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SUMÁRIO: INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 3 UM RESUMO DE MINHA HISTÓRIA DE VIDA ................................................................................... 5 QUANDO TUDO COMEÇOU A MUDAR .......................................................................................... 6 MEU CASAMENTO, UM DIVISOR DE ÁGUAS .................................................................................. 7 MUDANÇA PARA A CIDADE DE MONTE CARMELO/MG – UMA PORTA PARA O CRESCIMENTO..................................................................................................................... 7 PRIMEIRA VIAGEM A ISRAEL – UMA MUDANÇA DE MENTALIDADE ............................................. 8 A DECISÃO DE IR PARA FACULDADE E RECUPERAR O TEMPO PERDIDO ..................................... 8 ACIDENTE DE CARRO, RETORNO PARA MONTE CARMELO E UM TEMPO SABÁTICO ................. 9 O DESAFIO DE RECOMEÇAR “PEQUENO” .................................................................................... 11 UMA PROPOSTA MILIONÁRIA, E UM TRAUMA QUE SE TORNOU O MEU MAIOR DESAFIO ....... 12 AS CONSEQUENCIAS DO PÓS TRAUMA ...................................................................................... 13 UM DIVISOR DE ÁGUAS E UMA TOMADA DE DECISÃO QUE MUDOU A MINHA MENTE .......... 15 COMO SURGIU O MÉTODO FP3 E COMO ELE ME AJUDOU A TOMAR O RUMO DA MINHA VIDA NOVAMENTE ......................................................................................................................... 16 CONHEÇA O MÉTODO FP3 E COMO ELE PODE AJUDAR A VENCER SEU MAIOR DESAFIO .... 20 1 - O FENÔMENO RAM (REGISTRO AUTOMÁTICO DA MEMÓRIA) MÉTODO FP3 = MAIS UMA COISA EU FAÇO ............................................................................... 21 2 - FENÔMENO: O GATILHO DA MEMÓRIA MÉTODO FP3= DEIXANDO AS COISAS QUE FICARAM PARA TRÁS ........................................... 23 3- JANELAS DA MEMÓRIA MÉTODO FP3 = “AVANÇO PARA AS COISAS QUE ESTÃO ADIANTE” ........................................ 25 4 - FENÔMENO DA ÂNCORA DA MEMÓRIA MÉTODO FP3 = “PROSSIGO PARA O ALVO” ................................................................................ 28 5 - FENÔMENO DO AUTOFLUXO MÉTODO FP3 = AFIM DE GANHAR O PRÊMIO CELESTIAL DE DEUS EM CRISTO JESUS .............. 30 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 34 INTRODUÇÃO Considero este pequeno livro como um remédio, que jamais achei que iria produzir. O intuito deste remédio é: ajudar pessoas que sofrem com algum transtorno emocional após terem vivido algum trauma: emocional, familiar, econômico, profissional, entre outros, a tomar o rumo de sua vida novamente. Neste exato momento, há milhares de pessoas, em toda parte do mundo, que precisam viver em um mundo, o qual, por algum motivo, deixou de ser o mesmo que um dia elas viveram. Um mundo onde existem as próprias leis e regras, sendo que, para sobreviver a este mundo, é preciso aprender a se superar todos os dias, pois somente os mais fortes, os mais resilientes, conseguem exercer um duplo papel: “de morar em dois lugares ao mesmo tempo”, no mundo “real” e no mundo “pós trauma”. Sou apenas mais um que, de uma hora para outra, me vi neste mundo “pós trauma”, mundo que conhecia apenas de ouvir falar, mas que então, descobri como é viver em um lugar onde os sentimentos, aqueles que você não deseja sentir, mas que invadem a sua mente sem permissão, e incomodam o seu corpo, lhe deixam em uma sensação de ser um mero refém de suas emoções. Onde o medo, as incertezas, a dor, a angústia e a tristeza sabotam seus projetos, sua missão de vida e a sua felicidade. 3 4 O objetivo deste livro, é lhe mostrar, como consegui tomar o rumo do meu mundo novamente e, como superar, todos os dias, uma mente que teima em te chamar para retornar para o mundo “pós trauma”, que tem como único intuito sabotar quem você realmente é. Se eu pudesse resumir este livro em uma frase, diria: “Quando um trauma não te mata, ele produz um remédio”. Desejo, do fundo do meu coração, que o meu testemunho seja um poderoso remédio, produzido para ajudar pessoas a retomar sua vida novamente. Que traga esperança para aquelas pessoas que, de uma hora para outra, se viram vivendo em um mundo que jamais desejariam morar. Quando um trauma não mata, ele gera uma pessoa muito mais forte, resiliente, sábia, que aprende a dar valor a cada dia e aos pequenos momentos de felicidade que a vida lhe proporciona. Quando um trauma não te mata, você entende o significado do conceito que o poeta romano, Horácio, escreveu, aproximadamente vinte e três anos antes de Cristo, “Carpe Dien”. Que simplesmente quer dizer: “Aproveite o dia”. Quando um trauma não te mata, você retorna para a sua vida muito mais forte, muito mais produtivo, muito mais maduro e preparado para enfrentar as adversidades da vida. Profetizo que: você será mais um remédio, que superou o mundo pós trauma e que agora, ajudará pessoas a tomar o rumo de suas vidas novamente. Boa leitura. 4 UM RESUMO DE MINHA HISTÓRIA DE VIDA Nasci em Batatais, uma pequena cidade do interior de São Paulo. Meu pai, criado na antiga Febem em São Paulo até os 18 anos, foi abandonado pela minha avó aos dois anos de idade. Minha mãe, nascida na roça, no interior de Minas Gerais, trabalhou durante quase toda minha infância e juventude como doméstica para cuidar de três filhos pois, meu pai, devido a tantos traumas do passado, se tornou um alcoólatra e, nunca conseguiu ter estabilidade em sua vida para cuidar de sua família. Como você pode perceber, cresci em um ambiente sem nenhuma estrutura formal que pudesse me ajudar a estudar e a planejar um futuro promissor para minha vida. Acredite, até aos meus 17 anos, não sabia nem o que era um vestibular. Cresci vendo meu pai desempregado, chegando em casa alcoolizado, batendo em minha mãe e vendo ela se superando todos os dias, mesmo diante de tantas dificuldades, para que, de alguma forma, conseguisse comprar comida para seus filhos. 5 Comecei a trabalhar aos 11 anos de idade, em um bar; aos 13 anos, entregava jornal; aos 16, arrumei um emprego para passear com cachorros de uma família muito rica em minha cidade e aos 18 anos, comecei a trabalhar como segurança em bares noturnos. E os estudos? Apenas o básico para passar de ano. Mesmo sem ter um incentivo familiar, terminei todas as etapas do colegial, pois meu objetivo era servir para o Exército Brasileiro, sendo necessária esta formação. QUANDO TUDO COMEÇOU A MUDAR Ao completar 19 anos de idade, após ter a frustração de não ter conseguido ingressar no Exército e, quase ter sido preso por falsificação de documentos, me mudei para a cidade de Uberaba-MG para morar na casa de minha irmã que, naquela época, era pastora evangélica. Em Uberaba, comecei a entender que, se quisesse sobreviver, precisaria me esforçar muito, pois já não estava morando com meus pais. Comecei a procurar emprego, mas não obtive sucesso, pois meu currículo não atraía a atenção de nenhuma empresa. Foram inúmeros “nãos” e, comecei a perceber que, de fato, estava despreparado para a vida. O único lugar que consegui emprego foi para trabalhar de chapa, descarregando caminhão para uma grande empresa da cidade. Pelo menos, tinha almoço, janta e um dinheiro para passar a semana sem muitas regalias. 6 MEU CASAMENTO, UM DIVISOR DE ÁGUAS Depois de dois anos em Uberaba, me casei com uma linda mulher, aos 21 anos de idade. Ela cantava na igreja e tinha o sonho de ser pastora, uma mulher que Deus me abençoou, que me ajudou muito a crescer, amadurecer e despertar para uma vida com propósito. A Karen se tornou, além de minha esposa, minha melhor amiga, minha auxiliadora, uma mulher sábia para me aconselhar quando preciso e mãe de nossos dois lindos filhos, Isaac e Levi. Meu casamento foi abase de tudo o que Deus construiu a partir daquele momento da minha vida. Meu casamento foi o divisor de águas, realmente um gráfico demonstrativo do “antes e depois”. Como morei um tempo na casa de minha irmã, que era pastora, aos finais de semana frequentava a igreja, então me converti e iniciei um propósito com Deus através da fé. Eu dizia: “Se Deus me trouxe para esta cidade, ele irá cuidar de mim, irá abrir as portas que preciso para crescer na vida e ser feliz”. Já nesta fase da minha vida, estava disposto a fazer o que fosse preciso para mudar o meu “currículo”. MUDANÇA PARA A CIDADE DE MONTE CARMELO, MG UMA PORTA PARA O CRESCIMENTO Logo após o casamento, nos mudamos para a cidade de Monte Carmelo, com aproximadamente 50 mil habitantes, para administrar uma pequena escola de informática, que meu cunhado iria fechar, caso não encontrasse ninguém para gerenciá-la. Aceitamos o 7 desafio e iniciamos o trabalho. Após alguns meses, iniciamos reuniões com três pessoas para estudar a Bíblia. Tínhamos como missão, ajudar pessoas a conhecer mais sobre Jesus. Este pequeno grupo, que se reunia à noite na sala de nossa casa, se tornou uma linda Igreja, que pastoreamos há mais de 18 anos. Formamos líderes e pastores que abriram igrejas em outras cidades. PRIMEIRA VIAGEM À ISRAEL – UMA MUDANÇA DE MENTALIDADE Aos 24 anos de Idade, realizei a minha primeira viagem à Israel. Dizem que uma viagem pode significar muito mais do que turismo e mudar muitas coisas na mente de uma pessoa, posso afirmar que é verdade! Tudo que presenciei nesta viagem me fez querer mais... O impacto foi tão grande em minha mente que tomei a decisão de vencer o que sempre foi o meu maior desafio: estudar. Nunca gostei de estudar, não achava necessário, como você já sabe, a maneira pela qual fui criado não me deu esta base de entendimento. Esta viagem abriu a minha mente e tudo que eu queria era recuperar o tempo que perdi e mudar de uma vez por todas o meu currículo. A DECISÃO DE IR PARA FACULDADE E RECUPERAR O TEMPO PERDIDO Assim que retornei da viagem à Israel, realizei um vestibular para graduação em Letras, com o intuito de 8 aprender a escrever e falar corretamente. Todavia, como minha vontade era recuperar o tempo perdido, comecei a fazer outra faculdade, de Comunicação Institucional, minha ideia era concluir duas faculdades de uma vez e, assim, recuperar o tempo em que não havia estudado. Logo após terminar as duas faculdades, de imediato, fiz um MBA em Gestão de Projetos Inovadores na USP, em Ribeirão Preto, e uma especialização em Marketing pela FGV. Nesta ocasião, já havia me tornado Coach e nos mudamos novamente para Uberaba-MG, onde trabalhava como treinador de líderes, executivos, gerentes e empresários em empresas na região do Triângulo Mineiro. Como você pode perceber, em dez anos mudei completamente o meu currículo. Aos 20 anos, não era aceito pelos empresários pois meu currículo não oferecia condições de trabalhar como colaborador de suas empresas, aos 30 anos, me contrataram para ajudá-los a desenvolver seus principais líderes, e a conseguir maiores resultados. Superar desafios sempre foi minha maior motivação. ACIDENTE DE CARRO, RETORNO PARA MONTE CARMELO E UM TEMPO SABÁTICO Em setembro de 2011, estava vivendo o que achava ser “o melhor tempo da minha vida”. Minha empresa de treinamentos estava crescendo muito, estava ganhando muito bem, havia comprado um carro de luxo, escrevi o meu primeiro livro, minha esposa fazendo faculdade de psicologia, meu filho estudando em uma escola particular, a igreja em Monte Carmelo crescendo sem a minha presença, tudo estava indo muito bem. Até que, em uma viagem de Uberaba para Monte Carmelo, sofri um acidente na rodovia que começou a mudar algumas coisas em minha vida. 9 Neste acidente, bati de frente com outro carro, a 110km por hora, ocasionando a morte do outro motorista. Na estrada, esperando pelo resgate, dentro de um carro todo destruído, obtive a notícia de que o motorista do outro carro havia morrido. Logo pensei: “Meu Deus, porque isso foi acontecer comigo?” Já no hospital eu pensava: “Será que vale a pena está correria da vida?” Minha maior agonia era saber que, naquele momento, uma esposa estava ficando sem o seu marido, e um filho sem o seu pai. Também pensava: “Poderia ter sido eu no lugar daquele homem, será que realmente vale à pena tudo que estou fazendo?” Naquela época, quase não tinha tempo para meu filho primogênito, para desfrutar da doce companhia de minha esposa, estava focado no crescimento de minha empresa e nos resultados que almejava alcançar. Apenas cinco dias após o acidente, já estava na estrada novamente, a trabalho. Como eu tinha contrato com empresas da região, precisava honrar o contrato e resolvi superar este desafio, o trauma do acidente, na própria estrada. Foi muito difícil pois nos primeiros dias, pensava constantemente no acidente e na morte da outra pessoa. Lembro-me que tremia toda vez que um veículo passava ao meu lado para ultrapassar. Entretanto, depois de alguns dias viajando, consegui superar todo aquele momento terrível, e retornei a dirigir normalmente, pois aquele trauma havia sido superado. Algum tempo depois do acidente, resolvi retornar para Monte Carmelo e fiz um voto com Deus para tirar um tempo sabático. Resolvi ficar três anos e meio sem trabalhar com consultorias e treinamentos e ficar somente cuidando da igreja. Foi um grande desafio para mim, pois deixar de trabalhar no que mais amava fazer e mudar para uma cidade menor, de fato, foi uma enorme renúncia. 10 Naquele tempo, depois de seis anos, fiz outra viagem para Israel, procurando aquietar a minha alma e buscar em Deus força para me reencontrar novamente. Foram três anos e meio de muita renúncia, mas de muito crescimento espiritual. Durante este tempo sabático, desenvolvi um site de treinamentos para liderança eclesiástica e escrevi quatro livros com uma metodologia para o crescimento de igrejas. Pude ajudar centenas de líderes ministeriais com estes materiais. O DESAFIO DE RECOMEÇAR “PEQUENO” Logo após o tempo sabático, retornei às minhas atividades profissionais com um grande desafio: reiniciar em uma cidade pequena. A minha estratégia foi oferecer consultoria para empresas de menor expressão, me preparar para mudar novamente para Uberaba, retornando com a prestação de serviços para as grandes empresas da região, como antes. Percebi que, se continuasse morando em Monte Carmelo e viajando para trabalhar na região, ficaria mais tempo com a minha família e também cuidaria melhor da igreja. Morar em uma cidade pequena tem suas vantagens, principalmente de cuidar dos filhos e descansar aos finais de semana. Aos poucos, fui crescendo profissionalmente novamente e, em menos de um ano, estava feliz com os resultados alcançados. Tinha algo muito forte dentro de mim, encontrar o prazer em “RECOMEÇAR”, sempre gostei do significado desta palavra. Sempre dei valor para histórias de homens que perderam tudo o que conquistaram e precisaram tomar o rumo de suas vidas novamente. 11 UMA PROPOSTA MILIONÁRIA E UM TRAUMA QUE SE TORNOU MEU MAIOR DESAFIO No início de 2020, recebi uma proposta de trabalho que iria me deixar muito bem financeiramente. Depois de passar um tempo sabático e prestar consultorias para empresas pequenas, esta proposta era tudo que estava esperando. Todavia, este trabalho demandava muita concentração e muitas viagens para São Paulo e até mesmo para fora do Brasil. Foram mais de dois meses viajando e trabalhando intensamente. Procurava tranquilizar minha esposa dizendo: “Serão só algumas viagens, financeiramente estaremos muito bem resolvidos, vamos aguentar...” Os hotéis passaram a ser minha casa, a estrada, minha rotina e a internet, um meio de comunicação com a minha família. Este trabalho exigia muito e a cobrança era intensa. Todavia, como já relatei, sempre gostei de desafios e, de certa forma, tinha prazer em sentir a pressão da cobrança pelos resultados. Enquanto para muitos viver assim é como um “castigo”,para mim era uma “benção”. Estava novamente sentindo os prazeres que os desafios me proporcionavam, além de conhecer novas culturas, novas pessoas, comer em diferentes restaurantes, e passar horas, de madrugada, trabalhando para concluir o serviço com êxito; tudo isso me fazia, de certa forma, uma pessoa feliz. Até que, em uma viagem, fui surpreendido com uma cena, algo que jamais iria imaginar que poderia acontecer comigo. Fiquei um tempo sem reação, não conseguia compreender o que tinha acontecido e o motivo pelo qual isso aconteceu. Minha mente ficou 1 2 por algum tempo parada, perplexa, apenas com o barulho, como a explosão de uma bomba... Como disse o Apóstolo Paulo, em sua segunda carta aos Coríntios, no capítulo 12, versículo 7: “um espinho na carne me foi colocado”. Pela primeira vez, em toda minha vida, me senti como se estivesse sem chão e que, a qualquer momento, um buraco iria se abrir na minha frente e eu iria ser simplesmente puxado para baixo, sem força para reagir, simplesmente iria desaparecer. Assim como naquela época, hoje não posso relatar aqui o que aconteceu, pois outras pessoas seriam prejudicadas, o que posso falar é que, naquele momento, estava vivendo o maior desafio da minha vida. Algo que mexeu comigo, maior do que as cenas que presenciei de meu pai batendo em minha mãe na minha infância, maior do que os desafios de fazer duas faculdades de uma vez, maior do que o acidente do carro que sofri. De fato, minha mente sofreu uma grande lesão, que proporcionou reações das quais apenas havia ouvido falar até aquele momento. AS CONSEQUÊNCIAS DO PÓS TRAUMA Após o trauma, retornei para minha casa e interrompi o trabalho. O mesmo trabalho que era uma “grande porta para o sucesso”, aquela que era a minha grande oportunidade, não existia mais, pois não tinha a menor condição de sair de minha cama. Tudo o que me restava era ficar lamentando, chorando e sem forças para me levantar. Passei as primeiras noites em claro e tudo que conseguia fazer era chorar escondido para que meus filhos não presenciassem aquelas cenas de dor e sofrimento. 13 Após os primeiros dias de isolamento, precisei dar os primeiros passos, pois na época tinha duas empresas e a igreja que precisavam da minha presença em algumas reuniões ou em pequenos grupos de estudos. Precisava me arrastar todos os dias para que, de alguma forma, conseguisse fazer a gestão de minhas empresas, pois sabia que minha família iria sofrer muito se eu não me movesse. Nos primeiros quinze dias, depois que tomei a decisão de sair de minha cama, ameacei dar alguns passos ao trabalho e foi assustador. As fortes crises emocionais surgiam repentinamente, ao conversar com alguém, por alguns minutos, as fortes crises começavam a apontar em meu peito e sabia que precisava interromper a conversa para poder chorar em algum canto escondido. De fato, pela primeira vez em minha vida, estava com “problemas emocionais”. Tomei a decisão de não contar o que estava acontecendo para ninguém além de minha esposa, pois eu pensava: “Como um Bispo Evangélico, um homem que sempre demonstrou força, coragem, motivação, fé, poderia falar que estava passando por problemas emocionais?” Sei que muitas pessoas, em meu lugar, abririam logo o jogo e gritariam por socorro, todavia, não sou assim! Preferia a dor, o sofrimento e o isolamento, do que relatar o que estava passando, até mesmo para evitar as incansáveis perguntas que certamente iriam ocorrer sobre o que aconteceu, o que me levou a sofrer o trauma. Lembro-me de algumas tentativas que fiz, no intuito de trabalhar e retornar para minhas atividades, e de como as crises emocionais me faziam de refém. Algumas vezes, no trânsito, precisava parar o carro, pois as crises tomavam conta de minha mente e do meu corpo. Não foram poucas as vezes que precisei encostar o carro em algum lugar isolado e ligar para minha esposa, para que ela fizesse uma oração, tentasse de alguma forma me acalmar, para que pudesse retornar para minha casa. 14 Em outra ocasião, tomei coragem de visitar uma empresa que tinha em uma outra cidade e, durante uma reunião com funcionários, as fortes crises começaram a surgir, me forçando a sair da reunião e ir chorar no banheiro. Aquele dia, precisei retornar para minha casa com fortes crises de pânico e com uma incrível sensação de luto. Eu sabia que, se continuasse desta forma, iria ficar muito doente, minhas empresas iriam passar por grandes problemas, minha família iria sofrer, a igreja e tudo que consegui conquistar em 18 anos de ministério e na minha vida profissional, poderia ser perdido. UM DIVISOR DE ÁGUAS E UMA TOMADA DE DECISÃO QUE MUDOU A MINHA MENTE Os dias foram passando e as lembranças continuaram a me manter preso. Não tinha mais controle de meus pensamentos. É incrível, bastava apenas abrir os olhos ao acordar, que a primeira cena que vinha em minha mente era a cena do trauma. Ficava alguns minutos olhando para o teto do meu quarto, pensando, até que ponto aquele sentimento terrível de tristeza iria tomar conta de meu coração e da minha mente. Certo dia, minha esposa acordou e me viu chorando e lamentando de uma forma tão intensa, que a fez ter coragem e falar: “Amor, você precisa fazer como o Apóstolo Paulo fazia, relatado em Filipenses 3, 13”: “Mais uma coisa eu faço, esquecendo-me das coisas que ficaram para trás, avanço para as que estão adiante, prossigo para o alvo, afim de ganhar o chamado prêmio celestial de Deus em Cristo Jesus”. Quando ela mencionou esta passagem bíblica, recebi como um confronto, pois já havia pregado sobre esta passagem do apostolo Paulo muitas vezes. Também já ministrei treinamentos para líderes empresariais, 15 já escrevi livros de desenvolvimento humano com base nesta passagem bíblica, sempre foi uma das passagens mais lembradas por mim, quando eu precisava aconselhar alguém cujo objetivo era esquecer algo e continuar seguindo o seu propósito. Eu sabia, que se conseguisse colocar em prática estes cinco comportamentos que Paulo deixou registrado em Filipenses, certamente iria conseguir tomar o rumo da minha vida novamente. Foi neste momento, após ter sido confrontado com esta passagem bíblica, que tomei a maior decisão de toda minha vida: “A DECISÃO DE NÃO ACEITAR MAIS FICAR CHORANDO EM MINHA CAMA E PROCURAR UMA FORMA DE VENCER ESTE GRANDE DESAFIO”. Sabia que precisava agir, que de fato havia chegado a hora de colocar em prática o que já havia ensinado muitas pessoas a fazer: “esquecer o que ficou para trás e avançar para as coisas que estão adiante”. Aquele conselho de minha esposa, que na verdade foi como um tapa em minha cara, me fez acordar, como se tivesse tomado um choque e me jogado para fora de minha cama. De fato, esta passagem bíblica se tornou um divisor de águas naquele momento em minha vida. COMO SURGIU O MÉTODO FP3 E COMO ELE ME AJUDOU A TOMAR O RUMO DA MINHA VIDA NOVAMENTE Após ter tomado a decisão de buscar uma forma de praticar a passagem de Filipenses 3.13 e conseguir tomar o rumo da minha vida novamente, comecei uma 16 jornada. Gostaria de obter conhecimento a respeito do que levou o apóstolo Paulo a tomar aquela decisão e como ele conseguia colocar em prática aqueles “cinco comportamentos”. Comportamentos que fazem parte de qualquer metodologia de autoajuda, que têm como objetivo, desenvolver a performance humana. Há quase 10 anos ministrando treinamentos para líderes, já tinha conhecimento destes cinco comportamentos de Filipenses 3.13, como uma espinha dorsal, que estrutura e ramifica os demais pensamentos e comportamentos de todos os treinamentos de coaching que já havia participado. Comprei vários livros falando sobre a biografia de Paulo e passei a observar os comportamentos dele, não só com a visão de um teólogo e um líder espiritual, más pela ótica das ciências que estudam os comportamentos e pensamentos humanos, como a psicologia, psiquiatria e a filosofia. Passei muitas noites em claro, assisti muitos treinamentos online, revisei muitos dos meus livros sobre coaching e liderança e, depoisde quase dois meses, comecei a formatar um caminho para colocar em prática o que chamo de MÉTODO FP3. Só quem viveu o que vivi consegue entender o sofrimento, as limitações, os conflitos internos, a luta diária para não retornar ao estágio de ficar na “cama” com medo de viver. Por isso, sabia que precisaria de algo que pudesse seguir todos os dias, como se fosse um passo a passo, uma cartilha, algo que todos os dias iria me orientar e me direcionar. De fato, precisava transformar tudo que estava aprendendo com os estudos em um MÉTODO. Diariamente iria colocando o MÉTODO em prática. Como já falei anteriormente, todos os dias, sem exceção, o primeiro pensamento que surgia em minha mente, logo quando acordava, era sobre o trauma. 17 Para sair da cama, era necessário recorrer ao MÉTODO. Focava meus pensamentos no que havia aprendido e logo conseguia tomar a decisão de sair de minha cama e enfrentar o dia que estava começando. Claro que, nos primeiros dias, as crises começavam a apontar em meu peito, para sabotar meus alvos e projetos, mas direcionava a minha mente no MÉTODO e tomava a decisão de esquecer e avançar. De fato, era uma luta diária, todavia, eu tinha um MÉTODO para seguir, do qual eu tinha a convicção de que iria me ajudar. Algo que se tornou uma forma de apoio para vencer os desafios emocionais que só quem viveu um trauma pode entender com mais propriedade. Minha esposa se tornou minha terapeuta, meu apoio nos momentos os quais precisava falar, colocar para fora o que estava sentindo. Conversar com ela, era como tirar as minhas dores emocionais com as próprias mãos. Através do MÉTODO, consegui entender com mais intensidade a importância de uma psicóloga, uma pessoa que pode te ouvir e, de alguma forma, orientar, te ajudando a observar o trauma por outros ângulos. Já escrevi livros falando sobre a importância de conversar, de ter alguém para te ouvir, pois no meio evangélico, damos o nome deste procedimento de “discipulado”. Aprendi na prática como esta tremenda ferramenta é capaz de se tornar um remédio na vida das pessoas. Assim, dia após dia, ia tomando o rumo da minha vida novamente. Nos dias que estava com muitas crises emocionais, realizava poucas tarefas, já nos dias que estava bem, realizava uma grande quantidade de tarefas, para compensar os dias de pouca produtividade. 18 Percebi que, mesmo diante de uma situação tão complicada, a qual estava passando, o MÉTODO me ajudava a avançar para as coisas que estavam adiante e, acredite, só o fato de conseguir cumprir algumas tarefas, já possibilita uma sensação maravilhosa, como se você tivesse terminado o seu dia como um grande vencedor. É por isso que, todos os cinco comportamentos que o apóstolo Paulo escreveu, que faziam parte de sua vida, se tornam interdependentes, ou seja, um precisa do outro para que você alcance a vitória. Em uma situação como a minha, não se pode apenas tomar uma decisão, é preciso saber esquecer, avançar para as coisas que estão adiante, ter metas diárias, encontrar um motivo para viver. Só assim, uma pessoa que precisa lidar todos os dias com “crises emocionais”, após ter passado por um trauma, consegue tomar o rumo da sua vida novamente. E foi exatamente o que fiz! 19 CONHEÇA O MÉTODO FP3 E COMO ELE PODE TE AJUDAR A VENCER O SEU MAIOR DESAFIO Como já citei anteriormente, quando iniciei minhas pesquisas para entender com mais propriedade os cinco comportamentos relatados pelo apóstolo Paulo em Filipenses 3.13, não pesquisei apenas como um teólogo, ou como um líder espiritual, mas também com o intuito de saber sobre o que a ciência fala a respeito da mente humana. Segundo o psiquiatra Dr. Augusto Cury, nossa mente trabalha com cinco (05) fenômenos que controlam nossas emoções e atitudes. Portanto, apresento-lhes um resumo de cada uma das emoções, fazendo uma analogia com o MÉTODO FP3, possibilitando entender a razão pela qual os cinco comportamentos de Filipenses 3.13 são totalmente interdependentes, ou seja, um complementa o outro. 20 1 - O FENÔMENO RAM (REGISTRO AUTOMÁTICO DA MEMÓRIA) MÉTODO FP3 = MAIS UMA COISA EU FAÇO... O fenômeno RAM (Registro Automático da Memória) é o responsável por realizar, biografar, todos os arquivos das experiências pelas quais passamos ao longo da vida. Ele funciona como uma máquina fotográfica, registrando em nossa memória todas as nossas sensações: o que vemos, ouvimos, sentimos, saboreamos, vivenciamos e até o que pensamos é guardado em nossa biblioteca interna (córtex cerebral). É muito importante compreender este fenômeno antes de falar sobre os cinco comportamentos do MÉTODO FP3. Em resumo, tudo o que você vivencia no seu dia a dia, coisas boas ou ruins, conhecimentos, pensamentos, são registrados pela sua memória, sem que você perceba ou controle. Ou seja, foi colocada uma prateleira nova em sua biblioteca interna (córtex cerebral) sem que você sequer se desse conta. 21 Se o cérebro funciona desta forma, você precisa tomar a decisão de sair do lugar em que você se encontra para registar novos momentos em sua vida. Assim, irá proporcionar novos cenários, provocar novas sensações, sentimentos, emoções, que possam ser maiores do que as que você viveu quando sofreu o trauma. Albert Einstein dizia que: “para que você possa obter confortavelmente o equilíbrio em momentos de crise, é como andar de bicicleta, é preciso se mover”. Eu sabia que precisa me mover, sair daquela situação, todos os dias, pegar a “bicicleta” diante da vida e me movimentar para conseguir buscar o equilíbrio diante do momento pelo qual estava passando. Sendo assim, o primeiro comportamento do MÉTODO FP3 é: “MAIS UMA COISA EU FAÇO”, que está diretamente relacionado à tomada de decisão, querer sair do lugar que você se encontra, não aceitar ficar parado diante de uma situação de dor, sofrimento, angústia, e proporcionar novos registros em sua mente, no intuito de viver emoções diferentes das que o trauma lhe proporcionou. Nenhum método, nenhum tratamento, nada irá ajudar você a vencer o seu trauma, as suas feridas emocionais do passado, ou qualquer que seja o seu desafio, se você não tomar uma decisão. Sabia disso, por isso, falei para mim mesmo: “MAIS UMA COISA EU FAÇO”. 22 2 - FENÔMENO: O GATILHO DA MEMÓRIA MÉTODO FP3 = DEIXANDO AS COISAS QUE FICARAM PARA TRÁS... Como vimos anteriormente, temos um registro de memória que é automático, ou seja, temos uma imensa biblioteca com milhões de livros guardados nas suas infinitas “prateleiras”. Sem percebermos, inconscientemente, nosso cérebro vai registrando informações tão rapidamente que não conseguimos filtrar de maneira inteligente o que é bom ou ruim para nós. O “Gatilho da Memória” ou “Auto checagem” é o fenômeno inconsciente que lê automaticamente a memória. Este fenômeno, que atua na etapa inicial do processo de interpretação, diante de um estímulo qualquer, seja ele físico ou mental, é acionado e, em milésimos de segundos, lê a memória e faz a primeira interpretação. Por exemplo: ao ouvir uma música que tenha marcado um momento em sua vida, você se lembra de um determinado local ou de uma determinada pessoa. Sendo assim, precisei colocar em prática o segundo comportamento do MÉTODO FP3 – “DEIXANDO AS 23 COISAS QUE FICARAM PARA TRÁS”, sempre que o Gatilho da Memória era acionado, trazendo as lembranças do que aconteceu, focava minha mente no que desenvolvi através do método, para que o meu EU INTERIOR, pudesse me ajudar a esquecer as lembranças, e avançar para o próximo comportamento. Entendi que o apostolo Paulo, quando mencionou esta atitude, não estava dizendo que tinha simplesmente esquecido, como se fosse uma “amnésia”, ele estava falando sobre o “poder” de controlar as lembranças e não deixar o que o passado interferira negativamente o futuro. Para que isso possa acontecer, é preciso ter conhecimento profundo do seu EU INTERIOR e desenvolver o seu EU IDEAL, ou seja, uma forma de pensar e agir diante seus valores e propósitos. O MÉTODO FP3 me ajudou a desenvolver uma consciência segura, queserve como uma bússola, me guiando para tomar as decisões corretas nos momentos em que o Gatilho da Memória acionava as lembranças do que havia passado. Sem a construção do seu EU IDEAL, é muito difícil controlar as lembranças do passado, pois o Gatilho da Memória irá ler constantemente o que aconteceu em sua mente, mesmo que você se esforce para que isso não aconteça. Através do METODO FP3, consegui o equilíbrio, controlando minhas emoções, para que as lembranças não mais interferissem negativamente minha vida. Quando consegui controlar minhas emoções, tomando a decisão de “deixar para trás” o que aconteceu comigo, consegui retornar a fazer o que fazia antes de passar pelo trauma, ou seja, tomei o rumo da minha vida novamente. 24 3 - JANELAS DA MEMÓRIA MÉTODO FP3 = “AVANÇO PARA AS COISAS QUE ESTÃO ADIANTE” A janela da memória é, como o próprio nome diz, uma janela onde está registrado um determinado momento de sua vida. Voltando ao exemplo da biblioteca, a janela é um livro que está em uma caixa com vários livros e, quando ela se abre, você tem acesso à ela. Em nosso inconsciente há centenas ou milhares de informações e experiências em diversas janelas. Como livros em várias caixas guardadas em milhões de prateleiras. Consegue imaginar o tamanho dessa biblioteca? Há janelas que carregam o medo, a tensão, a angústia, o pânico, a raiva, a inveja... Outras janelas trazem a tranquilidade a serenidade, o prazer e a afetividade. Estas janelas que nos trazem sentimentos negativos, como medo, pânico, entre outros, são chamadas de Janelas Killer (“Janelas Assassinas”), também conhecidas como Janelas Traumáticas. Essas são as janelas que carregam os sentimentos de um trauma. Sentimentos que, no meu caso, me 25 paralisaram. Que me fizeram sofrer como nunca antes em minha vida. Que me fizeram viver, durante um tempo, em um mundo totalmente desconhecido e, como já mencionei anteriormente, um mundo onde apenas tinha ouvido falar. COMO SAIR DESTA JANELA? A partir do momento em que entendi o significado das janelas, em especial da Janela Killer e como funciona o nosso cérebro através do Registro Automático da Memória (RAM), comecei a colocar em prática o Terceiro Comportamento do Método FP3: “AVANÇO PARA AS COISAS QUE ESTÃO ADIANTE”. Para que meu cérebro, através da memória RAM, pudesse registrar novas janelas, que seriam as janelas saudáveis, as quais poderiam me levar a um novo mundo, um mundo onde iria viver apenas nas janelas coerentes ao meu propósito de vida e não mais viver sofrendo os sintomas das Janelas Traumáticas. Avançar para as coisas que estão adiante é pensar em uma nova visão de futuro. O que de fato você deseja alcançar em sua vida a curto, médio e longo prazo. Assim, comecei novamente a projetar o meu futuro. Através da metodologia FP3, percebi que poderia voltar a sonhar com a minha vida e a entender que poderia sair de um mundo cheio de dor e incertezas, para um mundo de possibilidades, um mundo que pudesse me fazer ser o que sempre fui antes de passar pelo trauma. Através do entendimento sobre como funciona o cérebro, percebi que pouco adiantava tentar esquecer o passado, se não me comprometesse com o meu futuro. 26 Pensar nas coisas que estão adiante, como disse o Apostolo Paulo, que faz com que o nosso cérebro, a memória RAM, escreva novos livros e guarde estes novos livros em nossa biblioteca. Para o nosso cérebro não importa o que é ficção ou realidade, ele registra tudo que você pensa de você mesmo. De fato, pensar nas coisas que estão adiante, é ter a possibilidade de escrever uma nova história. E era justamente isso que estava precisando. Através do passo a passo da metodologia FP3, comecei novamente a escrever uma nova história e, naquele momento, foi algo simplesmente fantástico. Minha esposa começou a sorrir, meus filhos começaram a me ver de forma diferente, com mais alegria, energia, como eles sempre me viam antes do trauma. Neste momento comecei a respirar um ar mais saudável, mais puro e a perceber que estava vivo! 27 4 - FENÔMENO DA ÂNCORA DA MEMÓRIA MÉTODO FP3 = “PROSSIGO PARA O ALVO” Quando uma Janela Killer é aberta, a âncora se fixa sobre essa janela, gerando um volume de tensão tão grande, que permite visualizar somente aquele momento ruim, bloqueando o acesso a outras milhares de janelas que você possui, fazendo com que você seja um prisioneiro dentro de si mesmo, paralisado e incapaz de dar respostas racionais e lógicas. A Âncora da Memória é responsável por ancorar (como se fosse uma âncora de navio) o processo de leitura numa determinada região da memória. Todos os dias, um livro que foi registrado pela memória RAM sobre o trauma, era aberto em minha mente, as Janelas Killer eram acionadas e a Âncora da Memória era colocada em cima destas Janelas, tornando quase impossível fechar o livro das lembranças do trauma. Por quê? Porque através da Âncora da Memória que se instalou, o meu foco ficava apenas nesta parte de minha memória, me fazendo reviver todos os sentimentos que o trauma me provocou. Era neste momento que o medo, o pânico e as fortes crises emocionais surgiam. Quando entendi como funcionavam as Âncoras da Memória, percebi que o próximo passo do MÉTODO FP3, que iria dar a respostas e o remédio que estava 28 precisando para sair daquela situação. Percebi que “PROSSEGUIR PARA O ALVO”, era sobre as âncoras fixadas na mente, no intuito de permanecer nas Janelas Saudáveis. Paulo estava falando que PROSSEGUIR PARA O ALVO era estabelecer metas. As metas, dentro do MÉTODO FP3, se tornam Âncoras, que têm como objetivo lhe posicionar neste novo tempo que você está vivendo. As metas fazem com que você fique preso em suas janelas saudáveis, e não saia de lá. Sempre tive o entendimento de que deveríamos ter metas na vida, todavia, não sabia que as metas tinham este poder de me ajudar a vencer um trauma, de me fixar em janelas saudáveis e não dar oportunidade de pensar nas janelas traumáticas. Dentro do MÉTODO FP3, entendi o “PODER DAS METAS”, e comecei a estabelecer metas para todas as áreas de minha vida. Eu sabia que não se tratava mais de uma ferramenta só para resultados, mas também, uma ferramenta poderosa que me posicionava na retomada à minha nova vida. UMA OBSERVAÇÃO: As metas, para quem não possui uma metodologia específica, moldada para este momento pós-trauma, podem ser altamente prejudiciais, pois forçarão uma pessoa que não está pronta, retornar para sua vida, comprometendo ainda mais o seu sofrimento. O MÉTODO FP3, me ajudou a estabelecer metas de acordo com o meu dia. Nos dias que eu estava com sintomas de ansiedade ou crises emocionais, realizava pequenas tarefas. Mas nos dias em que estava bem, realizava uma quantidade maior de tarefas de acordo com as minhas metas. Sendo assim, dia após dia, avançava para as coisas que estavam adiante, deixando cada vez mais o trauma para trás. 29 5 - FENÔMENO DO AUTOFLUXO MÉTODO FP3 = AFIM DE GANHAR O PRÊMIO CELESTIAL DE DEUS EM CRISTO JESUS Segundo o Dr. Augusto Cury, o Autofluxo é nosso veículo interno, que nos leva para todos os lugares de nossa memória. É a escada da biblioteca que corre por todas as prateleiras, permitindo acesso a todos os livros, todas as caixas de livros de todos os tempos, sonhos e também pensamentos. Através do Autofluxo, temos a possibilidade de viajar pelos nossos pensamentos, fantasias, penetrar em nosso passado e especular sobre o futuro. Agora, quando uma Janela Killer se abre e a âncora se fixa sobre ela, o Autofluxo fica lendo e relendo somente aquele momento. Ou seja, quando a caixa de livros de terror é aberta e você acessa um livro, a âncora pesa sobre ele, e não conseguimos removê-lo nem fechá-lo e nossa escada da biblioteca fica presa também. Corremos para lá e para cá num mesmo lugar, exatamente onde nosso foco está fixado, em cima daquele livro ruim. Ou seja, o Autofluxo fica travado, lendo e relendo o trauma. E o Eu (nosso consciente), onde fica neste processo? 30 O Eu, antes de entender como o cérebro funciona esem o MÉTODO FP3, fica escravo e refém das emoções. Tudo mudou, quando entendi as etapas que me faziam sofrer por causa do trauma, percebi que o quinto comportamento narrado pelo apóstolo Paulo em Filipenses 3.13, era uma forma de antecipar os resultados que ele tinha traçado como propósito de vida. Ir para o céu, era a recompensa que o apostolo Paulo teria por ter vivido uma vida com propósito e esta sensação maravilhosa, fazia com que o Autofluxo permanecesse lendo e relendo o seu propósito de vida, ou seja, permanecendo nas janelas saudáveis e não dando mais lugar para as janelas traumáticas. Entendo que o objetivo de todas as pessoas é a felicidade, todavia, nem todas as pessoas sabem o que realmente desejam alcançar em suas vidas. A felicidade é relativa, mas uma coisa é certa, ela é uma recompensa de uma vida com propósito. Acredito que, quando o apóstolo Paulo passava por algum “sofrimento”, ele se imaginava no céu e conseguia sentir os prazeres que somente alguém que vive com propósito poderá sentir. Em meus momentos de conflitos e transtornos emocionais, pensava nas recompensas que teria se conseguisse vencer o trauma e a tomar o rumo da minha vida novamente. Pensava e sentia os prazeres que somente iria sentir se conseguisse cumprir as minhas metas. Sendo assim, meus esforços, minha entrega de cada dia, as dores que somente quem passou pelo que passei pode descrever, ficavam mais leves e, gradativamente, iria tomar o rumo da minha vida novamente, só que então, sendo muito mais produtivo e muito mais maduro para enfrentar as adversidades da vida. 31 No MÉTODO FP3, aprendi que deixar um legado, como o apostolo Paulo deixou, só seria possível se conseguisse quebrar paradigmas e não aceitar a vida que o trauma poderia me proporcionar. Comecei a sentir as recompensas da minha vitória e como seria lembrado pelas pessoas que conheceriam a minha história de superação, estes bons sentimentos me faziam ter emoções saudáveis, fazendo com que o Autofluxo ficasse lendo e relendo as novas janelas que foram abertas. Sempre desejei alcançar o nível de maturidade e equilíbrio que o apóstolo Paulo conseguiu alcançar. Sei que é praticamente “impossível” realizar as conquistas que ele conseguiu realizar em favor do reino de Deus. Todavia, se conseguir, no final de minha vida, declarar o que ele declarou quando estava preso em Roma, momentos antes de sua morte, já estarei satisfeito. “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a minha fé”. (2 Tm 4, 7) Combater o bom combate é viver uma vida coerente ao seu propósito, é lutar as lutas certas, não perder tempo com uma luta que não tem nada a ver com a sua missão de vida. Terminar a carreira significa andar pelo caminho certo, pelo seu propósito e não por algo que você não se identificou em sua vida. Guardar a fé é simplesmente andar uma vida inteira sem se perder em seus valores e princípios. É andar de acordo com o que você acredita! Sendo assim, meus princípios e valores me faziam acreditar que EU sou mais do que o trauma que passei. 32 E você? O que os seus princípios e valores te levam a acreditar sobre você? Qual a decisão que você irá tomar a partir de agora? Irá se render a este momento de dor e sofrimento, ou irá decidir sair desta situação e tomar o ruma da sua vida novamente? Lembre-se: O primeiro passo é dizer para você mesmo: “Mais uma coisa eu faço...”. Ter atitude de sair desta situação e procurar uma forma para tomar o rumo da sua vida novamente. Pode não ter sido culpa sua estar vivendo esta situação, todavia, ao longo dos anos, poderá se sentir culpado por não tomar uma decisão de vencer este momento difícil em sua vida. 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS Resolvi escrever este pequeno e-book no intuito de ajudar milhares de pessoas que, neste momento, estão passando por problemas emocionais. Escolhi o tema: “QUANDO UM TRAUMA NÃO TE MATA”, pois sei que todas as pessoas que estão passando por este problema, se não “morrerem” para suas vidas, conseguirão produzir um remédio de superação, capaz de permanecer por gerações e gerações e ajudar outras pessoas a superar momentos traumáticos também. Espero que a minha pequena história de superação possa ter fortalecido a sua fé na possibilidade de mudar qualquer ambiente externo, a partir do momento em que você decide mudar o seu ambiente interno. Tudo que você precisa para vencer um trauma, ou qualquer ferida emocional do passado, está dentro de você! A única coisa necessária é saber como reconstruir o seu EU IDEAL. Agradeço à Deus, por ter me dado força para superar os momentos de crises, de aflições, de delírio e não ter prejudicado as pessoas que estavam à minha volta. Deus, que me ajudou a encontrar forças 34 dentro de mim, através do exemplo do homem que sempre foi minha maior inspiração bíblica, APÓSTOLO PAULO. Agradeço à minha esposa, que se tornou a minha psicóloga nos momentos que precisava colocar para fora o que estava sentindo. Sempre achei minha esposa uma grande psicóloga, pois ela já havia ajudado dezenas e dezenas de mulheres a superar traumas e conflitos emocionais. Todavia, quando passei por esta situação, pude consolidar ainda mais a minha admiração e glorificar a sabedoria que Deus concedeu à ela. Quero terminar este pequeno e-book, citando uma passagem bíblica, que tranquilizava meu coração em momentos de aflição e desespero. Sempre quando pensava em desistir, citava esta passagem bíblica, cujo autor, JEREMIAS, declarou, em um momento de dor e de desespero: “Lembro-me da minha aflição e do meu delírio, da minha amargura e do meu pesar. Lembro-me bem disso tudo e a minha alma desfalece dentro de mim. Todavia, lembro-me também do que pode me dar esperança...” (Lamentações 3.19 – Bíblia Sagrada) 35
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