Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU - UNINASSAU CAMPINA GRANDE ENGENHARIA CIVIL WENDELL PAIVA VASCONCELOS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GERAÇÃO DE ENERGIA ATRAVÉS DE PAÍNEIS FOTOVOLTAICOS EM UMA INDÚSTRIA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE -PB Campina Grande 2019 WENDELL PAIVA VASCONCELOS IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE GERAÇÃO DE ENERGIA ATRAVÉS DE PAÍNEIS FOTOVOLTAICOS EM UMA INDÚSTRIA NA CIDADE DE CAMPINA GRANDE -PB Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para conclusão do curso de ENGENHARIA CIVIL da CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU - UNINASSAU CAMPINA GRANDE Campina Grande 2019 Ficha catalográfica gerada pelo Sistema de Bibliotecas do REPOSITORIVM do Grupo SER EDUCACIONAL V331i Vasconcelos, Wendell Paiva. Implantação de um Sistema de Geração de Energia Através de Paíneis Fotovoltaicos em Uma Indústria na Cidade de Campina Grande -pb / Wendell Paiva Vasconcelos. - UNINASSAU CAMPINA GRANDE: Campina Grande - 2019 40 f. : il TCC (Curso de Engenharia Civil) - Centro Universitário Maurício de Nassau - Uninassau Campina Grande - Orientador(es): Esp. Ciro Leite Pires 1. Energia. 2. Fotovoltaico. 3. Painel. 4. Retorno. 5. Solar. 6. Energy. 7. Panel. 8. Payback. 9. Photovoltaic. 10. Solar. I.Título II.Esp. Ciro Leite Pires UNINASSAU CAMPINA GRANDE - CAM CDU - 62 5 Dedico este trabalho aos meus familiares e amigos que me apoiaram, e em especial, meu pai Eraldo, a minha mãe Martha e minha esposa Rhaisa, pelo carinho, paciência e por sempre acreditar em minhas conquistas. 6 AGRADECIMENTOS Primeiramente а Deus qυе permitiu tudo isso acontecer ао longo de minha vida, е nãо somente nestes anos como universitário, mas em todos os momentos. Ao meu orientador Ciro Leite pelo suporte no pouco tempo que lhe coube, pelas suas correções e incentivos. Aos meus pais, pelo amor incentivo e apoio condicional e aos amigos companheiros de trabalhos e irmãos na amizade que fizeram parte da minha formação e que vão continuar presentes em minha vida E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito obrigado. 7 RESUMO Em decorrência do aumento populacional e da produção industrial houve uma maior demanda no consumo de energia elétrica. Consequentemente, com o passar dos anos, abriu-se o diálogo para a discussão e implantação de outras alternativas para a geração de energia na matriz energética do Brasil, o qual tem como maior fonte de energia convencional as usinas hidrelétricas. Neste contexto, questiona-se sobre a potencialidade da energia solar como uma fonte energética no meio produtivo das indústrias. Esta pesquisa apresenta como objetivo geral avaliar a implantação de um sistema de energia fotovoltaica em uma indústria de embalagens plásticas, a Plastfort, a fim de discutir sobre a viabilidade do projeto, analisando consumo de energia da produção, os custos, as expectativas do projeto e os benefícios de implantação. Para a realização da pesquisa, foi feita uma análise bibliográfica sobre energia solar. De modo mais específico, foi analisada a proposta de projeto de implantação de energia fotovoltaico desenvolvido pela E-ESOLAR. A Plastfort busca, através desse projeto, gerar energia capaz de suprir o consumo de energia elétrica da rede convencional. Para isso faz-se necessário descrever a estrutura física, especificações de equipamentos, análise sobre radiação solar, investimento financeiro e estudo para que o projeto se torne viável. O sistema é composto por painéis fotovoltaicos, inversores de corrente e um medidor bidirecional. A viabilidade do investimento financeiro é analisado através do método Payback, considerando o valor e o tempo de retorno investido. Concluiu-se que, com o valor investido para o projeto fotovoltaico de geração de energia na Plastfort, o tempo de retorno investido será de 3,6 anos, contribuindo diretamente na economia financeira da empresa e, indiretamente, para o incentivo à produção de energia renovável, além de cooperar para o desenvolvimento sustentável. Palavras-chaves: Painel fotovoltaico, Energia Solar, Payback 8 ABSTRACT As a result of the increase in population and industrial production there was a greater demand in the consumption of electric energy. Consequently, with the passage of the years, the dialogue was opened for the discussion and implementation of other alternatives for the generation of energy in the Brazilian energy matrix, which has as its main source of conventional energy the hydroelectric plants. In this context, it is questioned about the potential of solar energy as an energy source in the productive environment of the industries. The objective of this research is to evaluate the implementation of a photovoltaic energy system in a plastic packaging industry, Plastfort, in order to discuss the viability of the project, analyzing production energy consumption, costs, project expectations and the benefits of deployment. For the accomplishment of the research, a bibliographic analysis on solar energy was made. More specifically, the project proposal for the implementation of photovoltaic energy developed by E-ESOLAR was analyzed. Plastfort seeks, through this project, to generate energy capable of supplying the electricity consumption of the conventional grid. For this it is necessary to describe the physical structure, equipment specifications, analysis on solar radiation, financial investment and study so that the project becomes viable. The system consists of photovoltaic panels, current inverters and a bidirectional meter. The viability of the financial investment is analyzed through the Payback method, considering the amount and the time of return invested. It was concluded that, with the amount invested for the photovoltaic power generation project in Plastfort, the invested time of return will be 3.6 years, contributing directly to the company's financial economy and, indirectly, to the incentive to energy production renewable energy, in addition to cooperating for sustainable development. Key-words: Photovoltaic Panel, Solar Energy, Payback. 9 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 Componentes de um sistema fotovoltaico on grid 22 FIGURA 2 Localização da área de estudo 24 FIGURA 3 Sistema de funcionamento de energia solar 26 FIGURA 4 Área em destaque dimensionada pela Plastfort 27 FIGURA 5 Especificações Mecânica do Painel Solar 28 FIGURA 6 Inversor SG60KTL 30 10 LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 Potência instalada de Energia Solar Fotovoltaica, 2005-2015 20 GRÁFICO 2 Irradiação Solar no Plano Inclinado de Campina Grande – PB 34 11 LISTA DE QUADROS QUADRO 1 Equipamentos para o sistema fotovoltaico 30 QUADRO 2 Valores dos gastos com energia elétrica tarifadas pela Energisa 31 QUADRO 3 Cálculo no Plano Inclinado e Irradiação solar diária média mensal 34 12 LISTA DE TABELAS TABELA 1 Especificações técnicas do painel Canadian 29 TABELA 2 Orçamento do projeto 35 13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO …………………………………………………………… 14 2 OBJETIVOS ……………………………………………………………… 15 2.1 Objetivo Geral ……………………………………………………………. 15 2.2 Objetivos Específicos ……………………………………………………. 15 3 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................. 15 3.1 A Geração de Energias por Fontes Renováveis................................. 15 3.2 A Geração de Energia Solar Fotovoltaica ....................................... 17 3.3 A Implantaçãodo Sistema de Energia Solar ...................................... 18 3.4 Energia Solar e o Sistema Interligado on-grid .................................... 20 4 METODOLOGIA ................................................................................ 22 5 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA AREA DE ESTUDO .... 23 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................... 25 6.1 ANÁLISE DA PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE PAINÉIS FOTOVOLTAICOS PARA GERAÇÃO DE ENERGIA NA PLASTFORT 25 6.1.1 Especificações do Projeto ................................................................. 25 6.1.2 Equipamentos Utilizados na Proposta da E-ESolar ........................... 28 6.1.3 Custos e Viabilidade do Projeto ......................................................... 31 6.1.4 Aspectos Técnicos para Instalação do Sistema Fotovoltaico ............ 34 7 CONCLUSÃO .................................................................................... 35 REFERÊNCIAS .................................................................................. 37 ANEXO A............................................................................................ 40 14 1 INTRODUÇÃO Desde a Revolução Industrial, o homem busca por diversas formas de energia, capazes de facilitar a vida. Atualmente, se discute muito sobre indícios que os combustíveis fósseis causam danos significativos a Terra, decorrente de sua queima para gerar energia. Abrindo o diálogo e questionamentos para as outras alternativas de geração de energia. O consumo de energia elétrica no mundo, em decorrência do aumento populacional e a produção industrial tem demandado esse aumento a cada ano. Além disso, nas últimas décadas, empresas em diversos setores despertaram para a conscientização ambiental, incluindo nos planejamentos e investimentos políticos sustentáveis. No Brasil, a maior fonte de geração de energia convencional vem das usinas hidrelétricas. Em um cenário de busca por alternativas mais viáveis diante da iminente redução de combustíveis fosseis e os danos ao meio ambiente, as pesquisas e novas tecnologias têm aumentado para a utilização de recursos naturais renováveis, capazes de diversificar a matriz energética no Brasil, como é o caso da energia solar através de painéis fotovoltaicos. Neste sentido, Gore (2010), destaca que a civilização humana e o ecossistema terrestre estão entrando em choque, e a crise climática é a manifestação mais proeminente, destrutiva e ameaçadora desse embate. A pesquisa se faz necessária devido ao interesse por parte da sociedade de modo geral sobre as fontes renováveis de energia. Considerando esses avanços na implantação das alternativas de energias renováveis, a energia solar apresenta um grande potencial de fonte energética nas indústrias? Diante deste questionamento, o projeto de pesquisa consiste em apresentar viabilidade na geração de energia solar com o objetivo de diminuir a conta de energia elétrica de uma indústria de embalagens plásticas. Para tanto o objetivo geral da pesquisa é avaliar a implementação de um sistema de energia solar na indústria de embalagens plásticas, a Plastfort, a fim de discutir sobre a viabilidade da implantação do projeto, análise de consumo mensal em kWh, analisando o local de instalação, os custos, expectativas do projeto e os benefícios da implantação. 15 A presente pesquisa justifica-se pelo atual cenário de crescimento em que o país investe em energias alternativas. Desta forma, é importante analisar resultados sobre os benefícios esperados como proposta de implantação do sistema de painéis fotovoltaicos, a fim de impulsionar os experimentos para incentivo de outros possíveis projetos em demais empresas na região do semiárido do Nordeste, como o caso da energia fotovoltaica. 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Avaliar a implementação de um sistema de energia solar na indústria de embalagens plásticas, a Plastfort. 2.2 Objetivos Específicos • Discutir sobre a viabilidade da implantação do projeto; • Analisar o consumo mensal em kWh; • Avaliar o local de instalação, os custos, expectativas do projeto e os benefícios da implantação. 3 REVISÃO DE LITERATURA Na revisão de literatura deste estudo são abordados temas que embasam conceitualmente a problemática da pesquisa em questão. Na subseção 2.1, busca-se descrever sobre a geração de energias renováveis; na subseção 2.2, trata-se da geração fotovoltaica de energia solar; e, por fim, apresentam-se indicadores para análise de implantação de um sistema de energia solar. 3.1 – A Geração de Energias por Fontes Renováveis As fontes de energia estão distintas entre não renováveis e renováveis. Sendo as não renováveis as que estão presentes de forma limitada na natureza, passíveis 16 de extinção. Dentre elas, destacam: o petróleo, o gás natural, o carvão mineral e os combustíveis nucleares (LIMA, 2016). Com a grande dependência em relação às fontes não renováveis tem-se ocasionado, além da preocupação permanente com o seu esgotamento, a emissão de gases tóxicos e poluentes e materiais particulados. Dos gases liberados para a atmosfera, os mais preocupantes do ponto de vista mundial são os “gases do efeito estufa”, destacando-se o dióxido de carbono (FREITAS & DATHEIN, 2013). Neste sentido, surgem as razões para o fomento das fontes alternativas renováveis e, assim, a Agência Internacional de Energia (IEA, 2016) afirma que as fontes de energia renováveis são obtidas através de recursos naturais e repostas na natureza de forma que o consumo, em geral, não seja maior que a produção. Os principais exemplos são: hidráulica, eólica, solar, biomassa e geotérmica. Por conseguinte, Nascimento e Alves (2016) afirmam que as fontes renováveis de energia são aquelas cujos recursos naturais utilizados são capazes de se regenerar, ou seja, são considerados inesgotáveis, além de diminuir o impacto ambiental e contornar o uso de matéria prima que normalmente é não renovável. Desta forma, torna-se viável e vantajoso a utilização dessas energias alternativas renováveis em substituição aos combustíveis fósseis. Consideradas como inesgotáveis, as energias renováveis podem apresentar impacto ambiental muito baixo, sem afetar o balanço térmico ou a composição atmosférica do planeta. O desenvolvimento das tecnologias para o aproveitamento das fontes renováveis poderá beneficiar comunidades rurais e regiões afastadas, bem como a produção agrícola através da autonomia energética e consequente melhoria global da qualidade de vida dos habitantes (COSBEY, 2011). O setor de geração de energias por fontes renováveis, mais especificamente a energia solar, mesmo que viável e vantajoso como destacado anteriormente, ainda apresenta no Brasil dificuldades quanto à tecnologia implementada. Além disso, com as variações climáticas recorrentes, têm ocorrido muitos períodos de secas, o que reduz o volume d´água dos rios e, consequentemente, compromete a produção das usinas hidrelétricas. Tal realidade, vem chamando a atenção de especialistas e autoridades mundiais no sentido da adoção de matrizes energéticas limpas e sustentáveis (EPE, 2016). 17 3.2 – A Geração de Energia Solar Fotovoltaica A energia obtida do sol chega na superfície da Terra como ondas eletromagnéticas chamadas de fótons, seja de maneira direta ou difusa. No sol ocorre a fusão atômica responsável pela liberação dessa energia, descrita como energia solar, sendo o sol um gigantesco termonuclear que converte em média 650 milhões de toneladas de hidrogênio em hélio (DIENSTMANN, 2009), considerando-o o maior potencial de energia que supre a terra, sendo uma fonte indireta de quase todas as outras formas de energia (hidráulica, biomassa, eólica, combustíveis fósseis e energia dosoceanos). A necessidade de gerar energia com o mínimo de impacto ambiental, com um processo mais sustentável, tornou-se o maior objetivo. Uma das alternativas é a geração de energia elétrica a partir da radiação solar. Esse processo é realizado com a utilização de células fotovoltaicas, onde o principal componente é o silício, elemento abundante no planeta (MATAVELLI, 2013 p.12). A energia que aciona indústrias, hospitais, comércio, escolas e residências é a energia elétrica. Magalhães (2009) ressalta que, no entanto, a energia nesta forma não está disponível na natureza de forma aproveitável para o consumo. Para a utilização da energia elétrica é preciso um processo de transformação de outras formas de energia disponíveis na natureza em energia elétrica, a qual, através de linhas de transmissão, subestações e redes de distribuição, chega ao local onde será consumida. Braga (2008) destaca em sua pesquisa que o Efeito Fotovoltaico foi observado pela primeira vez em 1839, pelo físico francês Edmund Becquerel, numa solução de selênio e que a primeira célula fotovoltaica foi produzida em 1954, nos Estados Unidos, utilizando o silício como material semicondutor para a célula. O silício continua sendo utilizado atualmente com esse fim. O uso do Sol como fonte energética para geração de eletricidade ampliou-se após 2001, principalmente no Japão e na Alemanha, devido a preocupação ambiental com o uso de energias não renováveis e combustíveis fósseis e ao aumento do preço do barril do petróleo (DIENSTMANN, 2009). 18 O Brasil sendo um país tropical, em relação à energia solar, é considerado privilegiado, visto a imensa incidência de raios solares emitidos em seu território e pelas reservas de quartzo para a produção do silício, utilizados na fabricação de células solares (NASCIMENTO; ALVES, 2016). No ano de 2015, a energia solar foi responsável por 1,2% do total da oferta interna de energia elétrica mundial, ou seja, 290,3 TWh. Considerando toda a demanda energética, a solar representou 0,53% do total mundial. No Brasil, o uso desta fonte ainda é pouco difundido, por ainda não ser competitiva em comparação às outras tecnologias disponíveis no país, representando apenas 0,01% da oferta interna de energia elétrica, ou seja, 0,06 TWh (0,02% do total utilizado mundialmente) (MME, 2016). Em 2017, a geração solar teve aumento de 876%, mas sobre uma base ainda baixa em 2016. Logo, a energia solar, apesar da alta taxa de crescimento, ainda é pouco significativa na matriz. A solar respondeu por 79,4% da expansão de potência Geração Distribuída. 3.3 – A Implantação do Sistema de Energia Solar A instalação de sistemas fotovoltaicos no Brasil possui várias características favoráveis para investimentos. Lima et al. (2016) destacam entre elas o alto nível de irradiação solar, grandes reservas de quartzo e a grande necessidade de diversificar a matriz de energia elétrica através de outras fontes além das já exploradas no Brasil. Em abril de 2012, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) publicou a Resolução Normativa nº. 482/2012, que regulamentou a geração distribuída de energia. Isso se deu por meio da definição do sistema de compensação, conhecido internacionalmente como net metering, um arranjo no qual a energia ativa injetada na rede por uma unidade distribuidora é cedida à distribuidora e posteriormente compensada com o consumo de energia (IPEA, 2018). A Resolução nº482 estabelece as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica, o sistema de compensação de energia elétrica, e dá outras providências (Resolução nº 482, 2012 – ANEEL). Conforme o capítulo III da Resolução nº482, o consumidor com o sistema fotovoltaico instalado na unidade consumidora poderá aderir ao sistema de compensação de energia elétrica. Para fins de compensação, a energia ativa injetada 19 no sistema de distribuição pela unidade consumidora, será cedida a título de empréstimos sem custos extras à distribuidora; esse empréstimo terá um prazo de sessenta meses para a unidade consumidora utilizar da rede de distribuição como crédito em quantidade de energia ativa (Resolução nº 687, 2015 – ANEEL). O sistema é composto basicamente por painéis fotovoltaicos, inversor de corrente e um medidor bidirecional. Os painéis geram energia elétrica de corrente contínua, o inversor a converte para corrente alternada e o medidor bidirecional controla a produção do sistema utilizando corrente da concessionária ou acumulando crédito da produção do sistema solar, o que evita a necessidade deter baterias para utilizar a energia excedente produzida durante parte do dia, reduzindo os custos. De acordo com os dados ANEEL da Matriz de Energia Elétrica (2017), o Brasil possui um total de 155.568.945 kW de potência instalada com previsão para crescimento de mais 21.549.839 kW para os próximos anos. De todo valor de produção de energia elétrica no país atualmente cerca de 61,084% dessa energia é gerada através de usinas hidrelétricas; 1,215% por usinas nucleares; 7.177% por usinas eólicas e apenas 0,254% por usinas solares. Seyboth et al. (2016) destacam em sua pesquisa que, de 2005 a 2015, a capacidade instalada de energia solar aumentou significativamente em 2015, a potência adicionada (50 GW) era dez vezes superior a toda a potência instalada há uma década (5.1 GW), perfazendo um total de 227 GW instalados mundialmente, Gráfico (1): 20 Gráfico 1 – Potência instalada de Energia Solar Fotovoltaica, 2005-2015. Fonte: Seyboth, et. al., (2016). Neste sentido, Seyboth et. al. (2016) consideram que a energia solar tem um papel importante na geração de energia em alguns países. O interesse em energia fotovoltaica relaciona-se às melhorias com o desenvolvimento de tecnologias e estima-se que o custo com instalação e equipamentos baixe até o ano de 2025. 3.4 – Energia Solar e o Sistema Interligado on-grid Quando falamos em gerar energia através de placas fotovoltaicas é preciso optar pelo meio que a energia será utilizada. Para isso, o sistema fotovoltaico se divide em dois meios de geração e consumo, sendo: on grid e off grid. No sistema on grid ou grid tie, a energia gerada não consumida passa por um wattímetro bidirecional que lança o excedente nas linhas de transmissão provocando equivalente redução na conta de energia. Já no método off grid a energia é armazenada em baterias cc (corrente contínua), convertida em ac (corrente alternada) e depois é consumida (BORTOLOTO, et al., 2017). É notório que atualmente existe um crescimento no setor de geração de energia, tanto por parte dos governantes quanto por uma parcela do setor privado. Esse crescimento está ligado diretamente à pressão por parte da própria população em busca por uma matriz energética mais sustentável e descentralizada. Naruto (2017) ressalta que, diante da sazonalidade das chuvas, há uma diminuição dos 21 reservatórios nas usinas hidrelétricas, tornando-a diretamente relacionada ao preço da energia a ser paga pelo consumidor final. A integração da geração de energia fotovoltaica on grid é uma das formas de inserção que se destaca na pesquisa. No Brasil ainda é considerada principiante, uma vez que a maioria dos projetos são desenvolvidos em centros de pesquisa e universidades, gerando uma potência de cerca de 3,5 MW (ABINEE, 2013), sendo considerado um potencial ainda baixo em termos de produção, apesar do grande potencial do país. Simplificando esse sistema interligado, Bortoloto, et al. (2017) afirmam que nada mais é do que um gerador de eletricidade que utiliza como fonte de energia a energia proveniente do sol. O sistema on grid dispensa o uso de baterias, pois toda potência gerada pelo sistema fotovoltaico é consumida pelas cargas ou são injetadasdiretamente na rede elétrica. Ainda segundo o autor supracitado, o método on grid funciona enviando energia para a rede quando a geração de energia no sistema é maior que o consumido, e a situação se inverte quando o consumo é maior que a geração, sendo a energia retirada da rede. Portanto, a rede funciona como uma reversa de energia, como se fosse baterias, em momentos que armazena o excedente da energia e, em outros, supre em horários de mais demanda. Sendo assim, o usuário paga somente a concessionária quando consome mais do que gera no seu sistema de energia fotovoltaico e, caso o sistema produza mais do que consome, o usuário recebe créditos de acordo com a resolução normativa 482/2012 da ANEEL. O sistema fotovoltaico conectado à rede geralmente possui os seguintes componentes em sua estrutura: painéis fotovoltaicos (1); caixa de junção do painel fotovoltaico (2); cabeamento (3); inversor grid tie (4) e medidores de energia (5): 22 Figura 1 – Componentes de um sistema fotovoltaico on grid. Fonte: Blue Sol Energia Solar (2016). Os sistemas conectados à rede, geralmente não utilizam sistemas de armazenamento de energia, e por isso são mais eficientes que os sistemas autônomos, além de, geralmente, serem mais baratos. 4 METODOLOGIA O estudo caracteriza-se como pesquisa exploratória, realizada por meio de um estudo de caso na Plastfort, uma indústria de embalagens plásticas. Neste sentido, de acordo com Martins e Theóphilo (2007), a pesquisa é do tipo exploratória, uma vez que é a abordagem adotada quando se busca maiores informações sobre determinado assunto. Os autores complementam descrevendo que é aquela que possui um planejamento flexível e é indicada quando se tem poucas informações sobre o objeto de pesquisa. O estudo de caso, segundo Gil (2007), consiste no estudo aprofundado de um ou de poucos objetivos, de modo que possibilite o conhecimento amplo e detalhado. Para o desenvolvimento desta pesquisa, foi realizada inicialmente uma pesquisa bibliográfica sobre energia solar, suas características, resoluções aplicadas no Brasil, baseado-se em livros, artigos, dissertações, teses, revistas, entre outras. 23 De modo mais específico, inicia-se a pesquisa apresentando a localização da empresa e destacando o local de instalação dos painéis fotovoltaicos. Em seguida, a apresentação do sistema de funcionamento da energia solar. Por fim, serão utilizados para análise dos dados a proposta encaminhada para a Plastfort, por meio de uma autorização da E-ESOLAR (ANEXO A), empresa especializada em implantação de painéis fotovoltaicos para geração de energia. 5 LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA AREA DE ESTUDO A pesquisa foi desenvolvida em uma indústria localizada no município de Campina Grande, Paraíba. Que de acordo com o IBGE (2018), Campina Grande está localizada no Agreste Paraibano, com a população estimada em 2018 de 407.472 habitantes, a uma distância de 125,00 km da capital do estado, João Pessoa; sua área de unidade territorial é de 594,2 km². O clima da região é do tipo semiárido, apresentando temperatura média do ar anual de 22,2 °C. A indústria pesquisada é a Plastfort – Soluções em plásticos, uma indústria de transformação de polietileno. Atualmente no mercado de embalagens plásticas, filmes técnicos, bobinas picotadas e sacos simples e industriais. A produção funciona através de máquinas modernas capazes de produzir durante os 7 dias da semana. A Plastfort está situada no Distrito Industrial do município, mais precisamente na rua Doutor Djalma Herculano Porto, 215ª, situado em coordenadas geográficas UTM: Longitude: 181.768 e Latitude: 9.196.625. Na figura 2, tem-se a visão área da Plastfort: 24 Figura 2 – Localização da área de estudo. Fonte: Google Earth (Adaptado), 2018. O local destinado para implantação do sistema foi analisado levando-se em consideração todas as características presentes e futuras na área de instalação e em torno da mesma e as expectativas do investidor com relação ao projeto. Atualmente a Plastfort é composta por diversas máquinas modernas de uso para a produção de embalagens plásticas e outros equipamentos básicos para a rotina de trabalho, como máquinas de extrusão, impressão, refile (acabamento), corte/solda e picotadeira. Quanto ao consumo de energia pela rede convencional da ENERGISA – Grupo de Distribuição de energia elétrica, do Estado da Paraíba, classifica a Plastfort como consumidor de energia Tipo A, onde se define horários sazonais para tarifas de consumo, que será mais detalhada a seguir no tópico de custos e viabilidade do projeto 25 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 6.1 – ANÁLISES DA PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE PAINÉIS FOTOVOLTAICOS PARA GERAÇÃO DE ENERGIA NA PLASTFORT 6.1.1 – Especificações do Projeto Diante das condicionantes ambientais discutida anteriormente e a intenção da Plastfort em implementar um sistema de geração de energia solar através de placas fotovoltaicas, inicialmente buscou-se realizar um levantamento de uma proposta comercial para a analisar a viabilidade desse projeto. A proposta do projeto visa ajudar a Plastfort economizar dinheiro e proteger o meio ambiente fornecendo subsídios tecnológicos capazes de gerar energia elétrica a partir do sol. O sistema de funcionamento adotado para a proposta da Plastfort de transformar a energia do sol em energia elétrica é basicamente um sistema composto por painéis fotovoltaicos, inversor de corrente e um medidor bidirecional (Figura 3). Os painéis geram energia elétrica de corrente contínua, o inversor a converte para corrente alternada e o medidor bidirecional controla a produção do sistema utilizando corrente da concessionária ou acumulando crédito da produção do sistema solar, o que evita a necessidade de ter baterias para utilizar a energia excedente produzida durante parte do dia, o que reduz os custos. 26 Figura 3 – Sistema de funcionamento de energia solar. Fonte: E-ESOLAR, 2018. A Plastfort Ind. E Com. de Plásticos LTDA, possui uma média de consumo mensal de energia elétrica de 82.000 KWh/mês. Nesta proposta, que objetiva analisar a viabilidade econômico-financeira da energia solar fotovoltaica serão analisados o payback descontado, o valor presente líquido, a taxa interna de retorno e o valor anual uniforme equivalente. Existem dois tipos de payback: simples e o descontado. A diferença é que no modelo simples vai somente considerar o valor do que foi investido sem considerar o valor do dinheiro no tempo; no modelo descontado, o valor do dinheiro é levado em conta no decorrer do tempo. Neste estudo, será utilizado somente o modelo de payback simples para análise da viabilidade econômica. Para isso, a Plastfort delimitou uma área total de 8.978,83m² (Figura 4), considerando o valor pago pelo kWh e a média do consumo dos últimos 12 meses, para termos a área mínima necessária: 27 Figura 4 – Área em destaque dimensionada pela Plastfort. Fonte: Google Earth, 2018 (adaptado). Com a área definida tendo em vista o consumo de energia mensal da Plastfort acrescida em 30% de 82.000 kWh e a média estimada de produção de energia mensal com as placas solares de 82.034 kWh , estima-se uma média de produção de energia mensal com a tarifa atual de R$ 45.076,84, necessitando um total de 1.680 unidades de painéis solares de 370 W cada. Portanto, a área mínima necessária para o projeto na Plastfort é de 5.000m², entretanto, para a instalação ser considerada ideal, seria necessária uma área de 6.000m². Para estimar quanto de energia elétrica um hectare é capaz de produzir é necessário multiplicar o valor calculado para um m² pela largura e comprimento dos painéis utilizados. E também é necessário dimensionara disposição dos painéis na área em questão. É importante destacar que a área definida pela Plastfort possui uma abrangência significativa, que pode futuramente sofrer alteração quanto à ampliação de galpões de produção e, pensando nesta possibilidade, os painéis fotovoltaicos serão instalados no telhado sem que haja comprometimento na geração de energia. 28 Quanto à declividade da área de implantação não há grandes variações e os cálculos sobre ela serão realizados a seguir na pesquisa. 6.1.2 – Equipamentos Utilizados na Proposta da E-ESolar Buscou-se destacar os principais elementos do projeto para a produção de energia elétrica a partir da radiação solar, destacando-se o painel solar e o inversor. O painel solar é responsável por converter a energia solar em energia elétrica contínua. Para isso, cada painel produz uma quantidade de energia média por mês e o número de painéis define a quantidade de energia a ser gerada pelo sistema. As marcas recomendas pela E-ESOLAR são Renesola e Canadian Solar, marcas de referência no mercado de energia limpa. O painel que consta na proposta é da marca Canadian Solar apresentando as seguintes especificações mecânicas ilustradas na Figura (5): dimensão do painel (2000 ˣ 992 ˣ 40 mm); Células do tipo Mono-cristalino (156,75 x 78,38 mm), arranjo celular 144 [2 x (12 x 6)]; peso de 22,6 kg, de vidro temperado de 3,2 mm, liga de alumínio anodizado (CANADIAN SOLAR, 2018). Figura 5 – Especificações Mecânica do Painel Solar. Fonte: Canadian Solar (2018). 29 As especificações técnicas do painel de 370w de Energia Solar: Tabela 1: Especificações técnicas do painel Candian. Máxima Potência (Pm): 370 Watts Tensão Operacional (Vmp) 39,8 V Corrente de Operação 9,43 A Tensão de Circuito Aberto 47,6 V Corrente de Curto Circuito 9,93 A Eficiência do módulo 18,90% Temperatura de Operação -40ºc ~+ 85ºc Voltagem Máxima do sistema 1500 V (IEC / UL) ou 1000 V (IEC / UL) Desempenho de fogo do módulo Tipo 1 (UL 1703) Classe C (IEC 61730) Máxima Classificação do fusível da série 30 A Classificação de aplicação Classe A Tolerância da Potência 0 ~+ 5 W Fonte: Canadian Solar, 2018 O inversor solar é um equipamento eletrônico que converte a corrente elétrica contínua (CC) em alternada (sinal elétrico CA) no sistema fotovoltaico. Portanto, a potência do inversor é determinada pela soma da potência dos painéis. Os inversores apresentam garantia de 5 anos. E as marcas dos inversores mais usados são: ABB, Fronius, Sungrow que são fabricantes mundiais, e que no Brasil já existe fábrica. O inversor utilizado é da Sungrow, o inversor SG60KTL (FIGURA 6), apresenta máxima eficiência 98,9%, com operação de energia total sem redução de capacidade de 50ºc, fusíveis CC integrado e surtos CC / AC com função de proteção contra sobretensão e a função de monitoramento de corrente string integrada, peso médio de 45kg e de fácil instalação. 30 FIGURA 6: Inversor SG60KTL. Fonte: SICESSOLAR (2018). De acordo com o que é descrito pela E-ESOLAR a manutenção do sistema é de baixo custo, realizando-se, durante o primeiro ano depois de instalado o projeto, 2 visitas sem qualquer custo, além disso, oferece vistoria e monitoramento para verificar o rendimento do sistema e as condições físicas das placas. E para cada 10 anos é recomendado que sejam compradas uma média de 8% da quantidade de placas, tendo em vista que cada placa pode perder no máximo até 0,8% de eficiência ao ano. A E-ESOLAR demonstra no quadro 1 a quantidade de equipamentos para o sistema fotovoltaico da Plastfort, e o material usado na montagem. Quadro 1: Equipamentos para o sistema fotovoltaico. Equipamentos Qtd Módulo FV CANADIAN 144 CELLS 370W 1500V F16 1.680 und Sungrow Solar Inverter 60KW – 1MPPT – DC Switch DPSII e FUSIVES incluso 08 und Monitoramento 08 und Solar Perfil Alumínio Industrial Rooftop 6,3 MT 600 und Kit de Fixação 01 Conector MC$ 180 pares Cabo Solar 6MM2 preto e vermelho 5.000m Frete incluso 1 31 Montagem Qtd Projeto e acompanhamento 1 Instalação inversor 8 Instalação por metro quadrado 3.360 m² Estrutura de alumínio e concreto para suporte das placas 1.680 und Fonte: E-ESOLAR (2018). 6.1.3 – Custos e Viabilidade do Projeto Para o dimensionamento do sistema fotovoltaico foi utilizada a média de consumo de energia elétrica da Plastfort, realizando uma análise para identificar alguns dados a fim de obter uma visão sobre o consumo mensal e o valor total gasto com a utilização do serviço de fornecimento de energia da concessionária Energisa. Em uma entrevista com o Diretor da Plastfort, Weber Júlio, o mesmo afirmou que, devido aos altos valores pagos de energia elétrica, despertou-se o interesse em implantar um sistema que fosse mais viável financeiramente e que estivesse contribuindo com a preservação do meio ambiente, usando uma alternativa de energia sustentável”. Para isso, buscou-se destacar quanto que a Plastfort vem pagando mensalmente com contas de energia elétrica. O Quadro 2 apresenta os valores dos meses que corresponde a dezembro de 2017 à novembro de 2018: Quadro 2 – Valores dos gastos com energia elétrica tarifadas pela Energisa. Mês/Ano Consumo em kWh - Ponta Consumo em kWh – Fora Ponta Total a pagar/somando demais itens/tributos Janeiro/2018 8.610,000 70.980,000 R$ 49.003,67 Fevereiro/2018 5.880,000 50.400,000 R$ 42.557,40 Março/2018 6.510,000 62.370,000 R$ 51.260,30 Abril/2018 5.880,000 55.230,000 R$ 43.196,38 Maio/2018 4.830,000 48.090,000 R$ 39.971,79 Junho/2018 6.720,000 59.640,000 R$ 55.827,63 Julho/2018 7.350,000 62.370,000 R$ 56.826,21 Agosto/2018 9.450,000 81.270,000 R$ 68.655,28 Setembro/2018 8.820,000 79.590,000 R$ 67.096,02 32 Outubro/2018 9.450,000 77.700,000 R$ 69.389,79 Novembro/2018 7.560,000 69.510,000 R$ 56.484,29 Dezembro/2017 5.250,000 45.150,000 R$ 36.138,14 Total R$ 636.406,90 Nota-se que os valores variam mês a mês, e que no mês de dezembro, por exemplo, devido ao recesso dos funcionários e o encerramento dos compromissos com a demanda, parando a produção cerca de 10 dias, ocasiona essa baixa no consumo de energia. A variação no consumo nos demais meses é proporcional à demanda de produção. Ainda sobre o quadro 2, é importante destacar sobre o consumo em ponta e fora da ponta, em kWh. O enquadramento na estrutura tarifária convencional exige um contrato específico com a concessionária, no qual se pactua um único valor para demanda pretendida pelo consumidor (‘Demanda Contratada’), independentemente da hora do dia (ponta ou fora de ponta) ou período do ano. A Plastfort é cliente do Tipo A e, por esta razão, em horários específicos - das17h30 às 20h30- paga tarifa de valor mais alto (tarifa na ponta); nos demais horários do dia paga uma tarifa reduzida (fora da ponta). Esse horário definido como na ponta corresponde ao maior consumo de energia no país, exigindo das empresas de grande consumo (tipo A), a exemplo da Plastfort, que haja redução da produção para evitar colapso na rede elétrica. Os clientes tipo B são os consumidores domésticos que pagam uma tarifa única. O preço de um sistema de energia solar fotovoltaica varia de acordo com o tamanho do projeto e, no caso da Plastfort por se tratar de uma indústria, os investimentos são altos, levando em consideração o tamanho e a complexidade de instalação. Atualmente, em diferentes áreas, especialistas têm desenvolvido técnicas e metodologias que possam garantir economicamente qualquer investimento ou empreendimento. Existe uma tendência quanto a projetos de sistemas de energia solar no país, com os avanços na tecnologia favorecendo para diminuição dos custos nos produtos, principalmente os painéis solares, os quais antes restringiam-se a uma tecnologiaapenas fora do Brasil, mas hoje já é produzido no Brasil com custo reduzido. 33 Diante dessas condicionantes, a E-ESOLAR destaca o orçamento geral do sistema de geração de energia solar na Plastfort e o tempo de retorno (PAYBACK) analisando a viabilidade do projeto. Descriminação dos itens da proposta da E-ESOLAR: Tabela 2: Orçamento do projeto Equipamentos + Frete R$ 1.354.452,42 Projeto + Estrutura + Montagem + Acompanhamento junto a Energisa R$ 598.600,00 Total R$ 1.952.452,42 Portanto, a decisão de adquirir o sistema de energia solar é racional, uma vez que o valor investido trará economia financeira maior do que qualquer aplicação financeira do mercado, mesmo que seja necessário fazer um financiamento para adquiri-lo. Podemos comparar o financiamento do sistema fotovoltaico com um financiamento de uma casa, ao invés de pagar um aluguel mensalmente para a concessionária, se pagaria o financiamento no mesmo valor, mas, ao final, quem financiou tem o bem para si e quem alugou terá que continuar pagando, inclusive arcando com aumentos acima da inflação, sendo mais vantajoso comprar e ser “dono” de sua própria energia. Payback ou tempo de retorno é a quantidade em meses que o investimento levará para se pagar. No caso do cálculo que apresentamos aqui, não levamos em consideração os aumentos de tarifa que ocorrerão no período; se levássemos em conta esse fator, o tempo de retorno ocorreria 20% antes. No caso do sistema fotovoltaico da Plastfort, levando-se em consideração o financiamento e a média estimada de produção de energia mensal de 82.034 kWh, o tempo de retorno/payback do projeto será de 3,6 anos (43,31 meses), tempo que levará para subtrair o valor gerado do total do investimento e se atingir a liquidez total. Portanto, o payback geralmente gira entre 40 e 70 meses, dependendo do custo da energia, do consumo, aumentos na tarifa, devendo-se considerar a vida útil dos equipamentos, que é superior a 25 anos (300 meses), esperando-se que haja um retorno de 4 a 10 vezes sobre o investimento, superior a qualquer investimento financeiro de baixo risco. Analisando unicamente o fator econômico para a tomada de 34 decisão de investimento na aquisição da micro usina de energia elétrica solar é inegável a viabilidade do investimento. Tendo em vista a análise de garantia quanto à viabilidade relacionada ao fator econômico do projeto de sistema de energia fotovoltaico, é importante ressaltar fatores que contribuem diretamente para a tendência de produção de energia limpa, como: proteção ao meio ambiente com a geração de energia com menor impacto ambiental; segurança energética produzindo a própria energia; incentivo à geração de energia limpa como forma de atender à demanda da população por empresas susten0táveis. 6.1.4 – Aspectos Técnicos para Instalação do Sistema Fotovoltaico O município de Campina Grande está localizado no estado da Paraíba, na Mesorregião Agreste Paraibano. Sua Área é 621 km². O município tem uma altitude aproximada de 555 metros distando 112,9726 Km da capital. O acesso é feito, a partir de João Pessoa, pela rodovia BR 230, cujas as coordenadas geográficas são: 7º 12’ 31.32” de latitude Sul e 35º 54’ 46.44” de longitude Oeste (CPRM, 2005). O projeto do sistema fotovoltaico da Plastfort inclui a otimização do ângulo de inclinação visando ao melhor aproveitamento da radiação solar incidente. Para tal fim, é necessário o estudo da variação da radiação solar total ao longo do ano para se obter o ângulo de inclinação ideal para painéis com ajustes mensais, sazonais ou anuais. Para isso, realizou-se, através do acesso ao link do Centro de Referência para as Energias Solar e Eólica Sérgio de S. Brito – CRESESB, um cálculo no plano inclinado do sistema fotovoltaico e a irradiação solar diária média mensal na área da Plastfort: Quadro 3 – Cálculo no Plano Inclinado e Irradiação solar diária média mensal. Fonte: CRESESB, 2018. 35 A angulação de Campina Grande apresentada no Quadro 3 é de 7º Norte. A angulação recomendada para o sistema de painéis da Plastfort é de 10º a 12º norte de angulação. Esse ângulo favorecerá a limpeza do painel e escoamento de água da chuva. O nivelamento do terreno da Plastfort não requer muitas mudanças, apenas será realizada para qualquer desnível uma compensação na estrutura de concreto que fixará a base das estruturas dos painéis. Definida a angulação dos painéis para captação na energia solar, os valores diários do potencial disponíveis em Campina Grande, calculados pela CRESESB, estão representados no gráfico 2, demonstrando a irradiação a ser captada pelos painéis fotovoltaicos em kWh/m²dia. Gráfico 2 – Irradiação Solar no Plano Inclinado de Campina Grande – PB. Fonte: CRESESB, 2018. Com todas essas análises realizadas fica claro que o projeto apresenta um grande potencial de viabilidade, como também prover um bom investimento financeiro, quando feita a análise do tempo de retorno e a garantia dos materiais utilizados no projeto. 7 CONCLUSÕES Com base na revisão bibliográfica apresentada na pesquisa foi possível notar que, para a geração de energia elétrica por meio de fontes renováveis como a energia fotovoltaica, é necessário um investimento que pode se tornar viável baseando-se no local e grandeza do projeto. 36 O Estado da Paraíba não apresenta um grande potencial quanto à geração de energia elétrica através de usinas hidrelétricas, se tornando uma alternativa inviável economicamente. No entanto, com a evolução da tecnologia e investimentos em pesquisas, a energia solar surge como grande potencial em geração de energia quando baseado nas análises da irradiação solar através de captação de painéis solares. De forma sustentável, o sistema de energia solar não polui o meio ambiente por ser uma energia limpa de fonte renovável e Campina Grande apresenta viabilidade quanto à radiação solar. Os altos investimentos apresentados na pesquisa para implantação de sistema fotovoltaico de geração de energia para a empresa Plastfort, destacando o levantamento do local de implantação, estudos e cálculos de angulação e irradiação, a empresa reconhece a importância desse projeto e sua viabilidade, utilizando-se uma base de dados para o tempo de retorno de investimento (PAYBACK). A Plastfort, ao implementar esse sistema de geração de energia elétrica através de painéis solares, destaca-se diante de uma contexto que ainda vive a busca de alternativas dentro da matriz energética no Brasil. Portanto a implantação de painéis fotovoltaicos é uma alternativa crescente com os avanços e o barateamento dos equipamentos, apesar do alto investimento necessário com a tecnologia empregada, impulsionando outras empresas a buscarem alternativas mais sustentáveis e economicamente viáveis no meio produtivo. REFERÊNCIAS 37 ABINEE - Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica. Propostas para Inserção da Energia Solar Fotovoltaica na Matriz Elétrica Brasileira. Grupo Setorial de Sistemas Fotovoltaicos da ABINEE. 2013. Disponível em: <http://www.abinee.org.br/informac/arquivos/profotov.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2018. AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Resolução Normativa 482, de 17 de abril de 2012. Disponível em: < http://www.aneel.gov.br/cedoc/ren2012482.pdf>. Disponível em: 21 nov.2018. AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Resolução normativa nº 687, de 24 de novembro de 2015. Diário oficial [da] República Federativa do Brasil. Poder Executivo, DF, 02 dez. 2015. Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/cedoc/ren2015687.pdf>. Acesso em: 09 jul. 2016. ASPE – Agência de Serviços Públicos de Energia do Estado do Espirito Santo. A energia solar no Espírito Santo: Tecnologias, Aplicações e Oportunidades. Vitória – ES. 2013. 120p. Disponível em: <https://arsp.es.gov.br/Media/arsi/Energia/EstudosEnergéticos/2013/EnergiaSolarES.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2018. BLUE SOL ENERGIA SOLAR (Ribeirão Preto). Os Sistemas de Energia Solar Fotovoltaica. 2016. Disponível em: <http://programaintegradoronline.com.br/wp- content/uploads/2016/03/Livro-Digital-de-Introdu%C3%A7%C3%A3o-aos-Sistemas- Solares-novo.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2018. BORTOLOTO, V. A. et al. GERAÇÃO DE ENERGIA SOLAR ON GRID E OFF GRID. In: JORNADA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DA FATEC, 6., 2017, Botucatu. Anais... . Botucatu: Fatec, 2017. p. 1 - 6. Disponível em: <http://www.fatecbt.edu.br/ocs/index.php/VIJTC/VIJTC/paper/viewFile/1069/1234>. Acesso em: 10 dez. 2018. BRAGA, R. P. Energia Solar Fotovoltaica: Fundamentos e Aplicações. 2008. 80 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: <http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10001103.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2018. BRASIL. Ministério de Minas e Energia - MME; Resenha Energética Brasileira 2018. Ano Base 2017. Disponível em: <http://www.eletronuclear.gov.br/Imprensa-e- Midias/Documents/Resenha%20Energ%C3%A9tica%202018%20-MME.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2018. COSBEY, A. Trade, sustainable development and a green economy: Benefits, challenges and risks.The Transition to a Green Economy: Benefits, Challenges and Risks from a Sustainable Development Perspective, p. 40, 2011. Disponível 38 em: <https://plagiarism.repec.org/trica-papuc/trica-papuc2.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2018. CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Diagnóstico do município de Campina Grande, estado da Paraíba. Recife: CPRM/PRODEEM, 2005. 11 p. DIENSTMANN, G.; Energia Solar: uma comparação de tecnologias. Porto Alegre, 2009. 92p. Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre 2009. Disponível em: <https://lume.ufrgs.br/handle/10183/24308>. Acesso: 11 nov. 2018. EPE - EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Plano Nacional de energia 2030. Brasília, 2008. Disponível em: <http://epe.gov.br/sites-pt/publicacoes-dados- abertos/publicacoes/PublicacoesArquivos/publicacao-165/topico- 173/PNE%202030%20-%20Proje%C3%A7%C3%B5es.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2018. FREITAS,G.C.;DATHEIN,R. As energias renováveis no Brasil: uma avaliação acerca das implicações para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental.Revista Nexos Econômicos, v. 7, n. 1, p. 71-94, 2013. Disponível em: <https://portalseer.ufba.br/index.php/revnexeco/article/view/8359/9549>. Acesso em: 23 nov. 2018. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. 8. reimpr. – São Paulo: Atlas, 2007. GORE, A. Nossa escolha: um plano para solucionar a crise climática. Our choice: a planto solve the climate crisis. Barueri, SP: Manole, 2010. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Por cidade e estado. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1>. Acesso: 15 nov. 2018. IEA – Agência Internacional de Energia, 2016; Key World Energy Statistics. Edição 2016. Disponível em: <https://www.iea.org/publications/freepublications/publication/ KeyWorld2016.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2018. IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Texto para discussão / Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.- Brasília : Rio de Janeiro : Ipea, 2018. Disponível em: <http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/8400/1/TD_2388.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2018. LIMA, L. C. A. Desafios do desenvolvimento sustentável: estudo sobre as mudanças na matriz energética brasileira / Luana Catão de Andrade Lima, Pedro Ricardo Cardoso Gonçalves. – Niterói, RJ: [s.n.], 2016. 134 f. Disponível em: <https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/2806/1/TCC-%20Luana%20e%20Pedro.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2018. MAGALHÃES, M. V. ESTUDO DE UTILIZAÇÃO DA ENERGIA EÓLICA COMO FONTE GERADORA DE ENERGIA NO BRASIL. 2009. 50 f. TCC (Graduação) - 39 Curso de Ciências Econômica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2009. Disponível em: <http://tcc.bu.ufsc.br/Economia291554.pdf>. Acesso em: 09 nov. 2018. MARTINS, G. D. A.; THEÓFILO, C. R. Metodologia da Investigação Científica para Ciências Sociais. 2. ed. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2009. MATAVELLI, A. C. Energia solar: geração de energia elétrica utilizando células fotovoltaicas. 2013. 34 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenheiro Químico, Universidade de São Paulo, Lorena, 2013. Disponível em: <https://sistemas.eel.usp.br/bibliotecas/monografias/2013/MEQ13015.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2018. MME – Ministério de Minas e Energia. Boletim Mensal de Energia. Brasil. 2016. Disponível em: < http://www.mme.gov.br/documents/10584/3594382/01+- +Boletim+Mensal+de+Energia+-+Janeiro+2016+(PDF)/8e0ebf8b-6d04-481c-9d9f- 8e7a106b83ac;jsessionid=1C220D2A66E5D27F9EAF4AD1811929D2.srv155>. Acesso em: 18 nov. 2018. NASCIMENTO, R. S; ALVES, G. M. FONTES ALTERNATIVAS E RENOVÁVEIS DE ENERGIA NO BRASIL: MÉTODOS E BENEFÍCIOS AMBIENTAIS. In: ENCONTRO LATINO AMERICANO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 20., 2016, Maringá. Anais... . Maringá: Inicepg, 2016. p. 1 - 6. Disponível em: <http://www.inicepg.univap.br/cd/INIC_2016/anais/arquivos/0859_1146_01.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2018. NARUTO, D. T. Vantagens e Desvantagens da Geração Distribuída e Estudo de Caso de um Sistema Solar Fotovoltaico Conectado à Rede Elétrica. Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2017. XIII, 73p. Disponível em: <http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10020290.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2018. NEOSOLAR. Painel Solar Fotovoltaico Renesola JC150M-12/Gb (150Wp). 2018. Disponível em: <https://www.neosolar.com.br/loja/painel-solar-fotovoltaico-150wp- renesola-jc150m-12gb.html>. Acesso em: 10 dez. 2018. SEYBOTH, K, et. al. Renewables 2016 Global Status Report. Global Status Report. 2016. Disponível em: <http://www.ren21.net/wp- content/uploads/2016/05/GSR_2016_Full_Report_lowres.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2018. SICESSOLAR. Inversores Trifásicos. 2018. Disponível em: <https://sicessolar.com.br/inversores-trifasicos-2/>. Acesso em: 20 nov. 2018. WWF - Fundo Mundial para a Natureza. Além de grandes hidrelétricas: Políticas para fontes renováveis de energia elétrica no Brasil. Relatório Técnico. Brasília, 2012. 40 ANEXO A – Declaração de Autorização de Dados – E-ESOLAR.
Compartilhar