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Resumo de Constitucional para gabaritar Concursos


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Prévia do material em texto

Aula 02
Direito Constitucional p/ OAB 1ª Fase
XXXII Exame - Com Videoaulas
Autor:
Diego Cerqueira Berbert
Vasconcelos
Aula 02
26 de Fevereiro de 2020
APRESENTAÇÃO 
Olá, alunos do Estratégia OAB! 
Como estão os estudos? Preparados para mais uma aula de Dir. Constitucional? 
Aqui, deixo uma dica. Atenção mais que especial na leitura do pdf, pois 
abordaremos alguns temas recorrentes da FGV. 
Boa jornada a todos. ;) 
Prof. Diego Cerqueira 
 
 
 
diegocerqueira@estrategiaconcursos.com.br 
 
https://www.facebook.com/profdiegocerqueira/ 
 
@profdiegocerqueira 
 
 
 
 
 
*Esse curso é desenvolvido pelo Prof. Diego Cerqueira, mas conta com a 
participação da Advogada Dra. Lara Abdala na produção do conteúdo para 1ª fase 
em Dir. Constitucional. 
Diego Cerqueira Berbert Vasconcelos
Aula 02
Direito Constitucional p/ OAB 1ª Fase XXXII Exame - Com Videoaulas
www.estrategiaconcursos.com.br
 
 
 
 
 
2 
Apresentação .................................................................................................................... 1	
9. Direitos Sociais ....................................................................................................... 3 
9.1 – Direitos sociais na Constituição Federal de 1988 .......................................... 4 
9.2 - Cláusula de reserva do financeiramente possível ........................................... 4 
9.3 - Princípio do mínimo existencial ...................................................................... 5 
9.4 - Princípio da Vedação ao Retrocesso .............................................................. 6 
10 - Direitos de Nacionalidade ................................................................................. 11 
10.1 - Atribuição de Nacionalidade ...................................................................... 13 
10.2 - Condição especial dos portugueses residentes do Brasil .......................... 20 
10.3 - Condição jurídica do nacionalizado ............................................................ 21 
10.4 - Perda de Nacionalidade ............................................................................. 23 
11 - Direitos Políticos ................................................................................................ 35 
11.1 - Direitos Políticos Positivos .......................................................................... 36 
11.1.1 – Capacidade eleitoral ativa ................................................................... 38 
11.1.2 – Capacidade eleitoral passiva ............................................................... 41 
11.2 - Direitos Políticos Negativos ........................................................................ 47 
11.2.1 – Inelegibilidades .................................................................................... 48 
11.2.2 – Perda e suspensão dos direitos políticos ............................................. 65 
11.2.3 – Princípio da anterioridade eleitoral ...................................................... 66 
12 - Dos Partidos Políticos ........................................................................................ 69 
 
 
 
 
 
 
Diego Cerqueira Berbert Vasconcelos
Aula 02
Direito Constitucional p/ OAB 1ª Fase XXXII Exame - Com Videoaulas
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3 
9. DIREITOS SOCIAIS 
Primeiramente, vamos fazer uma revisão rápida dos assuntos já abordados. 
Lembram dos direitos de 1ª geração? 
Pois bem. Estes direitos têm a função de evitar que o Poder Público interfira sobre 
o espaço de autodeterminação dos indivíduos (ou seja a esfera privada), pois 
estabelecem uma diretriz ao Estado: a obrigação de não fazer. É a limitação do 
poder estatal. 
Em relação aos direitos de 2ª geração, o que temos aqui é uma situação inversa, 
uma atuação positiva do Estado. Representa uma obrigação de fazer por parte do 
Poder Público. São os denominados direitos sociais. Através destes, fica evidente o 
dever do Estado no cumprimento das prestações sociais, concretizando a chamada 
igualdade material. 
Com a crise do Estado liberal, passou-se a perceber que a “igualdade formal” até 
então conferida já não era mais suficiente. Era necessário um papel mais atuante do 
Estado. Assim, após a 1ª Guerra Mundial, o Estado passou a atuar como agente do 
bem-estar e da justiça social1 (Estado do Bem-Estar Social). 
Nesse sentido, tivemos a Constituição de Weimar de 1919 que regulou os deveres 
do Estado no campo social, sendo um marco no tema dos direitos sociais. Em 
âmbito nacional, a Constituição de 1934 teve um grande papel, pois foi nela que 
ocorreu a primeira previsão de norma constitucional acerca da ordem social. 
A Constituição de 1988 trouxe um capítulo próprio para tratamento do tema dos 
direitos sociais. (art. 6º ao art. 11). Contudo, a doutrina e a jurisprudência entendem 
que há outros direitos espalhados ao longo da Carta política. Um exemplo disso 
seria o art. 194, que aborda a seguridade social. Temos também a previsão do art. 
196 que rege o direito à saúde; o art. 205 com a temática do direito à educação, 
enfim. 
O próprio Supremo Tribunal entende que estamos diante de um rol instituído no 
art. 6º de caráter meramente exemplificativo2. 
 
1 CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional, 6ª edição. Ed. Juspodium. Salvador: 2016, p. 1310. 
2 STF, ADI nº 639, Rel. Min. Joaquim Barbosa, 02.06.2005. 
Diego Cerqueira Berbert Vasconcelos
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9.1 – DIREITOS SOCIAIS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, 
a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a 
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na 
forma desta Constituição. 
O texto acima não é original da Constituição Federal, quando de sua promulgação 
em 1988. O direito à moradia, por exemplo, foi inserido no caput do art. 6º no ano 
de 2000 com a Emenda Constitucional nº 26. Além disso, temos o direito à 
alimentação com a EC nº 64/2010 e, mais recentemente, o direito ao transporte que 
foi incluído com a EC nº 90/2015. 
A partir desta explicação, temos um ponto importante, meus amigos! Estes três 
direitos que não constavam no caput normalmente são o foco da banca 
examinadora. Muito cuidado com uma pegadinha desse tipo. 
(...) 
Por conta da necessidade da atuação do Estado para a materialização dos direitos 
sociais previstos no art. 6º, entende-se que estamos diante de normas 
constitucionais de eficácia limitada. A atuação ocorrerá por meio da edição de leis 
regulamentadoras, que permitirão prestações positivas a serem realizadas pelo 
Estado. 
A concretização e a efetividade dos direitos sociais são de suma importância para o 
estudo constitucional, tendo já sido objeto de exame tanto doutrinaria quanto 
jurisprudencialmente. 
Nesse quesito, vamos analisar três princípios basilares: i) o princípio da “reserva do 
possível”; ii) o princípio do “mínimo existencial” e; iii) o princípio da vedação do 
retrocesso. É o que faremos a seguir. 
9.2 - CLÁUSULA DE RESERVA DO FINANCEIRAMENTE POSSÍVEL 
Esta cláusula tem relação direta com a disponibilidade financeira do Estado. 
Também denominada de teoria da reserva do possível. A ideia aqui pessoal é de 
que a efetivação dos direitos sociais deve acontecer na medida exata do possível, 
mais especificamente “na medida do financeiramente possível”. Tecnicamente, há 
uma espécie de limitação da obrigação de fazer do Estado. 
Diego Cerqueira Berbert Vasconcelos
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Vamos pensar o seguinte. Digamos que o Estado esteja com grave problema 
financeiro e orçamentário. Então inicia o exercício de 2019 e ele precisa custear a 
manutenção dos serviços públicos(saúde pública, rede hospital, sanitária, serviços 
de educação básica, ensino médio estadual...etc). Será que o Estado pode alegar a 
reserva do possível? 
Pode. Mas, cuidado! O princípio serve para determinar quais os limites em que o 
Estado deixa de ser obrigado a dar efetividade aos direitos sociais. Se o Estado 
está com grave problema financeiro, tudo bem. Nem todos os serviços públicos 
serão ofertados (em sua integralidade). Mas, por outro lado, o Estado não pode 
chegar e dizer " não tenho dinheiro para absolutamente nada. Corte-se a verba 
pública de todos os postos de saúde, feche-se todas as escolas estaduais de ensino 
básico". 
Ele não pode simplesmente alegar que não possui recursos orçamentários. O 
Supremo tribunal Federal entende que, ocorrendo uma situação extrema, é 
fundamental que o Poder Público demonstre objetivamente a inexistência de 
recursos públicos e a falta de previsão orçamentária da respectiva despesa. 
Alguma coisa ele precisa prestar.3 
“Professor...e o Judiciário pode intervir nesses casos?” 
De acordo com o STF, excepcionalmente pode o Poder Judiciário intervir nas 
políticas públicas, de forma a implementá-las, em caso de inércia estatal 
injustificável. Quer ver um exemplo? Quando temos uma determinação judicial para 
a concessão do tratamento de câncer pelo Estado a um indivíduo4. 
9.3 - PRINCÍPIO DO MÍNIMO EXISTENCIAL 
O princípio do mínimo existencial também é um valor-fonte em nossa ordem 
jurídica. Trata-se de um preceito indispensável à realização da dignidade da pessoa 
humana. Consiste num grupo de prestações essenciais que devem ser fornecidas 
ao indivíduo pelo Poder Estatal, para que o mesmo possa gozar de uma existência 
digna. 
 Um dos primeiros autores a tratar do princípio em exame foi “Otto Bachof”. Ele 
defendeu que todo Estado deve garantir ao seu povo o mínimo de dignidade. A 
 
3 ADPF 45 MC/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. 29.04.2004, DJ 04.05.2004. 
4 STF, RE 436.996 – AgR. Rel. Min. Celso de Mello. 22.11.2005. 
Diego Cerqueira Berbert Vasconcelos
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6 
ideia levantada pelo teórico é inspirada no princípio da dignidade da pessoa 
humana5. 
Ao se promover o bem-estar social do homem, o Estado precisa proteger os direitos 
individuais, mas também garantir condições materiais mínimas de existência aos 
indivíduos. 
Uma pergunta que se faz é a seguinte: será que existe compatibilidade entre 
princípio do mínimo existencial e a cláusula da reserva do possível? SIM!!!! 
Como vimos, a cláusula da reserva do possível possui limites. E esses limites são 
balizados pelo mínimo existencial, conforme entendimento firmado pelo STF6. Ao 
alegar a reserva do possível para a não materialização de direitos sociais, o Estado 
deve ao menos assegurar o mínimo existencial, sendo esta garantia uma obrigação 
inafastável do Poder Público. 
O direito à saúde é comumente objeto de várias discussões judiciais, em que se 
analisa o papel do Estado e a garantia do mínimo existencial. Por exemplo, temos 
decisões relacionadas ao fornecimento de medicamentos, tratamento médico, 
estoque mínimo de remédios na rede pública de saúde, etc. 
Outro direito social que já foi objeto de discussão no Supremo foi a segurança 
pública. De acordo com o STF, há a possibilidade de decisão judicial determinar, 
por exemplo, que o Poder Público execute obras em presídios, desde que o objetivo 
seja garantir a integridade física e moral dos presos, protegendo e concretizando 
assim os seus direitos fundamentais.7 
9.4 - PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO RETROCESSO 
A vedação ao retrocesso significa que, uma vez concretizado um direito social, este 
não pode ser suprimido, ou seja, as conquistas sociais obtidas ficam impedidas de 
serem desconstituídas. Na visão do ilustre jurista J.J Canotilho, ao ser conquistado, 
o direito social passa “a constituir, simultaneamente, uma garantia institucional e um 
direito subjetivo” 8. 
Além de exigir que a política pública esteja em harmonia com os direitos sociais 
adquiridos, este princípio (denominado pela doutrina francesa de effet cliquet) 
busca impedir a revogação da norma infraconstitucional que materializou um direito 
 
5 SARLET, Ingo Wolfgang; FIGUEIREDO, Maria Filchtiner. Reserva do possível, mínimo existencial e direito à saúde: algumas aproximações. Direitos 
Fundamentais & Justiça, Porto Alegre, ano 1, n. 1, p. 171-231, out./dez., 2007, p. 178. 
6 STF, RE 639.637. AgR. Rel. Min. Celso de Mello. 15.09.2011 
7 RE 592.581/RS. Rel. Min. Ricardo Lewandowski. 13.08.2015. 
8 J.J.G.Canotilho, Direito constitucional e teoria da Constituição, 6. ed. p. 468. 
Diego Cerqueira Berbert Vasconcelos
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7 
social previsto na CF/88. No campo jurisprudencial, O Supremo entende que é dita 
como inconstitucional a atuação do Estado (seja legislativa ou não) que viole o 
núcleo essencial do direito social adquirido. 
 
“cláusula que veda o retrocesso em matéria de direitos a prestações positivas do Estado (como o direito 
à educação, o direito à saúde ou o direito à segurança pública, v.g.) traduz, no processo de efetivação 
desses direitos fundamentais individuais ou coletivos, obstáculo a que os níveis de concretização de tais 
prerrogativas, uma vez atingidos, venham a ser ulteriormente reduzidos ou suprimidos pelo Estado”. 9 
 
Pessoal, para a prova de direito constitucional, nesta parte da aula tratamos daquilo 
que tem mais probabilidade de ser cobrado em termos de Direitos Sociais. As 
disposições do art. 7º a 11º da CRFB/88 são temas com um enfoque mais específico 
no estudo do Direito do Trabalho. 
 
1. (FGV / XX Exame de Ordem Unificado – 2016 – Reaplicação de Prova – 
Salvador/BA). Com a promulgação da Constituição de Weimar, em 1919, 
ocorreram transformações paradigmáticas no regime jurídico de proteção dos 
direitos fundamentais, o que alterou a concepção negativa do papel do 
Estado, que apenas consagrava as liberdades individuais e a igualdade formal 
perante a lei. Com o advento da referida ordem constitucional, o Estado deve 
agir, positivamente, para garantir as condições materiais de vida digna para 
todos e para a proteção dos hipossuficientes. Esse texto descreve o ambiente 
em que o Direito Constitucional Positivo: 
A) estabeleceu os direitos individuais negativos de primeira dimensão. 
B) consagrou os direitos sociais prestacionais de segunda dimensão. 
C) definiu os direitos transindividuais de solidariedade de terceira dimensão. 
D) instituiu os direitos humanos metaconstitucionais de quarta dimensão. 
 
Comentário: 
 
9 STF, RE 436.996 – AgR. Rel. Min. Celso de Mello. 22.11.2005. 
Diego Cerqueira Berbert Vasconcelos
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8 
Opa! Acabamos de estudar os direitos de 2ª geração. E o enunciado traz o 
momento histórico em que surgiram estes direitos, que diferente dos direitos 
de 1ª geração, tutelaram a igualdade material (tratar os iguais igualmente e os 
desiguais desigualmente), de forma a exigir do Estado uma prestação positiva, 
ou seja, uma atuação. Foi neste momento que os direitos sociais, econômicos 
e culturais passaram a ser consagrados. Gabarito letra B. 
 
2. (ESTRATÉGIA OAB/ INÉDITA) De acordo com os valores sociais previstos 
no texto da Constituição Federal de 1988, bem como a abordagem realizada 
pela doutrina acerca do tema, assinale a alternativa correta. 
a) Os direitos sociais exigem uma omissão por parte dos poderes constituídos; 
b) Os direitos sociais são classificados como os direitos fundamentais de 1ª 
geração; 
c) Os direitos sociais jamais independem da disponibilidade de recursos 
financeiros para a sua implementação; 
d) Os direitos sociais revelam prestações positivas do Estado;a exigência de 
uma obrigação de fazer, visando concretizar a chamada isonomia material. 
 
Comentários: 
A letra A está incorreta. Acabamos de estudar que os direitos sociais 
geralmente exigem uma ação (e não uma omissão) dos poderes constituídos. 
Atenção extra hein? rs 
A letra B está incorreta. Opa! Pegadinha. Estamos diante dos direitos 
fundamentais de 2ª geração. 
A letra C está incorreta. Há sim uma observância pela disponibilidade de 
recursos financeiros para sua implementação. (reserva do financeiramente 
possível) 
A letra D está correta. Perfeito. É o nosso gabarito. Os direitos sociais podem 
exigir prestações específicas para sua implementação. Temos como exemplo o 
direito à saúde, previsto no contexto da ordem social. 
 
3. (ESTRATÉGIA OAB/INÉDITA) Conforme a previsão do art. 6º da Carta 
Magna de 1988, pode-se afirmar que temos seguintes direitos sociais: 
Diego Cerqueira Berbert Vasconcelos
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9 
a) a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o 
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, 
a assistência aos desamparados. 
b) a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a 
proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. 
c) a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a 
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos 
desamparados. 
d) o direito de herança, a intimidade, a privacidade, a informação dos órgãos 
públicos. 
 
Comentários: 
Opa! Pessoal, essa questão é para que possamos reforçar a previsão do art. 6º, 
CF/88. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a 
moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à 
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. 
Gabarito Letra A. 
 
4. (FGV / XXI Exame de Ordem – 2016) A teoria dimensional dos direitos 
fundamentais examina os diferentes regimes jurídicos de proteção desses 
direitos ao longo do constitucionalismo democrático, desde as primeiras 
Constituições liberais até os dias de hoje. Nesse sentido, a teoria dimensional 
tem o mérito de mostrar o perfil de evolução da proteção jurídica dos direitos 
fundamentais ao longo dos diferentes paradigmas do Estado de Direito, 
notadamente do Estado Liberal de Direito e do Estado Democrático Social de 
Direito. Essa perspectiva, calcada nas dimensões ou gerações de direitos, não 
apenas projeta o caráter cumulativo da evolução protetiva, mas também 
demonstra o contexto de unidade e indivisibilidade do catálogo de direitos 
fundamentais do cidadão comum. A partir dos conceitos da teoria dimensional 
dos direitos fundamentais, assinale a afirmativa correta. 
a) Os direitos estatais prestacionais, ligados ao Estado Liberal de Direito, 
nasceram atrelados ao princípio da igualdade formal perante a lei, perfazendo 
a primeira dimensão de direitos. 
Diego Cerqueira Berbert Vasconcelos
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b) A chamada reserva do possível fática, relacionada à escassez de recursos 
econômicos e financeiros do Estado, não tem nenhuma influência na 
efetividade dos direitos fundamentais de segunda dimensão do Estado 
Democrático Social de Direito. 
c) O conceito de direitos coletivos de terceira dimensão se relaciona aos 
direitos transindividuais de natureza indivisível de que sejam titulares pessoas 
indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato, como ocorre com o direito 
ao meio ambiente. 
d) Sob a égide da estatalidade mínima do Estado Liberal, os direitos negativos 
de defesa dotados de natureza absenteísta são corretamente classificados 
como direitos de primeira dimensão. 
 
Comentários: 
Meus amigos, chegamos a comentar essa questão em aula anterior. Mas, vamos 
treiná-la novamente, até para que possamos reforçar os conceitos. 
Letra A: errada. Os direitos prestacionais estão ligados ao Estado Social de 
direito (direitos 2ª geração). 
Letra B: errada. A cláusula da reserva do possível deve ser levada em 
consideração na tarefa de concretização dos direitos sociais. O Estado, para 
concretizar direitos sociais, depende de recursos econômicos e financeiros. 
Letra C: errada. De fato, o direito ao meio ambiente é um direito de 3a geração, 
possuindo natureza indivisível. Trata-se, porém, de um direito difuso, cuja 
titularidade é indeterminada. Todas as pessoas são titulares do direito ao 
ambiente, independentemente de quaisquer circunstâncias de fato que as 
liguem. 
Letra D: correta. Temos aqui o gabarito! Os direitos de defesa (liberdades 
negativas) são classificados na 1ª geração de direitos fundamentais. Estado 
Liberal de direito. 
 
5. (FGV / XXXI Exame de Ordem – 2020) Preocupado com o grande número 
de ações judiciais referentes a possíveis omissões inconstitucionais sobre 
direitos sociais e, em especial, sobre o direito à saúde, o Procurador-Geral do 
Estado Beta (PGE) procurou traçar sua estratégia hermenêutica de defesa a 
partir de dois grandes argumentos jurídicos: em primeiro lugar, destacou que 
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11 
a efetividade dos direitos prestacionais de segunda dimensão, promovida pelo 
Poder Judiciário, deve levar em consideração a disponibilidade financeira 
estatal; um segundo argumento é o relativo à falta de legitimidade democrática 
de juízes e tribunais para fixar políticas públicas no lugar do legislador eleito 
pelo povo. 
Diante de tal situação, assinale a opção que apresenta os conceitos jurídicos 
que correspondem aos argumentos usados pelo PGE do Estado Beta. 
A) Dificuldade contraparlamentar e reservado impossível. 
B) Reserva do possível fática e separação dos Poderes. 
C) Reserva do possível jurídica e reserva de jurisdic ̧ão do Poder Judiciário. 
D) Reserva do possível fática e reserva de plenário. 
 
Comentários: 
Meus amigos, questão bem interessante trazida pela FGV. Lembram do que 
estudamos há pouco? 
A teoria da reserva do possível no diz que a efetivação dos direitos sociais deve 
acontecer na medida exata do possível, mais especificamente “na medida do 
financeiramente possível”. Há, em verdade, uma espécie de limitação da 
obrigação de fazer do Estado. 
E a banca trouxe um exemplo exatamente nessa linha. ;) O primeiro argumento 
jurídico diz respeito à reserva do possível fática (ou reserva do financeiramente 
possível). 
No caso do segundo argumento, estamos diante do princípio da separação dos 
poderes, encampado no art. 2º da CRFB/88: “são Poderes da União, 
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. 
Gabarito letra B. 
 
10 - DIREITOS DE NACIONALIDADE 
Pessoal, vamos conversar um pouco agora acerca dos Direitos de Nacionalidade. 
Prevalece na doutrina o entendimento que o Estado possui 03 elementos para sua 
formação: território, governo (este em caráter soberano) e povo. 
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12 
O elemento humano do Estado é representado pelo povo, que alguns da doutrina 
chegam a tratar como a chamada “dimensão subjetiva” - conjunto de pessoas 
compõe o Estado, ou seja, os nacionais. 
“Mas, professor, em um Estado não temos os estrangeiros também?” Cuidado! 
Povo não se confunde com população. População é conjunto de pessoas que 
habitam o território de um Estado, sendo consideradas nacionais ou não. 
Então, no aspecto do vínculo jurídico-político temos que a ligação entre Estado e 
povo faz nascer o conceito de nacionalidade. Através desta, o indivíduo passa a 
integrar oEstado. 
A nacionalidade implica em aquisição de direitos e submissão às obrigações. Ela 
comporta a dimensão horizontal e vertical, conforme entendimento de Valério 
Mazzuoli.10 A dimensão horizontal permite ao indivíduo se inserir em uma 
comunidade, ligando-se ao elemento “povo”. Já a dimensão vertical traz 
justamente a diferença entre nacional e estrangeiro em relação aos direitos e 
obrigações perante o Estado (relação de subordinação). 
Professor...uma outra pergunta. Quem concede a nacionalidade? 
Meus amigos, é o Estado soberano o responsável por conceder a nacionalidade, 
estabelecendo quais as condições para esta aquisição (ou eventualmente perda), 
pois o ato de outorgar a nacionalidade é uma manifestação da soberania estatal. 
Por conta desta soberania, a regulamentação legal da nacionalidade é da 
competência de cada Estado (referente a nacionalidade que pode conceder). 
 
 
Uma dúvida que aparece muito em nossas vídeoaulas. Nacionalidade é 
sinônimo de cidadania? Não. Muito cuidado!!!!! 
A nacionalidade tem um conceito mais amplo do que cidadania, de forma 
que esta pressupõe a nacionalidade, mas não é todo nacional que possui 
cidadania. A nacionalidade identifica o indivíduo como pertencente ao 
povo de um determinado Estado. 
 
10 MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Público, 4ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. 
Diego Cerqueira Berbert Vasconcelos
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13 
Por outro lado, a cidadania é um atributo político, pois decorre do direito 
de votar e ser votado. Tecnicamente, considera-se cidadão aquele que 
está em pleno gozo dos seus direitos políticos. A regra é que todo cidadão 
brasileiro é nacional. 
 
10.1 - ATRIBUIÇÃO DE NACIONALIDADE 
De acordo com a doutrina, a nacionalidade pode ser dividida em duas espécies: 
Ä A nacionalidade primária ou originária é a chamada de involuntária 
(independe da vontade do indivíduo); decorre do nascimento, sendo imposta 
pelo Estado de maneira unilateral. Os critérios para a atribuição podem ser: 
sanguíneos (“jus sanguinis”), territoriais (“jus soli”) ou mistos. O nacional aqui 
é denominado de “nato”. 
Ä A nacionalidade secundária ou derivada é aquela que depende de ato de 
vontade do indivíduo e sua aquisição decorre de um processo de 
naturalização. Por isto, o indivíduo nacional é denominado de “naturalizado”. 
 
 
 
NACIONALIDADE
PRIMÁRIA 
(ORIGINÁRIA)
NASCIMENTO
“IUS SOLI” 
(REGRA) OU “IUS
SANGUINIS” 
(EXCEÇÃO)
SECUNDÁRIA 
(ADQUIRIDA OU 
DERIVADA)
ATO VOLITIVO
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14 
 
O critério sanguíneo determina que o filho de um nacional também é considerado 
um nacional, não importando aqui o território de seu nascimento. Já no critério 
territorial, o fator que determina a nacionalidade é o local de nascimento do 
indivíduo. 
Nossa Constituição Federal de 1988 adotou como regra geral o critério de território. 
Todavia, o próprio texto constitucional apresentou exceções trazendo algumas 
hipóteses de atribuição de nacionalidade via “jus sanguinis”. 
Que tal fazermos uma análise acerca do art. 12 da CF/88? 
Art. 12. São brasileiros: 
I - natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais 
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país; 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde 
que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde 
que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a 
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, 
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; 
A alínea “a” determina que qualquer indivíduo nascido no território nacional será 
brasileiro nato. Como regra geral, aquele que nasceu no território nacional será 
considerado brasileiro nato. (critério “jus soli”). Mas, cuidado, temos uma exceção: 
quando o indivíduo nascer no Brasil e for filho de estrangeiros que estejam a serviço 
do seu país de origem. Neste caso, não haverá atribuição de nacionalidade 
originária. 
Vamos pensar num exemplo. Digamos que um casal de uruguaios venha ao Brasil a 
título de passeio e se encante com nossa terra. Em seguida, eles decidem morar em 
Morro de São Paulo na Bahia e montam um empreendimento da região. Dois anos 
depois nasce o pequeno Suarez. Esse filho será considerado brasileiro nato? Sim. O 
casal estava morando aqui no Brasil e eles não estavam a serviço do país de origem. 
Agora, vamos complicar um pouco (rs). Imagine que um casal de diplomatas italianos 
venha ao Brasil a serviço da Itália. Durante este período, eles acabam tendo o 
pequeno Baggio. Esse filho será considerado brasileiro nato? Não!!! Por qual razão? 
Então. Mesmo com o nascimento no território brasileiro, a criança não será 
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15 
considerada brasileira nata, pois haverá o enquadramento da parte final da alínea 
“a” do art. 12, I, CF/88. 
“Professor, precisa que os dois estejam a serviço do país de origem?” 
Boa pergunta. ;) 
Não. Basta que um deles esteja a serviço. Se fosse só o pai diplomata e a mãe 
estivesse acompanhando o cônjuge ainda sim o filho não seria considerado brasileiro 
nato. O professor Marcelo Novelino11 explica que não é necessário que ambos os 
pais estejam a serviço do país. Para que a exceção prevista na alínea “a” do inciso I 
do art. 12 da CF/88 se concretize basta que um dos pais esteja a serviço, enquanto 
o outro apenas o acompanhe. 
Agora, muito cuidado! E se o diplomata vem sozinho ao Brasil e aqui se casa com 
uma brasileira nata e dessa relação acaba surgindo um filho. Será que esse filho pode 
ser considerado brasileiro nato? SIMMMM! 
A esposa é brasileira, assim o filho será considerado brasileiro nato por conta do 
laço materno, já que nasceu no território nacional e é filho de brasileira. E, pode 
obter a dupla nacionalidade professor? Até pode, mas vai depender da legislação 
do país de origem do diplomata. (se permitirá ou não...) 
Assim, são três as situações possíveis a partir do disposto na alínea “a”:12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 NOVELINO, Marcelo. Curso de Direito Constitucional, 11ª ed. Salvador: Editora JusPodium, 2016, pág. 482-483. 
12 Trata-se de uma regra consuetudinária de direito internacional, que os filhos de agentes de Estados estrangeiros, como diplomatas e cônsules, sejam 
normalmente excluídos da atribuição de nacionalidade pelo critério “jus soli”. 
•Um filho de pai ou mãe
brasileiro, ou ambos,
nasce em território
brasileiro: será brasileiro
nato.
1ª situação:
•Um filho de estrangeiros
que estão a serviço de
seu país nasce em
território brasileiro: não
será brasileiro nato.
2ª situação:
•Um filho de estrangeiros
que não estão a serviço
de seu país nasce em
território brasileiro: será
brasileiro nato.
3ª situação:
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16 
Um ponto importante. Considera-se território brasileiro as terras delimitadas pelas 
fronteiras geográficas, o mar territorial e espaço aéreo; os navios mercantes 
brasileiros; e as aeronaves civis brasileiras. 13 
(...) 
Vamos analisar agora a alínea “b”?! 
A Constituição estabeleceu que os nascidos no estrangeiro também serão 
considerados brasileiros natos se forem filho de pai brasileiro ou mãe brasileira, 
desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil. 
Temos aqui a adoção do critério “jus sanguinis”; uma situaçãoem que o indivíduo 
não nasceu no território nacional, mas por questões de laço sanguíneo, o legislador 
Constituinte optou por atribuir a nacionalidade originária. Para tanto, deve haver o 
cumprimento de dois requisitos: ser filho de pai brasileiro ou mãe brasileira (não 
precisa ser o dois) e qualquer deles (ou ambos) estarem a serviço da República 
Federativa do Brasil. 
Estarão a serviço da República Federativa do Brasil todo indivíduo que estiver a 
serviço de qualquer dos entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e 
Município), incluídos também os entes da Administração Pública indireta. 
Quer um exemplo? 
Vamos supor que Diego venha a ser Adido Tributário da Receita Federal do Brasil14 
e seja enviado para representar a Administração Tributária em Washington. 
Chegando lá, conhece a linda Katy Perry e dessa relação nasce o pequeno John. ;) 
A pergunta é: esse filho é brasileiro nato? SIM! Diego estava a serviço do Brasil. E 
será americano, professor? Não sei (rs). Vai depender da legislação de lá... 
(...) 
Você deve estar pensado....” caso o pai brasileiro ou mãe brasileira deste indivíduo 
que nasceu no exterior não esteja a serviço do Brasil, posso concluir que ele não 
será brasileiro nato, então?” Não é bem assim! Calma....muita calma nessa hora. 
Temos ainda uma terceira hipótese constitucional, a alínea “c”, que analisaremos a 
seguir. 
 
13 CARVALHO, Dardeau de Carvalho, Nacionalidade e cidadania, p. 57, apud José Afonso da Silva, Curso de direito constitucional positivo, 36. ed.rev. São 
Paulo: Malheiros, 2013, p. 290. 
14 A Receita Federal possui uma “função” chamada de Adido, que se trata de uma representação da Administração Tributária Federal em outros países. Os 
Adidos Tributários e Aduaneiros Auditores Fiscais lotados nos países que possuem acordos comerciais e aduaneiros com o Brasil. 
 
 
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17 
(...) “os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, 
desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou 
venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer 
tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira”. 
Olha só meus amigos! Percebam que a condição da alínea “c” permite que um filho 
de pai ou mãe brasileira que não esteja a serviço do Brasil e que venha a nascer no 
exterior possa ser considerado brasileiro nato. São duas condições em que tal fato 
pode ocorrer: 
Ä O indivíduo ter sido registrado em repartição brasileira competente 
ou; 
Ä Vir a residir no Brasil e optar, em qualquer tempo, depois de 
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. 
Em relação a primeira hipótese, é necessário apenas o registro do indivíduo perante 
repartição competente. Fez o registro na repartição brasileira competente? Sim. 
Será considerado brasileiro nato. 
Já na segunda hipótese, é preciso o preenchimento de dois requisitos: (i) o indivíduo 
precisa residir no Brasil; e (ii) também manifestar sua vontade. Este ato de 
manifestação apenas acontecerá com a maioridade e será realizada em um processo 
perante a Justiça Federal. 
Importante frisar que a opção do indivíduo em se tornar brasileiro revela uma 
condição potestativa, ou seja, preencheu os requisitos tem direito subjetivo ao 
reconhecimento da nacionalidade originária. Daí a doutrina dizer em nacionalidade 
potestativa. 
“Mas, professor, e no caso deste indivíduo vir a morar ainda menor no país, se ele 
só pode optar pela nacionalidade após a maioridade, como fica a relação dele com 
o Brasil até o momento da escolha? Muito boa a sua pergunta! 
O Supremo Tribunal Federal entende que, apesar da aquisição ocorrer apenas 
quando atingir a maioridade, durante o período ainda menor o residente será 
considerado um nacional, mais especificamente um brasileiro nato. 
E depois de atingida a maioridade, até que faça a opção, continua tendo o mesmo 
tratamento? Não. A partir do momento em que chega à maioridade, até que se 
manifeste, sua condição de brasileiro nato fica suspensa. Então, a maioridade se 
apresenta aqui como uma condição suspensiva da nacionalidade. 
Vamos consolidar? ;) 
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Art. 12. São brasileiros: 
(...) 
II - naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas 
aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um 
ano ininterrupto e idoneidade moral; 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República 
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem 
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 
A hipótese do inciso II trata da aquisição secundária ou derivada da nacionalidade. 
É denominada de naturalização no Brasil, pois ocorre por um ato de vontade do 
indivíduo de forma expressa e se divide em ordinária e extraordinária. 
A naturalização ordinária vem enunciada na alínea “a”. Trata-se de uma regra de 
concessão desde que presentes os requisitos apresentados pela lei (a chamada Lei 
de Migração). Contudo, se o estrangeiro for originário de país de língua portuguesa, 
Brasileiro nato
Nacidos no 
Estrangeiro de Pai 
brasileiro ou mãe 
brasileira...
Desde que qualquer 
deles esteja a serviço 
da República 
Federativa do Brasil 
(critério “jus 
sanguinis”)
Desde que sejam 
registrados em 
repartição brasileira 
competente
Ou venham a residir na 
RFB do Brasil e optem, 
em qualquer tempo, 
depois de atingida a 
maioridade, pela 
nacionalidade brasileira
Nascidos no Brasil
Ainda que de pais 
estrangeiros, desde 
que estes não estejam 
a serviço de seu país 
(critério “jus soli”)
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a CRFB/88 determina um processo diferenciado e mais facilitado, desde que haja o 
cumprimento de dois requisitos: 
Ä residência por um ano ininterrupto no Brasil; 
Ä e idoneidade moral. 
Em ambas as situações, a naturalização é um ato discricionário, pois há uma análise 
sobre a conveniência e oportunidade para tal concessão. Este ato é praticado pelo 
Chefe do Poder Executivo e decorre da soberania estatal. Assim, não há um direito 
subjetivo do estrangeiro pelo simples cumprimento das exigências jurídicas. 
Já em relação a naturalização extraordinária, a alínea “b” traz três requisitos 
necessários. São eles: 
Ä O estrangeiro residir ininterruptamente no Brasil por mais de quinze 
anos; 
Ä Não pode ter condenação penal; 
Ä Requerimento a naturalização. 
Ao atender os três requisitos acima, o indivíduo estrangeiro passa a ter um direito 
subjetivo à naturalização extraordinária. Isto porque, a expressão “desde que 
requeiram” significa que, com os requisitos preenchidos e realizada a solicitação, a 
naturalização deve ser reconhecida formalmente. Portanto, o Executivo não pode 
negar a naturalização. É ato vinculado. 
No RE 264.848 o STF reconheceu este entendimento, conforme transcrito abaixo: 
“O requerimento de aquisição da nacionalidade brasileira, previsto na alínea “b” do inciso II do art. 12 
da CF, é suficiente para viabilizar a posse no cargo triunfalmente disputado mediante concurso público. 
Isto quando a pessoa requerente contar com quinze anos ininterruptos de residência fixa no Brasil, sem 
condenação penal. A Portaria de formal reconhecimento da naturalização, expedida pelo Ministro de 
Estado da Justiça, é de caráter meramente declaratório. Pelo que seus efeitos hão de retroagir à data 
do requerimento”. 15 
A partir desta decisão, ficou estabelecido que, caso na data da posse a 
nacionalidade requerida ainda não tenha sido reconhecida, o aprovado não fica 
impedido de tomarposse no cargo público. O requerimento é suficiente para 
viabilizar a posse no cargo. Afinal, o reconhecimento da naturalização possui efeitos 
declaratórios. Assim, o requerente é considerado brasileiro desde o momento que 
"solicitou a naturalização" (efeito retroativo). 
 
15 RE 264.848-5 / TO. Rel. Min. Carlos Ayres Britto. Julgamento em 29.06.2005. 
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Importante destacar que já foi consolidado pelo STF o entendimento que no sistema 
jurídico-constitucional brasileiro não cabe a aquisição da nacionalidade pelo simples 
casamento civil. Ou seja, a nacionalidade não é um efeito direto e imediato do 
casamento civil16. Não há assim previsão da nacionalidade brasileira jure matrimonii. 
 
 
 
10.2 - CONDIÇÃO ESPECIAL DOS PORTUGUESES RESIDENTES DO BRASIL 
Art. 12 (...) 
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver 
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes 
ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição. 
 
16 Ext 1.121, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 18-12-2009, Plenário, DJE de 25-6-2010. 
Naturalização 
Ordinária
Os que, na forma da lei, 
adquiram a nacionalidade 
brasileira 
Aos originários de países 
de língua portuguesa, 
basta apenas a residência 
por um ano ininterrupto e 
idoneidade moral 
Trata-se de ato 
discricionário do 
Presidente da República
Naturalização 
Extraordinária
Os estrangeiros de 
qualquer nacionalidade, 
desde que requeiram a 
nacionalidade brasileira
Residente na República 
Federativa do Brasil há 
mais de quinze anos 
ininterruptos e sem 
condenação penal, 
A concessão é direito 
subjetivo do interessado
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Como mencionado anteriormente, os portugueses podem adquirir a nacionalidade 
brasileira. No entanto, o §1º do art. 12 da CF/88 traz uma hipótese diferenciada para 
os portugueses: a chamada quase nacionalidade. 
“O que seria isso professor?” 
Enquadram-se neste dispositivo aqueles que mesmo possuindo residência 
permanente no Brasil não desejam se naturalizar. Há uma equiparação entre o 
português e o brasileiro naturalizado, pois o português, chamado aqui de português 
equiparado, receberá o mesmo tratamento que o brasileiro naturalizado (status 
jurídico). 
Agora, um detalhe! Para que isto seja possível, é preciso a existência de 
reciprocidade para com os brasileiros que residam em Portugal. 
 Mas, então, são exigidos apenas dois requisitos para a ocorrência da equiparação? 
Sim, basta o atendimento destas duas condições: 
Ä a residência permanente do português no Brasil; 
Ä e Portugal deve conferir direitos iguais aos brasileiros residentes em 
seu território (reciprocidade). 
Evidenciando mais uma vez que não estamos falando aqui de atribuição de 
nacionalidade. É apenas de concessão dos mesmos direitos conferidos aos 
naturalizados. 
10.3 - CONDIÇÃO JURÍDICA DO NACIONALIZADO 
Continuando o assunto sobre o naturalizado, vamos tratar da condição jurídica do 
naturalizado em relação ao brasileiro nato. 
Será que existe diferença de tratamento entre brasileiros natos ou naturalizados? O 
art. 12, §2º, apresenta uma vedação expressa ao legislador infraconstitucional no 
que tange à diferença de tratamento. “a lei não poderá estabelecer distinção entre 
brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição”. 
Desta forma, as únicas distinções entre os brasileiros natos e os brasileiros 
naturalizados permitidas são aquelas já previstas no texto da Constituição de 1988. 
E, aqui, temos algumas informações para anotação. Vejamos: 
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Ä art. 5º, LI da CF/88 – entre os brasileiros apenas os naturalizados 
poderão sofrer extradição e apenas em caso de crime comum cometido 
antes da naturalização ou de comprovado envolvimento com tráfico ilícito 
de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. 
Ä art. 89, VII, da CF/88 – foram reservadas aos brasileiros natos as 06 (seis) 
vagas no Conselho de República (órgão superior de consulta do 
Presidente da República). 
Ä art. 222 da CF/88 – este dispositivo trata do direito de propriedade de 
empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora de sons e imagens. Este 
direito pode ser exercido por brasileiros natos ou os naturalizados há 
mais de 10 anos. Além disto, quando esta empresa é uma sociedade, o 
dispositivo exige que pelo menos 70% do capital total e votante tenha 
como titulares brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos. A 
estes também compete a gestão desse tipo de empresa. 
Ä art. 12, §3º e o §4º, I, da CF/88 – estes serão trabalhados logo abaixo. 
 (...) § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: 
I - de Presidente e Vice-Presidente da República; 
II - de Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - de Presidente do Senado Federal; 
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
V - da carreira diplomática; 
VI - de oficial das Forças Armadas; 
VII - de Ministro de Estado da Defesa. 
O §3º traz uma das mais importantes diferenças: a ocupação de alguns cargos 
públicos. Os cargos que constam no parágrafo são aqueles cuja CRFB/88 reservou 
apenas aos brasileiros natos. 
Não é difícil decorar quais são os cargos exclusivos de brasileiro nato, quando 
pensamos na importância que estes possuem para a manutenção da soberania e 
segurança estatal. 
Vamos à explicação... 
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Em relação aos incisos I, II, III e IV, a preocupação foi evitar que o ocupante da 
posição de Chefe de Estado venha a utilizar o cargo para servir aos interesses de 
outros Estados. Por conta disto, houve a previsão da exclusividade ao cargo de 
Presidente da República, assim como aos cargos em que seus titulares podem vir a 
suceder o Presidente: Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara, 
Presidente do Senado Federal e Ministros do STF. 
Já o inciso V temos a carreira diplomática. Tecnicamente, a função do diplomata é 
representar bem o Brasil diante da comunidade de nações, defendendo sempre os 
interesses do país no exterior. A ideia que se tem é que o naturalizado poderia 
sucumbir mais facilmente, quando a discussão girasse em torno dos interesses do 
país da sua outra nacionalidade. Exemplo: na celebração de um acordo entre 
Canadá e Brasil, caso um o diplomata fosse um canadense naturalizado brasileiro 
esta seria uma tarefa difícil para ele. 
Por fim, temos o oficial das Forças Armadas e o Ministro da Defesa, cargos que 
envolvem a segurança do Estado. Como um naturalizado pode exercer um cargo 
que pode o colocar, futuramente, em uma situação de ataque a sua terra natal? 
 
Possíveis pegadinhas em prova: 
Ä A exclusividade se refere ao Presidente da Câmara dos Deputados e o 
Presidente do Senado Federal. Desta forma, o Deputado Federal e o 
Senador pode ser tanto brasileiro nato, quanto naturalizado. 
Ä Apenas o Ministro da Defesa deve ser brasileiro nato. Os demais cargos 
de Ministro não se enquadram nesta limitação. 
Ä Como os portugueses equiparados possuem o mesmo tratamento dos 
brasileiros naturalizados, assim como estes últimos, eles não podem ocupar 
cargos privativos de brasileiro nato. 
10.4 - PERDA DE NACIONALIDADE 
No Brasil, as hipóteses de perda da nacionalidade estão dispostas no §4º, do art. 12 
da CF/88, conforme transcrito abaixo: 
(...) §4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: 
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I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de 
atividade nociva ao interesse nacional; 
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro 
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em 
seu território ou para o exercício de direitos civis; 
Analisando os dois incisos, temos as seguintes situações de perda: o cancelamento 
de naturalização e aquisição de outra nacionalidade. 
A primeira hipótese se encontra no inciso I, que traz expressamente a sua aplicação 
apenas ao naturalizado. Além disto, para ocorrer o cancelamento da naturalização 
o mesmo inciso especifica a existência de alguns pressupostos: esta deve se dar por 
sentença judicial e em virtude de atividade nociva ao interesse nacional. 
Importante destacar que após a sentença transitar em julgado, somente há uma 
possibilidade de reaquisição da nacionalidade brasileira: ação rescisória. Então, não 
é permitida a abertura de um novo processo de naturalização. 
Já em relação à segunda hipótese, temos a condição de “perda-mudança” ou 
também chamada de perda da nacionalidade por naturalização voluntária. “O que 
seria isso prof?” 
Então. Diferente do cancelamento, é permitida a aplicação desta tanto aos 
brasileiros natos quanto aos brasileiros naturalizados. Ocorre a perda em função da 
aquisição voluntaria de uma outra nacionalidade. Por isso se diz “perda-mudança”. 
Houve mudança da condição em virtude de uma aquisição. (será realizada por um 
decreto do Presidente da República). 
Agora, muito cuidado aqui! Preste bastante atenção nas alíneas do inciso II, pois 
nelas temos duas exceções à perda pela aquisição de outra nacionalidade: (i) 
quando ocorre o reconhecimento da nacionalidade originária, pela lei estrangeira; e 
(ii) se há imposição da naturalização para que o sujeito possa permanecer no país 
estrangeiro ou para o exercício de direito civis no exterior. 
Para um melhor entendimento, vamos pensar juntos em alguns exemplos: 
Ä Henrique é brasileiro nato e filho de um espanhol. A lei espanhola concedeu 
a ele o direito de também ser um espanhol nato, ou seja, ocorre aqui um 
reconhecimento de nacionalidade originária pelo país de origem do seu pai. 
Neste caso, o indivíduo terá dupla nacionalidade, não havendo a perda da 
nacionalidade brasileira. 
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Ä O país W possui uma legislação que estabelece a naturalização como 
condição para permanência de estrangeiros em seu território nacional. 
Digamos que um jogador brasileiro foi chamado para trabalhar no time deste 
país, mas para poder firmar o contrato será necessária a naturalização, por 
conta da imposição legislativa. Aqui também não há que se falar em perda da 
nacionalidade brasileira, pois trata-se de exceção prevista na CF/88, sendo 
garantida a dupla nacionalidade. 
 
 
Em recente julgado, o STF (MS 33.864/DF) reconheceu a perda da 
nacionalidade de uma brasileira nata que voluntariamente adquiriu a 
nacionalidade norte-americana, apesar de já possuir o direito de 
permanecer e trabalhar nos EUA. Ela já era portadora do green card. 
Ao ser pleiteada a sua extradição pelos EUA, a brasileira alegou, no 
Mandado de Segurança, que precisou adquirir a nacionalidade norte-
americana para o pleno exercício dos direitos civis naquele país 
(principalmente moradia e trabalho). Foi solicitado por ela a revogação da 
Portaria do Ministério a Justiça. 
Foi reconhecida a possibilidade de extradição. Como ela já era possuidora 
do green card, o entendimento adotado pelo STF foi de que a aquisição 
da nacionalidade norte-americana foi voluntária. Porque através do green 
card, ela já possuía o direito de permanecer dos EUA e de exercer trabalho 
no território americano. 
A partir deste julgado, resta clara e evidente a existência da possibilidade 
de extradição do indivíduo cuja condição de brasileiro nato foi perdida 
pela aquisição voluntária de outra nacionalidade. 
 
 
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6. (FGV / XXVI Exame de Ordem Unificado/2018) Afonso, nascido em 
Portugal e filho de pais portugueses, mudou-se para o Brasil ao completar 25 
anos, com a intenção de advogar no estado da Bahia, local onde moram seus 
avós paternos. Após cumprir todos os requisitos exigidos e ser regularmente 
inscrito nos quadros da OAB local, Afonso permanece, por 13 (treze) anos 
ininterruptos, laborando e residindo em Salvador. Com base na hipótese 
narrada, sobre os direitos políticos e de nacionalidade de Afonso, assinale a 
afirmativa correta. 
A) Afonso somente poderá se tornar cidadão brasileiro quando completar 15 
(quinze) anos ininterruptos de residência na República Federativa do Brasil, 
devendo, ainda, demonstrar que não sofreu qualquer condenação penal e 
requerer a nacionalidade brasileira. 
B) Uma vez comprovada sua idoneidade moral, Afonso poderá, na forma da lei, 
adquirir a qualidade de brasileiro naturalizado e, nessa condição, desde que 
preenchidos os demais pressupostos legais, candidatar-se ao cargo de prefeito 
da cidade de Salvador. 
C) Afonso poderá se naturalizar brasileiro caso demonstre ser moralmente 
idôneo, mas não poderá alistar-se como eleitor ou exercer quaisquer dos 
direitos políticos elencados na Constituição da República Federativa do Brasil. 
D) Afonso, por ser originário de país de língua portuguesa, adquirirá a 
qualidade de brasileiro nato ao demonstrar, na forma da lei, residência 
ininterrupta por 1 (um) ano em solo pátrio e idoneidade moral. 
 
Comentários: 
Questão bem interessante cobrada no XXVI Exame OAB. Estamos diante da 
condição para o português adquirir a nacionalidade brasileira. Temos a regra 
do art. 12, II - a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, 
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por 
um ano ininterrupto e idoneidade moral; 
Assim, uma vez comprovada a idoneidade moral, Afonso poderá, na forma da 
lei, adquirir a qualidade de brasileiro naturalizado. Além disso, temos um 
“plus”. Será que Afonso poderia se candidatar ao cargo de prefeito? 
Para esta condição, temos que analisar o § 3º: São privativos de brasileiro nato 
os cargos: I - de Presidente e Vice-Presidente da República; II - de Presidente 
da Câmara dos Deputados; III - de Presidente do Senado Federal; IV - de 
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Ministro do Supremo Tribunal Federal; V - da carreira diplomática; VI - de oficial 
das Forças Armadas. VII - de Ministro de Estado da Defesa. 
Nesse caso, percebe-se que o cargo de prefeito não é privativo de brasileiro 
nato, portanto Afondo na condição de brasileiro naturalizado poderá ocupar 
este cargo. Gabarito Letra B. 
 
7. (FGV / XVI Exame de Ordem Unificado/2015) Alessandro Bilancia, italiano, 
com 55 anos de idade, ao completar 15 anos de residência ininterrupta no 
Brasil, decide assumir a nacionalidade “brasileira”, naturalizando-se. Trata-se 
de renomado professor, cuja elevada densidade intelectual e capacidade de 
liderança são muito bem vistas por um dos maiores partidos políticos 
brasileiros. Na certeza de que Alessandro poderá fortalecer os quadros do 
governo caso o partido em questão seja vencedor nas eleições presidenciais, a 
cúpula partidária já ventila a possibilidade de contar com o auxílio do referido 
professor na complexa tarefa de governar o País. Analise as situações abaixo e 
assinalea única possibilidade idealizada pela cúpula partidária que encontra 
respaldo na Constituição Federal. 
a) Alessandro Bilancia, graças ao seu reconhecido saber jurídico e à sua ilibada 
reputação, poderá ser indicado para compor o quadro de ministros do 
Supremo Tribunal Federal. 
b) Alessandro Bilancia, na hipótese de concorrer ao cargo de deputado federal 
e ser eleito, poderá ser indicado para exercer a Presidência da Câmara dos 
Deputados. 
c) Alessandro Bilancia, na hipótese de concorrer ao cargo de senador e ser 
eleito, pode ser o líder do partido na Casa, embora não possa presidir o Senado 
Federal. 
d) Alessandro Bilancia, dada a sua ampla e sólida condição intelectual, pode ser 
nomeado para assumir qualquer ministério do governo. 
 
Comentários: 
Letra A: errada. O cargo de Ministro do STF é privativo de brasileiro nato. Logo, 
se Alessandro se naturalizar brasileiro, não poderá ser Ministro do STF. 
Letra B: errada. O cargo de Presidente da Câmara dos Deputados é privativo 
de brasileiro nato. 
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Letra C: correta. De fato, Alessandro Bilancia poderá ser eleito Senador e, 
ainda, ser o líder do partido nessa Casa Legislativa. Ele só não pode ser 
Presidente do Senado Federal, que é um cargo privativo de brasileiro nato. 
Gabarito letra C. 
Letra D: errada. Alessandro Bilancia não poderá ser nomeado para o cargo de 
Ministro da Defesa, pois trata-se de cargo privativo de brasileiro nato. 
 
8. (FGV / XV Exame de Ordem Unificado – 2014) A CRFB/88 identifica as 
hipóteses de caracterização da nacionalidade para brasileiros natos e os 
brasileiros naturalizados. Com base no previsto na Constituição, assinale a 
alternativa que indica um caso constitucionalmente válido de naturalização 
requerida para obtenção de nacionalidade brasileira. 
a) Juan, cidadão espanhol, casado com Beatriz, brasileira, ambos residentes em 
Barcelona. 
b) Anderson, cidadão português, domiciliado no Brasil há 36 dias. 
c) Louis, cidadão francês, domiciliado em Brasília há 14 anos, que está em 
liberdade condicional, após condenação pelo crime de exploração sexual de 
vulnerável. 
d) Maria, 45 anos, cidadã russa, residente e domiciliada no Brasil desde seus 25 
anos de idade, processada criminalmente por injúria, mas absolvida por 
sentença transitada em julgado. 
 
Comentários: 
Letra A: errada. Ser casado com brasileira não é requisito suficiente para a 
concessão de naturalização. 
Letra B: errada. A naturalização de indivíduos originários de países de língua 
portuguesa depende de residência por um ano ininterrupto e idoneidade 
moral. 
Letra C: errada. A naturalização extraordinária depende de residência no Brasil 
há mais de 15 anos ininterruptos e ausência de condenação penal. 
Letra D: correta. Maria já reside no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e 
não teve condenação penal. Ela até foi processada, mas foi absolvida por 
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sentença transitada em julgado. Logo, faz jus à naturalização extraordinária. 
Gabarito Letra D. 
 
9. (FGV/XII Exame de Ordem Unificado/2013) João, 29 anos de idade, 
brasileiro naturalizado desde 1992, decidiu se candidatar, nas eleições de 2010, 
ao cargo de Deputado Federal, em determinado ente federativo. Eleito, e após 
ter tomado posse, foi escolhido para Presidir a Câmara dos Deputados. Com 
base na hipótese acima, assinale a afirmativa correta. 
a) João não poderia ter-se candidatado ao cargo de Deputado Federal, uma 
vez que esse é um cargo privativo de brasileiro nato. 
b) João não poderia ser Deputado Federal, mas poderia ingressar na carreira 
diplomática em que não é exigido o requisito de ser brasileiro nato. 
c) João poderia ter se candidatado ao cargo de Deputado Federal, bem como 
ser eleito, entretanto, não poderia ter sido escolhido Presidente da Câmara dos 
Deputados, eis que esse cargo deve ser exercido por brasileiro nato. 
d) João não poderia ter se candidatado ao cargo de Deputado Federal, mas 
poderia ter se candidatado ao cargo de Senador da República, mesmo sendo 
brasileiro naturalizado. 
 
Comentários: 
Letra A: errada. João poderia, sim, ter se candidatado ao cargo de Deputado 
Federal. Esse cargo não é privativo de brasileiro nato. 
Letra B: errada. Os cargos da carreira diplomática são privativos de brasileiro 
nato. João poderia ser Deputado Federal, mas não poderia ingressar na carreira 
diplomática. 
Letra C: correta. O cargo de Presidente da Câmara dos Deputados é privativo 
de brasileiro nato. João poderia até ter se candidatado ao cargo de Deputado 
Federal, mas não poderia exercer a Presidência da Câmara dos Deputados. 
Gabarito letra C. 
Letra D: errada. Os cargos de Deputado Federal e de Senador não são 
privativos de brasileiro nato. Assim, João poderia ter se candidatado aos dois 
cargos. 
 
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10. (FGV/VII Exame de Ordem Unificado/2012) A Constituição de 1988 
proíbe qualquer discriminação, por lei, entre brasileiros natos e naturalizados, 
exceto os casos previstos pelo próprio texto constitucional. Nesse sentido, é 
correto afirmar que somente brasileiro nato pode exercer cargo de: 
a) Ministro do STF ou do STJ. 
b) Diplomata. 
c) Ministro da Justiça. 
d) Senador. 
 
Comentários: 
Dentre as opções apresentadas, é privativo de brasileiro nato o cargo de 
diplomata. Portanto, o gabarito é a letra B. 
 
11. (FGV/VI Exame de Ordem Unificado/2012) João, residente no Brasil há 
cinco anos, é acusado em outro país de ter cometido crime político. Nesse caso, 
o Brasil: 
a) pode conceder a extradição se João for estrangeiro. 
b) pode conceder a extradição se João for brasileiro naturalizado e tiver 
cometido o crime antes da naturalização. 
c) não pode conceder a extradição, independentemente da nacionalidade de 
João. 
d) não pode conceder a extradição apenas se João for brasileiro nato. 
 
Comentários: 
Pegadinha! Estão lembrados da aula anterior? Segundo o art. 5º, LII, não será 
concedida a extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião. 
Gabarito letra C. 
 
12. (FGV/V Exame de Ordem Unificado/2011) No que tange ao direito de 
nacionalidade, assinale a alternativa correta. 
a) O brasileiro nato não pode perder a nacionalidade. 
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b) O filho de pais alemães que estão no Brasil a serviço de empresa privada 
alemã será brasileiro nato caso venha a nascer no Brasil. 
c) O brasileiro naturalizado pode ser extraditado pela prática de crime comum 
após a naturalização. 
d) O brasileiro nato somente poderá ser extraditado no caso de envolvimento 
com o tráfico de entorpecentes. 
 
Comentários: 
Letra A: errada. O brasileiro nato pode, sim, perder a nacionalidade. Isso 
ocorrerá quando houver aquisição voluntária de outra nacionalidade. 
Letra B: correta. São brasileiros natos os nascidos na República Federativa do 
Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço 
de seu país. Como os pais alemães não estão no Brasil a serviço da Alemanha, 
seu filho será brasileiro nato. 
Letra C: errada. O brasileiro naturalizado poderá ser extraditado em caso de 
crime comum praticado antes da naturalização. 
Letra D: errada. Não é admitida a extradição de brasileiro nato. 
 
13. (ESTRATEGIA OAB/ INÉDITA) Rosenval Junior Mitto, cidadão brasileiro, 
empregado público concursado do Banco do Brasil desde 2015, recebeu uma 
promoção tendo em vista o belo trabalho de gestão desenvolvidoem 2016 na 
agência de Pacaraima, município brasileiro localizado no nordeste do estado 
de Roraima, na fronteira com a Venezuela. No ano de 2017, foi transferido para 
a agência bancária situada em Moscou - Rússia, onde permaneceu até 2022. 
Enquanto trabalhava nessa cidade, Rosenval conheceu a bela Yelena 
isinbayeva, cidadã russa, com quem teve um breve relacionamento. Dessa 
relação nasceu Neymarito. Tendo em vista o caso narrado acima e as 
disposições da CRFB/88, é possível afirmar que o filho do casal: 
a) não poderá acumular a nacionalidade brasileira nata que lhe seja reconhecida 
com eventual nacionalidade russa, que lhe seja garantida pela legislação desse 
país. 
b) é brasileiro nato, independentemente de qualquer opção ou registro 
consular. 
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c) será brasileiro nato, desde que seja registrado em repartição brasileira 
competente ou venha a residir na República Federativa do Brasil e opte a 
qualquer tempo pela nacionalidade brasileira. 
d) tendo em vista que somente os nascidos no território da República 
Federativa do Brasil, Neymarito não será considerado brasileiro nato. 
 
Comentários: 
Questão tranquila né? Trata-se da condição do art. 12º, inciso I, alínea b, da 
CRFB/88. Rosenval é brasileiro nato e estava no exterior a serviço da República 
Federativa do Brasil, já que estava trabalhando para o Banco do Brasil, que é 
uma sociedade de economia mista integrante da Adm. Pública indireta. Assim, 
seu filho será brasileiro nato independentemente de qualquer opção ou 
registro. Gabarito letra B. 
 
14. (ESTRATEGIA OAB/ INÉDITA) Conforme a previsão da Constituição em 
seu Título I, Capítulo III – Da Nacionalidade, marque a alternativa correta que 
apresenta a condição de um brasileiro nato. 
a) Considera-se brasileiro nato o originário de países de língua portuguesa com 
residência no Brasil por um ano ininterrupto. 
b) Considera-se brasileiro nato o estrangeiro de qualquer nacionalidade, 
residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos 
ininterruptamente. 
c) Considera-se brasileiro nato o nascido no estrangeiro, de pai brasileiro ou 
mãe brasileira, desde que um deles esteja a serviço da República Federativa do 
Brasil. 
d) Considera-se brasileiro nato o português com residência permanente no 
Brasil. 
 
Comentários: 
A letra A está incorreta. Trata-se de condição de brasileiro naturalizado (art. 12, 
II, “a”, CF), exigindo-se, ainda, a idoneidade moral. 
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A letra B está incorreta. Trata-se de condição de brasileiro naturalizado (art. 12, 
II, “b”, CF), desde que não tenham sofrido condenação penal e requeiram a 
nacionalidade brasileira. 
A letra C está correta. É o que prevê o art. 12, I, “b”, da Carta Magna. Gabarito 
letra C. 
A letra D está incorreta. Os portugueses com residência permanente no Brasil, 
desde que haja reciprocidade em favor de brasileiros, gozam da condição de 
“portugueses equiparados”. A eles são atribuídos os direitos inerentes ao 
brasileiro naturalizado (art. 12, § 1º, CF). 
 
15. (ESTRATEGIA OAB/ INÉDITA) Tendo em vista o que dispõe a Constituição 
da República Federativa do Brasil de 1988, assinale a alternativa que apresenta 
um caso de atribuição da nacionalidade brasileira. 
a) Paul, nascido no Brasil, filho de pais canadenses a serviço do Governo do 
Canadá. 
b) Diego, hoje com 22 anos e residente na cidade de Salvador, nasceu e foi 
registrado nos EUA em repartição consular competente, sendo filho de Maria 
e Antônio, um casal de brasileiros que se mudaram para a américa para 
trabalhar numa empresa multinacional na década de 90. 
c) Manoel, português, domiciliado na cidade de Manaus há seis meses. 
d) Karl, alemão, é domiciliado na cidade de Recife há 09 anos, e hoje está em 
liberdade condicional, após condenação pelo crime de tráfico de drogas. 
 
Comentários: 
Letra A: errada. Paul nasceu no Brasil, mas é filho de pais estrangeiros que 
estavam a serviço do seu país. Portanto, ele não será considerado brasileiro. 
Letra B: correta. Este é o nosso gabarito. Olha só que questão interessante. 
Diego nasceu no nos EUA e é filho de pai brasileiro e mãe brasileira. No 
entanto, estes não estavam a serviço da República Federativa do Brasil. Como 
ele foi registrado em repartição brasileira competente, então ele será 
considerado brasileiro nato. 
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Letra C: errada. Para que um português adquira a nacionalidade brasileira, ele 
precisa fixar residência no Brasil por um ano ininterrupto e ter idoneidade 
moral. 
Letra D: errada. Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na 
República Federativa do Brasil há mais de 15 (quinze) anos ininterruptos e sem 
condenação penal poderão requisitar a naturalização. 
 
16. (ESTRATEGIA OAB/ INÉDITA) No tema dos os direitos de nacionalidade, 
é possível afirmar todas as condições abaixo relacionadas, exceto: 
a) Nossa Constituição da República Federativa do Brasil consagra 
conjuntamente os critérios jus soli e jus sanguinis para atribuição da 
nacionalidade. 
b) O cargo de Presidente do Supremo Tribunal Federal é privativo de brasileiro 
nato. 
c) Para que o brasileiro naturalizado seja proprietário de empresa jornalística e 
de radiodifusão sonora e de sons e imagens, a Constituição brasileira exige a 
aquisição de nacionalidade brasileira há mais de dez anos. 
d) São brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade, 
residentes na República Federativa do Brasil há mais de dez anos ininterruptos 
e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 
 
Comentários: 
Letra A: correta. De fato, a CF/88, ao atribuir nacionalidade, utilizou em 
conjunto os critérios jus sanguinis e jus soli. 
Letra B: correta. O cargo de Ministro do STF é privativo de brasileiro nato. 
Letra D: correta. Exatamente. De acordo com a previsão do art. 222, CF/88, 
somente poderão ser proprietários de empresa jornalística e de radiodifusão 
sonora e de imagens brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos. 
Letra D: errada. Este é o nosso gabarito. Item Errado, pessoal. Cuidado!!! São 
brasileiros naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes 
na República Federativa do Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem 
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 
 
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17. (ESTRATEGIA OAB/ INÉDITA) Renato é um brasileiro nato que vive há 
quinze anos em Paris. Ocorre que, em 2019, a França editou uma lei exigindo 
a naturalização dos estrangeiros residentes no país há mais de 10 anos, como 
condição obrigatória para permanência em seu território. Diante da 
circunstância, Renato requereu a atribuição de naturalização, tendo o pedido 
sido deferido em março do presente ano. Nesse sentido, de acordo com a 
sistemática constitucional brasileira, é possível afirmar que Renato: 
a) deve ter declarada a perda da nacionalidade brasileira por ter obtido, a partir 
de requerimento seu, a nacionalidade estrangeira. 
b) somente não perderia a nacionalidade brasileira caso fosse naturalizado 
estrangeiro por força de lei do respectivo País, sem qualquer requerimento 
nesse sentido. 
c) não perderia a nacionalidade brasileira se estivesse no estrangeiro, de 
maneira impositiva, a serviço da República Federativa do Brasil. 
d) não perderá a nacionalidade brasileira, pois a naturalização foi imposta, pela 
norma estrangeira, comocondição para permanência no território do 
respectivo País; 
 
Comentários: 
Pessoal, questão que trago para fixação do art. 12, 4º, II, b, da CF/88. No caso 
prático, Renato estava residindo em País, que por meio de lei passou a exigir 
dele a naturalização como condição de permanência em seu território. Então, 
temos aqui a exceção prevista na Constituição Federal. Não haverá declaração 
de perda da nacionalidade. 
Gabarito Letra D. 
11 - DIREITOS POLÍTICOS 
A doutrina do Direito Constitucional vai nos dizer que os direitos políticos formam a 
base do regime democrático, pois é por meio deles que a Carta Magna garante o 
exercício da soberania popular (característica do regime democrático). 
Ao prever esses instrumentos, a Constituição garante ao cidadão uma espécie de 
direito subjetivo: o chamado “direito de participação na vida política do Estado”. 
Conclui-se, então, que os direitos políticos estão relacionados ao exercício da 
cidadania. 
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Como o exercício da democracia pode ocorrer em mais de uma forma, ou seja, a 
participação popular pode ser direta ou indireta, podemos classificar a democracia 
em: 
 
 
Importante esclarecer que são duas as espécies de direitos políticos: 
Ä Positivos – são aqueles que outorgam ao cidadão o poder para 
participar da vida política do Estado, havendo o exercício da cidadania. 
Ä Negativos – através deles ocorre uma restrição aos direitos políticos 
positivos. As normas que representam estas limitações e impedimentos 
são as inelegibilidades e as hipóteses de perda e suspensão dos direitos 
políticos. 
Vamos estudá-los mais detalhadamente? 
11.1 - DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS 
O caput do art. 14 da CRFB/88 traz a forma como se expressa a chamada soberania 
popular. Uma dessas formas é o sufrágio universal. Agora, muito cuidado, pois 
sufrágio e voto não são sinônimos. Como assim professor? 
O sufrágio é um direito público subjetivo garantido ao cidadão. Seria o direito de 
participar da vida política de uma sociedade, mais especificamente a capacidade 
•O poder é exercido sem 
intermediários; sem 
representantes, pois é o 
próprio povo que o exerce
Democracia direta: 
•Ocorre através da eleição pelo 
povo de um representante. O 
povo outorga poderes ao 
eleito que governará o país em 
nome do povo e para o povo. 
Aqui, o representante exerce 
um mandato e não fica 
vinculado à vontade do povo 
(mandato livre)
Democracia 
representativa ou 
indireta: 
•Há a presença de 
características das duas 
anteriores (sistema híbrido). O 
povo exerce diretamente 
(plebiscito, do referendo e da 
iniciativa popular) e 
indiretamente (por meio de 
representantes). A democracia 
no Brasil é semidireta.
Democracia 
semidireta ou 
participativa: 
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eleitoral. E, quando falamos em capacidade eleitoral, precisamos compreender que 
ela representa tanto o direito de votar (capacidade de ser eleitor), quanto o direito 
de elegibilidade (direito de ser votado). 
 
 
Certo, professor! Entendi o que é o sufrágio. Mas, o dispositivo fala em sufrágio 
universal. O que significa isso? Então, quer dizer que a participação do eleitorado 
não está restrita a qualquer condição econômica, acadêmica, profissional ou étnica. 
O voto é um dos instrumentos para o exercício do sufrágio, assim como o plebiscito, 
o referendo e a iniciativa popular de leis. Conforme a determina o art. 14 da 
CRFB/88, os três últimos necessitam de regulamentação legal. 
Particularmente, em relação ao voto, é necessário realizar uma interpretação 
conjunta com o art. 60, § 4º, CRFB/88. Isso porque, esse dispositivo nos traz algumas 
características para o voto. Ele é considerado direto, secreto, universal, periódico. 
“Professor, eu lembro de ter visto em algum lugar que esse o parágrafo 4º é 
considerado uma cláusula pétrea”. Exatamente!!! Mas, cuidado!!! A Constituição 
estabeleceu a limitação constitucional apenas para essas 04 características. A 
doutrina e jurisprudência entendem que a obrigatoriedade de voto não é uma 
cláusula pétrea, podendo ser extinta. 
Por fim, vamos falar um pouquinho acerca do plebiscito e referendo. Os dois 
institutos são formas de participação direta do povo na vida política nacional. Aqui 
ocorre a chamada consulta popular. 
A diferença entre eles reside no momento em que acontece a manifestação. 
Enquanto a convocação do plebiscito realiza-se anteriormente à edição do ato 
legislativo ou administrativo, no caso do referendo a convocação do povo ocorre 
posteriormente à edição do ato. A consulta, funciona como uma espécie de ato de 
confirmação ou rejeição. 
Capacidade 
eleitoral 
ativa
Capacidade 
eleitoral 
passiva
Sufrágio
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11.1.1 – Capacidade eleitoral ativa 
Ao possuir capacidade eleitoral ativa, o cidadão pode exercitar o sufrágio por meio 
do voto. Vale destacar que o exercício do direito de votar não se limita às eleições, 
mas também se manifesta no plebiscito e no referendo. 
No ordenamento jurídico brasileiro, a capacidade eleitoral ativa depende da 
aquisição da qualidade de eleitor. Tal fato ocorre com o alistamento eleitoral, que 
se dá com o pedido do interessado de inscrição junto à Justiça Eleitoral. 
Importante esclarecer que a qualidade de eleitor dá ao nacional a capacidade de 
votar, mas não só isso. A partir de então, o indivíduo passa a ser considerado 
juridicamente como cidadão, em pleno gozo dos seus direitos políticos, podendo 
inclusive ajuizar Ação Popular e até propor iniciativa de lei juntamente com outros 
cidadãos, respeitando logicamente os demais requisitos constitucionais. 
Assim, nota-se que diversos direitos políticos podem ser exercidos após o 
alistamento eleitoral, mas para o exercício de todos os direitos políticos é necessário 
o preenchimento de demais requisitos previstos na CRFB/88. Afinal, o direito de 
elegibilidade, ou seja, o direito de ser votado tem o alistamento como uma das 
condições a serem preenchidas, nos termos no §3º do art. 14, (Calma que elas serão 
trabalhadas em tópico posterior rs) 
Primeiro, vamos estudar o §1º do art. 14 da CRFB/88, que trata do alistamento 
eleitoral e do voto. O Constituinte fez uma divisão em obrigatório, facultativo ou 
proibido. 
§1º - O alistamento eleitoral e o voto são: 
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
II - facultativos para: 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. 
§ 2º - Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o 
período do serviço militar obrigatório, os conscritos. 
De acordo com o disposto acima, os estrangeiros são inalistáveis, não possuindo 
capacidade eleitora ativa e passiva, já que o alistamento é condição de elegibilidade. 
O alistamento é permitido apenas aos brasileiros (natos ou naturalizados). 
Vale destacar que o português equiparado recebe um tratamento equivalente ao 
de brasileiro naturalizado. “Hum.... então quer dizer que o português pode votar?” 
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Sim. Ele pode se alistar como eleitor e ser eleito, mas há certos cargos políticos que 
são privativos de brasileiro nato (art. 12 §3° da CF/88). (comentamos um pouco mais 
à frente) 
O §2º também traz uma outra característica no critério do alistamento eleitoral: a 
vedação aos conscritos. Agora, calma que não a todos eles, apenas aqueles que 
estejam prestando

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