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Resumo feito por: Jéssica Cristina da Silva Epitélios glandulares Os epitélios glandulares são constituídos por células especializadas nas atividades de secreção. As células epiteliais glandulares podem sintetizar, armazenar e eliminar proteínas, como o pâncreas, lipídios, como a adrenal e as glândulas sebáceas, ou complexos de carboidratos e proteínas, como as glândulas salivares, ou até mesmo tudo isso ao mesmo tempo, como a glândulas mamárias. As células de glândulas que tem baixa atividade sintética são menos comuns no organismo, como as glândulas sudoríparas, pois sua secreção é constituída em sua maior parte de substâncias transportadas pelo sangue para o lúmen da glândula. Essas moléculas secretadas pela glândulas ficam armazenadas por algum tempo dentro das células das glândulas, na forma de grânulos de secreção que são pequenas vesículas envolvidas por uma membrana que ficam dentro das células. As glândulas propriamente ditas são sempre formadas a partir de epitélios de revestimento cujas células proliferam e invadem o tecido conjuntivo subjacente, e então sofrem diferenciação. E como ocorre o controle da atividade glandular? Normalmente, as glândulas são sensíveis tanto ao controle nervoso como ao endócrino mas um desses mecanismos geralmente é predominante. Classificação das glândulas Existem diversos tipos de glândulas e os principais critérios para sua classificação são: ● Quanto ao número de células: ● Glândula multicelular ● Glândula unicelular ● Quanto ao local onde a secreção é lançada: ● Glândula endócrina ● Glândula exócrina Dentro dessas classificações há ainda outras divisões que indicarão cada tipo de glândulas de acordo com suas características. As glândulas unicelulares, como o próprio nome indica, são glândulas formadas por apenas uma célula. Um exemplo de glândula unicelular é a célula caliciforme, encontrada no revestimento do intestino delgado e do trato respiratório. As glândulas multicelulares são aquelas formadas por mais de uma célula. Apesar de existirem glândulas unicelulares, geralmente o termo "glândula" é utilizado para designar agregados multicelulares de células epiteliais glandulares. As glândulas endócrinas durante seu desenvolvimento tem sua conexão com o epitélio cortada, logo, elas não contêm ductos e suas secreções são lançadas no sangue e transportadas para o seu local de ação pela circulação sanguínea, esse tipo de glândula pode ser subdividido em dois tipos: ● Glândula endócrina cordonal ● Glândula endócrina folicular As glândulas endócrinas cordonais têm suas células arranjadas em forma de cordões de diversas formas que são entremeados por capilares sanguíneos que recebem os produtos de secreção e os distribuem pelo corpo pela circulação sanguínea, suas células armazenam poucas quantidades de secreção em seus citoplasmas, são exemplos desse tipo de glândula endócrina a adrenal, paratireoide, lóbulo anterior da hipófise, corpo lúteo e as ilhotas de Langerhans. As glândulas endócrinas foliculares são formadas por milhares de pequenas esferas cuja parede é constituída por um epitélio simples cúbico, ou seja, têm suas células arranjadas de modo que formam folículos, vesículas, e assim conseguem armazenar grande quantidade de sua secreção dentro do lúmen dos folículos. A única grande glândula desse tipo no corpo é a glândula tireóide. As glândulas exócrinas mantém sua conexão com o epitélio do qual se originaram sob a forma de ductos formados por células epiteliais e é através desses ductos que as glândulas exócrinas transportam suas secreções para a superfície do corpo ou para alguma cavidade. Dessa forma, essas glândulas são formadas por duas porções, a porção secretora que é formada pelas células responsáveis pelo processo de secreção e os ductos excretores que, 1 como já dito, transportam a secreção produzida pelas células. As glândulas exócrinas podem ser: ● Simples (têm somente um ducto não ramificado) ● Compostas (têm ductos ramificados) Dentro dessas classificações, podem ser ainda classificadas de acordo com a organização das células de suas porções secretoras, sendo assim, as glândulas simples podem ser: ● Tubulares ou tubulosas (porção secretora em forma de um tubo) ● Tubulares ou tubulosas ramificadas (porção secretora ramificada e em forma de tubos) ● Tubulares ou tubulosas enoveladas (porção secretora "enrolada" como um novelo de lã) ● Acinosas (porção secretora arredondada) ● Acinosas ramificadas (porção secretora ramificada e em forma arredonda) E as glândulas compostas podem ser: ● Tubulares ou tubulosas (porções secretoras em formato de tubo) ● Acinosas (porções secretoras arredondadas) ● Tubuloacinosas (porções secretoras tanto arredondadas quanto porções tubulares) As glândulas exócrinas podem ainda ser classificadas com base no modo como suas secreções deixam as células, elas podem ser: ● Merócrinas ● Holócrinas ● Apócrinas As glândulas merócrinas liberam suas secreções acumuladas em grãos de secreção através de exocitose, sem perda de material celular. As glândulas salivar, lacrimal e sudoríparas do tipo écrina são exemplos de glândulas merócrinas As glândulas holócrinas liberam suas secreções junto com toda a célula através da destruição das células repletas de secreção. Um exemplo são as glândulas sebáceas. As glândulas apócrinas liberam suas secreções juntos com pequenas porções do citoplasma apical. A glândula mamária e as glândulas sudoríparas localizadas abaixo da axila são exemplos de glândulas apócrinas. Obs: as glândulas sudoríparas do tipo écrina ou merócrina se diferenciam das glândulas sudoríparas apócrinas pois a primeira excreta um suor aquoso e límpido, pobre em proteínas e rico em cloreto de sódio, ureia, ácido úrico e amônia, se localizam entre a região dérmica e hipodérmica se espalhando por quase todo o corpo, principalmente nas regiões palmoplantares e possui função de termorregulação, e a segunda por outro lado, excreta um suor leitoso composto basicamente por glicídeos, substâncias proteicas e lipídicas, sendo encontrada nas regiões perianal, pubiana, na aréola mamária, em associação com a genitália externa e, como já citado, nas axilas. 2 Os ductos das glândulas sudoríparas écrinas se abrem na superfície da pele, enquanto os ductos das glândulas sudoríparas apócrinas abrem-se nos canais dos folículos pilosos, imediatamente acima da entrada dos ductos das glândulas sebáceas. Tipo de secreção As glândulas podem ser classificadas ainda pelo tipo de secreção produzida, podendo ser: ● Serosas ● Mucosas ● Mistas Dois tipos de glândulas multicelulares muito comuns e muito importantessão o ácino seroso e o túbulo mucoso. As glândulas serosas são formadas pelo acinos serosos cuja secreção é enriquecida com proteínas e água, são arredondados ou ovóides, formados por células piramidais cujos núcleos, que são esféricos, se situam na porção basal das células enquanto na porção apical estão os grãos de secreção, possuem um lúmen bem pequeno que se continua em um estreito ducto excretor. Um exemplo de glândula serosa é a glândula parótida. As glândulas mucosas são formadas pelo tubulos mucosos cuja secreção é enriquecida por glicoproteínas e água, são alongados, em forma de tubo e sua porção secretora pode ser única ou ramificada. É formado por células colunares cujos núcleos costumam ficar achatados contra a base das células. Apresentam um 3 lúmen bem dilatado que se continua com um ducto excretor. Um exemplo de glândula mucosa é a glândula sublingual. Apresenta células mioepiteliais ao redor de sua porção secretora. As glândulas mistas, são formadas tanto por ácinos serosos como por túbulos mucosos. São chamadas de glândulas seromucosas. As glândulas mistas são formadas por células mucosas com um pequeno capuz de células serosas em um lado. Esse "capuz" é chamado de semilua seros por causa de seu formato de lua crescente. Circundando cada unidade secretora e a porção inicial do ducto excretor encontram-se as células mioepiteliais, elas estão localizadas entre as células secretoras e a lâmina basal e seus longos prolongamentos citoplasmaticos ramificados formam uma cesta frouxa. Sua função é contrair e espremer a secreção para fora da porção secretora e ao longo do sistema de ductos. Um exemplo é a glândula salivar submandibular ou submaxilar. Existem alguns tipos característicos de células epiteliais, são eles: ● Células que transportam íons ● Células que transportam por pinocitose ● Células serosas ● Células secretoras de muco ● Sistema neuroendócrino difuso ● Células mioepiteliais ● Células secretoras de esteróides Células que transportam íons Todas as células têm a capacidade de transportar certos íons contra uma concentração e contra um gradiente de potencial elétrico, de um local menos concentrado para um local mais concentrado, esse processo é chamado de transporte ativo e precisa de energia para acontecer. No organismo dos mamíferos a concentração de Na+ no fluido extracelular é bem maior do que no interior das células, além do mais o meio intracelular é eletricamente negativo em relação ao meio extracelular, portanto, para manter baixas 4 concentrações intracelulares de sódio as células usam a energia armazenada na forma de ATP para expulsar Na+ através de uma bomba de sódio potássio. A porção basal de células transportadoras de íons possuem muitas mitocôndrias alongadas que fornecerão a energia necessária (ATP) para realizar o transporte ativo. A superfície apical das células dos túbulos proximais renais é permeável a Na+, que entra passivamente na célula e para a manutenção do adequado equilíbrio elétrico e osmótico, quantidades equimolares de cloreto e água acompanham os íons Na+ quando eles entram na célula. Os íons são então transportados para a região basal da célula onde são ativamente transportados para o meio extracelular, evitando a perda em excesso na urina. A água e o cloreto acompanham os íons sódio passivamente. O transporte de íons e consequentemente de fluidos pode ocorrer em sentidos opostos. Do lúmen, para a célula e então para a circulação sanguínea (como ocorre na vesícula biliar, esse processo é chamado de absorção) ou então no sentido contrário (como ocorre nas glândulas sudoríparas, processo chamado de secreção). A formação da bile, por exemplo, depende do mecanismo de transporte ativo de sódio que ocorre no epitélio de revestimento da vesícula biliar, pois ela concentra a bile que armazena por meio da absorção de água e secreta essa bile no trato digestivo quando necessário. Em ambos os casos as junções estreitas vedam as porções apicais dos espaços intercelulares das células e estabelecem compartimentos nos tecidos e órgãos. Células que transportam por pinocitose Na maioria das células do corpo, moléculas existentes no meio extracelular são interiorizadas para o citoplasma por vesículas de pinocitose que se formam na membrana plasmática, esse processo ocorre de forma mais intensa nos epitélios simples pavimentosos que revestem o lúmen dos vasos sanguíneos e linfáticos (endotélio) e que revestem as cavidades do corpo (mesotélio). Células serosas Essas células geralmente se organizam em forma de ácinos serosos, são colunares e seus núcleos arredondados. Nessas células, das cisternas do 5 complexo de Golgi brotam grandes grânulos de secreção imaturos, envolvidos por membrana. À medida que a água é retirada dos grânulos, eles se tornam mais densos, transformando-se nos grânulos de secreção maduros, que são armazenados no citoplasma apical até que a célula seja estimulada a secretar. Exemplos de células serosas são as células acinosas do pâncreas e das glândulas salivares parótidas. Os grânulos de secreção podem ser chamados de grânulos de zimogênio em células que produzem enzimas digestivas, como as acinosas do pâncreas. As células liberam seu produto através de exocitose, a membrana dos grânulos de secreção funde-se com a membrana plasmática e o conteúdo do grânulo é colocado para fora da célula. Células secretoras de muco Há vários tipos de células secretoras de muco no organismo, dentre as quais podemos destacar a célula caliciforme e as células dos tubulos mucosos. Os grânulos de secreção repletos de muco, que é constituído por glicoproteínas intensamente hidrofílicas, preenchem a região apical da célula e o núcleo fica normalmente situado na região basal. Apesar dos grânulos que contêm o muco serem numerosos, se coram fracamente, sendo o núcleo a região que se cora mais fortemente. Células do sistema neuroendócrino difuso 6 Estudos realizados inicialmente no sistema digestivo revelaram um grande número de células endócrinas isoladas, entremeadas nas células epiteliais de revestimento ou secretoras. O citoplasma das células endócrinas contém hormônios polipeptídicos ou aminas biogênicas, como epinefrina, norepinefrina ou 5-hidroxitriptamina (serotonina), em alguns casos até mais de um desses compostos podem ser encontrados na mesma célula. Essas células se originam da crista neural, um componente do sistema nervoso embrionário, e a melhor maneira de localizá-las e identificá-las é pela utilização de imunocitoquímica ou de técnicas citoquímicas específicas para aminas pois muitas dessas células podem faltar aminas do meio extracelular e promover descarboxilação de aminoácidos. A essas características se deve a sigla APUD (amine precursor uptake and decarboxylation), pela qual elas são conhecidas, entretanto essa denominação está sendo substituída por sistema neuroendócrino difuso (DNES – difuse neuroendocrine system) pois estudos recentes mostraram que nem todas as células desse sistema concentram aminas. Células mioepiteliaisVárias glândulas exócrinas, como as sudoríparas, lacrimais, salivares e mamárias contêm células mioepiteliais fusiformes ou de forma estrelada, elas abraçam as células da porção secretora como um polvo e se dispõem longitudinalmente pelos ductos. Estão localizadas entre a lâmina basal e a superfície basal das células das porções secretora e dos ductos. Elas se conectam umas às outras e às células epiteliais através de desmossomos e junções comunicantes. A função dessas células é se contrair em volta das glândulas para excretar os produtos da secreção para fora da glândula. Células secretoras de esteroides 7 Essas células são células endócrinas especializadas em sintetizar e secretar esteroides com atividade hormonal, são encontradas em vários órgãos como testículos, ovários, adrenais. São poliedricas ou arredondadas, com um núcleo central e citoplasma que frequentemente contém muitas gotículas de lipídios. 8
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