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Feudalismo O feudalismo foi o sistema socioeconômico predominante na Idade Média, período em que a maioria das pessoas vivia da agricultura e as relações de servidão eram à base da sociedade. Muitas vezes definido como um “modo de produção”, o feudalismo surgiu com a decadência e queda do Império Romano, a partir do século IV d.C. Com as invasões bárbaras, muitas pessoas que tinham propriedades rurais passaram a viver no campo, nas chamadas vilas romanas, e a explorar a mão de obra dos servos. A palavra “feudo” vem do alemão, e passou a designar os lotes de terra que eram de propriedade dos senhores feudais, que formavam o topo da pirâmide social. Principais características do feudalismo Sistema de colonato: O servo era como um colono do senhor feudal, ou seja, recebia o direito de viver e trabalhar na terra e dava em troca parte de sua produção, tributos e apoio militar ao senhor feudal. Três camadas sociais: Eram três as principais camadas sociais, e elas se subdividiam. Havia os proprietários de terras, que poderiam ser senhores feudais ou nobres, os diversos membros do clero e os servos. Nenhuma mobilidade social: A sociedade era estática, ou seja, não era possível mudar de camada social. Mesmo a condição de servidão era herdada – o filho de um servo seria também servo quando crescesse. Poder político descentralizado: A unidade política do Império Romano se desfez, e o poder ficou descentralizado. Apesar de existirem reis em algumas regiões, eles tinham menos poder que os senhores feudais, que mandavam dentro de suas propriedades. Poder da Igreja Católica: A Igreja influenciou imensamente a Idade Média. Com a conversão da maioria dos senhores feudais para o cristianismo, muitos pedaços de terra acabaram sendo doados para a igreja construir pequenas capelas, o que fez com que a Igreja Católica fosse considerada “a maior senhora feudal”. A Igreja também influenciou a educação e as artes do período. As pinturas tinham em sua maioria motivos religiosos, com destaque para os grandiosos vitrais. Na arquitetura medieval, as principais obras eram castelos e catedrais. Economia: A economia feudal era essencialmente agrícola, e se baseava na troca de produtos, embora houvesse circulação de moedas em algumas regiões. Tributos: Para manter os servos fiéis a eles e presos às suas propriedades, os senhores feudais cobravam uma série enorme de tributos. Entre os principais tributos, podemos citar: a talha (metade do que o servo produzia era dado ao senhor), a corvéia (obrigação do servo de trabalhar alguns dias por semana nas terras do senhor) e as banalidades (pagamento pelo uso de ferramentas do feudo, como o moinho e o forno). O que eram suseranos e vassalos? É comum ouvir o termo suserano e vassalo quando falamos sobre a Idade Média. As relações de suserania e vassalagem mais uma vez diziam respeito à exploração de terras. Um suserano era todo detentor de terra – senhor feudal ou não – que concedia a outra pessoa, chamada de vassalo, um pedaço de terra. Após jurarem fidelidade um ao outro, o vassalo ficava obrigado a prestar auxílio militar e cobrar impostos para seu suserano, e o suserano deveria ajudar militar e juridicamente seu vassalo. A grande diferença é que, dependendo do tamanho da terra, os vassalos poderiam se tornar suseranos se cedessem aquela terra, que lhes havia sido cedida antes, para um novo vassalo. O que eram beneficium e comitatus? Embora parte das características do feudalismo tenha raízes nas tradições romanas, algumas práticas, como o comitatus e o beneficium, vieram dos povos germânicos. Quando os guerreiros e cavaleiros mostravam lealdade aos seus líderes, eles recebiam terras como recompensa. A este hábito de recompensar foi dado o nome de beneficium. O comitatus, por sua vez, dizia respeito aos laços de fidelidade entre um líder militar e seus cavaleiros. Em outras palavras: o comitatus era a razão do beneficium. Cruzadas: Introdução As cruzadas foram tropas ocidentais enviadas à Palestina para recuperarem a liberdade de acesso dos cristãos à Jerusalém. A guerra pela Terra Santa, que durou do século XI ao XIV, foi iniciada logo após o domínio dos turcos seljúcidas sobre esta região considerada sagrada para os cristãos. Após domínio da região, os turcos passaram impedir ferozmente a peregrinação dos europeus, através da captura e do assassinato de muitos peregrinos que visitavam o local unicamente pela fé. Organização Em 1095, Urbano II, em oposição a este impedimento, convocou um grande número de fiéis para lutarem pela causa. Muitos camponeses foram a combate pela promessa de que receberiam reconhecimento espiritual e recompensas da Igreja; contudo, esta primeira batalha fracassou e muitos perderam suas vidas em combate. Após a Primeira Cruzada foi criada a Ordem dos Cavaleiros Templários que tiveram importante participação militar nos combates das seguintes Cruzadas. Após a derrota na 1ª Cruzada, outro exército ocidental, comandado pelos franceses, invadiu o oriente para lutar pela mesma causa. Seus soldados usavam como emblema, o sinal da cruz costurado sobre seus uniformes de batalha. Liderados por Godofredo de Bulhão, estes guerreiros massacraram os turcos durante o combate e tomaram Jerusalém, permitindo novamente livre para acesso aos peregrinos. Outros confrontos deste tipo ocorreram, porém, somente a sexta edição (1228-1229) ocorreu de forma pacífica. As demais serviram somente para prejudicar o relacionamento religioso entre ocidente e oriente. A relação dos dois continentes ficava cada vez mais desgastada devido à violência e a ambição desenfreada que havia tomado conta dos cruzados, e, sobre isso, o clero católico nada podia fazer para controlar a situação. Embora não tenham sido bem-sucedidas, a ponto de até crianças terem feito parte e morrido por este tipo de luta, estes combates atraíram grandes reis como Ricardo I, também chamado de Ricardo Coração de Leão, e Luís IX. Conseqüências: Elas proporcionaram também o renascimento do comércio na Europa. Muitos cavaleiros, ao retornarem do Oriente, saqueavam cidades e montavam pequenas feiras nas rotas comerciais. Houve, portanto, um importante reaquecimento da economia no Ocidente. Estes guerreiros inseriram também novos conhecimentos, originários do Oriente, na Europa, através da influente sabedoria dos sarracenos. Não podemos deixar de lembrar que as Cruzadas aumentaram as tensões e hostilidades entre cristãos e muçulmanos na Idade Média. Mesmo após o fim das Cruzadas, este clima tenso entre os integrantes destas duas religiões continuou. Já no aspecto cultural, as Cruzadas favoreceram o desenvolvimento de um tipo de literatura voltado para as guerras e grandes feitos heróicos. Muitos contos de cavalaria tiveram como tema principal estes conflitos.
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