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Literatura (CPMIL)

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LITERATURA BRASILEIRA 
 7 
 
 
 
CAPÍTULO ASSUNTO PÁGINA 
1 Literatura de Informação 09 
2 Barroco 12 
3 Arcadismo 16 
 4 Romantismo 21 
5 Realismo 28 
6 Naturalismo 32 
7 Parnasianismo 36 
8 Simbolismo 40 
9 Pré-modernismo 43 
10 Modernismo 45 
11 Gabarito 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LITERATURA BRASILEIRA 
 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 01 
 
 Literatura pode ser definida como a arte de criar e recriar tex-
tos, de compor ou estudar escritos artísticos. Cabe à literatura o 
LITERATURA BRASILEIRA 
 9 
 
exercício da eloquência e da poesia e, a ela corresponde 
o conjunto de produções literárias de um país ou de uma época. A 
palavra Literatura vem do latim "litteris" que significa "Letras", é 
possivelmente uma tradução do grego "grammatikee". Em latim, 
literatura significa uma instrução ou um conjunto de saberes ou 
habilidades de escrever e ler bem, e se relaciona com as artes da 
gramática, da retórica e da poética. Por extensão, se refere especi-
ficamente à arte ou ofício de escrever de forma artística. O termo 
Literatura também é usado como referência a um corpo ou um 
conjunto escolhido de textos como, por exemplo, a literatura médi-
ca, a literatura inglesa, literatura portuguesa, etc. 
 A apostila de literatura brasileira da AEPOM abordará os princi-
pais períodos da literatura brasileira. Serão destacadas as caracte-
rísticas de cada período, os principais autores e as respectivas 
obras literárias. Ao final de cada capítulo, nosso aluno encontrará 
questões relacionadas ao período literário estudado e, para facilitar 
o aprendizado, ao final da apostila estará disponível o gabarito de 
todas as questões utilizadas. 
 A tabela abaixo mostra como está dividido o movimento literário 
no Brasil. 
 
DATA MOVIMENTO LITERÁRIO ERA 
1500 - 1601 
PERÍODO DE INFORMAÇÃO 
QUINHENTISMO 
 
C
O
LO
N
IA
L
 
1601 - 1768 
BARROCO 
SEISCENTISMO 
1768 - 1808 
ARCADISMO 
(NEOCLASSICISMO) 
SETECENTISMO 
1808 - 1836 PRÉ-ROMANTISMO 
1836 - 1881 ROMANTISMO 
 
N
A
C
IO
N
A
L
 
 
na
ci
on
al
 
1881 - 1893 
REALISMO 
NATURALISMO 
PARNASIANISMO 
1893 - 1902 SIMBOLISMO 
1902 - 1922 PRÉ-MODERNISMO 
1922 - 1930 
MODERNISMO I 
FASE “HERÓICA” 
1930 - 1945 
MODERNISMO II 
CONSOLIDAÇÃO 
1945 - ... 
GERAÇÃO 45 
CONCRETISMO - 1956 
NEOCONCRETISMO - 1959 
POESIA PRÁXIS 1961 
VIOLÕES DE RUA - 1962 
POEMA-PROCESSO - 1967 
TROPICALISMO - 1967 
POESIA MARGINAL - 1970 
 
LITERATURA DE INFORMAÇÃO 
 
 O período de literatura de informação ou quinhentismo corres-
ponde à literatura portuguesa dos séculos XVI e XVII. É um período 
que se desenvolve através da crônica de caráter descritivo e infor-
mativo, da poesia de Camões e do teatro. 
 No período de informação, a literatura é utilizada para docu-
mentar a colonização do Brasil e mostra o deslumbramento do 
europeu com a riqueza encontrada no Brasil. As obras desse perío-
do também retratam diversos textos religiosos. 
 
● Principais autores e obras 
Pero Vaz de Caminha (1450-1500) foi um escritor português que 
se notabilizou nas funções de escrivão da armada de Pedro Álva-
res Cabral. É de sua autoria o primeiro documento oficial sobre o 
Brasil. 
Trecho da Carta de Pero Vaz de Caminha 
 Senhor, posto que o Capitão-mor desta Vossa frota, e 
assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a notícia do 
achamento desta Vossa terra nova, que se agora nesta nave-
gação achou, não deixarei de também dar disso minha conta a 
Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que — para o 
bem contar e falar — o saiba pior que todos fazer! 
(...) 
 E assim seguimos nosso caminho, por este mar de 
longo, até que terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 
dias de abril, topamos alguns sinais de terra, estando da dita 
Ilha — segundo os pilotos diziam, obra de 660 ou 670 léguas 
— os quais eram muita quantidade de ervas compridas, 
a que os mareantes chamam botelho, e assim mesmo outras a 
que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela 
manhã, topamos aves a que chamam furabuchos. 
(...) 
 Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, 
sexta-feira, primeiro dia de Maio de 1500. 
 
Pero Magalhães de Gandavo (1540 - 1580) foi um historiador e 
cronista português. Escreveu o famoso livro História da Província 
Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil, onde fala de 
uma série de aspectos locais como os animais, que eram em boa 
parte desconhecidos dos europeus: o papa-formigas, o tatu, uma 
série de aves, insetos e peixes exóticos são descritos com espanto, 
estranheza e maravilha. Chega mesmo a descrever um suposto 
monstro marinho que teria aparecido na capitania de São Vicente, e 
que fora morto pelos portugueses da localidade. As plantas da 
colônia merecem também a sua atenção. A que descreve com 
maior cuidado é a mandioca, assinalando as suas utilidades, assim 
como as características de cada parte da planta. Além 
da fauna e flora relata a descoberta do Brasil por Pedro Álvares 
Cabral, assim como os primórdios da colonização, as diversas 
tribos indígenas, e descreve, ainda, as diversas capitanias em que 
se dividia o território brasileiro. Traça, por fim, um retrato das po-
tencialidades que esta terra reservava aos portugueses, tal como a 
vastidão do território e dos seus recursos econômicos. 
Escreveu, ainda, Tratado da província do Brasil. 
 
Ipupiara – suposto monstro encontrado em São Vicente. 
 Pero Lopes de Sousa (1497-1539) foi um navegador e mili-
tar português. Era irmão de Martim Afonso de Sousa. Em seu 
Diário de Navegação, quando era escrivão da esquadra de Martim 
Afonso (1530), Pero Lopes fala do contrabando de Pau-Brasil pelos 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escritor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_%C3%81lvares_Cabral
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_%C3%81lvares_Cabral
http://pt.wikipedia.org/wiki/1540
http://pt.wikipedia.org/wiki/1580
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Prov%C3%ADncia_Santa_Cruz
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Prov%C3%ADncia_Santa_Cruz
http://pt.wikipedia.org/wiki/Papa-formiga
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tatu
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mandioca
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fauna
http://pt.wikipedia.org/wiki/Flora
http://pt.wikipedia.org/wiki/Descoberta_do_Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_%C3%81lvares_Cabral
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_%C3%81lvares_Cabral
http://pt.wikipedia.org/wiki/1497
http://pt.wikipedia.org/wiki/1539
http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Martim_Afonso_de_Sousa
LITERATURA BRASILEIRA 
 10 
 
franceses, da vida dos colonizadores portugueses e da fundação de 
São Vicente e Piratininga (SP) em 1532. 
 
Gabriel Soares de Sousa (1540 - 1591) foi um agricultor e em-
presário português. Escreveu, em 1587, o Tratado Descritivo do 
Brasil onde fala das riquezas da costa brasileira e da exuberância 
de sua vegetação. 
 
Nota 
É muito importante destacar no período de informação o traba-
lho e a obra da Companhia de Jesus no Brasil. Os jesuítas 
contribuíram com informações religiosas que eram acrescen-
tadas de cunho didático e moral. Os mais significativos nomes 
dessa época foram Manuel da Nóbrega, Fernão Cardim, e 
José de Anchieta. É lícito dizer que a literatura brasileira nas-
ceu marcada pela cultura barroca dos padres jesuítas. 
 
Manuel da Nóbrega (1517 - 1570) foi o chefe da primeira mis-
são jesuítica à América. As cartas enviadas a seus superiores são 
documentos históricos sobre o Brasil colônia e a ação jesuítica no 
século XVI. Entre suas principais obras estão Diálogos sobre a 
conversão do gentio e Cartas do Brasil. 
Observe esse pequeno trecho da primeiracarta enviada do Brasil 
onde se nota a postura dos jesuítas a respeito da conversão do 
gentio e a tentativa de eliminar alguns hábitos, como o canibalismo. 
 
Diz que quer ser cristão e não comer carne humana, nem ter 
mais de uma mulher e outras coisas: somente que há de ir à 
guerra e os que cativar vendê-los e servir-se deles, porque 
estes desta terra sempre tem guerra com outros e assim an-
dam todos em discórdia. Comem-se uns aos outros, digo os 
contrários. É gente que nenhum conhecimento tem de Deus, 
nem ídolos, fazem tudo quanto lhe dizem. 
(carta ao padre Simão Rodrigues) 
 
Fernão Cardim (1549 - 1625) foi jesuíta português. Seus princi-
pais textos foram " Tratado da Terra e da Gente Brasil" , "Do princí-
pio e origem dos índios do Brasil" e "Narrativa epistolar de uma 
viagem e missão jesuítica", Nos textos, Cardim se encanta com a 
fauna e a flora do país a ponto de exagerar em muitas descrições, 
sempre com muito amor pelo país que escolheu para missionar. A 
fácil adaptação dos animais e árvores transplantados para o nosso 
país fez com que o jesuíta realçasse a grandiosidade da natureza. 
 
 
José de Anchieta (1534 - 1957) é o mais importante nome da 
informação jesuítica no Brasil. O padre Anchieta foi um dos funda-
dores de São Paulo e foi declarado beato pelo papa João Paulo II. 
Ele é cognominado de Apóstolo do Brasil. Entre suas obras carac-
terizam-se a prosa informativa, sermões, e poesias em portu-
guês, espanhol, latim e tupi-guarani. Anchieta deixou registrado 
Autos e Textos de Tradição Medieval com características popula-
res e simples onde discutia o religioso e o profano. Em seus textos, 
falou da terra e da obra colonizadora portuguesa. A poesia de 
Anchieta se marca pelo lirismo ingênuo, desprovida de qualquer 
maior fantasia, complexidade ou substância mental. Ele possui dois 
poemas famosos: um poema em louvor à Virgem e o outro poema 
louvando a figura de Mem de Sá. 
 
 
 
 
 
Em Deus, meu criador 
 
Não há cousa segura. 
Tudo quanto se vê 
se vai passando. 
A vida não tem dura. 
O bem se vai gastando. 
Toda criatura 
passa voando. 
 
Em Deus, meu criador, 
está todo meu bem 
e esperança 
meu gosto e meu amor 
e bem-aventurança. 
Quem serve a tal Senhor 
não faz mudança. 
 
Contente assim, minha alma, 
do doce amor de Deus 
toda ferida, 
o mundo deixa em calma, 
buscando a outra vida, 
na qual deseja ser 
toda absorvida. 
 José de Anchieta 
 
 
CURIOSIDADES SOBRE O PERÍODO DE INFORMAÇÃO 
 
01. Há um impressionante relato do alemão Hans Staden (1525-
1579) sobre esse período do Brasil. Hans Staden foi um aventureiro 
e mercenário que por duas vezes passou pelo Brasil no início 
do século XVI. Hans teve a oportunidade de participar de combates 
na Capitania de Pernambuco e na Capitania de São Vicente, lutou 
contra corsários franceses e seus aliados indígenas. Escreveu, ao 
voltar para a Europa, o livro Duas viagens ao Brasil que anos 
depois foi publicado por Monteiro Lobato, com o nome “Meu Cati-
veiro entre os Índios do Brasil”. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/1591
http://pt.wikipedia.org/wiki/Agricultor
http://pt.wikipedia.org/wiki/Empres%C3%A1rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Empres%C3%A1rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugu%C3%AAs
http://pt.wikipedia.org/wiki/1517
http://pt.wikipedia.org/wiki/1570
http://pt.wikipedia.org/wiki/Companhia_de_Jesus
http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVI
http://pt.wikipedia.org/wiki/1549
http://pt.wikipedia.org/wiki/1625
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jesu%C3%ADta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal
http://pt.wikipedia.org/wiki/1525
http://pt.wikipedia.org/wiki/1579
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mercen%C3%A1rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9culo_XVI
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitania_de_Pernambuco
http://pt.wikipedia.org/wiki/Capitania_de_S%C3%A3o_Vicente
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cors%C3%A1rio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fran%C3%A7a
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ind%C3%ADgena
http://pt.wikipedia.org/wiki/Duas_viagens_ao_Brasil
LITERATURA BRASILEIRA 
 11 
 
 
02. Nos dois primeiros séculos do Brasil, produziu-se uma literatura 
documental que se desdobra em duas vertentes: o ufanismo e o 
realismo. À primeira, estão ligados cronistas como Pero Magalhães 
Gândavo e Gabriel Soares de Sousa; à segunda, vinculam-se os 
textos escritos pelo Frei Vicente do Salvador e por Antonil, pseudô-
nimo do jesuíta italiano João Antônio Andreoni. 
 
Exercícios 
01. As primeiras manifestações literárias que se registram na litera-
tura brasileira são: 
a) obras do estilo clássico, renascentista. 
b) literatura informativa sobre o Brasil (crônica) e literatura didática 
catequética (obra dos jesuítas). 
c) romances e contos dos primeiros colonizadores. 
d) poesia épica e prosa de ficção. 
e) poemas românticos indianistas. 
 
02. A literatura de informação corresponde às obras: 
a) barrocas. 
b) arcádicas. 
c) de jesuítas, cronistas e viajantes. 
d) do período colonial em geral. 
e) n. d. a. 
 
03. Qual das afirmações não corresponde à carta de Caminha? 
a) observação do índio como um ser disposto à catequização. 
b) deslumbramento diante da exuberância da natureza tropical. 
c) mistura de ingenuidade e malícia na descrição dos índios e seus 
costumes. 
d) composição sob forma de diário de bordo. 
e) aproximações barrocas no tratamento literário e no lirismo das 
descrições. 
 
04. A literatura jesuíta, nos primórdios de nossa história: 
a) tem grande valor informativo. 
b) marca nossa maturação clássica. 
c) visa à catequese do índio, à instrução do colono e sua assistên-
cia religiosa e moral. 
d) está a serviço do poder real. 
e) tem fortes doses nacionalistas. 
 
05. Anchieta só não escreveu: 
a) um dicionário ou gramática da língua tupi. 
b) sonetos clássicos, à maneira de Camões, seu contemporâneo. 
c) poesias em latim, português, espanhol e tupi. 
d) autos religiosos, à maneira do teatro medieval. 
e) cartas, sermões, fragmentos históricos e informações. 
 
06. São características da poesia do padre José de Anchieta: 
a) a temática, visando a ensinar os jovens jesuítas chegados ao 
Brasil. 
b) linguagem cômica, visando a divertir os índios; expressão em 
versos decassílabos, como a dos poetas clássicos do século XVI. 
c) temas vários, desenvolvidos sem qualquer preocupação peda-
gógica ou catequética. 
d) função pedagógica; temática religiosa; expressão em redondi-
lhas, o que permitia que fossem cantadas ou recitadas facilmente. 
e) nenhuma das anteriores. 
 
07. (UNISA) A Literatura jesuíta, nos primórdios de nossa história: 
a) tem grande valor informativo. 
b) marca nossa maturação clássica. 
c) visa à catequese do índio, à instrução do colono e sua assistên-
cia religiosa e moral. 
d) está a serviço do poder real. 
e) tem fortes doses nacionalistas. 
 
08. A importância das obras realizadas pelos cronistas portugueses 
do século XVI e XVII é: 
a) determinada exclusivamente pelo seu caráter literário. 
b) sobretudo documental. 
c) caracterizar a influência dos autores renascentistas europeus. 
d) a deterem sido escritas no Brasil e para brasileiros. 
e) nenhuma das anteriores. 
 
09. (UFV) Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede: 
Dos vícios já desligados 
nos pajés não crendo mais, 
nem suas danças rituais, 
nem seus mágicos cuidados. 
(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adapta-
ção de Walmir Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro [s.d.] p. 110) 
 
Assinale a afirmativa verdadeira, considerando a estrofe acima, 
pronunciada pelos meninos índios em procissão: 
a) Os meninos índios representam o processo de aculturação em 
sua concretude mais visível, como produto final de todo um empre-
endimento do qual participaram com igual empenho a Coroa Portu-
guesa e a Companhia de Jesus. 
b) A presença dos meninos índios representa uma síntese perfeita 
e acabada daquilo que se convencionou chamar de literatura infor-
mativa. 
c) Os meninos índios estão afirmando os valores de sua própria 
cultura, ao mencionar as danças rituaise as magias praticadas 
pelos pajés. 
d) Os meninos índios são figuras alegóricas cuja construção como 
personagens atende a todos os requintes da dramaturgia renascen-
tista. 
e) Os meninos índios representam a revolta dos nativos contra a 
catequese trazida pelos jesuítas, de quem querem libertar-se tão 
logo seja possível. 
 
10. (UFSM) Sobre a literatura produzida no primeiro século da vida 
colonial brasileira, é correto afirmar que: 
a) É formada principalmente de poemas narrativos e textos dramá-
ticos que visavam à catequese. 
b) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira. 
c) É constituída por documentos que informam acerca da terra 
brasileira e pela literatura jesuítica. 
d) Os textos que a constituem apresentam evidente preocupação 
artística e pedagógica. 
e) Descreve com fidelidade e sem idealizações a terra e o homem, 
ao relatar as condições encontradas no Novo Mundo. 
 
11. (Univ. Est. de Londr.) - É lícito dizer que a literatura brasileira 
nasceu marcada: 
a) pela cultura clássica greco-romana. 
b) pelas luzes do racionalismo francês. 
c) pelo renascimento italiano, filtrado através da experiência nativa. 
d) pela cultura barroca dos padres jesuítas. 
e) pelo folclore indigenista. 
 
12. (UF Viçosa) Não houve desenvolvimento literário no Brasil- 
Colônia porque... Assinale a alternativa incorreta: 
a) o isolamento das capitanias e seu desenvolvimento irregular di-
ficultou o contato entre escritores. 
b) inexistência, praticante, da vida urbana. 
c) Portugal sempre manteve o Brasil afastado das influências cultu-
rais de outros países. 
LITERATURA BRASILEIRA 
 12 
 
d) a imitação estrangeira dificultou a imaginação de nossos escrito-
res. 
e) nenhuma das anteriores. 
 
13. (Cescem) A literatura brasileira do período colonial, em seus 
primeiros tempos, teve como preocupação acentuada a catequese 
do selvagem. É o que se vê revelado: 
a) nos Diálogos das Grandezas do Brasil. 
b) na Prosopopeia. 
c) no teatro de Anchieta. 
d) no Tratado da Terra do Brasil. 
e) no poemeto épico Uruguai. 
 
14. (Fuvest) Relacione a primeira coluna (obra) com a segunda 
(autor) e assinale a sequência correta é: 
1. Tratado Descritivo do Brasil. 
2. Meu Cativeiro entre os Índios do Brasil. 
3. Cartas do Brasil. 
4. Diário da Navegação. 
5. História da Província da Santa Cruz. 
6. Tratado da Terra e da Gente Brasil. 
 
( ) Pero Magalhães Gândavo. 
( ) Fernão Cardim. 
( ) Gabriel Soares de Sousa. 
( ) Hans Staden . 
( ) Pero Lopes de Sousa. 
( ) Manuel da Nóbrega. 
a) 5, 6, 1, 4, 2, 3. 
b) 6, 1, 4, 3, 2, 5. 
c) 5, 6, 1, 2, 3, 4. 
d) 5, 6, 1, 2, 4, 3. 
e) 1, 6, 5, 2, 4, 3. 
 
15. (USP) - Sobre o padre Anchieta, podemos dizer que: 
a) foi autor de Prosopopeia. 
b) foi o autor de um poema em louvor à Virgem e de um poema de 
cunho encomiástico, louvando a figura de Mem de Sá. 
c) foi o autor de "Auto de Pregação Universal", peça de cunho 
nitidamente clássico, demonstrando que Anchieta assimilou profun-
damente o Classicismo. 
d) sua poesia tem como ponto alto Diálogos das Grandezas do 
Brasil. 
e) nenhuma das anteriores. 
 
16. (Fuvest) Assinale V (verdadeiro) ou F (falso), após analisar as 
afirmações que se seguem sobre o Quinhentismo: 
( ) A literatura de informação ressalta a importância do trabalho 
com o estilo, com a forma. 
( ) A atitude de Caminha em frente à terra recém-descoberta é de 
decepção e de repulsa pelo índio. 
( ) A produção informativa do Quinhentismo frente à terra tem 
maior valor histórico-documental que literário. 
( ) A exaltação ufanista das virtudes da terra prestava-se, tam-
bém, ao incentivo à imigração e aos investimentos da Europa na 
Colônia. 
( ) Autores românticos e modernistas valeram-se de sugestões 
temáticas e formais das crônicas de viagem. 
( ) A literatura dos viajantes é ocorrência exclusiva brasileira, não 
tendo nenhum similar em nenhuma outra parte do mundo. 
( ) A poesia de Anchieta está presa aos modelos renascentistas e 
reflete, em seus sonetos, uma transparente influência de Camões. 
A sequência é: 
a) F, F, V, V, V, F, F. 
b) F, F, F, V, V, V, F. 
c) F, F, F, F, F, V, V. 
d) V, V, V, V, V, V, V. 
e) V, V, V, V, V, F, F. 
 
17. (Cescem) "Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é 
graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem 
das águas que tem". 
No texto acima, notamos: 
a) que Pero Vaz Caminha assume a atitude de um observador frio. 
b) que Caminha se empolga pelas coisas da terra. 
c) que o escritor descobriu águas-marinhas. 
d) Caminha apenas está atento ao que vê, desprezando o entusi-
asmo tão comum da época. 
e) nenhuma das anteriores. 
 
18. (Cesgranrio) Assinale com C as afirmações certas e com E, as 
erradas. 
( ) A estrutura social gerada no Brasil durante os primeiros tem-
pos da colonização permitiu um desenvolvimento cultural extraordi-
nariamente rico e fecundo. 
( ) Nos primeiros séculos, os ciclos de ocupação e de exploração 
formaram ilhas sociais (Bahia, Pernambuco, Minas, Rio de Janeiro, 
São Paulo), que deram à Colônia a fisionomia de um arquipélago 
cultural. 
( ) A literatura dos cronistas portugueses interessa como conhe-
cimento das raízes da terra, do índio e do colono português, mo-
dernistas como Oswald de Andrade e Mário de Andrade os recupe-
ram para reagir contra a europeização da cultura brasileira. 
( ) Nos dois primeiros séculos do Brasil, produziu-se uma litera-
tura documental que se desdobra em duas vertentes: o ufanismo e 
o realismo. À primeira, estão ligados cronistas como Pero Maga-
lhães Gândavo e Gabriel Soares de Sousa; à segunda, vinculam-se 
os textos escritos pelo Frei Vicente do Salvador e por Antonil, 
pseudônimo do jesuíta italiano João Antônio Andreoni. 
( ) A poesia de Anchieta se marca pelo lirismo ingênuo, desprovi-
da de qualquer maior fantasia, complexidade ou substância mental. 
A sequência correta é: 
a) C, C, C, C, C . 
b) C, E, C, E, C. 
c) E, C, C, C, C. 
d) E, C, C, E, C. 
e) E, C, E, C, C. 
 
19. (Santa Casa) Assinale a alternativa incorreta: 
a) A literatura de viagens constitui valioso documento do Brasil-
-Colônia. 
b) Na literatura de viagens, encontramos informações sobre a natu-
reza e o homem brasileiro. 
c) Os primeiros escritos sobre o Brasil pertencem à categoria de 
literatura, uma vez que notamos neles preocupações estéticas. 
d) O mito ufanista é representado pelo louvor à terra fértil e a natu-
reza como algo exuberante. 
e) nenhuma das anteriores. 
 
CAPÍTULO 02 
 
 Barroco ou seiscentismo é o movimento literário que 
ocorre dentro do seguinte contexto histórico: Portugal, em 1580, 
estava sob forte influência espanhola e o mundo passava pelo 
extremo rigor religioso da contra-reforma. No Brasil, o movimento 
Barroco é iniciado em 1601 (Poema “Prosopopéia” de Bento Teixei-
ra) e perdura até 1768. 
O Barroco é uma arte de oposições dualísticas, pois 
admite duas doutrinas opostas: bem e mal, espírito e matéria, etc. A 
principal característica do Barroco é luta entre o profano e o sagra-
LITERATURA BRASILEIRA 
 13 
 
do (dualismo). Todo o rebuscamento que aflora na arte barroca é 
reflexo do dilema, do conflito entre o terreno e o celestial, o homem 
(antropocentrismo) e Deus (teocentrismo), o pecado e o perdão, a 
religiosidade medieval e o paganismo renascentista, o material e o 
espiritual, que tanto atormenta o homem do século XVII. A arte 
barroca pratica o culto de elementos passageiros ou instáveis (á-
gua, vento, etc.). A linguagem é rebuscada, repleta de inversões e 
de jogos linguísticos é composto por antíteses violentas e exalta-
das, usa da ostentação, da suntuosidade, da exuberância e de 
aparatos. 
 O movimento barroco é um abandono da visão renascentis-
ta, é um abandono à antiguidade clássica (grega) e uma aceitação 
forçada ao padrão medieval de religiosidade e dogmatismo. Há 
dois momentos distintos no movimento barroco: o Cultismo e o 
Conceptismo. 
 
CultismoO Cultismo tem como característica a linguagem rebuscada, cul-
ta, extravagante. Sua literatura busca a valorização do pormenor 
mediante jogos de palavra e abuso de figuras de linguagem (metá-
foras, antítese, hipérboles, hipérbatos, etc.). O cultismo sofre forte 
influência do poeta espanhol Luís de Gôngora, por isso é conhecido 
também como gongorismo. 
 
O todo sem a parte não é o todo; 
A parte sem o todo não é parte; 
Mas se a parte o faz todo, sendo parte, 
Não se diga que é parte, sendo o todo. 
 
Em todo o Sacramento está Deus todo, 
E todo assiste inteiro em qualquer parte, 
E feito em partes todo em toda a parte, 
Em qualquer parte sempre fica todo. 
(Gregório de Matos) 
 
 
(Luís de Gôngora, 1561 - 1627) 
 
 
Conceptismo 
O Conceptismo é composto pelo jogo de ideias, conceitos, e se-
gue o raciocínio lógico. O movimento conceptista utiliza uma retóri-
ca aprimorada e a inteligência, a lógica e o raciocínio ocupam o 
lugar dos sentidos. Traz como fatores literários de destaque a con-
cisão e a ordem. O Conceptismo tem forte influência do espanhol 
Francisco Quevedo e, por esse motivo, é conhecido por quevedis-
mo. 
 
 Utiliza dois elementos da lógica: o silogismo e o sofisma. 
 - Silogismo - dedução formal que postas duas proposições 
(premissas), delas se tira uma terceira (conclusão). 
Ex.: Todo homem é mortal; ora, eu sou homem; logo, eu sou mor-
tal. 
 
- Sofisma - argumento que parte de premissas verdadeiras e 
que chega a uma conclusão inadmissível. É um raciocínio falso, 
elaborado com a função de enganar. 
Ex.: 
Muitas nações são capazes de governarem-se por si mesmas; as 
nações capazes de governarem-se por si mesma, não devem 
submeter-se às leis de um governo despótico. Logo, nenhuma 
nação deve submeter-se às leis de um governo despótico. 
 
 
(Francisco Quevedo, 1580 - 1645) 
 
 Principais autores e obras 
Bento Teixeira (1561 - 1618) publicou, em 1601, o poema Proso-
popeia. Poema em 94 estrofes em louvor a Jorge Albuquerque 
Coelho, governador da capitania hereditária de Pernambuco. 
 
Prosopopeia 
Cantem Poetas o Poder Romano, 
submetendo Nações ao jugo duro; 
o Mantuano pinte o Rei Troiano, 
descendo à confusão do Reino escuro; 
que eu canto um Albuquerque soberano, 
da Fé, da cara Pátria firme muro, 
cujo valor e ser, que o Céu lhe inspira, 
pode estancar a Lácia e Grega lira. 
(Bento Teixeira) 
 
Gregório de Matos Guerra (1623 – 1696 - BA) interessa-se pela 
vida social e pelo valor artístico. Sua obra é dividida em três fases: 
poesia lírica, poesia satírica e poesia sacra. A sátira o consagrou, 
sendo a ele atribuído o apelido Boca do Inferno. Seu grande valor 
como poeta vem da poesia sacra. Sua poesia é marcada pela 
http://pt.wikipedia.org/wiki/1561
http://pt.wikipedia.org/wiki/1627
LITERATURA BRASILEIRA 
 14 
 
dualidade temática da sensualidade e do refreamento, pela cons-
trução sintática por simetrias sucessivas, e pelo predomínio figurati-
vo das metáforas e pares antitéticos que tendem para o paradoxo. 
Obras: Poesia sacra, Poesia lírica, Poesia graciosa, Poesia satírica, 
últimas. 
Aos vícios 
Eu sou aquele, que os passados anos 
cantei na minha lira maldizente 
torpezas do Brasil, vícios, e enganos. 
 
E bem que os decantei bastantemente, 
canto segunda vez na mesma lira 
o mesmo assunto em plectro diferente. 
 
Já sinto, que me inflama, ou que me inspira 
Talia, que Anjo é da minha guarda, 
Dês que Apolo mandou, que me assistira. 
(Gregório de Matos) 
 
Botelho de Oliveira (1636 - 1711) publica, em 1705, Música do 
Parnaso, onde se destacou o poema À Ilha da Maré. Esse poema 
é um exemplo de louvor ao país e descreveu a paisagem baiana: 
frutas, animais e clima. 
À Ilha da Maré 
 Quando vejo de Arnada o rosto amado, 
 Vejo ao céu e ao jardim ser parecido; 
 Porque no assombro do primor luzido 
 Tem o Sol em seus olhos duplicados. 
 Tem o primeiro A nos arvoredos 
 sempre verdes aos olhos, sempre ledos; 
 tem o segundo A, nos ares puros 
 na tempérie agradáveis e seguros; 
 tem o terceiro A nas águas frias, 
 que refrescam o peito, e são sadias; 
 o quarto A, no açúcar deleitoso, 
 que é do Mundo o regalo mais mimoso. 
(Botelho de Oliveira) 
 
 
(Botelho de Oliveira, 1636 - 1711) 
 
Padre Antonio Vieira (1608 - 1697) foi o maior representante da 
oratória sacra dos jesuítas no Brasil. Entre suas obras destacaram-
se os seguintes sermões: 
 
 Sermão de Santo Antônio. 
 Sermão da Visitação de Nossa Senhora à Santa Isabel. 
 Sermão do Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as da 
Holanda. 
Os três sermões pregados para a formação da resistência moral 
contra as invasões holandesas na Bahia. 
 
 Sermão da Sexagésima. 
 Sermão da Primeira Dominga da Quaresma. 
 
Os dois sermões pregados em defesa dos índios, contra a es-
cravidão. 
 
 
 Sermão das Exéquias do Augustíssimo Rei D. João IV, o 
animoso, o Invicto Pai da Pátria, o Imortal Memória. 
 
 
 O sermão foi pregado quando da morte de D. João IV 
 
 
Sermão do Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as da 
Holanda 
 Com estas palavras piedosamente resolutas, mais protestando, 
que orando, dá fim o Profeta Rei ao Salmo quarenta e três. Salmo, 
que desde o princípio até o fim, não parece senão cortado para os 
tempos e ocasião presente. O Doutor Máximo S. Jerônimo, e de-
pois dele os outros expositores, dizem que se entende à letra de 
qualquer reino ou província católica, destruída e assolada por inimi-
gos da Fé. Mas entre todos os reinos do Mundo a nenhum lhe 
quadra melhor que ao nosso Reino de Portugal; e entre todas as 
províncias de Portugal a nenhuma vem mais ao justo que à miserá-
vel província do Brasil. Vamos lendo todo o Salmo, e em todas as 
cláusulas dele veremos retratadas as da nossa fortuna: o que fo-
mos e o que somos. 
(Padre Antonio Vieira) 
As academias 
Durante o século XVII, formam-se academias, grêmios eruditos 
e literários onde é difundido o sentimento nativista que gera confli-
tos e desperta nas obras literárias um grande interesse pela histó-
ria e natureza do Brasil. As academias são consideradas o último 
centro irradiador do Barroco no Brasil. Nas academias, ocorre a 
primeira manifestação de uma literatura e de uma cultura extracon-
ventual e humanística. As principais academias foram: 
 Academia Basílica dos Esquecidos (1724 - BA). 
 Academia dos Renascidos (1759 - BA). 
 Academia dos Felizes (1736 - RJ). 
 
CURIOSIDADES SOBRE O BARROCO 
 
01. O racionalismo é uma característica presente tanto no Arcadis-
mo, quanto no Realismo, em contraposição ao Barroco e ao Ro-
mantismo, respectivamente, movimentos literários mais emotivos 
do que racionais. 
 
02. Gregório de Matos era crítico ferrenho das autoridades portu-
guesas que governavam a Bahia. Após uma revolta ocorrida, um 
grupo de nobres que encabeçavam o movimento, solicitou regalias 
para a punição que lhe seriam impostas. Esses nobres, que tinham 
a simpatia de Gregório de Matos, foram chamados de fidalgos 
caramurus. 
 
03. A preocupação com a brevidade da vida induz o poeta barroco 
a assumir uma atitude que faz com que ele tente aproveitar ao 
máximo seus dias, enquanto a mocidade dura. 
LITERATURA BRASILEIRA 
 15 
 
 
Exercícios 
01. (MACKENZIE - SP) Assinale a alternativa incorreta: 
a) Na obra de José de Anchieta, encontram-se poesias que seguem 
a tradição medieval e textos para teatro com clara intenção cate-
quista. 
b) A literatura informativa do Quinhentismo brasileiro empenha-se 
em fazer um levantamento da terra, daí ser predominantemente 
descritiva. 
c) A literatura seiscentista reflete um dualismo: o ser humano dividi-
do entre a matéria e o espírito, o pecado e o perdão. 
d) O Barroco apresenta estados de alma expressos através de 
antíteses, paradoxos, interrogações. 
e) O conceptismo caracteriza-se pela linguagem rebuscada, culta, 
extravagante, enquanto o cultismo é marcado pelo jogo de ideias, 
seguindo um raciocínio lógico, racionalista. 
 
02. Com referência ao Barroco, todasas alternativas são corretas, 
exceto: 
a) O Barroco estabelece contradições entre espírito e carne, alma e 
corpo, morte e vida. 
b) O homem centra suas preocupações em seu próprio ser, tendo 
em mira seu aprimoramento, com base na cultura greco-latina. 
c) O Barroco apresenta, como característica marcante, o espírito de 
tensão, conflito entre tendências opostas: de um lado, o teocentris-
mo medieval e, de outro, o antropocentrismo renascentista. 
d) A arte barroca é vinculada à Contra-Reforma. 
e) O barroco caracteriza-se pela sintaxe obscura, uso de hipérbole 
e de metáforas. 
 
03. (VUNESP) 
Ardor em firme coração nascido; 
pranto por belos olhos derramado; 
incêndio em mares de água disfarçado; 
rio de neve em fogo convertido: 
tu, que em um peito abrasas escondido; 
tu, que em um rosto corres desatado; 
quando fogo, em cristais aprisionado; 
quando crista, em chamas derretido. 
Se és fogo, como passas brandamente, 
se és fogo, como queimas com porfia? 
Mas ai, que andou Amor em ti prudente! 
Pois para temperar a tirania, 
como quis que aqui fosse a neve ardente, 
permitiu parecesse a chama fria. 
O texto pertencente a Gregório de Matos e apresenta todas seguin-
tes características: 
a) Trocadilhos, predomínio de metonímias e de símiles, a dualidade 
temática da sensualidade e do refreamento, antíteses claras dis-
postas em ordem direta. 
b) Sintaxe segundo a ordem lógica do Classicismo, a qual o autor 
buscava imitar, predomínio das metáforas e das antíteses, temática 
da fugacidade do tempo e da vida. 
c) Dualidade temática da sensualidade e do refreamento, constru-
ção sintática por simetrias sucessivas, predomínio figurativo das 
metáforas e pares antitéticos que tendem para o paradoxo. 
d) Temática naturalista, assimetria total de construção, ordem direta 
predominando sobre a ordem inversa, imagens que prenunciam o 
Romantismo. 
e) Verificação clássica, temática neoclássica, sintaxe preciosista 
evidente no uso das sínteses, dos anacolutos e das alegorias, 
construção assimétrica. 
 
04. (ESPCEX - 2010) Quanto à Literatura Brasileira, assinale a 
alternativa correta. 
a) Os escritores românticos, contrários aos árcades, buscavam uma 
forma mais objetiva de descrever a realidade, revelando os costu-
mes, as relações sociais, a crise das instituições etc. 
b) O racionalismo é uma característica presente tanto no Arcadis-
mo, quanto no Realismo, em contraposição ao Barroco e ao Ro-
mantismo, respectivamente. 
c) A publicação de “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo, em 1881, mar-
ca oficialmente o início do Realismo no Brasil. 
d) A linguagem objetiva, a perfeição formal e o universalismo são 
características presentes na poesia barroca. 
e) Amor, solidão, pátria, índio, medievalismo são temas igualmente 
presentes na poesia épica de Gonçalves Dias e Castro Alves. 
 
05. A respeito de Gregório de Matos, assinale a alternativa, incorre-
ta: 
a) Alguns de seus sonetos sacros e líricos transpõem, com brilho, 
esquemas de Gôngora e de Quevedo. 
b) Alma maligna, caráter rancoroso, relaxado por temperamento e 
costumes, verte fel em todas as suas sátiras. 
c) Na poesia sacra, o homem não busca o perdão de Deus; não 
existe o sentimento de culpa, ignorando-se a busca do perdão 
divino. 
d) As suas farpas dirigiam-se de preferência contra os fidalgos 
caramurus. 
e) A melhor produção literária do autor é constituída de poesias 
líricas, em que desenvolve temas constantes da estática barroca, 
como a transitoriedade da vida e das coisas. 
 
06. (SANTA CASA) A preocupação com a brevidade da vida induz 
o poeta barroco a assumir uma atitude que: 
a) descrê da misericórdia divina e contesta os valores da religião. 
b) desiste de lutar contra o tempo, menosprezando a mocidade e a 
beleza. 
c) se deixa subjugar pelo desânimo e pela apatia dos céticos. 
d) se revolta contra os insondáveis desígnios de Deus. 
e) quer gozar ao máximo seus dias, enquanto a mocidade dura. 
 
07. Leia o poema abaixo. 
Eu sou aquele, que os passados anos 
Cantei na minha lira maldizente 
Torpezas do Brasil, vícios e enganos. 
Assim se apresenta, na sua vertente satírica, esse poeta exponen-
cial do Barroco brasileiro. Trata-se do baiano: 
a) Bento Teixeira. 
b) Padre Antônio Vieira. 
c) Gregório de Matos Guerra. 
d) Cláudio Manuel da Costa. 
e) Alvarenga Peixoto. 
 
08. (Mackenzie - SP) Ao Barroco brasileiro pertencem: 
a) Camões e Gil Vicente. 
b) Manoel Botelho de Oliveira e Gregório de Matos. 
c) Sóror Mariana Alcoforado e Gregório de Matos. 
d) Gandavo e Camões. 
e) Gil Vicente e Manoel Botelho de Oliveira. 
 
 
Texto para as questões 09, 10 e 11. 
À Instabilidade das cousas do mundo 
 
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, 
Depois da Luz se segue a noite escura, 
Em tristes sombras morre a formosura, 
Em contínuas tristezas a alegria. 
LITERATURA BRASILEIRA 
 16 
 
 
Porém se acaba o Sol, por que nascia? 
Se é tão formosa a Luz, por que não dura? 
Como a beleza assim se transfigura? 
Como o gosto da pena assim se fia? 
 
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza, 
Na formosura não se dê constância, 
E na alegria sinta-se tristeza. 
 
Começa o mundo enfim pela ignorância, 
E tem qualquer dos bens por natureza 
A firmeza somente na inconstância. 
(Gregório de Matos) 
 
09. No texto, predominam as imagens: 
a) olfativas. 
b) gustativas. 
c) auditivas. 
d) táteis. 
e) visuais. 
 
10. A ideia central do texto é: 
a) a duração efêmera de todas as realidades do mundo. 
b) a grandeza de Deus e a pequenez humana. 
c) os contrastes da vida. 
d) a falsidade das aparências. 
e) a duração prolongada do sofrimento. 
 
11. Qual é o elemento barroco mais característico da primeira estro-
fe? 
a) disposição antitética da frase. 
b) cultismo. 
c) estrutura bimembre. 
d) concepção teocêntrica. 
e) estrutura correlativa, disseminativa e recoletiva. 
 
12. Com referência ao barroco, todas as alternativas são corretas, 
exceto: 
a) o barroco estabelece contradições entre o espírito e carne, alma 
e corpo, morte e vida. 
b) o homem centra suas preocupações em seu próprio ser, tendo 
em mira seu aprimoramento, com base na cultura greco-latina. 
c) o barroco apresenta, como característica marcante, o espírito de 
tensão, conflito entre tendências opostas: de um lado, o teocentris-
mo medieval e. de outro, o antropocentrismo renascentista. 
d) a arte barroca é vinculada à contra-reforma. 
e) o barroco caracteriza-se pela sintaxe obscura, uso de hipérbole e 
de metáforas. 
 
13. Escolha a alternativa que completa de forma correta a frase 
abaixo: 
A linguagem ____________, o paradoxo, _____________ e o 
registro das impressões sensoriais são recursos linguísticos pre-
sentes na poesia _______________ . 
a) simples, antítese, parnasiana. 
b) rebuscada, antítese, barroca. 
c) objetiva, metáfora, simbolista. 
d) subjetiva, o verso livre, romântica. 
e) detalhada, o subjetivismo, simbolista. 
 
CAPÍTULO 03 
 
 Arcadismo é o movimento literário que ocorre no Brasil no 
período de 1768 a 1836, logo após o Barroco. O Arcadismo é co-
nhecido também como Neoclassicismo ou Setecentismo. No 
Brasil, é desenvolvido em Minas Gerais, em meados do século 
XVIII. Nesse período, a cidade de Vila Rica torna-se o grande cen-
tro cultural do país. 
O Arcadismo representa uma volta aos padrões greco-romanos 
do Renascimento, mas caracterizados pela valorização da ciência e 
do progresso humano; como arte, o movimento árcade objetiva a 
simplicidade, o natural e o clássico. Os poetas consideram-se pas-
tores gregos ou latinos e usam pseudônimos (apelidos). Os poetas 
buscam pelo natural, pela simplicidade e tentam imitar a natureza. 
Ocorre a exaltação da vida campestre, o chamado bucolismo. A 
volta aos padrões originais do Classicismo faz com que a arte 
retorne à mitologia, mas ocorrendo predomínio da razão. 
 Essa literatura não permite extremos: os árcades são incapazes 
de grandes emoções (dor, prazer, ódio, etc.); criam uma literatura 
linear, medíocre e sem profundidade. A linguagem procura o co-
medimento, a impessoalidade ea objetividade. Tem como lema: 
inutilia truncat (corta o que é inútil). O arcadismo é uma reação 
contra o Barroco. 
 Importantes acontecimentos contribuíram para o abandono do 
barroco e a ascensão do arcadismo. Entre esses importantes atos 
históricos, deve-se sempre destacar: 
- ascensão da classe burguesa e declínio das feudais. 
- Independência dos Estados Unidos em 04/07/1776. 
- Revolução Francesa, Queda da Bastilha em 14/07/1789. 
- Revolução Industrial (dois momentos: 1760, têxtil e ferro e 1850, 
aço no lugar do ferro); 
- Iluminismo (1860, Inglaterra: razão, não há intervenção divina). 
- Enciclopédias (França: Diderot, D’Alembert - Dicionário em 33 
volumes que consagra a razão em detrimento do divino); 
- Ciclo da mineração (1700 - 1770); 
- Inconfidência mineira (1789). 
 
● Principais autores e obras 
Cláudio Manuel da Costa (1729 - 1789) foi escritor, advogado de 
prestígio, fazendeiro abastado e cidadão ilustre. Destacou-se pela 
sua obra poética e pelo seu envolvimento na Inconfidência Mineira. 
Em 1768, publica, Obras Poéticas, considerada o marco do arca-
dismo. É considerado o poeta mais preso aos moldes árcades, foi 
grande sonetista e sua temática é voltada a pastoras inatingíveis. 
Sua dor é consolada na natureza. No poema épico “Vila Rica”, o 
poeta narrou, em versos, a história de fundação de Minas Gerais, 
que se dá com a viagem de Antônio Albuquerque Coelho de Carva-
lho às Minas Gerais, no início do século XVIII, resolvendo o conflito 
da Guerra dos Emboabas. Claudio Manuel da Costa usava o pseu-
dônimo “Glauceste Saturnino” ou “Glauceste Satúrnio”. 
 
Vila Rica (Canto VII) 
 
"Ouve Garcia o canto, e não atina 
De onde tanto prodígio, mas de Eulina 
A delicada face está patente: 
Fita os olhos, e vê desde a corrente 
Lançar a mão à praia a Ninfa bela, 
Toma uma areia de ouro, e já com ela 
Pulveriza os cabelos: neste instante, 
O sonho de Albuquerque o faz avante 
Passar, os braços abre, a Ninfa chama; 
Ela o vê, e não teme, e já se inflam 
De amor por ele: aos braços o convida, 
E abrindo o seio o rio, uma luzida 
Urna de fino mármore os sepulta 
Recebendo-os em si: ficou oculta 
A maravilha a quantos o acompanham. 
Em busca de Garcia já se entranham 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Inconfid%C3%AAncia_Mineira
LITERATURA BRASILEIRA 
 17 
 
Pelo matos mais densos; mas perdida 
A esperança de achá-lo, e recolhida 
Volta ao herói a esquadra aventureira." 
 (Cláudio Manuel da Costa) 
 
Basílio da Gama (1741 - 1795) foi autor do poema épico O Uru-
guai, poema voltado ao indígena louvando a figura do Marquês de 
Pombal pela atuação nas guerras guaraníticas onde há um inimigo 
comum: os jesuítas. O poema é dividido em 5 cantos: proposição, 
invocação, dedicatória, narrativa e epílogo. Personagens: o portu-
guês Gomes Freire de Andrade, os índios Cepé e Cocambo e a 
heroína Lindóia. Basílio da Gama usava o pseudônimo “Termindo 
Sipílio”. 
 
A morte de Lindóia (Canto IV) 
 
Este lugar delicioso, e triste, 
Cansada de viver, tinha escolhido 
Para morrer a mísera Lindóia. 
Lá reclinada, como que dormia, 
Na branda relva, e nas mimosas flores, 
Tinha a face na mão, e a mão no tronco 
De um fúnebre cipreste, que espalhava 
Melancólica sombra. Mais de perto 
Descobrem que se enrola no seu corpo 
Verde serpente, e lhe passeia, e cinge 
Pescoço e braços, e lhe lambe o seio. 
 
 
(Basílio da Gama) 
 
Santa Rita Durão (1722 - 1784) foi um frei da ordem de São Agos-
tinho, orador e poeta. É considerado um dos precursores do india-
nismo no Brasil. Publica em 1781, o poema épico Caramuru. Essa 
é a primeira obra a ter como tema o habitante nativo do Brasil; foi 
escrita ao estilo de Luís de Camões, imitando um poeta clássico 
assim como faziam os outros poetas do arcadismo. O poema épico 
“Caramuru”. Sugere a história do naufrágio, salvamento e aventuras 
de Diogo Álvares Correia, o Caramuru. Invoca-se a matéria descriti-
va e informativa, mostrando a paisagem, as riquezas e os recursos 
da flora e da fauna, a organização social e os valores indígenas. 
Personagens: Caramuru, Paraguaçu (esposa), Moema, Sergipe e 
Gupeva. 
 
Caramuru (Canto II) 
Era a hora, em que o Sol na grã-carreira do tórrido 
Zênite vibra igualmente, e que a sombra dos corpos 
companheira na terra extingue, com o raio ardente; 
quando ao partir a turba carniceira, se viu Diogo só 
na praia ingente, entre mil pensamentos, mil 
terrores, que a dor faz grandes, e o temor maiores. 
 
Parecia-lhe ver da gente insana o bárbaro furor, a 
fome crua, a agonia dos seus na ação tirana; e 
temendo a dos mais, presume a sua: Quisera opor- 
se à empresa desumana; pensa em arbítrios mil, 
com que o conclua: se fugirá? mas donde? se os 
invada? Porém enfermo, e só não vale a nada. 
(Santa Rita Durão) 
 
 
 
Tomás Antônio Gonzaga (1744 - 1810) foi jurista, poeta e ativista 
político luso-brasileiro. Considerado o mais proeminente dos poetas 
árcades, é ainda hoje estudado em escolas e universidades por seu 
Marília de Dirceu e Cartas Chilenas, ele tem ativa participação na 
Inconfidência Mineira. O poema “Marília de Dirceu” reflete a beleza 
da natureza e o ambiente social do Brasil contado a história do 
amor do poeta pela jovem Maria Doroteia, interrompido pelo pro-
cesso em que o autor se viu envolvido. É o poema lírico mais re-
produzido na língua portuguesa depois de “Os Lusíadas”. 
Cartas Chilenas é um poema em forma de sátira aos des-
mandos administrativos do governador de Minas Gerais, Luis da 
Cunha Meneses (1783 - 1788). Para disfarçar a ação, o autor colo-
ca a ação em Santiago no Chile (Vila Rica) e se nomeia Critilo e a 
seu destinatário de Doroteu. Usava como pseudônimo Dirceu ou 
Critilo. 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Indianismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Indianismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Caramuru_(livro)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_de_Cam%C3%B5es
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jurista
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poeta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Luso-brasileiro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola
http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mar%C3%ADlia_de_Dirceu
LITERATURA BRASILEIRA 
 18 
 
Marília de Dirceu (Lira I) 
 
Mas tendo tantos dotes da ventura, 
só apreço lhes dou, gentil pastora, 
depois que o teu afeto me segura 
que queres do que tenho ser senhora. 
É bom, minha Marília, é bom ser dono 
de um rebanho, que cubra monte e prado; 
porém, gentil pastora, o teu agrado 
vale mais que um rebanho e mais que um trono. 
 
Cartas Chilenas 
CARTA 1ª. 
Em que se descreve a entrada que fez Fanfarrão em Chile. 
Amigo Doroteu, prezado amigo, 
Abre os olhos, boceja, estende os braços 
E limpa, das pestanas carregadas, 
O pegajoso humor, que o sono ajunta. 
Critilo, o teu Critilo é quem te chama; 
Ergue a cabeça da engomada fronha 
Acorda, se ouvir queres coisas raras. 
"Que coisas, ( tu dirás ), que coisas podes 
Contar que valham tanto, quanto vale 
Dormir a noite fria em mole cama, 
Quando salta a saraiva nos telhados 
E quando o sudoeste e outros ventos 
Movem dos troncos os frondosos ramos?” 
 
 
(Tomás Antônio Gonzaga) 
Silva Alvarenga (1749 - 1814) era músico de profissão e pobre, 
vinha de família humilde. Era filho de um mulato, Inácio Silva Alva-
renga e de mãe desconhecida. Ainda adolescente foi para o Rio de 
Janeiro estudar, e, feitos os exames preparatórios, seguiu para a 
Universidade de Coimbra, onde obteve o Bacharelato em Direito 
canônico, sempre com as melhores aprovações. Seu maior desta-
que é o livro de poemas eróticos Glaura. Usava o pseudônimo 
“Alcindo Palmireno”. 
 
“Amor o sabe, e quem de amor entende; 
 Pois não pode haver dia venturoso, 
 se padeço saudoso; 
 nem dia desgraçado, 
 Se consigo feliz teu doce agrado.” 
(Silva Alvarenga) 
 
 
 
 
 
 
 
Alvarenga Peixoto (1744 - 1793) foi um poeta fluminense com 
obras de pouca expressão. Ele tinha um caráter entusiasta e gene-roso, mas ao mesmo tempo, era ambicioso e perdulário. Com isso, 
conquistou amigos, inimigos e muitas dívidas. Pressionado pelas 
dívidas, envolve-se na Inconfidência Mineira. A temática amorosa 
era uma das vertentes da poesia de Alvarenga Peixoto que era 
casado com a poeta Bárbara Heliodora. Usava o pseudônimo “Al-
ceu” e “Eureste Fenício”. 
 
À D. Bárbara Heliodora 
 
Bárbara bela, do norte estrela 
que o meu destino sabes guiar, 
de ti ausente triste somente 
as horas passo a suspirar. 
 
Por entre as penhas de incultas brenhas 
cansa-me a vista de te buscar; 
porém não vejo mais que o desejo, 
sem esperança de te encontrar. 
 
Eu bem queria a noite e o dia 
sempre contigo poder passar; 
mas orgulhosa sorte invejosa, 
desta fortuna me quer privar. 
 
Tu, entre os braços, ternos abraços 
da filha amada podes gozar; 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro_(cidade)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro_(cidade)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_de_Coimbra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Bacharelato
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_can%C3%B4nico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_can%C3%B4nico
LITERATURA BRASILEIRA 
 19 
 
priva-me a estrela de ti e dela, 
busca dous modos de me matar! 
(Alvarenga Peixoto) 
 
Domingos Caldas Barbosa (1739 -1800) foi um sacerdote, poeta 
e músico brasileiro, criador da Modinha. Celebrizou-se pe-
las trovas improvisadas ao som da sua viola de corda de arame. 
Suas composições estão reunidas no livro Viola de Lereno. Em 
sua poesia tratou das peculiaridades afetivas do povo brasileiro, 
distinguindo-as das dos portugueses. Aproximou de temas românti-
cos, ainda que de maneira não tão profunda. Adotava o pseudôni-
mo “Lereno Selenuntino”. 
 
 
 
José Bonifácio, o velho, (1763 - 1838) foi naturalista, estadista e 
poeta brasileiro. É um dos últimos poetas influenciados pelo arca-
dismo, ficou conhecido pelo epíteto de "Patriarca da Independên-
cia". Em seus versos exalta a virtude, o desprezo pela vida munda-
na e dos prazeres vãos, elogia a amizade e combate a tirania. 
Usava o pseudônimo “Américo Elísio”. 
 
Ode aos Gregos 
 
Ó musa do Brasil, tempera a lira, 
Dirige o canto meu, vem inspirar-me: 
Acende-me na mente estro divino 
De heróico assunto digno! 
 (...) 
Se ao curvo alfange, se ao pelouro ardente, 
Política malvada a Grécia vende; 
As bandeiras da cruz, da liberdade, 
Farpadas inda ondeiam. 
(José Bonifácio) 
 
 
CURIOSIDADES SOBRE O ARCADISMO 
01. Entre os escritores árcades mais conhecidos do “Grupo Minei-
ro”, consagraram-se Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio 
Gonzaga, Alvarenga Peixoto. 
 
02. O Uruguai, poema épico que antecipa em várias direções o 
Romantismo, é motivado por dois propósitos indisfarçáveis: a exal-
tação da política do Marquês de Pombal e reação contrária aos 
jesuítas. 
 
03. Em Marília de Dirceu, Marília é quase sempre um vocativo; 
embora tenha a estrutura de um diálogo, a obra é um monólogo – 
só Gonzaga fala, raciocina; constantemente cai em contradição 
quanto à sua postura de pastor e sua realidade de burguês. 
 
04. O Arcadismo, didaticamente, inicia-se no Brasil em 1768 com a 
publicação dos poemas de Cláudio Manuel da Costa (em Lisboa) e 
pela fundação da Arcádia Ultramarina. 
 
Exercícios 
01. Assinale o que não se refere ao Arcadismo: 
a) Época do iluminismo (século XVIII) – racionalismo, clareza, 
simplicidade. 
b) Volta aos princípios clássicos greco-romanos e renascentistas (o 
belo, o bem, a verdade, a perfeição, a imitação da natureza). 
c) Ornamentação estilística, predomínio da ordem inversa, excesso 
de figuras. 
d) Pastoralismo, bucolismo suaves idílios campestres. 
e) Apóia-se em temas clássicos e tem como lema: inutilia truncat 
(corta o que é inútil). 
 
02. Analisando os movimentos literários barroco e arcadismo, mar-
que a alternativa errada: 
a) Cultismo e conceptismo são as duas vertentes literárias do estilo 
barroco. 
b) O arcadismo afirmou-se em oposição ao estilo barroco. 
c) O conceptismo correspondeu a um estilo fundado em “agudezas” 
ou “sutilezas”de pensamento, com transições bruscas e associa-
ções inesperadas entre conceitos. 
d) O cultismo correspondeu sobretudo a um jogo formal refinado, 
com uso abundante de figuras de linguagem e verdadeiras exalta-
ção sensorial na composição das imagens e na elaboração sonora. 
e) O Arcadismo tendeu à obscuridade, à complicação linguística e 
ao ilogismo. 
 
03. A respeito da época em que surgiu o Arcadismo, não se pode 
considerar que: 
a) o século XVIII ficou conhecido como “século das luzes”. 
b) os “enciclopedistas” construíram os alicerces filosóficos da Revo-
lução Francesa. 
c) o adiantamento científico é uma das marcas desta época históri-
ca. 
d) a burguesia conhece, então, acentuado declínio em seu prestí-
gio. 
e) em O Contrato Social, Rousseau aborda a origem da Autoridade. 
 
04. Quanto à linguagem árcade, é correto afirmar que: 
a) prefere a ordem indireta, tal como no latim literário. 
b) tornou-se artificial, pedante, inatural. 
c) procura o comedimento, a impessoalidade, a objetividade. 
d) manteve as ousadias expressionais do Barroco. 
e) não promove um retorno às “virtudes clássicas” da clareza, da 
simplicidade e da harmonia. 
 
05. (ITA) Dadas as afirmações: 
I - O Uruguai, poema épico que antecipa em várias direções o 
Romantismo, é motivado por dois propósitos indisfarçáveis: exalta-
ção da política pombalina e antijesuitismo radical. 
II - O autor do poema épico Vila Rica, no qual exalta os bandeiran-
tes e narra a história da atual Ouro Preto, desde a sua fundação, 
cultivou a poesia bucólica, pastoril, na qual menciona a natureza 
como refúgio. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/1739
http://pt.wikipedia.org/wiki/1800
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sacerdote
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poeta
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasileiro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Modinha
http://pt.wikipedia.org/wiki/Trova
http://pt.wikipedia.org/wiki/Viola
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arame
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pseud%C3%B4nimo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pseud%C3%B4nimo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Naturalista
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estadista
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poesia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ep%C3%ADteto
LITERATURA BRASILEIRA 
 20 
 
III - Em Marília de Dirceu, Marília é quase sempre um vocativo; 
embora tenha a estrutura de um diálogo, a obra é um monólogo – 
só Gonzaga fala, raciocina; constantemente cai em contradição 
quanto à sua postura de pastor e sua realidade de burguês. 
Está(ão) Correta(s): 
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas I e II. 
d) Apenas I e III. 
e) Todas. 
 
06. Qual a alternativa que apresenta uma associação errada? 
a) Barroco/Contra-Reforma. 
b) Arcadismo/Iluminismo. 
c) Romantismo/Revolução Industrial. 
d) Arcadismo/Anticlassicismo. 
e) Arcadismo/Racionalismo. 
 
07. Entre os escritores árcades mais conhecidos do “Grupo Minei-
ro”, estão: 
a) Silva Alvarenga, Mário de Andrade, Menotti del Picchia. 
b) Santa Rida Durão, Cecília Meireles, Tomás Antônio Gonzaga. 
c) Basílio da Gama, Paulo Mendes Campos, Alvarenga Peixoto. 
d) Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga, Alvarenga 
Peixoto. 
e) Alvarenga Peixoto, Fernando Sabino, Cláudio Manuel da Costa. 
 
08. Poema satírico sobre os desmandos administrativos e morais 
imputados a Luís da Cunha Menezes, que governou a Capitania 
das Minas de 1783 e 1788: 
a) Marília de Dirceu. 
b) Cartas Chilenas. 
c) Fábula do Ribeirão do Carmo. 
d) Vila Rica. 
e) O Uruguai. 
 
09. (ITA) Uma das afirmações abaixo é incorreta. Assinale-a: 
a) O escritor árcade reaproveita os seres criados pela mitologia 
greco-romana, deuses e entidades pagãs. Mas esses mesmos 
deuses convivem com outros seres do mundo cristão. 
b) A produção literária do Arcadismo brasileiro constitui-se sobretu-
do de poesia, que pode ser lírico-amorosa, épica e satírica. 
c) O árcade recusa o jogo de palavras e as complicadas constru-
ções da linguagem barroca,preferindo a clareza, a ordem lógica na 
escrita. 
d) O poema épico Caramuru, de Santa Rita Durão, tem como as-
sunto o descobrimento da Bahia, levado a efeito por Diogo Álvares 
Correia, misto de missionários e colonos português. 
e) A morte de Moema, índia que se deixa picar por uma serpente, 
como prova de fidelidade e amor ao índio Cacambo, é trecho mais 
conhecido da obra O Uruguai, de Basílio da Gama. 
 
10. Entre as características do Arcadismo, encontramos: 
a) utilização, pelos poetas, de pseudônimos pastoris. 
b) condenação do Barroco, que prevaleceu no século XVI, nas suas 
formas de cultismo e conceptismo. 
c) a arte não deve ser concebida como imitação da natureza. 
d) o subjetivismo e o egocentrismo. 
e) nenhuma das anteriores. 
 
11. O Arcadismo, didaticamente, inicia-se, no Brasil, em 1768: 
a) com a fundação de Arcádia de Lusitana. 
b) com a publicação de poemas de Cláudio Manuel da Costa (em 
Lisboa) e pela fundação da Arcádia Ulissiponense. 
c) com a publicação dos poemas de Cláudio Manuel da Costa (em 
Lisboa) e pela fundação da Arcádia Ultramarina. 
d) pela vinda da família real para o Brasil. 
e) com a proclamação da República em 1889. 
 
12. Todos os autores abaixo-relacionados pertencem à escola 
mineira do Arcadismo, exceto: 
a) José Basílio da Gama. 
b) José de Anchieta. 
c) Tomás Antônio Gonzaga. 
d) Frei José de Santa Rita Durão. 
e) nenhuma das anteriores. 
 
13. Os autores de Vila Rica, Caramuru e Uruguai foram, respecti-
vamente: 
a) Cláudio Manuel da Costa, Santa Rita Jabotão e Graciliano Ra-
mos. 
b) Cláudio Manuel da Costa, J. de Santa Rita Durão e José Basílio 
da Gama. 
c) Santa Rita Durão, Manuel Botelho de Oliveira e Adonias Filho. 
d) José Basílio Gama, Nuno M. Pereira e Tomás Antônio Gonzaga. 
e) Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga e Graciliano 
Ramos. 
 
14. Assinale a alternativa que apresenta um poeta árcade que 
participou da Inconfidência Mineira: 
a) Castro Alves. 
b) Tomás Antônio Gonzaga. 
c) Gonçalves Dias. 
d) Casimiro de Abreu. 
e) Gonçalves de Magalhães. 
 
Leia o texto abaixo e responda as questões 15 e 16. 
 
Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, 
Que vive de guardar alheio gado; 
De tosco trato, de expressões grosseiro, 
Dos frios gelado e dos sóis queimado. 
Tenho próprio casal e nele assisto 
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite, 
Das brancas ovelhinhas tiro o leite, 
E mais as finas lãs, de que me visto. 
Graças, Marília bela, 
Graças à minha Estrela! 
 
15. A presente estrofe pertence ao período literário do Arcadismo. 
O texto é rico em traços que caracterizam esse período literário. 
Uma qualidade patente nesta estrofe é o: 
a) indianismo. 
b) misticismo. 
c) nacionalismo. 
d) regionalismo. 
e) bucolismo. 
 
16. O autor dos versos é: 
a) Gonçalves de Magalhães. 
b) Tomás Antônio Gonzaga. 
c) Gregório de Matos. 
d) Álvares de Azevedo. 
e) Castro Alves. 
 
17. Em Literatura, um grupo de escritores, no século XVIII, defen-
deu o bucolismo, a necessidade de revalorização da vida simples, 
em contato com a natureza. Estamos fazendo referência aos escri-
tores do: 
LITERATURA BRASILEIRA 
 21 
 
a) Romantismo, para quem, encontrar-se com a natureza significa-
va alargar a sensibilidade. 
b) Arcadismo, propondo um retorno à ordem natural, como na 
literatura clássica, à medida que a natureza adquire um sentido de 
simplicidade, harmonia e verdade. 
c) Realismo, fugindo às exibições subjetivas e mantendo a neutrali-
dade diante daquilo que era narrado; as referências à natureza 
eram feitas em terceira pessoa. 
d) Barroco, movimento que valorizava a tensão de elementos con-
trários, celebrando Deus ou as delícias da vida nas formas da natu-
reza. 
e) Tropicalismo, movimento que valorizava a natureza e a tensão 
entre o sentido de simplicidade, harmonia e verdade. 
 
18. Marília de Dirceu, famosa obra arcádica brasileira, inspirada em 
Maria Dorotéia de Seixas Brandão, foi escrita por: 
a) Inácio José de Alvarenga Peixoto. 
b) Silva Alvarenga. 
c) Cláudio Manuel da Costa. 
d) José Basílio da Gama. 
e) Tomás Antônio Gonzaga. 
 
19. Relacione as colunas: 
1. Glauceste Satúrnio. ( ) Tomás Antônio Gonzaga. 
2. Alcindo Palmireno. ( ) Cláudio Manuel da Costa. 
3. Dirceu. ( ) Basílio da Gama. 
4. Termindo Sipílio. ( ) Caldas Barbosa. 
5. Lereno ( ) Silva Alvarenga. 
a) 3, 1, 5, 2, 4. 
b) 3, 1, 4, 5, 2. 
c) 3, 2, 4, 1, 5. 
d) 3, 1, 4, 2, 5. 
e) 3, 1, 2, 4, 5. 
 
20. "Voltaram à baila os deuses esquecidos, as ninfas esquivas, as 
náiades, as oréades e os pastores enamorados, as pastoras insen-
síveis e os rebanhos numerosos das bucólicas de Teócrito e Virgí-
lio." (Ronald de Carvalho, Pequena história de literatura brasileira) 
O trecho acima se refere ao seguinte movimento literário: 
a) Romantismo. 
b) Barroco. 
c) Arcadismo. 
d) Realismo. 
e) Parnasianismo. 
 
21. Apontar a alternativa correta: 
a) Tomás Antônio Gonzaga cultivou a poesia satírica em “O Deser-
tor”. 
b) Na obra, Cartas Chilenas, temos uma sátira contra a administra-
ção de Luís da Cunha Menezes. 
c) Nessa obra, o autor se disfarça sob o nome de "Doroteu". 
d) Para maior disfarce, o autor de Cartas Chilenas faz passar a 
ação na cidade do Rio de Janeiro. 
e) A obra é considerada como parte do movimento simbolista. 
 
 22. Considere as afirmativas sobre Barroco e o Arcadismo: 
1. Simplificação da língua literária – ordem direta – imitação dos 
antigos gregos e romanos. 
2. Valorização dos sentidos – imaginação exaltada – emprego dos 
vocábulos raros. 
3. Vida campestre idealizada como verdadeiro estado de poesia –
clareza – harmonia. 
4. Emprego frequente de trocadilhos e de perífrases – malabaris-
mos verbais – oratória. 
5. Sugestões de luz, cor e som – antítese entre a vida e a morte – 
espírito cristão antiterreno. 
Assinale a opção que só contém afirmativas sobre o Arcadismo: 
a) 1, 4 e 5. 
b) 2, 3 e 5. 
c) 2, 4 e 5. 
d) 1 e 3. 
e) 1, 2 e 5. 
 
23. (Cescem) Leia os versos abaixo. 
“Alguém há de cuidar que é frase inchada 
Daquela que lá se usa entre essa gente 
Que julga, que diz muito, e não diz nada. 
O nosso humilde gênio não consente, 
Que outra coisa se diga mais, que aquilo 
Que só convém ao espírito inocente.” 
(Claudio Manuel da Costa) 
Os versos de Cláudio Manuel da Costa lembram o fato de que: 
a) a expressão exata, contida, que busca os limites do essencial, é 
traço da literatura colonial brasileira e dos primeiros movimentos 
estéticos pós-Independência. 
b) o Barroco se esforçou por alcançar uma expressão rigorosa e 
comedida, a fim de espelhar os grandes conflitos do homem. 
c) o Arcadismo, buscando simplicidade, se opôs à expressão intrin-
cada a aos excessos do cultismo do Barroco. 
d) o Romantismo, embora tenha refugado os rigores do formalismo 
neo-clássico, tomou por base o sentimentalismo originário desse 
movimento estético. 
e) o Romantismo negou os rigores da expressão clássica e lusita-
na, mas incorporou a tradição literária da poesia colonial. 
 
 
CAPÍTULO 04 
Romantismo é o movimento literário ligado aos valores 
burgueses que proclamaram a Revolução Francesa de 1789. Seus 
princípios são ligados a ideais de liberdade, igualdade e fraternida-
de. O Romantismo surge em Portugal em 1825 ( final do arcadis-
mo) e termina em 1865 com a transição para o Realismo. No Brasil, 
o movimento ocorre entre 1836 e 1881. 
As principais características artísticas do Romantismo são o 
senso de mistério, o sentimentalismo, o sonho e a fé. As obras vêm 
caracterizadas pela evasão e fuga para o exótico; pelo passado 
histórico e medieval, pela morte e pela melancolia (mal do século). 
O Romantismo retrata o reformismo, o culto à natureza (idealizada) 
e a idealização da mulher. O sentimento romântico aflora valores 
nativistas e nacionalistas, é uma tentativa de se criar uma indepen-
dência cultural em relação a Portugal. O Romantismo é caracteri-
zado por três gerações: 
- indianista: caracteriza-se pelo nacionalismo romântico, o índio é 
idealizado (nobre, valoroso, fiel) e demonstra a valorização das 
origens da nacionalidade;- mal do século: caracteriza-se pelo profundo desencanto pela 
vida, os poetas voltam-se inteiramente para dentro de si mesmos e 
muitos são marcados pela tuberculose (mal que dá nome à fase); 
- condoreirismo: caracteriza-se pela poesia social e libertária, 
reflete as lutas internas da segunda metade do reinado de D. Pedro 
II. 
O Romantismo surge no cenário mundial caracterizado pela 
ascensão da burguesia ao poder. A Revolução Francesa e a Revo-
lução Industrial caracterizam esse período. No Brasil, é importante 
destacar, no período do Romantismo, as Regências (1831 - 1840), 
o Segundo Império (1840-1889) e a Guerra do Paraguai (1864 -
1870). O movimento romântico aflorou as lutas abolicionistas e 
desenvolveu sentimentos nacionalistas e ufanistas (orgulho de si 
mesmo). 
LITERATURA BRASILEIRA 
 22 
 
 
● Principais autores e obras 
 
POESIA 
 
A 1ª. Geração de poetas românticos ou geração indianista é 
caracterizada pelo nacionalismo romântico. O índio é idealizado e 
tratado de maneira nobre, valorosa e fiel. A poesia romântica de-
monstra a valorização das origens da nacionalidade. Entre seus 
poetas destacam-se: 
 
Gonçalves de Magalhães (1811 - 1882) escreveu em 1836 Suspi-
ros Poéticos e Saudades que representa o início do Romantismo 
no Brasil. Esse romance é dividido em duas partes: a primeira 
“Suspiros Poéticos” e a segunda “Saudades”. Entre outras obras, 
destaca-se também “Niterói, Revista Brasiliense” onde é nítida a 
influência francesa. 
 
Adeus à pátria 
 
Adeus, oh Pátria amada, 
Terra saudosa, onde eu abri meus olhos 
Pela vez prima ao sol americano; 
Onde nos braços maternais suspenso, 
O teu amor co'a vida 
No albor dos anos meus fruí gostoso. 
 
Oh margens do Janeiro, 
Eu me ausento de vós com mágoa e pranto! 
Adeus, brilhante céu da terra minha! 
Adeus, oh serras que vinguei difícil! 
Adeus, sombrias várzeas, 
Que vezes passeei meditabundo. 
(Gonçalves de Magalhães) 
 
Gonçalves Dias (1823 - 1864) é o 1º. grande poeta do Romantis-
mo, sua poesia é associada ao índio. Gonçalves Dias considera o 
índio como principal componente da etnia no Brasil. Seu lirismo é 
centrado na dor de uma paixão ardente e não realizada, na busca 
da musa inatingível. Escreveu Primeiros cantos, Segundos can-
tos, Últimos cantos e Os timbiras. Poemas: I – Juca Pirama, 
Canto do Guerreiro, Canto do Tamoio, Canção do exílio. 
 
Canção do exílio 
Minha terra tem palmeiras, 
Onde canta o Sabiá; 
As aves, que aqui gorjeiam, 
Não gorjeiam como lá. 
Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores. 
(Gonçalves Dias) 
 
Manuel de Araújo Porto Alegre (1806 - 1879) foi escritor, pintor, 
caricaturista, arquiteto, crítico, historiador de arte, professor e di-
plomata. Recebeu de D. Pedro II o título de Barão de Santo Ângelo 
em 1874. Escreveu Brasilianas, em 1863, e, Colombo, em 1866. 
 
 A 2ª. Geração de poetas românticos expressou profundo senti-
mento de pessimismo, de negativismo boêmio e de irrealização 
com a constante busca por um refúgio-morte. Esse período ficou 
conhecido como Mal do Século. Entre seus poetas destacam-se: 
 
Álvares de Azevedo (1831 - 1852) é o poeta de maior expressão 
dessa geração. Escreveu Lira dos vinte anos, O conde Lopo, 
Noite na taverna (prosa), Macário (teatro). Álvares de Azevedo 
falou da morte, de vícios, do amor, das musas, do sexo, do sata-
nismo e da vida noturna. 
(...) 
Embucei-me na capa e tomei-a nos braços coberta com 
seu sudário como uma criança. Ao aproximar-me da porta, to-
pei num corpo; abaixei-me e olhei: era algum coveiro do cemitério 
da igreja que aí dormira de ébrio, esquecido de fechar a porta. 
Saí. 
 Ao passar a praça, encontrei uma patrulha: 
 - Que levas aí? A noite era muito alta - talvez me cressem um 
ladrão. 
 É minha mulher que vai desmaiada. 
 - Uma mulher! Mas essa roupa branca e longa? Serás 
acaso roubador de cadáveres? Um guarda aproximou-se. Tocou-
lhe a fronte, era fria. 
 - É uma defunta. 
 Cheguei meus lábios aos dela. Senti um bafejo morno. Era a vi-
da ainda. 
 - Vede, disse eu. 
 O guarda chegou-lhe os lábios: os beiços ásperos roçaram 
pelos da moça. Se eu sentisse o estalar de um beijo. O punhal já 
estava nu em minhas mãos frias. 
 - Boa noite, moço: podes seguir, disse ele. 
(Álvares de Azevedo) 
 
Casimiro de Abreu (1839 - 1860) foi poeta extremamente subjetivo 
e romântico, trabalha a ternura, a saudade, a natureza, o desejo, 
num tom suave e sincero. Seus sentimentos são profundamente 
vividos e idealiza a todos a partir de sua saudosa infância. Escre-
veu “As primaveras”, “Carolina” (prosa) e “Camões e o Jaú” (teatro). 
 
Meus oito anos 
 
Oh! que saudades que tenho 
 Da aurora da minha vida, 
 Da minha infância querida 
 Que os anos não trazem mais! 
 Que amor, que sonhos, que flores. 
 Naquelas tardes fagueiras 
 À sombra das bananeiras, 
 Debaixo dos laranjais! 
 
 Como são belos os dias 
 Do despontar da existência! 
 – Respira a alma inocência 
 Como perfumes a flor; 
 O mar é – lago sereno, 
 O céu – um manto azulado, 
 O mundo – um sonho dourado, 
 A vida – um hino d’amor! 
(Casimiro de Abreu) 
 
Fagundes Varela (1841 - 1875) é poeta que aspira a uma vida 
simples e natural apelando repetidamente para o campo em suas 
obras. Escreveu “Vozes da América”, “Estandarte auriverde”, “Can-
tos do ermo da cidade”, “Cantos religiosos” e “ Diário de Lázaro”. 
 
Aurora 
 
Estranho povo surgirá da sombra 
 Terrível e feroz cobrindo os campos 
 De cruentos horrores! 
LITERATURA BRASILEIRA 
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 O palácio e a prisão irão por terra, 
 E um segundo dilúvio, então de sangue, 
 O mundo lavará! 
 (Fagundes Varela) 
 
Junqueira Freire (1832 - 1855) é um poeta que trouxe para sua 
poesia a vocação errada para o convento: seu maior problema. 
Escreveu “Inspirações do claustro”. 
 
Inspirações do claustro 
 
Aqui já era noite... eu reclinei-me 
 Nas moles formas do virgíneo seio: 
Aqui sobre ela eu meditei amores 
Em doce devaneio. 
(Junqueira Freire) 
 
 
 A 3ª. Geração de poetas românticos ou geração condoreira 
apresentou a discussão de problemas sociais e políticos. A poesia 
tinha como característica um amor forte e impregnado de sensuali-
dade. Entre os poetas destacam-se: 
 
Castro Alves (1847 - 1871) foi o maior poeta dessa geração, era 
conhecido por poeta condoreiro. Sua obra propõe a discussão 
política e social (escravidão, emancipação). Entre as principais 
obras destacam-se: “Espumas Flutuantes”, “Os escravos”, “A ca-
choeira de Paulo Afonso”, “Hinos do Equador” (poesia), “Gonzaga 
ou a Revolução de Minas” (teatro). Principais poemas: “Navio Ne-
greiro”, “Vozes d’África”. 
 
(...) 
 Senhor Deus dos desgraçados! 
Dizei-me vós, Senhor Deus! 
Se é loucura... se é verdade 
Tanto horror perante os céus?! 
Ó mar, por que não apagas 
Co'a esponja de tuas vagas 
De teu manto este borrão?... 
Astros! noites! tempestades! 
Rolai das imensidades! 
Varrei os mares, tufão! 
(...) 
 São os filhos do deserto, 
Onde a terra esposa a luz. 
Onde vive em campo aberto 
A tribo dos homens nus... 
São os guerreiros ousados 
Que com os tigres mosqueados 
Combatem na solidão. 
Ontem simples, fortes, bravos. 
Hoje míseros escravos, 
Sem luz, sem ar, sem razão. . . 
(...) 
(Castro Alves) 
 Joaquim de Sousa Andrade (1833 - 1902) foi considerado em 
sua época um escritor extravagante. O seu aspecto inovador foge 
do discurso praticado pelos românticos, pois se trata de um poeta 
experimental, que surge como um corpo estranho dentro de sua 
época literária. Escreveu “Obras poéticas” e o O Guesa, sua obra 
mais perturbadora. Essa obra conta a lenda indígena do Guesa 
Errante. O personagem Guesa é uma criança roubada dos pais 
pelo deus do Sol e educado no templo da divindade até os 10 anos, 
sendo sacrificado aos 15 anos, após longa peregrinação pela "es-
trada do Suna". 
O Guesa 
(Canto Terceiro) 
 
Asbalseiras na luz resplandeciam — 
oh! que formoso dia de verão! 
Dragão dos mares, — na asa lhe rugiam 
Vagas, no bojo indômito vulcão! 
Sombrio, no convés, o Guesa errante 
De um para outro lado passeava 
Mudo, inquieto, rápido, inconstante, 
E em desalinho o manto que trajava. 
A fronte mais que nunca aflita, branca 
E pálida, os cabelos em desordem, 
Qual o que sonhos alta noite espanca, 
"Acordem, olhos meus, dizia, acordem!" 
E de través, espavorido olhando 
Com olhos chamejantes da loucura, 
Propendia p'ra as bordas, se alegrando 
Ante a espuma que rindo-se murmura: 
Sorrindo, qual quem da onda cristalina 
Pressentia surgirem louras filhas; 
Fitando olhos no sol, que já s'inclina, 
E rindo, rindo ao perpassar das ilhas. 
— Está ele assombrado?... Porém, certo 
Dentro lhe idéia vária tumultua: 
Fala de aparições que há no deserto, 
Sobre as lagoas ao clarão da lua. 
 
 
(Sousa Andrade) 
 
Tobias Barreto ( 1837 - 1889) foi um poeta que não recebeu, 
necessariamente, o reconhecimento que merecia. Sua obra poética 
foi menosprezada pela crítica e não foi explorada o bastante, tam-
pouco se evidenciou sua qualidade estética. Tobias Barreto foi o 
fundador do “condoreirismo brasileiro”. Escreveu “Dias e noites”. 
 
Dois de Julho 
 
Na frente dos belos dias 
Que trajam mais viva luz, 
Desfilando entre harmonias 
No vasto império da cruz, 
Passa um dia sublimado, 
Qual guerreiro namorado, 
Valente, bravo e gentil, 
Que traz a glória estampada, 
Na face meio embaçada 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Condoreirismo
LITERATURA BRASILEIRA 
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Pelo alento do fuzil. 
 
Neste dia, sempre novo, 
Entre os aplausos do mar, 
Entre os ruídos do povo, 
Vai a cidade falar... 
Atriz majestosa e bela, 
Falando só e só ela 
Diante de duas nações, 
Representa um alto feito, 
Que arranca brados do peito 
De emudecidos canhões. 
(Tobias Barreto) 
 
 
 
PROSA 
 Os seguintes autores merecem destaque dentro da prosa no 
período romântico: 
Bernardo Guimarães (1825 - 1884) foi um romancista e poeta 
brasileiro, conhecido por ter escrito o livro A Escrava Isaura. Entre 
suas obras também merecem destaque: “Lendas e romances”, “O 
Garimpeiro”, “O Seminarista”, “O índio Afonso”, “O pão de ouro”, 
“Rosaura, a enjeitada”, “Jupira”, “Cantos da Solidão”. 
 
A escrava Isaura (resumo) 
 
O romance conta as aventuras e desventuras de uma bela es-
crava mestiça em busca de sua liberdade. Na primeira parte, Isaura 
está na fazenda em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, 
vivendo sua vida de escrava bem prendada, mucama da noiva do 
filho de seus donos originais. Porém, ela é importunada a todo o 
momento por alguém querendo cortejá-la, inclusive o seu sinhô 
novo, Leôncio. Por ter essa paixão por Isaura, Leôncio não a liber-
ta, como sua mãe havia pedido antes de morrer. Mesmo assim, o 
pai de Isaura, Miguel, conversa com o pai de Leôncio e faz um trato 
no qual ele dará 10 contos de réis pela liberdade de sua filha. Ao 
chegar com a quantia na casa onde Isaura é escrava, eis que che-
ga uma carta dizendo que o pai de Leôncio morreu, dando uma 
desculpa para Leôncio não libertar sua escrava. Sem restar outra 
escapatória para Isaura, Miguel usa os 10 contos de réis que tinha 
para comprar sua alforria em uma fuga, levando o romance ao seu 
segundo estágio. Os intentos de Miguel são de chegar a outro país, 
mas enquanto procura pela melhor oportunidade de sair do Brasil, 
eles vão para a cidade de Recife. Lá eles assumem nomes diferen-
tes e ficam recolhidos em sua casa. Como Isaura tem uma beleza 
estonteante, não passa despercebida a Álvaro, rapaz jovem e rico, 
órfão de pai. Mesmo tentando ficar escondida, Álvaro se apaixona 
desde a primeira vez que a vê e a ouve cantar, rondando sua casa 
até que um dia ele ajuda Isaura e a seu pai, conseguindo assim 
uma brecha para conversar com ela e convidá-la para um baile. 
Embora relutante, Elvira, nome ao qual Isaura atendia em seu 
disfarce, aceita o convite e vai ao baile. Com sua habilidade ao 
piano e sua beleza exótica, Elvira encanta a todos no baile, menos 
a Martinho, sujeito baixo e ganancioso que vê em Elvira a escrava 
Isaura descrita em um folheto anexado a um jornal, uma chance de 
ganhar o dinheiro da recompensa. Martinho se comunica com 
Leôncio, que dá a ele direito de prender a sua fugitiva. Porém, 
Leôncio se arrepende e decide ir a Recife para trazê-la de volta. Ao 
chegar lá, ele encontra Álvaro e ambos têm uma pequena discus-
são, mas Leôncio acaba trazendo Isaura de volta. Quando chegam 
novamente na fazenda e Leôncio prende Isaura em total isolamen-
to, inicia-se a terceira fase da narrativa. Agora seu algoz inventa um 
plano maquiavélico para continuar a ter a sua escrava favorita por 
perto sem deixar sua mulher, Malvina, enciumada: ele coloca como 
condição para a liberdade de Isaura seu casamento com o jardinei-
ro da fazenda, Belchior. Enquanto isso, Álvaro não descansa até 
descobrir uma forma de ter Isaura de volta, chegando até a ir á 
corte à procura de informações. Nessa viagem ao Rio de Janeiro, 
ele descobre que Leôncio está falido, compra todas as dívidas dele 
e legaliza a carta de desapropriação dos bens. No momento do 
casamento arranjado de Isaura e Belchior, Álvaro chega e diz que 
tanto Isaura quanto tudo mais que pertencia a Leôncio agora é 
dele. Leôncio, ao ver que perdeu todos os seus bens e Isaura para 
Álvaro, se mata dando um tiro na cabeça. 
 
Franklin Távora (1842 - 1888) foi um advogado, jornalista, político, 
romancista e teatrólogo brasileiro. Escreveu A Trindade Maldita, 
Os índios do Jaguaribe, A casa de Palha, Um casamento no 
arrabalde, O Matuto, Lourenço e O Cabeleira (considerado um 
de seus melhores livros). 
 
 
O Cabeleira (resumo) 
 
 Cabeleira é o apelido de José de Gomes, um dos primeiros 
cangaceiros de Pernambuco. José era naturalmente bom, mas foi 
ensinado pelo pai, Joaquim Gomes, a ser cruel. Junto com o pai e 
Teodósio, o traiçoeiro amigo, assim como vários outros comparsas, 
Cabeleira aterroriza a província de Pernambuco em 1776 (exatos 
100 anos antes da publicação do romance). Mas quando ele reen-
contra Luísa, foge com ela e começa a se reformar, apesar de 
instintivamente ainda tentar se defender violentamente. Luísa aca-
ba morrendo logo após a fuga, pois estava ferida, e Cabeleira é 
preso, fraco, faminto e desarmado, num canavial. José Gomes é 
executado junto com seus antigos comparsas apesar dos apelos da 
mãe de que a ele servia melhor a penitenciária pois estava refor-
mado. 
 O romance acaba com o autor atacando a pena de morte. A o-
bra inicial da "literatura do Norte" que o autor pretendia fazer, O 
Cabeleira começa o Regionalismo na nossa literatura e apresenta 
marcantes qualidades tanto do Romantismo quanto do Naturalismo. 
Cabeleira é um homem naturalmente bom (como acreditavam os 
românticos) que é corrompido pelo pai e pelo meio (característica 
dos naturalistas), age várias vezes por instinto (Naturalismo), mas 
reforma-se pelo todo-poderoso amor (Romantismo). As mulheres 
são todas boas (Romantismo), os homens reúnem defeitos e quali-
dades (Naturalismo) e o protagonista vive perseguido pelo conflito 
interno. (Uma tendência mais realista esta última; os realistas ti-
nham preocupações sociais como o anteriormente referido ataque a 
pena de morte.) 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dramaturgo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poeta
http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Escrava_Isaura
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Escravid%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Liberdade
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fazenda
http://pt.wikipedia.org/wiki/Campos_dos_Goytacazes
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mucama
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paix%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3e
http://pt.wikipedia.org/wiki/Morte
http://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A9is
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pai
http://pt.wikipedia.org/wiki/Alforria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pa%C3%ADs

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