Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Ms. Eng. Mec. Marcos Cesar Ruy Prof. Ms. Eng. Mec. Marcos Cesar Ruy 2 Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos INTRODUÇÃO- LIVRO SHIGLEY Prof. Ms. Eng. Mec. Marcos Cesar Ruy 3 Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS A terminologia de dentes de engrenagens retas é ilustrada na Figura anterior 13-5. O círculo primitivo ou de passo é um círculo teórico sobre o qual todos os cálculos geralmente se baseiam; seu diâmetro é o diâmetro primitivo. Os círculos primitivos de um par de engrenagens engrenadas são tangentes entre si. O pinhão é a menor das duas engrenagens. A maior é frequentemente chamada de coroa. O passo circular p é a distância, medida no círculo primitivo, do ponto de um dente ao correspondente ponto no dente adjacente. Assim, o passo circular é igual à soma da espessura de dente com a largura de espaçamento. O módulo m é a razão entre o passo diametral (P) e o número de dentes (N). A unidade costumeira de comprimento utilizada é o milímetro. O módulo é o índice de tamanho de dente no SI. O passo diametral P é a razão entre o número de dentes da engrenagem (N) e o diâmetro primitivo (d). É o recíproco do módulo. Uma vez que o passo diametral é utilizado somente com unidades dos Estados Unidos, é expresso como dentes por polegada. O adendo a é a distância radial entre o topo do dente e o círculo primitivo. O dedendo b é a distância radial do fundo de dente ao círculo primitivo. A altura completa h é a soma do adendo e dedendo. O círculo de folga é um círculo que é tangente ao círculo de adendo da engrenagem par. A folga c é a quantidade pela qual o dedendo em dada engrenagem excede o adendo da sua engrenagem par. O recuo é a quantia pela qual a largura do espaço entre dentes excede a espessura do dente a este engrenamento, medida sobre os círculos primitivos. Temos as seguintes relações úteis: em que P = passo diametral, dentes por polegada N = número de dentes d = diâmetro primitivo, in m = módulo, mm d = diâmetro primitivo, mm p = passo circular Prof. Ms. Eng. Mec. Marcos Cesar Ruy A seguir, em cada engrenagem projete um circulo tangente à linha de pressão. Esses círculos são os círculos de base. Uma vez que eles são tangentes à linha de pressão, o ângulo de pressão determina seus tamanhos. Como mostra a Figura acima, o raio do círculo de base rb é: em que r é o raio primitivo e φφφφ é o angulo de pressão Prof. Ms. Eng. Mec. Marcos Cesar Ruy Interferência O contato entre porções de perfis de dente que não são conjugados é conhecido como interferência. Considere a Figura abaixo. Ela ilustra duas engrenagens de 16 dentes que foram cortadas com o ângulo de pressão, agora obsoleto, de l4°. A engrenagem motora, engrenagem 2, roda no sentido horário. Os pontos inicial e final de contato são designados como A e B, respectivamente, e estão localizados na linha de pressão. Observe agora que os pontos de tangência da linha de pressão com os cfrculos de base C e D estão localizados dentro do intervalo determinado por A e B. A interferência está presente. Interferência é explicada como se segue. O contato começa quando o topo do dente movido contata o flanco do dente motor. Nesse caso o flanco do dente motor faz contato primeiro com o dente movido no ponto A, e este ocorre antes que a porção de involuta do perfil do dente motor se inicie. Em outras palavras, o contato ocorre abaixo do círculo de base da engrenagem 2, na porção de perfil do flanco que não é de involuta. O efeito real é que a ponta em involuta ou face da engrenagem movida tende a cavar para fora o flanco, cujo perfil não é de involuta, da engrenagem motora. Neste exemplo o mesmo efeito ocorre novamente quando os dentes abandonam o contato. O contato deve terminar no ponto D, ou antes. Uma vez que o contato não termina até o ponto B,o efeito é o de o topo do dente motor cavar, ou interferir com, o flanco do dente movido. Quando dentes de engrenagens são produzidos por um processo de geração, interferência é automaticamente eliminada porque a ferramenta de corte remove a porção interferente do flanco. Esse efeito é chamado de adelgaçamento; se o adelgaçamento é pronunciado, o dente adelgaçado é enfraquecido de forma considerável. Portanto o efeito da eliminação da interferência por um processo de geração consiste em por no lugar do problema original um outro problema. O menor número de dentes num pinhão e coroa cilíndricos de dentes retos,2 com razão de engrenamento de 1:1, possível sem que exista interferência é Np. Esse número de dentes para engrenagens cilíndricas de dentes retos é dado por: em que k = 1 para dentes de altura completa, 0,8 para dentes diminuídos φ = ângulo de pressão. Para um ângulo de pressão de 20°, com k = 1, temos: Prof. Ms. Eng. Mec. Marcos Cesar Ruy Se a engrenagem possui um número de dentes maior que o pinhão, isto é, se mG =NG /NP= m é maior que 1, o menor número de dentes no pinhão sem que ocorra interferência é dado por: Por exemplo, para m=4mm e φ = 20º Assim, um pinhão de 16 dentes irá engrenar com uma coroa de 64 dentes sem interferência. A maior coroa que operará com um pinhão especificado sem interferência é: Prof. Ms. Eng. Mec. Marcos Cesar Ruy Fabricação de dentes de engrenagens A distância ad é chamada de passo axial Px e é definida pela expressão: Uma vez que pnPx = π, o passo diametral normal vale: O ângulo de pressão φn na direção normal é diferente do ângulo de pressão φt na direção de rotação, resultado da angularidade dos dentes. Esses ângulos se relacionam por meio da expressão Prof. Ms. Eng. Mec. Marcos Cesar Ruy Engrenagens helicoidais de eixos paralelos A Figura ao lado 13-22 representa uma porção da vista de topo de uma cremalheira helicoidal. As linhas ab e cd são as linhas de centro de dois dentes helicoidais adjacentes tomados sobre o mesmo plano primitivo. O ângulo ψ é o ângulo de hélice. A distância ac éo passo circular transversal Pt no plano de rotação (geralmente chamado de passo circular). A distância ae é o passo circular normal pn e está relacionada com o passo circular transversal por meio de: Uma engrenagem do mesmo passo e com o raio R terá um número de dentes maior, por causa do aumento do raio. Na terminologia de engrenagens helicoidais, este é conhecido como o número virtual de dentes. Pode ser mostrado, utilizando-se geometria analftica, que o número virtual de dentes está relacionado com o número real por meio da equação: Prof. Ms. Eng. Mec. Marcos Cesar Ruy 9 Engrenagens Cilíndricas CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS OBS.: A norma DIN867 recomenda a utilização de um ângulo de pressão φ = 20º. Prof. Ms. Eng. Mec. Marcos Cesar Ruy 10 Engrenagens Cilíndricas CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS Prof. Ms. Eng. Mec. Marcos Cesar Ruy Trens ou Conjunto de engrenagens Considere um pinhão 2 movendo uma coroa 3. A velocidade da engrenagem acionada é: A Equação acima aplica-se a qualquer par de engrenagens não obstante essas serem cilíndricas de dentes retos, helicoidais, cônicas ou pares sem-fim. Os sinais de valor absoluto são utilizados para permitir liberdade absoluta na escolha das direções positivas e negativas. No caso de engrenagens cilíndricas de dentes retos e engrenagens helicoidais paralelas, as direções geralmente correspondem à regra da mão direita e são positivas para rotação em sentido anti-horário. Sentidos de rotação são mais difíceis de deduzir quando se trata de pares sem-fim, ou mesmo de engrenagens helicoidais cruzadas. A Figura 13-26 ajudará nessas situações. O trem de engrenagens mostrado na Figura 13-27 é constituído de cinco engrenagens. A velocidade da sexta engrenagem é: Prof. Ms. Eng. Mec. Marcos Cesar Ruy 12 Engrenagens Cilíndricas CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS Dimensões básicas dos dentes (AGMA) Altura da cabeça ou saliência ha=m Profundidade ou altura de pé hf=1.25m Espessura do dente h=m/2 Número mínimo de dentes do pinhão φ =20º NP=18 φ =25º NP=12 Número mínimo por par φ =20º NP+NG=36 φ =25º NP+NG=24Módulos de uso geral (AGMA) •Preferidos: 1-1.25-1.5-2-2.5-3-4-5-6-8-10-12- 16-20-25-32-40-50 •Próxima escolha: 1.125-1.375-1.75-2.25-2.75-3.5- 4.5-5.5-7-9-11-14-18-22-28-36-45 OBS.: A norma DIN867 recomenda a utilização de φ =20º. Prof. Ms. Eng. Mec. Marcos Cesar Ruy 13 Engrenagens Cilíndricas TENSÕES NO DENTE 14 Engrenagens Cilíndricas ANÁLISE CINÉTICA As reações entre dentes engrenados ocorre segundo a linha depressão. Na Figura 13-32b o pinhão foi separado da coroa e eixo, e o efeito dessas interações substituído por forças.Fa2 e Ta2 representam a força e torque, respectivamente, exercidos pelo eixo a contra o pinhão 2.F32 é a força exercida pela engrenagem 3 contra o pinhão. Utilizando um procedimento similar, obtemos o diagrama de corpo livre mostrado na Figura 13-32c 15 Engrenagens Cilíndricas ANÁLISE CINÉTICA E TENSÃO DE FLEXÃO Na Figura 13-33, o diagrama de corpo livre do pinhão foi redimensionado e as forças foram resolvidas em termos das componentes radial e tangencial. Definimos agora como a carga transmitida. Esta carga tangencial é realmente a componente útil, porque a componente radialFr32 não serve a propósito algum. Não transmite potência. O torque aplicado e a carga transmitida estão relacionados pela equação e usamosT = Ta2 e d = d2 para obter uma relação geral. A potênciaH transmitida através de uma engrenagem em rotação pode ser obtida pela relação padrão de produto do torqueT pela velocidade angularω. Dados de engrenagens são, com frequência, tabulados utilizando a velocidade na linha primitiva, que é a velocidade linear de um ponto da engrenagem situado no raio do circulo primitivo; assim V = (d/2)w. Convertendo em unidades costumeiras, temos: m= módulo, mm N= número de Dentes d = diâmetro primitivo da engrenagem, mm V = velocidade na linha primitiva, m/s n = rotação da engrenagem, rev/s Wt = carga transmitida, kN L = Largura da Engrenagem, mm Y = Fator de Lewis σfl = Tensão Flexão, MPa Kv = Fator Dinâmico ou de Velocidade Y.m.L K.W n.d. ..HW x n.d.V N.md vt f l t = = = = σ π π 6 3 1060 1060 p/ fundidos (FoFo) p/ cortado ou fresado p/ conformado ou caracol Retificado ou rebarbado. Prof. Ms. Eng. Mec. Marcos Cesar Ruy 16 Engrenagens Cilíndricas EXEMPLO - ANÁLISE CINÉTICA (a) (b) Prof. Ms. Eng. Mec. Marcos Cesar Ruy 17 Engrenagens Cilíndricas EXEMPLO - ANÁLISE CINÉTICA Análise de força - Engrenamento cônico Ao determinar as cargas no eixo e em mancais de aplicações envolvendo engrenagens cônicas, a prática usual consiste em utilizar a carga tangencial ou transmitida que ocorreria se todas as forças fossem concentradas no ponto médio do dente. Enquanto a resultante real ocorre em algum lugar entre o ponto médio e a extremidade maior do dente, incorremos apenas em pequeno erro ao usarmos essa hipótese. Para a carga transmitida, temos: em que T é o torque e rav é o raio primitivo no ponto médio do dente da engrenagem sob consideração. As forças atuantes no centro do dente são mostradas na Figura ao lado. A força resultante possui três componentes: uma força tangencial Wt, uma força radial Wr e uma força axial Wa. Por meio da trigonometria da figura, temos: As três forças, a força tangencial Wt, a força radial Wr e a força axial Wa são perpendiculares entre si e podem ser utilizadas para determinar as cargas nos mancais, utilizando os métodos de estática. Prof. Ms. Eng. Mec. Marcos Cesar Ruy 18 Engrenagens Cilíndricas EXEMPLO - ANÁLISE CINÉTICA Análise de força - Engrenamento helicoidal A Figura ao lado 13-37 é uma vista tridimensional das forças atuando contra um dente de uma engrenagem helicoidal, O ponto de aplicação das forças localiza-se no plano de passo. primitivo, e no centro da face da engrenagem. Com base na geometria da figura, as três componentes da força total (normal) de dente são: Usualmente Wt é dada e as outras forças são requeridas. Neste caso, não é difícil descobrir que: Prof. Ms. Eng. Mec. Marcos Cesar Ruy 19 Engrenagens Cilíndricas ESTIMATIVA DO TAMANHO DA ENGRENAGEM Tensão devido à flexão Fator Y-Lewis Y.m.L K.W vt f l =σ
Compartilhar