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TECIDO MUSCULAR 2020 DEFINIÇÃO ou CONCEITO: Trata-se do tecido formado por células (fibras) musculares alongadas especializadas na contração e o citoplasma preenchido por filamentos proteicos, e que está presente em múltiplos pontos do nosso corpo. Embora todos os músculos tenham a capacidade de se contrair, existem diferenças entre eles, dependendo do grupo que integram. As estruturas musculares têm funcionalidades que vão além do movimento e da locomoção. Os músculos são responsáveis até mesmo por algumas atividades vitais do organismo, mesmo nos casos em que não temos qualquer controle sobre eles. As células do tecido muscular são as fibras musculares (ou miócitos), as quais têm uma capacidade especial: elas se contraem (encurtam) ou se alongam, de acordo com a necessidade do organismo. Além disso, aglomeram-se em feixes. As diferentes estruturas de uma célula muscular recebem nomes específicos. A membrana celular, nesses casos, é chamada de sarcolema. O citoplasma é o sarcoplasma. Já o retículo endoplasmático liso é denominado de retículo sarcoplasmático. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TECIDO MUSCULAR Contratilidade: É a capacidade que as células desse tecido têm de se contraírem. Na prática, quando um músculo se contrai, ele encurta suas fibras, que aumentam de diâmetro. A capacidade de contração varia entre 50% e 70% do tamanho do músculo em repouso. O movimento contrário é o alongamento ou relaxamento. Excitabilidade ou responsividade: Esse aspecto faz com que as células musculares reajam rapidamente, quando é necessário realizar um determinado movimento. Um motoneurônio (neurônio responsável pelo movimento) libera um neurotransmissor chamado acetilcolina. Essa substância age sobre o músculo, comandando as ações que serão realizadas. Condutibilidade: Isso quer dizer que o tecido muscular não só recebe estímulos. Ele também é capaz de conduzir o impulso gerado pelo Sistema Nervoso. Extensibilidade ou distentabilidade: Trata-se da capacidade de um músculo se tornar ainda mais extenso que seu tamanho normal em repouso. Porém, para que isso aconteça, é necessário que ele sofra a ação de uma força externa ou de outro grupo muscular. Elasticidade: Finalmente, a última das características do tecido muscular é sua elasticidade. Trata-se de sua qualidade de voltar ao comprimento de repouso depois do estímulo aplicado. Como vimos, ele pode ter se contraído ou alongado além do tamanho normal. Porém, em todas essas situações, ele consegue retomar o estado original. Também é essencial falar da composição do tecido muscular. As células que fazem parte dele são ricas em duas proteínas: actina e miosina. É devido a essas suas substâncias que a contração das células acontece. A actina e a miosina formam filamentos organizados, que conseguem deslizar uns sobre os outros, e isso causa o encurtamento característico da contração muscular. FUNÇÕES DO TECIDO MUSCULAR O tecido muscular tem diversas utilidades. A maioria das pessoas sempre se lembra do movimento e da locomoção, mas ele faz muito mais que isso. Conheça as variadas aplicações dos músculos: Movimento: A primeira função do tecido muscular é justamente a mais conhecida: o movimento do corpo. Para isso, muitos músculos que produzem nossa locomoção trabalham em pares. Enquanto um deles se contrai, o outro se alonga, e depois acontece o contrário. Um exemplo claro é o movimento do braço. Para que alguém levante o antebraço (parte entre o cotovelo e punho), o músculo da frente do braço (bíceps) se contrai, puxando para cima a parte que a pessoa deseja levantar. Quando isso acontece, o músculo de trás do braço (tríceps) se alonga. Só que os músculos só conseguem puxar. Eles não são capazes de empurrar as partes de volta aos seus lugares. Por isso, se a pessoa quer abaixar o antebraço, o tríceps entra em ação. Será a vez deste se contrair, colocando o movimento do braço em uma posição “reta”. Enquanto ele faz isso, o bíceps relaxa ou se alonga. Estabilização e postura: Para que o nosso corpo mantenha qualquer posição, os músculos precisam trabalhar. Eles vão promover o equilíbrio entre os músculos que devem se contrair ou relaxar para que tenhamos o resultado desejado. Regulação do volume dos órgãos: Essa função é uma das que as pessoas menos conhecem e é realizada por músculos que, muitas vezes, não controlamos. Os esfíncteres, por exemplo, coordenam a entrada e a saída de órgãos como o estômago ou a bexiga. Eles fazem um trabalho de obstrução dos canais. É por isso que, em condições ideais, o alimento não retorna do estômago para o esôfago (refluxo), por exemplo. Produção de calor: Se você já tremeu de frio, estava experimentando essa função. Quando nossa temperatura corporal está muito baixa, os músculos se contraem involuntariamente para produzir calor. Movimentação de substâncias: Essa é outra função pouco conhecida, mas essencial. O sangue é bombeado pelo corpo devido às contrações do músculo cardíaco. A digestão ocorre com a ajuda de movimentos do estômago, produzidas por tecido muscular. Logo, os alimentos seguem para o intestino e por toda a sua extensão porque são empurrados por músculos, até que os resíduos sejam eliminados. TIPOS DE TECIDO MUSCULAR Como vimos, existem vários órgãos que possuem músculos. Por isso, o tecido muscular compõe 40% da nossa massa corporal. Em muitos animais, esse é o tecido mais abundante. Mas o tecido muscular presente nos diferentes órgãos não é sempre igual. Dependendo da posição no corpo, os músculos apresentam características específicas, que os fazem ser classificados por tipos. Entenda as classificações: Tecido muscular estriado esquelético Está ligado ao esqueleto, possui contração rápida, voluntária (podemos controlar) e forma um tecido muscular estriado. Isso significa que, quando vistas no microscópio, as fibras se organizam de uma forma semelhante ao desenho de estrias. As fibras musculares estriadas esqueléticas têm formato de cilindros (canudos) longos, que podem ter até mesmo o comprimento do músculo de que fazem parte. Cada uma contém várias miofibrilas, que são filamentos de proteínas (actina e miosina, entre outras). Essas células são multinucleadas, sendo que os núcleos ficam localizados junto à membrana celular, na área conhecida como periferia da fibra. Características histológicas do tecido muscular estriado esquelético: 1. células alongadas e grandes; 2. em corte longitudinal as células tem forma cilíndrica, já em corte transversal tem forma de prisma; 3. multinucleadas e estes se localizam na periferia da célula; 4. núcleos alongados acompanhando o longo eixo da célula; 5. apresentam estriações transversais, portanto apresentam sarcômero; 6. apresentam estruturas de sustentação (endomísio, perimísio e epimísio). ESTRUTURAS/TECIDOS DE SUSTENTAÇÃO DO MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO ENDOMÍSIO: reveste cada fibra (celula) muscular estriada esquelética, constituído pela união da lâmina basal da célula muscular mais fibras reticulares. PERIMÍSIO: reveste cada feixe de fibra (célula) muscular estriada esquelética, formado por tecido conjuntivo denso. EPIMÍSIO: reveste externamente o músculo estriado esquelético, formado por tecido conjuntivo denso. MIOFIBRILAS: são estruturas cilíndricas contráteis das células musculares estriadas esqueléticas, preenchendo quase totalmente o seu interior. São constituídos por filamento finos (actina) e filamentos grossos (miosina), dispostos formando os sarcômeros. SARCÔMERO: é a unidade funcional contrátil da célula muscular estriada. Cada sarcômero fica compreendido entre duas linhas Z, portanto apresenta uma banda A e duas semi-bandas I. Na banda A, existe a faixa H. Na banda A existe filamentos grossos (miosina) e filamentos finos (actina); Nas semi-bandas I existe apenas filamentos finos (actina);Na faixa H existe apenas filamentos grossos (miosina); Obs: o termo banda A vem de anisotrópica (faixa escura) e o termo banda I vem de isotrópica (faixa clara); Obs: Qdo ocorre a contração muscular ocorre um encurtamento do sarcômero com a diminição das duas semi-bandas I do mesmo sarcômero e da faixa H, porém a banda A fica do mesmo tamanho. Tecido muscular estriado cardíaco O tecido muscular cardíaco é formado por células alongadas e ramificadas. Elas podem ter um núcleo ou dois núcleos centrais. Embora essas unidades celulares também se organizem como estrias, elas são mais curtas e menos evidentes e não se agrupam em feixes. (Você já teve que mandar seu coração bater? Com certeza, não! Felizmente, esse tecido muscular tem contrações involuntárias (incontroláveis), que são também fortes e rítmicas). Características histológicas do tecido muscular estriado cardíaco: 1. células alongadas e grandes, mas menores que as do músculo esquelético; 2. em corte longitudinal as células tem forma cilíndrica, já em corte transversal tem forma de prisma; 3. apresentam um ou dois núcleos centrais; 4. núcleo(s) alongado(s) que acompanham o longo eixo da célula; 5. apresentam estriações transversais, portanto apresentam sarcômero; 6. não apresentam estruturas de sustentação (endomísio, perimísio e epimísio); 7. apresentam discos intercalares; 8. as células sofrem ramificações. DISCO INTERCALAR: são complexos juncionais encontrados na interface de células musculares cardíacas adjacentes. São junções que aparecem como linhas retas ou exibem um aspecto de escada. Nos discos intercalares encontram-se 3 especializações juncionais principais: 1. Zônula de adesão ou Fascia adherens; 2. Desmossoma ou Mácula adherens; 3. Junções comunicantes ou Gap junctions. Zônula de adesão: está presente nas partes transversal e lateral do disco e servem para ancorar os filamentos de actina dos sarcômeros. Desmossoma: unem as células musculares cardíacas, impedindo que elas se separem sob a atividade contrátil constante do coração. Junções comunicantes: encontrada nas partes laterais dos discos, são responsáveis pela continuidade iônica entre as células musculares vizinha. Tecido muscular liso O tecido muscular liso é formado por células alongadas, fusiformes, apresentando único núcleo e central. Como característica não apresenta sarcômero. Esse tipo de tecido também sofre contrações involuntárias. Porém, elas costumam ser lentas. O trabalho do músculo liso é o de formar a musculatura de órgãos internos: estômago, bexiga, vasos sanguíneos e intestinos. Características histológicas do tecido muscular liso: 1. células alongadas e grandes, mas menores que as do músculo cardíaco; 2. em corte longitudinal as células tem forma fusiforme, já em corte transversal tem a forma ligeiramente esférica; 3. apresentam um núcleo central; 4. núcleo alongado que acompanha o longo eixo da célula; 5. não apresentam estriações transversais, portanto não apresentam sarcômero; 6. não apresentam estruturas de sustentação (endomísio, perimísio e epimímio); 7. não apresentam discos intercalares. MATERIAL MONTADO NO DIA 08/05/2020 PARA O PRIMEIRO TERMO DE MEDICINA DA UNOESTE PROF. DR. EMMANUEL BAZAN MESTRE E DOUTOR EM HISTOLOGIA PELA ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA (EPM) UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP
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