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Estratégias pedagógicas e escolarização do aluno surdo Introdução Dando continuidade aos estudos, considerando a perspectiva da Educaça o Bilí ngue para surdos, esta unidade dida tica pretende promover reflexo es sobre sd estrate gias pedago gicas e a escolarizaça o do aluno surdo. Nessa perspectiva, e fundamental compreender e refletir sobre os espaços-tempos escolares como lo cus promotores de experie ncias visuais, tendo a Libras como lí ngua de instruça o e a Lí ngua Portuguesa na modalidade escrita como segunda lí ngua, bem como sobre a presença de outros artefatos culturais que atendam e promovam a diferença linguí stica e cultural surda. Nesta unidade, por uma questa o dida tica, reorganizamos a ordem das subunidades, ficando sequenciadas conforme segue: 4.1 - Pedagogia visual; 4.2 - Uso de tecnologias; 4.3 - Literatura surda e 4.4 – Lu dico. Na subunidade 4.1 – “Pedagogia visual”, abordaremos as pedagogias, as pra ticas e as estrate gias pedago gicas consideradas mais efetivas para a escolarizaça o do aluno surdo, enfatizando as experie ncias visuais considerando os aspectos linguí sticos e culturais da diferença surda. Na subunidade 4.2 - “Uso de tecnologias”, trataremos sobre o uso de tecnologias como instrumentos mediadores no processo de ensino e aprendizagem. Continuando os estudos na subunidade 4.3 - “Literatura surda”, versaremos sobre as manifestaço es culturais pela produça o da arte da literatura surda, entendendo sua riqueza como estrate gias pedago gicas que colaboram na construça o das identidades surdas, da subjetivaça o surda, do jeito surdo de ver e de se colocar no mundo, na compreensa o do surdo como sujeito da diferença, bem como nos processos de ensino e aprendizagem para todos os alunos surdos e ouvintes. E, na u ltima subunidade 4.4- “Lu dico”, dissertaremos sobre as estrate gias pedago gicas envolvendo a ludicidade em atividades significativas e prazerosas como uma maneira de desenvolver a criatividade, a organizaça o, a cooperaça o, a autoconfiaça e o conhecimento, auxiliando o aluno a pensar, propor alternativas e levantar hipo teses, e tambe m contribuindo no processo de aquisiça o e desenvolvimento da linguagem e na socializaça o. 4.1 Pedagogia visual Nas u ltimas de cadas, a discussa o sobre a escolarizaça o do aluno surdo tomou e toma espaços-tempos significativos no cena rio educacional nacional. Com mais intensidade, nos anos 90, a comunidade surda mobilizou-se em defesa da educaça o que melhor atenda suas necessidades. Entende-se aqui, por comunidade surda, um grupo cultural que partilha uma lí ngua de sinais e uma cultura comum. Essas comunidades esta o presentes em milhares de cidades do mundo, sa o constituí das por surdos, familiares, inte rpretes, alunos e professores/pesquisadores surdos e ouvintes envolvidos com a causa surda. E um grupo no qual a experie ncia visual, as lí nguas de sinais e os demais artefatos culturais surdos sa o compartilhados entre seus membros, que congregam interesses comuns e projetos coletivos vivenciando a diferença surda. Em 1999, educadores e lideranças surdas que integravam o Nu cleo de Pesquisa em Polí ticas para Surdos (NUPPES) e a FENEIS, durante o V Congresso Latino Americano de Educaça o Bilí ngue para Surdos, realizado em Porto Alegre, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), de 20 a 24 de abril, elaboraram o documento: “A educaça o que no s surdos queremos”, conforme citado na Unidade 1 deste caderno dida tico. A participaça o dos surdos nesses espaços-tempos de discusso es e produço es acade micas coloca-os em outras posiço es sociais e de escolarizaça o. Com esse empoderamento, os surdos passam a decidir sobre a forma como querem ser narrados e que educaça o desejam. O documento acima referido, em seus 147 itens, aponta, dentre outras necessidades para atender a s diferenças linguí sticas e culturais dessa comunidade: 1) a oficializaça o da Lí ngua Brasileira de Sinais nos municí pios, Estados e a ní vel federal; 2) a formaça o do profissional instrutor e educador surdo; 3) o currí culo da escola de surdos. A comunidade surda lutou pela manutença o e pela criaça o de novas escolas para surdos, entendendo que esses espaços-tempos para a escolarizaça o dos surdos seriam os mais adequados, pois teriam mais condiço es de criar ambientes linguí sticos que garantisse, de forma mais efetiva, o uso da lí ngua de sinais para a comunicaça o e o ensino. No entanto, a maneira com que a Polí tica Nacional de Educaça o Especial na Perspectiva da Educaça o Inclusiva aborda a tema tica, documento orientador este mencionado nas Unidades 1 e 2 da disciplina, na o houve avanços nesse sentido e, com isso, os surdos, em sua maioria, esta o distribuí dos nas escolas de ouvintes. Com isso, hoje os surdos esta o matriculados ou em escolas para surdos ou em escolas de ouvintes. As consideraço es expostas a seguir sobre as estrate gias pedago gicas e de escolarizaça o do aluno surdo sa o pensadas considerando como espaços-tempos as escolas de ouvintes por serem estas o lo cus majorita rio de desenvolvimento das atividades pra ticas desta disciplina e da disciplina “EAD1897 – Esta gio Supervisionado/Surdez” deste Curso de Educaça o Especial – Licenciatura (a dista ncia). Tambe m por pressupor que as escolas de surdos construí ram seus currí culos pensados para atender a diferença linguí stica e cultural surda. Algumas reivindicaço es da comunidade surda ganham força trazendo uma se rie de mudanças, garantindo certas pra ticas pedago gicas, que beneficiam a escolarizaça o considerando a diferença linguí stica e cultural surda. Uma delas diz respeito a oficializaça o e regulamentaça o da Libras, o que garante aos surdos serem inseridos em ambientes linguí sticos escolares que atendam a diferença surda. Nesse espaço-tempo, tera o garantido a Libras como lí ngua de instruça o, dentre outras coisas conforme previsto nos documentos legais estudados integralmente na Unidade 1, na integralidade, a Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispo e sobre a Lí ngua Brasileira de Sinais - Libras e da outras provide ncias, e o Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, que regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispo e sobre a Lí ngua Brasileira de Sinais – Libras. Com a oficializaça o da Libras o paí s se torna legalmente bilí ngue, isso significa dizer que a presença desta lí ngua deve ser efetiva em qualquer espaço-tempo, deve circular entre surdos e ouvintes. Por ser a comunidade surda minorita ria, ate enta o, o que vivenciamos principalmente nas Comentado [p1]: TERMO DO GLOSSÁRIO: Empoderamento (empoderar-se) significa dar, devolver ou tomar poder a quem desejar ter a liberdade de decidir e controlar seu próprio destino com responsabilidade e respeito ao outro. A ideia de empoderamento representa importante papel na mobilização, possibilitando superar (individual ou coletivamente), num jogo permanente de poder, a dependência social e a dominação política. Significa ocupar espaços de decisões. (MAROSTEGA, 2015, p. 124) http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.436-2002?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%205.626-2005?OpenDocument escolas de ouvintes sa o pra ticas pedago gicas pensadas para a comunidade majorita ria, ou seja, para os ouvintes, cujos esforços educacionais sa o apoiados na Lí ngua Portuguesa, dificultando aos alunos surdos a comunicaça o, o desenvolvimento da linguagem/pensamento e a aprendizagem dos conteu dos escolares. Para que nosso paí s se torne bilí ngue e os alunos surdos vivenciem efetivas experie ncias inclusivas, e necessa rio investir nas mudanças dos currí culos escolares e nas pra ticas e estrate gias pedago gicas que possibilitem ao aluno surdo: 1) estabelecer comunicaça o/interaça o em Libras com toda a comunidade escolar; 2) ter acesso aos conteu dos escolares em Libras; 3 ) aprender a Lí ngua Portuguesa na modalidade escrita como segunda lí ngua. A inclusa o de surdos nas escolas de ouvintes na o se resume ao desenvolvimento de estrate gias pedago gicas voltadas especificamente para o aluno surdo, isso podera caracterizar um processo de normalizaça o e na o de atendimento a diferença linguí stica e cultural surda. Bem como, a proposiça o de uma Educaça o Bilí ngue para surdos na o se resume na presença da Libras e da Lí ngua Portuguesa na modalidade escrita nos espaços-tempos escolares onde esses alunos esta o inseridos. Para que os surdos possam vivenciar processos inclusivos, interagindo com colegas e professores em outras situaço es de ensino como, por exemplo, nos trabalhos em grupo, nos debates na sala de aula, nas conversas no intervalo, entre outras, o conhecimento e o uso da Libras deve ser estendido a toda comunidade escolar. Dessa forma, uma das estrate gias pedago gicas para a inclusa o do aluno surdo esta relacionada ao aprendizado e ao uso da Libras por toda a comunidade escolar. Outra estrate gia pedago gica a ser implementada diz respeito ao ensino e a aprendizagem da Lí ngua Portuguesa escrita para/pelo aluno surdo. A presença do inte rprete e do professor de Libras sa o fundamentais, mas na o garante a efetiva escolarizaça o e inclusa o do aluno surdo, lembrando que o responsa vel pela sua aprendizagem e o professor. E necessa rio criar espaços-tempos de promoça o da cultura e da identidade surda. Portanto, para uma efetiva escolarizaça o dos alunos surdos e imprescindí vel mudanças significativas nas escolas para darem conta da proposta bilí ngue de educaça o, sendo que “o cara ter bilí ngue de uma proposta educativa para surdos deve partir do reconhecimento da diferença cultural dos surdos, bem como do reconhecimento da lí ngua de sinais como sendo pro pria da comunidade surda a qual o sujeito pertence”. (LOPES, 2011, p.69) Considerando o exposto acima, algumas pra ticas (estrate gias) pedago gicas sa o eminentemente urgentes. Uma delas diz respeito a difusa o da Libras nas escolas. Quando falamos em Libras, e importante lembrar que esta e uma lí ngua completa com seus para metros especí ficos da fonologia, da sintaxe e da sema ntica e, portanto, devera ser entendida como tal nos processos de ensino e aquisiça o da mesma, bem como em seu uso. Isto e , na o usar alguns sinais para fortalecer o ensino e a compreensa o da Lí ngua Portuguesa. Libras e Lí ngua Portuguesa sa o duas lí nguas distintas e, como a pro pria legislaça o e concepça o bilí ngue de educaça o de surdos preconiza, os surdos devera o ter acesso aos conteu dos em Libras e aprender a Lí ngua Portuguesa na modalidade escrita como segunda lí ngua. Esta lí ngua sera ensinada com base nos conhecimentos adquiridos pelos surdos por meio da lí ngua de sinais. Lembrando que a Libras na o e ensinada, mas adquirida pelo sujeito surdo, o interlocutor (professor de Libras) preocupar-se-a em usar essa lí ngua na comunicaça o com o surdo de forma fluida e interessada em situaço es reais do cotidiano, vivendo a lí ngua, visto que existe uma relaça o entre lí ngua, linguagem e pensamento, identidade, cultura e comunidade. Nesse sentido, o ideal e que esse professor/interlocutor seja um surdo com proficie ncia em Libras, e que os surdos possam conviver com seus pares nos espaços-tempos escolares. Seguindo a perspectiva da Educaça o Bilí ngue, algumas pedagogias sa o discutidas e apresentadas como efetivas para a escolarizaça o do aluno surdo. Sa o elas: a Pedagogia Surda, a Pedagogia da Diferença e a Pedagogia Visual. A Pedagogia Surda e uma forma de pensar a escolarizaça o considerando as condiço es sociais, histo ricas e culturais dos surdos. Nesta pedagogia, a presença do professor surdo e indispensa vel para ministrar aulas em Libras para o aluno surdo desde o iní cio da escolarizaça o, que devera se dar Comentado [p2]: ATENÇÃO: “As línguas de sinais são instrumentos essenciais para transmitir cultura e conhecimento. O status e o reconhecimento das línguas de sinais no mundo devem ser reforçados mediante políticas lingüísticas, pesquisa e ensino da língua de sinais. As línguas de sinais deverão fazer parte do currículo escolar de cada país.” (DECLARAÇÃO MUNDIAL DE EDUCAÇÃO DE SURDOS, 2007, apud LOPES, 2011, p.28) Comentado [p3]: ATENÇÃO: Inclusão não é entendida como um lugar a ser conquistado, um ponto de chegada, mas um processo de constante tensão, um processo permanente e, portanto, requer investimentos permanentes nas políticas e práticas pedagógicas que constituem o cenário educacional. Comentado [p4]: SAIBA MAIS: O artigo “A pra tica pedago gica mediada (tambe m) pela lí ngua de sinais: trabalhando com sujeitos surdos”, de Cristina B. Feitosa de Lacerda, discute o uso da lí ngua de sinais em um espaço-tempo escolar, e esta disponí vel em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101- 32622000000100006&lng=pt&nrm=iso Comentado [p5]: ATENÇÃO: “A educação bilíngue para surdos “defende a tese de que a criança seja mergulhada desde tenra idade na Lingua de Sinais para que possa atingir suficiente desenvolvimento linguístico e cognitivo. É este desenvolvimento que possibilitará, mais tarde, a fazer uso da Língua de Sinais como metalinguagem para a aquisição das habilidades de leitura e escrita [...]”. (CAPOVILLA e RAPHAEL, 2001, p. 1540) http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622000000100006&lng=pt&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622000000100006&lng=pt&nrm=iso no momento da descoberta da surdez. O contato com surdos adultos e seus pares, na mais tenra idade, fara com que o sujeito adquira a Libras o mais cedo, de forma natural e mais eficiente, possibilitando a construça o de identidade e promovendo a diferença surda. Essa Pedagogia Surda e a pedagogia desejada pelos surdos, e um espaço-tempo de escolarizaça o pensado e criado por eles e para eles, lembrando que as lutas da comunidade surda sa o balizadas na constituiça o da subjetividade do jeito surdo de ser, da sua identidade, da sua cultura, sendo fundamental as interaço es com seus pares. E a pedagogia utilizada dentro das escolas de surdos, onde ale m dos conteu dos escolares previstos para o ensino de qualquer aluno, o currí culo contempla disciplinas sobre o estudo da Libras (assim como nas escolas de ouvintes temos a disciplina de Portugue s), sobre questo es da cultura surda, tendo como lí ngua usua ria nos espaços- tempos escolares, o tempo todo, a Libras e a Lí ngua Portuguesa como lí ngua a ser aprendida como segunda lí ngua ou lí ngua estrangeira. “A Pedagogia surda vem atrelada a pra tica de subjetivaça o, a desconstruça o, ao estranhamento de discursos ouvintistas sobre esse ser surdo.” (MORAIS & LUNARDI-LAZZARIN, 2009, p.23) A Pedagogia Surda busca atender as especificidades do sujeito surdo considerando os aspectos da identidade e da cultura dos sujeitos. As autoras surdas Perlin e Stro bel (2008, p.21) referem-se assim a essa pedagogia: “(...) pensamos que a pedagogia surda provoca a sensaça o de que na o somos segregados, na o somos o estereo tipo do diferente, vivemos o respeito a alteridade”. Diz, ainda, Stumpf (2008, p.20): “(...) por meio da Pedagogia Surda, pensa-se em fazer melhor colocando a criança desde sempre para conviver com a cultura surda”. Nesse contexto, a escola deve ter em seu quadro de profissionais o professor surdo. Os movimentos surdos inventam termos para marcar outras formas de desenvolver as pra ticas pedago gicas que melhor atendam suas necessidades, que respeitem o surdo como ele e , que levem em consideraça o aspectos da cultura surda, questo es da lí ngua e da identidade. Dessa maneira, outra forma de nomear essas pra ticas diz respeito a Pedagogia da Diferença. O importante e que as escolas permaneçam em constantes movimentos, tensionamentos discutindo os currí culos e suas pra ticas pedago gicas, na o apenas para criar uma “nova metodologia”, mas para que haja mudanças epistemolo gicas que batizam um melhor atender e promover a diferença surda, tendo o cuidado de que: (...) ‘novas verdades’ na o surjam, formando cada vez mais novas ‘etiquetas desqualificadoras’, ou que pedagogizaço es da diferença brotem como ervas daninhas, pois, no momento em que se instituem novos slogans, estes va o proliferando, criando-se, assim, novos modelos a serem seguidos, fundados em novas verdades. (MORAIS & LUNARDI-LAZZARIN, 2009, p.17-18) Estudos sobre as diferenças linguí sticas e culturais dos surdos, que demandam tambe m uma Pedagogia da Diferença, na o sa o algo recente no mundo e no Brasil. Encontramos diversos registros que tratam da histo ria da educaça o de surdos e da luta pelo pleno reconhecimento de sua lí ngua natural, a Lí ngua de Sinais, bem como “(...) pelo direito de serem pertencentes e produtores de uma cultura pro pria, de construí rem identidade(s) surda(s), de assumirem o papel de agentes no processo educacional de seus pares, de lutar por uma Pedagogia e currí culos que contemplem e produzam sujeitos da diferença”. (MAROSTEGA, 2015, p.128) E importante diferenciar os termos diferença e diversidade, os quais aqui na o devem ser entendidos como sino nimos, de maneira indiferenciada, apesar de serem assim colocados em alguns documentos governamentais, bem como nos espaços-tempos sociais e escolares. “Ser diferente e sentir diferente, e olhar diferente, e significar as distintas manifestaço es existentes dentro da cultura, e na o ser o mesmo do outro” (LOPES, 2007, p.23). Na perspectiva po s-estruturalista, a diferença na o se apazigua, pois na o se trata de contradiça o. O que a diferença faz e exatamente diferir. A diferença e irredutí vel, diferenças geram, produzem diferenças. A diferença na o deve ser aceita ou tolerada, mas sim ser produzida. Diversidade refere-se ao diverso, ao mu ltiplo e ao que e apaziguado. Quando reduzimos a diferença na diversidade, ha uma banalizaça o do potencial polí tico da diferença. Falar da diferença como diversidade produz um esvaziamento polí tico e social da diferença. A diferença deve ser promovida e na o normalizada. A diversidade caracteriza-se como uma polí tica universalista que contempla o todo. Quando sa o usadas como sino nimo, as questo es da diferença sa o esmaecidas e deixa de fato de serem diferentes. Na construça o das pra ticas e estrate gias pedago gicas, a escola deve ater-se a esta condiça o: na o tratar diferença e diversidade como sino nimos, para que a educaça o de surdos seja produzida conforme as especificidades da experie ncia visual e da diferença linguí stica e cultural desses sujeitos. Vivemos, atualmente, numa sociedade chamada de Sociedade da Visualidade, onde somos capturados o tempo todo por essa fa brica de componentes tecnolo gicos produtores de imagens, pela linguagem image tica construtora de subjetividade. Somos mergulhados nos mais diversos recursos visuais, desde o mais simples e acessí veis como a televisa o, aos mais complexos e ra pidos como os que utilizam o mundo computadorizado com tecnologias mais sofisticadas e de longo e imediato alcance. Tais tecnologias fazem parte de nossa vida, nos protegendo, nos colocando em relaço es conosco e com os outros, nos fazendo ver e ser vistos, nos ajudando a ver e compreender o mundo. O que nos interessa, neste momento, na o e problematizar tal sociedade, mas compreender como a linguagem image tica pode ser eficiente na escolarizaça o do aluno surdo. E nas pra ticas pedago gicas da chamada Pedagogia Visual que a linguagem image tica se faz presente. Nesta, o foco na o esta na linguagem verbal, mas sim, na linguagem image tica e nas pra ticas pedago gicas que utilizam recursos visuais no processo de ensino e aprendizagem, possibilitando subsí dios para ampliar “(...) o leque dos ‘olhares’ aos sujeitos surdos e sua capacidade de captar e compreender o ‘saber’ a ‘abstraça o’ do pensamento image tico dos surdos.” (CAMPELLO, 2007, p.130) O aluno surdo e um sujeito de experie ncias visuais, sua comunicaça o se da pela lí ngua de sinais, sua linguagem, seu conhecimento se constituem por meio de vive ncias visuais. Portanto, e atrave s de recursos e estrate gias visuais que sua aprendizagem sera otimizada. Conforme relato de Se rgio Marmora de Andradas, surdo, residente no Rio de Janeiro (ANDRADAS apud CAMPELLO, 2007, p. 101): Nunca ouvi nenhum som sequer: as ondas no mar, o vento, o canto dos pa ssaros e por aí vai. Para mim, entretanto, esses sons nunca foram essenciais para a compreensa o do mundo, ja que cada um deles sempre foi substituí do por uma imagem visual, que me transmitia exatamente as mesmas emoço es que qualquer pessoa que ouve sente, ou talvez ainda com mais força, quem sabe? As minhas palavras nunca faltaram, e nunca fui uma criança rebelde ou nervosa, por uma simples raza o: sempre tive como me comunicar, as pessoas em minha volta sempre entenderam o que eu queria, pois compartilhavam das mesmas palavras que eu: os Sinais. Na perspectiva da Pedagogia Visual, os ambientes escolares sa o pensados incluindo recursos e estrate gias visuais tais como: uso da tecnologia da informa tica e da internet, projetor multimí dia, desenhos e ví deos, fotografias, gravuras, mapas conceituais, experie ncias em laborato rios, viagens de estudos, uso de glossa rio para atividade de escrita. Para a comunicaça o, podem ser usadas as ferramentas das redes sociais, emails, mensagens por celular, possibilitando ao surdo o uso da Lí ngua Portuguesa escrita e a webcam para se comunicar em Libras. Na Pedagogia Visual, a Libras torna-se a lí ngua de instruça o, ou seja, o aluno surdo recebera os conteu dos e realizara suas interaço es nos espaços escolares por meio da Libras e aprendera a Lí ngua Portuguesa como lí ngua estrangeira. Veja que isso implica em movimentos significativos na escola, na o apenas incluindo outros recursos materiais e humanos (professores surdos para ministrar Libras e outras disciplinas e o inte rprete dessa lí ngua), mas, principalmente, criando polí ticas e propostas pedago gicas que contemplem a diferença surda, transformando a escola num ambiente que destaca a visualidade. Se para o ouvinte, na linguagem verbal, a palavra possibilita a generalizaça o, fazer relaço es e comparaço es e desenvolver o raciocí nio classificato rio, para o surdo, e a representaça o visual que permite favorecer tais processos de pensamento, facilitando a transmissa o e a construça o de conhecimentos. Para a escolarizaça o do surdo, conforme coloca Campello (2007, p. 129): (...) sugere-se a organizaça o de uma pedagogia visual que contemple a elaboraça o do currí culo, dida tica, disciplina, estrate gia, contaça o de histo ria ou esto ria, jogos educativos, envolvimento da cultura artí stica, cultura visual, desenvolvimento da criatividade pla stica, visual e infantil das artes visuais, utilizaça o da linguagem de Sign Writing (escrita de sinais) na informa tica, recursos visuais, sua pedagogia crí tica e suas ferramentas e pra ticas, concepça o do mundo atrave s da subjetividade e objetividade com as ‘experie ncias visuais’. E importante, portanto, ressaltar que, na Pedagogia Visual, a Libras na o e suficiente para a efetiva compreensa o dos conteu dos escolares, se faz necessa rio a utilizaça o do maior nu mero possí vel de recursos visuais tecnolo gicos, disponí veis como materiais dida ticos existentes na escola, disponí veis no ambiente ou sejam eles produzidos pelos professores e alunos. Portanto, pensar na escolarizaça o dos surdos implica, inicialmente, repensar o projeto e as pra ticas pedago gicas em ní vel de escola, onde algumas questo es fundamentais devem ser contempladas: 1) incluir o ensino e o uso da Libras por toda a comunidade escolar; 2) ter a Libras como lí ngua de instruça o; 3) criar ambientes de aprendizagem que contemplem as experie ncias visuais; 4) garantir a presença do inte rprete e do professor surdo nos espaços-tempos escolares onde estiver o aluno surdo. Independente dos espaços escolares (escola de surdos ou escola de ouvintes) onde os surdos esta o inseridos o mais importante diz respeito ao desenvolvimento de estrate gias pedago gicas que atendam as diferenças linguí sticas e culturais surdas para que a efetiva escolarizaça o aconteça. 4.2 Uso de tecnologias Conforme vimos anteriormente, o uso de tecnologias como recurso visual de comunicaça o e de instruça o e fundamental na educaça o de surdos. Atualmente, o celular com suas redes sociais e o computador por meio da internet e da multimí dia configuram-se nas tecnologias mais usadas na comunicaça o e como recursos acessí veis visualmente no processo de ensino e aprendizagem. A multimí dia e a combinaça o controlada pelo computador usando pelo menos uma mí dia esta tica e outra dina mica. Mí dia esta tica sa o os textos, gravuras, fotografias, gra ficos. A mí dia dina mica refere- se ao ví deo e a animaça o. A presença de tais tecnologias, por si so , na o demonstra efica cia na escolarizaça o dos alunos. O professor, como um organizador e mediador das estrate gias pedago gicas, torna-se a peça fundamental nesse processo. Bem como a escolha de tais recursos para atender aos objetivos que se pretende. Podemos dizer que o computador, na escola, pode ser usado com va rios objetivos. Ale m do uso no setor administrativo, pode facilitar ao professor a elaboraça o de provas e textos. No entanto, no que se refere ao processo de ensino e aprendizagem, o computador podera ser usado com dois objetivos distintos: 1) entrar na escola como um conteu do novo a ser aprendido pelo aluno, ou seja, o aluno ira aprender informa tica. Aprender como usar, por exemplo, o Word (processador de texto), o Excel (editor de planilhas-ca lculos), enfim, aprender sobre informa tica. No uso administrativo e nessa perspectiva, o computador e visto como uma ma quina que serve para facilitar o trabalho, para informatizar os me todos de ensino ja existentes e, ainda, a informa tica torna- se um conteu do (disciplina) a ser somado aos demais ja existentes no currí culo; 2) ser usado como um instrumento (uma ferramenta) cultural, mediador no processo de construça o do conhecimento do aluno. Ele serve, na o simplesmente para obter conhecimentos a respeito da informa tica, mas fundamentalmente para que por meio de um ambiente diferenciado ocorra um aprendizado pela informa tica. Na escolarizaça o do aluno surdo, o computador podera ser usado como ferramenta de trocas cognitivas, nas interaço es entre os pares por meio de: ví deos em Libras, em Sign Writing, em textos na Lí ngua Portuguesa e com imagens, auxiliando nas pesquisas, nos trabalhos em grupo, facilitando o processo de construça o do conhecimento em ambiente de cooperaça o, criaça o coletiva e interdisciplinar, sendo os recursos da informa tica considerados ferramentas de apoio. Podemos, a grosso modo, dizer que o computador divide-se em duas partes basicamente: hardware e software. Hardware corresponde a parte fí sica do computador. E o conjunto de aparatos eletro nicos, placa de ví deo, memo ria, processadores, chips, etc., que fazem o computador funcionar. Ja o Software e o que poderí amos chamar de “mente” do computador. Sa o os sistemas operacionais como, por exemplo, o Windows o Android, que sa o programas computacionais. Existem va rios tipos de softwares de: sistema (constituí do pelo sistema operacional); aplicativo (por exemplo: Word, Excel, Paint); programaça o (usados para criar outros programas a partir de linguagens de programaça o); tutorial (sa o os programas que auxiliam o usua rio de outro programa); jogos (usados para o lazer, diversa o) e os softwares abertos (e qualquer um dos softwares citados acima que permite o usua rio compartilhar informaço es). Quando um software esta inserido em um contexto e em uma situaça o de ensino e aprendizagem, com objetivos pedago gicos, e denominado de software educacional. Os softwares educacionais sa o recursos tecnolo gicos que podem fazer parte das estrate gias pedago gicas. Existem va rios tipos, tais como o software de: apresentaça o (funciona como um livro eletro nico); o tutorial (apresenta o conteu do ao aluno, realizando perguntas a respeito do mesmo); simulaça o (simula o mundo real possibilitando o aluno a desenvolver hipo teses, testa -las e analisar os resultados); jogos educativos (jogos que se propo e a ensinar algum conteu do ou desenvolver capacidades intelectuais do aluno); hipermí dia interativa (esse software promove a pro pria construça o do software educacional). Lembrando sempre que essas ferramentas isoladas ou escolhidas aleatoriamente, sem fazer parte de um projeto de ensino, podera o na o ser eficazes no processo de escolarizaça o. Existem softwares disponí veis para download gratuito no Portal do Software Pu blico Brasileiro. Para conhecer e ate fazer uma ana lise de alguns softwares educativos, voce podera acessar os seguintes sites: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/pesquisa-e-inovacao/noticia/2016-05/aplicativo-para- surdos-transforma-conteudos-da-internet-em> <https://softwarepublico.gov.br/social/search/software_infos?selected_categories_id%5B %5D=11&software_type=all> Para que as tecnologias tenham efica cia na escolarizaça o, a escola e o professor devera o criar estrate gias com claros objetivos sobre a importa ncia de tais recursos no processo de ensino e aprendizagem. Na o e simplesmente criar um laborato rio com tais recursos e deixar o aluno explorando sozinho sem uma finalidade e mediaça o do professor: “(...) a utilizaça o de um computador deve, antes de mais nada, resultar de uma escolha baseada no conhecimento das possibilidades oferecidas pela ma quina cuja utilizaça o precisa de um projeto adequado e de um ambiente de aprendizagem dotado de necessa ria estrutura.” (STUMPF, 2019, p.2) As multimí dias sa o recursos valiosos na escolarizaça o do surdo, sendo que podem ser utilizados em sala de aula com uma riqueza visual importante para o aluno surdo. Utilizar texto escrito em Libras (SignWriting) ou na Lí ngua Portuguesa, juntamente com uma imagem e mais um ví deo em Libras, facilitara ao surdo estabelecer a relaça o de significado/significante para o desenvolvimento da linguagem e a construça o do conhecimento. Como ja vimos, os surdos sa o sujeitos de experie ncias visuais e na o auditivas. Conforme Perlin e Miranda citados Strobel (2008, p. 39), experie ncia visual significa a utilizaça o da visa o, em (substituiça o total a audiça o), como meio de comunicaça o. Desta experie ncia visual surge a cultura surda representada pela lí ngua de sinais, pelo modo diferente de ser, de se expressar, de conhecer o mundo, de entrar nas artes, no conhecimento cientí fico e acade mico. A cultura surda comporta a lí ngua de sinais, a necessidade de inte rprete, de tecnologia de leitura. Para a escolarizaça o dos surdos, e importante que os conteu dos e a produça o do conhecimento sejam registrados na linguagem image tica, utilizando-se das tecnologias de informaço es e multimí dias. http://agenciabrasil.ebc.com.br/pesquisa-e-inovacao/noticia/2016-05/aplicativo-para-surdos-transforma-conteudos-da-internet-em http://agenciabrasil.ebc.com.br/pesquisa-e-inovacao/noticia/2016-05/aplicativo-para-surdos-transforma-conteudos-da-internet-em https://softwarepublico.gov.br/social/search/software_infos?selected_categories_id%5B%5D=11&software_type=all https://softwarepublico.gov.br/social/search/software_infos?selected_categories_id%5B%5D=11&software_type=all Atividades da Unidade 4 A partir das observaço es e dos registros realizados na escola, voce devera descrever as tecnologias presentes na mesma e seus usos na escolarizaça o do(s) aluno(s). Apo s, e com orientaça o da professora da disciplina, realizara uma pesquisa sobre outras tecnologias incluindo-as nas estrate gias pedago gicas a serem desenvolvidas no pro ximo semestre na disciplina “EAD1897-Esta gio Supervisionado/Surdez”. 4.3 Literatura surda Ja ressaltamos a importa ncia do aluno surdo estar imersa a ambientes linguí sticos e culturais da diferença surda, ricos em experie ncias visuais para sua escolarizaça o. Aqui, trataremos de estrate gias pedago gicas que possibilitem aos surdos processos de ensino e aprendizagem por meio da literatura surda. As obras litera rias surdas (poesias, contos, teatro, fabulas, piadas, etc.) manifestam-se nas histo rias narradas em Libras, contadas nas comunidades surdas e entre os surdos, para o pu blico infantil ou adulto. Podemos conceituar literatura surda como sendo: (...) histo rias que te m a lí ngua de sinais, a identidade e a cultura surda presente nas narrativas. Literatura surda e a produça o de textos litera rios em sinais, que traduz a experie ncia visual, que entende a surdez como presença de algo e na o como falta, que possibilita outras representaço es de surdos e que considera as pessoas surdas como um grupo linguí stico e cultural diferente (KARNOPP, 2006 apud KARNOPP, 2010, p. 161) As manifestaço es culturais pela arte da literatura surda, ale m do cara ter informativo e de provocar o prazer pela leitura usando a Libras de forma mais esponta nea, auxilia na construça o das identidades surdas, da subjetivaça o surda, do jeito surdo de ver e se colocar no mundo. “As narrativas, os poemas, as piadas e os mitos que sa o produzidos servem como evide ncias da identidade e da cultura surda”. (KARNOPP, 2008. p. 6) A literatura surda no passado permanecia na memo ria e foi passada de geraça o para geraça o de surdos ou foi esquecida. Seus registros so foram possí veis quando a lí ngua de sinais passou a ser reconhecida como lí ngua em diferentes espaços-tempos, escrita em SignWriting (criada pela Valerie Sutton, em 1974), e transmitida em ví deos (com o avanço das tecnologias midia ticas de comunicaça o e quando essas torna-se populares, acontecimento das u ltimas de cadas). A partir de enta o, a literatura surda pode ser registrada impressa e em ví deos contendo imagens, fotos, gravuras, escrita em sinais ou traduzidas para o portugue s. No entanto, segundo Karnopp (2008), apesar de se ter uma vasta e diferenciada literatura surda que circula entre os surdos em escolas, nas associaço es e nos encontros da comunidade surda, ha uma pequena parcela registrada em ví deos, na Libras ou traduzida para a Lí ngua Portuguesa, sendo que, na perspectiva bilí ngue, isso tambe m faz parte do mundo surdo e torna0se indispensa vel para sua escolarizaça o. O ato de contar histo rias e um costume muito antigo pertencente as mais diversas comunidades. Qual o sujeito que nunca ouviu uma histo ria? Qual a escola que na o tem o local para o conto de histo rias? Quem nunca contou ou ouviu histo rias sobre sua comunidade e/ou sobre as mais diversas literaturas? Onde existem pessoas existem histo rias. Uma das coisas que os surdos gostam de fazer quando esta o reunidos e contar histo rias. Histo rias de vida, histo rias que envolvam as diferenças entre o mundo surdo e o ouvinte, piadas que incluem elementos da cultura surda, com a presença de personagens surdos, poemas, etc. Isso, geralmente, se da nas associaço es de surdos e nas escolas de surdos ou nas escolas de ouvintes onde ha va rios surdos inseridos. Esses espaços-tempos onde ha um compartilhamento da lí ngua de sinais e da cultura surda propiciam aos surdos o aperfeiçoamento e o fortalecimento da lí ngua de sinais, da identidade e da cultura surda, a ampliaça o na comunicaça o, o compartilhamento de ideias e informaço es ampliando seus saberes. Pelo fato da literatura surda ter iniciado seus registros ha poucas de cadas, ainda ha muito a ser construí do. Atualmente, no Brasil, muitas pesquisas e muitos estudos foram e esta o sendo desenvolvidos sobre a literatura surda. Va rios pesquisadores surdos e ouvintes tratam dessa a rea de conhecimento que diz respeito a s produço es litera rias em que a Libras, a questa o da identidade e da cultura surda constituem os textos e as imagens. Comentado [p6]: SAIBA MAIS: Mais informações sobre a SignWriting disponível em CAPOVILLA & RAPHAEL, 2001, Vol. I, p. 54-126, bem como em todo corpo do dicionário trilíngue. Pesquisas e mais estudos sobre a mesma foram desenvolvidos, aqui no Brasil, principalmente pela Profª Drª Marianne Rossi Stumpf. Comentado [p7]: INTERATIVIDADE: Assita em <https://www.youtube.com/watch?v=MX3vJecZX44> a contação de história em Libras feita na Feira do Livro. https://www.youtube.com/watch?v=MX3vJecZX44 Encontramos produço es litera rias que foram traduzidas para a Libras e outras adaptadas e/ou criadas incluindo, ale m da Libras, personagens surdos, aspectos da identidade e cultura surda. Ao apresentar as obras, os autores surdos sera o identificados para que tenhamos conhecimento desses profissionais artistas e pesquisadores engajados na educaça o de surdos promovendo a diferença surda. A editora “Arara Azul” disponibiliza alguns textos cla ssicos da literatura universal e/ou brasileira, traduzidos para a Libras. Dentre eles, podemos citar: 1) Os cla ssicos da literatura universal para crianças traduzidos para Libras. - “As aventuras de Pino quio” (Autor: Carlos Collodi pseudo nimo de Carlos Lorenzini, Ita lia 1828-1890). Traduça o para a Libras por Ana Regina Campello (surda) e Nelson Pimenta (surdo), 2003. Figura 03: As aventuras de Pino quio Fonte: <https://www.editora-arara-azul.com.br/>. Acesso em: 04/02/2019. - “A histo ria de Aladin e a la mpada maravilhosa” (Autor desconhecido). Traduça o para a Libras por Ana Regina Campello (surda) e Nelson Pimenta (surdo). Material em CD-ROM, bilí ngue Portugue s/Libras contendo sugesto es pedago gicas, 2004. Figura 04: A histo ria de Aladin e a la mpada maravilhosa Fonte: <https://www.editora-arara-azul.com.br/>. Acesso em: 04/02/2019. - “Alice no paí s das maravilhas” (Autor: Lewis Carroll, Reino Unido 1832 – 1898). Traduça o do Ingle s para o Portugue s por: Cle lia Regina Ramos. Tradutores para a Libras: Marlene Pereira do Prado, Wanda Quintanilha Lamara o e Cle lia Regina Ramos. Material em CD-ROM, bilí ngue Portugue s/Libras contendo sugesto es pedago gicas, 2002. Figura 05: Alice no Paí s das Maravilhas https://www.editora-arara-azul.com.br/ https://www.editora-arara-azul.com.br/ Fonte: <https://www.editora-arara-azul.com.br/>. Acesso em: 04/02/2019. 2) Obra para jovens e adultos das literaturas de Lí ngua Portuguesa traduzidas para a Libras. - “O velho da horta” (Autor: Gil Vicente) Traduzido para Libras por: Marlene Pereira do Prado e Juan Nascimento Guimara es (surdo). Material em CD-ROM, bilí ngue Portugue s/Libras contendo sugesto es pedago gicas, 2004. Figura 06: O velho da horta Fonte: <https://www.editora-arara-azul.com.br/>. Acesso em: 04/02/2019. - “O alienista” (Autor: Machado de Assis). Tradutores para Libras: Alexandre Melendez (surdo) e Roberta Almeida. Material em CD-ROM, bilí ngue Portugue s/Libras contendo sugesto es pedago gicas, 2004. Figura 07: O alienista Fonte: <https://www.editora-arara-azul.com.br/>. Acesso em: 04/02/2019. https://www.editora-arara-azul.com.br/ https://www.editora-arara-azul.com.br/ https://www.editora-arara-azul.com.br/ - “A missa do galo” (Autor: Machado de Assis). Tradutores para Libras: Heloí se Gripp Diniz (surda) e Roberto Gomes Lima. Material em CD-ROM, bilí ngue Portugue s/Libras contendo sugesto es pedago gicas, 2005. Figura 08: A missa do galo Fonte: <https://www.editora-arara-azul.com.br/>. Acesso em: 04/02/2019. - “O relo gio de ouro” (Autor: Machado de Assis). Tradutores para Libras: Heloí se Gripp Diniz (surda) e Roberto Gomes Lima. Material em CD-ROM, bilí ngue Portugue s/Libras contendo sugesto es pedago gicas, 2005. Figura 09: O relo gio de ouro Fonte: <https://www.editora-arara-azul.com.br/>. Acesso em: 04/02/2019. - “A cartomante” (Autor: Machado de Assis). Tradutores para Libras: Heloí se Gripp Diniz (surda) e Roberto Gomes Lima. Material em CD-ROM, bilí ngue Portugue s/Libras contendo sugesto es pedago gicas, 2005. Figura 10: A cartomante https://www.editora-arara-azul.com.br/ https://www.editora-arara-azul.com.br/ Fonte: <https://www.editora-arara-azul.com.br/>. Acesso em: 04/02/2019. - “O cortiço em Libras” (Autor: Aluisio de Azevedo). Tradutores: Anie Gomes e Rodrigo Rosso (surdo). Material em CD-ROM, importante obra da literatura brasileira em Libras, 2015. Figura 10: O cortiço em Libras Fonte: <https://www.editora-arara-azul.com.br/>. Acesso em: 04/02/2019. 3) Obras adaptadas para a Libras - “Alice para crianças” (Autor Lewis Carroll) Traduça o e adaptaça o do texto por Cle lia Regina Ramos. Ilustraça o: Thiago Larrico. Tradutores para a Libras: Janine Oliveira e Torí bio Ramos Malagodi (surdo). Supervisa o da Libras: Luciane Rangel. O material contem livro ilustrado e CD-ROM bilí ngue, 2007. Figura 11 – Alice para crianças https://www.editora-arara-azul.com.br/ https://www.editora-arara-azul.com.br/ Fonte: <https://www.editora-arara-azul.com.br/>. Acesso em: 04/02/2019. 4) Obra criada em Libras e traduzida para o portugue s: - “As estrelas de Natal” ( Autoras do texto em portugue s: Alessandra F. Klein (Inte rprete) e Karin Strobel (surda, Profª. Dra., atuante na a rea da surdez)). Tradutores para a Libras: Nata lia Schleder Rigo e Rodrigo Custo dio da Silva. Material com livro em papel mais DVD-ROM em Portugue s/Libras, 2015. Figura 12 - As estrelas de Natal Fonte: <https://www.editora-arara-azul.com.br/>. Acesso em: 04/02/2019. Essas sa o algumas obras litera rias bilí ngues. Apresentaremos, agora, algumas obras da literatura surda cuja tema tica e sobre a surdez, a lí ngua de sinais e/ou surdos. Sa o livros publicados a partir do ano de 2000. Vejam as obras e alguns comenta rios: - “Tibi e Joca – uma histo ria de dois mundos” (Autora: BISOL, 2001). Conta com a participaça o especial de um surdo, Tibiriça Maineri. A autora assim apresenta o livro: Esta histo ria de um menino surdo e parecida com a de muitas outras crianças que nasceram ou ficaram surdas. Du vidas, desespero, culpa, acusaço es, sofrem os pais. Solida o, um imenso sem-sentido, um mundo que teima em na o se organizar, sobre a criança. O que fazer? (BISOL apud KARNOPP, 2010, p.166-167). https://www.editora-arara-azul.com.br/ https://www.editora-arara-azul.com.br/ O personagem da histo ria e um menino surdo que nasceu em uma famí lia ouvinte onde todos vivenciam momentos difí ceis ate começar a usar a lí ngua de sinais. Uma histo ria rica em ilustraço es, lí ngua de sinais e registrada na Lí ngua Portuguesa. - Figura 13: Tibi e Joca Fonte: https://issuu.com/danielaprometi/docs/--_tibi___joca_-- - “Kit Libras e Legal” (2003). Sa o livros impressos de literatura infantil. No kit encontramos “(...) cinco livros que comprem uma funça o prioritariamente dida tica. Os livros sa o ilustrados, apresentam a sinalizaça o da Libras em desenhos, a escrita da lí ngua de sinais e o portugue s.” (KARNOPP, 2010, p. 167). Voce podera saber mais informaço es sobre o “Kit Libras e legal” a seguir: Quadro 06 – Kit Libras e legal O KIT LIBRAS E LEGAL esta composto pelos seguintes materiais: 1 Mini Diciona rio; 1 Jogo do Sorvete; 5 Livros Dida ticos Trilí ngu e. Desses materiais, os livros de histo rias infantis e o mini-diciona rio esta o editados em tre s linguagens: a Libras “falada”, ilustrada por desenhistas surdos, colaboradores do projeto; o Sign Writing (escrita da lí ngua de sinais) e o Portugue s escrito. Desse modo, pretendemos ampliar e diversificar as possibilidades de comunicaça o visual e simbo lica em sala de aula entre professor e alunos. Os Jogos Dida ticos sa o ilustrados e apresentam a Libras. O Ví deo e todo apresentado em Libras, com legenda em Lí ngua Portuguesa. Trataremos detalhadamente de cada um dos materiais a seguir. COMO USAR O KIT LIVROS INFANTIS Ale m da o bvia funça o de diversa o, entretenimento e lazer que a leitura de livros de histo ria oferece aos estudantes, os exemplares do KIT LIBRAS E LEGAL apresentam um diferencial. Os cinco livros infantis que o Kit conte m, cumprem uma funça o dida tica, informativa e de registro de algumas narrativas presentes nas comunidades surdas que te m sido relatadas de geraça o em geraça o pelos surdos. Todos os livros sa o ilustrados, apresentam a sinalizaça o da Libras em desenhos, a escrita da lí ngua de sinais e o portugue s escrito. Como os materiais em Libras sa o muito escassos, o professor podera utilizar os livrinhos tambe m nas atividades de leitura e escrita desenvolvidas em sala de aula com seus alunos surdos. E uma Comentado [p8]: INTERATIVIDADE: Visualize o livro “Tibi e Joca” disponível em: https://issuu.com/danielaprometi/docs/--_tibi___joca_-- forma de demonstrar que, mesmo de formas diferentes, as linguagens sa o igualmente importantes na comunicaça o. “VIVA AS DIFERENÇAS” e um livrinho que fala, de forma simples, sobre a diversidade do ser humano. Discutir as diferenças em sala de aula e uma oportunidade de semear valores como o respeito e a solidariedade entre as crianças, indispensa veis a sua convive ncia em grupo. “CACHOS DOURADOS” e um cla ssico da literatura infantil que faz parte do universo de muitas crianças ouvintes. Agora as crianças surdas podem conhecer essas histo rias contadas por seus pais e professores atrave s do registro em Libras. “IVO” e uma oportunidade de trabalhar algumas noço es de cidadania com os alunos, pois os documentos pessoais sa o uma maneira de nos inserirmos a sociedade atual e dela participar. A histo ria infantil oferece inu meras possibilidades de trabalhar diversos conceitos a ela relacionados, tais como famí lia, sau de, trabalho, educaça o, polí tica entre outros. “HISTO RIA DA A RVORE” e uma piada muito conhecida na comunidade surda, que vem sendo contada e recontada. Com humor ela traz uma mensagem muito interessante de respeito a s diferenças individuais. “ADA O E EVA” tambe m e uma narrativa que compo e o universo de relatos da comunidade surda. E um belí ssimo texto que mostra a versa o dos surdos sobre a origem da linguagem humana. De maneira poe tica, eles demonstram que a forma de comunicaça o original dos homens seria a lí ngua de sinais, na o fosse o pecado original cometido por Ada o e Eva no Paraí so. Desse modo eles reivindicam o reconhecimento do valor e importa ncia da lí ngua de sinais pela Sociedade. JOGOS Os jogos propostos te m por objetivo ampliar o vocabula rio das crianças surdas, pois envolvem atividades de linguagem, como tambe m dar destaque a s configuraço es de ma o utilizadas na realizaça o dos sinais. E uma forma divertida de fixar esse aspecto ta o importante da Libras. 1. A PULGA SURDA Material: tabuleiro do gato, boto es coloridos e um dado. Objetivos: fixaça o das configuraço es de ma o e alfabeto manual, associaça o de letras e alfabeto manual, formaça o de palavras. Jogo: O jogador escolhe um bota o colorido que representa sua pulga. Coloque as pulgas na casa “Saí da” e sorteie quem começa o jogo. Cada jogador, em sua vez, lança o dado e vai pulando, procurando as letras correspondentes a sequ e ncia do alfabeto manual. Ex. dado 4 – a, b, c, d. O vencedor e a pulga que chegar ate a casa “Final”. Variaça o: Antes de iniciar o jogo, uma figura e escolhida e juntos escrevem seu nome em um lugar visí vel. Cada jogador lança o dado e vai pulando, procurando as letras da sequ e ncia da palavra da figura mostrada. Caso o nu mero de letras da palavra seja inferior ao nu mero do dado, o jogador deve continuar pulando e, portanto, na o completa a tarefa. Desse modo o jogador, para completar a tarefa, precisa acertar no dado o nu mero de letras que precisa para completar a palavra. O vencedor e o dono da pulga que primeiro terminar a palavra. Obs: O professor pode adequar a escolha das palavras a s necessidades de seu grupo de alunos, variando os temas a serem explorados. 2. O JOGO DAS MA OS Material: tabuleiro com as categorias, roleta de configuraça o de ma os, boto es coloridos e 1 (um) dado. Objetivos: ampliaça o do vocabula rio e fixaça o das configuraço es de ma os da Libras. Jogo: cada jogador coloca sua peça colorida na casa “Saí da” e sorteia quem começa. Cada jogador, em sua vez, lança o dado e vai pulando as casas na sequ e ncia correta do nu mero sorteado. Ao parar em uma casa gira a roleta e faz um sinal da Libras com a configuraça o de ma o (CM) sorteada, referente ao tema da casa em que parou (zoolo gico, alimentos, casa, famí lia, etc.). Se acertar podera continuar jogando na pro xima rodada quando chegar a sua vez. Se errar fica preso em sua casa uma rodada. Na pro xima vez, gira a roleta novamente para mudar a configuraça o de ma o. O vencedor e aquele que chegar primeiro ao final. Ex. CM [c] sinal: maça , copo, cunhado(a), etc. MINI-DICIONA RIO Mesmo reconhecendo a existe ncia de um bom nu mero de diciona rios de Libras, produzidos em diferentes formatos e materiais, este mini-diciona rio tem como proposta apresentar a Libras de forma diferente da tradicional. Nossa intença o foi a de construir um “cena rio” e a partir dele apresentar os sinais, de forma contextualizada. Os temas envolvem o vocabula rio ba sico da Libras e em cada cena os sinais sera o registrados em Libras (desenho) e escrita da lí ngua de sinais, com as variaço es pertinentes a cada um dos Estados do Sul. Mesmo sendo um diciona rio, ele oferece muitas possibilidades de utilizaça o pelo professor. O fato de os sinais estarem sempre em um contexto, possibilita o trabalho de produça o de textos com os alunos, formando frases e expresso es, realizando dia logos, fazendo relatos, descriço es e assim por diante. APROVEITE AO MA XIMO! Esperamos que o KIT LIBRAS E LEGAL cumpra os objetivos a que se propo e nas escolas e na comunidade. O material foi idealizado e produzido pensando sempre em representar uma contribuiça o aos pais, aos professores e toda gama de educadores e outros interessados, mas principalmente a criança, ao estudante surdo. Gostarí amos muito que ela percebesse que o material foi feito para ela, que ele reflete sua realidade e suas necessidades lingu í sticas diferenciadas. E muito importante para no s sabermos se nossos objetivos foram atingidos. Por isso estamos propondo que voce professor(a) educador(a) nos envie sua opinia o sobre o material, suas impresso es, suas sugesto es, sua apreciaça o. Fonte: <http://www.libraselegal.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=17&Ite mid=53&lang=pt> As obras a seguir sa o traduço es dos cla ssicos da literatura, (...) com uma aproximaça o com as histo rias de vida e as identidades surdas. Traduzir as histo rias que sa o contadas em lí ngua de sinais na comunidade de surdos foi o objetivo inicial dos autores desses livros. Para isso, foram filmadas algumas histo rias contadas em lí ngua de sinais, que foram posteriormente registradas na escrita da lí ngua de sinais e traduzidas para a lí ngua portuguesa. (KARNOPP, 2010, p. 168) -“Cinderela Surda” (Autores: HESSEL (surda); ROSA (surdo); KARNOPP, 2003). A obra apresenta uma releitura do cla ssico “Cinderela”, apresentando aspectos da cultura e identidade surda. http://www.libraselegal.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=17&Itemid=53&lang=pt http://www.libraselegal.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=17&Itemid=53&lang=pt A histo ria esta escrita em lí ngua de sinais (sing writing) e em portugue s (Texto em versa o bilí ngue). “As ilustraço es acentuam as expresso es faciais e os sinais, destacando elementos que traduzem aspectos da experie ncia visual.” (KARNOPP, 2010, p. 170) Figura 14: Cinderela surda Fonte: <http://www.editoraulbra.com.br/>. Acesso em 05/02/2019. -“Rapunzel Surda” (Autores: SILVEIRA (surda); ROSA (surdo) & KARNOPP. 2003). A histo ria fala sobre a aquisiça o da linguagem e a variaça o linguí stica nas lí nguas de sinais. Aborda as questo es relacionadas ao ambiente linguí stico necessa rio para o desenvolvimento da linguagem: Passaram-se os anos, Rapunzel cresceu e a bruxa percebeu que a menina na o falava, mas tinha uma grande atença o visual. Rapunzel começou a apontar para o que queria e a fazer gestos para muitas coisas. A bruxa enta o descobriu que a menina era surda e começou a usar alguns gestos com ela. (SILVEIRA; ROSA & KARNOPP. 2003, p. 12) Rapunzel convivendo somente com a Bruxa, que na o conhecia a lí ngua de sinais, na o estava crescendo em um ambiente linguí stico favora vel a se desenvolvimento linguí stico. Ao conhecer o Prí ncipe usua rio da lí ngua de sinais tudo mudou. Figura 15: Rapunzel Surda Fonte: <http://www.editoraulbra.com.br/> http://www.editoraulbra.com.br/ http://www.editoraulbra.com.br/ - “O Patinho Surdo” (Autores: ROSA (surdo) & KARNOPP, 2005). A histo ria tematiza as diferenças linguí sticas na famí lia e na sociedade. Evidencia a importa ncia do inte rprete na comunicaça o entre surdos e ouvintes. Figura 16: Patinho Surdo Fonte: <http://www.editoraulbra.com.br/> Essas tre s u ltimas histo rias: “Cinderela Surda”, “Rapunzel Surda” e “Patinho Surdo” abordam a importa ncia da lí ngua de sinais, da cultura e da identidade surda. Temas fundamentais a serem trabalhados e vivenciados nas escolas, principalmente, onde os surdos esta o inseridos. Apresentamos, aqui, um recorte sobre a literatura surda. Para saber mais sugerimos as seguintes leituras: KARNOPP, Lodenir. Literatura Surda. Floriano polis, SC: UFSC, 2008. Disponí vel no site: <http://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoEspecifica/literaturaVisual/assets/ 369/Literatura_Surda_Texto-Base.pdf >. DALL’ALBA, Carilissa & STUPF, Marianne. Literatura Surda: contribuiço es linguí sticas para alunos surdos, os sujeitos da experie ncia visual na a rea da educaça o. Disponí vel no site: <http://revistas.ufcg.edu.br/ch/index.php/Leia/article/view/851>. KARNOPP, Lodenir Becker. Produço es culturais de surdos: ana lise da literatura surda. Pelotas - Cadernos de Educaça o – FaE/PPGE/UFPel, nº36, p. 155-174, maio/agosto de 2010. Disponí vel no site: <https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/view/1605/1488>. Tambe m, sugerimos outros sites para pesquisa sobre a tema tica literatura surda: <https://www.lsbvideo.com.br/product-page/lsb004-livro-dvd-as-aventuras-de- pin%C3%B3quio-em-lsb-libras> <https://www.lsbvideo.com.br/product-page/lsb008-livro-digital-dvd-6-f%C3%A1bulas- de-esopo-em-lsb-libras-v-1 > <https://www.youtube.com/watch?v=sBBulj3HOtM > http://www.editoraulbra.com.br/ http://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoEspecifica/literaturaVisual/assets/369/Literatura_Surda_Texto-Base.pdf http://www.libras.ufsc.br/colecaoLetrasLibras/eixoFormacaoEspecifica/literaturaVisual/assets/369/Literatura_Surda_Texto-Base.pdf http://revistas.ufcg.edu.br/ch/index.php/Leia/article/view/851 https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/view/1605/1488 https://www.lsbvideo.com.br/product-page/lsb004-livro-dvd-as-aventuras-de-pin%C3%B3quio-em-lsb-libras https://www.lsbvideo.com.br/product-page/lsb004-livro-dvd-as-aventuras-de-pin%C3%B3quio-em-lsb-libras https://www.lsbvideo.com.br/product-page/lsb008-livro-digital-dvd-6-f%C3%A1bulas-de-esopo-em-lsb-libras-v-1 https://www.lsbvideo.com.br/product-page/lsb008-livro-digital-dvd-6-f%C3%A1bulas-de-esopo-em-lsb-libras-v-1 https://www.youtube.com/watch?v=sBBulj3HOtM - “As luvas ma gicas do Papai Noel” (Autores: Alessandra Franzen Klein e Claudio Henrique Nunes Moura o – Cacau Moura o - (surdo)) Figura 17: As luvas ma gicas do Papai Noel Fonte: <http://cacaumourao.blogspot.com/2014/12/contador-de-historia-para-as-criancas.html> < https://www.youtube.com/watch?v=LTOknRv3ztA> Desenho animado da Turma da Mo nica traduzido para Libras <https://www.lsbvideo.com.br/> Livros e ví deos em Libras < https://www.youtube.com/watch?v=LTOknRv3ztA> Desenho animado da Turma da Mo nica traduzido para Libras. Acesso em 03/02/2019 - DAMASCENO, Tatiana Valau Pereira e DAMASCENO, Eduardo Filgueiras. BIBLIOMETRIA DA PRODUÇA O EDITORIAL DE LITERATURA SURDA NO PERI ODO DE 2005 A 2015. REPPE: Revista do Programa de Po s-Graduaça o em Ensino - Universidade Estadual do Norte do Parana Corne lio Proco pio, v. 1, n. 2, p. 116-131, 2017. . Disponí vel no Google em PDF com o tí tulo de: “bibliometria da produça o editorial de literatura ... – Revistas – UENP.” Contar histo rias para os alunos surdos e uma estrate gia pedago gica fundamental para seu desenvolvimento linguí stico e cultural. Ale m disso, contar essas histo rias para todos os alunos da escola e uma excelente estrate gia pedago gica para o aprendizado da Libras, o conhecimento e o respeito das questo es linguí sticas e culturais dos surdos, contribuindo com a produça o da diferença. No entanto, e preciso selecionar com cuidado a obra que sera usada na escolarizaça o dos alunos. Devem ser observadas fundamentalmente duas questo es: 1) a forma como os materiais da literatura surda foram produzidos: se atendem as exige ncias linguí sticas da Libras (que pode ser apresentada em imagens impressa, filmagem e na escrita- SignWriting) e se contemplam as questo es culturais da comunidade surda. 2) se atendem ao objetivo que pretende ser atingido no processo de escolarizaça o do aluno. Comentado [p9]: SAIBA MAIS: Leia o artigo “Produço es culturais de surdos: ana lise da literatura surda”, de Lodenir Becker Karnopp, publicado nos Cadernos de Educaça o – FaE/PPGE/UFPel, nº36, p. 155-174, maio/agosto de 2010, disponí vel em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/vi ew/1605/1488 http://cacaumourao.blogspot.com/2014/12/contador-de-historia-para-as-criancas.html https://www.youtube.com/watch?v=LTOknRv3ztA https://www.lsbvideo.com.br/ https://www.youtube.com/watch?v=LTOknRv3ztA https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/view/1605/1488 https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/view/1605/1488 Outra estrate gia pedago gica importante para a escolarizaça o dos surdos, auxiliando em seu desenvolvimento linguí stico e cultural, diz respeito ao teatro. No teatro, a expressa o atrave s das feiço es, do corpo e da lí ngua de sinais e constantemente praticada pelos sujeitos surdos, por isso, eles te m grande talento para expressar as suas identidades culturais atrave s de desenhos no ar: as poesias, as narrativas e as contaço es das histo rias. (STROBEL, 2008) A autora, ainda, lembra que, nas comunidades surdas, muitos surdos se destacaram mundialmente, como Marlee Matlin, atriz surda americana vencedora do Oscar de melhor atriz pela sua atuaça o no filme “Filhos do Sile ncio”, em 1987. Outra atriz surda e a francesa Emanuelle Laborit, que, ale m de interpretar no teatro e no cinema, tambe m e a autora do livro “O vo o da gaivota”, traduzido em va rias lí nguas. No Brasil, temos muitos atores surdos. Podemos destacar Nelson Pimenta, que tambe m e pesquisador e tradutor conforme vimos anteriormente. Nelson estudou nos Estados Unidos no National Theatre of the Deaf e, no nosso paí s, ele e dono da empresa: “LSB Ví deos” (site apresentado anteriormente), que produz livros, jogos dida ticos e DVDs em lí ngua de sinais com muitas histo rias infantis, poesias, dramatizaço es da cultura surda (STROBEL, 2008). Outro ator, mí mico e clown, e o surdo Rimar Romano Segala. Ele e sua irma fundaram a companhia de teatro “Cia. Arte e Sile ncio”. O ator faz apresentaço es teatrais nas escolas, para crianças surdas e ouvintes, com o objetivo de divulgar a Libras e a cultura surda. Podemos citar outros comediantes e artistas surdos, tais como: Claudio Henrique Nunes Moura o (conhecido como: “Cacau Moura o”), Celso Badin, Paulo Andre Bulho es, Silas Queiro z e Heloir Montanher. Portanto, encontramos uma riqueza na literatura surda sendo produzida por diferentes autores e pesquisadores da causa surda. Na lí ngua de sinais, expressam toda riqueza linguí stica e cultura produzida na comunidade a que pertencem. Literatura cujos textos apresentam ideias, sentimentos, empregando a lí ngua de sinais com liberdade e beleza. Atividades da Unidade 4 Considerando o estudo na subunidade 4.3, assista no YouTube o ví deo em Libras “A a rvore surda”, disponí vel em <https://www.youtube.com/watch?v=UjbxJl5OD98&t=12s>, e discuta com seus colegas qual o entendimento sobre a histo ria. https://www.youtube.com/watch?v=UjbxJl5OD98&t=12s 4.4 Lúdico Os estudos de Psicologia e Sociologia, ao longo da histo ria da educaça o, firmaram que os brinquedos, as brincadeiras e os jogos contribuem para a aprendizagem e o desenvolvimento (intelectual, emocional e social) dos sujeitos. Inclusive, os estudos de Lev Semionovich Vygotsky, um dos autores mais referenciados neste Curso de Educaça o Especial – Licenciatura (a dista ncia), afirmam que esses objetos ou essas pra ticas atuam como instrumentos de mediaça o na zona de desenvolvimento proximal/imediato/iminente, sendo que: o momento central para toda a psicologia da aprendizagem e a possibilidade de que a colaboraça o se eleve a um grau superior de possibilidades intelectuais, a possibilidade de passar daquilo que a criança consegue fazer para aquilo que ela na o consegue por meio da imitaça o. Nisto se baseia toda a importa ncia da aprendizagem para o desenvolvimento, e e isto o que constitui o conteu do do conceito de zona de desenvolvimento imediato. (VIGOTSKI, 2009, p. 331) Com isso, a zona de desenvolvimento proximal/imediato/iminente refere-se ao processo em que o sujeito faz alguma coisa com o auxí lio do outro ou de um instrumento, neste caso, os brinquedos, as brincadeiras e os jogos atuariam como instrumentos na referida zona de desenvolvimento, e aqueles que interagem com o sujeito atuariam como mediadores, de modo a possibilitar a chegada desse sujeito na zona de desenvolvimento real/atual, processo este quando o sujeito faz alguma coisa sem o auxí lio de outrem. Ale m das contribuiço es dos estudos de Psicologia e Sociologia, os Estudos Culturais, campo antidisciplinar voltado a relaça o entre cultura, conhecimento e poder (GIROUX, 2002), surgidos na de cada de 60 nos Estados Unidos, que subsidiam as discusso es dos Estudos Surdos, inferem que os artefatos, os objetos e as pra ticas culturais colaboram na produça o das infa ncias. Desse modo, esse campo rompe com a dicotomia entre adulto e criança, bem como evita a negaça o, a dissociaça o e a oposiça o entre aquilo que denominamos de atividade, e o que denominamos de brinquedos/brincadeiras/jogos (BUJES, 2000). Ao trazer as contribuiço es dos Estudos Culturais, damos um passo a frente em relaça o ao firmado pelos campos da Psicologia e da Sociologia, uma vez que dimensionamos que os brinquedos, as brincadeiras e os jogos na o apenas mediam a relaça o entre o sujeito e o objeto de conhecimento, mas produzem modos de ser sujeito e de se relacionar com a cultural. Nesse sentido, interessante refletir sobre a importa ncia dos brinquedos, das brincadeiras e dos jogos nos modos de produça o do aluno surdo como sujeito de uma experie ncia visual e de uma diferença linguí stica e cultural no processo de escolarizaça o. Basta crianças encontrarem-se para brincadeiras iniciarem. Brincar faz parte da infa ncia, e da natureza de ser criança. As brincadeiras sa o atividades criadoras do ser humano, nas quais a fantasia, a imaginaça o e a realidade interagem produzindo outras formas de interpretaça o, expressa o e aço es, bem como outras construço es de relaço es sociais com outros sujeitos. E uma ferramenta importante na educaça o e na escolarizaça o. As atividades lu dicas como estrate gias pedago gicas congregadas nos currí culos escolares, ale m de fazerem parte do entretenimento da criança, proporcionam, dentre outras questo es relacionadas ao ensino e a aprendizagem, a aquisiça o e o desenvolvimento da linguagem, a capacidade criadora e a socializaça o. As atividades lu dicas envolvem diferentes pra ticas, tais como: [...] movimento expressivo, jogos infantis, jogos com regras, jogos com objetivos imagina rios, jogos mime ticos, jogos teatrais de caracterizaça o e personificaça o, [...] figurinos, objetos do cotidiano e sucata, improvisaço es e dramatizaço es de histo rias infanto-juvenis, resultando em performances ce nicas como um esquete, uma histo ria sinalizada, uma piada sinalizada, uma pantomima, um espeta culo teatral. (LULKIN, 2001, p.53) Essas estrate gias pedago gicas envolvendo a ludicidade devem considerar as questo es, ja tratadas anteriormente, sobre os aspectos linguí sticos e culturais constituidores da diferença surda. O professor podera encontrar sugesto es de jogos em obras e sites da internet, conforme segue. Quadro 07 – Kit Libras e legal – Jogos JOGOS Os jogos propostos te m por objetivo ampliar o vocabula rio das crianças surdas, pois envolvem atividades de linguagem, como tambe m dar destaque a s configuraço es de ma o utilizadas na realizaça o dos sinais. E uma forma divertida de fixar esse aspecto ta o importante da Libras. 1. A PULGA SURDA Material: tabuleiro do gato, boto es coloridos e um dado. Objetivos: fixaça o das configuraço es de ma o e alfabeto manual, associaça o de letras e alfabeto manual, formaça o de palavras. Jogo: O jogador escolhe um bota o colorido que representa sua pulga. Coloque as pulgas na casa “Saí da” e sorteie quem começa o jogo. Cada jogador, em sua vez, lança o dado e vai pulando, procurando as letras correspondentes a sequ e ncia do alfabeto manual. Ex. dado 4 – a, b, c, d. O vencedor e a pulga que chegar ate a casa “Final”. Variaça o: Antes de iniciar o jogo, uma figura e escolhida e juntos escrevem seu nome em um lugar visí vel. Cada jogador lança o dado e vai pulando, procurando as letras da sequ e ncia da palavra da figura mostrada. Caso o nu mero de letras da palavra seja inferior ao nu mero do dado, o jogador deve continuar pulando e, portanto, na o completa a tarefa. Desse modo o jogador, para completar a tarefa, precisa acertar no dado o nu mero de letras que precisa para completar a palavra. O vencedor e o dono da pulga que primeiro terminar a palavra. Obs: O professor pode adequar a escolha das palavras a s necessidades de seu grupo de alunos, variando os temas a serem explorados. 2. O JOGO DAS MA OS Material: tabuleiro com as categorias, roleta de configuraça o de ma os, boto es coloridos e 1 (um) dado. Objetivos: ampliaça o do vocabula rio e fixaça o das configuraço es de ma os da Libras. Jogo: cada jogador coloca sua peça colorida na casa “Saí da” e sorteia quem começa. Cada jogador, em sua vez, lança o dado e vai pulando as casas na sequ e ncia correta do nu mero sorteado. Ao parar em uma casa gira a roleta e faz um sinal da Libras com a configuraça o de ma o (CM) sorteada, referente ao tema da casa em que parou (zoolo gico, alimentos, casa, famí lia, etc.). Se acertar podera continuar jogando na pro xima rodada quando chegar a sua vez. Se errar fica preso em sua casa uma rodada. Na pro xima vez, gira a roleta novamente para mudar a configuraça o de ma o. O vencedor e aquele que chegar primeiro ao final. Ex. CM [c] sinal: maça , copo, cunhado(a), etc. Fonte: <http://www.libraselegal.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=17&Ite mid=53&lang=pt> Figura 18: Jogo Imagem-Datilologia-Escrita http://www.libraselegal.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=17&Itemid=53&lang=pt http://www.libraselegal.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=17&Itemid=53&lang=pt Fonte: <http://www.brinquelibras.com.br/site_novo> Figura 19: Jogo Domino (Datilologia da letra inicial e Imagem) Fonte: <http://www.brinquelibras.com.br/site_novo> E importante que o professor utilize os jogos e as brincadeiras, na o somente como passatempo, nem apenas como lazer, mas, principalmente, como um elemento enriquecedor nos processos de ensino e aprendizagem. O lu dico faz parte do desenvolvimento cognitivo, afetivo e social do aluno e, portanto, deve fazer parte da escolarizaça o do aluno surdo. Tambe m e necessa rio fazer uma releitura das atividades lu dicas ja existentes, criar novas, incorporando-as nas estrate gias pedago gicas que atendam os aspectos linguí sticos e culturais dos alunos surdos. Seguem alguns exemplos: - brincadeira do telefone sem fio. Aqui, ao inve s de usar a palavra falada, usa-se a palavra sinalizada. O professor podera deixar livremente a escolha do vocabula rio/da frase, ou podera solicitar que seja relacionada a s tema ticas trabalhadas em outro momento na sala de aula. Essa atividade tambe m pode ser usada para introduzir uma nova tema tica, por exemplo, “animais de estimaça o”, “seres vivos”, “notí cias do dia”, “ecologia”, etc. - uso de brinquedos convencionais ou brinquedos criados no pro prio espaço-tempo escolar, utilizando materiais diversos como: fios e retalhos coloridos, papel de diversas cores e tamanhos, caixas, embalagens, garrafas pet, etc. Durante a confecça o e o manuseio dos brinquedos, tem-se uma grande oportunidade de desenvolver a socializaça o, a criatividade, a ampliaça o da linguagem, e os conteu dos sobre as diversas a reas do conhecimento. - jogos de representaça o, imitaça o de aço es de um personagem de uma histo ria, utilizando indumenta rias e objetos diversos, estimulam o universo imagina rio do faz de conta e potencializam as narrativas em Libras. -jogos de adivinhaça o. E uma experie ncia rica para: estimular o uso e a aprendizagem da Libras, a performance nas expresso es faciais e corporais, as narrativas em Libras. Voce podera encontrar muitos sites que apresentam “jogos” (por exemplo: jogo da memo ria e de domino contendo imagens, Libras e a escrita) e “atividades pedago gicas em Libras”. Se for pesquisar e utiliza -los, defina com que objetivo e em que contexto, pois muitas dessas atividades e jogos te m como objetivo trabalhar vocabula rios. Lembre que voce pode usar os jogos definindo a finalidade no processo de ensino e aprendizagem do aluno, no entanto, a aquisiça o e a aprendizagem de uma lí ngua na o ocorrem por meio de atividades que usam vocabula rios soltos e descontextualizados. O mesmo acontece para os processos de alfabetizaça o. Dito de outro modo, na o use o jogo pelo jogo ou a atividade pela atividade, esses devem estar inseridos num contexto maior das estrate gias pedago gicas para que esses jogos ou essas atividades sejam mais efetivos na escolarizaça o do aluno. O uso do lu dico na escolarizaça o proporciona atividades significativas e prazerosas, servindo como instrumento mediador no processo de ensino e aprendizagem. O lu dico auxilia o aluno a pensar, propor alternativas, levantar hipo teses, e tambe m contribui no processo de aquisiça o e desenvolvimento da linguagem e na socializaça o.. Permite desenvolver a criatividade, a organizaça o, a cooperaça o, a autoconfiança. E um recurso dida tico que pode contribuir efetivamente no processo de ensino e aprendizagem.
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