Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

Geriatria &
Gerontologia
VOLUME 5 • NÚMERO 3 • JUL/AgO/SEt 2011
Órgão oficial de publicação científica da Sociedade braSileira de geriatria e gerontologia
ISSN 1981-8289
Sociedade Brasileira de 
Geriatria e Gerontologia 
Brazilian Geriatrics & GerontoloGy
editorial
Os editores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .129
artiGos oriGinais
Comparação entre diferentes pontos de corte na classificação do perfil de fragilidade de idosos comunitários . . .130
Silvia Lanziotti Azevedo da Silva, Vanessa Gomes da Silva, Leani Sousa Máximo, João Marcos Domingues Dias, 
Rosangela Correa Dias 
Frequência da síndrome de imobilidade em uma enfermaria de geriatria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .136
Carla Araujo Ribeiro, Denise de Alvarenga Marcondes e Silva, Luciano Almeida Rizzo, Maurício Miranda Ventura
Efeito de um programa de exercício resistido aquático na resistividade carotídea, qualidade de vida 
e autonomia funcional de mulheres idosas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .140
Yúla Pires da Silveira Fontenele de Meneses, Rodrigo Gomes de Sousa Vale, Tânia Fernandes Campos, 
Armele de Fátima Dornelas de Andrade
Efeito da hidroginástica na autonomia funcional de idosas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .147
Jader de Andrade Bezerra, Neméia de Oliveira Farias, João Gomes Jácome, Aristéia Nunes Sampaio Castro, Jeane Maria Moura Costa, 
Estélio Henrique Martin Dantas
Fatores relacionados à acessibilidade de idosos a medicamentos anti-hipertensivos em unidades de saúde 
da família de Pernambuco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .151
Ana Carolina Facundo Castro de Aquino, Márcio Campos de Melo, Paulo José Bezerra de Albuquerque, 
Salvéa de Oliveira Campelo e Paiva
Artrite reumatoide no idoso: estudo de 35 casos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .159
Andrea Rocha de S . Mont’Alverne, Rafael Barbieri, Renata Moreira Montenegro, Sônia Maria Alvarenga Anti, 
Rina Dalva Neubarth Giorgi, Wiliam Habib Chahade
artiGos de revisÃo
Imunossenescência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .163
Karen Cecília de Lima Torres, Patrícia de Araújo Pereira, Giselle Sabrina França de Lima, Bruno Rezende Souza, 
Débora Marques de Miranda, Moisés Evandro Bauer, Marco Aurélio Romano-Silva
A postura do idoso e suas implicações clínicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .170
Eluciene Maria Santos Carvalho, Sâmara Paula Ferreira Mota, Guilherme Pinheiro Ferreira da Silva, João Macedo Coelho Filho
Evidências da acupuntura no tratamento da dor lombar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .175
Julio César Rigo, Ana Paula Menezes Pires, Leandro Alves de Oliveira, Silvio S . Harres, Roberta Rigo Dalacorte
meetinGs
instructions for authors
Geriatrics &
Gerontology
Official JOurnal Of the Brazilian SOciety Of GeriatricS and GerOntOlOGy
ISSN 1981-8289
Sociedade Brasileira de 
Geriatria e Gerontologia 
Brazilian
VOLUME 5 • NUMBER 3 • JULy/AUg/SEpt 2011
Editorial
The editors . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .129
oriGinal artiClES
Comparison between different cut-off points in the classification of frailty profile in community-living elderly . . . .130
Silvia Lanziotti Azevedo da Silva, Vanessa Gomes da Silva, Leani Sousa Máximo, João Marcos Domingues Dias, 
Rosangela Correa Dias 
Immobility syndrome frequence in a geriatric ward . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .136
Carla Araujo Ribeiro, Denise de Alvarenga Marcondes e Silva, Luciano Almeida Rizzo, Maurício Miranda Ventura
Effect of a resisted aquatic exercise program on carotid resistive index, quality of life, and funcional 
automomy of elderly women . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .140
Yúla Pires da Silveira Fontenele de Meneses, Rodrigo Gomes de Sousa Vale, Tânia Fernandes Campos, 
Armele de Fátima Dornelas de Andrade
Effect of water aerobics on the functional autonomy of the elderly population . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .147
Jader de Andrade Bezerra, Neméia de Oliveira Farias, João Gomes Jácome, Aristéia Nunes Sampaio Castro, Jeane Maria Moura Costa, 
Estélio Henrique Martin Dantas
Factors linked to the accessibility of the elderly to antihypertensive drugs in Pernambuco state, Brazil . . . . . . . . . .151
Ana Carolina Facundo Castro de Aquino, Márcio Campos de Melo, Paulo José Bezerra de Albuquerque, 
Salvéa de Oliveira Campelo e Paiva
Rheumatoid arthritis in the elderly: a study of 35 cases . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .159
Andrea Rocha de S . Mont’Alverne, Rafael Barbieri, Renata Moreira Montenegro, Sônia Maria Alvarenga Anti, Rina Dalva Neubarth Giorgi, 
Wiliam Habib Chahade
rEviEwS
Immunosenescence . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .163
Karen Cecília de Lima Torres, Patrícia de Araújo Pereira, Giselle Sabrina França de Lima, Bruno Rezende Souza, 
Débora Marques de Miranda, Moisés Evandro Bauer, Marco Aurélio Romano-Silva
Posture of the elderly and its clinical implications . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .170
Eluciene Maria Santos Carvalho, Sâmara Paula Ferreira Mota, Guilherme Pinheiro Ferreira da Silva, João Macedo Coelho Filho
Evidence of acupuncture in treatment of low back pain . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .175
Julio César Rigo, Ana Paula Menezes Pires, Leandro Alves de Oliveira, Silvio S . Harres, Roberta Rigo Dalacorte
meetings
instructions for authors
GERIatRIa & GERontoloGIa
Conselho Editorial nacional
João Carlos Barbosa Machado
Belo Horizonte, Brasil (AURUS)João Marcos Domingues Dias
Belo Horizonte, Brasil (UFMG)
João Toniolo Neto
São Paulo, Brasil (Unifesp)
Johannes Doll
Porto Alegre, Brasil (UFRGS)
José Elias Soares Pinheiro 
Rio de Janeiro, Brasil (UFRJ) 
Júlio César Moriguti
Ribeirão Preto, Brasil (USP-RP)
Karla Cristina Giacomin
Rio de Janeiro, Brasil (UERJ)
Kátia Magdala Lima Barreto
Recife, Brasil (UFPE)
Laura Mello Machado
Rio de Janeiro, Brasil
Leani Souza Máximo Pereira
Belo Horizonte, Brasil (UFMG)
Ligia Py
Rio de Janeiro, Brasil (UFRJ)
Luiz Roberto Ramos
São Paulo, Brasil (UFSP)
Maira Tonidandel Barbosa
Belo Horizonte, Brasil (UFMG)
Marcella Guimarães Assis Tirado
Belo Horizonte, Brasil (UFMG)
Maria Fernanda Furtado de Lima e Costa
Belo Horizonte, Brasil (Fiocruz-MG)
Maurício Gomes Pereira
Brasília, Brasil (UnB)
Maurício Wajngarten
São Paulo, Brasil (USP)
Milton Luiz Gorzoni
São Paulo, Brasil (FCMSC-SP)
Mônica Rodrigues Perracini
São Paulo, Brasil (Unifesp)
Newton Luiz Terra
Porto Alegre, Brasil (PUC-RS)
Paulo Rogério Wasserstein Hekman
Porto Alegre, Brasil
Renato Maia Guimarães
Brasília, Brasil (UnB)
Renato Moraes Fabbri
São Paulo, Brasil (Santa Casa/SP)
Ricardo Komatsu
Marília, Brasil (Famema)
Roberto Dischinger Miranda
São Paulo, Brasil (Unifesp)
Rômulo Luiz de Castro Meira
Salvador, Brasil (UFBA)
Sérgio Márcio Pacheco Paschoal
São Paulo, Brasil (USP)
Silvia Maria Azevedo dos Santos
Florianópolis, Brasil (UFSC) 
Sônia Lima Medeiros
São Paulo, Brasil (Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia-SP)
Tereza Loffredo Bilton
São Paulo, Brasil (PUC-SP)
Toshio Chiba
São Paulo, Brasil (USP)
Túlia Fernanda Meira Garcia
Fortaleza, Brasil (Escola de Saúde Pública/CE) 
Ulisses Gabriel Vasconcelos Cunha 
Belo Horizonte, Brasil (IPSENG)
Vânia Beatriz Merlotti Herédia
Porto Alegre, Brasil (UCS)
Wilson Jacob Filho
São Paulo, Brasil (USP)
Adriana de Melo Gomes
Recife, Brasil (Instituto de Geriatria e Gerontologia de 
Pernambuco)
Adriano Cézar Balthazar da Silveira Gordilho
Salvador, Brasil
Ana Amélia Camarano
Rio de Janeiro, Brasil (IPEA)
Anita Liberalesso Néri
Campinas, Brasil (Unicamp)
Carlos Montes Paixão Júnior
Rio de Janeiro, Brasil (UFRJ)
Cláudia Burlá
Rio de Janeiro, Brasil (CFM) 
Clineu Mello Almada 
São Paulo, Brasil (Unifesp)
Edgar Nunes de Moraes 
Belo Horizonte, Brasil (UFMG)
Eduardo Ferriolli
Ribeirão Preto, Brasil (USP-RP)
Eliane Jost Blessmann
Porto Alegre, Brasil (UFRGS)
Elisa Franco de Assis Costa
Goiânia, Brasil (HUGO)
Elizabete Viana de Freitas
Rio de Janeiro, Brasil (UERJ)
Emílio Hideyuki Moriguchi
Porto Alegre, Brasil (UFRGS)
Emílio Jeckel Neto
Porto Alegre, Brasil (PUC-RS)
Flávio Chaimowicz
Belo Horizonte, Brasil (UFMG)
Guita Grib Debert
Campinas, Brasil (Unicamp)
Ivete Berkenbrock
Curitiba, Brasil
Rua Cap. Francisco Pedro, 1255 – Bairro Rodolfo Teófilo – 60430-370 – Fortaleza – CE 
e-mails: sbggassociados@terra.com.br/revistageriatriagerontologiasbgg@yahoo.com.br
Base Editorial
Indexada no LATINDEx (Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, Espa~na y Portugal) .
Conselho Editorial internacional
Andrea Caprara 
Roma, Itália
Ângelo Boss 
Baltimore, Estados Unidos
Antony Bayer 
Cardiff, Reino Unido
Bruno Vellas
Toulouse, França
David V. Espino
San Antonio, Estados Unidos
Jay Luxenberg 
San Francisco, Estados Unidos
Jeanne Wei 
Little Rock, Estados Unidos
Masatoshi Takeda
Osaka, Japão
Paulo Henrique M. Chaves
Baltimore, Estados Unidos
Roberto Kaplan 
Buenos Aires, Argentina
Sergio Ariño Blasco 
Barcelona, Espanha
Editor-Chefe
João Macêdo Coelho Filho – Fortaleza, Brasil (UFC)
Editores Associados
Luiz Eugênio Garcez Leme – São Paulo, Brasil (USP)
Marcos Aparecido Sarria Cabrera – Londrina, Brasil (UEL)
Maysa Seabra Cendoroglo – São Paulo, Brasil (Unifesp)
Myrian Spínola Najas – São Paulo, Brasil (Unifesp)
Rosângela Correa Dias – Belo Horizonte, Brasil (UFMG)
Editores Executivos
 João Senger – Novo Hamburgo, Brasil 
 Jussara Rauth da Costa – Porto Alegre, Brasil
 Marianela Flores de Hekman – Porto Alegre, Brasil
 Noêmia Lima Silva – Aracaju, Brasil
 Salo Buksman – Rio de Janeiro, Brasil
DIREtoRIa naCIonal Da SBGG
dirEtoriaS rEGionaiS da SBGG
BAHIA (2010/2012)
Presidente: Christiane Machado
2a Vice-Presidente: Íris Soeiro 
Diretora Científica: Alini Ponte
CEARÁ (2010/2012)
Presidente: João Bastos Freire Neto 
2a Vice-Presidente: Túlia Fernanda Meira Garcia
Diretor Científico: Jarbas de Sá Roriz Filho
DISTRITO FEDERAL (2010/2012)
Presidente: Marcelo de Faveri
2o Vice-Presidente: Vicente de Paula Faleiros
Diretor Científico: Rodrigo Nery Macedo Cruz
ESPÍRITO SANTO (2009/2011)
Presidente: Regina Ângela V. Mesquita 
2a Vice-Presidente: Elaine R. da Mata Baptista
Diretora Científica: Daniela Souza G. Barbieri 
GOIÁS (2010/2012)
Presidente: Juliana Junqueira Marques Teixeira 
2a Vice-Presidente: Viviane Lemos Silva Fernandes
Diretora Científica: Isadora C. Alves Teixeira
MATO GROSSO (2010/2012)
Presidente: Luis Gustavo Castro Marques
2a Vice-Presidente: Leila Auxiliadora Sant’Anna
Diretora Científica: Rosangela A. P. Carapeba
MATO GROSSO DO SUL (2011/2012)
Presidente: José Roberto Pelegrino 
Diretora Científica: Marta Dreimeier
MINAS GERAIS (2009/2011)
Presidente: Claudia Pacheco C. Vieira
2a Vice-Presidente: Rita de Cássia Guedes
Diretora Científica: Ana Cristina N. B. Faria
PARÁ (2010/2012)
Presidente: João Sérgio F. do Nascimento 
2o Vice-Presidente: João Sérgio S. Oliveira
Diretor Científico: Nezilour Lobato Rodrigues
PARAÍBA (2010/2012)
Presidente: Arnaldo Henriques Gomes Viegas
2a Vice-Presidente: Mirian Lucia Trindade
Diretor Científico: João Borges Virgolino
PARANÁ (2010/2012)
Presidente: Rodolfo Augusto Alves Pedrão
2a Vice-Presidente: Benedito Guilherme F. Farias
Diretora Científica: Débora Christina de A. Lopes
PERNAMBUCO (2010/2012)
Presidente: Daniel Kitner
2a Vice-Presidente: Marcia Carrera
Diretora Científica: Clarice Correia
RIO DE JANEIRO (2010/2012)
Presidente: José Elias Soares Pinheiro
2a Vice-Presidente: Maria Angélica Sanches
Diretor Científico: Rodrigo Bernardo Serafim
RIO GRANDE DO SUL (2010/2012)
Presidente: Marianela Flores de Hekman
2a Vice-Presidente: Jussara Rauth da Costa
Diretor Científico: João Senger
SANTA CATARINA (2010/2012)
Presidente: Paulo Borges
2a Vice-Presidente: Jordelina Schier
Diretora Científica: Angela Becker
SÃO PAULO (2009/2011)
Presidente: Omar Jaluul 
2a Vice-Presidente: Claudia Marina Fló
Diretor Científico: Renato Moraes Alves Fabbri
Sociedade Brasileira de 
Geriatria e Gerontologia 
Presidente
Silvia Regina Mendes Pereira (RJ)
1o Vice-Presidente
Nezilour Lobato Rodrigues (PA)
2a Vice-Presidente (Presidente do 
Departamento de Gerontologia)
Eliane Jost Blessmann (RS)
Secretária Geral
Márcia Helena Pereira Morgado (RJ)
Secretária Adjunto
Leonor Campos Mauad (SP)
Tesoureira
Débora Ávila Carvalho (MG)
Diretor Científico
Sabri Lakhdari (DF)
Diretor de Defesa Profissional
Adriano da Silveira Gordilho (BA)
Conselho Consultivo
André Junqueira Xavier (SC)
Ligia Auxiliadora Oliveira Py (RJ)
Paulo Renato Canineu (SP)
Membros Natos do Conselho Consultivo 
Adriano César Gordilho (BA) 
Antônio Jordão Neto (SP) 
Elisa Franco de Assis Costa (GO)
Elizabete Viana de Freitas (RJ) 
Flávio Aluízio Xavier Cançado (MG)
João Carlos Barbosa Machado (MG) 
Jussara Rauth da Costa (RS)
Laura Mello Machado (RJ) 
Margarida Santos (PE) 
Maria Aulixiadora Cursino Ferrari (SP)
Marianela Flores de Hekman (RS)
Myrian Spínola Najas (SP) 
Paulo César Affonso Ferreira (RJ) 
Renato Maia Guimarães (DF) 
Sônia Maria Rocha (RJ) 
Tereza Bilton (SP)
Zally Pinto Vasconcelos Queiroz (SP) 
Representantes no Conselho da 
Associação Internacional de Geriatria e 
Gerontologia (IAGG)
Silvia Regina Mendes Pereira (RJ)
Eliane Jost Blessmann (RS)
Marianela Flores de Hekman (RS)
Comissão Científica
Sabri Lakhdari (DF)
Leonor Mauad (SP)
Comissão de Normas 
Presidente: Marianela Hekman (RS)
Jussara Rauth (RS)
Elisa Franco (GO)
Silvia Pereira (RJ)
Adriano Gordilho (BA) 
Elizabete Vianade Freitas (RJ) 
Comissão de Defesa Profissional
Adriano Gordilho (BA)
Tássio da Silva (SP) 
Comissão para Assuntos Internacionais
Eliane Blessmann (RS)
Silvia Pereira (RJ)
Marianela Hekman (RS)
Comissão de Título de Geriatria
Presidente: Siulmara Galera (CE)
Elisa Franco (GO)
Elizabete Viana de Freitas (RJ)
Karlo Edson Moreira Santana (PA)
Lívia Devéns (ES)
Maira Tonidandel (MG) 
Maria do Carmo Lencastre (PE)
Paulo José Villas Boas (SP)
Rodolfo Pedrão (PR)
Comissão de Título de Gerontologia
Presidente: Marisa Accioly Domingues (SP)
Adriana Keller (MG) 
Etiene Fittipald (PE)
Maria Celi Lyrio Crispim (RJ) 
Marlene Teda (RS)
Comissão de Cuidados Paliativos
Presidente: Ligia Py (RJ) 
Claudia Burlá (RJ)
Dulcinea Monteiro (RJ)
Johannes Doll (RS)
José Francisco Oliveira (RJ)
Leo Pessini (SP)
Lucia Takase (SC)
Margarida Santos (PE)
Toshio Chiba (SP) 
Viviane Lemos (GO) 
Comissão de Formação Profissional e 
Cadastro
Geriatria – Verônica Hagemeyer (RJ)
Gerontologia – Célia Pereira Caldas (RJ)
Comissão de Publicações
Editor-Chefe da Revista G&G: 
João Macedo (CE)
Luiz Eugenio Garcez Leme (SP)
Marcos Aparecido Sarria Cabrera (PR)
Maysa Seabra Cendoroglo (SP)
Myrian Spínola Najas (SP)
Rosangela Corrêa Dias (MG)
Comissão de Informática
Daniel Azevedo (RJ)
Rubens de Fraga Júnior (PR)
Comissão de Comunicação
Salo Buksman (RJ)
É a revista de maior 
circulação na área de 
Geriatria e Gerontologia, 
com distribuição 
para cerca de 2.000 
associados da SBGG
Circula nas principais 
bibliotecas de ciências 
da saúde do País
Segue os padrões 
internacionais para 
indexação
Caráter interdisciplinar, 
o que caracteriza o campo 
de Geriatria e Gerontologia
www.sbgg.org.br
&geriatria gerontologia
Por que publicar em
Anuncio_SBGG2.indd 3 9/29/08 9:35:18 AM
editorial
Um dos principais objetivos da atenção à saúde das pessoas idosas é prevenir ou adiar o apareci-
mento de incapacidade. Esse esforço comporta um leque amplo de possibilidades de ações e enfoques, 
bem caracterizados nos artigos que compõem esta edição de Geriatria & Gerontologia. 
O melhor entendimento da síndrome de fragilidade torna-se fundamental para implementação 
de intervenções que possam prevenir ou reduzir o impacto da incapacidade no idoso. Um aspecto 
primordial é o reconhecimento dessa condição, cujos critérios de diagnóstico vêm sendo amplamente 
utilizados. No entanto, a utilidade e a generalização desses critérios precisam ser mais bem estabele-
cidas, particularmente pelo fato de serem dependentes de medidas antropométricas, variáveis entre 
populações. Assim, o estudo de Silva et al. verificou, de forma original, as distribuições dos itens de 
fragilidade de idosos brasileiros, levando em consideração os pontos de cortes ajustados pelo percentil 
20 e comparando-os com os já clássicos critérios de Fried. Por sua vez, os artigos de Menezes et al. e 
de Bezerra et al. ressaltam o impacto positivo da intervenção física em água, visando à melhoria e à 
manutenção da capacidade funcional de idosos.
A descrição e o reconhecimento das peculiaridades do processo saúde-doença no idoso são im-
portantes para o desenvolvimento da prática clínica geriátrica. Mont´Alverne et al. descrevem as 
características clínicas e laboratoriais da artrite reumatoide após os 65 anos de idade, uma condição 
relativamente pouco estudada na população brasileira e que tende a se tornar mais prevalente em 
virtude do aumento da população idosa. Dois artigos de revisão discutem as complexas mudanças 
moleculares, celulares e físicas que acompanham a senescência: um acerca da função imunológica, de 
Torres et al., e outro abordando especificamente a postura do idoso, de Carvalho et al.
O cuidado clínico do idoso requer o manejo de condições patológicas comuns, como doenças 
cardiovasculares, dor crônica, e o enfrentamento de situações extremas como a imobilidade. Grande 
parte desse cuidado deveria ocorrer no nível primário de saúde, o que justifica a qualificação do aten-
dimento nesse âmbito, como destacado por Aquino et al. em artigo sobre fatores que interferem no 
acesso a medicamentos anti-hipertensivos. Rigo et al. fazem uma revisão da evidência de efetividade 
da acupuntura no tratamento da dor lombar em idosos, e Ribeiro et al. chamam atenção para a fre-
quência da síndrome de imobilidade em leitos hospitalares, com ênfase na casuística de um hospital 
geral de referência em São Paulo.
Os Editores
artiGo oriGiNal
1 Universidade 
Federal de Minas 
Gerais (UFMG).
Endereço para correspondência: Silvia Lanziotti Azevedo da Silva • Rua João Antônio Cardoso, 157/301, 
Bairro Ouro Preto – 31310-390 – Belo Horizonte, MG • Telefone: (31) 9858-2485 • E-mail: silviafisiojf@yahoo.com.br
Recebido em 16/5/2011
Aceito em 9/8/2011
Comparação entre diferentes pontos 
de corte na classificação do perfil de 
fragilidade de idosos comunitários
Comparison between different cut-off points in the 
classification of frailty profile in community-living elderly
Silvia Lanziotti Azevedo da Silva1, Vanessa Gomes da Silva1, Leani Sousa Máximo1, 
João Marcos Domingues Dias1, Rosangela Correa Dias1 
RESUMO
introdução: O diagnóstico da fragilidade é complexo e difícil. O fenótipo de Fried é uma ferramenta utilizada para 
classificar os idosos segundo seu perfil de fragilidade. Dentre os cinco itens que o compõem, a redução da força de 
preensão palmar, o nível de atividade física e a lentidão da marcha podem sofrer influência de características an-
tropométricas da população. objetivo: Comparar a classificação de fragilidade usando os pontos de corte de Fried 
et al. (2001) e outros ajustados para a amostra. Métodos: Foram avaliados pelo Fenótipo de Fragilidade 125 idosos 
comunitários (70,4% de mulheres, média etária de 73,77 ± 5,65 anos). Após aplicação do fenótipo, os idosos foram 
classificados em frágeis, pré-frágeis ou não frágeis, inicialmente utilizando os pontos de corte utilizados por Fried 
et al. (2001) no CHS. Em seguida, foram reclassificados utilizando pontos de corte adaptados pelo percentil 20 da 
amostra, para os itens força de preensão manual, nível de atividade física e lentidão na marcha. Foram analisadas 
a frequência de fragilidade em cada classificação e a comparação feita pelo teste qui-quadrado (X2), com α = 0,05. 
resultados: As distribuições de fragilidade foram distintas no uso dos diferentes pontos de corte, mas o grupo 
de idosos pré-frágil foi o maior nas duas situações. O critério exaustão foi pontuado por 28% dos idosos nas duas 
classificações. Não houve diferença significativa entre as distribuições pelo teste X2 (p = 0,356). Conclusão: Não 
houve diferença significativa na distribuição de fragilidade usando os dois pontos de corte. Exaustão foi critério 
frequente e não muda seu ponto de corte, justificando o resultado.
Palavras-chave: Idoso fragilizado, fenótipo, critérios diagnósticos.
ABSTRACT
introduction: The diagnosis of frailty in complex and difficult. The phenotype of Fried is a tool used to classify the el-
derly according to his or her profile of frailty. Among it’s five items, the reduction of grip strength, level of physical activity 
and slow gait speed may suffer influence of anthropometric characteristics of the population. objective: Compare the 
frequency of frailty using cutoff points of Fried et al. (2001) and others adjusted for this sample. Methods: 125 elderly 
community (70.4% women, average age 73.77 ± 5.65 years) were assessed by the Phenotype of Frailty. After application 
of the phenotype, the elderly were classified as frail, pre-frail and non-frail, initially using the cutoff points used by Fried 
et al. (2001) in CHS. After that, they were reclassified using cutoffs adjusted by sample’s percentil 20, for grip strength, 
physical activity level and slow gait speed. We analyzed the frequency of frailty in each classification and the compari-
son made by the chi-square test (X2), using α = 0.05. results: The distributions of frailty were distinct when used differ-
ent cutoff points, butthe pre-frail group was the biggest in both situations. The exhaustion criterion was score positive 
for 28% of the elderly in both classifications. There was no significant difference between the distributions according 
to X2 test (p = 0.356). Conclusion: There was not significant difference in the distribution of frailty using the two cutoff 
points proposed. Exhaustion criterion was frequent and does not change its cutoff point, justifying the result.
Keywords: Frail elderly, phenotype, diagnose criteria.
131Ponto de corte na classificação de fragilidade
iNtrodUÇÃo
A fragilidade tem sido reconhecida como uma sín-
drome geriátrica altamente prevalente, e o uso des-
se termo aumentou na última década tanto entre os 
profissionais da saúde como na literatura científica1. 
Segundo a definição proposta por Fried et al. (2001), 
fragilidade caracteriza-se por um aumento da vulne-
rabilidade a fatores estressores que resulta da dimi-
nuição das reservas fisiológicas devido ao acúmulo de 
deficiências nos múltiplos sistemas1. Para que a fragi-
lidade fosse identificada, Fried et al. (2001) operacio-
nalizou um Fenótipo de Fragilidade que é composto 
por cinco itens1-3: redução de peso autorrelatada; re-
dução da força de preensão palmar, exaustão autor-
relatada; baixa velocidade de marcha, diminuição do 
nível de atividade física1-3. Idosos que não apresentam 
nenhum item positivo para fragilidade são considera-
dos não frágeis; pontuação em um ou dois itens clas-
sificam o idoso como pré-frágil, e três ou mais itens 
positivos classificam o idoso como frágil1. 
Apesar do amplo uso do Fenótipo de Fragilida-
de, com ou sem modificações e adaptações de seus 
itens em vários estudos publicados3-6, limitações 
permanecem quanto à sua generalização e utilidade 
clínica7-10. Os itens diminuição do nível de atividade 
física, redução da força de preensão palmar e lentidão 
na marcha devem ter seus pontos de corte ajustados 
para cada população, pois seu cálculo varia de acor-
do com medidas antropométricas e estas variam entre 
populações10. Assim, seus pontos de corte para fragi-
lidade são calculados para cada estudo pelo percentil 
20 (P20), que fornece valores mais adequados para a 
amostra estudada.
O objetivo deste estudo foi calcular novos pontos 
de corte pelo P20 para os itens diminuição do nível 
de atividade física, redução da força de preensão ma-
nual e lentidão na marcha para a amostra estudada 
e comparar as distribuições de fragilidade dos idosos 
utilizando os pontos de corte propostos por Fried et 
al. (2001) e os pontos de corte ajustados pelo percen-
til 20 da amostra. 
MetodoloGia
O presente estudo, de caráter transversal, é um sub-
projeto de um estudo maior, de amostra aleatória, 
denominado Rede Fibra (Rede de Estudos de Fragili-
dade de Idosos Brasileiros). Seus indivíduos são uma 
subamostra de 125 participantes deste estudo, sele-
cionada ao acaso entre os 613 idosos componentes 
do banco original da cidade de Belo Horizonte por 
contato telefônico. Os critérios de inclusão foram: ter 
idade igual ou superior a 65 anos ou mais; de ambos 
os sexos; residentes na comunidade; que concorda-
ram em participar do estudo e assinaram o Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram 
excluídos idosos que apresentaram as seguintes ca-
racterísticas: déficit cognitivo grave sugestivo de de-
mência, avaliado pelo Miniexame do Estado Mental 
(MEEM) com pontuação inferior a 17 pontos; em 
uso de cadeira de rodas ou que se encontravam aca-
mados, provisória ou definitivamente.
Após a inclusão no estudo, os idosos foram sub-
metidos individualmente a uma única entrevista 
agendada no domicílio, com duração de aproximada-
mente uma hora, aplicada por examinadores treina-
dos. Foram coletados os dados autorrelatados e feitos 
testes físicos previamente determinados pelo protoco-
lo estabelecido. As entrevistas ocorreram no período 
de fevereiro a julho de 2010.
Os dados relativos ao Fenótipo de Fragilidade fo-
ram avaliados pelos cinco itens propostos por Fried et 
al. (2001), da seguinte forma:
1) A força de preensão palmar foi mensurada pelo 
Dinamômetro Jamar (SAEHAN Hydraulic Hand 
Dynamometer, modelo SH5001 – 973, Yangdeck – 
Dong, PO Box 426, Masan Free Trade Zone, Masan 
630-728 KOREA). Para ser considerado frágil por 
esse critério, o idoso deve estar abaixo do percentil 20 
da amostra total, ajustado por sexo e índice de massa 
corporal (kg/m2). 
2) A perda de peso foi avaliada por pergunta direta 
em busca do autorrelato se o indivíduo apresentou 
perda maior ou igual a 4,5 kg ou 5% do peso corporal 
nos últimos 12 meses.
3) A exaustão foi verificada por meio da aplicação 
de duas questões da escala de depressão do Center for 
Epidemiological Studies (CES-D)11. Os participantes 
foram perguntados se: “Sentiu que teve que fazer 
esforço para dar conta das suas tarefas habituais?” e 
“Não conseguiu levar adiante suas coisas?” As respos-
tas são em escala Likert (nunca ou raramente = 1, às 
vezes = 2, frequentemente = 3, sempre = 4). Comple-
tou o critério para fragilidade o indivíduo que pon-
tuou 3 ou 4 qualquer uma das duas questões citadas 
acima. 
4) A marcha foi analisada por meio do tempo 
gasto para o idoso percorrer 4,6 m dentro de uma 
distância de 8,6 m livres, excluindo 2 m para a ace-
leração e 2 m para a desaceleração. Foi estabelecido 
132 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):130-5
como padrão o uso de um cronômetro Professional 
Quartz Timer da marca KADIO, modelo KD 1069. 
Os resultados foram ajustados por estatura e sexo e 
foram considerados frágeis por esse critério aqueles 
que apresentaram tempo acima do percentil 80 da 
amostra.
5) O nível de atividade física foi analisado por 
meio do questionário Minnesota Leisure Time Activity 
Questionnaire, que inclui diversas atividades realizadas 
pelo indivíduo como caminhar e práticas esportivas. 
Posteriormente, foi calculado o consumo energético 
em quilocalorias despendidas pelo indivíduo durante 
as atividades realizadas nos últimos 15 dias. Comple-
taram o critério para fragilidade aqueles que ficaram 
abaixo do percentil 20 da amostra, ajustado por sexo1.
Os idosos que não apresentaram nenhum item 
positivo para fragilidade foram considerados não frá-
geis; pontuação em 1 ou 2 itens considerou o idoso 
pré-frágil; e se ele pontuou em mais de 3 itens, foi 
considerado frágil1.
Os idosos foram classificados pela positividade 
nos itens de fragilidade de acordo com os pontos de 
corte propostos por Fried e, também, de acordo com 
os novos pontos de corte calculados para a amostra 
por meio do P20.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em 
Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais n° 
ETIC 0545.0.203.000-09, e todos os entrevistados 
concordaram com a participação assinando o Termo 
de Consentimento Livre e Esclarecido.
Foi realizada descrição da amostra mediante va-
lores de proporção entre grupos, média e desvio-pa-
drão. Os pontos de corte pelo percentil 20 para força 
de preensão palmar, lentidão na marcha e nível de 
atividade física foram obtidos no programa Microsoft 
Excel 2007, para cada valor separadamente. A com-
paração entre a distribuição dos grupos na variável 
nominal classificação de fragilidade foi feita pelo teste 
qui-quadrado, no programa SPSS versão 15. Foram 
considerados significativos valores α = 0,05.
reSUltadoS
A amostra de 125 idosos foi composta predominante-
mente por mulheres (70,4%), e a média de idade de 
todos os indivíduos foi de 73,77 ± 5,65 anos. 
Por meio do percentil 20 da amostra, novos pon-
tos de corte foram calculados para os itens força de 
preensão palmar, nível de atividade física e lentidão 
na marcha (Tabela 1).
A distribuição de fragilidade foi diferente quando 
foram utilizados os pontos de corte de Fried (2001) e 
os pontos de corte da amostra para força de preensão 
palmar, nível de atividade física e lentidão na marcha, 
calculados pelo percentil 20 (Tabela 2). O número 
de indivíduos pré-frágeis foi maior (69 indivíduos)quando foram usados os pontos de corte de Fried 
(2001) e diminuiu para 61 indivíduos quando foram 
usados os pontos de corte da amostra. Neste caso, 
aumentou-se a frequência dos frágeis, de 11 para 13 
indivíduos, e também dos não frágeis, que totaliza-
vam 45 indivíduos quando foram usados os pontos 
de corte de Fried (2001), e 51 idosos passaram a ser 
considerados não frágeis com a nova divisão. Porém, 
mesmo com a diminuição do grupo de idosos pré-frá-
geis, estes foram os mais presentes nas duas classifica-
ções realizadas, sendo considerados pré-frágeis 55,2% 
dos idosos com os pontos de corte de Fried (2001) e 
48,8% no percentil 20 da amostra (Tabela 2).
tabela 1. Novos pontos de corte para preensão palmar, nível de atividade física e lentidão na marcha calculados pelo 
P20 da amostra (n = 125)
Mulheres Homens
iMC Força de preensão (kgf) iMC Força de preensão (kgf) 
< 24 ≤ 14,79 < 24 ≤ 21,33
24,1-27,3 ≤ 16,13 24,1-26,1 ≤ 25,96
27,4-31,24 ≤ 14,72 26,2-29,5 ≤ 31,06
> 31,24 ≤ 18,86 > 29,6 ≤ 32,06
altura (m) tempo da marcha (s) altura (m) tempo da marcha (s)
≤ 1,53 5,72 ≤ 1,70 5,31
> 1,53 5,63 > 1,70 5,27
Gasto calórico (kcal) ≤ 561,43 Gasto calórico (kcal) ≤ 1315,14
P20: percentil 20; kgf: quilogramas força; s: segundos; m: metros.
133Ponto de corte na classificação de fragilidade
tabela 2. Distribuição dos níveis de fragilidade com diferentes pontos de corte (n = 125)
Fried et al. 2001 (n/%) Percentil 20 (n/%) X2 p
Não frágeis 45 (36%) 51 (40,8%) 1,764 0,356
Pré-frágeis 69 (55,2%) 61 (48,8%)
Frágeis 11 (8,8%) 13 (10,4%)
Ao comparar a distribuição entre os três grupos 
com os dois pontos de corte, a diferença encontrada 
pelo teste X2 não foi estatisticamente significante (p = 
0,356) (Tabela 2).
Em relação aos itens do Fenótipo, suas frequên-
cias variaram com o uso dos dois diferentes pontos 
de corte. O item mais frequente na distribuição pelo 
ponto de corte de Fried (2001) foi a força de preen-
são manual, positivo em 36% dos indivíduos. Com a 
classificação feita pelos pontos de corte pelo P20 da 
amostra, o item mais frequente passou a ser a exaus-
tão, seguida pela força de preensão manual (Tabela 3).
tabela 3. Distribuição por dos itens positivos do fenótipo 
com diferentes pontos de corte na amostra total (n = 125)
Fried et al. 
2001 (n/%) 
Percentil 20 
(n/%)
Força de preensão manual 32 (25,5%) 45 (36%) 
Lentidão na marcha 26 (20,8%) 12 (9,6%) 
Gasto calórico 24 (19,2%) 19 (15,2%) 
Perda de peso 19 (15,2%) 19 (15,2%) 
Exaustão 35 (28%) 35 (28%)
diSCUSSÃo
Embora haja um reconhecimento universal da sín-
drome de fragilidade entre os profissionais da área de 
geriatria e gerontologia, há um obstáculo importante 
no desenvolvimento de intervenções específicas devi-
do à falta de consenso no que se refere à definição de 
fragilidade e sua generalização em estudos e na prática 
clínica5. Sabe-se que uma boa definição de fragilidade 
deveria ser multidimensional, deixar claro que a fra-
gilidade é um processo dinâmico, predizer desfechos 
adversos para a saúde do idoso e ser prática para apli-
cação clínica12. A forma de avaliação deve, ainda, ser 
utilizável em outras populações e grupos étnicos, o 
que é um passo importante para a identificação clíni-
ca dessa síndrome geriátrica13.
Três dos cinco critérios de fragilidade – redução da 
força de preensão palmar, lentidão na velocidade de 
marcha e diminuição no nível atividade física – são 
passíveis de intervenção direta dos profissionais da 
área de fisioterapia e outras, permitindo a prevenção 
ou até mesmo a melhora desses parâmetros, evitando-
-se, dessa maneira, a instalação ou progressão da sín-
drome da fragilidade14. Contudo, esses itens devem 
ter seus pontos de corte ajustados para cada popula-
ção, pois seu cálculo varia de acordo com medidas an-
tropométricas e estas variam entre elas. Dessa forma, 
os pontos de corte para fragilidade devem ser calcula-
dos por meio do P20, já que este fornece valores mais 
adequados para a amostra estudada14. 
Ao adaptarem-se os critérios de fragilidade para 
a amostra estudada, foram encontradas diferenças na 
sua distribuição quando foram utilizados os pontos 
de corte de Fried e os pontos de corte da amostra para 
força de preensão palmar, nível de atividade física e 
lentidão na marcha. Achado semelhante foi encontra-
do em outro estudo, que revisou os itens e apontou 
para a importância da adaptação dos pontos de corte 
para a correta previsão por eles dos desfechos adversos 
comumente associados à fragilidade, como hospitali-
zação, morte e incapacidade14.
O número de indivíduos pré-frágeis foi maior 
quando foram usados os pontos de corte de Fried e 
diminuiu no uso dos pontos de corte da amostra para 
os mesmos itens, aumentando, nesse caso, os frágeis e 
também não frágeis. Isso pode ter ocorrido pela pró-
pria adaptação dos pontos de corte, criando um pa-
norama mais fidedigno da população estudada. Essa 
prevalência maior de idosos pré-frágeis é semelhante 
à encontrada em estudos internacionais1,3.
A força de preensão manual tem sido repetida-
mente considerada como ferramenta importante de 
avaliação de fragilidade14. Pesquisas recentes concluí-
ram que a força de preensão foi um poderoso preditor 
de autopercepção, fadiga, incapacidade, morbidade e 
mortalidade14,15. A redução da força de preensão ma-
nual tem sido explorada como uma manifestação ini-
cial de fragilidade e pode estar presente antes mesmo 
do surgimento de outras incapacidades funcionais, 
como a diminuição da velocidade de marcha15. Uma 
das principais limitações da avaliação desse item é a 
padronização de dinamômetros para uso em diferen-
tes populações16.
134 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):130-5
A frequência da força de preensão manual foi 
menor no P20, já que os novos pontos de corte cal-
culados para a amostra foram mais baixos se com-
parados aos pontos de corte de Fried, assim, muitos 
idosos deixaram de pontuar neste item. O estudo de 
Rothman17 encontrou que o item redução da força 
de preensão manual foi mais frequente durante todo 
o acompanhamento, com ajuste dos pontos de corte 
para a amostra, porém a população de seu estudo era 
mais semelhante à do Cardiovascular Health Study1 
que à do presente estudo. 
Estudos recentes consideram o uso da diminuição 
da velocidade de marcha como um critério para a fra-
gilidade17-23. A avaliação da velocidade da marcha e da 
identificação de um limite específico de velocidade de 
marcha lenta pode identificar uma população vulne-
rável de idosos com risco de desfechos clínicos adver-
sos, tais como o desenvolvimento de incapacidades, 
demência, mortalidade, institucionalização e quedas, 
em que estratégias preventivas possam ser implemen-
tadas19. No presente estudo, a frequência de lentidão 
na marcha foi maior após os ajustes dos pontos de 
corte, já que o ponto de corte do P20 foi superior, in-
dicando que os idosos deveriam ser mais rápidos para 
não pontuarem positivamente nesse item. 
A velocidade de marcha pode representar o instru-
mento de avaliação mais adequada de um único item 
de fragilidade a ser implementado na prática clínica 
usual. A avaliação da velocidade da marcha em ritmo 
normal é uma medida rápida, segura, fácil, barata e 
altamente confiável, com capacidade para identificar 
idosos em risco de desfechos clínicos por mais tempo19.
A exaustão tem sido recentemente explorada 
como um instrumento único de avaliação de fragi-
lidade, com resultados contraditórios13, e é verificada 
por meio da aplicação de duas escalas de depressão 
do Center for Epidemiological Studies (CES-D)11. 
O critério exaustão foi muito frequente nas duas clas-
sificações e, já que é verificado pela aplicação de duas 
escalas, seu cálculo não varia de acordo com medidas 
antropométricas. Por isso, esse critério não é altera-
do nas diferentes classificações, o que pode explicar 
a diferença encontrada pelo teste X2, a qual não foi 
estatisticamente significante.
Diante do crescimento dos estudos acerca da sín-drome da fragilidade entre idosos em todo o mundo, 
seu método de avaliação e acompanhamento deve ser 
bem definido e válido, adaptando-se bem a diversas 
populações13. Como ainda não há estudos com po-
pulação brasileira que considerem os pontos de corte 
pelo percentil 20 para aqueles itens do fenótipo que 
podem sofrer influência de dados antropométricos 
entre populações distintas, o ajuste pelo percentil 20 
de cada amostra seria adequado. 
CoNFlito de iNtereSSe
Os autores declaram não possuir conflito de interesse 
na sua realização e publicação. 
Apoio: Conselho Nacional de Desenvolvimento 
Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Am-
paro à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). 
reFerÊNCiaS
1. Fried LP, Tangen CM, Walston J, Newman AB, Hirsch C, Gottdie-
ner J, et al. Frailty in older adults: evidence for a phenotype. J 
Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2001;56A(3):M146-56. 
2. Fried LP, Ferrucci L, Darer J, Willianson JD, Anderson G. Unta-
gling the concepts of disability, frailty, and comorbidity: implica-
tions for improved targeting and care. J Gerontol A Biol Sci Med 
Sci. 2004;59A(3):255-62.
3. Bandeen-Roche K, Xue QL, Ferrucci L, Walston J, Guralnik JM, 
Chaves P, et al. Phenotype of frailty: characterization in the 
women’s health and aging studies. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 
2006;61A(3):262-6.
4. Boyd CM, Xue QL, Simpson C, Guralnik JM, Fried LP. Frailty, hos-
pitalization, and progression of disability in cohort of disabled 
older women. JAMA. 2005;118:1225-31.
5. Gill TM, Gahbauer EA, Allore HG, Han L. Transitions between 
frailty states among community-living older persons. Arch Int 
Med. 2006;166:418-23.
6. Blaum CS, Xue QL, Michelon E, Sempa RD, Fried LP. The asso-
ciation between obesity and the frailty syndrome in older wo-
men: The Women’s Health and Aging Studies. J Am Geriatr Soc. 
2005;53(6):927-34.
7. Rockwood K. Frailty and its definition: a worthy challenge. J Am 
Geriatr Soc. 2005;53:1069-70.
8. Gillick M. Pinning down frailty. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 
2001;56A:M134-5.
9. Walston J, Hadley E, Ferrucci L, Guralnick JM, Newmann AB, 
Studenski SA, et al. Research agenda for frailty in older adults: 
toward a better understanding of physiology and etiology: sum-
mary from the American Geriatrics Society/National Institute on 
Aging Research Conference on Frailty in Older Adults. J Am Ge-
riatr Soc. 2006;54:991-1001.
10. Van Kan GA, Bergman RH, Morley JE, et al. Frailty assessment 
of older people in clinical practice expert opinion of a geriatric 
advisory panel. J Nutr Health Aging. 2008;12:29-37.
11. Batistoni SST, Neri AL, Cupertino AFPB. Validade da escala de 
depressão do Center for Epidemiological Studies entre idosos 
brasileiros. Rev Saude Publica. 2007;41(4):598-605.
12. Gobbens RJ, Luijkx KG, Wijnen-Sponselee MT, Schols JM. To-
ward a conceptual definition of frail community dwelling older 
people. Nurs Outlook. 2010;58(2):76-86.
13. Woods NF, LaCroix AZ, Gray SL, Aragary A, Cochrane BB, Brunner 
RL, et al. Frailty: emergence and consequences in women aged 
65 and older in the Women’s Health Initiative Observational Stu-
dy. J Am Geriatr Soc. 2005;53(8):1321-30.
14. Van Kang GA, Rolland Y, Vellas B. The assessment of frailty in 
older adults. Clin Geriatr Med. 2010;26:275-86.
135Ponto de corte na classificação de fragilidade
15. Xue QL, Bandeen-Roche K, Varadhan R, Zhou J, Fried LP. Initial 
manifestations of frailty criteria and the development of frailty 
phenotype in the Women’s Health and Aging Study II. J Gerontol 
A Biol Sci Med Sci. 2008;63(9):984-90.
16. Guerra RS, Amaral TF. Comparison of hand dynamometers in el-
derly people. J Nutr Health Aging. 2009;13(10):907-12.
17. Rothman MD, Leo-Summers L, Gill TM. Prognostic significance 
of potential frailty criteria. J Am Geriatr Soc. 2008;56(12):2211-6.
18. Van Kan AG, Rolland Y, Bergman H, Morley SB, Kricthvisky B, 
Vellas B, et al. The IANA task force on Frailty assessment of older 
people in clinical practice. J Nutr Health Aging. 2008;12(1):29-37.
19. Van Kan AG, Rolland Y, Andrieu J, Bauer J, Beauchet O, Bonne-
foy M, et al. Gait speed at usual pace as a predictor of adverse 
outcomes in community-dwelling older people. An International 
Academy on Nutrition and Aging (IANA) Task Force. J Nutr Health 
Aging. 2009;13(10):881-9.
20. Ferrucci L, Guralnick JM, Studenski S, Fried LP, Cutler GB Jr, 
Walston JD; Interventions on Frailty Working Group. Designing 
randomized, controlled trials aimed at preventing or delaying 
functional decline and disability in frail, older persons: a consen-
sus report. J Am Geriatr Soc. 2004;52(4):625-34.
21. Newman AB, Simonsick EM, Naydeck BL, Boudreau RM, Kritche-
vsky SB, Nevitt MC, et al. Association of long-distance corridor 
walk performance with mortality, cardiovascular disease, mobili-
ty limitation, and disability. JAMA. 2006;295:2018-26.
22. Guralnik JM, Ferrucci L, Pieper CF, Leveille SG, Markides KS, Os-
tir GV, et al. Lower extremity function and subsequent disability: 
consistency across studies, predictive models, and value of gait 
speed alone compared with the short physical performance bat-
tery. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2000;55(4):M221-31.
23. Buchman AS, Wilson RS, Boyle PA, Bienias JL, Bennett DA. 
Change in motor function and risk of mortality in older persons. J 
Am Geriatr Soc. 2007;55(1):11-9.
artiGo oriGiNal
Frequência da síndrome de imobilidade 
em uma enfermaria de geriatria
Immobility syndrome frequence in a geriatric ward
Carla Araujo Ribeiro1, Denise de Alvarenga Marcondes e Silva1, 
Luciano Almeida Rizzo1, Maurício Miranda Ventura1
1 Serviço de Geriatria 
do Hospital do Servidor 
Público Estadual 
Francisco Morato de 
Oliveira (HSPE-FMO).
Recebido em 1/2/2011
Aceito em 2/8/2011
Endereço para correspondência: Rua Pedro de Toledo, 1800, 8º andar/ala ímpar, Moema – 
04039-004 – São Paulo, SP • E-mails: carla-ribeiro@bol.com.br, mauriciomventura@uol.com.br 
RESUMO
introdução: O envelhecimento populacional é um fenômeno de abrangência mundial. O aumento do número de 
idosos eleva as possibilidades de aparecimento das doenças crônico-degenerativas, com consequente perda da 
funcionalidade e imobilidade. As causas da imobilidade são multifatoriais, predominando as neurológicas e muscu-
loesqueléticas. objetivo: Estimar a frequência da síndrome da imobilidade na enfermaria de geriatria do Hospital 
do Servidor Público Estadual. Materiais e métodos: Durante o período de 24 de agosto a 24 de setembro de 2009 
foram avaliados todos os pacientes internados na enfermaria de geriatria, a fim de identificar quais preenchiam crité-
rios diagnósticos para síndrome da imobilidade. resultados: De 47 pacientes, doze (12/25,53 %) preencheram crité-
rios para síndrome da imobilidade, sendo onze (11/91,6%) do sexo feminino, com uma média de idade de 85,3 anos. 
Em relação ao motivo que levou esses pacientes à internação hospitalar, a maioria, 75% dos casos, foi em decor-
rência de causas infecciosas: broncopneumonia (5/41,66%) e infecção urinária (4/33%). Conclusão: Comparando 
a população de pacientes com síndrome de imobilidade e a população geral da enfermaria de geriatria, observou-se 
pouca diferença quanto à idade, 85,3 e 83,1 anos, e ao tempo de internação, 12,08 e 12,47 dias, respectivamente. 
Em relação à mortalidade, observaram-se 50% para aqueles portadores de síndrome de imobilidade e 25% para 
a população em geral. Novos estudos abordando essa temática são de suma importância para eleger prioridades, 
gerando menor taxa de iatrogenia, promovendo melhorias na abordagem clínica e familiar desses pacientes.
Palavras-chave: Prevalência, idoso, assistência terminal, demência.
ABSTRACT
introduction: Population aging is a world-wide phenomenon. Increasing number of elderly elevate rates of chronic 
degenerative diseases, with loss of functionality and immobility. The causes of impaired mobility are multifactorial, pre-
dominantly neurological and musculoskeletal. Management and preventionof immobility syndrome is interdisciplinary. 
objective: To determine the prevalence of the immobility syndrome in Hospital do Servidor Público Estadual geriatric 
ward. Materials and methods: From August 24 to September 24 of 2009, all patients admitted in geriatric ward were 
evaluated, in order to identify which of them fulfilled diagnostic criteria for the immobility syndrome. results: Of 47 pa-
tients, twelve of them (12/25.53%) met criteria for the immobility syndrome. Eleven (11/91.6%) were females, with mean 
age of 85.3 years. Regarding the reason for admission at the geriatric ward, 75% were infectious etiologies: pneumonia 
(5/41.66%) and urinary tract infection (4/33%). Conclusion: When comparing patients with immobility syndrome and 
general population of this geriatric ward, there was little difference in age, 85.3 and 83.1 years, and the hospitalization 
stay, 12.08 and 12.47 days, respectively. Mortality observed was 50% for those patients with immobility syndrome and 
25% for the general population geriatric ward. Further studies addressing this issue are important to choose its priorities, 
with lower rates of iatrogenic, promoting improvements in clinical and familiar approaches of this population.
Keywords: Prevalence, aged, terminal care, dementia.
137Frequência da síndrome de imobilidade
iNtrodUÇÃo
O envelhecimento populacional é um fenômeno de 
abrangência mundial. No período entre 2000 e 2050, 
ocorrerá o mais rápido incremento na população de 
idosos, que saltará de 5,1% para 14,2%1.
Embora representem menos de 10% da popula-
ção brasileira, indivíduos com mais de 60 anos são 
os maiores usuários do sistema de saúde, sendo res-
ponsáveis pela ocupação de metade dos leitos hos-
pitalares. Além disso, frequentemente as internações 
são prolongadas. Como consequência, registram-se 
maiores taxas de declínio funcional, institucionaliza-
ção e morte.
O aumento da longevidade propicia o apareci-
mento de doenças crônicas, doenças agudas incapa-
citantes e inatividade. Patologias crônicas atingem 
75,5% dos idosos, dos quais 60,5% são do gênero fe-
minino2. A imobilidade corresponde a uma síndrome 
geriátrica, acometendo indivíduos com enfermidades 
incapacitantes, o que culmina na supressão dos mo-
vimentos articulares. As causas do comprometimento 
da mobilidade são multifatoriais, predominando as 
neurológicas e musculoesqueléticas3. 
Os prejuízos dessa afecção para o organismo são 
diversos: redução de massa muscular e óssea, acúmulo 
de secreção pulmonar, infecções de repetição, altera-
ções metabólicas, obstipação intestinal, desnutrição, 
úlceras de pressão, depressão e isolamento social3.
Os critérios para o diagnóstico da síndrome da 
imobilidade dividem-se em maiores e menores. En-
tre os critérios maiores, incluem-se déficit cognitivo e 
contraturas múltiplas. Em relação aos critérios meno-
res, são encontradas: úlcera de pressão, disfagia, dupla 
incontinência e afasia4.
Por terem caráter etiológico multifatorial, a abor-
dagem e a prevenção da síndrome da imobilidade 
são interdisciplinares. Em todas as esferas de atendi-
mento ao idoso, seja ambulatorial, domiciliar, hos-
pitalar ou em instituições de longa permanência, e 
nas variadas condições clínicas, é essencial avaliação 
funcional completa abordando desde questões po-
tenciais causadoras de danos à mobilidade até inca-
pacidade grave5.
O objetivo deste estudo foi determinar a frequên-
cia da síndrome da imobilidade na enfermaria de 
geriatria do Hospital do Servidor Público Estadual. 
Além disso, procurou-se identificar as principais cau-
sas de imobilismo nessa população.
MÉtodoS 
Trata-se de um estudo observacional, prospectivo, 
não intervencionista, realizado na enfermaria do Ser-
viço de Geriatria do Hospital do Servidor Público 
Estadual, que é constituída por 34 leitos. Durante o 
período de 24 de agosto a 24 de setembro de 2009 fo-
ram avaliados todos os pacientes internados a fim de 
identificar quais e quantos deles preenchiam critérios 
diagnósticos para síndrome da imobilidade, a saber: 
presença dos dois critérios maiores – declínio cogni-
tivo e múltiplas contraturas – e pelo menos dois dos 
quatro menores – disfagia, afasia, úlcera por pressão 
e dupla incontinência4. As características demográfi-
cas e clínicas dos indivíduos que preenchiam critérios 
para imobilismo foram comparadas com aquelas dos 
demais pacientes internados na mesma enfermaria.
Após elaboração do protocolo de pesquisa, este foi 
submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pes-
quisa do Hospital do Servidor Público Estadual.
reSUltadoS
No decorrer de um mês, 47 pacientes passaram pela 
enfermaria, dos quais doze (12/25,53%) preenche-
ram critérios para síndrome da imobilidade, sendo 
onze (11/91,6%) do sexo feminino e idade média de 
85,3 anos. A tabela 1 mostra a frequência diária dos 
pacientes portadores da síndrome, totalizando uma 
média de 15,25% durante o período analisado. Em 
relação aos critérios diagnósticos, todos apresenta-
ram declínio cognitivo, contraturas múltiplas e du-
pla incontinência. Nove (9/75%) eram portadores 
de afasia e oito (8/66,6%), de úlceras de pressão. 
O tempo médio de internação foi de 12 dias, com 
quatro (4/33,33%) altas e quatro (4/33,33%) óbitos. 
Os demais permaneceram internados após o término 
do levantamento.
A população usualmente internada em nossa en-
fermaria tem uma média de idade pouco menor (83,1 
anos). Durante esse mesmo período, a média de interna-
ção foi de 12,47 dias, com taxa de mortalidade de 25%.
Em relação ao motivo que levou os pacientes 
com síndrome de imobilidade à internação hospi-
talar, a maioria, 75% dos casos, foi decorrente de 
causas infecciosas: broncopneumonia (5/41,66%) e 
infecção urinária (4/33) (Tabela 2). Das doenças as-
sociadas, as mais prevalentes foram: hipertensão arte-
rial (7/58,33%), doença de Alzheimer (5/41,66%), 
diabetes melito (4/33,33%), insuficiência cardíaca 
138 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):136-9
tabela 1. Porcentagem diária de pacientes portadores 
da síndrome de imobilidade
data Nº de 
pacientes 
internados
Pacientes com 
síndrome da 
imobilidade
Prevalência diária 
(síndrome da 
imobilidade)
24/ago 31 6 19,35
25 31 6 19,35
26 29 5 17,24
27 31 5 16,12
28 32 5 15,62
29 32 5 15,62
30 32 5 15,62
31 32 6 18,75
1/set 31 5 16,12
2 31 5 16,12
3 31 5 16,12
4 29 4 13,79
5 31 4 12,9
6 32 4 12,5
7 31 4 12,9
8 31 4 12,9
9 32 4 12,5
10 32 6 18,75
11 32 6 18,75
12 32 5 15,62
13 32 5 15,62
14 31 5 16,12
15 31 5 16,12
16 30 5 16,66
17 26 4 15,38
18 32 4 12,5
19 31 4 12,9
20 31 4 12,9
21 30 4 13,33
22 29 4 13,79
23 29 4 13,79
24 32 4 12,5
tabela 2. Causas da internação dos pacientes com 
síndrome da imobilidade
Broncopneumonia 5/41,66%
ITU 4/33,33%
Diarreia 1/8,3%
Hiponatremia 1/8,3%
ICC 1/8,3%
Desidratação 1/8,3%
Úlcera de pressão infectada 1/8,3%
ITU: infecção do trato urinário; ICC: insuficiência cardíaca congestiva.
congestiva (3/25%), demência vascular (3/25%), 
insuficiência renal crônica (2/16,66%), sequela de 
acidente vascular encefálico isquêmico (2/16,66%), 
doença de Parkinson (1/8,33%) e complicações refe-
rentes à doença vascular periférica (1/16,66%).
A respeito da população geral internada em nosso 
serviço, observou-se que o motivo de internação tam-
bém foi por causas infecciosas: pneumonia (31,14%) 
e infecção urinária (31,14%). As comorbidades asso-
ciadas foram: síndrome demencial (29,5%), sequelas 
de acidente vascular cerebral (9,8%), insuficiência 
cardíaca congestiva e doença pulmonar obstrutiva 
crônica (4,9%).
Gráfico 1. Comorbidades apresentadas pelos pacientes 
com síndrome da imobilidade. 
diSCUSSÃo
Após a análise dos dados, o perfil da população es-
tudada pôde ser delineado com maior fidedignidade. 
Em relação à idade média/tempo de internação, 
verificou-se 85,3 anos/12,08 dias para os indiví duos 
com síndrome da imobilidade e 83,1 anos/12,47 
dias para a população geral internada na enferma-
ria de geriatria. Inicialmente, recebemos esses dados 
com incredulidade.A princípio, imaginávamos que 
os pacientes com diagnóstico de imobilidade fos-
sem de faixa etária superior e com maior tempo de 
internação, quando comparados aos outros indiví-
duos da mesma enfermaria. Entretanto, concluímos 
que, mesmo naqueles sem critérios para síndrome 
da imobilidade, coexistem elevadas taxas de doenças 
crônico-degenerativas, sequelas de insultos vasculares 
cerebrais, cardiopatias e doenças pulmonares debili-
tantes, que contribuem para um tempo de internação 
elevado, mesmo para a população em geral. 
8
7
6
5
4
3
2
1
0
7
5
HA
S DA DM ICC DV IRC AV
Ei
Am
put
açã
o
4
3 3
2 2
1
HAS: hipertensão arterial sistêmica; DA: doença de Alzheimer; DM: diabetes 
melito; ICC: insuficiência cardíaca congestiva; DV: demência vascular; IRC: 
insuficiência renal crônica; AVEi: acidente vascular encefálico isquêmico.
139Frequência da síndrome de imobilidade
Na tentativa de justificar esses resultados, podem-
-se inferir algumas hipóteses. Primeiro, nem todos os 
indivíduos com perda de funcionalidade evoluirão 
para imobilismo. Cabe aqui salientar que o idoso pre-
cisa ser abordado com tenacidade nas esferas biológi-
ca, psíquica e social, principalmente na vigência de 
patologias que culminam com perda da mobilidade e 
dependência de terceiros. Apoio familiar, boa condi-
ção socioeconômica, assistência médica multidiscipli-
nar e aderência à terapêutica proposta são exemplos 
de fatores que podem ser decisivos em evitar ou retar-
dar a instalação de imobilidade. 
Por causa de condições comórbidas mais preva-
lentes, pacientes acima de 60 anos internam-se roti-
neiramente para tratamento de agudizações de suas 
patologias crônicas, as quais precisam ser adequada-
mente abordadas, sob pena de prejuízos funcionais 
não passíveis de serem revertidos. Todos esses fatores 
podem estar envolvidos isoladamente ou em conjun-
to no desenvolvimento de imobilidade.
Um diferencial importante, esse sim observado de 
forma bastante consistente, foi a mortalidade de 50% 
conferida aos pacientes com síndrome da imobilida-
de, contra 25% para a população em geral. Ambos 
os índices são relativamente elevados quando com-
parados com dados obtidos em outras enfermarias, 
mas são reflexo da gravidade dos pacientes internados 
em nosso setor, com avançado comprometimento 
funcional, como já explanado previamente. Talvez 
esse fato também contribua para um encurtamento 
do tempo de internação, pois pacientes portadores de 
síndrome de imobilidade, por serem extremamente 
graves e comprometidos, reagem de maneira débil aos 
estressores ambientais, como infecções virais e bacte-
rianas ou descompensação de doenças preexistentes, 
como insuficiência cardíaca congestiva e doença pul-
monar obstrutiva crônica.
Diante desses fatos, é óbvio que a discussão ini-
cial em relação a como cuidar desses pacientes tem a 
ver com uma reflexão de nossas intenções. Em outras 
palavras, deveríamos nos questionar sobre o que pre-
tendemos ao abordar um paciente com síndrome de 
imobilidade: simplesmente prolongar seu tempo de 
vida ou provê-lo de cuidados voltados exclusivamente 
ao seu bem-estar, mesmo que seu tempo de vida seja 
extremamente exíguo? Nessa temática, pode-se ques-
tionar a realização de terapêuticas com cunho invasi-
vo, que muitas das vezes têm como único estratagema 
prolongar a vida do paciente, renegando o bem-estar 
físico e mental para segundo plano. 
Não foi, de fato, objetivo deste estudo responder 
a essas questões. Entretanto, conhecer em profundi-
dade todos os aspectos da população com a qual lida-
mos é essencial para trilharmos caminhos opostos a 
condutas meramente iatrogênicas.
Certamente, novos estudos voltados a essa pro-
blemática serão conduzidos, contribuindo para sanar 
dúvidas e minorar o sofrimento desse grupo.
reFerÊNCiaS 
1. Datasus [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde (BR) [citado 29 
set. 2010]. Apresenta: Indicadores Demográficos segundo o IBGE 
e Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Dispo-
nível em: http://www.datasus.gov.br/catalogo/sihsus.htm.
2. Ando F. Strategies to reduce bed-ridden or house-bound elderly 
people in Japan. Nippon Ronen Igakkai Zasshi. 2004;41(1):61-4.
3. Biolo G, Piccoli A, Zanetti M. Metabolic consequence of physical 
inactivity. J Ren Nutr. 2005:15(1)49-53.
4. Siqueira AB, Cordeiro RC. Imobilidade In: Ramos LR, Toniolo Neto 
J. Guia de Medicina Ambulatorial e Hospitalar Unifesp – Escola 
Paulista de Medicina – Geriatria e Gerontologia. São Paulo: Ma-
nole; 2005. cap. 21.
5. Freitas EV, Py L, et al. Tratado de geriatria e gerontologia. 2. ed. 
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006. cap. 100, p. 973-80.
artiGo oriGiNal
efeito de um programa de exercício 
resistido aquático na resistividade 
carotídea, qualidade de vida e 
autonomia funcional de mulheres idosas
Effect of a resisted aquatic exercise program on carotid resistive 
index, quality of life, and funcional automomy of elderly women 
Yúla Pires da Silveira Fontenele de Meneses1, Rodrigo Gomes de Sousa Vale2, 
Tânia Fernandes Campos3, Armele de Fátima Dornelas de Andrade4
 1 Universidade 
Estadual do Piauí 
(UESPI), Faculdade 
NOVAFAPI, Programa 
de Pós-Graduação 
em Ciências da Saúde 
da Universidade 
Federal do Rio Grande 
do Norte (UFRN). 
2 Universidade 
Estácio de Sá, Rio 
de Janeiro, RJ. 
3 UFRN.
4 Universidade Federal 
de Pernambuco (UFPE), 
Programa de Pós-
Graduação em Ciências 
da Saúde da UFRN. 
Recebido em 2/6/2011
Aceito em 13/10/2011 
Endereço para correspondência: Yúla Pires da Silveira Fontenele de Meneses • Rua Wilson Soares, 242, 
São Cristóvão – 64052-310 – Teresina, PI • Telefone: (86) 3233-5633 • E-mail: yula@globo.com
RESUMO
objetivo: Verificar o efeito da prática de um programa de exercício aquático resistido na resistividade carotídea, 
na qualidade de vida e na autonomia funcional de idosas. Método: A amostra foi de 35 mulheres com idade de 
68,67 ± 4,52, alocadas em grupo de intervenção (GH = 22) e grupo controle (GC = 13). Foi avaliada a resistência 
das artérias carótidas pelo método de ultrassom Doppler, a qualidade de vida pelo questionário WHOQOL-100 e 
a autonomia funcional por meio de quatro testes que simulam atividades da vida diária. O programa de exercí-
cio proposto durou 12 semanas com intensidade moderada controlada pela escala de percepção de esforço de 
OMNI-RES. resultados: A resistividade carotídea e a qualidade de vida não sofreram modificações significativas. 
Obteve-se significância na autonomia funcional no teste de C10m com redução no tempo de execução, p = 0,002 
após intervenção. Correlação entre o índice geral de autonomia funcional e índice de resistividade carotídeo, p = 
0,000 em pré-teste e correlação positiva entre o teste levantar da posição de decúbito ventral e os domínios 2 e 6 
da qualidade de vida em pós-teste. Conclusão: O programa de exercício aquático resistido proposto não foi capaz 
de reduzir a resistência da artéria carótida e causar melhorias significativas na qualidade de vida de idosas quando 
avaliadas isoladamente. Contudo, houve correlação entre autonomia funcional e qualidade de vida de idosas após 
a prática regular de exercício resistido aquático.
Palavras-chave: Resistência arterial, qualidade de vida, idoso, exercício aquático.
ABSTRACT
objective: Verify the effects of the practice of an aquatic exercise program resisted in the resistivity carotid, life 
quality and functional autonomy of elderly. Method: The sample was taken based on 35 women with 68.67 ± 4.52 
years old, allocated in intervention group (HG = 22) and control group (CG = 13). The carotid arterial resistance was 
availed by the method of Doppler ultrasound, the life quality through the questioner WHOQOL-100 and the functional 
autonomy through four experiences which simulate day a day activities. The proposed exercise program lasted 12 
weeks with moderate intensity controlled for the OMNI-RES effort perception scale. results: The carotid resistivity 
and the life quality didn’t suffer significantchanges. Significance was obtained on the functional autonomy in the 
procedure C10m with the reduction in the execution time, p = 0.002 after intervention. Correlation between the 
general functional autonomy index and the carotid resistivity index, p = 0,000 at before procedure and positive corre-
lation between the standing up from the ventral decubiti position procedure and the domains 2 and 6 of life quality 
after procedure. Conclusion: The proposed resisted aquatic exercise program wasn’t capable of reduce the carotid 
arterial resistivity and cause significant improvement on elderly life quality when singly aviated. However there was 
correlation between functional autonomy and elderly life quality after aquatic resisted exercise regular practice.
Keywords: Arterial resistance, life quality, elderly, aquatic exercise.
141Exercício aquático em idosas
iNtrodUÇÃo
Fatores de risco arteriocoronarianos promovem ate-
rosclerose nas artérias carótidas provocando condições 
crônicas que reduzem o desempenho nas atividades 
da vida diária (AVDs) em pessoas idosas, reduzindo 
o fluxo sanguíneo e, consequentemente, o aporte de 
oxigênio para o cérebro. As funções mecânicas e a to-
lerância ao esforço físico se tornam diminuídas nos 
indivíduos à medida que essas lesões avançam1,2.
Durante o processo de envelhecimento, essas al-
terações afetam tanto o aspecto funcional como o es-
trutural do sistema vascular, comprometendo grandes 
artérias, exercendo importante papel nas patologias 
cardiovasculares. A formação de placas ateromatosas 
na camada íntima das artérias carótidas conduz a um 
aumento na resistência arterial devido ao estreita-
mento da luz do vaso3,4. 
O aumento da resistividade nas artérias é um pro-
cesso comum nessa fase da vida e pode estar relacio-
nado a vários fatores, dentre os quais se destacam a 
hereditariedade de doenças crônicas como hiperten-
são e diabetes e hábitos de vida como sedentarismo e 
alimentação. Esses aspectos, quando em desequilíbrio, 
tornam a parede dos vasos permeáveis às substâncias 
formadoras de estenoses como colágenos, cálcio, 
substâncias gordurosas, entre outras, promovendo 
inflamação endotelial3. Essa inflamação pode com-
prometer a complacência das artérias, influenciando 
negativamente no índice de resistividade carotídeo4.
Resultados não conclusivos mostram o efeito posi-
tivo do exercício físico na forma de condicionamento 
cardiorrespiratório sobre as inflamações crônicas em 
pessoas idosas5, sendo recomendado como promotor 
de saúde em prol da satisfação geral de praticantes 
sedentários e atuando favoravelmente no sistema 
cardiovascular, na captação máxima de oxigênio, nas 
funções hemodinâmicas centrais, no sistema nervoso 
autônomo e no sistema vascular periférico4,6. 
Estudos recentes sobre o exercício resistido em 
terra e na água têm demonstrado ganhos na aptidão 
física geral, principalmente relacionado a equilíbrio e 
coordenação, resultando em melhorias na autonomia 
funcional e na qualidade de vida (QV) de idosos7,8, en-
quanto a função vascular é beneficiada pelas caracterís-
ticas do meio líquido favorecendo o retorno venoso8. 
Diante disso, este estudo teve por objetivo veri-
ficar o efeito de um programa de exercício resistido 
aquático na resistência da artéria carótida, na QV e na 
autonomia funcional de mulheres idosas.
MÉtodoS 
Amostragem
A amostra foi selecionada aleatoriamente entre ido-
sas participantes de programa social da prefeitura de 
Teresina, Piauí. O critério de inclusão era ser do sexo 
feminino, ter idade entre 60 e 79 anos e ser sedentá-
ria. Como critério de exclusão, foram considerados 
a presença de patologia crônica que impossibilitasse 
responder ao questionário de QV e impedisse de rea-
lizar os testes de autonomia funcional e o exame de 
Doppler com independência e um número de falta às 
práticas superiores a 10% do total.
As idosas foram alocadas em dois grupos; o pri-
meiro foi considerado grupo de intervenção com au-
las de hidroginástica (GH = 22) e o segundo, o grupo 
controle (GC = 13). Foi escolhido o sexo feminino 
por causa das perdas hormonais e demais modifica-
ções morfofuncionais do período pós-menopausa, 
que geram déficits no sistema cardiorrespiratório e 
neuromuscular.
Este estudo foi aprovado por Comitê de Ética Ins-
titucional, e as idosas assinaram o termo de consenti-
mento livre e esclarecido. 
Procedimentos
O questionário PAR-Q (Physical Activity Readiness 
Questionnaire)9 para liberação para a prática de exercí-
cio físico foi aplicado aos grupos. Foi avaliada a massa 
corporal e a estatura em balança antropométrica com 
estadiômetro (Filizola, Brasil). Foram aferidas as cir-
cunferências de cintura e quadril com fita métrica da 
marca Sanny. Foram aplicados questionário de QV e 
testes de autonomia funcional. 
Artéria carótida interna
Para a avaliação das artérias carótidas, utilizou-se o 
método de ultrassom Doopler, por meio do apare-
lho de alta resolução com Doppler e com Transdutor 
Linear de 7,5 Mz (Medson, modelo Sonoace 8000). 
Foi registrado o índice de resistividade das artérias ca-
rótidas interna direita (IRCID) e esquerda (IRCIE), 
resultante da fórmula matemática10:
índice de resistividade (IR) = velocidade do pico 
sistólico (Vsist) – velocidade diastólica final (Vdiast) 
/ velocidade do pico sistólico (Vsist)
A carótida escolhida para análise foi a interna, por-
que irriga o cérebro, ficando suscetível à aglomeração 
142 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):140-6
de substâncias devida à redução nos níveis de óxido 
nítrico (antioxidante) durante o envelhecimento.
Os volumes sanguíneos foram registrados no pon-
to médio das artérias carótidas, medidos em centíme-
tros por segundo. Para tanto, cada idosa foi convidada 
a deitar-se em decúbito dorsal e o aparelho de mensu-
ração foi colocado sobre as artérias a serem avaliadas, 
registrando a presença de placas ateromatosas com os 
respectivos graus de obstrução.
Qualidade de vida
A QV foi avaliada por meio do questionário WHO-
QOL-10011, que avalia seis domínios do desen-
volvimento humano (físico, psicológico, nível de 
independência, relações sociais, ambiente e aspectos 
espirituais) e o índice geral de QV (Faceta 25). Após 
explicação coletiva, cada idosa respondeu ao questio-
nário individualmente. 
Autonomia funcional
A avaliação da AF foi realizada por meio de quatro 
testes que simulam AVDs: LPS = levantar da posi-
ção sentada, cinco vezes seguidamente, em cadeira de 
50 centímetros de altura, do assento ao solo12; LCLC 
= levantar da cadeira e locomover-se pela casa, per-
fazendo um circuito formado por dois cones e uma 
cadeira, previamente demonstrado qual deveria ser 
percorrido duas vezes ininterruptamente13; C10m = 
caminhar 10 metros medidos com trena (Sunico) de 
7 metros14; LPDV = levantar da posição de decúbito 
ventral estando sobre dois colchonetes e com os bra-
ços ao longo do corpo15; foi calculado o IG (índice 
geral de autonomia funcional) pela fórmula abaixo 
apresentada16:
IG = [(C10m + LPS + LPDV) X2 + LCLC]
 3
Registrou-se, em segundos, o menor tempo de 
duas tentativas de execução em cada teste, utilizando-
-se um cronômetro (Casio). 
Intervenção
O programa de exercício aquático proposto durou 12 
semanas, com programação de atividade neuromus-
cular predominantemente, envolvendo resistência 
muscular localizada e flexionamento em três sessões 
semanais em dias alternados no turno da manhã. 
Cada sessão tinha duração de 40 minutos e intensida-
de média controlada por meio da tabela de percepção 
subjetiva de esforço Omni-Res17 com percepção man-
tida entre 4 e 7. 
A piscina tinha profundidade de 1,10 a 1,40 me-
tros, com declive suave, com o nível da água na linha 
axilar. As idosas ficavam dispostas de forma que os 
dois pés ficassem na mesma profundidade para não 
sofrer interferência do declive do piso da piscina. 
A temperatura da água ficava entre 28ºC e 30ºC e a 
temperatura ambiente entre 32ºC e 34ºC.
Nas duas primeiras semanas, não foramutilizadas 
sobrecargas adicionais; a sobrecarga do próprio cor-
po, a da água, a amplitude e a velocidade médias de 
execução dos exercícios foram suficientes para atingir 
o objetivo de adaptação ao meio líquido.
tabela 1. Programa de treinamento aquático 
tempo de atividade exercícios aquáticos
Aquecimento 
10 minutos
Exercícios de alongamento dinâmico 
em deslocamento; saltitos com 
movimentos variados de braços e 
pernas
Corridas variadas sem e com o auxílio 
dos braços
Exercícios resistidos 
30 minutos
Método de alternância de seguimentos 
entre membros inferiores, superiores 
e tronco com movimentos de flexão, 
extensão, abdução, adução e rotações 
realizados no mesmo lugar e em 
deslocamento
Alongamento 
5 minutos
Alongamentos estáticos a partir 
de estiramentos da musculatura 
trabalhada; exercícios respiratórios e 
de soltura
Cada exercício tinha duração de 1,5 minuto, per-
fazendo duas séries de cada exercício, alternando os 
seguimentos corporais. A partir da terceira semana, 
passou-se a utilizar materiais de baixa densidade em 
borracha EVA, para exercícios em flutuação; para au-
mentar a sobrecarga dos membros superiores, halteres 
e luvas; aquatubos e tornozeleiras para os membros 
inferiores. Aumentou-se a intensidade dos exercí-
cios, que passaram a ter 1 minuto de duração, com 
incentivos constantes para a melhoria na execução e 
aumento da força a ser aplicada em cada atividade 
proposta, objetivando manter intensidade moderada 
na percepção de esforço. 
O grupo controle foi orientado a não fazer ne-
nhum tipo de atividade física regular enquanto duras-
se a pesquisa, contudo receberam a garantia de serem 
inseridas em um programa de hidroginástica após o 
final do estudo.
143Exercício aquático em idosas
Análise estatística
A análise dos dados foi realizada por meio do pro-
grama SPSS 15.0 (Statistical Package for the Social 
Science), atribuindo-se o nível de significância de 5%. 
A normalidade da amostra foi verificada pelo teste 
Kolmogorov-Sminorv, sendo utilizado o teste t de 
Student não pareado para comparação da idade en-
tre o grupo de hidroginástica e o grupo controle. Por 
meio do teste de Fisher, foi feita análise comparativa 
de frequência percentual e absoluta dos valores de IR 
e AF. A ANOVA foi utilizada para verificar diferen-
ça entre os grupos de hidroginástica e controle, an-
tes e após a intervenção quanto aos IRCIs, os testes 
da autonomia funcional e os domínios da QV. As 
correlações entre o IRCID, os escores da autonomia 
funcional e a QV, antes e após a intervenção, foram 
analisadas por meio do teste de correlação de Pearson. 
reSUltadoS
A amostra foi caracterizada pelo índice de massa cor-
poral (IMC) (29,52 ± 3,72) e verificação de pressão 
arterial sistólica (129,3 ± 0,09) e diastólica (87,5 ± 
3,2), nos quais não foram observadas modificações 
significativas em pós-teste. 
A resistência da artéria carótida interna não redu-
ziu após a prática de 12 semanas de exercício físico 
aquático.
Foram verificados ateromas calcificados em apro-
ximadamente 40% das idosas de ambos os grupos 
com 28,2% de obstrução das carótidas, em média, 
sugerindo risco baixo de descolamento de partículas 
na corrente sanguínea. 
No quesito QV, observou-se melhoria não sig-
nificativa após a intervenção, contudo correlações 
foram encontradas entre QV e AF, entre o domínio 
representado por sentimentos positivos, memória, 
concentração e autoestima e o teste LPDV de AF de-
monstrando p = 0,044.
A autonomia funcional apresentou melhoria sig-
nificativa no teste C10m, p = 0,002 e no IG de au-
tonomia funcional, p = 0,017 no GH antes e após a 
intervenção de acordo com a figura 2.
tabela 2. Análise descritiva do grupo de hidroginástica antes e após a intervenção
GH Variáveis Mediana Mínimo Máximo Primeiro quartil terceiro quartil
Pré-intervenção IRCID 0,66 0,54 0,85 0,62 0,70
Faceta 25 15 11 18 14 16
IG 26,5 22,1 35,8 23,7 28,8
Pós-intervenção IRCID 0,67 0,56 0,79 0,63 0,71
Faceta 25 14 9 20 12 16
IG 25,0 22,9 35,4 24,1 29,1
GH: grupo de intervenção; IRCID: índice de resistividade da carótida interna direita; Faceta 25: índice geral de qualidade de vida do WHOQOL-100; IG: índice geral 
de autonomia funcional.
HPRE: grupo de hidro pré-teste; HPOS: grupo de hidro pós-teste; Faceta 25: índice geral de qualidade de vida; Dom1: domínio físico; Dom2: domínio psicológico; 
Dom3: nível de independência; Dom4: relações sociais; Dom5: ambiente; Dom6: aspectos espirituais.
Es
co
re
s 
de
 q
ua
lid
ad
e 
de
 v
id
a
Figura 1. Qualidade de vida de idosas ativas. 
Faceta 25 Dom1 Dom2 Dom3 Dom4 Dom5 Dom6
HPRE
HPOS
P > 0,05
144 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):140-6
HPRE: grupo de intervenção pré-teste; HPOS: grupo de intervenção pós-teste; CPRE: grupo controle pré-teste; CPOS: grupo controle pós-teste; LPS: levantar-se da 
posição sentada; LCLC: levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa; C10m: caminhar 10 metros; LPDV: levantar-se da posição de decúbito ventral. * P < 0,05.
diSCUSSÃo
A resistividade carotídea e a QV das idosas não sofre-
ram modificações significativas com a prática regular 
de exercício aquático durante 12 semanas. Esses re-
sultados podem ser justificados pelo fato de as placas 
ateromatosas estarem calcificadas, segundo verifica-
ção em Doppler, não podendo ser desmobilizadas, a 
não ser por intervenção médica. A resistência arterial 
está diretamente relacionada a hábitos de vida e à in-
dependência do idoso4. Por isso, sugere-se conside-
rar o fato do não aumento do índice de resistividade 
devido às modificações nos hábitos de vida proposto 
pela intervenção.
Os valores de resistência arterial encontrados são 
considerados normais no processo de envelhecimento 
na mulher e de baixo risco à saúde das idosas. Somen-
te valores de oclusão superiores a 70% são sintomáti-
cos e considerados de risco3,10. 
 Estudos com o mesmo tempo de intervenção desta 
pesquisa incluindo controle de outros hábitos de vida 
foram favoráveis à modificação na viscosidade san-
guínea e na liberação de substâncias antioxidantes na 
corrente sanguínea, que tornaram as paredes dos vasos 
menos suscetíveis ao enrijecimento e à adesão de espé-
cies reativas de oxigênio, formadoras de estenoses18,19. 
Os efeitos benéficos do exercício físico resistido 
nas funções endoteliais foram confirmados em ou-
tras faixas etárias em pesquisas randomizadas, como 
em estudo conduzido nos Estados Unidos, em que 
adultos e idosos mantiveram massa muscular, força e 
flexibilidade, sendo esses parâmetros para manuten-
ção de hábitos saudáveis que levam à saúde vascular1. 
Na Espanha, a prática regular de exercício aquático 
resistido resultou em melhorias na saúde vascular e 
na capacidade física de mulheres pós-menopausa8. Na 
Austrália, adultos jovens, homens e mulheres reduzi-
ram pressão arterial e aumentaram a complacência da 
artéria20. 
O tempo de intervenção superior a 12 semanas 
tem apresentado resultados significativos em po-
pulações idosas, demonstrando desde melhorias na 
composição corporal, no condicionamento cardior-
respiratório e neuromuscular até redução em fatores 
de risco para doenças arteriocoronarianas19,21.
A QV é avaliada, no questionário aplicado, como 
um instrumento multidimencional11, em que seus 
construtores em estudos diversos afirmam existir uma 
forte interação entre os domínios por ele avaliados e 
que são diretamente relacionados aos hábitos de vida. 
Dessa forma, considera-se importante a correlação 
encontrada entre o domínio 2 e o teste de autonomia 
funcional, uma vez que a QV tem um conceito amplo 
que envolve saúde física e mental, nível de indepen-
dência para as AVDs, socialização, crenças pessoais e 
a relação com o meio ambiente. 
Durante a velhice, a QV é interpretada segundo 
avaliação pessoal, dependente de valores e atitudes 
tomadas durante toda a vida, refletindo sobre o siste-
ma de valores nos quais vivem em relação às suas ex-
pectativas, padrões e preocupações22. Diante disso, os 
achadosdeste estudo relacionados à correlação entre 
Figura 2. Autonomia funcional de idosas submetidas à hidroginástica em Teresina, PI. 
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Te
m
po
 e
m
 s
eg
un
do
s
LPS LCLC C10m
*
*
LPDV IG
HPRE
HPOS
CPRE
CPOS
P < 0,05
145Exercício aquático em idosas
QV e autonomia funcional sugerem que uma melhor 
percepção de QV poderá indicar melhorias funcio-
nais para a realização de atividades da vida diária.
Conforme aumenta o nível de condicionamento 
físico, melhora o desempenho cognitivo e a percep-
ção de bem-estar, assim mostrou estudo23 comparan-
do a QV entre um grupo de alto rendimento e outro 
de sedentários idosos que realizavam atividade física 
desportiva.
Outros estudos mostraram que a prática de ati-
vidade física promove satisfação e, quanto maior for 
esse índice, melhor será a percepção de QV de idosos; 
a QV de pessoas idosas é influenciada por condições 
de saúde25. 
O teste LPDV de autonomia funcional envolve 
grupos musculares de todo o corpo e mudanças de 
direção que requisitam equilíbrio e coordenação, 
qualidades físicas essas básicas para a aquisição de 
concentração e manutenção da capacidade de memo-
rização, características essas que, quando mantidas 
durante o envelhecimento, geram sentimentos positi-
vos e melhoria na autoestima, o que resulta em ganho 
na QV22,26.
Corroborando essas expectativas, foi encontrada 
correlação entre resistência da artéria carótida e AVD 
de idosas sedentárias, demonstrando que um bom 
desempenho nas AVDs sugere menor índice de re-
sistividade carotídea, assim como um baixo nível de 
autonomia funcional poderá proporcionar uma alta 
resistência na carótida27. 
Nesta pesquisa, o teste C10m de autonomia fun-
cional no grupo de intervenção foi realizado em um 
menor tempo em pós-teste, sugerindo melhoria na 
função mecânica de caminhar, assim como na velo-
cidade de reação para iniciar o teste. O IG de inde-
pendência do idoso também apresentou significância 
em pós-teste. 
Corroborando esses achados, estudo anterior rea-
lizado por Vale et al.24 (2009) encontrou correlação 
positiva entre níveis séricos de IGH-1, essencial na 
síntese proteica, e o teste C10m, sugerindo que com o 
envelhecimento diminui o metabolismo de proteína, 
afetando a manutenção de massa muscular e, conse-
quentemente, a força de membros inferiores. 
Orientações sobre os males advindos do sedenta-
rismo, hábitos alimentares e pensamentos positivos 
foram propostas durante as sessões de exercício com 
o intuito de melhorar os hábitos de vida das idosas, 
contudo esse item não foi diretamente avaliado. 
Novos estudos devem contemplar maior tamanho 
de amostra com avaliação de níveis de sedentarismo 
e hábitos alimentares. Questionários menos comple-
xos para avaliação da QV são também recomendáveis, 
assim como programas de exercício físico com maior 
tempo total de duração, suficientemente capazes de 
causar adaptações hemodinâmicas significativas em 
populações idosas.
reFerÊNCiaS 
1. Cress M, Buchner D, Prohaska T, Rimmer J, Brown M. Physical 
activity programs and behavior counseling in older adult popula-
tions. Eur Rev Aging Phys Act. 2006;3:34-42.
2. Norgren L, Hiatt WR, Dormandy JA, Nehler MR, Harris KA, Fowkes 
FG, et al. Inter-Society Consensus for the Management of Periphe-
ral Arterial Disease (TASC II). J Vasc Surg. 2007;45(1):S5-67.
3. Bortolotto LA. Implicação do agrupamento dos fatores de risco 
cardiovascular da síndrome metabólica da rigidez vascular. Rev 
Soc Cardiol Estado de São Paulo. 2004;14(4):604-15.
4. Galetta F, Franzoni F, Virdis A, Ghiadoni L,Taddei S, Santoro G. 
Endotelium dependent vasodilation and carotid artery wall re-
modeling in athletes and sedentary subjects. Atherosclerosis. 
2006;186(1):184-92. 
5. Maeda S, Tanabe T, Otsuki T, Sugawara J, Ajisaka R, Matsuda 
M. Acute exercise increases systemic arterial compliance af-
ter 6-month exercise training in older women. Hypertens Res. 
2008;31(2):377-81.
6. Janssen I, Jolliffe C. Influence of physical activity on mortality 
in elderly with coronary artery disease. Med Sci Sports Exerc. 
2006;38(3):418-23. 
7. Suminski R, Poston WSC, Foreyt JP, St Jeor S. Physical activity 
assessed with three different methods and the Framingham Risk 
Score on 10-year coronary heart disease risk. Med Sci Monit. 
2008;14(1):CR1-9.
8. Colado J, Triplett NT,  Tella V, Saucedo P, Abellan J. Effects of 
aquatic resistance training on health and fitness in postmenopau-
sal women. Eur J Appl Physiol. 2009;106(1):113-22.
9. Luz L, Maranhão Neto G, Farinatti P. Validity of the Physical Activ-
ity Readness Questionnaire (PAR-Q) in elder subjects. Rev Bras 
Cineantropom Desempenho Hum. 2007;9(4):366-71.
10. De Assis M, Machado H. Medida da velocidade de fluxo nas arté-
rias cerebrais utilizando ultrassom Doppler transfontanela antes 
e após o tratamento cirúrgico da hidrocefalia. Arq Neuropsiquiatr. 
1999;57(3- B):827-35.
11. Fleck M, Leal O, Louzada S, Xavier M, Chachamovich E, Vieira G, 
et al. Desenvolvimento da versão em português do instrumento 
de avaliação de qualidade de vida da OMS (WHOQOL-100). Rev 
Bras Psiquiatr. 1999;21(1):19-28.
12. Guralnik J, Ferricci L, Simonsick E, Salive M, Wallace R. Lower-
extremity function in persons over de age of 70 years as a predic-
tor of subsequent disability. N Engl J Med. 1995;332(9):556-61.
13. Andreotti R, Okuma S. Validação de uma bateria de testes de 
atividades da vida diária para idosos fisicamente dependentes. 
Rev Paul Educ Fís. 1999;(1):46-66.
14. Sipilã S, Multanen J, Kallinen M, Era P, Suominen H. Effects of 
strength and endurance training on isometric muscle strength 
and walking speed in elderly women. Acta Physiol Scand. 
1996;156:457-64.
146 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):140-6
15. Alexander N, Ulbrich J, Raheja A, Channer D. Rising from the 
floors in older adults. J Am Geriat Soc. 1997;45(5):564-9.
16. Vale R, Dantas E. Protocolo GDLAM de avaliação da autonomia 
funcional. Fit Perf J. 2004;3(3):175-82.
17. Robertson R, Goss F, Rutkowski J, Lenz B, Dixon C, Timmer J, et 
al. Concurrent validation of the OMNI perceived exertion scale 
for resistance exercise. Med Sci Sports Exerc. 2003;35(2):333-41. 
18. Conti AA, Macchi C, Molino Lova R, Conti A, Gensini G. Rela-
tionship between physical and cardiovascular disease. Selected 
historical highlights. J Sports Med Phys Fitness. 2007;47:84-90.
19. Colado JC, Saucedo P, Tella V, Naclerio F, Chulvi I, Abellan J. Ef-
fects of an aquatic strength training program on certain cardio-
vascular risk factors in early-postmenopausal women. Med Sci 
Sports Exerc. 2007;39(5):S422.
20. Bertovic D, Waddell T, Gatzka C, Cameron J, Dart A, Kingwell B. 
Muscular strength training is associated with low arterial com-
pliance and high pulse pressure. Hypertension. 1999;33:1385-91.
21. Volaklis K, Spassis A, Tokmakidis S. Land versus water exer-
cise in patients with coronary artery disease: effects on body 
composition, blood lipids, and physical fitness. Am Heart J. 
2007;154(3):560-6.
22. Fleck MP, Lima A, Louzada S, Schestasky G, Henriques A, Borges 
VR, et al. Association between depressive symptoms and social 
functioning in primary care service, Brazil. Rev Saude Publica. 
2002;36(4):431-8.
23. Mussoll J, Espinosa MC, Quera D, Serra ME, Pous E, Villarroya I, et 
al. Resultados de la aplicación en atención primaria de un proto-
colo de valoración geriátrica integral en ancianos en riesgo. Rev 
Esp Geriatr Gerontol. 2002;37(5):249-53.
24. Vale R, Oliveira R, Pernanbuco C, Meneses Y, Novaes J, Andrade A. 
Correlation between basal serum IGF-1 levels and functional au-
tonomy in elderly women. Int J Sport Sci. 2009;5(14):11-8.
25. Kubota A, Ishikawa-Takata K, Ohta T. Effect of daily physical ac-
tivity on mobility maintenance in the elderly. Int J Sport Health 
Sci. 2005;3:83-90.
26. Meneses Y, Cabral P, Abreu F, Vale R, Rocha F, Andrade A. Corre-
lação entre resistência carotídea e autonomia funcional de mu-
lheres idosas. Rev BrasEnferm. 2007;60(4):382-6.
artiGo oriGiNal
efeito da hidroginástica na 
autonomia funcional de idosas 
Effect of water aerobics on the functional 
autonomy of the elderly population 
Jader de Andrade Bezerra1, Neméia de Oliveira Farias1, João Gomes Jácome1, 
Aristéia Nunes Sampaio Castro1, Jeane Maria Moura Costa1, 
Estélio Henrique Martin Dantas2
1 Centro de Ciências da 
Saúde – Universidade 
Federal do Acre (UFAC).
2 Universidade do 
Estado do Rio de 
Janeiro (UFRJ), 
Laboratório de 
Biociência da 
Motricidade Humana 
(LABIMH). 
Recebido em 10/3/2011
Aceito em 13/10/2011
Endereço para correspondência: Jader de Andrade Bezerra • Curso de Educação Física – Centro de Ciências da Saúde – 
Universidade Federal do Acre. Campus Universitário • BR 364, Km 04, Distrito Industrial – 69900-000 – 
Rio Branco, AC • Telefone: (68) 3901-2629/Telefax: (68) 3229-7330. E-mail: jader.ufac@gmail.com
RESUMO
objetivo: Verificar o efeito de aulas de hidroginástica na autonomia funcional de idosas. Métodos: O estudo foi 
realizado com 38 idosas selecionadas aleatoriamente, com idades entre 60 e 75 anos, divididas em dois grupos: 
GIS (idosas sedentárias), N = 19, e GIH (idosas praticantes de hidroginástica), N = 19. O GIH realizou aulas de 
hidroginástica, três vezes por semana, com duração de 50 minutos, durante seis meses. O GIS não praticou ne-
nhuma atividade durante os seis meses. A aptidão física das idosas foi mensurada por meio da bateria de testes 
desenvolvida pelo Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para a Maturidade (GDLAM) de avaliação da au-
tonomia funcional, utilizando no protocolo cinco testes, aferidos por tempo em segundos, que se relacionam com 
os principais movimentos da vida diária das idosas: “caminhar 10 metros (C10m)”, “levantar-se da posição sentada 
(LPS)”, “levantar-se da posição decúbito ventral (LPDV)”, “levantar-se da cadeira e locomover-se pela casa (LCLC)” 
e “vestir e tirar uma camiseta (VTC)”. resultados: O GIS apresentou menor autonomia funcional comparado com 
o GIH, e essa diferença foi comprovada estatisticamente: p < 0,05. Conclusão: Conclui-se que programas de 
hidroginástica colaboram para a melhoria e a manutenção da autonomia funcional de idosas, influenciando suas 
vidas de forma positiva, contribuindo para maior independência e assegurando a eles melhor qualidade de vida.
Palavras-chave: Idoso, autonomia funcional, hidroginástica.
ABSTRACT
objective: To assess the effect of water aerobics exercise on the functional autonomy of the elderly. Methods: 
Thirty-eight elderly subjects (aged 60-75 years) were randomly selected and divided into two groups: sedentary 
elderly subjects (GIS N = 19) and elderly subjects who practiced water aerobics three times a week, 50 minutes 
per session, for six months (GIH; N = 19). The subjects in GIS did not participate in any activity during this period. 
Physical aptitude was assessed using a battery of tests from the Latin American Development Group for the Elderly 
(LADGE), which measure activities of daily life: a 10-min walk (10mW), getting up from a seated position (GSP), 
getting up from the prone position (GPP), getting up from a chair and moving around (GCM), and putting on/taking 
off a shirt (PTS). All data are expressed in seconds. Differences between groups were analyzed using descriptive 
and inferential statistics (SPSS software, version 16.0 for Windows). results: The level of functional autonomy 
was higher in G1 than in G2 (p < 0.05). Conclusion: We found that practice of water aerobics contributes to the 
improvement and maintenance of functional autonomy of the elderly. Increased autonomy positively affects self-
-esteem and ultimately enhances the quality of life of the elderly.
Keywords: Elderly, functional autonomy, water aerobics.
148 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):147-50
iNtrodUÇÃo
Uma das mais importantes etapas da vida, e talvez a 
mais difícil, é a terceira idade. Os idosos têm maior 
probabilidade de tornarem-se dependentes na reali-
zação das atividades de vida diária, comprometendo 
sua qualidade de vida, o que se deve a alterações fun-
cionais ocorridas com o envelhecimento e também a 
doenças crônicas não transmissíveis associadas à idade 
avançada1. A prática de atividade física, no entanto, 
pode minimizar essas alterações e assegurar a manu-
tenção da autonomia funcional2.
O envelhecimento populacional faz emergir uma 
grande preocupação com a qualidade de vida das pes-
soas, uma vez que o sedentarismo é uma frequente 
característica em seus estilos de vida3,4. O envelheci-
mento é um processo inexorável aos seres vivos e con-
duz a uma perda progressiva das aptidões funcionais do 
organismo, aumentando o risco do sedentarismo, e es-
sas alterações nos domínios biopsicossociais põem em 
risco a qualidade de vida do idoso, por limitar sua ca-
pacidade para a realização de suas atividades de rotina5.
A terceira idade desponta, assim, como um perío-
do normal da vida, com desafios e oportunidades de 
crescimento que lhe são próprios. É, apenas, mais 
uma instância da experiência humana que precisa e 
deve ser ainda bem vivida6.
Para Zago7, devem ser incentivadas campanhas 
que visem principalmente à conscientização da popu-
lação para a adoção de estilos de vida mais saudáveis, 
fortalecendo a relação saúde-doença por intermédio 
do exercício físico.
Entre os exercícios físicos, acredita-se que os exer-
cícios aquáticos podem proporcionar benefícios sem a 
dor e os riscos inerentes ao exercício praticado em terra, 
levando em conta a melhoria da capacidade funcional 
e a autonomia do idoso, que são de extrema importân-
cia para uma boa qualidade de vida deles. Portanto, o 
estudo objetiva avaliar os efeitos da prática da hidrogi-
nástica sobre a autonomia funcional de idosas.
MÉtodoS
A amostra foi composta de 38 idosas, selecionadas 
aleatoriamente, com idades entre 60 e 75 anos, pra-
ticantes de hidroginástica, e idosas sedentárias, me-
diante aceitação em participar do estudo, de acordo 
com a Resolução nº 196/96, do Conselho Nacional 
de Saúde (Brasil). O projeto foi aprovado pelo comi-
tê de ética em pesquisa da Fundação Hospitalar do 
Acre (Fundacre), sob nº 507/2010, aprovado em 20 
de outubro de 2010. Como critérios de exclusão, não 
fizeram parte da pesquisa as idosas com menos de 60 
anos de idade, que não tinham frequência nas aulas e 
que apresentavam algum tipo de doença que impossi-
bilitasse a realização dos testes.
Foram formados dois grupos: GIS (grupo de 
idosas sedentárias), N = 19, e grupo GIH (grupo de 
idosas praticantes de hidroginástica), N = 19, matri-
culadas na modalidade de hidroginástica, oferecida 
pelo clube SESC da cidade de Rio Branco/AC. 
O GIH praticou aulas de hidroginástica, minis-
trada pela professora do clube, três vezes por semana, 
com 50 minutos de duração, por um período de seis 
meses. As aulas eram musicalizadas e envolviam ativi-
dades aeróbicas, exercícios localizados, alongamentos, 
relaxamentos e atividades lúdicas, ministradas com e 
sem aparelhos. O GIS não praticou nenhum tipo de 
exercício regular pelo mesmo período.
Após os seis meses, a aptidão física dos dois gru-
pos de idosas selecionados para o estudo foi mensu-
rada por meio da bateria de testes desenvolvida pelo 
Grupo de Desenvolvimento Latino-Americano para 
a Maturidade (GDLAM)8 de avaliação da autono-
mia funcional, utilizando no protocolo cinco testes, 
aferidos por tempo em segundos, que se relacionam 
com os principais movimentos da vida diária das ido-
sas, respectivamente: “caminhar 10 metros (C10m)”; 
“levantar-se da posição sentada (LPS)”; “levantar-se 
da posição decúbito ventral (LPDV)”; “levantar-se da 
cadeira e locomover-se pela casa (LCLC)” e “vestir e 
tirar uma camiseta (VTC)”8.
As idosas realizaram duas tentativas para cada tes-
te, sendo registrada a execução que levou o menor 
tempo. Após essa etapa, os dados obtidos foram ana-
lisados mediante estatística descritiva e inferencial, 
utilizando-se o pacote estatístico SPSS, versão 16.Os dados estão expressos com média e desvio-padrão. 
O teste Kolmogorov-Smirnov foi utilizado para veri-
ficar a normalidade dos dados, em seguida foi utiliza-
do o teste t de Student para amostras independentes. 
O nível de significância estabelecido foi de p < 0,05.
reSUltadoS
Na tabela 1, estão os resultados descritivos das cara-
terísticas da amostra relativos a idade, peso, altura e 
IMC, com a respectiva comparação entre os grupos 
do estudo. Pode-se observar que não houve diferença 
significativa entre idade, peso, altura e IMC dos gru-
149Hidroginástica e autonomia funcional
pos estudados, dessa forma os resultados nos testes 
de autonomia funcional não foram influenciados por 
essas variáveis.
Na tabela 2, estão os dados descritivos dos testes 
de autonomia funcional GDLAM e a comparação 
entre os grupos. Verificou-se que o GIS apresentou 
uma menor autonomia funcional quando comparado 
com o GIH, nos testes de C10M, LPS, LPDV, VTC 
e LCLC, e essa diferença foi comprovada estatistica-
mente – p < 0,05. 
diSCUSSÃo
A prática regular de atividades físicas está relacionada 
com significativa melhora das capacidades funcionais 
dos indivíduos quando estes atingem o terceiro ciclo 
de vida9. 
Os exercícios praticados na água, único local onde 
as condições reduzidas da gravidade diminuem o 
impacto nas articulações, além disso, criam uma re-
sistência adicional, faz com que a hidroginástica seja 
muito indicada para pessoas com baixos níveis de 
condicionamento, isto é, pessoas idosas e pessoas com 
diferentes tipos de limitação e dores10. 
Nossos resultados apoiam essa afirmativa, pois fo-
ram encontradas fortes evidências de que um progra-
tabela 1. Características dos grupos de idosas GIS (n = 19) e GIH (n = 19)
Variáveis GiS GiH p 95% intervalo de confiança
Idade 67,37 ± 4,36 68,10 ± 4,19 0,599 -3,55 2,08
Peso 66,07 ± 10,78 65,90 ± 12,13 0,964 -7,38 7,72
Altura 1,61 ± 0,09 1,58 ± 0,08 0,119 -0,01 0,10
IMC 25,08 ± 4,69 26,78 ± 4,94 0,285 -4,87 1,47
IMC: índice de massa corporal; GIS: grupo de idosas sedentárias; GIH: grupo de idosas praticantes de hidroginástica.
tabela 2. Nível da autonomia funcional segundo protocolo GDLAM das idosas praticantes de hidroginástica (n = 19) e 
idosas sedentárias (n = 19) 
teste GiS GiH p 95% intervalo de confiança
C10M 8,44 ± 1,22 7,70 ± 0,74 0,032 * 0,06 1,40
LPS 11,05 ± 2,67 9,74 ± 0,58 0,045 * 0,03 2,58
LPDV 4,16 ± 1,26 3,41 ± 0,82 0,038 * 0,04 1,45
VTC 15,70 ± 2,04 14,00 ± 2,24 0,020 * 0,28 3,11
LCLC 47,21 ± 6,23 23,42 ± 2,51 0,0001 * 20,67 26,92
C10M: caminhar 10 metros; LPS: levantar-se da posição sentada; LPDV: levantar-se da posição decúbito ventral; VTC: vestir e tirar uma camiseta; LCLC: levantar-
se da cadeira e locomover-se pela casa; GIS: grupo de idosos sedentários; GIH: grupo de idosos praticantes de hidroginástica. * p < 0,05.
ma de ginástica realizado em meio líquido é eficaz na 
perspectiva de prevenir o declínio funcional e conser-
var a autonomia de pessoas idosas.
As idosas que realizaram exercícios de hidrogi-
nástica tiveram melhor desempenho nos testes, que 
se assemelham com as atividades de sua vida diária, 
quando comparadas com as idosas inativas. Esses re-
sultados são corroborados pelo estudo de Belloni et 
al.11, no qual se verificou que a hidroginástica pode 
prevenir o declínio funcional e, ainda, conservar a au-
tonomia funcional de mulheres idosas.
Estudos ainda demonstram que a prática de hi-
droginástica promove a melhoria da aptidão física 
dos idosas12,13. Esses resultados também são evidentes 
quando comparados idosos internos de instituição ou 
hospitais com idosos ativos14.
Com relação aos exercícios de LPS e LPDV, as 
idosas do GIH concluíram os testes em menor tempo 
quando comparadas com as idosas do GIS (p < 0,05) 
(Tabela 2). Essas evidências mostram que as idosas do 
GIH apresentaram melhor desempenho em força e 
agilidade, que são essenciais para realizar com eficácia 
os dois testes. O aumento da força e agilidade das 
idosas pode ser explicado pela ação de resistência que 
a água proporciona quando da realização dos movi-
mentos durante as aulas. 
150 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):147-50
Resultados semelhantes foram encontrados no es-
tudo realizado por Vale et al.15, em idosos pratican-
tes de treinamento de força e flexibilidade, exercícios 
que são essenciais para atenuar o declínio funcional 
e prover substancialmente uma melhor qualidade de 
vida16. Pode-se acrescentar, com base nos nossos re-
sultados, que os exercícios praticados em meio líqui-
do, mais especificamente exercícios de hidroginástica, 
também podem atenuar esse declínio que acomete as 
idosas. 
Nos exercícios de CM10 e LCLC, que exigem 
maior velocidade e coordenação, a hidroginástica, 
assim como a caminhada regular e controlada17,18, 
mostrou ser capaz de melhorar o desempenho das 
idosas do GIH, que se mostraram mais ativas durante 
a realização dos testes e apresentaram resultados sig-
nificativamente (p < 0,05) melhores do que o GIS 
(Tabela 2). 
Portanto, pode-se concluir com base nos nossos 
resultados que a ginástica realizada em meio líquido 
é uma prática eficaz de exercícios físicos, capaz de 
contribuir para a melhora da autonomia funcional 
de idosas, tornando-os mais ativas, independentes e 
sociáveis, melhorando sua qualidade de vida. No en-
tanto, recomendamos estudos complementares que 
incluam, além da comparação entre os grupos de ido-
sas ativas e inativas, testes realizados no início e no 
decorrer do estudo.
reFerÊNCiaS
1. Amorim FS, Dantas EHM. Autonomia e resistência aeróbica em ido-
sas: efeitos do treinamento da capacidade aeróbica sobre a quali-
dade de vida e autonomia de idosas. Fit Perf J. 2002;1(3):47-59.
2. Matsudo SM, Matsudo VKR, Barros NTL, Araújo TL. Evolução 
do perfil neuromotor e capacidade funcional de mulheres fisica-
mente ativas de acordo com a idade cronológica. Rev Bras Med 
Esporte. 2006;9(6):365-76.
3. César EP, Almeida OV, Pernambuco CS, Vale RGS, Dantas EH. 
Aplicação de quatro testes do protocolo GDLAM. Rev Minei Ed 
Física. 2004;12(1):18-37.
4. Filho ML, Ferreira WR, César EP. Os benefícios do treinamento de 
força no desempenho da autonomia funcional do idoso. Rev Ed 
Física Exército. 2006;134:57-68.
5. Alves RV, Mota J, Costa MC, Alves JGB. Aptidão física relaciona-
da à saúde de idosas: influência da hidroginástica. Rev Bras Med 
Esporte. 2004;10(1):31-7.
6. Loureiro AML. Velhice, imaginário e cultura: possibilidades na 
diversidade. Revista Linhas Críticas, Brasília. 2000;6(11):51-7.
7. Zago AS. Exercício físico e o processo saúde-doença no envelhe-
cimento. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2010;13(1):153-8.
8. Dantas EHM, Vale RGS. Protocolo GDLAM de avaliação da auto-
nomia funcional. Fit Perf J. 2004;3(3):175-82.
9. Virtuoso JJS, Lima COV, Lobato PL, Chiapeta SMSV, Sperancini 
MAC. Perfil das idosas ativos e sedentários da cidade de Viçosa 
(MG) em relação à força de membros superiores e inferiores. Rev 
Minei Ed Física. 2001;2(9):34-48.
10. Poyhonen T, Sipila S, Keskinen KL, Hautala A, Savolainen J, 
Malkia E. Effects of aquatic resistance training on neromus-
cular performance in healthy women. Med Sci Sports Exerc. 
2002;34(12):2103-9.
11. Belloni D, Albuquerque AC, Rodrigues TO, Mazini FML, Silva VF. 
Estudo comparativo entre a autonomia funcional de mulheres 
idosas praticantes e não praticantes de hidroginástica. Rev Ed 
Fís. 2008;140:20-6.
12. Alves RV, Mota J, Costa MC, Alves JGB. Aptidão física relaciona-
da à saúde de idosas: influência da hidroginástica. Rev Bras Med 
Esporte. 2004;10(1):31-7.
13. Assis EL, Rabelo HT. Percepção da capacidade funcional de mu-
lheres idosas praticantes de hidroginástica. Movimentum – Re-
vista Digital de Educação Física. 2006;1:1-16.
14. Pereira IC, Abreu FC, Vitoreti AV, Líbero GA. Perfil da autonomia 
funcional em idosas institucionalizados na cidade de Barbacena. 
Fit Perf J. 2003;2(5):285-8.
15. Vale RGS, Barreto AC, Novaes JS, Dantas EHM. Efeitos do treina-
mento de força e de flexibilidadesobre a autonomia e qualidade 
de vida de mulheres senescentes. Rev Bras Cineantropom De-
sempenho Hum. 2006;8(4):52-8.
16. Taaffe DR. Sarcopenia: exercise as a treatment strategy. Aust 
Fam Phys. 2006;35(3):130-4.
17. Cunha RCL, Fortes MSR, Ferreira MA, Bezerra JCP, Silva JMFL, 
Graup S, et al. Efeitos de um programa de caminhada sob os níveis 
de autonomia funcional de idosas monitoradas pelo programa 
saúde da família. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2010;13(2):255-65.
18. Alencar NA, Ferreira MA, Vale RGS, Dantas EHM. Nível de ativi-
dade física de idosas atendidas em Unidade de Saúde da Família 
no estado do Ceará. Geriatr Gerontol. 2010;4(3):141-5.
artiGo oriGiNal
Fatores relacionados à acessibilidade 
de idosos a medicamentos 
anti-hipertensivos em unidades de 
saúde da família de Pernambuco
Factors linked to the accessibility of the elderly to 
antihypertensive drugs in Pernambuco state, Brazil
Ana Carolina Facundo Castro de Aquino1, Márcio Campos de Melo1, 
Paulo José Bezerra de Albuquerque1, Salvéa de Oliveira Campelo e Paiva1
 1 Faculdade de 
Ciências Médicas 
da Universidade de 
Pernambuco (UPE).
Recebido em 1/6/2011 
Aceito em 8/10/2011 
Endereço para correspondência: Márcio Campos de Melo • Rua Jackson de Figueiredo, 174, Iputinga – 50680-380 – 
Recife, PE • Telefone: (81) 9945-4440/(81) 3226-1711 • E-mail: drmarciocampos@oi.com.br
RESUMO
introdução: O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que traz consigo o aumento das doenças 
crônicas não transmissíveis (DCNTs), com especial atenção às doenças cardiovasculares (DCVs), dentre as quais 
se destaca a hipertensão arterial sistêmica (HAS). objetivos: Identificar os fatores que podem interferir na aces-
sibilidade das populações idosas às medicações anti-hipertensivas, nos aspectos relacionados ao paciente e suas 
relações interpessoais, à estrutura física das unidades de saúde da família (USFs) e ao fluxo de distribuição e 
dispensação de medicações nas USFs de Recife e Paulista, Pernambuco. Métodos: Os dados foram coletados por 
meio de um protocolo de entrevista, no período de outubro a dezembro de 2010, nas referidas USFs. resultados: 
A média de idade encontrada foi de 67,7 anos, sendo a maioria do sexo feminino. Os fatores que mais interferem 
na acessibilidade são: dificuldade de ler a receita do médico e o nome na embalagem da medicação, deslocamento 
da USF, falta de infraestrutura e falta de medicamentos. Conclusão: O Estado deve investir no aprimoramento do 
serviço de atenção básica à saúde, com o intuito de evitar os entraves à acessibilidade às medicações, de modo 
a promover um melhor alcance das metas pressóricas do paciente geriátrico e, assim, prevenir as complicações 
das DCVs.
Palavras-chave: Idoso, atenção primária à saúde, hipertensão, acesso aos serviços de saúde, saúde do idoso.
ABSTRACT 
introduction: Population aging is a worldwide phenomenon that brings with it an increase in chronic noncom-
municable diseases (NCDs) with particular attention to cardiovascular diseases (CVDs), among which stands out 
arterial hypertension (high blood pressure – HBP). objectives: To identify factors that may interfere with the ac-
cessibility of the elderly population to antihypertensive medication in the context related to the patient and their 
interpersonal relationships, the physical structure of the family health units (USFs) and the flow distribution and 
dispensing of medications in the USFs of Recife and Paulista, Pernambuco. Methods: Data were collected using 
an interview protocol during the period of October to December 2010, in those USFs. results: The profile of the 
population studied were: mean age 67.6, most females, the factors that most affect are: difficulty reading the doc-
tor’s prescription and the name on the package, displacement of the USF, lack of infrastructure, lack of medicine. 
Conclusion: The state must invest in improving the service of primary health care in order to improve and achieve 
the goals of geriatric patients blood pressure and prevent complications of CVDs. 
Keywords: Aged, primary health care, hypertension, health services accessibility, health of the elderly.
152 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):151-8
iNtrodUÇÃo 
O fenômeno do envelhecimento populacional, em-
bora esteja ocorrendo em ritmo e condições diferen-
tes entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, 
é um fenômeno universal. A diminuição das taxas de 
mortalidade (número de óbitos para cada mil habi-
tantes em uma dada região em um período de tempo) 
e das taxas de fecundidade (número proporcional de 
nascidos vivos referidos a uma população de mulheres 
em um tempo determinado), somada ao consequen-
te aumento da expectativa de vida, tem contribuído 
para esse processo1,2.
No estado de Pernambuco, o processo vem ocor-
rendo com a mesma magnitude, e isso pode ser evi-
denciado tanto em números absolutos quanto em 
números relativos. Não só a diminuição das taxas 
de mortalidade e fecundidade, como também o au-
mento da expectativa de vida, tem contribuído para o 
aumento da população idosa. Ainda se soma a migra-
ção das populações mais jovens para municípios que 
ofereçam melhores condições de educação e trabalho 
como fator determinante no envelhecimento popula-
cional de alguns municípios em estados nordestinos, 
como é o próprio caso do estado de Pernambuco3.
Com todas essas modificações no perfil popula-
cional, passa-se a estar diante também de um novo 
perfil epidemiológico. Não são mais as doenças infec-
tocontagiosas as que prevalecem, mas são as doen ças 
crônicas não transmissíveis (DCNTs) as quais passam 
a prevalecer, com especial atenção às doenças cardio-
vasculares (DCVs), dentre as quais se destaca a hiper-
tensão arterial sistêmica (HAS)4.
A HAS é uma condição clínica multifatorial ca-
racterizada por níveis elevados e sustentados da pres-
são arterial (PA). A medição da PA se faz a partir de 
dois parâmetros, os quais são a pressão arterial sistóli-
ca (PAS) e a pressão arterial diastólica (PAD). Consi-
dera-se HAS quando a PAS é igual ou maior que 140 
mmHg e/ou a PAD é igual ou maior que 90 mmHg, 
em maiores de 18 anos5.
Segundo pesquisa divulgada em 2010 pelo Minis-
tério da Saúde, no Brasil o percentual da população 
adulta que se declara hipertensa é de 24,4%. Entre os 
idosos esse percentual aumenta para 63,2%6. Vê-se 
assim a importância do controle da HAS, tendo em 
vista a baixa taxa de controle da doença no segmento 
idoso da população. Do universo de idosos hiper-
tensos somente 50% são tratados e, desses, apenas 
25% a 30% conseguem atingir os níveis pressóricos 
desejados5,7.
A HAS é um importante fator de risco para as 
doen ças cardiovasculares, principalmente por acome-
timento cardíaco, cerebral, renal e vascular periférico, 
sendo responsável por 25% das cardiopatias isquêmi-
cas e por 40% dos acidentes vasculares cerebrais8-10.
O conjunto das DCVs é responsável por um nú-
mero expressivo de licenças médicas por incapacida-
des para o trabalho e por aposentadorias precoces. Os 
custos anuais de pacientes com DCVs, referentes ao 
atendimento ambulatorial, hospitalização e benefí-
cios pagos pela previdência no ano de 2004, foram 
estimados em cerca de R$ 30,8 bilhões, correspon-
dendo a 8% do gasto total do país em saúde, o que 
corresponde a 0,52% do PIB. Este estudo foi reali-
zado entre a população com idade igual ou superior 
a 35 anos e estima-se que a população idosa dentro 
desse grupo seja a principal responsável por esse cus-
to, pois, entre essa população, é maior a prevalência 
dos casos graves11,12.
Relacionados à importância do controle da HAS, 
dados recentes do Datasus apontam para uma eleva-
da frequência de internações por DCVs. Em 2007, 
foram registradas 1.157.509 internações no Sistema 
Único de Saúde (SUS) e a inclusão de 94.282 indiví-
duos com doença renal terminal – condição frequente 
na HAS – em programa de diálise no SUS, resultan-
do em 9.486 óbitos. Apenas no mês de novembro de 
2009, houve 91.970 internações porDCVs, resultan-
do em um custo de R$ 165.461.64410,12.
Um estudo multicêntrico cuja finalidade foi tra-
çar o perfil da população geriátrica com DCV rela-
tou pontos importantes como: a prevalência de HAS 
foi de 67%; o índice de internamento e de consultas 
de emergência foi de 14% e 11%, respectivamente. 
Considerando apenas os idosos com idade superior 
ou igual a 85 anos, esses dados são elevados para 23% 
e 20%, demonstrando mais uma vez a importância 
do controle da HAS para com os gastos hospitalares 
por causa das DCVs13,14. 
Há esperança de que a realidade com todos esses 
custos sofra algumas mudanças, visto que os fatores 
de risco da HAS são modificáveis e podem ser contro-
lados, não se precisando chegar a tais consequências. 
Desse modo, ações preventivas devem ser adotadas para 
diminuir a incidência da doença. Porém, apesar de esses 
fatores de risco serem modificáveis e embora a realiza-
ção de ações preventivas seja uma via possível, parte-se 
da hipótese de que, mesmo assim, em nosso dia a dia, 
talvez a realidade encontrada seja um tanto diferente. 
O desperdício de recursos destinados à medicação 
em países em desenvolvimento é de 40% e em países 
153Acessibilidade dos idosos às medicações
desenvolvidos é de 8%, já que entre os pacientes cerca 
de 40% a 60% não fazem uso das medicações anti-
-hipertensivas prescritas13. Em países desenvolvidos, há 
disponibilidade de tratamentos anti-hipertensivos efe-
tivos, porém menos de 25% apresentam metas pressó-
ricas atingidas e o índice de abandono no primeiro ano 
dos pacientes que iniciaram o tratamento é de 50%15.
Diante desse quadro, surge a necessidade de saber 
quais os fatores que estão contribuindo para a ma-
nutenção dele, pois no cotidiano dos atendimentos 
médicos nas unidades de saúde da família (USFs) 
acreditamos que haja um número pouco expressivo 
de pacientes idosos hipertensos que alcançam a tera-
pia ideal com boa resposta ao tratamento.
A adaptação do paciente idoso ao próprio proces-
so do envelhecimento é difícil, ainda mais quando 
adicionadas a esse processo estão patologias talvez 
antes não experimentadas, como pode ser o caso da 
HAS. Como essa doença na maioria das vezes se ini-
cia de maneira silenciosa e assintomática, é comum 
que o idoso, especialmente aquele com um nível de 
educação mais baixo, não entenda a necessidade de 
tomar suas medicações anti-hipertensivas16.
O tratamento exige uma série de mudanças nos 
hábitos de vida dos pacientes, dentre as quais se desta-
cam a diminuição da ingesta de sal na alimentação, a 
redução do consumo do álcool, o abandono do taba-
gismo e a realização de atividades físicas diariamente. 
Tais mudanças, porém, não são de responsabilidade 
exclusiva do paciente, demandando apoio familiar, 
visto que muitos idosos não possuem esse suporte de 
que precisam, sendo muitas vezes negligenciados17,18.
Um dos grandes desafios enfrentados pelo idoso 
hipertenso é lidar justamente com todo esse processo 
adaptativo e também com o fato de que a HAS faz par-
te do grupo das doenças de caráter crônico, agregando 
dificuldades inerentes à cronicidade da doença19.
Vê-se, assim, que é vasta a quantidade de fatores 
que podem estar implicados na não adesão ao trata-
mento da HAS e que especificamente o fator acessi-
bilidade é pouco discutido na literatura disponível. 
Dessa forma, por haver escassez de estudos que de-
monstrem falhas no tratamento medicamentoso da 
HAS em idosos, devido prioritariamente à falta de 
acessibilidade às medicações anti-hipertensivas, este 
estudo surgiu a partir da inquietação de seus autores 
no sentido de dar explicação a esse aspecto que emer-
giu de suas rotinas médicas nas USFs.
Os programas de atenção à saúde, especificamen-
te o voltado para a HAS, em vez de estar realmente 
apoiado na prevenção primária, muitas vezes se rea-
liza numa prática de saúde que, por deficiência do 
próprio sistema, acaba privilegiando uma clínica pa-
liativa, algumas vezes onerosa para a população de 
baixa renda e, na maioria das vezes, de baixa cobertu-
ra e difícil acesso para essa população.
Diferentemente de adesão, que é a utilização dos 
medicamentos prescritos e/ou medidas não farmaco-
lógicas de forma correta, a acessibilidade se configura 
como algo também amplo, porém que faz parte da 
adesão, sendo inclusive um dos pontos críticos para 
que esta ocorra ou não19. 
Em seu estudo, Travassos e Martins20 destacam 
um conceito de Donabedian que julgamos ser per-
tinente aos objetivos deste trabalho, por definir aces-
sibilidade:
Como um dos aspectos da oferta de serviços relativo à 
capacidade de produzir serviços e de responder às ne-
cessidades de saúde de uma determinada população. 
Acessibilidade, neste caso, é mais abrangente do que a 
mera disponibilidade de recursos em um determinado 
momento e lugar. Refere-se às características dos servi-
ços e dos recursos de saúde que facilitam ou limitam seu 
uso por potenciais usuários. A acessibilidade correspon-
de a características dos serviços que assumem significa-
do quando analisadas à luz do impacto que exercem na 
capacidade da população de usá-los20.
Nesse sentido, este estudo tem por objetivo identi-
ficar os fatores que podem interferir na acessibilidade 
das populações idosas às medicações anti-hipertensivas, 
nos aspectos relacionados ao paciente e suas relações 
interpessoais, à estrutura física das USFs e ao fluxo de 
distribuição e dispensação de medicações nas USFs de 
Recife (Vila Tamandaré/Beirinha e Josué de Castro/27 
de Novembro) e Paulista (José Borges de Souza).
MÉtodoS
Trata-se de um estudo de prevalência, de corte trans-
versal, descritivo e quantitativo. Os dados foram 
coletados por meio de um protocolo de entrevis-
ta, devidamente aprovado pelo comitê de ética do 
Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros 
(CISAM – Protocolo nº 067/10), no período de ou-
tubro a dezembro de 2010, respeitando todos os prin-
cípios éticos da declaração de Helsinki21 e da Anvisa22.
Para a elaboração do protocolo de entrevista, fo-
ram analisados fatores que poderiam se configurar 
como dificuldades de acesso às medicações. Os fa-
tores estão relacionados basicamente a três aspectos: 
154 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):151-8
ao paciente e suas relações interpessoais, à estrutura 
física e modo de organização da USF e ao fluxo de 
distribuição e dispensação das medicações.
Foi realizada uma análise descritiva para expor os 
resultados obtidos. A apresentação das variáveis men-
suradas foi feita por meio de tabelas ou gráficos, in-
cluindo também o uso de algumas medidas descritivas 
como: mínimo, máximo, média e desvio-padrão. 
Para testar a suposição de homogeneidade das va-
riáveis envolvidas no estudo, foi aplicado o teste de 
Bartlett. Para análise comparativa das variáveis quan-
titativas, foi utilizado ANOVA. Quando observado o 
pressuposto de homogeneidade com o post hoc, utili-
zou-se o teste de Tukey, e quando não, foi utilizado 
ANOVA com correções das variâncias, e como post 
hoc, Pairwise t-test23. 
Para a análise comparativa entre as variáveis quali-
tativas, foi aplicado o teste qui-quadrado de propor-
ções e qui-quadrado e, quando necessário, Fisher23. 
Todas as conclusões foram tomadas ao nível de 
significância de 5%. Os softwares utilizados foram o 
Excel 2000 e o R v 2.10.0.
reSUltadoS
Nas unidades pesquisadas, a USF Vila Tamandaré/
Beirinha cobre um total de 3.603 pessoas, das quais 
5,1% são idosos e, desses, cerca de 69% são hiperten-
sos; a USF Josué de Castro/27 de Novembro cobre 
4.341 pessoas, dentre as quais 5,3% são idosas e, des-
sas, 74% são hipertensas; a USF José Borges de Souza 
cobre 3.368 habitantes, dos quais 7,7% são idosos e, 
desses, 75,4% são hipertensos. 
Durante a pesquisa, foi entrevistado um total de 
108 pessoas, com 60 anos ou mais, com a média de 
idade de 67,6 anos, sendo 77,8% do sexo feminino e 
22,2% do sexo masculino. De acordo com os resulta-
dos, 75% relataram que apresentam “alguma dificul-
dade para tomar osseus medicamentos”. A partir da 
aferição da PA, verificou-se que 66,7% apresentavam 
a PA alterada no momento da consulta, conforme 
pode ser observado na tabela 1.
Do total dos 108 idosos entrevistados, 31 (28,7%) 
são alfabetizados (assinaram o termo de consentimen-
to e declararam saber escrever além de seus nomes), 30 
(27,7%) são analfabetos (utilizaram suas impressões 
digitais no termo de consentimento) e 47 (43,3%) 
são analfabetos funcionais (declararam apenas saber 
assinar seus nomes durante a assinatura do termo de 
consentimento). 
tabela 1. Distribuição quanto a unidade de saúde, sexo e 
classificação da pressão
Variáveis N % 
USF
José Borges de Souza (Paulista) 36 33,3
Josué de Castro (Recife) 50 46,3
Vila Tamandaré (Recife) 22 20,4
Sexo
Masculino 24 22,2
Feminino 84 77,8
O/A senhor(a) tem alguma dificuldade para 
tomar os seus medicamentos
Sim 81 75,0
Não 27 25,0
Pressão
Alterada 72 66,7
Controlada 36 33,3
Classificação da pressão
Ótima 3 2,8
Normal 26 24,1
Limítrofe 7 6,5
Hipertensão H1 31 28,7
Hipertensão H2 19 17,6
Hipertensão H3 7 6,5
Hipertensão sistólica 15 13,8
No que diz respeito ao paciente e suas relações inter-
pessoais, 93,8% responderam que tinham alguma difi-
culdade na seguinte ordem: de ler a receita do médico 
(50%), de ler o nome na embalagem do remédio (49%), 
de distinguir as cores e formas dos remédios (36%) e de 
fazer uso de grande quantidade de remédios (22%).
Em relação à estrutura física e à organização das uni-
dades de saúde, 82,7% relataram alguma dificuldade e 
os fatores que se destacaram foram: a falta de estrutura fí-
sica da USF como banheiros, cadeiras, bebedouro e ven-
tilação (50,8%), a falta de acessibilidade para o paciente 
com necessidades especiais (46,3%), o deslocamento do 
posto para reforma (43,3%), a falta de estrutura da re-
cepção (40,3%) e a distância do posto (35,8%). 
No tocante aos fatores relacionados à distribui-
ção e à dispensação, 81,5% afirmaram ter algumas 
dificuldades, sendo as mais prevalentes: a falta de 
medicamentos (89,4%), não ter o tipo de remédio 
necessário ao tratamento compondo a lista de dispen-
sação das farmácias (66,7%), o horário de entrega dos 
remédios (39,4%) e a falta de pessoas para entregar as 
medicações (36,4%). 
155Acessibilidade dos idosos às medicações
Figura 1. Distribuição quanto aos fatores relacionados ao paciente na amostra.
 Figura 2. Distribuição quanto a cada fator relacionado à unidade de saúde na amostra estudada.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
 
Sim
 
Não
 
Sim
 
Não
 
Sim
 
Não
 
Sim
 
Não
 
Sim
 
Não
 
Sim
 
Não
 
Sim
 
Não
 
Sim
 
Não
 
Sim
 
Não
 
Sim
 
Não
 
Sim
 
Não
Dificuldade
de ler a
receita do
médico
Conselho
de amigos,
parentes,
vizinhos
Horário dos
remédios
Sintomas
dos
remédios
Não quer
tomar os
remédios
Dificuldade
de ler o
nome do
remédio
Confiança
no médico
Grande
quantidade
de
remédios
Cores e
forma dos
remédios
Acha que
piora com
os
remédios
Outros
 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não
Falha de
acesso do
paciente com
necessidades
especiais
Falta de
estrutura
(banheiro,
cadeiras,
bebedouro
Falta de
estrutura da
recepção
Distância do
posto
Falta de
informação
Horário de
funcionamento
do posto
Deslocamento
do posto para
reforma
Outros
156 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):151-8
Figura 3. Distribuição quanto a cada fator relacionado à distribuição e à dispensação dos medicamentos aos pacientes 
na amostra.
 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não Sim Não
Falta de
medicamentos
Horário de
entrega dos
remédios
Falta de
pessoas para
entregar o
remédio
Entregador
com má
educação
Não ter o tipo
de remédio
Demora na
entrega dos
remédios
Tamanho da
fila na
farmácia
Outros
diSCUSSÃo
Foram encontrados em nossas unidades de saúde os 
percentuais de 69%, 74% e 75,4%, respectivamente, 
de hipertensos dentro da população idosa estudada. 
Esse número corrobora e até supera o percentual ci-
tado anteriormente de 67% de hipertensos dentro de 
uma população geriátrica com DCV. Ratificamos, as-
sim, a importância deste estudo com relação ao seu 
questionamento de que estaria realmente essa popu-
lação idosa hipertensa tendo seu acesso às medicações 
anti-hipertensivas prejudicado ou não, e se sim, quais 
seriam os fatores implicados nesse processo.
Viu-se anteriormente que uma média de 25% de 
idosos em tratamento para hipertensão não conse-
gue o controle de seus níveis pressóricos15. Em nossa 
pesquisa 66,7% dos idosos apresentaram PAs alte-
radas durante a consulta, demonstrando que talvez 
existam outros fatores que contribuam com essa rea-
lidade.
Dentre os fatores que podem interferir na aces-
sibilidade das populações idosas às medicações anti-
-hipertensivas relacionados ao paciente, encontra-se o 
fator “dificuldade de ler a receita do médico”, com o 
percentual de 50%. Tal dado traz novamente à velha 
questão da dificuldade de decifrar o que está contido 
na receita médica, devido muitas vezes à letra indeci-
frável do médico prescritor. Essa questão encontra-se 
abordada no último código de ética médica lançado 
em 201024.
Outro achado importante foi o de que quase me-
tade dos entrevistados referiu dificuldade de ler o 
nome do remédio na embalagem, o que leva também 
a pensar em outras causas, como problemas visuais, 
fator que apareceu frequentemente durante as entre-
vistas, bem como o baixo grau de instrução entre os 
entrevistados. Os fatores “cores e formas dos remédios 
semelhantes entre si” e “grande quantidade de remé-
dios” (polifarmácia) também foram bem enfatizados.
Com relação aos fatores relacionados à estrutura 
física e à organização das unidades de saúde onde as 
entrevistas ocorreram, destacaram-se a “falta de estru-
tura física” das USFs e a “falta de acesso aos porta-
dores de necessidades especiais”. Esse resultado pode 
ser explicado a partir do fato de duas das três USFs 
onde se realizou a pesquisa terem sido deslocadas para 
reforma de suas estruturas físicas.
Outra explicação pode estar relacionada a ques-
tões inerentes à própria população idosa e às doenças 
que comumente são diagnosticadas nessa faixa etária, 
como artrose, labirintite, sequelas motoras de aciden-
tes vasculares encefálicos, entre outras. Embora essas 
doenças não tenham impedido os idosos de compa-
recer às consultas na unidade, não há como negligen-
157Acessibilidade dos idosos às medicações
ciar seu caráter limitador significando um entrave em 
potencial à acessibilidade. 
O fator “distância do posto de saúde” configurou-
-se com um percentual grande de 35,8%, porém 
sabe-se que o fator já comentado anteriormente do 
“deslocamento do posto para reforma” (43,3%) pode 
ter contribuído para ele. 
Entre os fatores relacionados à distribuição e à 
dispensação dos medicamentos, o fator “falta de me-
dicamentos” ganhou o primeiro lugar com a quase 
totalidade de 89,4% dos entrevistados. O que logo 
nos vem à mente é a hipótese de que, em pleno século 
XXI, ainda seja a falta de medicações nas farmácias 
das USFs e a provável falta de subsídios suficientes 
para a saúde os grandes agentes que interferem em 
um acesso de qualidade da população às suas medica-
ções, em nosso caso, da população idosa às suas me-
dicações anti-hipertensivas. 
Em segundo lugar, outro fator relacionado à dis-
pensação dos medicamentos é a “falta do tipo de re-
médio” necessário ao tratamento. Isso quer dizer que 
nem todos os medicamentos anti-hipertensivos estão 
disponíveis nas farmácias das USFs. 
Em suma, este estudo mostra a necessidade de 
aprimorar o serviço de atenção básica à saúde, com 
o intuito de melhorar e alcançar as metas pressóri-
cas do paciente geriátrico. Como foi posto, o custo 
das DCVs anuais chega aos milhões de reais, os quais 
provavelmente diminuiriam de forma substancial seo 
nível básico de atenção conseguisse realizar adequada-
mente sua função de promoção à saúde. 
Cabe ao Estado disponibilizar mais ferramentas 
que viabilizem um melhor acesso aos recursos da saú-
de aos pacientes idosos, o que poderia ser garantido 
a partir da atualização do arsenal farmacêutico de 
acordo com as diretrizes vigentes, inclusive a partir 
da discussão da possibilidade da criação de um tercei-
ro turno nas USFs. Esse turno funcionaria de modo 
a facilitar o acesso do acompanhante desses pacien-
tes às consultas, contribuindo para a acessibilidade 
do paciente, não só à medicação, como também ao 
conjunto das orientações médicas, o que proporcio-
naria, em tese, melhores resultados na prevenção e no 
tratamento das DCVs na população geriátrica, o que 
inclui a HAS. 
reFerÊNCiaS 
1. Nastri F. O envelhecimento populacional no Brasil. Einstein (São 
Paulo). 2008;6(Supl 1):54-6.
2. Kalache A, Veras RP, Ramos LR. O envelhecimento da população 
mundial. Um desafio novo. Rev Saude Publica. 1987;21(3):200-10.
3. Santos JS, Barros MDA. Idosos do município de Recife, estado de 
Pernambuco, Brasil: uma análise da morbimortalidade hospitalar. 
Epidemiol Serv Saúde. 2008;17(3):177-86.
4. Lessa I. Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: um de-
safio para a complexa tarefa da vigilância. Ciênc Saúde Coletiva. 
2004;9(4):931-43.
5. Sociedade Brasileira de Cardiologia. VI Diretrizes Brasileiras de 
Hipertensão. Arq Bras Cardiol. 2010;95(1 Supl.1):1-51. 
6. Oliveira J. Avanço silencioso da hipertensão. Clip saúde eletrô-
nica [periódico eletrônico] 2010 [citado em 2011 abr 20]. Dispo-
nível em: http://intranet.saude.mg.gov.br/index.php/component/
docman/doc_download/425-clipping-eletronico-da-saude-27-de-
-abril-de-2010.html.
7. Nobre F, Ribeiro AB, Mion Jr D. Controle da pressão arterial em 
pacientes sob tratamento anti-hipertensivo no Brasil: Controlar 
Brasil. Arq Bras Cardiol. 2010;94(5):663-7.
8. Passos VMA, Assis TD, Barreto SM. Hipertensão arterial no Bra-
sil: estimativa de prevalência a partir de estudos de base popula-
cional. Epidemiol Serv Saúde. 2006;15(1):35-45.
9. Tasca RS, Soares DA, Cuman RKN. Acesso a medicamentos 
anti-hipertensivos em unidade básica de Maringá – Paraná. Arq 
Ciên c Saúde Unipar. 1999;3(2):117-24.
10. Dosse C, Cesarino CB, Martin JF, Castedo MC. Factors associa-
ted to patients’ noncompliance with hypertension treatment. Rev 
Latino-am Enferm. 2009;17(2):201-6. 
11. Azambuja MI, Foppa M, Maranhão MFC, Achutti AC. Impacto 
econômico dos casos de doença cardiovascular grave no Brasil: 
uma estimativa baseada em dados secundários. Arq Bras Cardiol. 
2008;91(3):163-71.
12. Brandão AA, Magalhães MEC, Ávila A, Tavares A, Machado CA, 
Campana EMG, et al. Conceituação, epidemiologia e prevenção 
primária. J Bras Nefrol. 2010;32(Supl 1):1-4.
13. Taddei CFG, Ramos LR, Moraes JC, Wajngarten M, Libberman A, 
Santos SC, et al. Estudo multicêntrico de idosos atendidos em 
ambulatórios de cardiologia e geriatria de instituições brasilei-
ras. Arq Bras Cardiol. 1997;69(5):327-33. 
14. Goffredo Filho GS, Faerstein E. Incapacidade para atividades ha-
bituais: relação com pressão arterial e terapêutica anti-hiperten-
siva. Arq Bras Cardiol. 94(4):472-6.
15. Barbosa RGB, Lima NKC. Índice de adesão ao tratamento anti-hi-
pertensivo no Brasil e mundo. Rev Bras Hipertens. 2006;13(1):35-8.
16. Lima FGS. Hipertensão arterial: avaliação da adaptação do ido-
so após diagnóstico da doença. Disponível em: http://www.
artigonal.com/medicina-artigos/hipertensao-arterial-avaliacao-
-da-adaptacao-do-idoso-apos-diagnostico-da-doenca-2601469.
html. Acessado em: 25 out. 2010.
17. Possi KC. Cuidados de enfermagem: orientação ao paciente 
idoso e hipertenso na adesão ao tratamento para controle da 
pressão arterial. Disponível em: http://www.webartigos.com/
articles/30028/1/Cuidados-de-Enfermagem-Orientacao-ao-pa-
ciente-Idoso-e-Hipertenso-na-adesao-ao-Tratamento-para-con-
trole-da-PressaoArterial/pagina1.html#ixzz13 NkvIT4X. Acesso 
em: 25 out. 2010. 
18. Romero AD, Silva MJ, Silva ARV, Freitas RWJF, Damasceno 
MMC. Características de uma população de idosos hiperten-
sos atendida numa unidade de saúde da família. Rev Rene. 
2010;11(2):72-8.
158 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):151-8
19. Leite SN, Vasconcellos MPC. Adesão à terapêutica medicamen-
tosa: elementos para a discussão de conceitos e pressupostos 
adotados na literatura. Ciênc Saúde Coletiva. 2003;8(3):775-82.
20. Travassos C, Martins M. Uma revisão sobre os conceitos de 
acesso e utilização de serviços de saúde. Cad Saude Publica. 
2004;20(Supl 2):S190-8.
21. Wikipédia. Declaração de Helsinki. Disponível em: http://
pt.wikipedia.org/wiki/Declara%C3%A7%C3%A3o_de_Helsin-
que. Acesso em: 28 abr. 2011. 
22. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Diretrizes e normas em 
pesquisa em saúde. Disponível em: http://www.ufrgs.br/bioeti-
ca/normart.htm. Acesso em: 28 abr. 2011.
23. Jerrold HZ. Biostatistical analysis. 3th ed. New Jersey: Prentice 
Hall; 1996.
24. Conselho Federal de Medicina. Novo código de ética médica. Dis-
ponível em: http://www.portalmedico.org.br/novocodigo/index.
asp. Acesso em: 28 abr. 2011.
artiGo oriGiNal
artrite reumatoide no idoso: 
estudo de 35 casos
Rheumatoid arthritis in the elderly: a study of 35 cases
Andrea Rocha de S. Mont’Alverne1, Rafael Barbieri1, Renata Moreira Montenegro1, 
Sônia Maria Alvarenga Anti1, Rina Dalva Neubarth Giorgi2, 
Wiliam Habib Chahade2
1 Serviço de 
Reumatologia do 
Hospital do Servidor 
Público Estadual de 
São Paulo (HSPE-SP).
2 Seção de Diagnóstico 
e Terapêutica 
do Serviço de 
Reumatologia 
do HSPE-SP.
Recebido em 4/7/2011 
Aceito em 8/10/2011
Endereço para correspondência: Andrea Rocha de S. Mont’Alverne • Departamento de Reumatologia do Hospital 
do Servidor Público Estadual de São Paulo • Rua Pedro de Toledo, 1800, 9° andar central, Moema – 04039-004 – 
São Paulo, SP, Brasil • Telefone: (11) 5088-8099 • E-mail: andrearoc@yahoo.com
RESUMO
introdução: Cerca de um terço dos pacientes desenvolve artrite reumatoide (AR) após 65 anos de idade, condição 
denominada EORA (do inglês, elderly-onset rheumatoid arthritis). Postula-se que a EORA possua características 
diferentes da AR do adulto. objetivo: Avaliar características clínicas e laboratoriais de pacientes com EORA. 
Pacientes e métodos: Análise retrospectiva de prontuários de 35 pacientes com EORA. Variáveis estudadas: 
sexo, idade ao diagnóstico, apresentação inicial, articulações acometidas, fator reumatoide (FR), sintomas cons-
titucionais, valor da velocidade de hemossedimentação (VHS), resposta ao tratamento inicial e comorbidades. 
resultados: Dos 35 pacientes, 26 (74%) eram mulheres e 9 (26%), homens, com média de 74 anos. Trinta (86%) 
apresentaram início poliarticular e 5 (14%), oligoarticular. As principais articulações envolvidas foram mãos e 
punhos, com envolvimento de ombros em 11 (32%). Manifestações constitucionais ocorreram em 9 (26%). FR foi 
positivo em 27 (77%), sendo em 23 maior que 100 UI/ml. A média da VHS foi de 62 mm/h. Quanto ao tratamento 
inicial, 26 (74%) apresentaram resposta satisfatória e 5 (14%), insatisfatória. Em 28, foi utilizado metotrexato como 
primeira droga e em 7, antimaláricos. Todos que usaram antimaláricos apresentaram resposta satisfatória. Não foi 
possível avaliar a resposta de 4 pacientes por causa do diagnóstico recente. Conclusão: Neste estudo, a relação 
entre mulheres e homens foi semelhante à encontrada em jovens, e a maioria apresentava FR positivo. Houve 
predominância de apresentação poliarticular e VHS elevada, e muitos apresentaram sintomas constitucionais e 
envolvimento de ombros. O reconhecimento da EORA torna-se difícil diante dos muitos diagnósticos diferenciais 
possíveis nessa faixa etária, o que justifica a heterogeneidade dos dados da literatura. 
Palavras-chave: Artrite reumatoide, artrite, idoso.
ABSTRACT
introduction: About one third of patients develops rheumatoid arthritis (RA) after 65 years of age,a condition na-
med EORA (elderly-onset rheumatoid arthritis). It is postulated that EORA has different features of RA in adults. ob-
jective: To evaluate clinical and laboratory characteristics of patients with EORA. Patients and methods: Retros-
pective analysis of 35 patients with EORA. Variables: gender, age at diagnosis, initial presentation, affected joints, 
rheumatoid factor (RF), constitutional symptoms, ESR, response to initial treatment and comorbidities. results: Of 
35 patients, 26 (74%) were female and 9 were (26%) men, with 74 years on average. Thirty (86%) had polyarticular 
onset and 5 (14%), oligoarticular. Main joints involved were hands and wrists, with involvement of shoulders in 11 
(32%). Constitutional manifestations occurred in 9 (26%). RF was positive in 27 (77%), and it was greater than 100 
UI/ml in 23. The mean ESR was 62 mm/h. As for the initial treatment, 26 (74%) showed satisfactory response and 
5 (14%) unsatisfactory. Methotrexate was used as the first drug in 28 and in 7 we used anti-malarial drugs. All who 
160 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):159-62
used anti-malarial responded satisfactorily. It was impossible to evaluate the response of 4 patients due to the 
recent diagnosis. Conclusion: In this study, the relationship between women and men was similar to that found 
in young people, and most showed positive RF. Most had polyarticular presentation and elevated ESR, and many 
had constitutional symptoms and involvement of shoulders. The recognition of EORA becomes difficult in the face 
of many different possible diagnoses in this age group, which explains the heterogeneity of the literature data. 
Keywords: Rheumatoid arthritis, arthritis, aged.
iNtrodUÇÃo
A artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória 
crônica sistêmica, de etiologia desconhecida, carac-
terizada pelo acometimento simétrico de pequenas e 
grandes articulações e que evolui com frequência para 
deformidades e incapacidade funcional. Possui cará-
ter autoimune, com influência de fatores genéticos, 
hormonais e ambientais, afetando mais comumente 
mulheres entre 30 e 50 anos. Apresenta incidência 
anual de aproximadamente 0,2 por mil homens e 
0,4 por mil mulheres e prevalência de 0,5% a 1% da 
população1. Estudos mostram que essa incidência e 
prevalência aumentam até os 85 anos de idade2, com 
prevalência em média de 2% após os 60 anos3,4.
Cerca de um terço dos pacientes desenvolve a AR 
após os 60 ou 65 anos de idade5,6, condição essa deno-
minada “artrite reumatoide do idoso” ou EORA (do 
inglês, elderly-onset rheumatoid arthritis). No passado, 
acreditava-se que a EORA era muito semelhante à 
AR de início na idade adulta, contudo, atualmente, 
postula-se que seja uma condição com características 
diferentes: distribuição mais igualitária entre os sexos, 
maior elevação das provas de atividade inflamatória, 
início mais agudo, envolvimento frequente de gran-
des articulações (principalmente ombros), sintomas 
“polimiálgicos”, maior frequência de manifestações 
sistêmicas e menor frequência de positividade para 
o fator reumatoide (FRe)5-7. Em relação ao prognós-
tico, os dados da literatura são controversos. Alguns 
estudos relatam maior dano articular e limitação 
funcional em pacientes com EORA6,8, enquanto ou-
tros descrevem um curso mais benigno, com doença 
menos erosiva9-11. O mais aceito atualmente é que a 
EORA constitui uma condição heterogênea, com o 
grupo de pacientes soropositivos apresentando prog-
nóstico similar aos pacientes com AR de início na 
idade adulta, enquanto os soronegativos apresentam 
doença menos grave, com sintomas muitas vezes se-
melhantes aos da polimialgia reumática9,12.
O objetivo deste trabalho foi avaliar dados epide-
miológicos e características clínicas e laboratoriais de 
pacientes com EORA.
MÉtodoS
Foi realizada análise retrospectiva dos prontuários de 
35 pacientes com diagnóstico de AR após os 65 anos 
de idade, em acompanhamento regular no Serviço de 
Reumatologia do Hospital do Servidor Público do 
Estado de São Paulo Francisco Morato de Oliveira 
(HSPE-FMO). Todos os pacientes preenchiam os cri-
térios de classificação para AR do Americam College of 
Rheumatology, de 198713.
As variáveis estudadas foram: sexo, idade ao diag-
nóstico, forma de apresentação clínica inicial (oligo-
articular ou poliarticular) e articulações acometidas, 
presença e título de FRe, manifestações sistêmicas 
(febre, perda de peso, astenia, fadiga), valor da ve-
locidade de hemossedimentação (VHS), resposta ao 
tratamento inicial e presença de comorbidades.
Os dados foram computados em banco de dados 
do programa Excel 6.0, sendo realizada análise esta-
tística simples.
reSUltadoS
Do total de 35 pacientes estudados, 26 (74%) eram 
do sexo feminino e 9 (26%), do sexo masculino. 
A idade ao diagnóstico variou de 65 a 97 anos, com 
uma média global de 74 anos. A média de idade das 
mulheres foi de 75 anos e a dos homens, de 74 anos.
Em relação à forma clínica de apresentação 
da AR, obteve-se um total de 30 (86%) pacientes 
com acometimento inicial poliarticular e 5 (14%) com 
acome timento oligoarticular. As principais articula-
ções envolvidas foram as pequenas articulações das 
mãos e os punhos. Observou-se envolvimento de om-
bros em 11 (32%) pacientes. Nove (26%) pacientes 
apresentaram manifestações sistêmicas constitucio-
nais, como febre, perda de peso e fadiga.
O FRe foi positivo em 27 (77%) pacientes e ne-
gativo em 8 (23%). Dentre os soropositivos, 4 apre-
sentaram título menor que 100 UI/ml, enquanto 23 
apresentaram titulação maior que 100 UI/ml. Todos 
161Artrite reumatoide no idoso 
os FRe foram realizados pelo método de turbidime-
tria (valor de referência normal < 20 UI/ml). Quanto 
à VHS na época do diagnóstico, 7 (20%) pacien-
tes apresentaram valores inferiores a 40 mm/h, 19 
(54%), entre 40-80 mm/h e 9 (26%), acima de 80 
mm/h, com média global de 62 mm/h. 
Ao avaliar-se o tratamento inicial utilizado, 
constatou-se que 26 (74%) pacientes apresentaram 
resposta satisfatória e 5 (14%), resposta insatisfató-
ria, segundo a opinião do examinador e dos próprios 
pacientes. Não foi possível avaliar a resposta ao trata-
mento de 4 pacientes por causa do diagnóstico recen-
te no momento desta revisão. Em 28 pacientes, foi 
utilizado metotrexato (MTX) como primeira droga 
modificadora do curso da doença (DMCD) e em 7 
pacientes utilizaram-se antimaláricos (hidroxicloro-
quina ou difosfato de cloroquina). Todos os pacientes 
que usaram antimaláricos apresentaram resposta sa-
tisfatória ao tratamento inicial.
Inúmeras foram as comorbidades encontradas 
entre os 35 pacientes, sendo as mais frequentes: hi-
pertensão arterial (20 pacientes), osteoporose (16 
pacientes), dislipidemia (6 pacientes), insuficiência 
coronariana (6 pacientes), doença pulmonar obstruti-
va crônica (5 pacientes), passado de acidente vascular 
encefálico (4 pacientes), hipotireoidismo (4 pacien-
tes), passado de neoplasia (3 pacientes), refluxo gas-
troesofágico (3 pacientes), insuficiência renal crônica 
(2 pacientes), diabetes (2 pacientes). 
diSCUSSÃo
O diagnóstico da EORA constitui um desafio para 
o reumatologista diante da grande variedade de 
diagnósticos diferenciais possíveis nessa faixa etária. 
Osteoartrite, principalmente em sua forma erosiva, 
artropatias microcristalinas e artrite paraneoplásica 
são alguns exemplos de doenças que podem mime-
tizar AR e que são prevalentes em idosos. Os atuais 
critérios de classificação da AR muitas vezes não per-
mitem diferenciá-la dessas patologias, principalmente 
em sua fase inicial. Além disso, esses pacientes podem 
apresentar diversas comorbidades, alterações cogniti-
vas e limitações físicas, que podem dificultar a anam-
nese e o exame físico. Dessa forma, a heterogeneidade 
dos dados encontrados na literatura sobre manifesta-
ções clínicas, laboratoriais e evolução da EORA pode 
estar relacionada à dificuldade no seu diagnóstico.
Nos pacientes aqui estudados, a idade média ao 
diagnóstico foide 74 anos, e 1 paciente apresentou os 
sintomas iniciais aos 97 anos, com quadro clássico de 
poliartrite simétrica com FRe positivo. A relação en-
tre mulheres e homens foi de 2,89, sendo semelhante 
à relação encontrada em pacientes jovens. Esse acha-
do foi discordante dos dados da literatura que postu-
la que a EORA é mais frequente em mulheres, mas 
acomete uma maior proporção de homens. Outros 
estudos apresentaram resultados semelhantes, ou seja, 
não foi encontrada distribuição mais uniforme entre 
os sexos na EORA8,9.
Clinicamente, a EORA é caracterizada por impor-
tante rigidez matinal e dor, afetando principalmente 
as extremidades superiores, com presença frequente 
de sintomas constitucionais. Ao exame físico, obser-
va-se sinovite em ombros e punhos, assim como de 
metacarpofalangeanas e interfalangeanas proximais, 
com limitação funcional e edema de partes moles. 
O envolvimento de grandes articulações, particular-
mente os ombros, é descrito na literatura como típico 
do quadro em idosos, podendo simular polimialgia 
reumática2-6. No presente estudo, a maioria dos pa-
cientes apresentou quadro poliarticular com acome-
timento de mãos e punhos, em concordância com a 
maioria dos trabalhos publicados7-9,12. A frequência do 
envolvimento em ombros na EORA em alguns traba-
lhos varia de 23% a 64%7,9,12, tendo sido neste de 32%. 
Em relação às manifestações constitucionais, houve di-
ficuldade de comparação entre os estudos, visto que 
eles abordam sintomas diferentes ou avaliam apenas 
um deles. Cabe ressaltar que em três estudos relevantes 
comparativos entre populações de idosos e jovens, não 
houve diferença estatisticamente significante em rela-
ção à presença desses sintomas entre os grupos7-9. 
Quanto à VHS, a média dos 35 pacientes foi de 
62 mm/h. Na literatura, encontrou-se uma variação 
entre 52-74 mm/h7-9. As provas de atividade infla-
matória constituem um bom parâmetro para avaliar 
a atividade da doença e a resposta ao tratamento, 
contudo vale lembrar que, na população idosa, suas 
elevações frequentemente podem estar associadas a 
outras condições, tais como infecção, insuficiência 
cardíaca, anemia, dislipidemia e neoplasias.
Foram encontrados dados discordantes entre os 
diversos trabalhos em relação à positividade do FRe 
na população idosa, com sua frequência variando de 
29%-89%7-10,14. Apesar de a maioria dos estudos re-
latar um menor número de soropositivos no grupo 
da EORA7,9-11,14, outros descrevem uma frequência 
de soropositividade similar à dos pacientes jovens8,15. 
Na nossa casuística, encontrou-se FRe positivo em 
77% dos pacientes, 85% deles em altos títulos (> 100 
UI/ml), ou seja, nossos dados foram similares aos 
encontrados na população jovem com AR, em que 
deizi
Realce
162 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):159-62
a frequência de FRe positivo varia de 70%-80%4. 
Assim como proposto por Van der Heije8, pacientes 
soronegativos, por apresentarem doença menos gra-
ve, procurariam menos os serviços de reumatologia, 
podendo ser uma possível explicação para a maior fre-
quência de soropositivos em alguns trabalhos como 
o nosso. Outra questão seria: “os critérios diagnósti-
cos foram aplicados de forma consistente nos estudos 
com maior proporção de soronegativos?”. Mesmo em 
trabalhos com metodologias comparáveis, heteroge-
neidade quanto ao diagnóstico sempre é possível.
As metas do tratamento não são diferentes em 
pacientes com EORA, contudo devem ser levadas 
em consideração as comorbidades, assim como as 
medicações usadas em seu tratamento. A eficácia e a 
toxicidade das DMCDs são semelhantes em jovens 
e idosos, de forma que o algoritmo de tratamento 
proposto na Atualização do Consenso Brasileiro no 
Diagnóstico e Tratamento da AR16 pode ser aplicado 
no idoso. Metotrexato é o fármaco de escolha, mas 
em pacientes com FRe positivo pode ser necessária te-
rapêutica mais efetiva com combinação de DMCDs. 
Pacientes com FRe negativo podem se beneficiar com 
o uso dos antimaláricos.
Apesar de tratar-se de um estudo transversal e com 
pequeno número de pacientes, os dados aqui apresen-
tados são relevantes diante da escassez de trabalhos 
abordando esse tema na literatura nacional. Além dis-
so, o crescente envelhecimento da população brasi-
leira tornará o impacto social e econômico da EORA 
cada vez maior, devendo ser do conhecimento de 
todo especialista suas peculiaridades.
CoNFlitoS de iNtereSSe
Não há.
reFerÊNCiaS 
1. MacGregor AJ, Silman AJ. Rheumatoid arthritis and other syno-
vial disorders: classification and epidemiology. In: Hochberg MC, 
Silman AJ, Smolen JS, Weinblatt ME, Weisman MH. Rheumato-
logy. 4th ed.; 2007. chap. 71, p. 755-61.
2. Tutuncu Z, Kavanaugh A. Rheumatic disease in the elderly: rheu-
matoid arthritis. Rheum Dis Clin N Am. 2007;33(1):57-70.
3. Van Schaardenburg D, Breedveld FC. Elderly-onset rheumatoid 
arthritis. Semin Arthritis Rheum. 1994;23(6):367-78.
4. Laurindo IMM. Artrite reumatoide no idoso. Einstein. 
2008;6(Supl.1):S33-9.
5. Olivieri I, Pipitone N, D’Angelo S, Padula A, Salvarani C. Clin Exp 
Rheumatol. 2009;27(Suppl 55):S139-45.
6. Yazici Y, Paget AS. Elderly-onset rheumatoid arthritis. Rheum Dis 
Clin N Am. 2000;26(3):517-26.
7. Turkcapar N, Demir O, Atli T, Kopuk M, Turgay M, Kinikli G, et 
al. Late onset rheumatoid arthritis: clinical and laboratory com-
parisons with younger onset patients. Arch Gerontol Geriatr. 
2006;42(2):225-31.
8. Van der Heijde DM, Van Riel PL, Van Leeuwen MA, Van ‘t Hof 
MA, Van Rijswijk MH, Van de Putte LB. Older versus younger on-
set rheumatoid arthritis: results at onset and after 2 years of a 
prospective follow up study of early rheumatoid arthritis. J Rheu-
matol. 1991;18(9):1285-9.
9. Deal CL, Meenan RF, Goldenberg DL, Anderson JJ, Sack B, Pas-
tan RS, et al. The clinical features of elderly-onset rheumatoid 
arthritis. A comparison with younger-onset disease of similar 
duration. Arthritis Rheum. 1985;28(9):987-94.
10. Terkeltaub R, Esdaile J, Décary F, Tannenbaum H. A clinical study 
of older age rheumatoid arthritis with comparison to a younger 
onset group. J Rheumatol. 1983;10(3):418-24.
11. Ehrlich GE, Katz WA, Cohen SH. Rheumatoid arthritis in the aged. 
Geriatrics. 1970;25:103-13.
12. Bajocchi G, La Corte R, Locaputo A, Govoni M, Trotta F. Elderly 
onset rheumatoid arthritis: clinical aspects. Clin Exp Rheumatol. 
2000;18(Suppl 20):S49-50.
13. Arnett FC, Edworthy SM, Bloch DA, McShane DJ, Fries JF, Cooper 
NS, et al. The American Rheumatism Association 1987 revised 
criteria for the classification of rheumatoid arthritis. Arthritis 
Rheum. 1988;31(3):315-24.
14. Inoue K, Shichikawa K, Nishioka J, Hirota S. Older age onset 
rheumatoid arthritis with or without osteoarthritis. Ann Rheum 
Dis. 1987;46(12):908-11.
15. Ferraccioli GF, Cavalieri F, Mercadanti M, Conti G, Viviano P, Am-
banelli U. Clinical features, scintiscan characteristics and X-ray 
progression of late onset rheumatoid arthritis. Clin Exp Rheuma-
tol. 1984;2(2):157-61.
16. Bértolo MB, Brenol CV, Schainberg CG, Neubarth F, Lima FAC, 
Laurindo IM, et al. Atualização do Consenso Brasileiro no Diag-
nóstico e Tratamento da Artrite Reumatoide. Rev Bras Reumatol. 
2007;47(3):151-9.
artiGo de reViSÃo
imunossenescência
Immunosenescence
Karen Cecília de Lima Torres1, Patrícia de Araújo Pereira1, 
Giselle Sabrina França de Lima1, Bruno Rezende Souza2, 
Débora Marques de Miranda1, Moisés Evandro Bauer3, 
Marco Aurélio Romano-Silva1
1 INCT de Medicina 
Molecular/Laboratório 
de Neurociência, 
Departamento de Saúde 
Mental, Faculdade de 
Medicina, Universidade 
Federal de Minas 
Gerais (UFMG).
2 Department of Cell 
and Systems Biology, 
University of Toronto. 
3 Laboratório de 
Imunologia do 
Envelhecimento, 
Instituto de Pesquisas 
Biomédicas e 
Faculdade de 
Biociências, PUCRS, 
Porto Alegre, RS.
Recebido em 17/6/2011
Aceito em 1/10/2011 
 
Endereço para correspondência: Karen Cecília de Lima Torres • Av. Alfredo Balena, 190, sala 114, Santa Efigênia 
– 30130-100– Belo Horizonte, MG • Telefone: (31) 3409-9753 • E-mail: kcltorres@gmail.com
RESUMO
introdução: O envelhecimento é um processo que envolve complexas mudanças celulares e moleculares, incluin-
do um declínio generalizado das funções imunológicas denominado de imunossenescência. As consequências 
clínicas da imunossenescência incluem uma maior suscetibilidade às infecções respiratórias, neoplasias e doen-
ças cardiovasculares. objetivo: Revisar as principais alterações celulares e moleculares da imunossenescência. 
Métodos: Revisão da literatura entre 1996-2011 por meio de pesquisa nos bancos de dados PubMed e SciELO. 
resultados: Com o avançar da idade, as células do sistema imune inato e adaptativo exibem piora de função 
generalizada e um número reduzido de células T naïve. Além disso, há uma expansão de determinados clones 
de linfócitos T (principalmente as células CD8+CD28-), que se correlacionam com morbimortalidade em idosos. 
Apesar de os indivíduos idosos apresentarem uma resposta imune menos efetora, há um aumento da expressão 
de moléculas inflamatórias circulantes e do número de células NK, o que é caracterizado pelo inflammaging. Esse 
quadro pode contribuir na etiopatogenia e fisiopatologia de doenças inflamatórias como aterosclerose, doença 
de Alzheimer, entre outras. Além disso, durante a imunossenescência, há também presente uma pior resposta a 
vacinas e aumento de doenças infecciosas, tumores e autoimunidade. Conclusão: Compreender a relação entre 
o sistema imune e o envelhecimento é de grande importância para a saúde humana, particularmente no impacto 
das doenças relacionadas à idade. Além disso, também auxilia na promoção de intervenções específicas e mais 
eficazes para doenças em idosos.
Palavras-chave: Envelhecimento, sistema imune.
ABSTRACT
introduction: Aging involves various complex cellular and molecular changes, including a general decline in im-
munological functions known as immunosenescence. The clinical consequences of immunosenescence include 
increased susceptibility to respiratory infections, neoplasias and cardiovascular diseases. objective: To review 
the major cellular and molecular changes in immunosenescence. Methods: Literature review between 1996-2011 
employing the PubMed and SciELO databases. results: With advancing age, the cells of the innate and adaptive 
immune system exhibit worsening of generalized function and a reduced number of naïve T cells. In addition, there 
is an expansion of certain clones of T lymphocytes (mainly CD8 +CD28- cells) that correlate with morbidity and 
mortality in the elderly. Besides the age-related impairments in cellular immune responses, aging is also associ-
ated with high serum inflammatory molecules and increased counts of circulating NK cells which is characterized 
by inflammaging. This framework can contribute to the pathogenesis and pathophysiology of inflammatory dis-
eases such as atherosclerosis, Alzheimer’s disease among others. In addition, during immunosenescence is also 
present a poor response to vaccines and increase in infectious diseases, tumors and autoimmunity. Conclusion: 
Understanding the relationship between the immune system and aging is of great importance to human health 
164 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):163-9
particularly on the impact of age-related diseases. It also helps to promote more effective and specific interventions 
for the elderly diseases. 
Keywords: Aging, immunosenescence.
iNtrodUÇÃo
O envelhecimento é um processo que envolve com-
plexas mudanças celulares e moleculares que afetam 
a integridade de diversos tecidos, de maneira qua-
litativa e quantitativa. O sistema imune não é uma 
exceção, e as alterações imunológicas observadas no 
envelhecimento são chamadas de imunossenescência. 
Em geral, ocorre uma reestruturação do sistema imu-
ne durante o envelhecimento, com alguns parâmetros 
diminuídos, inalterados ou mesmo aumentados. As 
consequências clínicas da imunossenescência incluem 
uma maior suscetibilidade às infecções respiratórias, 
neoplasias, doenças autoimunes e cardiovasculares. 
Em geral, o envelhecimento humano está associado 
com poucas mudanças enumerativas das células que 
compõem o sistema imune inato (e.g. macrófagos, 
neutrófilos e células dendríticas) em paralelo com re-
duções importantes nas funções dessas células. Além 
disso, vários estudos indicam perdas enumerativas e 
funcionais importantes do sistema imune adaptati-
vo, especialmente nas respostas mediadas pelos lin-
fócitos T. Neste artigo, serão revisadas as principais 
alterações imunológicas do envelhecimento humano, 
relacionando com mudanças fisiológicas e apontando 
populações de risco ou proteção imunológica.
MÉtodoS 
A compilação dos dados foi realizada por meio de 
uma revisão sistemática da literatura, a partir dos 
bancos de dados PubMed e SciELO, utilizando-se 
artigos originais sobre imunossenescência e revisões 
sobre esse tema entre 1996-2011.
Mecanismos fisiológicos da 
imunossenescência
Vários mecanismos já foram propostos para explicar a 
imunossenescência, incluindo alterações moleculares li-
gadas ao estresse oxidativo e hormonais. De acordo com 
a teoria de rede, o envelhecimento é um processo indi-
retamente controlado por uma variedade de funções de 
defesa ou de respostas antiestresse, atuando globalmen-
te como mecanismo antienvelhecimento1. Os estres-
sores são muito diversos e incluem diferentes agentes 
físicos (calor, radiação gama), químicos (radicais livres), 
biológicos (vírus, bactérias) e psicológicos (depressão, 
estresse). Diferentes processos de estresse celular po-
dem induzir envelhecimento, incluindo encurtamen-
to telomérico, danos ao DNA, ativação de oncogenes 
e estresse oxidativo, entre outros. A eficiên cia da rede 
antienvelhecimento, que inclui enzimas de reparo de 
DNA, antioxidantes, proteínas de choque térmico e 
sistema imune, difere em várias espécies e indivíduos, o 
que é percebido pelas diferenças na expectativa de vida2.
É bem aceito que o sistema imune é regulado 
por uma miríade de hormônios, incluindo os es-
teroides adrenais, hormônios sexuais, adipocinas, 
hormônio de crescimento, neurotransmissores etc. 
As alterações endócrinas observadas no envelheci-
mento contribuem para as variações individuais da 
imunossenescência3. Por exemplo, o envelhecimento 
é acompanhado de profundas modificações no eixo 
HPA (hipotálamo-hipófise-adrenal), o que é denomi-
nado de adrenopausa. A partir dos 30 anos de idade, 
os níveis séricos de sulfato de deidropiandrosterona 
(DHEAS) diminuem bastante, mantendo apenas 
10%-20% dos níveis máximos em idosos. Evidências 
indicam que DHEAS e DHEA possuem função esti-
mulatória sobre o sistema imune4. Em contraste, os 
níveis de cortisol (imunossupressor) se mantêm ele-
vados no envelhecimento. Portanto, potencialmente, 
a razão cortisol/DHEAS alterada influenciará o siste-
ma imune do idoso de maneira diferente de sua ação 
na juventude. Além disso, déficits dos hormônios de 
crescimento (somatopausa) e sexuais (menopausa/
andropausa) estão implicados na imunossenescência.
Inflammaging
Em 2000, Franceschi e colaboradores entronizaram o 
termo “inflammaging”5. Essa definição trata de uma 
extensão da teoria de rede do envelhecimento, em que 
os autores colocam a maneira como o sistema imune 
lida com um crescente aumento do status inflamató-
rio, que é inerente ao envelhecimento do organismo e 
provocado por contínuo estímulo antigênico.
165Imunossenescência
O inflammaging indica um aumento constante 
da resposta inflamatória basal, representada por ní-
veis séricos aumentados de proteína C reativa (PCR), 
IL-6 e TNF-α, implicados em inúmeras doenças in-
flamatórias. De fato, inflamação está envolvida com 
a etiopatogenia de doença de Alzheimer, aterosclero-
se, diabetes e até câncer, que são mais incidentes em 
idosos. Por essa proposta, não seria estranho que uma 
mesma droga atuasse em doenças tão aparentemen-
te distintas como Alzheimer e diabetes. Estudos com 
centenários,na ausência de doenças, mostrou que é 
possível alcançar idades avançadas mesmo na presença 
de aumento de fatores inflamatórios. Portanto, parece 
que o inflammaging se relaciona ao envelhecimento 
per se e que poderia ser um grande fator direcionador 
de doenças associadas à inflamação e à idade. Porém, 
devem-se considerar as diferenças individuais. 
O inflammaging parece ser um evento que ocorre 
universalmente, porém apresenta variações indivi-
duais, que se relacionam com morbidade e mortali-
dade em idosos. Entretanto, há vários centenários que 
vivem bem mesmo apresentando níveis altos de mar-
cadores inflamatórios característicos do inflamma-
ging. As diferenças individuais podem ser explicadas 
pelos variantes genéticos. Dentre as diferenças gené-
ticas, os genes da APOE, IL-6 e IL-10 se relacionam 
respectivamente com fragilidade e com fatores pró ou 
anti-inflamatórios6.
Polimorfismos de citocinas associados ao 
envelhecimento
O envelhecimento imunológico é acompanhado por 
uma mudança de perfil de expressão das citocinas. 
Processo inflamatório característico do envelheci-
mento, o inflammaging aparenta ter uma propensão 
progressiva a um estado pró-inflamatório fortemente 
influenciado pela carga genética do indivíduo7,8. Po-
limorfismos genéticos de citocinas têm demonstrado 
uma associação à produção de citocinas in vivo e in 
vitro. Além disso, a regulação genética dessas varian-
tes de citocinas também se relaciona à resposta in-
flamatória e à resistência e suscetibilidade a algumas 
doenças infecciosas, autoimunes e neurodegenera-
tivas. Nesse sentido, é importante entender o papel 
das variações genéticas na inflamação e nas doenças 
crônicas, possibilitando identificar pessoas saudáveis 
que apresentam aumento do risco de doenças. As-
sim, pode-se potencializar a mudança de trajetória 
de determinada doença, atuando na longevidade e 
possibilitando um envelhecimento saudável. Varia-
ções nas frequências alélicas na região promotora dos 
genes das citocinas podem ser relacionadas com sua 
produção e liberação. Os polimorfismos de nucleo-
tídeo único (single nucleotide polymorphisms – SNPs) 
na região promotora dos genes de determinadas 
citocinas vêm sendo associados com maior susceti-
bilidade a doenças de caráter inflamatório. Polimor-
fismos na região promotora do gene de citocinas são 
responsáveis por influenciar a atividade e interferir 
nas ações biológicas delas. Sugere-se, então, que essas 
variações alélicas possam, ao menos em parte, expli-
car a suscetibilidade às doenças, uma vez que podem 
vir acompanhadas pelo aumento dos níveis séricos 
correspondentes. 
TNF-α: Um estudo sugere que a variante alélica A 
do polimorfismo -308 da região promotora do TNF-
-α influencia na resistência à insulina e no percentual 
de massa gorda e aumenta os níveis séricos de lepti-
na9. Outro estudo de revisão baseado em metanálise 
sugere uma associação significativa entre o polimor-
fismo -850 C>T e risco de desenvolver Alzheimer10. 
Nesse mesmo estudo, em uma análise de subgrupo, 
o resultado sugeriu que a posse do alelo T aumentou 
significativamente o risco de desenvolver Alzheimer 
associado aos pacientes que possuem o alelo e4E da 
apolipoproteína (APOE) em caucasianos australianos 
e europeus do norte. IL-10: Arosio et al., em 2010, 
observaram que a homozigose para o alelo A da inter-
leucina-10 (IL-10) no polimorfismo -1082 (G / A) 
promoveu maior risco de desenvolver Alzheimer11. 
IL-6: O principal foco das pesquisas de polimorfis-
mos da IL-6, na tentativa de correlacionar com doen-
ças agudas e crônicas, vem sendo o SNP na posição 
-17412-13. Foi mostrado que a mudança de bases G_C 
na posição -174 afeta a transcrição do gene, levando 
a possível alteração dos níveis plasmáticos da IL-6. 
Com relação à doença de Alzheimer, existe uma im-
portante relação entre a presença do alelo C com o 
aumento do risco de desenvolver a demência. 
Envelhecimento do sistema imune inato
O sistema imune inato confere a primeira barreira/res-
posta contra agentes infecciosos. Com a idade, as célu-
las do sistema imune inato exibem piora de função, por 
exemplo, macrófagos e neutrófilos apresentam redu-
ções importantes na resposta fagocítica e do potencial 
de estresse oxidativo. Por isso, é importante conhecer 
bem o papel dos componentes do sistema imune inato 
no processo de defesa durante o envelhecimento.
Neutrófilos
Os neutrófilos constituem a primeira linha de de-
fesa celular contra bactérias e fungos, constituída 
166 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):163-9
de mecanismos microbicidas, incluindo geração de 
espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, liberação 
de enzimas proteolíticas, peptídeos microbicidas e 
grânulos citoplasmáticos. Com o aumento da ida-
de, não há diminuição do número de neutrófilos, 
porém suas funções ficam bastante comprometi-
das14. Durante a imunossenescência, a capacidade 
quimiotática dos neutrófilos é diminuída, o que 
provavelmente é refletido no tempo em que essas 
células chegam ao sítio de resposta imune. Outro 
reflexo também pode ser considerado uma lesão 
tecidual maior, uma vez que durante sua trajetória 
os neutrófilos liberam enzimas proteolíticas (como 
elastase) para alcançar o sítio de resposta inflamató-
ria. Além disso, o tempo de resolução da inflamação 
é aumentado14. Outro fator alterado com a idade é a 
produção de espécies reativas de oxigênio e nitrogê-
nio e a capacidade fagocítica. Essas duas funções são 
piores em idosos quando comparados a adultos jo-
vens. Modificações na composição dos lipid rafts em 
idosos (onde ficam importantes receptores de mem-
brana sinalizadores de neutrófilos) podem também 
comprometer a sinalização mediada por receptores 
dessas células14.
Células NK e NKT
As células NK e NKT medeiam respostas citotóxicas, 
independentes de MHC, contra infecções virais e tu-
mores. De modo interessante, o número absoluto de 
células NK aumenta com a idade14. Apesar disso, a ci-
totoxicidade e a produção de citocinas e quimiocinas 
como IL-8, RANTES e MIP-1alfa estão reduzidas. 
Provavelmente, essas alterações na função das células 
NK estão relacionadas com as mudanças dos níveis 
do zinco em idosos, visto que a suplementação com 
zinco pode melhorar as funções dessas células.
Há também um aumento no número de células 
NKT com a idade. Esse aumento está associado com 
uma maior produção de IL-17. Um aumento da respos-
ta inflamatória, e principalmente da IL-17, pode estar 
relacionado com aumento de doenças autoimunes, sus-
cetibilidade a infecções e sepse em indivíduos idosos14.
Monócitos e macrófagos
Os monócitos representam um importante compo-
nente fagocítico do sistema imune inato, que em 
resposta ao estímulo inflamatório se diferencia em 
células apresentadoras de antígenos, os macrófagos. 
Números absolutos dessas células aumentam com a 
idade, o que está relacionado com a fragilidade dos 
idosos14. Assim como as outras células do sistema 
imune, apesar do aumento do número absoluto de 
células, sua função está diminuída, particularmente 
no contexto de ativação por toll-like receptor (TLR). 
Há uma pronunciada diminuição de produção de ci-
tocinas em resposta à ativação por TLR 2, 3, 4, 5 e 9 
em modelos animais de camundongos C57BL/6. Em 
outro modelo animal Balb/c, a transdução de sinal 
induzida por ativação de TLR está reduzida com o 
envelhecimento14. Além disso, a fagocitose por mo-
nócitos/macrófagos em indivíduos idosos está dimi-
nuída em relação a adultos jovens15. Considerando 
que a apresentação de antígenos para o sistema imune 
é papel fundamental na montagem de resposta imune 
(e dependente da fagocitose), qualquer alteração nes-
se compartimento celular ao longo do envelhecimen-
to afetará diretamente a capacidade de montagem de 
uma resposta imune. Estudos em humanos também 
mostram reduzida expressão de citocinas produzidas 
por monócitos de indivíduos idosos comparados aos 
indivíduos jovens. 
Células dendríticas
As células dendríticas são as principais apresentado-ras de antígeno. A maioria dos trabalhos relata que a 
função dessas células está diminuída com o envelhe-
cimento. A produção de citocinas induzida por TLR 
está diminuída14,16. De maneira interessante, o nível 
basal de citocinas intracelular é aumentado em célu-
las dendríticas de idosos, mas não nas de jovens. Por 
outro lado, a produção de citocinas independente de 
TLR e dependente de lipopolissacarídeo (LPS) está 
aumentada em modelos de células dendríticas deri-
vadas de monócitos17,18. Os aumentos na produção 
de citocinas inflamatórias ativados por LPS estão re-
lacionados com piora de função fagocítica e migração 
in vitro.
Envelhecimento do sistema imune 
adaptativo
É bem estabelecido que o envelhecimento esteja asso-
ciado com diminuída capacidade de o sistema imu-
ne responder a vacinação e a patógenos invasores. 
A resposta imune adaptativa, constituída por linfóci-
tos B, T e secreção de anticorpos, apresenta um declí-
nio importante no envelhecimento. 
Linfócitos B
Células B desempenham um papel crucial e mantene-
dor da imunidade protetora, incluindo a geração de 
anticorpos protetores, apresentação antigênica e até 
outras funções reguladoras. Durante a imunossenes-
167Imunossenescência
cência, ocorrem várias modificações na resposta imu-
ne humoral, tornando-a menos efetora. 
Acontecem modificações pronunciadas no funcio-
namento e na quantidade das células precursoras de 
linfócitos B. Isso leva a uma diminuição do número 
de linfócitos B, modificações no repertório de recep-
tores de superfície (imunoglobulinas) e vazão dos 
precursores da medula óssea19. Além disso, as altera-
ções no processo de diferenciação de linfócitos B em 
plasmócitos também geram uma menor diversidade, 
afinidade de anticorpos produzidos influenciando em 
piores respostas vacinais, além de maiores taxas de de-
sordens autoimunes e tumores19. Embora a produção 
de anticorpos contra novos antígenos esteja prejudi-
cada no envelhecimento, a imunidade humoral con-
tra antígenos de memória está preservada.
Linfócitos T
Os linfócitos T são produzidos no timo a partir de 
células precursoras derivadas da medula óssea. Esses 
percursores diferenciam-se no timo em linfócitos T 
maduros que expressam moléculas funcionalmente 
importantes como o TCR (receptor da célula T), 
CD4 e CD8. Os linfócitos T CD8+ são importan-
tes na proteção do organismo contra vírus, tumo-
res e rejeição de tecidos. Linfócitos T CD4+ são as 
principais fontes de citocinas e direcionadores da 
resposta imune. Os linfócitos T CD4+ coordenam 
a secreção e a troca de classe de anticorpos pelas cé-
lulas B, promovem a quimiotaxia de neutrófilos e 
ativam macrófagos e células citotóxicas (NK, NKT 
e T CD8+).
Apesar de o número total das células T permane-
cer constante durante o envelhecimento, as células T 
periféricas de idosos apresentam inúmeras alterações 
fenotípicas e funcionais20. O envelhecimento está 
associado com uma importante involução tímica e 
consequente redução na contagem de células T naïve 
(CD45RA+). Em paralelo, existe um acúmulo de cé-
lulas T de memória (CD45RO+), redução da capa-
cidade proliferativa, expansão de células senescentes 
(CD28-), diminuição de células NKT, citotoxicidade 
prejudicada e uma contração profunda do repertó-
rio TCR ab21-23. Após 65 anos de idade, existe uma 
contração de 99% do repertório TCR ab, limitando 
drasticamente o reconhecimento dos novos antíge-
nos. Durante o envelhecimento, existe uma expansão 
clonal (sem malignidade) de células T CD8+ especí-
ficas a antígenos virais (discutido na próxima seção). 
As principais alterações de células T CD4+ e CD8+ 
estão descritas na tabela 1.
Análise da reação de hipersensibilidade tardia 
(DTH) em resposta a antígenos de Candida sp. na 
produção de citocinas pró-inflamatórias foi diminuí-
da em idosos em relação a jovens. Essa diminuição de 
citocinas potencialmente contribui para uma menor 
migração de células T em resposta aos desafios anti-
gênicos na pele24.
Fenótipo imune de risco para doenças e 
mortalidade
Uma questão fundamental na Gerontologia é a bus-
ca de marcadores biológicos associados com a mor-
bimortalidade no envelhecimento. O perfil de risco 
imunológico parece melhor discriminar o envelheci-
mento saudável do patológico. Esse perfil foi definido 
a partir de estudos longitudinais com idosos suecos 
(> 80 anos de idade), com uma razão da quantida-
de das células T CD4/CD8 < 1, baixa proliferação 
T inespecífica e expansão de células T senescentes 
(CD28-)25. Os idosos com esse perfil de risco apresen-
tavam elevada mortalidade ao longo de quatros anos 
do estudo, independentemente do estado de saúde. 
De maneira interessante, os idosos que apresentavam 
um perfil de risco e dano cognitivo morriam 2x mais 
cedo que os sujeitos com perfil de risco apenas26. Esses 
dados sugerem que as interações entre o sistema ner-
voso e imune estão provavelmente integradas com um 
maior desgaste fisiológico no envelhecimento, devido 
aos efeitos sinérgicos desses sistemas durante a sobre-
vivência.
A perda de expressão de CD28, particularmente 
nas células T CD8+, é uma das mudanças mais sig-
nificativas da homeostase dos linfócitos T durante a 
imunossenescência. O CD28 é o correceptor principal 
tabela 1. Principais alterações das células T CD4+ e 
CD8+ durante a imunossenescência
Células t Cd4+ Células t Cd8+
Reduzida sinalização via TCR Resposta reduzida a novos 
antígenos
Declínio na diversidade de 
repertório
Reduzida ativação, diferenciação e 
expansão após estímulo
Declínio na diversidade de 
repertório
Expansão de alguns clones 
(não maligna)
Função de auxílio às células B 
defeituosas
Geração de memória 
defeituosa
Aumento na produção de citocinas 
Th2 (IL-10, IL-4 e TGF-b)
Diminuição na produção de 
citocinas Th1 (IL-2, IFN-g e IL-12)
Expansão de células Treg 
Redução na resposta 
citotóxica
TCR: receptor da célula T; Treg: células T regulatórias (CD4+CD25+FoxP3+).
168 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):163-9
ratas. Esse grupo de idosos, logicamente, deve ser 
equipado com um excelente sistema imunológico, 
além de uma ótima combinação de estilo de vida e 
bagagem genética.
O sistema imune está muito bem preservado nos 
centenários. Apesar de apresentarem uma diminuição 
do número de linfócitos T no sangue, eles têm uma 
proliferação linfocitária tão boa quanto a dos adul-
tos29. Além disso, os centenários praticamente não 
apresentam autoanticorpos na circulação e exibem 
uma excelente atividade das células natural killer, o 
que explica a ausência de câncer na maioria dos inte-
grantes desse grupo30. 
CoNClUSÕeS e PerSPeCtiVaS
A população brasileira está envelhecendo rapidamen-
te, numa taxa 3x mais rápida que a média global. 
Várias alterações no sistema imune ocorrem durante 
o envelhecimento (Figura 1). A diminuída resposta 
imune inata e adaptativa, associada ao inflammaging 
e ao aumento do fenótipo imune de risco, está asso-
ciada a maior suscetibilidade de idosos a doenças in-
fecciosas, tumores e doenças autoimunes. Associadas 
a esses fatores inerentes ao processo de senescência, as 
variantes alélicas de genes de citocinas também con-
tribuem na morbimortalidade dos idosos. Centená-
rios são exemplos de envelhecimento bem-sucedido 
e apresentam um sistema imune muito bem preser-
vado. Todas essas peculiaridades enfatizam a impor-
tância do conhecimento da imunossenescência para 
testes de vacinas, terapias farmacológicas e afins espe-
cíficos para os idosos.
na ativação, proliferação e sobrevivência das células T. 
Quando nascemos, praticamente todas nossas células 
T expressam o CD28. Porém, aos 80 anos, aproxima-
damente 10% a 15% de células T periféricas e 50% a 
60% de células CD8 perdem a expressão do CD2827.
As células CD28- apresentam menor diversidade 
do receptor de células T (TCR), menor proliferação 
após engajamento antigênico, maior citotoxicidade, 
função de supressão e menor habilidade em secretar 
IL-2 e regular a ativação. Além disso, apresentam 
maior suscetibilidadeà morte induzida por ativação 
e o acúmulo das células CD28- está associado com 
uma pior resposta vacinal em idosos e resposta imu-
ne contra patógenos28. O fenótipo CD8+ CD28- 
vem sendo associado ao fenótipo imune de risco e 
está associado à maior morbimortalidade em idosos.
A perda do receptor CD28 tem sido associada a 
um constante estímulo das células via TCR, em um 
contexto pró-inflamatório, na presença de particula-
res e persistentes infecções28. As células CD8+CD28- 
têm um impacto negativo na resposta imune mediante 
uma variedade de mecanismos que contribuem para 
o fenótipo imunológico defeituoso em idosos. Esses 
linfócitos são oligoclonalmente expandidos e redu-
zem a resposta imune adaptativa, pois competem 
pelo espaço imunológico, ou seja, menos espaço de 
diversidade de repertório. Em idosos saudáveis, as 
células CD8+CD28- são frequentemente específicas 
para antígenos dos vírus citomegalovírus (CMV) e 
Epstein-Barr (EBV). Essas células possuem um im-
pacto negativo na resposta imune adaptativa por uma 
variedade de mecanismos acima relacionados27. Mui-
tos indivíduos com elevados números de células T 
CD28- apresentam doenças autoimunes (artrite reu-
matoide, esclerose múltipla, espondilite anquilosante, 
entre outras), sugerindo ainda mais que essas células 
sejam desenvolvidas em contexto inflamatório. Uma 
maior caracterização das mudanças moleculares das 
células T CD28- abre oportunidades para explorar 
potenciais alvos de mudar e até melhorar o funcio-
namento desses linfócitos durante o envelhecimento.
Envelhecimento bem-sucedido: os 
centenários
Os centenários são representantes do envelhecimen-
to bem-sucedido, pois escaparam de várias doenças 
associadas com o processo de envelhecimento e atin-
giram o limite extremo da vida humana. Os cente-
nários com frequência não têm doenças associadas 
ao processo de envelhecimento, como câncer, dia-
betes, demências, doenças cardiovasculares ou cata-
Figura 1. Sumário das alterações durante a imunosse-
nescência.
Alterações durante a imunossenescência: destaque para as principais mu-
danças no sistema imune inato e adaptativo. As setas significam aumento 
ou diminuição. Ig: imunoglobulina; TLR: toll-like receptor; MO: medula óssea; 
PCR: proteína C reativa.
169Imunossenescência
aGradeCiMeNtoS
Agradecemos pelo apoio financeiro do Conselho Na-
cional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
(CNPq), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado 
de Minas Gerais (Fapemig) e Coordenação de Aper-
feiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
reFerÊNCiaS 
1. Cui H, Kong Y, Zhang H. Oxidative stress, mitochondrial dysfunc-
tion, and aging. J Signal Transduct. 2012;2012:646354.
2. Kirkwood TBL, Austad SN. Review article. Why do we age? Na-
ture. 2000;408:233-8.
3. Shaw AC, Panda A, Joshi SR, Qian F, Allore HG, Montgomery 
RR. Dysregulation of human toll-like receptor function in aging. 
Ageing Res Rev. 2011;10(3):346-53.
4. Hazeldine J, Arlt W, Lord JM. Dehydroepiandrosterone as a 
regulator of immune cell function. J Steroid Biochem Mol Biol. 
2010;120(2-3):127-36. 
5. Franceschi C, Bonafé M, Valensin S, Olivieri F, Luca M, Ottaviani 
E, et al. Inflamm-aging: an evolutionary perspective on immuno-
senescence. Mol Cell Gerontol. 2000;908:244-54.
6. Mishto M, Santoro A, Bellavista E, Bonafe M, Monti D, Frances-
chi C. Immunoproteasomes and immunosenescence. Ageing Res 
Rev. 2003;2(4):419-32.
7. Leng SX, Cappola AR, Andersen RE, Blackman MR,  Koenig 
K, Blair M, et al. Serum levels of insulin-like growth factor-I (IGF-
-I) and dehydroepiandrosterone sulfate (DHEA-S), and their rela-
tionships with serum interleukin-6, in the geriatric syndrome of 
frailty. Aging Clin Exp Res. 2004;16:153-7.
8. Mishto M, Santoro A, Bellavista E, Bonafe M, Monti D, Frances-
chi C. Immunoproteasomes and immunosenescence. Ageing Res 
Rev. 2003;2(4):419-32. 
9. Ishii T, Hirose H, Saito I, Nishikaik K, Maruyama H, Saruta T. Tu-
mor necrosis factor alpha gene G-308A polymorphism, insulin re-
sistance, and fasting plasma glucose in young, older, and diabetic 
Japanese men. Metabolism. 2000;49:1616-8.
10. Di Bona D, Candore G, Franceschi C, Licastro F, Colonna-Romano 
G, Cammà C, et al. Systematic review by meta-analyses on the 
possible role of TNF-alpha polymorphisms in association with 
Alzheimer’s disease. Brain Res Rev. 2009;61(2):60-8. 
11. Arosio B, Mastronardi L, Vergani C, Annoni G. Intereleukin-10 
promoter polymorphism in mild cognitive impairment and in its 
clinical evolution. Int J Alzheimers Dis. 2010;2010:854527.
12. Mansoori N, Tripathi M, Alan R, Ramakrishnan LKL, Parveen S, 
Mukhopadhyay AK. IL-6-174 G/C and ApoE gene polymorphisms 
in Alzheimer’s and vascular dementia patients attending the cog-
nitive disorder clinic of the all India Institute of Medical Sciences. 
Dement Geriatr Cogn Disord. 2010;30:461-8.
13. Shawkatová I, Javor J, Párnická Z, Vrazda L, Novák M, Buc M. 
No association between cytokine gene polymorphism and risk 
of Alzheimer’s disease in Slovaks. Acta Neurobiol Exp (Wars). 
2010;70(3):303-7.
14. Ribizzi G, Fiordoro S, Barocci S, Ferrari E, Megna M. Cytokine 
polymorphisms and Alzheimer disease: possible associations. 
Neurol Sci. 2010;31(3):321-5.
15. Panda A, Qian F, Mohanty S, Van Duin D, Newman FK, Zhang L, 
et al. Age-associated decrease in TLR function in primary human 
dendritic cells predicts influenza vaccine response. J Immunol. 
2010;184:2518-27.
16. Fietta A Merlini C, Dos Santos C, Rovida S, Grassi C. Influen-
ce of aging on some specific and nonspecific mechanisms of 
the host defense system in 146 healthy subjects. Gerontology. 
1994;40:237-45.
17. Cancro MP, D’Cruz DP, Khamashta MA. The role of B lymphocyte 
stimulator (BLyS) in systemic lupus erythematosus. J Clin Invest. 
2009;119(5):1066-73.
18. Fagnoni FF, Vescovini R, Mazzola M, Bologna G, Nigro E, La-
vagetto G, et al. Expansion of cytotoxic CD8+CD28- T cells in 
healthy ageing people, including centenarians. Immunology. 
1996;88:501-7.
19. Weng NP, Akbar AN, Goronzy J. CD28− T cells: their role in the 
age-associated decline of immune function. Trends Immunol. 
2009;30(9):306-12. Epub 2009 Jun 18.
20. Papassotiropoulos A, Bagli M, Jessen F,  Bayer TA, Maier W, Rao 
ML, et al. A genetic variation of the inflammatory cytokine inter-
leukin-6 delays the initial onset and reduces the risk for sporadic 
Alzheimer’s disease. Ann Neurol. 1999;45:666-8.
21. Maue AC, Yager EJ, Swain SL, Woodland DL, Blackman MA, 
Haynes L. T-cell immunosenescence: lessons learned from mouse 
models of aging. Trends Immunol. 2009;30(7):301-5. 
22. Mocchegiani E, Giacconi R, Cipriano C, Malavolta M. NK and NKT 
cells in aging and longevity: role of zinc and metallothioneins. J 
Clin Immunol. 2009;29:416-25.
23. Weng NP, Akbar AN, Goronzy J. CD28(-) T cells: their role in the 
age-associated decline of immune function. Trends Immunol. 
2009;30:306-12.
24. Naylor K, Li G, Vallejo AN, Lee WW, Koetz K, Bryl E, et al. The in-
fluence of age on T cell generation and TCR diversity. J Immunol. 
2005;174(11):7446-52.
25. Agius E, Lacy KE, Vukmanovic-Stejic M, Jagger AL, Papageorgiou 
AP, Hall S, et al. Decreased TNF-alpha synthesis by macrophages 
restricts cutaneous immunosurveillance by memory CD4+ T cells 
during aging. J Exp Med. 2009;206:1929-40.
26. Ferguson FG, Wikby A, Maxson P, Olsson J, Johansson B. Immu-
ne parameters in a longitudinal study of a very old population of 
Swedish people: a comparison between survivors and nonsurvi-
vors. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 1995;50(6):B378-82.
27. Wikby A, Ferguson F, Forsey R, Thompson J, Strindhall J, Lofgren 
S, et al. An immune risk phenotype, cognitive impairment, and 
survival in very late life: impact of allostatic load in Swedish oc-
togenarian and nonagenarian humans. J Gerontol A Biol Sci Med 
Sci. 2005;60(5):556-65.
28. Agrawal A, Agrawal S, Cao JN, Su H, Osann K, Gupta S. Altered 
innate immune functioning of dendritic cells in elderly humans: a 
role of phosphoinositide 3-kinase-signalingpathway. J Immunol. 
2007;178:6912-22.
29. Agrawal A, Tay J, Ton S, Agrawal S, Gupta S. Increased reactivity 
of dendritic cells from aged subjects to self-antigen, the human 
DNA. J Immunol. 2009;182:1138-45. 
30. Franceschi C, Bonafe M. Centenarians as a model for healthy 
aging. Biochem Soc Trans. 2003;31(2):457-61.
31. Sansoni P, Vescovini R, Fagnoni F, Biasini C, Zanni F, Zanlari L, 
et al. The immune system in extreme longevity. Exp Gerontol. 
2008;43(2):61-5.
artiGo de reViSÃo
a postura do idoso e suas 
implicações clínicas
Posture of the elderly and its clinical implications
Eluciene Maria Santos Carvalho1, Sâmara Paula Ferreira Mota2, 
Guilherme Pinheiro Ferreira da Silva2, João Macedo Coelho Filho3
1 Universidade de 
Fortaleza (Unifor), 
Universidade Federal 
do Ceará (UFC).
2 Unifor.
3 UFC. 
Recebido em 3/6/2011 
Aceito em 1/10/2011
Endereço para correspondência: Eluciene Maria Santos Carvalho • Av. Washington Soares, 1321, 
Edson Queiroz – 60811-341 – Fortaleza, CE. E-mail: eluciene@unifor.br
RESUMO
Considera-se uma postura correta o alinhamento do corpo com eficiência fisiológica e biomecânica máxima, o 
que minimiza os estresses e as sobrecargas sofridas ao sistema de apoio pelos efeitos da gravidade. A postura 
está relacionada à coordenação, ao equilíbrio e ao controle postural. Um dos principais problemas associados ao 
envelhecimento humano é a redução da habilidade para controlar a postura e a marcha. Estudos têm demonstrado 
associações entre controle postural e alteração do equilíbrio relacionadas à idade acima de 75 anos. Estima-se 
que a prevalência de queixas de equilíbrio nessa população chega a 85%, gerando disfunções biomecânicas e 
dependência funcional, podendo resultar em quedas frequentes responsáveis por aproximadamente 70% das mor-
tes acidentais nos idosos. Chegar a uma idade avançada da vida em pleno uso de sua independência funcional é 
certamente um desejo comum do indivíduo para gozo de desempenho de suas funções. Dessa forma, este artigo 
se propõe a analisar as alterações posturais decorrentes do envelhecimento e suas implicações clínicas como fator 
relevante na qualidade de vida do indivíduo idoso, chamando a atenção para o planejamento de ações preventivas 
e cuidados da saúde funcional. 
Palavras-chave: Postura, idoso, saúde do idoso.
ABSTRACT
Correct posture is considered to be the alignment of the body with physiological efficiency and maximum bio-
mechanics that minimizes the stress and overload on the support system caused by gravity. Posture is related to 
coordination, equilibrium and posture control. One of the main problems associated with human aging is the reduce 
ability to control the posture and the walk. Studies have shown an association between posture control and equili-
brium alteration related to those over the age of 75. It is estimated that prevalence of equilibrium complains in this 
age group is 85% generating sible for approximately 70% of the accidentally deaths among the elderly. To arrive 
at an advanced age in life with functional independence is certainly a common desire of the individual to enjoy 
accomplishing his tasks. In this way, this article proposes to analyses the posture alterations emanate to aging and 
its clinical implications as a relevant factor for the elderly individuals quality of life and also an alert to plan preven-
tative actions and cares for functional health. The topic is justifiable as an awakening to look at the necessary care 
regarding factors that intervene on posture alignment in the sense of preventing future repercussions. 
Keywords: Posture, aged, health of the elderly. 
171Postura no idoso
iNtrodUÇÃo
Postura é a posição, atitude de um corpo, maneira 
em que suas partes se encontram para realizar uma 
atividade específica, ou a forma de suportar o próprio 
peso corporal1. Considera-se uma postura correta o 
alinhamento do corpo com eficiência fisiológica e 
biomecânica máximas, o que minimiza os estresses e 
as sobrecargas sofridas ao sistema de apoio pelos efei-
tos da gravidade2. 
Os maus hábitos posturais em geral acompanham 
o indivíduo desde a infância e constituem uma das pri-
meiras razões para o desenvolvimento das alterações 
na postura, podendo induzir à disfunção irreversível3. 
Vários fatores individuais podem influenciar essas 
alterações, como anomalias congênitas e/ou adquiri-
das, má postura, obesidade, alimentação inadequada, 
atividades físicas sem orientação e/ou inadequadas, 
distúrbios respiratórios, desequilíbrios musculares, 
frouxidão ligamentar e doenças psicossomáticas4.
Um dos principais problemas associados ao enve-
lhecimento humano é a redução da habilidade para 
controlar a postura e a marcha. Estima-se que a pre-
valência de queixas de equilíbrio na população acima 
de 65 anos chega a 85%, estando associada a várias 
etiologias e podendo se manifestar como desequilí-
brio, desvio de marcha, instabilidade, náuseas, ton-
turas, vertigens e quedas frequentes. Atualmente, as 
fraturas decorrentes de quedas são responsáveis por 
aproximadamente 70% das mortes acidentais em pes-
soas acima de 75 anos e da diminuição da indepen-
dência funcional5,6.
Chegar a uma idade avançada da vida em plena 
independência funcional é certamente um desejo co-
mum do indivíduo para gozo de desempenho de suas 
funções. Dessa forma, este artigo se propõe a fazer 
uma revisão das alterações posturais decorrentes do 
envelhecimento e suas implicações clínicas como fa-
tor relevante na qualidade de vida do indivíduo idoso 
e também como alerta para planejamento de ações 
preventivas e cuidados da saúde. O tema se justifica 
pelo despertar de um olhar de cuidado necessário no 
que se refere aos fatores que intervêm no alinhamen-
to postural no sentido de prevenir suas repercussões 
futuras.
Foi realizada uma revisão por meio de levanta-
mento de artigos científicos publicados entre os anos 
de 1994 e 2010 e de alguns livros relevantes da área. 
As bases de dados Literatura Latino-Americana e do 
Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), National Libra-
ry of Medicine (Medline) e Scientific Electronic Library 
Online (SciELO) foram consultadas, utilizando-se 
descritores da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) da 
Bireme (Decs). Os descritores utilizados foram: “pos-
tura”, “idoso”, “saúde do idoso”.
A postura e o controle postural no 
processo de envelhecimento 
O envelhecimento compreende os processos de trans-
formação do organismo que ocorrem após a matura-
ção sexual e que acarretam resultados distintos para 
as diversas partes do organismo7. Dentre as principais 
alterações que surgem com o avanço da idade, está o 
decréscimo da função muscular resultante da “sarco-
penia”, com redução substancial de massa muscular 
e um aumento na gordura subcutânea e intramuscu-
lar. Essas alterações geram diminuição da velocidade 
de caminhada, do equilíbrio, da habilidade de subir 
escadas e de levantar-se de uma posição sentada, fa-
tores que favorecem a diminuição da independência 
funcional8.
A postura é vista como um processo estático, 
mas a gravidade e os mecanismos de controle neu-
ral provocam constantemente um deslocamento sutil 
do alinhamento do corpo, que necessita de controle 
postural9. O controle postural exerce suas funções de 
suporte, equilíbrio e estabilização por informações 
sensoriais múltiplas. O sistema visual, vestibular e so-
matossensorial são as principais fontes de orientação 
para o desempenho dessas funções executadas pelo 
sistema motor10. A seleção e a organização dessas in-
formações são processadas e comandadas pelo sistema 
nervoso. Para desempenhar essas funções, o controle 
postural exerce o controle do arranjo dos seguimentos 
corporais baseado no monitoramento da representa-
ção interna da postura11.
Apesar de evidências indicarem diminuição no de-
sempenho do sistema de controle postural em idosos, 
os motivos dessa diminuição, até o momento, não 
foram totalmente esclarecidos. Sugere-se que suas 
causas estariam associadas às alteraçõesestruturais e 
funcionais nos sistemas sensoriais e motor e a proble-
mas na integração das informações sensoriais11.
Os distúrbios do equilíbrio decorrentes do enve-
lhecimento alteram os sistemas sensitivos, visual e 
efetor e ainda estão associados às doenças crônico-
-degenerativas e ao ambiente em que o idoso está 
inserido, gerando instabilidade postural e risco de 
quedas12.
Além das forças musculares para controle da ação 
da gravidade, a estabilidade postural estática depen-
172 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):170-4
de do equilíbrio de suporte de cada seguimento cor-
poral, que, segundo Massion13, é formado pelo eixo 
vertical da cabeça e tronco e do alinhamento da pro-
jeção vertical do centro de massa do corpo na base de 
sustentação. 
Estudos têm demonstrado associações entre con-
trole postural e alteração do equilíbrio relacionada à 
idade acima de 75 anos, analfabetismo e má percep-
ção de saúde14. Com o avanço da idade, as funções 
do controle postural perdem a sua velocidade de in-
formação e capacidade de resposta imediata ao equi-
líbrio corporal. Essas alterações contribuem para o 
aumento de incidência de quedas em idosos15.
A função de estabilização requerida para o desem-
penho das tarefas utiliza ajustes posturais para manter 
estável a postura e preparar o corpo para deslocamen-
tos dos seguimentos corporais durante os movimen-
tos. Os ajustes posturais surgem por ação dos grupos 
musculares relacionados ao equilíbrio e ao controle 
dos movimentos. Pesquisas recentes sobre os ajustes 
posturais preparatórios à ação sugerem que a postura 
ortostática é utilizada como postura de referência e 
é ela que é modificada para preparar o gesto16. Com 
o envelhecimento, essas funções são afetadas e várias 
etapas do controle postural podem ser suprimidas, 
diminuindo a capacidade compensatória do sistema, 
levando a um aumento da instabilidade17.
Barela e Freitas10 afirmam que a provável causa 
da instabilidade do sistema de controle postural em 
idosos seja a alteração no relacionamento entre infor-
mação sensorial e ação motora. Nas situações em que 
o equilíbrio postural é desafiado, a resposta motora 
tem que ser rápida para garantir o reequilíbrio. Como 
os idosos necessitam de maior tempo para processar e 
integrar as informações sensoriais, é provável que esse 
seja um fator importante para a ocorrência de quedas.
Dessa forma, pode-se considerar que o corpo em 
grande desalinhamento dos seus seguimentos, com 
compressões inadequadas de suas estruturas articula-
res e seus ligamentos, poderá alterar a imagem corpo-
ral e a ação dos receptores mioarticulares na condução 
das informações, o que resultaria em dificuldades para 
as reações de restabelecimento do equilíbrio corporal.
Mesmo na presença de um comando nervoso 
central eficiente, a própria limitação estrutural da 
amplitude do movimento poderá impedir reações 
de endireitamento postural instantâneas, e isso será 
mais agravado quando o sistema muscular estiver sob 
condições desfavoráveis. Será exigido um gasto ener-
gético excessivo, que na presença da fadiga e lentidão 
dos movimentos de marcha decorrerá em desfechos 
desfavoráveis como quedas ou contribuirá para um 
estado de vulnerabilidades em idosos. 
A postura estática e suas implicações 
clínicas
Com a deterioração das estruturas que atuam sobre 
o controle do equilíbrio postural é que se percebe o 
quão difícil e crucial é a tarefa de ficar de pé. Manter 
o corpo em posição estática durante a postura ereta 
compreende a constante busca pelo equilíbrio, tendo 
em vista que o corpo oscila o tempo todo. Essa osci-
lação ocorre pela ativação do reflexo de estiramento e 
da força dos músculos antigravitacionais, que lutam 
contra a ação da gravidade18.
A modificação da postura ereta em pé é uma das 
mudanças que ocorrem no sistema osteomuscular em 
consequência da idade. Parece haver um consenso en-
tre os autores que têm estudado a postura corporal 
dos idosos de que com o avanço da idade são mais 
perceptíveis os desvios posturais. Manifestam-se prin-
cipalmente no plano sagital, apresentando algumas 
características como o aumento da curvatura cifótica 
da coluna torácica, a diminuição da lordose lombar, 
o aumento do ângulo de flexão do joelho, o desloca-
mento da articulação coxofemoral para trás e a incli-
nação do tronco para diante, acima dos quadris19.
Algumas alterações nas curvaturas da coluna 
vertebral como hipercifose torácica e hiperlordose 
lombar quase sempre estão presentes em indivíduos 
idosos. Lianza20 caracteriza a hipercifose como sendo 
um aumento no ângulo da cifose dorsal fisiológica e 
geralmente aparecendo como consequência de uma 
hiperlordose lombar, com a finalidade de manter o 
equilíbrio postural da coluna vertebral, devido ao 
deslocamento do seu centro de gravidade. Já a hiper-
lordose relata ser a deformidade mais importante que 
surge como consequência da flexão da cintura pélvica, 
com inclinação do conjunto de vértebras sacrais para 
frente. Dessa forma, a lordose lombar se acentuaria 
com a finalidade de equilibrar o sistema, provocando 
diminuição da flexão do tronco, aumento da cifose 
dorsal e aumento da lordose cervical.
Kisner e Colby1 enfatizam que o exagero contínuo 
das curvaturas leva à má postura e ao desequilíbrio de 
força e flexibilidade muscular, assim como à retração 
ou hipermobilidade em tecidos moles. Cailliet21 sa-
lienta que o retorno à postura ereta depende não só da 
atividade muscular, como também do alinhamento 
das facetas que, essencialmente, só permitem o movi-
mento no plano sagital. A estabilidade dos segmentos 
173Postura no idoso
móveis e a sustentação da coluna vertebral também 
apresentam alterações no idoso. Um estudo22 de-
monstrou que a “capacidade dos ligamentos anterior 
e posteriores da coluna vertebral reduz com o avanço 
da idade”. 
As alterações posturais dos membros comumente 
encontradas associadas à idade são protração ou ab-
dução escapular, que podem alterar o ritmo escapu-
loumeral normal, provocando afecções dolorosas para 
o ombro; rigidez ou contraturas à flexão do cotovelo, 
desvio ulnar do punho e flexão dos dedos, que reduzi-
riam a função de alcançar da mão; contratura em fle-
xão do quadril, que provocaria a redução da passada, 
podendo também aumentar o custo de energia para 
mobilidade e as necessidades para o controle postural, 
sobretudo se a alteração for unilateral; contraturas em 
flexão do joelho; que podem reduzir o comprimento 
da passada e do impulso do quadril; alterações em 
varo ou valgo no quadril, joelhos e tornozelos, que, 
somadas às alterações provenientes das contraturas 
em flexão do joelho e quadril, provocam dores, de-
vido à deformação mecânica e à tensão nos tecidos 
musculoesqueléticos18. 
Apesar da regularidade com que as mudanças aci-
ma descritas ocorrem, não é possível definir o que se 
poderia chamar de postura típica do idoso, haja vista 
a enorme variabilidade que se observa na posição bí-
pede dos indivíduos na terceira idade. Porém, o que 
se percebe é que uma postura alerta e ativa parece ser 
resultado de uma atividade mental sobre o corpo, 
promovendo, assim, o equilíbrio e a estabilidade do 
corpo e da mente. A postura inadequada pode estar 
ligada a uma contração excessiva dos músculos, que 
diminui a atividade dos fusos musculares do sistema 
gama, havendo uma carência de transmissão de im-
pulsos do cérebro, que não é informada sobre o grau 
de deformidade corporal que o corpo assumiu, e a 
postura, por isso, não é corrigida23.
A postura dinâmica e suas implicações 
clínicas
A postura humana é composta das posições de to-
das as articulações do corpo em um dado momen-
to. Segundo Kauffman18, nem todas as alterações na 
postura podem ser classificadas como defeituosas 
ou anormais, algumas podem ser alterações com-
pensatórias normais, resultantes de outras alterações 
neuromusculoesqueléticas na coluna vertebral, nos 
membros ou nos mecanismos de controle central. 
Porém, é certo que a manutenção damarcha, por 
exemplo, constitui componente imprescindível aos 
objetivos de intervenção para manutenção da função 
e da independência funcional em idosos24.
Dentre as alterações da marcha associadas à idade, 
destacam-se: diminuição da velocidade, da altura e do 
comprimento dos passos, diminuição da flexão dos 
joelhos e do tronco, perda de sincronia na movimen-
tação dos membros superiores e aumento da base de 
apoio. Essas modificações podem estar associadas a 
mecanismos de compensação para manter a marcha 
e podem ocasionar quedas, assim como a diminui-
ção da altura do passo provoca aumento do risco de 
tropeços, podendo ocasionar grave comprometimen-
to dos movimentos requeridos para a execução das 
atividades da vida diária24.
Em relação à marcha, pode-se citar o estudo de 
Teixeira et al.25, no qual os autores verificaram os 
aspectos biomecânicos do caminhar em idosos. Os 
achados desse estudo também apontaram para as fa-
ses de apoio maiores e de balanço menores nos idosos 
do que para populações mais jovens. Os autores pres-
supõem que nessa população existe uma necessidade 
maior de buscar segurança na manutenção do equilí-
brio dinâmico. Neste estudo foram encontradas tam-
bém assimetrias entre os comprimentos dos passos e 
uma diminuição de sua amplitude.
Melo et al.26 analisaram as características dinâmi-
cas da marcha do idoso, considerando a prática de 
atividade física e o histórico de quedas. Diante dos re-
sultados, concluíram que os idosos apresentaram re-
dução do primeiro e segundo pico de força e aumento 
do tempo de duplo apoio em relação aos adultos. Os 
autores destacaram que, embora ocorram alterações 
na marcha com o envelhecimento, estas são menores 
nos idosos sem histórico de quedas e praticantes de 
atividades físicas. De acordo com Guccione22, a va-
riabilidade é uma palavra importante a ser lembrada 
quando são discutidas as alterações do envelhecimen-
to na postura propriamente dita. Está claro que um 
idoso não é idêntico a outro, nem todos os idosos 
mostram inclinação para frente e nem todos estão 
motivados para mudar sua postura. 
CoNSideraÇÕeS FiNaiS
Nos últimos 20 anos, estudiosos têm tentado estabe-
lecer um fenótipo de classificação para idosos na con-
dição de fragilidade humana. O termo fragilidade é 
aplicado a indivíduos com alto risco para quedas, hos-
pitalização, incapacidades, institucionalização e mor-
te. Uma proposição de caracterização da fragilidade 
174 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):170-4
defendida por Fried27 et al. elege cinco componentes 
físicos característicos para seu reconhecimento: perda 
de peso não intencional, autorrelato de fadiga, dimi-
nuição da força de preensão, redução das atividades 
físicas e diminuição na velocidade da marcha. 
Os distúrbios da marcha e do equilíbrio podem 
representar um problema de saúde sério com o avan-
ço da idade. As quedas estão intimamente ligadas à 
postura e à marcha, que, por sua vez, sofrem várias 
influências do envelhecimento normal e patológico. 
Apesar de queda ser um problema multifatorial, é 
possível que indivíduos com déficits posturais, prin-
cipalmente idosos, possam ser incapazes de gerar res-
postas adequadas posturais durante, por exemplo, a 
posição prolongada de pé. Isso pode levar à fadiga e, 
finalmente, contribuir para o risco de queda28.
O conhecimento prévio das mudanças posturais 
em decorrência do processo de envelhecimento e suas 
implicações clínicas e funcionais darão suporte aos 
profissionais de saúde para avaliar, tratar e, princi-
palmente, promover programas preventivos a fim de 
minimizar os efeitos deletérios das disfunções cinésio-
-funcionais em idosos resgatando sua autonomia fun-
cional e melhorando sua qualidade de vida.
reFerÊNCiaS
1. Kisner C, Colby LA. Exercícios terapêuticos. São Paulo: Manole; 
2005.
2. Palmer LM, Apler ME. Fundamentos das técnicas de avaliação 
musculoesquelética. 2. ed. São Paulo: Guanabara-Koogan; 2000.
3. Hayne CR. Considerações sobre profilaxia e ergonomia. In: Grie-
ve GP. Moderna terapia manual da coluna vertebral. São Paulo: 
Panamericana; 1994.
4. Moreira AL. Ergonomia: mitos, verdades e controvérsias. Rev 
Ciên cias Gerenciais. 2005;9(11):54-61.
5. Simoceli L, Bittar RMV, Bottino AM, Bento RF. Perfil diagnóstico 
do idoso portador de desequilíbrio corporal: resultados prelimina-
res. Rev Bras Otorrinolaringol. 2003;69(6):772-7.
6. Rogers MW, Mille ML. Lateral stability and falls in older people. 
Exerc Sport Sci Rev. 2003;31(4):182-7.
7. Nèri AL. As políticas de atendimento aos direitos da pessoa idosa 
expressa no Estatuto do Idoso. A Terceira Idade. 2005;16(34):7-24.
8. Lacourt MX, Marini LL. Decréscimo de função muscular decor-
rente do envelhecimento e a influência na qualidade de vida do 
idoso: uma revisão de literatura. Rev Bras Ciên Envelhecimento 
Hum. 2006;3(1)114-21.
9. Bonder BR, Wagner MB. Functional performance in older adults. 
Philadelphia: Davis Company; 2001.
10. Barela JA, Freitas Jr P. Alterações no funcionamento do sistema 
de controle postural de idosos. Uso da informação visual. Rev 
Port Cien Desp. 2006;6(1):94-105. 
11. Mochizuki L, Amadio AC. As funções do controle postural durante 
a postura ereta. Rev Fisioter Univ São Paulo. 2003;10(1):7-15.
12. Gonçalves DFF, Ricci NA, Coimbra AMV. Equilíbrio funcional de 
idosos da comunidade: comparação em relação ao histórico de 
quedas. Rev Bras Fisioter. 2009;13(4):316-23.
13. Massion J. Postural control systems in developmental perspecti-
ve. Neurosci Biobehav Rev. 1998;22(4):465-72. 
14. Maciel ACC, Guerra RO. Prevalência e fatores associados ao dé-
ficit de equilíbrio em idosos. R Bras Ci Mov. 2005;13(1):37-44.
15. Gai J, Gomes L, Nobrega OT, Rodrigues MP. Fatores associados a 
quedas em mulheres idosas residentes na comunidade. Rev As-
soc Med Bras. 2010;56(3):327-32.
16. Takahashi T, Ishida K, Hirose D, Nagano Y, Okumiya K, Nishinaga 
M, et al. Trunk deformity is associated with a reduction in ou-
tdoor activities of daily living and life satisfaction in community-
-dwelling older people. Osteoporos Int. 2005;16(3):273-9.
17. Ruwer SL, Rossi AG, Simon LF. Equilíbrio no idoso. Rev Bras Otor-
rinolaringol. 2005;71(3):298-303.
18. Kauffman TL. Postura. In: Manual de reabilitação geriátrica. 1. 
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2001.
19. Olney SJ, Culham EG. Alterações de postura e marcha. In: Pickles 
B, Ann C, Janet CCS, Vander VA. Fisioterapia na terceira idade. 2. 
ed. São Paulo: Santos; 2002.
20. Lianza S. Medicina de reabilitação. 3. ed. Rio de Janeiro: Guana-
bara Koogan; 2001.
21. Cailliet R. Doenças dos tecidos moles. 3. ed. Porto Alegre: Art-
med; 1998. p. 127-8.
22. Guccione AA. Fisioterapia geriátrica. 2. ed. Rio de Janeiro: Gua-
nabara Koogan; 2002.
23. Clarkson HM. Musculoskeletal assessment: Joint Range of Mo-
tion and Manual. Muscle Strength Philadelphia Lippincott. Phila-
delphia: Williams & Wilkins; 2003.
24. Rodrigues IG. Velocidade da marcha, quedas, medo de cair e ca-
pacidade funcional em idosos da comunidade: dados do FIBRA 
[dissertação]. Campinas, SP: Universidade de Campinas; 2009.
25. Teixeira CS, Link DM, Ribeiro JK, Costa VP, Mota CB. Aspectos 
biomecânicos do caminhar em idosos. In: XVII Jornada Acadê-
mica Integrada. Anais Acadêmicos da Universidade Federal de 
Santa Maria (UFSM): Santa Maria; 2002. 
26. Melo W, Rocha M, Silva A, Bona C, Tourinho Filho H. Nível de 
força isocinética de mulheres idosas. In: XVII Jornada Acadêmica 
Integrada. Anais Acadêmicos da Universidade Federal de Santa 
Maria (UFSM): Santa Maria; 2002. 
27. Fried LP, Ferrucci L, Darer J, Williamson JD, Anderson G. Untan-
gling the concepts of disability, frailty, and comorbidity: implica-
tions for improved targeting and care. J Gerontol A Biol Med Sci. 
2004;59(3):255-63.
28. Freitas SM, Wieczorek SA, Marchetti PH, Duarte M. Age-related 
changes in human postural control of prolonged standing. Gait 
Posture. 2005;22(4):322-30.
artiGo de reViSÃo
evidências da acupuntura no 
tratamento da dorlombar 
Evidence of acupuncture in treatment of low back pain 
Julio César Rigo1, Ana Paula Menezes Pires2, Leandro Alves de Oliveira2, 
Silvio S. Harres3, Roberta Rigo Dalacorte4
1 Serviço de Geriatria 
e Gerontologia da 
Pontifícia Universidade 
Católica do Rio Grande 
do Sul (PUCRS), Núcleo 
de Atendimento à 
Terceira Idade do 
Exército – Policlínica 
Militar de Porto Alegre. 
2 Médico de Família. 
Pós-Graduação 
em Acupuntura.
3 Mestre em Medicina. 
Especialista em 
Acupuntura.
4 Serviço de Geriatria e 
Gerontologia da PUCRS.
Endereço para correspondência: Julio César Rigo • Rua Lavras, 617, Petrópolis – 90460-040 – 
Porto Alegre, RS • Telefax: (51) 3029-4844 • E mail: jcrigojc@gmail.com
RESUMO
introdução: A dor lombar é uma doença de alta prevalência, provocando significantes custos e morbidade para a 
sociedade. Considerando que as pessoas idosas são acometidas frequentemente por essa doença e que essa popu-
lação é mais suscetível aos efeitos adversos dos medicamentos, a acupuntura tem sido uma opção efetiva e segura 
contra a dor lombar. objetivo: Revisar as evidências do uso da acupuntura no tratamento da dor lombar. Métodos: 
Foram pesquisadas as fontes de dados PubMed e Lilacs, com as palavras-chave: “dor lombar” e “acupuntura”. 
resultados: Estudos têm sugerido melhor eficácia da acupuntura em relação ao tratamento convencional com an-
ti-inflamatórios. Outros estudos demonstraram similar superioridade entre a acupuntura verdadeira e a acupuntura 
falsa (sham) comparada ao tratamento medicamentoso, enquanto outros sugerem existir uma superioridade da real 
acupuntura em relação à acupuntura sham. Contudo, revisões sistemáticas têm demonstrado carência de estudos 
bem desenhados para avaliar adequadamente o efeito da acupuntura no tratamento da dor lombar. Conclusão: 
Existem evidências do benefício no tratamento da dor lombar com a acupuntura, sendo esse benefício demonstrado 
na literatura como superior ao tratamento convencional. Contudo, a utilização da acupuntura falsa e da acupuntura 
verdadeira tem demonstrado, até o momento, benefícios similares nesta revisão.
Palavras-chave: Dor lombar, acupuntura.
ABSTRACT
introduction: Low back pain is a very prevalent condition in the elderly. It causes significant morbidity and cost to 
society. Considering the search for effective, safe and affordable treatments, especially in the elderly, who are more 
susceptible to medication’s side effects, acupuncture has been widely used as a primary or complementary treat-
ment option for low back pain. objective: This review examined the currently available evidence supporting the 
use of acupuncture to treat low back pain. Methods: The following databases were searched: PubMed and Lilacs 
with keywords: “low back pain” and “acupuncture”. results: Some studies suggest better efficacy of acupuncture 
compared to treatment with anti-inflammatory. Others studies showed similar superiority between real acupunc-
ture and sham acupuncture compared to conventional drug therapy, while others studies suggest superior benefit 
of real acupuncture compared to sham. However, systematic reviews have highlighted the lack of well-designed 
studies to assess properly the true role of acupuncture in low back pain. Conclusion: The evidence of acupuncture 
for low back pain was demonstrate and it is better than the conventional treatment. However the sham and real 
acupuncture had haven the some evidence in this review.
Keywords: Low back pain, acupuncture.
Recebido em 9/5/2011 
Aceito em 10/8/2011
176 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):175-9
iNtrodUÇÃo
A dor lombar, ou lombalgia, acompanha o homem 
desde que este assumiu a postura ereta. Inúmeros fa-
tores têm contribuído para um aumento na prevalên-
cia da dor lombar, entre eles o estilo de vida urbano 
sedentário, a obesidade, as novas exigências do traba-
lho (doenças ocupacionais), o aumento da sobrevi-
da média da população e as alterações degenerativas 
associadas ao envelhecimento. A dor lombar é uma 
das queixas mais comuns da prática clínica, ocorren-
do em mais de 80% dos indivíduos em algum mo-
mento de suas vidas. Estima-se que 7% da população 
adulta consultará um especialista por causa desse sin-
toma no período de um ano, especialmente idosos. 
Homens e mulheres são igualmente afetados, sendo 
eles trabalhadores braçais ou intelectuais. Para muitos 
indivíduos, a dor lombar é autolimitada e sem ne-
cessidade de tratamento específico; para outros, ela é 
recorrente ou crônica, interferindo em todas as esferas 
das atividades da vida diária. Raramente a lombalgia 
é secundária a uma doença grave como infecção, ma-
lignidade ou outra doença sistêmica1. 
A dor lombar pode originar-se de várias estruturas 
da coluna sensíveis à dor, incluindo ligamentos, anel 
fibroso do disco intervertebral, articulações interapo-
fisárias, periósteo, musculatura e fáscia paravertebral, 
vasos sanguíneos e raízes nervosas. As articulações in-
terapofisárias têm função de estabilização da coluna e 
situam-se próximas aos forames de conjugação, por 
onde emergem as raízes nervosas. Portanto, a artro-
se associada ao processo de envelhecimento dessas 
articulações pode determinar dor lombar e diversos 
graus de irritação radicular. Os discos intervertebrais 
desempenham importante função na absorção de 
impactos e permitem a mobilidade entre vértebras. 
Entre os processos degenerativos associados ao enve-
lhecimento, estão a desidratação dos núcleos pulpo-
sos, que se tornam mais delgados, e o desgaste do anel 
fibroso externo. Contudo, a causa fisiológica da dor 
lombar não é totalmente esclarecida em mais de 85% 
dos pacientes2.
Ocorrem gastos excessivos no tratamento da dor 
lombar com exames de imagem e procedimentos 
cirúrgicos, além do abuso de intervenções farma-
cológicas no manejo de episódios de lombalgia não 
complicada. Dada a elevada prevalência da lombal-
gia, estima-se que 50% da população apresentará dor 
lombar em seis meses, sendo 11% desses episódios 
mais severos – dados obtidos em diferentes popula-
ções estudadas como canadenses, norte-americanos e 
britânicos1,3,4.
Os custos do tratamento da dor lombar são mui-
to elevados, chegando a exceder 100 bilhões de dó-
lares ao ano nos Estados Unidos da América, sendo 
75% desse valor gastos com somente 5% dos casos de 
lombalgia, justamente os severos e que procuram os 
serviços de saúde. A dor lombar esteve associada com 
72% de interrupções em atividades físicas esportivas 
regulares e 60% de interferência na realização de ati-
vidades da vida diária5. 
O tratamento atual da dor lombar visa à dimi-
nuição da dor, à melhoria da amplitude e da força 
dos movimentos e, em última análise, à melhora do 
estado funcional do paciente. Para tanto, existe uma 
gama de diferentes intervenções terapêuticas, incluin-
do a terapia medicamentosa, a fisioterapia, a cirurgia, 
a acupuntura, entre outras. Dada a elevada prevalên-
cia da dor lombar e o fato de, em geral, ela decorrer 
de situações não complicadas, justifica-se a busca por 
terapêuticas efetivas de menor custo e com poucos 
efeitos colaterais, especificamente entre a população 
idosa, uma vez que esta está mais predisposta aos 
efeitos colaterais de medicamentos analgésicos e anti-
-inflamatórios. 
aCUPUNtUra
A acupuntura é um sistema médico complexo inte-
gral, com semiologia e diagnóstico específicos, sendo 
considerada uma parte integrante da medicina tra-
dicional chinesa (MTC), praticada há 2.500 anos. 
A intervenção pela acupuntura consiste na inserção 
de agulhas para estímulos em determinados pontos 
da superfície corporal. Esses pontos fazem parte de 
uma rede de meridianos interconectados entre si e 
com os órgãos, por onde flui a energia vital do orga-
nismo (Qi). Atuando sobre esses pontos, é possível 
interferir na função dos órgãos, buscando corrigir de-
sequilíbrios no fluxo da energia, promovendo a me-
lhora do indivíduo 
Acupuntura no mundo
O sistema clássico da acupuntura foi descrito pela 
primeira vez no Cânonde Medicina do Imperador 
Amarelo (Huang Di Nei Jing), aproximadamente em 
200 antes de Cristo (a.C.). A acupuntura inicialmen-
te se espalhou pela Ásia. A partir do século XVI, mis-
sionários jesuítas trouxeram a prática para a Europa6.
Em 1912, o médico inglês William Osler descre-
veu o uso da acupuntura em sua primeira edição do 
The principles and practice of medicine, indicando-a 
177Acupuntura e dor lombar
como “o melhor tratamento” para dor lombar. A pes-
quisa cresceu nos Estados Unidos a partir de 1971. 
O consenso do National Institutes of Health (NIH) 
dos Estados Unidos referendou a indicação da acu-
puntura, de forma isolada ou como coadjuvante, para 
várias doenças e agravos à saúde. Em 2006, mais de 3 
milhões de adultos americanos submeteram-se a tra-
tamentos com acupuntura.
Acupuntura no Brasil
A acupuntura foi introduzida no Brasil aproximada-
mente há 40 anos. Em 1995, foi reconhecida como 
especialidade médica pelo Conselho Federal de Medi-
cina (CFM) e, posteriormente, pela Associação Mé-
dica Brasileira (AMB) e pelo Sistema Único de Saúde 
(SUS), em seus diversos níveis de atenção. 
Em 1999, o Ministério da Saúde inseriu a consul-
ta médica em acupuntura, o que permitiu acompa-
nhar a evolução das consultas por região e em todo o 
país. Em 2003, foram 181.983 consultas, com maior 
concentração de médicos acupunturistas na região 
Sudeste6.
Mecanismos de ação da acupuntura
Múltiplos modelos fisiológicos têm sido propostos 
para explicar os efeitos da acupuntura. Alguns têm 
implicado a liberação de citocinas, hormônios (como 
cortisol e ocitocina), efeitos biomecânicos e eletro-
magnéticos sobre o sistema imune e o sistema nervo-
so autonômico e somático.
Endorfinas
A principal aplicação da acupuntura tem sido para o 
tratamento da dor. Estudos realizados nas décadas de 
1970 e 1980 contribuíram muito para o entendimen-
to atual dos efeitos analgésicos da acupuntura7.
De acordo com essa teoria, a estimulação por meio 
da acupuntura promove um efeito de liberação de 
neurotransmissores (endorfinas) no nível da medula 
nervosa espinhal e supraespinhal8. Vêm ao encontro 
dessa teoria as evidências de que antagonistas opioi-
des bloqueiam os efeitos analgésicos da acupuntura9. 
Contudo, esse efeito sobre endorfinas parece ser de 10 
a 20 minutos, podendo durar alguns dias, conforme 
documentado em estudo10. A liberação de endorfina 
pode ser obtida mediante estímulo em terminações 
nervosas livres ou musculatura aferente. Porém, a 
especificidade dos pontos de acupuntura e a utiliza-
ção de pontos específicos para o agulhamento ainda 
permanecem não explicadas. Por isso, ainda existem 
limitações às explicações dos efeitos da acupuntura 
relacionadas à liberação de endorfinas11.
Efeito funcional cortical
Estudos realizados por meio de ressonância magnéti-
ca cerebral funcional têm demonstrado efeitos fisioló-
gicos com a utilização da acupuntura. Em um deles, 
foi evidenciado que o estímulo com agulhas em pon-
tos dos pés, específicos para tratamento de desordens 
visuais, estava associado com modificações funcionais 
no córtex occipital associado à visão12,13. Outros es-
tudos também têm documentado esse efeito em res-
sonância magnética cerebral funcional, evidenciando 
que o estímulo de pontos específicos de acupuntura 
provoca efeito maior que o agulhamento de pontos 
aleatórios, não descritos na medicina tradicional chi-
nesa como pontos de acupuntura14.
Teoria do tecido conjuntivo
Nessa teoria, a acupuntura estaria relacionada com 
localizações anatômicas onde existe menor concen-
tração de tecido conjuntivo. Um estudo realizado ava-
liando pontos e trajetos de meridianos de acupuntura 
de membros superiores evidenciou essa associação15. 
Além disso, esses pontos seriam de maior sensibilida-
de, produzindo um efeito maior de sensação associa-
da ao agulhamento, conhecida como “de qi”16.
Evidências da acupuntura no tratamento 
da dor lombar
A busca na literatura pelas evidências científicas da acu-
puntura no tratamento da dor lombar ocorreu por meio 
de pesquisa nas bases de dados PubMed e Lilacs, con-
templando as palavras-chave “acupuntura” e “dor lom-
bar”. Os artigos foram selecionados a partir de ensaios 
clínicos randomizados e revisões sistemáticas da litera-
tura. As principais evidências até o momento da acu-
puntura no tratamento da dor lombar as que seguem.
Em revisão sistemática da literatura, é evidente a falta 
de estudos bem desenhados para avaliar adequadamen-
te o papel da acupuntura no tratamento da dor lom-
bar17. Em revisão sistemática da Cochrane Collaboration, 
foi demonstrado não existir diferença entre a acupuntu-
ra e outras terapias convencionais para o tratamento da 
dor lombar, contudo o uso da acupuntura mostrou-se 
superior ao da acupuntura sham no tratamento da dor 
lombar crônica, além de ser indicado como um bom 
adjuvante no tratamento dessa patologia18.
Estudos recentes têm demonstrado que a acupun-
tura sham (aquela realizada de maneira falsa, fora de 
178 Geriatria & Gerontologia. 2011;5(3):175-9
pontos de acupuntura) e a acupuntura verdadeira 
(rea lizada sobre os pontos e meridianos da acupuntu-
ra chinesa) não parecem diferir em relação ao seu efei-
to analgésico, pois foi observado em torno de 60% 
de melhora da dor tanto com a acupuntura sham 
quanto com a verdadeira. Porém, com o tratamento 
convencional da dor lombar, foram obtidos somen-
te 39% de melhora da dor, evidenciando um efeito 
importante do agulhamento. Esses dados objetivos 
questionam a validade de utilizar pontos específicos 
de acupuntura para o tratamento da dor lombar, pois 
o simples agulhamento, mesmo fora de meridianos 
específicos, já evidenciou melhora adicional da dor 
lombar em relação ao tratamento convencional com 
anti-inflamatórios19,20. Porém, outro ensaio clínico 
randomizado, controlado por placebo, demonstrou 
efeito superior da acupuntura verdadeira em relação 
à acupuntura falsa para tratar a dor lombar crônica 
(média de nove anos de duração de dor lombar, entre 
os pacientes estudados), produzindo, além de alívio 
da dor, melhora do sono, retorno ao trabalho mais 
precocemente e menor tomada de analgésicos21.
Em relação à técnica utilizada, foi encontrado so-
mente um estudo nessa revisão que comparou a acu-
puntura realizada intramuscular com aquela aplicada 
mais profundamente no nível periosteal. Esse estudo 
não mostrou diferença entre as duas técnicas no ma-
nejo da dor22.
Em revisão sistemática da Cochrane Collaboration, 
ficou demonstrado que a massoterapia, quando asso-
ciada à acupuntura, apresenta efeito superior em rela-
ção à massagem isoladamente23.
Outra revisão sistemática da literatura também 
evidenciou benefício da acupuntura tradicional em 
relação ao tratamento convencional em pacientes 
com dor lombar persistente, contudo os estudos dessa 
revisão não contemplaram a comparação com place-
bo ou falsa acupuntura24.
Outro estudo encontrou diferença de 54% entre a 
acupuntura falsa e a acupuntura verdadeira (IC 95% 
de 0,35 a 0,73), demonstrando um real benefício da 
acupuntura verdadeira25. Além desse, outros estudos 
também apontam para um benefício no tratamento 
da dor lombar com a acupuntura quando comparada 
à acupuntura falsa18,21.
CoNClUSÃo
Quando se estuda a acupuntura na literatura ociden-
tal, a frase “escassos estudos de qualidade” é encon-
trada frequentemente. Isso se deve, principalmente, à 
dificuldade técnica e financeira para patrocinar a rea-
lização de ensaios clínicos randomizados controlados 
por placebo – condição essencial nas classificações da 
medicina baseada em evidências.
Embora haja diversos estudos sobre a utilidade da 
acupuntura e documentação do seu efeito fisiológico, 
muitos levaram a resultados inconclusivos em virtude 
do desenho do estudo, do tamanho da amostra, do uso 
de controles inadequados, entre outros fatores. Além 
disso, um pré-requisito para reprodutibilidade seria o 
treinamento uniforme dos acupunturistas participan-
tes de um estudo. A utilizaçãoda acupuntura sham é 
algo difícil de ser metodologicamente aplicado, pois 
envolve também o agulhamento, assim, invariavel-
mente, haverá estímulo neurológico e vascular, levan-
do à liberação de endorfinas endógenas responsáveis 
por um efeito analgésico. Os estudos de base, realiza-
dos há mais de 30 anos, já documentaram os efeitos 
analgésicos da acupuntura. Atualmente, as evidências 
de ensaios clínicos randomizados são ainda contro-
versas, mas demonstram que o agulhamento promove 
efeitos adicionais no tratamento convencional da dor 
lombar. Contudo, a dúvida na literatura atual é sobre 
a necessidade da utilização de pontos específicos de 
acupuntura para a obtenção dessa analgesia.
CoNFlitoS de iNtereSSe
O potencial conflito de interesse é em relação a todos 
serem pós-graduandos ou especialistas em acupuntura.
reFerÊNCiaS
1. Cassidy JD, Carroll LJ. The Saskatchewan health and back pain 
survey. The prevalence of low back pain and related disability in 
Saskatchewan adults. Spine (Phila Pa 1976). 1998;23(17):1860-6.
2. Deyo RA, Rainville J, Kent DL. What can the history and physical 
examination tell us about low back pain? JAMA. 1992;268(6):760-5.
3. Papageorgiou AC, Croft PR, Ferry S, Jayson MI, Silman AJ. Esti-
mating the prevalence of low back pain in the general population. 
Evidence from the South Manchester Back Pain Survey. Spine 
(Phila Pa 1976). 1995;20(17):1889-94.
4. Freburger JK, Holmes GM, Agans RP, Jackman AM, Darter JD, 
Wallace AS, et al. The rising prevalence of chronic low back pain. 
Arch Intern Med. 2009;169(3):251-8.
5. Katz JN. Lumbar disc disorders and low-back pain: socioeconomic 
factors and consequences. J Bone Joint Surg Am. 2006;88(Suppl 
2):21-4.
6. Landsberg G. Acupuntura em Atenção Primária à Saúde: uma 
revisão. PROMEF – Programa de Atualização em Medicina de 
Família e Comunidade. 2011. Ciclo 5. Módulo 4. 
179Acupuntura e dor lombar
7. Pomeranz B, Cheng R, Law P. Acupuncture reduces electrophysio-
logical and behavioral responses to noxious stimuli: pituitary is 
implicated. Exp Neurol. 1977;54(1):172-8.
8. Han JS, Terenius L. Neurochemical basis of acupuncture analge-
sia. Annu Rev Pharmacol Toxicol. 1982;22:193-220.
9. Ulett GA, Han S, Han JS. Electroacupuncture: mechanisms and 
clinical application. Biol Psychiatry. 1998;44(2):129-38.
10. Carlsson C. Acupuncture mechanisms for clinically relevant long-
-term effects – reconsideration and a hypothesis. Acupunct Med. 
2002;20(2-3):82-99.
11. Change in the medical science of acupuncture. World Federation 
of Acupuncture and Moxibustion Societies, Kyoto; 1993.
12. Cho ZH, Chung SC, Jones JP, Park JB, Park HJ, Lee HJ, et al. New 
findings of the correlation between acupoints and corresponding 
brain cortices using functional MRI. Proc Natl Acad Sci U S A. 
1998;95(5):2670-3.
13. Cho ZH, Chung SC, Jones JP, et al. New findings of the correlation 
between acupoints and corresponding brain cortices using func-
tional MRI. Proc Natl Acad Sci U S A. 1998;95(5):2670-3.
14. Fang JL, Krings T, Weidemann J, Meister IG. Functional MRI 
in healthy subjects during acupuncture: different effects of 
needle rotation in real and false acupoints. Neuroradiology. 
2004;46(5):359-62.
15. Langevin HM, Yandow JA Relationship of acupuncture points and 
meridians to connective tissue planes. Anat Rec. 2002;269(6):257-65.
16. Langevin HM, Churchill DL, Wu J. Evidence of connective tissue 
involvement in acupuncture. FASEB J. 2002;16(8):872-4.
17. Lewis K, Abdi S. Acupuncture for lower back pain: a review. Clin 
J Pain. 2010;26(1):60-9.
18. Manheimer E, White A, Berman B. Meta-analysis: acupuncture 
for low back pain. Ann Intern Med. 2005;142(8):651-63.
19. Cherkin DC, Sherman KJ, Avins AL, Erro JH, Ichikawa L. A ran-
domized trial comparing acupuncture, simulated acupunctu-
re, and usual care for chronic low back pain. Arch Intern Med. 
2009;169(9):858-66.
20. Brinkhaus B, Witt CM, Jena S. Acupuncture in patients with chro-
nic low back pain: a randomized controlled trial. Arch Intern Med. 
2006;166(4):45.
21. Christer PO, Carlsson, MD, Bengt HS. Acupuncture for chronic 
low back pain: a randomized placebo-controlled study with long-
-term follow-up. Clin J Pain. 2001;17:296-305. 
22. Hansson Y, Carlsson C, Olsson E. Intramuscular and periosteal 
acupuncture in patients suffering from chronic musculoskeletal 
pain – a controlled trial. Acupunct Med. 2008;26(4):214-23.
23. Furlan AD, Imamura M, Dryden T. Massage for low-back pain. 
Cochrane Database Syst Rev. 2008;(4):CD001929.
24. Yuan J, Purepong N, Kerr DP. Effectiveness of acupuncture for 
low back pain: a systematic review. Spine. 2008;33(23):E887-900.
25. Manheime E, White A, Berman B. Meta-analysis: acupuncture for 
low back pain. Ann Intern Med. 2005;142:651-63. 
aGeNda de eVeNtoS
Esta seção da revista está aberta para a divulgação de eventos nacionais e internacionais. O material pode ser enviado 
à coordenadora Sandra Santana, na Segmento Farma Editores, Rua Anseriz, 27, Campo Belo – 04618-050 – São Paulo, 
SP, ou por e-mail: sandrasantana@segmentofarma.com.br
Curso introdução à Geriatria
Data: 7 de Janeiro de 2012
Cidade: Lisboa
Local: Hotel Sana Lisboa
Organização: Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (GERMI)
Informações: www.spmi.pt
XVi Simpósio internacional de atualização em Psiquiatria Geriátrica
Data: 23 e 24 de março de 2012
Cidade: São Paulo, SP
Local: Centro de Convenções APAS
Informações: http://www.blcongressoseventos.com.br
XViii Congresso Brasileiro de Geriatria e Gerontologia
Realização: SBGG
Data: 22 a 25 de maio de 2012
Cidade: Rio de Janeiro, RJ
Local: Centro de Convenções Sul América
Seccional: Nacional
iaGG's 20th World Congress - "digital aging: New Horizon for all age"
Realização: IAGG
Data: 23 a 28 de junho de 2013
Cidade: Seoul
Local: Coreia
XXiX Congresso Brasileiro de reumatologia 
Data: 19 a 22 setembro de 2012
Cidade: Vitória, ES
Local: Centro de Convenções de Vitória
Informações: http://www.reumato2012.com.br
Informações geraIs
A revista Geriatria & Gerontologia – G&G é a publicação científica tri-
mestral da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – SBGG, 
para veicular artigos que contribuam para a promoção do conheci-
mento na área de Geriatria e Gerontologia, em suas diversas subá-
reas e interfaces. A G&G aceita submissão de artigos em português, 
inglês e espanhol. Seu conteúdo encontra-se disponível em versão 
impressa, distribuída a todos os associados da SBGG, e em versão 
eletrônica acessada pelo site: www.sbgg.org.br.
Instruções para o envIo dos manuscrItos
Os trabalhos devem ser enviados por via eletrônica para o endereço: 
sbggassociados@terra.com.br; sandrasantana@segmentofarma.com.br,
ou por correio, em CD ou DVD, para: Segmento Farma / Geriatria & Ge-
rontologia – Rua Anseriz, 27, Campo Belo – 04618-050 – São Paulo, SP. 
O autor para correspondência receberá mensagem acusando recebi-
mento do trabalho; caso isto não aconteça até sete dias úteis do en-
vio, deve-se entrar em contato. Concomitantemente, o autor deverá 
enviar, por via postal, uma declaração de que o manuscrito está sendo 
submetido apenas à revista Geriatria & Gerontologia e a concordân-
cia com a cessão de direitos autorais. 
avalIação dos manuscrItos por 
parecerIstas (peer review)
Os manuscritos que atenderem à política editorial e às Instruções aos 
autores serão encaminhados aos editores, que considerarão o mérito 
científico da contribuição. Aprovados nesta fase, os manuscritos serão 
encaminhados para pelo menos dois revisores de reconhecida compe-
tência na temática abordada. Os manuscritos aceitos poderão retornar 
aos autores para aprovação de eventuais alterações no processo de 
editoração e normalização, de acordo com o estilo da revista. Manus-
critos não aceitos não serão devolvidos, a menos que sejam solicita-
dos pelos respectivos autores no prazo de até três meses.
Os manuscritos publicados são de propriedade da revista, sendoproi-
bida tanto a reprodução, mesmo que parcial, em outros periódicos, 
como a tradução para outro idioma. 
pesquIsas envolvendo seres humanos
Resultados de pesquisas relacionadas a seres humanos devem ser 
acompanhados de declaração de que todos os procedimentos tenham 
sido aprovados pelo comitê de ética em pesquisa da instituição de 
origem a que se vinculam os autores ou, na falta deste, por um outro 
comitê de ética em pesquisa credenciado junto à Comissão Nacional 
de Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde. Além disso, deverá 
constar, no último parágrafo do item Métodos, uma clara afirmação 
do cumprimento dos princípios éticos contidos na Declaração de Hel-
sinki (2000), além do atendimento a legislações específicas do país no 
qual a pesquisa foi realizada. Os indivíduos incluídos em pesquisas 
devem ter assinado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
tIpos de artIgos publIcados
A revista G&G aceita a submissão de:
Editoriais e Comentários. Esta seção destina-se à publicação de 
artigos subscritos pelos editores ou aqueles encomendados a autori-
dades em áreas específicas, devendo ser prioritariamente relaciona-
dos a conteúdos dos artigos publicados na revista.
Artigos Originais. Contribuições destinadas à divulgação de resul-
tados de pesquisas inéditas tendo em vista a relevância do tema, o 
alcance e o conhecimento gerado para a área da pesquisa. Devem 
ter de 2.000 a 4.000 palavras, excluindo ilustrações (tabelas, figuras 
[máximo de cinco]) e referências [máximo de 30]. 
Artigos de Revisão. Avaliação crítica sistematizada da literatura so-
bre determinado assunto, de modo a conter uma análise comparativa 
dos trabalhos na área, que discuta os limites e alcances metodológicos, 
permitindo indicar perspectivas de continuidade de estudos naquela li-
nha de pesquisa e devendo conter conclusões. Devem ser descritos os 
procedimentos adotados para a revisão, bem como as estratégias de 
busca, seleção e avaliação dos artigos, esclarecendo a delimitação e 
limites do tema. Sua extensão máxima deve ser de 5.000 palavras e o 
número máximo de referências bibliográficas de 50.
Comunicações Breves. São artigos resumidos destinados à divul-
gação de resultados preliminares de pesquisa; resultados de estu-
dos que envolvam metodologia de pequena complexidade; hipóteses 
inéditas de relevância na área de Geriatria e Gerontologia. Devem 
ter de 800 a 1.600 palavras (excluindo tabelas, figuras e referências 
[máximo de dez]). Deve ter a estrutura de um artigo original. 
Relatos de Caso. São manuscritos relatando casos clínicos inédi-
tos e interessantes. Devem observar a estrutura de resumo com In-
trodução, Relato do caso (com descrição do paciente, resultados de 
exames clí nicos, seguimento, diagnóstico), Discussão (com dados de 
semelhança na literatura) e Conclusão. Devem conter a bibliografia 
consultada e não devem ter mais de 1.500 palavras e 15 referências.
Artigos Especiais. São manuscritos entendidos pelos editores 
como de especial relevância e que não se enquadram em nenhuma 
das categorias citadas. Sua revisão admite critérios próprios, não ha-
vendo limite de tamanho ou exigências prévias quanto às referências 
bibliográficas.
Cartas ao Editor. Seção destinada à publicação de comentários, 
discussão ou críticas de artigos da revista. O tamanho máximo é de 
1.000 palavras e até cinco referências.
orIentações para a preparação dos manuscrItos
Os manuscritos devem ser digitados em Word for Windows [(inclu-
sive tabelas); as figuras devem ser enviadas em arquivo JPG com no 
mínimo 300 dpi de resolução].
Devem ser apresentados na sequência:
a) título completo do trabalho, em português e inglês, com até 90 
caracteres; b) título abreviado do trabalho com até 40 caracteres (in-
cluindo espaços), em português e inglês; c) nome de todos os autores 
por extenso, indicando a filiação institucional de cada um; d) dados 
InstRuçõEs AOs AutOREs
de um dos autores para correspondência, incluindo o nome, endereço, 
telefone(s), fax e e-mail. 
Resumo: todos os artigos submetidos deverão ter resumo em 
português e em inglês (abstract), entre 150 e 250 palavras. Para 
os artigos originais e comunicações breves, os resumos de-
vem ser estruturados incluindo objetivos, métodos, resultados e 
conclusões. Para as demais categorias, o formato dos resumos 
pode ser o narrativo, mas preferencialmente com as mesmas in-
formações. Não devem conter citações e abreviaturas. Destacar 
no mínimo três e no máximo seis termos de indexação, extraí-
dos do vocabulário “Descritores em Ciências da Saúde” (DeCS – 
www.bireme.br), quando acompanharem os resumos em português, 
e do Medical Subject Headings – MeSH (http://www.nlm.nih.gov/
mesh/), quando acompanharem os “Abstracts”. Se não forem encon-
trados descritores disponíveis para cobrirem a temática do manus-
crito, poderão ser indicados termos ou expressões de uso conhecido.
texto: com exceção dos manuscritos apresentados como Artigos de 
Revisão os trabalhos deverão seguir a estrutura formal para trabalhos 
científicos: Introdução. Deve conter revisão da literatura atualizada e 
pertinente ao tema, adequada à apresentação do problema, e que 
destaque sua relevância. Não deve ser extensa, definindo o problema 
estudado, sintetizando sua importância e destacando as lacunas do 
conhecimento (estado da arte) que serão abordadas no artigo. Mé-
todos. Devem conter descrição clara e sucinta dos procedimentos 
adotados; universo e amostra; fonte de dados e critérios de seleção; 
instrumentos de medida, tratamento estatístico, dentre outros. Resul-
tados. Devem se limitar a des crever os resultados encontrados sem 
incluir interpretações e comparações. Sempre que possível, os resul-
tados devem ser apresentados em tabelas ou figuras, elaboradas de 
forma a serem autoexplicativas e com análise estatística. Discussão. 
Deve explorar, adequada e objetivamente, os resultados, discutidos 
à luz de outras observações já registradas na literatura. É importante 
assinalar limitações do estudo. Deve culminar com as Conclusões, 
indicando caminhos para novas pesquisas ou implicações para a prá-
tica profissional.
Agradecimentos: podem ser registrados agradecimentos, em pará-
grafo não superior a três linhas, dirigidos a instituições ou indivíduos 
que prestaram efetiva colaboração para o trabalho. 
conflIto de Interesses
Deve incluir relações com: a) conflitos financeiros, como empregos, 
vínculos profissionais, financiamentos, consultoria, propriedade, par-
ticipação em lucros ou patentes relacionados a empresas, produtos co-
merciais ou tecnologias envolvidas no manuscrito; b) conflitos pessoais: 
relação de parentesco próximo com proprietários e empregadores de 
empresas relacionadas a produtos comerciais ou tecnologias envol-
vidas no manuscrito; c) potenciais conflitos: situações ou circunstân-
cias que poderiam ser consideradas como capazes de influenciar a 
interpretação dos resultados.
referêncIas bIblIográfIcas 
As referências devem ser listadas ao final do artigo, numeradas 
consecutivamente, seguindo a ordem em que foram mencionadas 
a primeira vez no texto, baseadas no estilo Vancouver (consultar: 
“Uniform Require ments for Manuscripts Submitted to Biomedical 
Journals: Writing and Editing for Medical Publication” [http://www.
icmje.org]). Nas referências com até seis autores, citam-se todos os 
autores; acima de seis autores, citam-se os seis primeiros autores, 
seguido de et al. As abreviaturas dos títulos dos periódicos citados 
deverão estar de acordo com o MedLine. A exatidão e a adequação 
das referências a trabalhos que tenham sido consultados e mencio-
nados no texto do artigo são de responsabili dade do autor.
Livros
Kane RL, Ouslander JG, Abrass IB. Essentials of clinical geriatrics. 5th 
ed. New York: McGraw Hill; 2004.
Capítulos de livros
Sayeg MA. Breves considerações sobre planejamento em saúde do 
idoso. In: Menezes AK, editor. Caminhos do envelhecer. Rio de 
Janeiro: Revinter/SBGG; 1994. p. 25-8.
Artigos de periódicos
OuslanderJG. Urinary incontinence in the elderly. West J Med. 
1981;135 (2):482-91.
Dissertações e teses
Marutinho AF. Alterações clínicas e eletrocardiográficas em pacien-
tes idosos portadores de Doença de Chagas [dissertação]. São 
Paulo: Universidade Federal da SBGG; 2003. 
trabalhos apresentados em congressos, simpósios, encon-
tros, seminários e outros 
Petersen R, Grundman M, Thomas R, Thal L. Donepezil and vitamin E 
as treatments for mild cognitive impairment. In: Annals of the 
9th International Conference on Alzheimer´s Disease and Related 
Disorders; 2004 July; United States, Philadelphia; 2004. Abstract 
O1-05-05.
Artigos em periódicos eletrônicos
Boog MCF. Construção de uma proposta de ensino de nutrição para cur-
so de enfermagem. Rev Nutr [periódico eletrônico] 2002 [citado em 
2002 Jun 10];15(1). Disponível em: http://www.scielo.br/rn
textos em formato eletrônico
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estatísticas da saúde: 
assistência médico-sanitária. http://www.ibge.gov.br (acessado 
em 05/Fev/2004). 
Morse SS. Factors in the emergence of infectious diseases. Available 
from URL: http://www.cdc.gov/ncidod/EID/eid.htm. Acesso em: 
Jun 5 1996.
background
Geriatria & Gerontologia (Brazilian Geriatrics & Gerontology) – G&G 
is a quarterly scientific publication by Sociedade Brasileira de Geriatria 
e Gerontologia (SBGG) (Brazilian Geriatrics and Gerontology Society) 
aim ing the publication of articles on Geriatrics and Gerontology, 
including their several subareas and interfaces. G&G accepts article 
submissions in Portuguese, English, and Spanish. The print content is 
available for SBGG members, and the online content can be accessed 
at: www.sbgg.org.br.
InstructIons for manuscrIpt sendIng
Papers should be sent either by e-mail to: sbggassociados@terra.com.br; 
sandrasantana@segmentofarma.com.br or by mail in CD or DVD to: 
Segmento Farma / Geriatria & Gerontologia – Rua Anseriz, 27, Campo 
Belo – 04618-050 – São Paulo, SP. The corresponding author will re-
ceive message acknowledging the paper receipt; should this do not 
occur up to seven working days from the sending, the author should 
get in touch with the journal. Concurrently, the author should send 
by mail a declaration stat ing that the manuscript is being submitted 
only to Geriatria & Gerontologia and that he(she) agrees with the 
cession of copyright.
manuscrIpt evaluatIon by peer revIew 
Manuscripts that regard the editorial policy and the instructions for 
authors will be referred to editors who will evaluate the their scien-
tific merit. Manuscripts will be submitted to at least two reviewers 
with expertise in the addressed theme. Accepted manuscripts might 
return for authors’ approval of in case of changes made for editorial 
and standardization purposes, according to the journal style. Manu-
scripts not accepted will not be returned, unless they are requested 
by the respective authors within three months.
Published manuscripts are journal ownership, so either reproduction, 
even partial, in other journals or translation into another language is 
unauthorized.
research InvolvIng human subjects
Articles related to research involving human subjects should indicate 
whether the procedures followed were in accordance with the ethical 
standards of the responsible committee on human experimentation 
(in stitutional or regional) accredited by the Comissão Nacional de 
Ética em Pesquisa do Ministério da Saúde (Health Ministry National 
Research Ethics Committee). In addition, a clear statement of compli-
ance with ethical principles outlined in Helsinki Declaration (2000) 
shall appear in the last paragraph of Methods section, as well as 
fulfillment of specific law requirements of the nation the research 
was performed in. The subjects included in the research should have 
signed a Free and Informed Consent Term.
categorIes of manuscrIpts
G&G accepts the following submissions:
Original Articles. Contributions aiming at release of unpublished 
research results considering the theme relevance, its range and the 
knowl edge generated for research purposes. Original articles should 
contain 2,000 to 4,000 words, excluding illustrations (tables, figures 
[not exceed ing 5]) and references [not exceeding 30].
Review Articles. Critical and systematic evaluation of literature on 
a certain subject containing a comparative review of papers in that 
area, discussing methodological limitations and ranges, indicating 
further study needs for that research area, and containing conclu-
sions. The proceedings adopted for the review, as well as search, 
selection, and article evaluation strategies should be described, in-
forming the limits of the theme. They should not exceed 5,000 words 
and 50 references.
Brief Communications. These manuscripts are short articles aiming 
at release of preliminary results of research; study results involving 
low complexity methodology; relevant unpublished hypotheses in 
Geriatrics and Gerontology. They should not exceed 800 to 1,600 
words (tables, figures and references [not exceeding 10] excluded). 
The structure should follow what is requested in an original article.
Case Reports. These manuscripts report unpublished and interesting 
clinical cases. They should follow an abstract structure with Introduc-
tion, Case Report (describing the patient, clinical examination results, 
follow-up, diagnosis), Discussion (showing similar data in literature), 
and Conclusion. They should contain the bibliography consulted and 
should not exceed 1,500 words and 15 references.
Letters to the Editor. Section designed for publication of comments, 
discussion or any article reviews. They should not exceed 1,000 words 
and 5 references.
InstructIons for manuscrIpt preparatIon
Manuscripts should be typed in Word for Windows [(including tables); 
fig ures should be supplied as JPG file and a minimum of 300 dpi 
resolution].
Manuscripts should be prepared according to the sequence below:
a) paper full title in Portuguese and English not exceeding 90 charac-
ters; b) paper short title not exceeding 40 characters (spaces included) 
in Portuguese and English; c) authors’ and coauthors’ complete name, 
indicating institutional affiliations for each one of them; d) corre-
sponding author data, including name, address, telephone and fax 
numbers, and e-mail.
Abstract: all manuscripts should be submitted with an abstract in 
Portuguese and in English having no more than 150 to 250 words. For 
original articles and brief communications, abstracts should be 
structured to include objective, methods, results, and conclusions. 
For other man uscript categories, abstract models could be narrative, 
but rather carrying the same information. Abstracts should not con-
tain quotations and abbreviations. At least three and at most six key 
words should accompany the Abstracts, being extracted from the vo-
cabulary Descritores em Ciências da Saúde (DeCS – www.bireme.br) 
when accompanying abstracts in Portuguese and from Medical Subject 
Headings – MeSH (http://www.nlm.nih.gov/mesh/) when accompany-
ing abstracts in English. If no descriptor is available to cover the manu 
script theme, words or expressions of known use might be indicated.
InstRuCtIOns fOR AuthORs
text: except for Review Articles, papers should assume formal structure 
of a scientific text: Introduction. The introduction should contain updated 
literature review, being appropriate to the theme, suitable to the problem 
introduced, and enhancing the theme relevance. The introduction should not 
be extensive, but define the problem studied, synthesizing its importance 
and stressing the knowledge gaps addressed in the article. Methods. This 
section should have clear and brief description of proceedings adopted; 
sampling; data source and selection criteria; measurement instruments; 
statistical analysis, among other features. Results. This section should 
be limited to describing the results found without including interpretationand comparison. Whenever possible, results should be displayed in tables 
or figures designed to be self-explanatory and having statistical analysis. 
Discussion. The discussion should properly and objectively explore the 
results, discussed in the light of further observation already registered in 
literature. It is important to point out the study limitations. The discussion 
should culminate by conclusions indicating avenues for new research or 
implications for professional practice.
Acknowledgements: Acknowledgments may be written in a no 
more than 3-line paragraph towards institutes or individuals that ef-
fectively contributed to the paper.
conflIct of Interest
Conflict of interest includes: a) financial conflict, such as employment, 
professional liaisons, funding, consulting, ownership, profit or patent 
shar ing related to marketed products or technology involved in the manu-
script; b) personal conflict: close relatedness to owners and employers 
in companies connected to marketed products or technology involved 
in the manuscript; c) potential conflict: situations or circumstances that 
could be considered capable of influencing the result interpretation.
references 
Should be listed at the end of the manuscript and numbered in the order 
they are first mentioned in the text, following Vancouver style (v. Uni-
form Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedic al Journals. 
Writing and Editing for Medical Publication [http://www.icmje.org]). List 
all authors up to 6; if more than six, list the first 6 followed by et al. 
The titles of journals should be abbreviated according to style used in 
MedLine. Authors are responsible for the accuracy and completeness 
of references consulted and cited in the text.
Examples of reference style:
Books
Kane RL, Ouslander JG, Abrass IB. Essentials of clinical geriatrics. 5th 
ed. New York: McGraw Hill; 2004.
Book chapters
Sayeg MA. Breves considerações sobre planejamento em saúde do 
idoso. In: Menezes AK, editor. Caminhos do envelhecer. Rio de 
Janeiro: Revinter/SBGG; 1994. p. 25-8.
Journal articles
Ouslander JG. Urinary incontinence in the elderly. West J Med. 
1981;135 (2):482-91.
Essays and theses
Marutinho AF. Alterações clínicas e eletrocardiográficas em pacientes 
idosos portadores de doença de Chagas [dissertação]. São Paulo: 
Universidade Federal da SBGG; 2003. 
Papers introduced in congresses, symposiums, meetings, 
seminars etc.
Petersen R, Grundman M, Thomas R, Thal L. Donepezil and vitamin 
E as treatments for mild cognitive impairment. In: Annals of the 
9th International Conference on Alzheimer´s Disease and Related 
Disorders; 2004 July; United States, Philadelphia; 2004. Abstract 
O1-05-05.
Articles from electronic journals
Boog MCF. Construção de uma proposta de ensino de nutrição para 
curso de enfermagem. Rev Nutr [periódico eletrônico] 2002 [citado 
em 2002 Jun 10];15(1). Disponível em: http://www.scielo.br/rn
texts in electronic format
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Estatísticas da saúde: 
assistência médico-sanitária. http://www.ibge.gov.br (acessado 
em 05/Fev/2004).
Morse SS. Factors in the emergence of infectious diseases. Available from 
URL: http://www.cdc.gov/ncidod/EID/eid.htm. Acesso em: Jun 5 1996. 
Todos os anúncios devem respeitar rigorosamente o disposto na RDC nº 96/08.
Rua Anseriz, 27, Campo Belo – 04618-050 – São Paulo, SP. Fone: 11 3093-3300 • www.segmentofarma.com.br • segmentofarma@segmentofarma.com.br
Diretor-geral: Idelcio D. Patricio Diretor executivo: Jorge Rangel Gerente financeira: Andréa Rangel Gerente comercial: Rodrigo Mourão Editora-chefe: Daniela Barros MTb 39.311 Comunicações médicas: 
Cristiana Bravo Relações institucionais: Valeria Freitas Gerentes de negócios: Claudia Serrano, Marcela Crespi, Philipp Santos e Valeria Freitas Coordenadora comercial: Andrea Figueiro Gerente editorial: 
Cristiane Mezzari Coordenadora editorial: Sandra Regina Santana Assistente editorial: Camila Sáfadi Designer: Flávio Santana Revisoras: Glair Picolo Coimbra e Sandra Gasques Produtor gráfico: Fabio 
Rangel Cód. da publicação: 12104.12.11
(1-4)
(1-4)
(1-4)
(1-4)
1. Edington J, Barnes R, Bryan F, et al. A prospective randomised controlled trial of nutritional supplementation in malnourished elderly in the community: Clinical and health economic outcomes. Clin Nutr. 2004;23:195-204. - 2. Price R, Daly F, Pennington CR, McMurdo ME. Nutritional supplementation of very old people 
at hospital discharge increases muscle strength: A randomised controlled trial. Gerontology. 2005;51:179-185. - 3. Bischoff-Ferrari HA et al. BMJ. 2009; 339: b3692 - 4. Bischoff-Ferrari et al. Prevention of nonvertebral fractures with oral vitamin D and dose dependency. Arch Intern Med. 2009;169(6):551-561
Marcas de corte e sangria
planta técnica e limite de textos
• A Jotacê não se responsabiliza por erros após a impressão desta arte final uma vez que a mesma foi aprovada pelo cliente.
• Todas as informações legais e de rotulagem são de responsabilidade do cliente.
• Este print NÃO serve como padrão de cores. Para as composições das cores seguir as que constam na retranca da Jotacê.
• A responsabilidade de adequação da arte final ao processo de impressão (compensações, tolerâncias, registros de impressão (Overprint e Trap)) 
 são do fornecedor de impressão. Qualquer mudança feita pelo fornecedor deverá ser submetida ao cliente.
15 09 2011 DVD - Nutrição
OS Nº: 13734
TÍTULO: Anúncio Nutren Senior para
 Revista SBGG
FORMATO: 210mm x 280mm
RESP.: Frank
D e s i g n G r á f i c o
Aprovação de arte final
210mm
28
0m
m

Mais conteúdos dessa disciplina