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ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo INTRODUÇÃO CONCEITO DE CRIANÇA E DE ADOLESCENTE Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. Criança é o sujeito que tem entre 0 e 12 anos incompletos – então até 11 anos, 11 meses e 29 dias, é criança. Adolescente é o sujeito que tem entre 12 anos completos e 18 anos incompletos – então até 17 anos, 11 meses e 29 dias, é adolescente para o ECA. A lei 12.852/2015 (Estatuto da Juventude) conceitua o jovem como a pessoa entre 15 e 29 anos então ao mesmo tempo a pessoa pode ser adolescente e jovem, basta que ela tenha, por exemplo, 15 anos. OBS.: o fato de a pessoa ser ao mesmo tempo adolescente e jovem tem pouca repercussão pratica, porque pra essas pessoas o Estatuto da Juventude logra uma aplicação só subsidiária. Qual a repercussão prática da distinção entre criança e adolescente? Guilherme Freire de Mello Barros adverte que essa distinção entre criança e adolescente tem importância no que tange às medidas aplicáveis a práticas de ato infracional a criança só pode sofrer medida de proteção (art. 111 ECA) e não medida socioeducativa (art. 112 ECA), esta é só para adolescente. Isso não quer dizer que eventualmente o adolescente não possa sofrer uma medida de proteção, mas medida socioeducativa é só pra adolescente. É possível aplicar o ECA para alguém que já tenha completado a maioridade civil? SIM, nos casos expressos em lei aplica-se excepcionalmente o ECA às pessoas entre 18 e 21 anos de idade (PU do art. 2º do ECA) a doutrina chama essa pessoa de JOVEM ADULTO. Ex.: um adolescente cometeu um ato infracional com 17 anos e 11 meses; sofre uma medida socioeducativa – essa medida pode se “eficacizar” depois dos seus 18 anos. Pode ser aplicado pra quem tem entre 18 e 21 anos, mas nunca pra quem já completou os 21 anos!!! O menor que foi civilmente emancipado, deixa de ser englobado pelo ECA? resenha forense ECA REGRAS CONSTITUCIONAIS Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. DEVER da família, da sociedade e do Estado!!! ASSEGURAR PARA QUEM? para a criança, para o adolescente e para o jovem. PRINCÍPIO DA ABSOLUTA PRIORIDADE Direitos grifados acima. ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo OBS.: o direito à vida tem que ser garantido para todas as pessoas, mas com absoluta prioridade à criança, ao adolescente e ao jovem. Detalhe de provas: o art. 227 não fala do idoso!!! Ter atenção com relação aos direitos: CULTURA, PROFISSIONALIZAÇÃO e CONVIVÊNCIA FAMILAIR E COMUNITÁRIA. GUARDÁ-LOS À SALVO DE TODA FORMA DE Negligência, Discriminação, Exploração, Violência, Crueldade e Opressão. O § 1º cai muito em provas de concurso público!!! § 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintes preceitos: Posso ter uma ONG dando essa assistência!!!! No tocante aos preceitos, são trazidos dois incisos, mas na verdade são quatro preceitos!!! Não só combater os problemas já existentes, mas também prevenir tais problemas. I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-infantil; (1º) II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental (2º), bem como de integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência (3º), e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de discriminação (4º). Devemos observar que o segundo preceito engloba a criança, o adolescente e o jovem que possui algum tipo de deficiência; já o terceiro preceito é mais voltado para o adolescente e para o jovem. O quarto preceito diz respeito à eliminação de barreiras que impeçam a integração da pessoa com deficiência, não só as barreiras arquitetônicas. O § 2º é como se fosse uma consequência da parte final do § 1º, I § 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência. Aqui, mais uma vez, se fala da eliminação de barreiras (4º preceito)!!! O § 3º é muito recorrente em provas § 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos: I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII; 14 anos na condição de menor aprendiz!!! Pois de acordo com o art. 7ª, XXXIII um menor pode trabalhar a partir dos 14 anos desde que seja na condição de menor aprendiz. Se não for nessa condição, ou seja, um trabalho normal, só pode a partir dos 16. Lembrar que o art. 7º, XXXIII diz que menor não trabalho de noite, nem em local perigoso ou insalubre – e implicitamente não trabalha em atividade penosa. XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos; ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; É por isso que nas escolas públicas estaduais, por exemplo, tem curso de ensino médio não só pela manha e pela tarde, mas também pela noite – para não prejudicar aqueles que trabalham. IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica; Os menores são inimputáveis, então há a ATRIBUIÇÃO de ato infracional, e não a IMPUTAÇÃO. Esse inciso é muito recorrente em provas de concurso e OAB!!! Qual é a legislação tutelar especifica? O ECA!!! Defesa Técnica – ex.: defensoria pública. V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade; Princípios presentes aqui!!! No âmbito do ECA, tem-se um tempo máximo de internação do menor que praticou o ato infracional por mais que seja um ato gravíssimo. Atualmente, o prazo máximo é de 3 anos!!! // não pode aumentar muito por conta do princípio da brevidade em relação a medidas privativas de liberdade. A ideia do ECA é na parte geral ter uma ação preventiva por parte do Estado e da sociedade de modo que não existam adolescentes infratores – então teoricamente só iriamos partir para a parte especial do ECA se a parte geral não for suficiente. Em tese, a sociedade e o Estado não deveriam ter deixado aquilo acontecer com o adolescente, então é preciso recuperar esse menor que é uma pessoa em desenvolvimento, e por isso esses princípios têm que ser observados. Aos olhos da CF, as nossas politicas públicas (Estado + Sociedade) não irão gerar um adolescente infrator. VI - estímulodo Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado; Aqui voltamos à parte geral do ECA – prevenção!!! Estímulo através de assistência jurídica, incentivos fiscais (ex. isenção de IPTU para famílias que são substitutas enquanto as crianças não são adotadas), subsídios, etc. Por que não ir para um abrigo? Temos que lembrar que são pessoas em desenvolvimento!!! É melhor ir para um ambiente com outra família do que ir diretamente para um abrigo. VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins. Políticas públicas voltadas à proteção e prevenção!!! § 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente. Existe um rigor maior por parte da legislação penal aqui!!! ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo § 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros. Essa questão está toda regulada no ECA. § 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. É por isso que se eu pego uma certidão de um filho adotado não vem escrito “filho adotado” tornam-se ficticiamente naturais. Não existe filho bastardo, pois todos gozam da mesma proteção!!! § 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- á em consideração o disposto no art. 204. São as politicas de assistência social. § 8º A lei estabelecerá: I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens; II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação das várias esferas do poder público para a execução de políticas públicas. A duração do plano nacional de juventude é de 10 anos!!! Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. Essa legislação especial é o ECA!! DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. Ex.: art. 121 ECA – internação a internação pode ser aplicada para pessoas entre 18 e 21 anos de idade em casos que o ato infracional é praticado antes de completar 18 anos. // tem que ver a data do fato!!! 18 anos completos = já é um maior. ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo OBS.: o ECA tem como princípio basilar o da PROTEÇÃO INTEGRAL À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE; no antigo código de menores de 1979, o princípio adotado era o da SITUAÇÃO IRREGULAR DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem. Esse artigo é importante porque reconhece direitos específicos à criança e ao adolescente porque o principio da proteção integral reconhece esse público como credores de atenção especial pois na verdade não são pessoas comuns, são pessoas em formação/desenvolvimento biopsicossocial, e por isso merecem uma atenção especial por parte da legislação. Ou seja, todos os direitos previstos no art. 5º da CF são aplicados aqui também, mas não só aqueles! Mas além desses direitos e garantias fundamentais da CF, o princípio da proteção integral por reconhecer que este público carece de atenção especial, são reconhecidos outros direitos além dos já mencionados – direitos inerentes à sua condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. No PU está expressa a diferença entre o código de menores de 1979 que preconizada a doutrina da situação irregular – ou seja, quem era atendido pela norma era apenas crianças/adolescentes que estivessem em uma condição irregular. Já o ECA é aplicado a TODAS as crianças e adolescentes, independentemente da sua posição, condição regular ou irregular, condição econômica, etc. Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. É um dos amparos do princípio da proteção integral dar prioridade absoluta na efetivação dos direitos da criança e do adolescente. Repete o art. 227 da CF/88 e traz um complemento sobre a GARANTIA DE PRIORIDADE ABSOLUTA . o Essas alíneas precisam ser decoradas!!!! ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo o Ter atenção na alínea “b” porque fala de serviços públicos, e muitas questões de provas colocam “serviços públicos e privados”, o que está errado – é só o público!!! o A preferencia não é só na formulação das políticas sociais públicas, mas também na execução!!! Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. Então ao interpretar qualquer artigo do ECA, deve-se levar em consideração os fins sociais a que se destinam essa lei. DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA FAMÍLIA NATURAL X FAMÍLIA SUBSTITUTA Família Natural Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. Família Natural = pai, mãe e seus filhos (exemplo); essa família natural é a base para o que o ECA entende por família. Pais – não quer dizer pai e mãe homem e mulher!!! Família extensa ou ampliada = tios, avós, primos, etc. // essa família extensa é muito importante – em alguns casos tem o direito de lutar pela guarda da criança; é da família ampliada que sai muitos casos de violência contra a criança, e grande parte dos atos infracionais cometidoscontra crianças são praticados pela família ampliada. Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer que seja a origem da filiação. Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes. ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça. Família Substituta Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei. Então a família substituta se dá pela guarda, tutela ou adoção!!! Sobre a expressão “independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente” antes da forma prevista no ECA, só poderia ter passagem para a família substituta em caso de situação irregular do menor. Agora não, estando irregular ou não, a criança pode ir para uma família substituta. § 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada. Se a criança não quer ficar com a família substituta e conseguir expor a sua motivação, e se essa motivação for de fato relevante, será levado em consideração esse depoimento. Respeita o princípio de condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. § 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento, colhido em audiência. Tem que aceitar ir para essa família substituta. § 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da medida. § 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais. A regra é ficarem todos juntos!!! As exceções devem ser muito bem comprovadas, e se as forem, ainda assim deve-se preservar os vínculos de alguma forma. Risco de abuso – ex.: um irmão mais velho que já estuprou o irmão caçula. // esse risco tem que ser comprovado!!! Essa “outra situação” pode ter como exemplo um ou dois irmão que estão envolvidos com tráfico de drogas e podem comprometer o desenvolvimento dos irmãos menores por conta disso. § 5º A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. Para que haja a colocação de uma criança em uma família substituta, é necessário uma preparação/planejamento desse menor. É a maneira como isso se dará. ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo § 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório: Ou seja, tem que seguir todas as disposições vistas nos parágrafos anteriores e o que é demandado nos seguintes incisos. I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; Essa família que vai acolher deve estar dentro da mesma “realidade”, de modo a evitar um choque de culturas. Fala “prioritariamente” – seria então em casos que há mais de uma família querendo a criança e uma delas é da mesma etnia, por exemplo. III – a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso. É um processo muito mais difícil e burocrático mas que também protege muito mais a criança em questão. Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado. Ex.: histórico de uso de drogas, insuficiência financeira, etc. Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não-governamentais, sem autorização judicial. “adotei a criança X, mas eu não quero mais e vou deixa-lo em uma ONG” isso NÃO PODE!!!!! A menos que em situação específica haja autorização judicial para isso. Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente admissível na modalidade de adoção. Família substituta estrangeira = SÓ ADOÇÃO!!! Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos autos. Ou seja, ao assumir a guarda/tutela dessa criança, eu me comprometo a exercer de forma fiel os compromissos assumidos, inclusive os encargos. GUARDA, TUTELA E ADOÇÃO ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo Todas as crianças têm DIREITO a convivência familiar e comunitária. Quando não é possível que isso se concretize na família natural, utilizam-se algumas medidas para que esse direito possa ser exercido (Adoção, Guarda e Tutela). Todos esses institutos compõem a família substituta, mas eles são diferentes entre si!!! OBS.: a condenação criminal de um ou de ambos os pais enseja obrigatoriamente a perda do poder familiar? Depende. Em regra, não. Mas existem situações pontuais que vão permitir que isso aconteça, são elas: condenação por crime doloso sujeito à pena de reclusão cometido contra o próprio filho(a); Tem que avaliar todo o processo. Só a perda do poder familiar depois do trânsito em julgado da sentença, e como já vimos, há a preferencia de permanência na família original – por isso que existe todo um procedimento especifico para isso. Ao apreciar o pedido, deve a autoridade judiciária levar em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade. O guardião ou tutor prestará compromisso, mediante termo, compromisso de bem exercer o encargo art. 32 do ECA - Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos autos. Não deve ser deferida, no entanto, a colocação em família substituta a quem se revele, por qualquer modo, incompatível com a natureza da medida, ou não ofereça ambiente familiar adequado art. 29 do ECA - Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado. GUARDA Quando falamos de guarda, estamos nos referindo à regularização da permanência de crianças em lares substitutos, assegurando o direito à proteção integral e convivência familiar; o interessado deve ter condições (morais, afetivas, econômicas, etc.) de acolher a criança!!! A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive PREVIDENCIÁRIOS. A guarda,em regra, tem por objeto a regularização de uma situação fática (posse de fato), podendo ainda ser concedida – liminar ou incidentalmente – nos procedimentos de tutela e adoção (exceto adoção por estrangeiros). Sobre essa posse de fato, fala-se, por exemplo, daquelas situações em que um tio assume a guarda da criança e não procura regularizar isso perante o poder judiciário. Em casos excepcionais, poderá ser concedida a guarda fora dos casos de tutela ou adoção, para suprir a ausência dos pais ou responsáveis, ou em situações específicas (de risco, por exemplo). // essas situações de risco estão no art. 98 do ECA. A guarda é diferente da adoção por alguns motivos, entre eles: ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo A guarda não altera a filiação e o registro civil, e a decisão da guarda pode ser revogada a qualquer tempo (ou seja, não é irrevogável); // a guarda é SEMPRE temporária! O guardião é o responsável legal até os 18 anos, mas não destitui o poder familiar (então os pais desse indivíduo continuam sendo os pais, mas o guardião é responsável pelos bens e pela proteção); A guarda não garante os direitos hereditários, a não ser que esteja definida em testamento (o guardião coloca sem eu próprio testamento certos bens direcionados à criança). Também é concedida a abrigos, famílias guardiãs e adotivas a guarda é também concedida a abrigos, por isso que falamos sempre do convívio familiar ou COMUNITÁRIO. Aqui, pai e mãe têm a guarda natural. Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais. A guarda traz uma serie de obrigações, como assistência material, moral, educacional etc. e isso dá o direito a essa pessoa de se opor a qualquer pessoa, INCLUSIVE OS PAIS. § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros. A guarda pode ser um procedimento da tutela e da adoção, só não vai ser em caso de adoção por estrangeiros. § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para a prática de atos determinados. São casos excepcionais e previstos em lei!!! Normalmente são temporários, ou seja, depois a criança volta para os pais, por exemplo. § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários. § 4º Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação específica, a pedido do interessado ou do Ministério Público. Então em determinados casos expressos pela autoridade judiciária ou se a guarda for um passo para a adoção, os pais não poderão visitar!!! A regra é que pode, com exceção desses dois casos. Caso você tenha a guarda de uma criança, mas não é um passo para a adoção, e não tem nada que impeça a visitação dos pais, pode-se pedir uma pensão alimentícia por estar cuidando dessa criança ou dessa adolescente. Nesse caso há um processo judicial de pensão alimentícia como qualquer outro caso. Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio familiar. O governo vai incentivar para que haja mesmo essa guarda das famílias substitutas, e pode incentivar de diversas formas. ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo § 1º A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento institucional, observado, em qualquer caso, o caráter temporário e excepcional da medida, nos termos desta Lei. § 2º Na hipótese do § 1º deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá receber a criança ou adolescente mediante guarda, observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. § 3º A União apoiará a implementação de serviços de acolhimento em família acolhedora como política pública, os quais deverão dispor de equipe que organize o acolhimento temporário de crianças e de adolescentes em residências de famílias selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não estejam no cadastro de adoção. Pode-se ter uma família acolhedora desde que a mesma não esteja no cadastro de adoção – para não deturpar o processo; muitas vezes essa criança nem pode ir para a adoção. § 4º Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distritais e municipais para a manutenção dos serviços de acolhimento em família acolhedora, facultando-se o repasse de recursos para a própria família acolhedora. Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Público. TUTELA É a colocação da criança e adolescente em família substituta administração dos bens das pessoas menores de 18 anos que estejam em uma das situações listadas no art. 98 do ECA. Especificidades: O falecimento dos pais, ausência ou destituição do poder familiar é um dos motivos pelos quais a tutela pode ocorrer; O tutor necessariamente tem o dever da guarda do menor – então o dever que o guardião tem, o tutor também tem. // o tutor implica necessariamente o poder de guarda. Não garante direitos hereditários, a não ser que esteja definido em testamento; Também é concedida a abrigos, famílias guardiãs e adotivas. Perdura até os 18 anos de idade. Pode ser via testamento ou via judicial. (por testamento só vai ser aceita se for mais vantajoso para o tutelado). Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos. Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou suspensão do pátrio poder familiar e implica necessariamente o dever de guarda. Esse artigo se remete à legislação civil, estabelecendo que a tutela será deferida a pessoa de até 18 anos incompletos. Ler arts. 1728 e seguintes do CC trata sobre a tutela!!! ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico, conforme previsto no parágrafo único do art. 1.729 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil , deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle judicial do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei. Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de última vontade, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em melhores condições de assumi-la. Tem que obedecer a esses dois critérios: a vontade do falecido mediante instrumento público e os procedimentos específicos dos arts. 165 – 170 do ECA. Somente o fato de ter sido indicado como tutor não é garantia de que esta pessoa receberá de fato a guarda da criança. Tem que ver se vai ser vantajoso pra essa criança!!! Se esse tutor deixado pelo falecido não era a pessoa mais adequada para esse papel e se tinha outro parente como avó, tio etc. que pudesse melhor exercer esse papel, isso será muito levado em consideração. Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24. Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiarserão decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art. 22. Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos nesta Lei. ADOÇÃO Requisitos legais para a adoção: O adotado tem que ter até 18 anos, e quem tem a pretensão de adotar tem que ter uma diferença mínima de 16 anos de idade em relação ao adotando. Existe a possibilidade de adoção conjunta o casal deve estar casado ou em união estável. Vedação legal muito importante: não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando!!! Existe a possibilidade de pessoas divorciadas, separadas ou ex companheiros adotarem conjuntamente uma criança? Sim, desde que regulamentem a guarda e o regime de visitas. Adoção post mortem durante o meu processo de adoção, a pessoa que pretende adotar vem a falecer – o procedimento continua. ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo Período de Estágio O juiz, juntamente com uma equipe multidisciplinar verá qual é a necessidade do tempo de convivência - ou seja, para cada caso terá um tempo especial estipulado. O adotado, a partir do momento em que a adoção for regularizada, ele passa a ser um filho (não se usa mais o termo “filho adotado”). O adotado tem o direito de conhecer a sua família biológica após os 18 anos de idade. Antes disso, ele pode verificar a família biológica desde que haja assistência jurídica e psicológica. Não podem adotar: irmãos ou ascendentes - pela questão obvia da confusão patrimonial. Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei. Parágrafo único. É vedada a adoção por procuração. § 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. Não se revoga a adoção!!!! Se não tem mais recurso para ficar com a família natural nem com a família ampliada, aí sim vai para a adoção. É medida EXCEPCIONAL – somente se esgotados todos os recursos para manutenção da criança na família natural ou extensa. Deve prevalecer sempre o interesse do adotando, caso exista conflito com o interesse do adotando ou outras pessoas, inclusive os pais biológicos. § 2º É vedada a adoção por procuração. § 3º Em caso de conflito entre direitos e interesses do adotando e de outras pessoas, inclusive seus pais biológicos, devem prevalecer os direitos e os interesses do adotando. Os interesses do adotando têm que prevalecer!!! O seu bom desenvolvimento é o foco aqui. Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes. Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais. Não podemos mais fazer uso da expressão “filho adotado”, pois na prática não há diferença alguma e também é um termo arcaico socialmente. § 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes. ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo Ex.: o meu marido quer adotar o filho que eu tive no meu primeiro casamento – isso pode ocorrer, mas em ocorrendo, não faz com que eu perca o poder familiar sobre o meu filho, ou seja, há apenas uma inclusão de um parente. § 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação hereditária. Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado civil. Esse artigo é muito cobrado, e foi modificado em 2009. Antes era 21 anos, hoje com 18 anos pode adotar INDEPENDENTEMENTE DO ESTADO CIVIL. § 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando. § 2º Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família. Isso se aplica a qualquer casal, pode ser homossexual, heterossexual, isso não importa. § 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando. § 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. § 5º Nos casos do § 4º deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei n o 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil. § 6º A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença. Ex.: a pessoa já tinha feito tudo, já tinha demonstrado que queria e tudo mais, e só estava esperando a sentença sair – ainda assim o processo de adoção continua pois a criança vai poder gozar dos direitos sucessórios da pessoa falecida. Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos. Mais uma vez, o foco é a criança!!! Motivo legitimo é aquele que vai estar de acordo com os interesses da criança ou do adolescente. ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado. Ou seja, se a pessoa que está tentando adotar não tem condições de se administrar (seja por um problema psicológico, ou outro problema qualquer), ou não tem condição financeira mesmo, não poderá adotar. Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do adotando. § 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar. Ex.: a criança foi abandonada na porta da casa de alguém. Ex.: um pai estuprou e tentou mantar a filha e aí perdeu o poder familiar sobre ela – nesse caso não vai precisar do consentimento dele. § 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o seu consentimento. Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo prazo máximo de 90 (noventa) dias, observadas a idade da criança ou adolescente e as peculiaridades do caso. Tem que acontecer esse período de estágio. É quando se avaliará as relações com os novos familiares, as reais condições da família, etc. 90 DIAS. Serve para adequar as vontades de ambas as partes. § 1º O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a conveniência da constituição do vínculo. § 2º A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio de convivência.§ 2º - A. O prazo máximo estabelecido no caput deste artigo pode ser prorrogado por até igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. § 3º Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o estágio de convivência será de, no mínimo, 30 (trinta) dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até igual período, uma única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. Então aqui há uma redução do período máximo que é de 90 dias, para 45 dias. Só vai poder ser 90 dias em caso de prorrogação, o que é plenamente possível diante de decisão judicial. § 3º - A. Ao final do prazo previsto no § 3º deste artigo, deverá ser apresentado laudo fundamentado pela equipe mencionada no § 4 o deste artigo, que recomendará ou não o deferimento da adoção à autoridade judiciária. ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo § 4º O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida. § 5º O estágio de convivência será cumprido no território nacional, preferencialmente na comarca de residência da criança ou adolescente, ou, a critério do juiz, em cidade limítrofe, respeitada, em qualquer hipótese, a competência do juízo da comarca de residência da criança. Então mesmo se for estrangeiro tem que passar esse período aqui no Brasil!!! Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão. A adoção depende de sentença judicial, que determinará o cancelamento do registro civil original e expedição de novo registro, constando o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus ascendentes. § 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus ascendentes. § 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado. Antigo não vai existir mais pois passa a ter um novo!!! § 3º A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua residência. § 4º Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro. § 5º A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a modificação do prenome. § 6º Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 28 desta Lei. § 7º A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6 o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força retroativa à data do óbito. § 8 o O processo relativo à adoção assim como outros a ele relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu armazenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a sua conservação para consulta a qualquer tempo. § 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for criança ou adolescente com deficiência ou com doença crônica. § 10. O prazo máximo para conclusão da ação de adoção será de 120 (cento e vinte) dias, prorrogável uma única vez por igual período, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária. ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo Art. 48. O adotado tem de conhecer sua origem biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após completar 18 (dezoito) anos. Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e psicológica. Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o poder familiar dos pais naturais. Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na adoção. § 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério Público. § 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfizer os requisitos legais, ou verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 29. § 3º A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. § 4º Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § 3º deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em condições de serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento e pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. § 5º Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção. § 6º Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do País, que somente serão consultados na inexistência de postulantes nacionais habilitados nos cadastros mencionados no § 5º deste artigo. § 7º As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes a troca de informações e a cooperação mútua, para melhoria do sistema. § 8º A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e adolescentes em condições de serem adotados que não tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § 5 o deste artigo, sob pena de responsabilidade. § 9º Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manutenção e correta alimentação dos cadastros, com posterior comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira. ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo § 10. Consultados os cadastros e verificada a ausência de pretendentes habilitados residentes no País com perfil compatível e interesse manifesto pela adoção de criança ou adolescente inscrito nos cadastros existentes, será realizado o encaminhamento da criança ou adolescente à adoção internacional. § 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que possível e recomendável, será colocado sob guarda de família cadastrada em programa de acolhimento familiar. § 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério Público. § 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta Lei quando: Então a regra é que para adotar tem que estar no cadastro, fora isso seria uma situação EXCEPCIONAL. I - se tratar de pedido de adoção unilateral; II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. § 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidatodeverá comprovar, no curso do procedimento, que preenche os requisitos necessários à adoção, conforme previsto nesta Lei. § 15. Será assegurada prioridade no cadastro a pessoas interessadas em adotar criança ou adolescente com deficiência, com doença crônica ou com necessidades específicas de saúde, além de grupo de irmãos. Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual o pretendente possui residência habitual em país-parte da Convenção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, promulgada pelo Decreto n o 3.087, de 21 junho de 1999 , e deseja adotar criança em outro país-parte da Convenção. A adoção internacional é permitida desde que esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em família adotiva brasileira e o adotando esteja preparado para a medida. Adotantes devem estar habilitados no país de origem. Após validados os documentos e avaliações, deverá ser emitida autorização para a formulação do pedido ao Juízo do local onde se encontra a criança ou adolescente. § 1º A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando restar comprovado: I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao caso concreto; ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em família adotiva brasileira, com a comprovação, certificada nos autos, da inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil com perfil compatível com a criança ou adolescente, após consulta aos cadastros mencionados nesta Lei; III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe interprofissional, observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei. § 2º Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro. § 3º A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de adoção internacional. § 4º Antes de consumada a adoção não será permitida a saída do adotando do território nacional. Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes adaptações: I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de habilitação à adoção perante a Autoridade Central em matéria de adoção internacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde está situada sua residência habitual; II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os solicitantes estão habilitados e aptos para adotar, emitirá um relatório que contenha informações sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que os animam e sua aptidão para assumir uma adoção internacional; III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira; IV - o relatório será instruído com toda a documentação necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova de vigência; V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenticados pela autoridade consular, observados os tratados e convenções internacionais, e acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público juramentado; VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar complementação sobre o estudo psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de acolhida; VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira com a nacional, além do preenchimento por parte dos postulantes à medida dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legislação do país de acolhida, será expedido laudo de habilitação à adoção internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou adolescente, conforme indicação efetuada pela Autoridade Central Estadual. § 1º Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, admite-se que os pedidos de habilitação à adoção internacional sejam intermediados por organismos credenciados. § 2º Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de habilitação à adoção internacional, com posterior comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet. § 3º Somente será admissível o credenciamento de organismos que: I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de Haia e estejam devidamente credenciados pela Autoridade Central do país onde estiverem sediados e no país de acolhida do adotando para atuar em adoção internacional no Brasil; II - satisfizerem as condições de integridade moral, competência profissional, experiência e responsabilidade exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Central Federal Brasileira; III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação e experiência para atuar na área de adoção internacional; IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela Autoridade Central Federal Brasileira. § 4º Os organismos credenciados deverão ainda: I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e dentro dos limites fixados pelas autoridades competentes do país onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira; II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de reconhecida idoneidade moral, com comprovada formação ou experiência para atuar na área de adoção internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão federal competente; III - estar submetidos à supervisão das autoridades competentes do país onde estiverem sediados e no país de acolhida, inclusive quanto à sua composição, funcionamento e situação financeira; IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem como relatório de acompanhamento das adoções internacionais efetuadas no período, cuja cópia será encaminhada ao Departamento de Polícia Federal; V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do país de acolhida para o adotado; ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos. § 5º A não apresentação dos relatórios referidos no § 4 o deste artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a suspensão de seu credenciamento. § 6º O credenciamento de organismo nacionalou estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de adoção internacional terá validade de 2 (dois) anos. § 7º A renovação do credenciamento poderá ser concedida mediante requerimento protocolado na Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao término do respectivo prazo de validade. § 8º Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção internacional, não será permitida a saída do adotando do território nacional. § 9º Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária determinará a expedição de alvará com autorização de viagem, bem como para obtenção de passaporte, constando, obrigatoriamente, as características da criança ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais sinais ou traços peculiares, assim como foto recente e a aposição da impressão digital do seu polegar direito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e certidão de trânsito em julgado. § 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qualquer momento, solicitar informações sobre a situação das crianças e adolescentes adotados. § 11. A cobrança de valores por parte dos organismos credenciados, que sejam considerados abusivos pela Autoridade Central Federal Brasileira e que não estejam devidamente comprovados, é causa de seu descredenciamento. § 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser representados por mais de uma entidade credenciada para atuar na cooperação em adoção internacional. § 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo ser renovada. § 14. É vedado o contato direto de representantes de organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com dirigentes de programas de acolhimento institucional ou familiar, assim como com crianças e adolescentes em condições de serem adotados, sem a devida autorização judicial. § 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou suspender a concessão de novos credenciamentos sempre que julgar necessário, mediante ato administrativo fundamentado. Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descredenciamento, o repasse de recursos provenientes de organismos estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de adoção internacional a organismos nacionais ou a pessoas físicas. ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente. Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de adoção tenha sido processado em conformidade com a legislação vigente no país de residência e atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, será automaticamente recepcionada com o reingresso no Brasil. § 1º Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. § 2º O pretendente brasileiro residente no exterior em país não ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação da sentença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça. Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida, a decisão da autoridade competente do país de origem da criança ou do adolescente será conhecida pela Autoridade Central Estadual que tiver processado o pedido de habilitação dos pais adotivos, que comunicará o fato à Autoridade Central Federal e determinará as providências necessárias à expedição do Certificado de Naturalização Provisório. § 1 º A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela decisão se restar demonstrado que a adoção é manifestamente contrária à ordem pública ou não atende ao interesse superior da criança ou do adolescente. § 2º Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1 o deste artigo, o Ministério Público deverá imediatamente requerer o que for de direito para resguardar os interesses da criança ou do adolescente, comunicando-se as providências à Autoridade Central Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de origem. Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país de origem porque a sua legislação a delega ao país de acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente ser oriundo de país que não tenha aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as regras da adoção nacional. AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR PREVENÇÃO : A autorização para viajar está dentro da prevenção; ela é um tipo de prevenção especial. Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da criança e do adolescente. ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo Todos = Estado, sociedade, família. // c/c art. 227 CF/88. Através da lei 13.010/2014, incluiu o art. 70-A e 70-B a respeito da prevenção – que vão falar que as entidades e órgãos públicos devem orientar as pessoas sobre a questão de proibir definitivamente todo e qualquer tipo de maus tratos contra a criança e o adolescente. Essa lei ficou conhecida, erroneamente, como “lei da palmada”; o nome original dessa lei é “Lei Menino Bernardo” que foi em homenagem a um garoto que sofreu muito com os seus responsáveis ate vir a óbito. A sua essência é para punir a pessoa que imagina que educar uma criança deve ser por meio de tortura, castigo físico, danos psicológicos etc. OBJETIVO DA AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR : O objetivo principal aqui é evitar o tráfico nacional/internacional de crianças e adolescentes para exploração sexual, trabalho ilegal, etc. Além disso, outro objetivo é prevenir que não haja a separação do menor da mãe, do pai ou do responsável (um casal se separa e aí um dos dois pensa que o laço do filho com o outro ascendente é rompido). LOCALIZAÇÃO NO ECA: Arts. 83 – 85. ALTERAÇÕES LEI 13.812/2019 : Antes dessa alteração, o caput do art. 83 falava apenas de crianças – ou seja, adolescentes poderiam viajar pelo território nacional tranquilamente. VIAGEM NACIONAL (ART. 83 DO ECA) : Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização judicial. § 1º A autorização não será exigida quando: a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana; b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado: 1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco; 2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável. § 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder autorização válida por dois anos. A regra é que com 16 anos incompletos o indivíduo precisa de autorização judicial para viajar em território nacional ou estar acompanhado dos pais. Agora se fala de criança ou adolescente menor de 16 anos. Há exceções em relação a esse art. 83 do ECA, ou seja, casos em que a autorização é dispensável: 1. Quando a viagem nacional for entre comarcas contíguas comarca contígua é aquela que é muito próxima. Só que no ECA, além de ser próxima, tem que estar no mesmo estado da federação ou então na mesma região metropolitana. 2. Acompanhado de ascendente ou colateral até 3º grau documentalmente comprovado. Pode ser avô, avó, bisavô, pai ou mãe, irmão, sobrinho, tio, etc. // OBS.: primo é 4º grau!!!Pra ele poder viajar com a criança ou adolescente, vai precisar de autorização expressa do pai ou da mãe. ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo 3. Quando a criança ou adolescente menor de 16 anos estiver viajando com um maior autorizado expressamente pelo pai ou pela mãe. OBS.: a autorização judicial, quando for necessária/indispensável, poderá valer por até 2 anos a pedido do pai, da mãe ou do responsável (por provocação). VIAGEM INTERNACIONAL (ART. 84 E 85 ECA + RESOLUÇÃO 131, CNJ) : Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança ou adolescente: I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável; II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de documento com firma reconhecida. Fala-se aqui, de criança ou adolescente no geral (não precisa ter o marco dos 16 anos em relação à autorização). Então é de 0 ate os 18 anos incompletos. É possível que haja a viagem internacional sem autorização quando: Tiverem na companhia dos pais ou responsável; quando estiver na companhia do pai ou da mãe ou do responsável expressamente autorizado com firma reconhecida (porem a lei 13.726/2018 que é a lei da desburocratização, não vai necessitar de firma reconhecida do pai ou da mãe se o que precisa autorizar estiver lá na hora do embarque); Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente nascido em território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou domiciliado no exterior O art. 85 traz apenas uma regra: a criança ou adolescente que viajar com um estrangeiro vai precisar de autorização judicial SISTEMA NACIONAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO (SINASE) O SINASE foi instituído pela lei 12.594/2012 – organiza esse Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo e regulamenta a execução de medidas socioeducativas. Então desde 1990 com o ECA, as medidas socioeducativas estavam previstas, mas a sua execução não estava regulamentada. O SINASE é um conjunto ordenado de princípios, regras e critérios que envolvem a execução de medidas socioeducativas incluindo-se nele, por adesão, os sistemas estaduais, distrital e municipais – bem como toso os planos, politica e programas específicos de atendimento a adolescente em conflito com a lei. É coordenado pela União!!! Os demais entes têm autonomia para organizar o funcionamento de cada sistema socioeducativo local observando as regras gerais trazidas pela referida lei. O financiamento de todo esse sistema vem de recursos oriundos de orçamento fiscal e seguridade social, mas também de outras fontes previstas na lei, como por exemplo: Fundo Nacional Antidrogas, o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, etc. ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo Esses programas têm que seguir um rol de princípios, uma certa organização, etc. – pois precisa de um controle/fiscalização. Em relação aos programas em meio aberto, devem seguir os requisitos do art. 13 e 14 da lei do SINASE e os programas de privação de liberdade seguem os direcionamentos doas arts. 15 -17. É vedada a edificação de unidades socioeducativas em espaços contíguos, anexos, ou de qualquer forma integrados a estabelecimentos penais (art. 16, § 1º da lei 12.594/2012) não gerar um estigma, pois medida socioeducativa não é pena; e também para proteger ainda mais a sua segurança. Pra que servem as medidas socioeducativas se elas não são penas? Essa lei traz os objetivos no art. 1º, § 2º: § 2º Entendem-se por medidas socioeducativas as previstas no art. 112 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), as quais têm por objetivos: I - a responsabilização do adolescente quanto às consequências lesivas do ato infracional, sempre que possível incentivando a sua reparação; II - a integração social do adolescente e a garantia de seus direitos individuais e sociais, por meio do cumprimento de seu plano individual de atendimento; e III - a desaprovação da conduta infracional, efetivando as disposições da sentença como parâmetro máximo de privação de liberdade ou restrição de direitos, observados os limites previstos em lei. Muita gente fala que as medidas socioeducativas são muito brandas, que elas não auxiliam em nada, que os adolescentes cometem atos infracionais que não geram consequências, etc. isso não é verdade, pois estamos falando de pessoas em desenvolvimento físico, psíquico, moral, social etc. – então a intervenção do Estado tem que respeitar esse processo, por isso se estabelece esses três eixos acima. Em relação à execução dessas medidas socioeducativas, o SINASE traz uma serie de princípios – são importantes para nortear a execução. Estão no art. 35 da lei: Art. 35. A execução das medidas socioeducativas reger-se-á pelos seguintes princípios: I - legalidade, não podendo o adolescente receber tratamento mais gravoso do que o conferido ao adulto; II - excepcionalidade da intervenção judicial e da imposição de medidas, favorecendo-se meios de autocomposição de conflitos; III - prioridade a práticas ou medidas que sejam restaurativas e, sempre que possível, atendam às necessidades das vítimas; IV - proporcionalidade em relação à ofensa cometida; V - brevidade da medida em resposta ao ato cometido, em especial o respeito ao que dispõe o art. 122 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente); VI - individualização, considerando-se a idade, capacidades e circunstâncias pessoais do adolescente; ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo VII - mínima intervenção, restrita ao necessário para a realização dos objetivos da medida; VIII - não discriminação do adolescente, notadamente em razão de etnia, gênero, nacionalidade, classe social, orientação religiosa, política ou sexual, ou associação ou pertencimento a qualquer minoria ou status; e IX - fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários no processo socioeducativo. Em relação à competência das medidas socioeducativas, temos que diferenciar quando o adolescente comete o ato infracional, a autoridade judiciária competente é a do local da infração, mas em relação à execução das medidas é diferente – Art. 36 da lei do SINASE que acaba remetendo aos arts. 146 e 147 do ECA. Se for em meio fechado, vai ser preferencialmente na unidade mais próxima da residência; se for em meio aberto, vai ser na cidade onde o adolescente reside no momento (execução). Art. 146 ECA - A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na forma da lei de organização judiciária local. Art. 147 ECA - A competência será determinada: I - pelo domicílio dos pais ou responsável; II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável. § 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção. § 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente. § 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado. É importante mencionar que na execução dessas medidas, o SINASE prevê a intervenção do MP e da DP – ou seja, nos municípios/estados onde não há a atuação da defensoria pública, deve o juiz fazer a nomeação de um defensor dativo para promover a defesa dos interesses desse adolescente em cumprimento de medida socioeducativa. O CNJ vetou a execução de medida socioeducativapor meio de carta precatória!!! (Resolução 165/2012 do CNJ). Evitar deturpações na execução, para que não vire um emaranhado difícil de se controlar, com águia da execução devidamente formulada, etc. Em relação à execução em si das medidas, elas são executadas de forma diferente de acordo com a sua natureza. As medidas mais simples de proteção que podem ser aplicadas cumuladas com as medidas ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo socioeducativas podem ser aplicadas nos próprios autos, então a medida socioeducativa mais leve (que é a advertência) é executada nos próprios autos do processo de conhecimento; a obrigação de reparar o dano ocorre no mesmo sentido – transitou em julgado o processo de conhecimento, inicia o cumprimento da medida nos próprios autos (isso se forem aplicadas de forma isolada, pois se forem cumuladas com outras medidas que exigem autos próprios, aí terão que ser executadas em autos de processos de execução diferentes). Em relação às medidas de prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação, estas devem ser executadas em autos próprios e sempre individualmente – nunca uma execução para vários adolescentes. Fluxograma de execução de medida socioeducativa – previsto no art. 41 da lei do SINASE: Art. 41. A autoridade judiciária dará vistas da proposta de plano individual de que trata o art. 53 desta Lei ao defensor e ao Ministério Público pelo prazo sucessivo de 3 (três) dias, contados do recebimento da proposta encaminhada pela direção do programa de atendimento. § 1º O defensor e o Ministério Público poderão requerer, e o Juiz da Execução poderá determinar, de ofício, a realização de qualquer avaliação ou perícia que entenderem necessárias para complementação do plano individual. § 2º A impugnação ou complementação do plano individual, requerida pelo defensor ou pelo Ministério Público, deverá ser fundamentada, podendo a autoridade judiciária indeferi-la, se entender insuficiente a motivação. § 3º Admitida a impugnação, ou se entender que o plano é inadequado, a autoridade judiciária designará, se necessário, audiência da qual cientificará o defensor, o Ministério Público, a direção do programa de atendimento, o adolescente e seus pais ou responsável. § 4º A impugnação não suspenderá a execução do plano individual, salvo determinação judicial em contrário. § 5º Findo o prazo sem impugnação, considerar-se-á o plano individual homologado. ENTÃO: terminou o processo de conhecimento, teve aplicação de medida socioeducativa (seja por remissão, seja por sentença) e o processo transitou em julgado; foi aplicada a medida de prestação de serviços/liberdade assistida/semiliberdade/internação, formam-se os autos de processo de execução; formados esses autos, eles serão remetidos para a entidade responsável pela execução (seja em meio aberto, seja em meio fechado) e essa entidade tem um prazo para encaminhar o PIA (Plano Individual de Atendimento) em que vão estar todas as atividades específicas para aquele adolescente, daí a importância de se ter os autos específicos para cada adolescente. Recebido o PIA, ele é emitido ao MP e à DP para que se manifestem (se está ok, se deve ser incluída alguma outra atividade ou não, etc.), se estiver ok esse PIA está automaticamente homologado; homologado o PIA, segue a execução da medida até o relatório final ou algum incidente noticiado nos próprios autos. Em relação às medidas de liberdade assistida, de semiliberdade e de internação em estabelecimento educacional, estas devem ser reavaliadas, necessariamente, no máximo a cada 6 meses. Então, independentemente da duração, elas devem ser reavaliadas. Existe regressão de medida socioeducativa? Sim – previsão no art. 43, § 4º da lei do SINASE; só que ela é excepcional, tem que seguir alguns requisitos. // é importante não confundir com a progressão e regressão ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo de pena do direito penal!!! Devemos lembrar que medida socioeducativa não é pena!!! // apesar de possível, ela tem que ser precedida pela oitiva do adolescente. § 4º A substituição por medida mais gravosa somente ocorrerá em situações excepcionais, após o devido processo legal, inclusive na hipótese do inciso III do art. 122 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), e deve ser: I - fundamentada em parecer técnico; II - precedida de prévia audiência, e nos termos do § 1º do art. 42 desta Lei. Súmula nº 265 STJ É necessária a oitiva do menor infrator antes de decretar-se a regressão da medida socioeducativa. // Portanto, a prévia audiência do menor infrator, quando possível, faz-se indispensável para a aplicação de medida socioeducativa mais gravosa. O que acontece se o adolescente já está cumprindo uma medida socioeducativa e no transcurso dessa execução sobrevém nova sentença aplicando outra medida ou a mesma medida? Essas medidas devem então ser unificadas – os processos são reunidos, é expedida uma guia unificadora nos termos previstos pelo CNJ, e arquivam-se os outros autos. Pode o magistrado determinar o “reinício” do cumprimento da medida? Não!!! // É importante, ainda, que a autoridade judiciária observe os prazos máximos previstos em lei!!! Ex.: prazo máximo para medida de internação: 3 anos decorrido esse período, a liberação deve ser compulsória. EXCEÇÃO – ato infracional que é cometido durante a execução aí podemos relativizar esses prazos. O que acontece se o adolescente está cumprindo uma medida de internação (ou já cumpriu), pode a autoridade judiciária aplicar uma nova medida de internação por ato infracional praticado anteriormente àquele pelo qual ele já está cumprindo a medida de internação? NÃO – art. 45, § 2º da lei do SINASE. // esses atos cometidos anteriormente são absorvidos pelo ato posterior. Como é extinta a execução de uma medida socioeducativas? Existem algumas possibilidades previstas no art. 46 da lei do SINASE: Art. 46. A medida socioeducativa será declarada extinta: I - pela morte do adolescente; II - pela realização de sua finalidade; ou seja, pelo cumprimento integral das medidas previstas, cumprindo as medidas que foram elencadas no plano individual que deve ter a participação do adolescente e dos seus genitores (ou responsáveis) quando de sua formatação – ou seja, o PIA não é unilateral da entidade que executa a medida, ele deve obrigatoriamente ter a participação do adolescente e do seu responsável. III - pela aplicação de pena privativa de liberdade, a ser cumprida em regime fechado ou semiaberto, em execução provisória ou definitiva; IV - pela condição de doença grave, que torne o adolescente incapaz de submeter-se ao cumprimento da medida; e V - nas demais hipóteses previstas em lei. ESTUDOS DO ECA - 2020 Marianna Campelo § 1º No caso de o maior de 18 (dezoito) anos, em cumprimento de medida socioeducativa, responder a processo-crime, caberá à autoridade judiciária decidir sobre eventual extinção da execução, cientificando da decisão o juízo criminal competente. § 2º Em qualquer caso, o tempo de prisão cautelar não convertida em pena privativa de liberdade deve ser descontado do prazo de cumprimento da medida socioeducativa. Em relação aos direitos individuais dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, estão previstos no art. 49 da lei do SINASE: Art. 49. São direitos do adolescente submetido ao cumprimento de medida socioeducativa, sem prejuízo de outros previstos em lei: I - ser acompanhado por seus pais ou responsável e por seu defensor, em qualquer fase do procedimento administrativo ou judicial; II - ser incluído em programa de meio aberto quando inexistir vaga para o cumprimento de medida de privação da liberdade, exceto nos casos de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa, quando o adolescente deverá ser internado em Unidade mais próxima de seu local de
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