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Resumo Lei Kandir Pt 1

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Resumo Lei Kandir (Lei do ICMS) – PARTE I: 
Principais pontos cobrados em concursos 
fiscais 
Conheça melhor a Lei Kandir, Lei Complementar nacional 
que regula a cobrança do ICMS, amplamente cobrada em 
certames fiscais 
 
Lei Kandir – LC nº 87 – Lei Complementar ICMS 
Olá, Estrategista. Tudo joia? 
Se você deseja saber o suprassumo do ICMS, saiba que está no artigo 
correto. Entretanto, por ser uma lei com muitos detalhes, separamos nossa 
análise em 2 partes. Esta parte I se refere aos pontos mais cobrados nas 
provas, enquanto que na parte II iremos discorrer sobre as peculiaridades do 
ICMS. 
Antes de mais nada, a Lei Kandir, LC nº 87 de 1996, surge como resposta a 
uma exigência constitucional. A CF/88, em seu art. 155 § 2º, dispõe que 
deverá ser criada uma Lei Complementar para o ICMS com as seguintes 
funções: 
 Definir seus contribuintes; 
 Dispor sobre substituição tributária; 
 Disciplinar o regime de compensação do imposto; 
https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/resumo-lei-kandir-lei-do-icms-parte-i-principais-pontos-cobrados-em-concursos-fiscais/
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https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/?p=558233
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp87.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm
 Fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento 
responsável, o local das operações relativas à circulação de 
mercadorias e das prestações de serviços; 
 Excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, 
serviços e mercadorias; 
 Prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para 
outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de 
mercadorias; 
 Regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito 
Federal (CONFAZ), isenções, incentivos e benefícios fiscais serão 
concedidos e revogados; 
 Refinir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto 
incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade (ICMS 
monofásico); 
 Fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, 
também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. 
Logo, a partir das exigências acima, foi necessário a criação da Lei Kandir. 
Lei Kandir – Lei Complementar ICMS 
Sendo assim, compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir o ICMS, 
ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. 
Incidência do ICMS 
Veja, portanto, que o ICMS incide sobre: 
 Operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o 
fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e 
estabelecimentos similares; 
 Prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, 
por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; 
(Transporte municipal não está no rol do ICMS, mas do ISS.) 
 Prestações ONEROSAS de serviços de comunicação, por qualquer 
meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a 
retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de qualquer 
natureza; (transmissão gratuita não incide ICMS) 
 Fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não 
compreendidos na competência tributária dos Municípios; (caso a 
mercadoria seja acompanhada da prestação de serviço, a competência 
do ICMS é residual em relação ao ISS. Isto é, só incidirá ICMS sobre o 
serviço, caso este serviço não seja previsto na Lei do ISS); 
 Fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao 
ISS, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à 
incidência do imposto estadual; 
 Entrada de mercadoria ou bem importados do exterior, por pessoa 
física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do 
imposto, qualquer que seja a sua finalidade; 
 Sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha 
iniciado no exterior; 
 Sobre a ENTRADA, no território do Estado destinatário, de petróleo, 
inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele 
derivados, e de energia elétrica, QUANDO NÃO DESTINADOS À 
COMERCIALIZAÇÃO OU À INDUSTRIALIZAÇÃO, decorrentes 
de operações interestaduais, cabendo o imposto ao Estado onde 
estiver localizado o adquirente. 
Outrossim, importante mencionar que a caracterização do fato gerador 
independe da natureza jurídica da operação que o constitua. 
Não Incidência do ICMS 
Veja quais as operações em que não há incidência do ICMS: (não se trata de 
imunidade ou isenção tributária, mas NÃO INCIDÊNCIA) 
 Operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão; 
 Prestações e operações que destinem ao exterior mercadorias, 
inclusive produtos primários e produtos industrializados 
semielaborados, ou serviços; 
 Operações INTERESTADUAIS relativas à energia elétrica e 
petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele 
derivados, QUANDO DESTINADOS À INDUSTRIALIZAÇÃO 
OU À COMERCIALIZAÇÃO; 
 As operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro 
ou instrumento cambial; (ouro mercadoria – joias – incide ICMS 
normalmente) 
 Operações relativas a mercadorias que tenham sido ou que se 
destinem a ser utilizadas na prestação, pelo próprio autor da saída, de 
serviço sujeito ao ISS, ressalvadas as hipóteses previstas na mesma lei 
complementar; 
 Operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de 
propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra 
espécie; 
 Nas operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia, 
inclusive a operação efetuada pelo credor em decorrência do 
inadimplemento do devedor; 
 Operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do 
bem arrendado ao arrendatário; 
 Operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de 
bens móveis salvados de sinistro para companhias seguradoras. 
Contribuinte do ICMS 
Nas palavras da Lei Kandir, contribuinte é qualquer pessoa, física ou 
jurídica, que realize, com HABITUALIDADE ou em VOLUME que 
caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou 
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior. 
Todavia, é também contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo 
sem habitualidade ou intuito comercial: 
 Importe mercadorias ou bens do exterior, qualquer que seja a sua 
finalidade; 
 Seja destinatária de serviço prestado no exterior ou cuja prestação se 
tenha iniciado no exterior; 
 Adquira em licitação mercadorias ou bens apreendidos ou 
abandonados; 
 Adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de 
petróleo e energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não 
destinados à comercialização ou à industrialização. 
Base de Cálculo do ICMS 
A base de cálculo, para fins de substituição tributária, será: 
 Em relação às operações ou prestações antecedentes ou 
concomitantes, o valor da operação ou prestação praticado pelo 
contribuinte substituído (que pode se tratar de responsabilidade 
tributária ou tributação ordinária ao próprio contribuinte); 
 Em relação às operações ou prestações 
subsequentes (responsabilidade tributária por substituição), 
obtida pelo somatório das parcelas seguintes: 
o O valor da operação ou prestação própria realizada pelo 
substituto tributário ou pelo substituído intermediário; 
o O montante dos valores de seguro, de frete e de outros encargos 
cobrados ou transferíveis aos adquirentes ou tomadores de 
serviço; 
o A margem de valor agregado (MVA), inclusive lucro, relativa às 
operações ou prestações subsequentes. 
Tratando-se de mercadoria ou serviço cujo preço finalao consumidor, único 
ou máximo, seja fixado por órgão público competente, a base de cálculo do 
imposto, para fins de substituição tributária, é o referido preço por ele 
estabelecido. Por outro lado, existindo preço final a consumidor sugerido 
pelo fabricante ou importador, poderá a lei estabelecer como base de cálculo 
este preço. 
Na hipótese de responsabilidade tributária em relação às operações ou 
prestações antecedentes, o imposto devido pelas referidas operações ou 
prestações será pago pelo responsável, quando: 
 Da entrada ou recebimento da mercadoria, do bem ou do serviço; 
 Da saída subsequente por ele promovida, ainda que isenta ou não 
tributada; 
 Ocorrer qualquer saída ou evento que impossibilite a ocorrência do 
fato determinante do pagamento do imposto. 
Local da Operação 
O local da operação ou da prestação, para os efeitos da cobrança do imposto 
e definição do estabelecimento responsável, é: 
1. Tratando-se de mercadoria ou bem: 
 O do estabelecimento onde se encontre, no momento da ocorrência do 
fato gerador; 
o Onde se encontre, quando em situação irregular pela falta de 
documentação fiscal ou quando acompanhado de 
documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária; 
o O do estabelecimento que transfira a propriedade, ou o título 
que a represente, de mercadoria por ele adquirida no País e que 
por ele não tenha transitado; 
o Importado do exterior, o do estabelecimento onde ocorrer a 
entrada física; 
o Importado do exterior, o do domicílio do adquirente, quando 
não estabelecido; 
o Aquele onde seja realizada a licitação, no caso de arrematação 
de mercadoria ou bem importados do exterior e apreendidos ou 
abandonados; 
o A do Estado onde estiver localizado o adquirente, inclusive 
consumidor final, nas operações interestaduais com energia 
elétrica e petróleo, lubrificantes e combustíveis dele derivados, 
quando não destinados à industrialização ou à comercialização; 
o O do Estado de onde o ouro tenha sido extraído, quando não 
considerado como ativo financeiro ou instrumento cambial; 
o O de desembarque do produto, na hipótese de captura de 
peixes, crustáceos e moluscos; 
Tratando-se de prestação de serviço de transporte: 
 Onde tenha início a prestação; 
 Onde se encontre o transportador, quando em situação irregular pela 
falta de documentação fiscal ou quando acompanhada de 
documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária; 
 O do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese de 
fornecimento de mercadoria com prestação de serviços quando 
houver incidência do ICMS; 
2. Tratando-se de prestação onerosa de serviço de comunicação: 
 O da prestação do serviço de radiodifusão sonora e de som e imagem, 
assim entendido o da geração, emissão, transmissão e retransmissão, 
repetição, ampliação e recepção; 
 Do estabelecimento da concessionária ou da permissionária que 
forneça ficha, cartão, ou assemelhados com que o serviço é pago; 
 O do estabelecimento destinatário do serviço, quando houver 
utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha 
iniciado em outro Estado e não esteja vinculada a operação ou 
prestação subsequente; 
 No estabelecimento ou domicílio do tomador do serviço, quando 
prestado por meio de satélite; 
 Onde seja cobrado o serviço, nos demais casos; 
3. Tratando-se de serviços prestados ou iniciados no exterior: 
 O do estabelecimento ou do domicílio do destinatário. 
Conceito de Estabelecimento 
Por fim, para efeito da Lei Kandir, estabelecimento é o local, privado ou 
público, edificado ou não, próprio ou de terceiros , onde pessoas 
físicas ou jurídicas exerçam suas atividades em caráter temporário ou 
permanente, bem como onde se encontrem armazenadas mercadorias, 
observado, ainda, o seguinte: 
 Na impossibilidade de determinação do estabelecimento, considera-se 
como tal o local em que tenha sido efetuada a operação ou prestação, 
encontrada a mercadoria ou constatada a prestação; 
 É autônomo cada estabelecimento do mesmo titular; 
 Considera-se também estabelecimento autônomo o veículo 
usado no comércio ambulante e na captura de pescado; 
 Respondem pelo crédito tributário todos os 
estabelecimentos do mesmo titular.

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