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PSICODINÂMICA DAS NEUROSES Termo criado pelo médico escocês Willian Cullen em 1769- indicar desordens de sentidos e movimentos, causadas por efeitos gerais do sistema nervoso. Atesta a renovação do olhar clínico que pusera em voga a abertura de cadáveres e, portanto, a observação “direta” e post mortem dos órgãos que tinham sofrido de diversas patologias. Ideia de criar uma palavra genérica para designar o conjunto dos problemas da sensibilidade e da motricidade que não apresentavam relação com qualquer órgão. Neuron: nervos Osiõ: condição doente ou anormal NEUROSE Definição de uma palavra que inclui em seu campo domínio de doenças para as quais não havia explicação orgânica. Neuron: nervos Osiõ: condição doente ou anormal Desordens de sentidos e movimentos causados por efeitos gerais do sistema nervoso. Abertura dos cadáveres Observação direta dos órgãos que tinham sofrido de patologias Conjunto de problemas que não apresentavam relação com qualquer órgão. NEUROSE NEUROSE Psicologia moderna: qualquer desordem mental que cause tensão (não interfere na capacidade funcional) Mecanismos de defesa que resultam em dificuldade para viver. Termo não é mais comum. Descritas ob o título de ansiedade ou desordens depressivas. Prática de Freud dedicada amplamente ao tratamento de neuróticos. Fez grandes contribuições clínicas.Resolveu problema da neurose :conflito entre duas forças antagônicas, um desejo de prazer ( pulsão) o medo da punição ( moral e social). 1º lugar 2º lugar 3º lugar 4º lugar 5º lugar Estabeleceu que a neurose era um problema psicológico digno de estudo e não uma forma de degeneração hereditária ou fingimento. Reformulou sintomas dividindo em duas entidades clínicas: Neurose obsessiva Histeria. Em termos da teoria da libido determinou o que poderia ser considerado como curso normal do desenvolvimento e mostrou como a neurose podia ser tornada inteligível por referência a este desenvolvimento normal. Demonstrou que a neurose e normalidade diferem apenas em grau, não em qualidade e devolveu ao neurótico um lugar na sociedade. São tratáveis pela psicanálise e que a psicanálise é o melhor tratamento para elas. NEUROSE Início do século XX: Termo popularizou-se graças a difusão da ideias de Freud e da psicanálise significando conjuntos de sintomas resultantes principalmente de conflitos psicológicos e recalques inconsciente. Conceito prevaleceu até década de 60. As neuroses eram tidas como menos graves que as psicoses e teriam origem nos conflitos emocionais e traumas psicológicos. Na atual classificação oficial das doenças CID 10- são registrados os seguintes transtornos neuróticos: fóbico- ansiosos, transtorno de ansiedade, obsessivo- compulsivo, somatoformes e outros onde se incluem a neurastenia e despersonalização. Reconhecer que o indivíduo é neurótico implica numa visão conceitual, estatística e valorativa, onde o relacionamento sujeito- objeto ( pessoa-mundo) está prejudicado e o observador, quase intuitivamente percebe esta não- normalidade até sem muita dificuldade. Tipos de Neurose Origem ligada à sexualidade. Neuroses Atuais: neurastenia(fadiga), neurose de angústia e hipocondria. Psiconeuroses: histeria- primeira neurose descrita e analisada por Freud. Neurose Objetiva: é uma outra forma de neurose de transferência – sintomas compulsivos e pensamento dominado pela ruminação, dúvida e inibição. EGO conflito ID Instintos sexuais NEUROSE Aspectos Importantes • Neuroses de guerra assemelham-se às neuroses de paz, em que ocorrem perturbações da vida emocional com conflitos mentais inconscientes. • Ansiedade é um estado particular de esperar o perigo ou preparar-se para ele, ainda que seja desconhecido. • Medo: exige objeto definido do qual se tenha temor. Personalidade Neurótica • Indivíduo possui uma personalidade neurótica quando reage neuroticamente diante dos eventos e de uma forma habitual e isso passa a caracterizar a sua maneira de existir. • Adaptação emocional à vida é problemática. • Personalidade neurótica: relações de ajustamento não são acontecimentos ocasionais, mas constituem em maneira constante de relacionar-se com a realidade. • Transtorno de personalidade é pré requisito constitucional da personalidade neurótica. • Modalidade de relacionamento do sujeito com o objeto. Personalidade Neurótica • Arguir a personalidade deve ser uma atitude que primeiramente, leva em conta a circunstância cultural, temporal e até existencial na qual o indivíduo está inserido. • Tonalidade afetiva de base: lentes através das quais a realidade chega ao interior do ser. • Representação interna da realidade: o que esta realidade representa para o ser. Personalidade Neurótica • Personalidade neurótica percebe a realidade com olhos de míope, ou mais míope que o aceitável pelo sistema social vigente, e faz representar internamente uma realidade capaz de produzir algum sofrimento. • Neurose ser entendida como uma combinação das disposições pessoais constitucionais do indivíduo com as circunstâncias ocasionais que permitam a existência desse indivíduo. Notas sobre um caso de neurose obsessiva “O homem dos ratos” FREUD. Sigmund. Tradução José Octávio de Aguiar Abreu. Notas sobre um caso de neurose obsessiva: o homem dos ratos. Rio de Janeiro: Imago Ed.,1998. 144p. Caso de neurose obsessiva Tratamento de cerca de 1 ano Restabelecimento completo da personalidade do paciente e a extinção de suas inibições Assertivas sobre a gênese e o mecanismo mais estritamente psicológico dos processos obsessivos Não poderia oferecer uma história completa do tratamento o que implicaria entrar em pormenores das circunstâncias da vida do paciente É mais fácil divulgar os segredos mais íntimos do paciente do que os fatos mais inocentes e triviais a respeito dele ( possibilitaria reconhecê-lo) Redução da história do caso e de seu tratamento Apresentação apenas de alguns resultados desconexos da investigação psicanalítica da neurose obsessiva Neurose obsessiva Não é em si algo fácil de se compreender Pessoas com neuroses obsessivas se apresentam com menos frequência a um tratamento analítico do que os pacientes histéricos Dissimulam sua condição na vida cotidiana e visitam um médico quando a queixa já atingiu um grau avançado Extratos do Caso Clínico PACIENTE Jovem de formação universitária QUEIXA Sofrido de obsessões desde a infância, mas com intensidade maior nos últimos quatro anos. ASPECTOS PRINCIPAIS DE SEU DISTÚRBIO Medos de que algo pudesse acontecer a duas pessoas que ele gostava muito: seu pai e uma dama a quem admirava. OUTROS ASPECTOS Estava consciente de seus impulsos compulsivos (cortar a garganta com uma lâmina). Posteriormente criou proibições, às vezes em conexão com coisas sem tão importância. Passou anos lutando contra essas ideias e perdeu muito terreno no transcorrer de sua vida. OUTROS ASPECTOS Havia experimentado vários tratamentos , mas nenhum lhe valeu, com exceção de uma temporada de tratamento por hidroterapia num sanatório próximo ( lá conheceu alguém com quem mantinha relações sexuais regulares). Relações sexuais em intervalos irregulares Repulsa por prostitutas Sua vida sexual havia sido obstruída Masturbação desempenhara um pequeno papel nela, quando tinha dezesseis ou dezessete anos de idade Potência normal Primeira relação sexual aos 26 anos Relatou sobre parte sexual porque disse que era o que sabia sobre as teorias de Freud ( apenas folheou as páginas de um de seus livros e encontrou a explicação de algumas curiosas associações verbaisque lhe recordaram tanto alguns de seus próprios esforços de pensamento em correlação com suas ideias e por isso quis se colocar aos cuidados de Freud) CONDIÇÃO DO TRATAMENTO Dizer tudo o que lhe viesse à cabeça, ainda que lhe fosse desagradável ou parecesse sem importância. Permissão para iniciar suas comunicações com qualquer assunto que desejasse. Relato do Paciente • Amigo sobre o qual possuia uma opinião elevada- procurava o amigo sempre que estava atormentado por um impulso criminoso e perguntava se ele o desprezava assim como se despreza um criminoso. Relato do Paciente AMIGO A QUAL ELE PROCURAVA QUANDO ESTAVA ATORMENTADO Amigo sobre o qual possuia uma opinião elevada- procurava o amigo sempre que estava atormentado por um impulso criminoso e perguntava se ele o desprezava assim como se despreza um criminoso. Amigo lhe dava apoio moral e lhe dizia que ele era um homem de conduta irrepreensível e que talvez tinha tido o hábito, desde a juventude, de encarar a vida de modo sombrio. Numa época anterior outra pessoa havia exercido influência semelhante sobre ele- estudante de 19 anos (ele tinha 14 ou 15) e que elevou sua auto estima a um grau que ele passou a se considerar um gênio. Estudante acabou por se tornar seu professor e mudou a conduta com ele tratando-o como idiota ( descobriu que na verdade ele estava interessado em sua irmã e por isso o tratava bem para ter acesso na casa) Sexualidade Infantil • Vida sexual iniciou cedo ( cena dos 4 ou 5 anos) • Governanta: manipulou seus genitais e depois disso ficou com muita curiosidade em ver o corpo feminino • No banho ficava ansioso esperando a governanta despir-se • Outra governanta que tinha abscessos nas nádegas e que os espremia à noite • Não dormia com a governanta, mas na maioria das vezes com os pais Sexualidade Infantil • Lembrança da fala da governanta, cozinheira e outra criada- “Seria possível fazer isso com o pequeno, mas Paul é muito desajeitado, certamente ele iria falhar” • Sentiu desconsideração e começou a chorar- foi consolado e a partir daí tomou liberdades com a governanta (subia em sua cama, a descobria e tocava, sem que ela fizesse objeções) • Governanta tinha desejos sexuais fortes- teve filho com 23 anos Sexualidade Infantil • Aos seis anos já sofria de ereções e certa vez foi até a mãe se queixar delas • Tinha um pressentimento de que havia alguma conexão entre esse assunto e suas ideias e indagações e costumava ter ideia mórbida de que seus pais conheciam seus pensamentos( explicou a ele mesmo que talvez os tivesse revelado em voz alta sem haver escutado fazê-lo)- encarava como começo da doença Sexualidade Infantil • Tinha forte desejo de ver moças despidas, mas desejando isso tinha um estranho sentimento de que algo aconteceria se ele pensasse em tais coisas e por isso deveria fazer todo tipo de coisa para evitá-lo “Temor de que o pai iria morrer” • Pensamentos sobre a morte do pai ocupara sua mente desde muito cedo e por longo período, deprimindo-o enormemente (Freud soube que o pai do homem havia falecido já há um tempo) Sexualidade Infantil • Eventos do sexto ou sétimo ano de vida não eram o começo da doença, mas já a própria doença- neurose obsessiva completa • Se tenho esse desejo de ver uma mulher despida, meu pai deverá morrer • Instinto erótico e uma revolta contra ele • Desejo que ainda não se tornara compulsivo e lutando contra ele um medo já compulsivo- afeto aflitivo e uma impulsão em direção à realização de atos defensivos Sexualidade Infantil • Presença de uma espécie de delírio com o estranho conteúdo de que seus pais conheciam seus pensamentos porque ele expressara em voz alta sem escutar a si próprio • Qual poderia ter sido o significado da ideia da criança de que, se ele tivesse esse desejo lascivo, seu pai estaria fadado a morrer? • Antes da criança haver chegado aos 6 anos houve conflitos e repressões que sucumbiram à amnésia, mas que deixaram atrás de si, como um resíduo, o conteúdo particular desse medo obsessivo Sexualidade Infantil • Casos que possuem característica de atividade sexual imatura • As neuroses obsessivas, mais do que as histerias, tornam óbvio que os fatores que formarão uma psiconeurose podem ser encontrados na vida sexual infantil do paciente, e não em sua vida atual • A vida sexual atual de um neurótico obsessivo pode, com frequência, parecer normal, mas oferece aos olhos elementos e anormalidades patogênicas bem menos numerosas do que no exemplo considerado O grande medo Obsessivo • Experiência que constituiu motivo para ir visitar o psicanalista: Agosto, durante as manobras em........ Antes estivera padecendo e se atormentando com todas as espécies de pensamentos obsessivos, as eles passaram rapidamente durante as manobras Caso do pince-nez que havia perdido e telegrafara para oculistas de Viena para que lhe enviassem um novo par pelo correio O grande medo Obsessivo • Conversa com o capitão (tinha certo terror dele) que lhe contou que leu sobre um castigo terrível que havia sido aplicado no Leste • Paciente interrompeu-se e pediu que fosse poupado dos detalhes- resistência(superação da mesma era a lei do tratamento) “Criminoso amarrado, um vaso era virado sobre suas nádegas.. alguns ratos eram colocados dentro dele...e eles ( mostrava sinais de horror e resistência) cavaram caminho no ânus (foi ajudado a completar a palavra) O grande medo Obsessivo • Enquanto contava a história sua face assumiu uma expressão estranha – face de horror ao prazer todo seu ao qual ele mesmo não estava ciente • Naquele momento atravessou-lhe, como um relâmpago, a ideia de que aquilo estava acontecendo a uma pessoa que lhe era muito cara- “dama a quem muito ele admirava” • Interrompeu a história para assegurar que aqueles pensamentos lhe eram totalmente alheios e repulsivos, e para contar tudo que se tinha seguido no curso deles, passara por sua cabeça com a mais extraordinária rapidez O grande medo Obsessivo • Simultaneamente a ideia aparecia um sanção, isto é a medida defensiva que ele era obrigado a adotar, a fim de evitar que a fantasia fosse realizada • Quando capitão faliu desse castigo horrível e essas ideias lhe vieram a mente,ele empregou as suas fórmulas de praxe (mas, acompanhado por um gesto de repúdio e a frase o que é que você está pensando?) • Ideia de o castigo dos ratos ter sido aplicado à dama e a segunda ideia do castigo ter sido aplicado a seu pai O grande medo Obsessivo • Como o pai já havia falecido, esse medo obsessivo era muito mais disparatado ainda do que o primeiro • Prosseguiu com a história do pacote chegado pelo correio • Sanção tomou conta de sua mente “ não devia devolver o dinheiro ou aquilo iria acontecer ( a fantasia dos ratos se realizaria em relação à dama e a seu pai) • Utilizou procedimento que lhe era familiar, para combater essa sanção surgiu uma ordem na forma de juramento O grande medo Obsessivo • Ordem de pagar de volta ao tenente A ( disse essa palavra a si próprio quase em voz alta) • Passara todo o tempo fazendo esforços para reembolsar o tenente A- dificuldades de natureza externa surgiram para impedi-lo • Ao narrar a história pela terceira vez psicanalista fez com que ele compreendesse as obscuridades que ela continha e pode por a prova todos os erros de memória e os deslocamentos nos quais ele se envolvera O grande medo Obsessivo • Repetidamente se dirigia a Freud como capitão ( no início da consulta Freud lhe dissera que ele mesmo não gostava de crueldade, como o capitão N e que não tinha a intenção de atormentá-lo sem necessidade) • Conseguiu a informação de que em todas as ocasiões anteriores que tivera medo que algo acontecesse a pessoas a quem ele amava, elereferia as punições não apenas à nossa vida atual, mas também à eternidade (até o décimo quarto ou quinto ano de sua vida fora religioso, mas atualmente era livre pensador) O grande medo Obsessivo • Reconciliou a contradição entre suas crenças e suas obsessões, dizendo a si próprio “O que você sabe você sobre o mundo?” “O que sabem os outros a esse respeito?” • Terceira sessão completou história muito característica de seus esforços para cumprir seu juramento obsessivo • O juramento lhe atormentava- nem dormiu direito O grande medo Obsessivo • Ideias lutavam dentro dele “estava sendo covarde e tentando escapar do desprazer de pedir a A que fizesse o sacrifício em questão e desempenhar um papel idiota diante dele, e que esse era o motivo de estar desrespeitando seu juramento e de outro lado, estava a ideia de que, pelo contrário, seria covardia sua realizar o juramento, de vez que só queria fazer isso a fim de que fosse deixado em paz com suas obsessões • Debateu com a ideia de estação a estação de trem até que resolveu continuar viagem até Viena e lá encontrar seu amigo para lhe expor todo o assunto. O grande medo Obsessivo • Chegou a casa do amigo às onze horas da noite e lhe contou toda a história • Seu amigo ergue a mão de assombro ao ver que ela ainda podia duvidar de estar sofrendo de obsessão e o acalmou de modo que ele pode dormir tranquilo • Na manhã seguinte foram até à agência postal a fim de remeter o dinheiro à agência postal, onde havia chegado o pacote contendo o pince-nez O grande medo Obsessivo • Essa última explicação ofereceu um ponto de partida para que o psicanalista começar a por em ordem as diversas distorções implicadas em sua história • Depois que seu amigo lhe trouxe a perfeito juízo ele não remeteu a quantia em dinheiro a nenhum tenente, mas diretamente à agência postal O grande medo Obsessivo • Ele deve ter sabido que devia a quantia à agência antes de iniciar sua viagem e antes de outros fatos (lembrara que antes de encontrar o cruel capitão tivera a ocasião de encontrar com outro capitão que lhe contara como realmente estavam as coisas) • O cruel capitão cometera um equívoco quando, ao lhe entregar o pacote, lhe pediu para pagar a A em reembolso, e o paciente deve ter sabido que foi um engano, mas apesar disso fez um juramento fundado nesse equívoco- algo que estava fadado a ser um tormento para ele. O grande medo Obsessivo • Fazendo o juramento suprimiu para si próprio, justamente como suprimira para o psicanalista ao contar a história, o episódio do outro capitão e a existência da confiante jovem na agência postal • Depois dessa correção, seu comportamento pareceu ainda mais sem sentido e ininteligível do que antes • Depois que deixou o amigo e voltou à família, suas dúvidas mais uma vez o assaltaram O grande medo Obsessivo • Determinação em consultar médico:lhe daria um certificado que de fato para recobrar a saúde era necessário realizar tal ato como planejara com relação ao tenente A e o mesmo deixaria se persuadir diante do certificado e aceitaria a quantia em dinheiro • Um dos livros de Freud caiu em suas mãos naquele momento e orientou a escolha por ele • Não era de fato conseguir dele um certificado- o que pediu foi o alívio de suas obsessões • Farsa de viajar a P e visitar o tenente foi sentida novamente quando resistência atingiu o ápice Iniciação na natureza do tratamento • Leitor não deve esperar ouvir de imediato como tento esclarecer as estranhas e absurdas obsessões do paciente acerca dos ratos • Verdadeira técnica da psicanálise requer que o médico suprima sua curiosidade, e deixe ao paciente liberdade total para escolher a ordem do qual os tópicos sucederão um ao outro durante o tratamento • 4ª consulta: “Como o senhor pretende prosseguir hoje?” Iniciação na natureza do tratamento • Contou algo que o atormentava desde o início e que considerava muito importante: história da última doença de seu pai e de como morrera de enfisema, nove anos atrás • “ Médico lhe diz que seu pai não poderia sobreviver por muito mais tempo • Deitou-se para descansar às 23h30 para descansar por uma hora • Despertou a 1 hora da manhã e soube que seu pai havia morrido- censurou-se por não estar presente à hora de sua morte Iniciação na natureza do tratamento • Censurou-se ainda mais quando a enfermeira lhe contou que seu pai dissera seu nome uma vez nos últimos dias , e perguntou quando ela se aproximou do leito se era Paul • A princípio a censura não o atormentara- por muito tempo não compreendia o fato do pai ter morrido (“preciso contar essa piada ao meu pai”, “é papai que está chegando”)- desejava ver a aparição do pai • 18 meses depois a recordação de sua negligência lhe veio e começou a atormentá-lo terrivelmente de forma que passou a tratar a si próprio como criminoso (ocasião foi a morte de uma tia e visita de condolência paga na casa dela) Iniciação na natureza do tratamento • Ampliou a estrutura de seus pensamentos obsessivos ( consequência foi ter ficado incapacitado de trabalhar) • A única coisa que levou adiante naquele tempo foi o consolo que lhe deu o amigo, o qual sempre afastou as suas autocensuras, com base no fato de que eram exageradas • O sentimento de culpa pertence a algum outro conteúdo que é desconhecido(inconsciente) e que deve ser buscado “Como poderia ele admitir ser um criminoso em relação ao pai, quando devia saber que, na verdade jamais cometera crime algum contra ele?” Iniciação na natureza do tratamento • Freud explica que não era a informação que poderia ter um efeito terapêutico, mas sim a descoberta do conteúdo inconsciente ao qual a autocensura de fato estava ligada • Eu moral- consciente e eu mau- inconsciente • Lembrava de ter feito coisas na infância que provinham de seu outro eu embora se considerasse moral • Atingiu acidentalmente na fala uma das características do inconsciente, ou seja, a relação deste com o infantil- parte que ficara reprimida • Derivados desse inconsciente reprimido eram os responsáveis pelos pensamentos involuntários que constituíam sua doença Disse que devia me contar um evento de sua infância: A partir dos 7 anos havia tido medo de que seus pais adivinhassem seus pensamentos e esse medo persistiria por toda a vida Com 12 anos havia gostado de uma menina irmã de um amigo seu. Ela não lhe mostrara tanta atenção e então lhe ocorreu que se um desgraça viesse a lhe acontecer ela seria mais afável e, como exemplo disso a morte de seu pai insinuou-se forçosamente em sua mente • Rejeitou com energia a ideia- não podia admitir que aquilo teria sido um desejo • Perguntou porque repudiaria se não tivesse sido um desejo • Apontou que estava seguro de essa não ter sido a primeira ocorrência da sua ideia de seu pai morrer • Um pensamento idêntico perpassara sua mente 6 meses antes de seu pai morrer-estava apaixonado por uma dama, mas obstáculos financeiros impossibilitaram que pensasse numa aliança com ela. Ocorreu que a morte de seu pai poderia torná-lo rico o suficiente para desposá-la • No dia anterior à morte de seu pai lhe veio a ideia de que poderia estar perdendo o que mais ama e então veio a contradição que existia mais alguém a quem amava • “Todo medo corresponde a um desejo primeiro, agora reprimido” • Como seria possível ter um desejo desse se amava tanto o pai? • Amor assim intenso era pré condição de um ódio reprimido • A intensidade do seu amor que não permitiu que seu ódio ficasse consciente • Descobrir a fonte do ódio • Suas afirmações apontavam para a época em que acreditava que seus pais conheciam os seus pensamentos • Porque esse amor intenso não lograra extinguir o ódio como de praxe acontecia quando havia dois impulsos antagônicos • O ódio deveria fluir de uma fonte, que devia estar relacionadacom alguma causa particular que o tornara indestrutível • Algo mantinha seu intenso ódio pelo pai ao passo, que por outro lado o intenso amor o impedia de tornar-se consciente • Existia no inconsciente irradiando vez ou outra dentro da consicência • Havia sido muito amigo de seu pai • A fonte pela qual sua hostilidade pelo pai tirava a sua indestrutibilidade era evidentemente algo de natureza de desejos sexuais, e nessa correlação deve ter sentido seu pai como uma interferência • Só quando foi novamente arrebatado por desejos eróticos que reapareceu sua hostilidade devido reviver a situação • Esse desejo de livrar-se do pai como uma interferência deve ter surgido numa época em que ele não amava muito mais o pai do que a pessoa a qual desejava sensualmente ou quando era incapaz de tomar uma decisão nítida ( provavelmente antes dos 6 anos) • 7ª sessão: retomou o assunto dizendo não poder acreditar ter tido um desejo daqueles em relação ao pai • Tratamento avançava acompanhado de uma resistência constante • Falou de um ato criminoso(lembrava de haver cometido embora não o reconhecesse como o criminoso) • Relato da espingarda QUE FERIU A TESTA DO IRMÃO ( do qual tinha ciúmes) quando crianças • Ficou perturbado e se atirou no chão questionando como poderia ter feito aquilo de querer ferir o seu irmão • Psicanalista retomou a questão de poder haver alguma lembrança relacionada ao pai • Relatou ter sentido impulsos vingativos em relação a dama a qual tanto admirava e de cujo caráter pintou uma ardente imagem • Reconheceu a qualidade da covardia em seu pensamentos • Não devia aplicar responsabilidade moral à criança • Sua doença havia ficado intensificada ( do qual tinha ciúmes) ( do qual tinha ciúmes) ( do qual tinha ciúmes) desde a morte de seu pai
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