serão as alterações 
promovidas nesses parâmetros. 
 
 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS 
 ECG 
Avalia função elétrica do coração (ritmo cardíaco) – 
precisa ter associação com a função mecânica; 
Ondas: presença, frequência, localização, atividade e 
intervalo regular, tamanho e o que cada uma 
representa  Onda P, intervalo PQ ou PR, onda Q, R, 
S, intervalo ST e onda T. 
OBS.: onda P e T possuem tamanhos próximos. 
 
o Traçado normal 
 
PRÁTICA MONITORAMENTO ANESTÉSICO 
Despolarização do Nodo Sinoatrial (onda P)  Nodo 
atrioventricular (intervalo PQ ou PR – pequeno atraso 
na onda (estímulo permanece no nodo atrioventricular) 
que ocorre para que ocorra o enchimento do ventrículo) 
 Despolarização/contração ventricular (complexo 
QRS – estímulo percorre a parede ventricular)  
Relaxamento da musculatura ventricular (intervalo ST) 
 Repolarização ventricular (onda T). 
 
o Alterações 
 Intervalo PQ maior 
Estímulo está demorando mais para passar do átrio 
(nodo sinoatrial) para o ventrículo (nodo 
atrioventricular)  Bloqueio atrioventricular de primeiro 
grau (estímulo demora, mas passa). 
 
 Onda P sem complexo QRS 
Estímulo não passa do átrio para o ventrículo  
Bloqueio atrioventricular de segundo grau do tipo I; 
Muito comum de observar em pacientes que recebem 
Xilazina (α2-agonista); 
Alteração frequência que não precisa de tratamento: a 
frequência diminui, porém se continuar adequada o 
animal não precisa de tratamento; 
Se tratar com Xilazina: frequência cardíaca abaixa mais 
ainda e a ocorrência de ondas P aumenta. 
 
 2 ondas P sem o completo QRS 
Bloqueio atrioventricular de segundo grau do tipo II; 
Não há aumento progressivo do intervalo presente 
após a onda P, ele já se inicia grande. 
 
 Complexo QRS ao contrário 
Bloqueio atrioventricular de terceiro grau (completo); 
Raramente aparece devido a interferência de um 
anestésico; 
Funcionamento atrial desconectado, não é seguido do 
funcionamento ventricular  Despolarização 
desorganizada; 
Pacientes apresentam frequência cardíaca 
extremamente baixa e alterações clinicas (dificuldade 
de exercício); 
O único tratamento é o marcapasso e a utilização de 
Atropina não é indicada, pois só irá aumentar o estímulo 
atrial. 
 
 Desfibrilação elétrica 
Fibrilação ventricular: coração está parado (não está 
ocorrendo ejeção)  Se observado, estará 
fasciculando sem produzir débito. 
A primeira coisa a se fazer é confirmar se realmente 
está ocorrendo; 
Animal não tem pulso, não tem função respiratória e os 
reflexos estão ausentes (globo ocular centralizado, 
midríase); 
Após confirmado deve-se realizar o choque cardíaco 
(fibrilação: despolariza todos as estruturas ao mesmo 
tempo para que o nodo sinoatrial volte a comandar)  
Geralmente o que ocorre após o choque é a assistolia 
(ausência de atividade elétrica)  Trata com adrenalina 
na tentativa de retornar o funcionamento cardíaco. 
 
 Oximetria de pulso 
Na veterinária utiliza-se sensores de orelha, língua 
(mais usado: área sem pelo e com calibre compatível), 
prepúcio, vulva, cauda  Área deve estar sem pelo e 
ser pulsátil; 
Sensor emite luz infravermelha; 
Percentual de oxihemoglobina varia de 0-100% e o 
normal é >90% para paciente respirando em condições 
atmosféricas (21% de O2). Já para pacientes que estão 
recebendo oxigênio puro deve ser >95%; 
Antecede a hipoxigenação, que normalmente só é 
percebida pela cianose, indicando saturação de 70% de 
O2; 
o Curva de saturação 
Vasoconstrição (maior resistência vascular): pico 
da onda mais pontudo (leito vascular devolve com 
resistência). Ocorre nos casos de administração de 
Adrenalina, que promove vasoconstrição na tentativa 
de aumentar a pressão arterial; 
Vasodilatação (menor resistência vascular): pico 
menos pontudo (sangue se distribui de maneira mais 
homogênea no leito vascular). 
 
 Pressão arterial 
o Não invasiva 
 Dopple vascular – sensor amplificador (igual a 
transdutor de ultrassom), medida de pressão muito 
mais fidedigna, além de permitir avaliar frequência 
cardíaca e pulso periférico. 
 Método oscilométrico – manguito que quando 
inflado a partir do esfigmomanômetro comprime o 
local permitindo a medição da pressão média. OBS.: 
Índice lateral do manguito deve corresponder de 
40-60% do diâmetro do local onde será 
acomodado. 
 
 Capnograma/Capnografia 
Medida de CO2 expirado – relação com a PCO2 
sanguínea  Aumento/redução proporcional; 
Medida não invasiva de acompanhamento em tempo 
real. 
o Alterações 
Maior profundida anestésica  Redução da 
eliminação de CO2 = Aumento da PCO2; 
Estresse  Aumento de metabolismo = Aumento da 
eliminação de CO2 = Reduçãoda PCO2; 
Depressão respiratória  Redução da eliminação de 
CO2 = Aumento da PCO2. 
o Curva 
Aumento da [ ] de CO2 (hipercapnia)  Platô alto; 
Redução da [ ] de CO2 (hipocapnia)  Platô baixo; 
Aumento da frequência respiratória  Número de ciclos 
maior; 
Redução da frequência respiratória  Número de ciclos 
menor; 
Inspiração de CO2 (máxima: 1): linha inspiratória não 
toca na linha de base  Reinalação de CO2: grande 
inalação; 
Bradipneia: elimina menos CO2; 
Taquipneia: elimina mais CO2. 
Sempre se considera que é uma intoxicação 
controlada do organismo, realizada com fármaco que é 
capaz de promover depressão (diminuição da atividade 
celular) do SNC de forma dose-dependente (leva o 
ANESTESIA GERAL INJETÁVEL 
animal de um estado normal até um estado de coma 
profundo a partir de infusão de doses maiores). 
Todos os fármacos agem da mesma forma, o que 
muda são as características do fármaco, dose 
necessária, velocidade e forma como irá atuar. 
 
 OBJETIVOS 
Inconsciência – acompanhada de amnésia (o que 
induz o sono); 
Analgesia – em boa parte das vezes a anestesia é 
utilizada para levar o paciente para uma cirurgia. 
Normalmente é obtido a partir de associação com 
outros fármacos analgésicos; 
Miorrelaxamento – favorece a manutenção de 
posicionamento adequado para a cirurgia e facilita 
manobras ortopédicas; 
Proteção dos reflexos autonômicos – o que permite que 
o animal acorde após o procedimento, diretamente 
relacionado com a dose e com o plano anestésico do 
animal. É o que mantém as funções respiratória e 
cardiovascular minimamente adequadas e pressão 
arterial normal mesmo com a redução da perfusão 
sanguínea. Deve-se manter um equilíbrio entre perda 
de consciência e manutenção dos reflexos 
 
 FUNÇÃO DOS ANESTÉSICOS INJETÁVEIS 
Indução anestésica – início da administração do 
anestésico local, quando o animal passa de um estado 
consciente para um inconsciente. Muito utilizado para 
essa função, pois possuem ação rápida e suave 
(normalmente o animal passa do estágio 1 para o 3 
rapidamente e o efeitos do estágio 2 não aparecem); 
Manutenção anestésica – utilização de fármacos 
como Propofol, Dexmedetomidina, Fentanil e 
Remifentanil facilitam a utilização da anestesia 
injetável; 
Analgesia (?) – associação para promoção de 
ausência de nocicepção. Com o uso apenas do 
anestésico injetável seria necessário induzir o animal a 
um plano anestésico muito mais profundo para 
promovê-la. Além disso, a associação favorece a 
redução da dor pós-operatória; 
Contenção – nesse sentido não é utilizada apenas 
para cirurgias, mas também para exames diagnósticos. 
 
Importante: efeito dose-dependente (dose ajustada de 
acordo com a resposta que se precisa ter do animal no 
momento) – doses cirúrgicas ou para realização de 
exames diagnósticos. 
 
 ANESTESIA BALANCEADA 
Administração de diversas classes de drogas – 
normalmente a utilização de apenas 1 fármaco em altas 
doses levava a efeitos colaterais. Associação de 
fármacos com efeitos diversos: analgésico, dissociativo 
buscando redução de doses e manutenção do animal 
em plano anestésico mais superficial; 
Efeito sinérgico – soma dos efeitos leva a menor 
demanda animal por fármacos. Exemplo: demanda 
menor de anestesia geral; 
Maior segurança e eficiência – os fármacos mais 
seguros são os com efeito mais curto, pois é possível 
ajustar a dose a partir do efeito causado. Importante 
para fármacos muito potentes, utilizado para eutanásia, 
como o Pentobarbital. Para esses fármacos utiliza-se 
dose de indução e após inicia-se a infusão contínua, 
possibilitando que o animal rapidamente se recupere 
dos efeitos da anestesia profunda, ao mesmo tempo, 
se for necessário aprofundar mais o plano anestésico 
também é possível. Traz mais segurança para o ato 
anestésico, porém, exige acompanhamento contínuo. 
 
 ANESTESIA VENOSA TOTAL (TIVA) 
Protocolos anestésicos onde não se utiliza 
anestesia inalatória, apenas anestésicos injetáveis: 
 Infusão contínua de fármacos – combinação 
de analgésicos, relaxantes musculares e 
bloqueadores neuromusculares; 
 Características farmacocinéticas e 
farmacodinâmicas; 
 O principal hipnótico utilizado é o propofol 
– efeito rápido e bom controle de plano 
anestésico. Na veterinária ainda é utilizado 
apenas para indução anestésica e manutenção 
de procedimentos curtos; 
 Bomba de infusão e infusão controlada – 
infusão alvo-controlada (já possui calcula 
matemático de acordo com massa gorda e 
massa magra do animal). A máquina ajusta o 
volume calculado durante o tempo de infusão 
 variação mais segura). 
 
Importante.: Atualmente o questionamento sobre a 
saúde das pessoas que entram em contato com os 
gases utilizados para a anestesia inalatória impulsiona 
o uso da anestesia venosa total. 
 
 Vantagens 
 Prática aplicação; 
 Promove indução rápida – quanto maior o animal, 
menor é a segurança quando se faz uma indução 
lenta devido ao menor controle da atividade 
muscular; 
 Pode ser usado em procedimentos 
diagnósticos, imobilização ou em cirurgias; 
 Dispensa aparelhagem específica – relacionada 
aos aparelhos necessários para indução por 
anestesia inalatória (vaporizador), porém, não 
dispensa a aparelhagem para suporte ventilatório 
(circuito respiratório); 
 Não induz poluição ambiental – relação com a 
inalação do gás pelos indivíduos; 
 Custo razoável – os equipamentos para indução 
por anestesia inalatória não são necessários, 
porém, se o veterinário já possuir esse custo é 
questionável. 
 
 Desvantagens 
 Dependem de metabolização para término do 
efeito – todos os fármacos sofrem metabolização 
hepática, demandando funcionamento hepático 
adequado. Porém, pacientes com insuficiência 
hepática não apresentam recuperação prolongada 
devido a outros sítios de metabolização, como os 
pulmões; 
 Difícil adequação e avaliação do plano 
anestésico – o ajuste de plano anestésico é um 
pouco mais lento e menos dinâmico do que na 
anestesia inalatória, por isso, o anestesista precisa 
de adaptar; 
 A recuperação pode ser prolongada – 
relacionada a procedimento de longa duração. Em 
equinos há estudos que dizem que procedimentos a 
partir de 1 hora e meia aumentam os ricos de 
mortalidade; 
 Ausência de antagonistas específicos – deve-se 
esperar o efeito passar. Exemplo: propofol leva a 
sono de 8 minutos; 
 Maior índice de mortalidade em procedimentos 
prolongados – normalmente utiliza-se anestesia 
inalatória para reduzir o requerimento dos fármacos 
injetáveis. 
 
 ANESTESIA VENOSA PARCIAL (PIVA) 
Anestésico injetável + Anestésico inalatório: 
Reduz o requerimento do fármaco inalatório com a 
utilização de fármacos injetáveis. 
 Formas de administração 
Bolus – dose única, utilizado para indução. Animal 
pode ser mantido anestesiado em bolus repetitivos  
Muito utilizado para exames diagnósticos, porém, para 
procedimentos cirúrgicos não é muito indicado, devido 
a oscilação de plano anestésico; 
Bolus + Infusão contínua – indução + dose calculada 
para determinado período do tempo. Mais utilizado para 
anestesia cirúrgica (ppt animais em coma, onde a dose 
utilizada de forma contínua não causa alteração do 
plano anestésico); 
Bolus + Infusão variável – indução + dose um pouco 
mais alta no início ou no momento de maior intervenção 
cirúrgica e posterior ajuste da dose ao plano 
anestésico. 
 Equipamentos 
Bomba de seringa: não se perde o acesso venoso, 
pois sempre está passando medicamento; 
Bomba de infusão para equipo: soro, transfusão 
sanguínea ou qualquer outro produto com dose/tempo 
controlado. 
 
 ANESTESIA GERAL INJETÁVEL 
Vias de administração: 
 IV obrigatória – anestésicos gerais injetáveis; 
 IM para anestésicos dissociativos – não são 
considerados anestésicos gerais, no 
transoperatório podem também ser utilizados 
por via intravenosa. 
Importante: via patente, acesso bem colocado, cateter 
de tamanho adequado e tricotomia para evitar necrose 
tecidual. Para animais com necessidade de hidratação 
ou transfusãopor exemplo, deve-se utilizar dois 
acessos para evitar competição do anestésico com 
grandes volumes de soro ou sangue (cateter possui 
volume máximo de infusão). Além disso, o acesso 
venoso bem feito diminui os riscos de perda de acesso 
e agitação do animal. 
 Escolha do agente anestésico 
Estado geral do paciente; 
Procedimento cirúrgico; 
Duração da intervenção; 
Fármacos e equipamentos disponíveis 
↓ 
Planejamento da anestesia 
 ANESTÉSICOS GERAIS INJETÁVEIS 
Medicamentos que acompanham a evolução dos 
planos anestésicos em maior ou menor dose e geram 
depressão do SNC. 
Importante: Cetamina não segue essas regras. 
 
Fármacos: Etomidato, Propofol (mais utilizado hoje) e 
Tiopental (efeitos adversos cumulativos, levam a 
demora no retorno do animal, por isso, é mais utilizado 
para manutenção rápida da anestesia, procedimentos 
rápidos e eutanásia. 
 
 Classes de anestésicos injetáveis 
Anestésicos geais: Propofol, Barbitúricos (Tiopental e 
Pentobarbital), Etomidato; 
Dissociativos: Cetamina (muito utilizado na medicina 
veterinária) e Tiletamina; 
Miorrelaxante de ação central: Éter Gliceril Guaiacol 
– EGG – não é anestésico geral auxilia na manutenção 
do animal em decúbito. 
 
Todos os anestésicos gerais injetáveis possuem 
atuação nos receptores gabaérgicos: 
Principal neurotransmissor inibidor do SNC; 
A ativação gabaérgica leva a inibição da atividade do 
SNC pelo aumento do influxo de Cl-  Hiperpolarização 
 Estabilização da célula  Diminuição da atividade 
cerebral (contato celular)  Sono, hipnose e 
relaxamento muscular; 
Início de ação rápido: perda de consciência em 30 
segundos após a administração (a distribuição pelos 
tecidos acompanha o fluxo sanguíneo, ocorrendo de 
forma rápida). 
 
Fármaco 
Mecanismo de 
ação 
Características 
Propofol 
Depressão do 
SNC pela 
ativação do 
subtipo 
inotrópico do 
receptor de 
ácido y-
aminobutírico 
(GABA), GABAA; 
Inibe o receptor 
N-metil-D-
aspartato 
(NDMA). 
Mais utilizado; 
Boa indução, 
manutenção e 
recuperação 
Tiopental 
Depressão do 
SNC pela 
ativação do 
GABA 
Indução rápida e 
suave; 
Recuperação 
prolongada 
quando utilizado 
para 
manutenção. 
Etomidato 
Depressão do 
SNC pela 
ativação do 
GABA 
Indução rápida; 
Recuperação 
prolongada 
quando utilizado 
para 
manutenção. 
 
 
 
o Propofol 
- Receptor N-metil-D-aspartato: receptor de ligação do 
aspartato e glutamato (neurotransmissores 
estimuladores) distribuído no córtex cerebral, encéfalo 
e na medula espinhal e está relacionado a estimulação 
do SNC  Segundo efeito de inibição. Devido a sua 
ação nesse receptor e ppt na medula espinhal, é 
atribuído ao Propofol uma ação analgésica; 
- Mais utilizado devido a indução rápida e ao menor 
tempo de recuperação do animal (distribuição para os 
tecidos e metabolização mais rápidos). 
 
 
 
o Tiopental 
Vem sendo substituído pelo uso do Propofol devido ao 
efeito cumulativo (associado ao acúmulo do fármaco no 
tecido adiposo e volta para a circulação sanguínea ao 
longo do tempo, sendo distribuído para os outros 
tecidos menos vascularizados de forma mais lenta, 
fazendo com que o tempo de recuperação seja maior, 
o que leva a necessidade de acompanhamento do 
animal por mais tempo após o procedimento cirúrgico 
 doses maiores em procedimentos mais longos 
promovem recuperação mais lenta), que o contraindica 
para procedimento de longa duração. 
 
 
 
o Etomidato 
- Mais fraco, precisa de dose maior para causar efeito 
hipnótico; 
- O controle/ajuste é mais fácil; 
- Em altas doses não causa depressão cardiovascular 
– fármaco de eleição para pacientes cardiopatas; 
Importante: apesar de possuir características ótimas, 
o veículo do fármaco (Propilenoglicol) causa lesões, 
como alteração no SNC, retardo na recuperação e 
hemólise intravascular (capaz de reduzir o Ht em até 
50%). Por isso, não é um fármaco de escolha para 
manutenção. 
 
 Efeitos principais 
 Depressão do SNC de forma dose-dependente, 
com redução da pressão intracraniana, do 
metabolismo cerebral e consumo de oxigênio – 
utilizados em protocolos de coma induzido, pois 
preservam o tecido cerebral pela redução do 
metabolismo e necessidade de O2; 
 Apneia de indução e hipoventilação transitória – 
apneia de indução é um evento corriqueiro e 
presente em boa parte dos procedimentos 
anestésicos. Após sua ocorrência, busca-se a 
intubação do animal (às vezes nem há necessidade, 
apenas a abertura da boca já possibilita o retorno as 
condições normais). Para evitar esse efeito pode-se 
realizar a intubação antes, visando aumentar a 
pressão de O2 e evitar a apneia; 
 Depressão cardiovascular dose-dependente exceto 
Etomidato – quanto mais superficial o plano 
anestésico, mais segura a anestesia  Na 
anestesia balanceada esse efeito é reduzido. 
 Depressão respiratória dose-dependente – 
alternativa: ventilar o paciente. 
 
 Efeitos principais 
 Metabolização hepática (Tiopental) e em outros 
sítios (Propofol (esterase pulmonar) e Etomidato 
(esterase plasmática nos gatos)); 
 Cesariana: propofol é a melhor opção entre os 
injetáveis, Etomidato e Tiopental relacionados a 
morte fetal – quando se pensa em cesariana 
(fêmea gestante), todos os fármacos traspõem a 
barreira transplacentária. Por isso, deve-se pensar 
em fármacos que não dependam de metabolização 
hepática, pois o neonato possui sistema hepático 
imaturo. Além disso, fármacos que não causem 
alteração cardiovascular e respiratória, que levam a 
dificuldade de mamar etc. após o procedimento  A 
anestesia inalatória é muito mais indicada, pois ao 
respirar o neonato já passa a eliminar o fármaco, 
demonstrando vigor e recuperação mais 
rapidamente. Importante: alguns trabalhos indicam 
morte em 100% de fetos nascidos de cesariana com 
o uso de Tiopental. 
 Etomidato: solução com alta osmolaridade, 
relacionado a hemólise clinicamente significativa e 
prolongada – preocupação em animais que já 
possuem alterações hematológicas prévias, como 
anemia. 
 
Importante.: Propofol: relacionado a reações 
alérgicas e edemas em pacientes mais predispostos, 
por exemplo, os com alergia a ovo ou vacinas. 
 
 
 
 
 DOSES 
Fármaco Espécie 
Dose de 
indução 
mg/kg 
Manutenção 
mg/kg/min 
Propofol 
Cão 3 a 10 0,2 a 0,6 
Gato 5 a 10 0,2 a 1,0 
Equino 
2 a 3 – 6 a 
8 
0,2 a 0,4 
Caprino 3 a 6 0,3 
Tiopental 
Cão 8 a 22 - 
Gato 8 a 22 - 
Equino 4 a 15 0,08 a 0,16 
Bovino 4 a 22 - 
Etomidato 
Cão 0,5 a 4 - 
Gato 0,5 a 4 -

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