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Ares Cursos e Preparatórios 1 Capítulo 03 Biossegurança O que é Biossegurança É o conjunto de estudos e procedimentos que visam a evitar ou controlar os riscos provocados pole uso de agentes químicos, agentes físicos e agentes biológicos à biodiversidade. Orientação para Limpeza da Câmara Mortuária Introdução A higiene e a ordem são elementos que concorrem decisivamente para sensação do bem estar, segurança e conforto dos profissionais. Equipamentos de Proteção Individual (uso obrigatório durante a realização do processo de limpeza) • Capote impermeável de manga longa • Óculos de proteção • Máscara facial com filtro para micropartículas (NBR95) • Luvas de borracha cano longo (antiderrapante) • Botas de cano longo Equipamento e material de consumo • Panos • Baldes • Toalhas de papel NECROBR 2 Ares Cursos e Preparatórios • Desinfetante (hipoclorito de sódio 1% e álcool 70%) • Sabão líquido • Carro para transporte do material de limpeza Periodicidade da limpeza • Diariamente • Após contaminação com matéria orgânica • Após remoção do cadáver ou da peça Técnica de Limpeza e Desinfecção • Paramentar-se com EPI (descritos no item II) • Preparar dois baldes, 01 com água e sabão (balde azul) outro com água limpa (balde vermelho). • Separar 02 panos (1 para limpeza, outro para desinfecção) • Levar o material para o local a ser limpo. • Molhar um pano na água do balde azul e passá-lo em movimentos retos do fundo para frente. • Enxágüe o pano na água do balde vermelho. • Repetir a operação 5 e 6 até que o local fique limpo. • Preparar 01 balde (azul) com a solução desinfetante. • Umedecer o pano na solução desinfetante e passá-lo em movimentos retos do fundo para frente. • Deixar secar a superfície Observação A água dos baldes vermelho/azul deverá ser trocada sempre que necessário. Como proceder no caso de contaminação com material orgânico (urina, fezes, sangue, secreções..) • Retirar excesso do material orgânico como papel toalha ou um trapo e jogá-los fora após. • Aplicar o hipoclorito no local e deixar agir por 10’ (minutos). • Retirar o excesso do desinfetante com papel toalha ou trapo e jogá-los fora após. • Lavar com água e sabão. • Enxágüe o pano na água do balde vermelho. • Repetir as operações até que o local fique limpo. Atenção A limpeza das paredes, teto e mobiliários deverá ser realizada semanalmente de acordo com a rotina de limpeza estabelecida na Instituição. NECROBR 3 Ares Cursos e Preparatórios Rotina de Limpeza para Sala de Necropsia Uso obrigatório do Equipamento de Proteção Individual (durante a atividade) Técnica de Limpeza. • Recolher todos os resíduos em saco plástico branco leitoso. • O dreno da mesa de necropsia deve ser ocluido e a água coletada deve ser descontaminada antes de ser liberada para rede de esgoto (usar solução de hipoclorito 1%). • Limpar mesa de necropsia, mesas auxiliares e bancadas com água e sabão. • Limpar área em volta da mesa de necropsia com hipoclorito de sódio a 1%. • Realizar desinfecção da mesa de necropsia, mesas auxiliares e bancadas com álcool 70%. • Se o criostato tiver sido usado, o aparelho deverá ser desligado e descontaminado imediatamente após o uso com álcool 70%. Observação • Dar preferência a serra manual pois o uso da serra elétrica é responsável pela formação de grande número de partículas em suspensão. O cadáver com suspeita/confirmação Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), deverá após a autópsia ser lavado com hidróxido de sódio 1N, e todo o material utilizado na necropsia incluindo instrumentos, mesa, recipientes, equipamentos de proteção individual e micrótomos deve ser descontaminado com imersão em hidróxido de sódio 1N por uma hora a 20º C, seguido de enxágüe e secagem para ser desinfetado em solução de hipoclorito a 1%. • Em caso suspeito ou confirmado de DCJ, e Tuberculose usar serra manual. • Profissionais PPd negativos devem ser encaminhados ao PCTH da Instituição. • Todo o corpo funcional deve ser vacinado contra hepatite B. • O cadáver após autópsia/necropsia deve ser lavado com água e sabão seguido por enxágüe em solução de hipoclorito de sódio a 0,5%. • Não realizar autopsia/necropsia em cadáver com suspeita de ANTRAX. Cuidados no Manuseio do Cadáver O termo “Segurança Profissional Durante Procedimento de Necropsia” traduz para os peritos e auxiliares que a prática deste ato técnico deve estar revestida de toda garantia de segurança. Uma vez que durante a necropsia os profissionais se expõem às áreas com solução de continuidade na pele ou nas mucosas do cadáver, a fluídos, secreções orgânicas e dejetos humanos NECROBR 4 Ares Cursos e Preparatórios Qualquer pessoa em vida pode ser portadora de microorganismos altamente patogênicos, o que, mesmo após a morte, põe em risco a saúde de quem entra em contato com eles, principalmente, os profissionais de necropsia. Agentes infecciosos como vírus, bactérias, fungos, parasitas e prions podem infectar esses profissionais, em especial quando as barreiras usuais do corpo são ultrapassadas ou não estão íntegras. Em geral, os organismos penetram no corpo através de feridas feitas acidentalmente por agulhas ou pontas afiadas, gotículas em membranas mucosas, inalação ou passa¬gem de microrganismos por feridas preexistentes. Portanto, peritos médicos-legistas e auxiliares técnicos que realizam necropsias, estão expostos a risco de contaminação caso medidas adequadas de proteção não sejam rigorosamente observadas. Segurança Profissional e Ambiental Princípio Fundamentais de Segurança em Necropsia Uma série de cuidados deve ser empreendida para se evitar a exposição a riscos físicos, químicos e biológicos durante a realização de trabalho na área da Tanatologia Forense do IML. NECROBR http://4.bp.blogspot.com/-gP4V7lQqouo/VctqNMl22XI/AAAAAAAAEbA/KVSO5gJkye4/s1600/hqdefault.jpg http://3.bp.blogspot.com/-DqzMv4WHHyQ/VctqUDNwR3I/AAAAAAAAEbI/rHXa5hbJtE8/s1600/25324.jpg 5 Ares Cursos e Preparatórios Cuidados: • Contaminação - ato de sujar objetos inanimados ou matéria viva com material danoso, potencialmente infeccioso ou indesejável. • Descontaminação - é o processo de desinfecção ou esterilização terminal de objetos e superfícies contaminados com microorganismos patogênicos, de forma a torná-los seguros para manipulação. • Desinfecção - é a eliminação de microorganismos, por meio físico ou químico, que destrói microorganismos presentes em objetos inanimados, mas não necessariamente os esporos bacterianos. • Desinfetante de alto nível - produto químico capaz de eliminar vida microbiana, apresentando capacidade tuberculicida. • EPI – Equipamento de Proteção Individual: máscaras, gorros, visor facial ou óculos, avental com mangas sanfonadas, jaleco, luvas de borracha, luvas de látex, botas, avental impermeabilizado. Riscos: • Infecção - é o resultado da penetração, aderência e multiplicação de um agente infeccioso específico no organismo humano ou animal onde possam causar efeitos adversos. A transmissão pode ocorrer por contato direto dos tecidos com líquidos biológicos infectados, inalação de partículas aerossóis e inoculadas através de bordas cortantes e instrumentos contaminados. • Janela imunológica - é o intervalo entre a infecção e a possibilidade de detecção de anticorpos anti-HIV por técnicas laboratoriais. Cuidados de segurança Dentre os cuidados de segurança preconizados, para o IMOL os mais importantes são: Cuidados Gerais • Equipamentos de Proteção Individual (EPI) • Lavagem das Mãos Cuidados Específicos • Limpeza e desinfecção de material e higienização de ambiente • Profilaxia para acidentes • Procedimento em caso de acidente• Saúde do funcionário Equipamentos de Proteção Individual A fim de minimizar o risco de se infectar, barreiras adequadas devem ser acionadas. É bastante difícil determinar quais casos de necropsias envolvem agentes infecciosos e quais não. Portanto, é prudente considerar que todas as necropsias são potenciais fontes de agentes infecciosos. 6 Ares Cursos e Preparatórios O plano central de todo programa de biossegurança em necropsia é a utilização de precauções-padrão de controle de infecções. Assim, toda necropsia e seus objetos devem ser tratados como se portassem algum agente infeccioso. Toda a área do procedimento e seus conteúdos são designados como áreas de ameaça biológica e, portanto, devem ter placas informativas. A sala de necropsia ideal deve ser bem ventilada, com sistema exaustor negativo. É muito útil ter um segundo auxiliar de necropsia que se mantenha limpo, a fim de registrar pesos, medidas e outras observações quanto aos órgãos, e também para circular quando for necessário qualquer auxílio. Todos os procedimentos devem visar diminuir o risco de derramamentos, respingos ou aerossóis. Equipamentos contaminados, instrumentos, bacias e demais objetos devem ser confinados a áreas designadas até sua desinfecção (mesa de necropsia, mesa de instrumentos, mesa de dissecção, pia e etc.). Os Equipamentos de Proteção Individual - EPI são dispositivos usados individualmente para proteger a integridade física do trabalhador e incluem: luvas, protetores oculares ou faciais, protetores respiratórios, aventais e proteção para os membros inferiores. São equipamentos de uso obrigatório nos ambiente da sala de necropsia e nas salas de radiologia pericial. A utilização de equipamentos como barreira contra as infecções externas passa por constantes modificações, sobretudo, na busca de novos materiais que sejam impermeáveis a microorganismos sob pressão, flexíveis, distensíveis e confortáveis, além de permitir a boa prática nos procedimentos. As principais funções dos EPI são • Redução da exposição humana aos agentes infecciosos; • Redução de riscos e danos ao corpo provocados por agentes físicos ou mecânicos; • Redução da exposição a produtos químicos tóxicos; • Redução da contaminação de ambientes Lavagem das mãos. NECROBR http://4.bp.blogspot.com/-TfcDBFYsdls/Vctqq3H3byI/AAAAAAAAEbY/xWds55SrdX8/s1600/hqdefault+(1).jpg 7 Ares Cursos e Preparatórios A ação de lavar as mãos utilizando água, sabão ou detergente é considerado o mais importante modo de atuar na prevenção e controle de infecções. O objetivo da lavagem das mãos é impedir que microorganismos mantenham-se nas mãos do profissional de necropsia, e que este carreie os mesmos para outras áreas ou demais pessoas. Portanto, a lavagem das mãos é, sem dúvida, a rotina mais simples, mais eficaz, e de maior importância na prevenção e controle da disseminação de infecções, devendo ser praticada por toda equipe, sempre ao iniciar e ao término de uma tarefa. A importancia da CIPA em necrotérios é fundamental. Vigilância Sanitária Cemitério, Cremação, Sepultamento, Funerária e Somatoconservação A prestação de serviços funerários no estado de São Paulo deve seguir regras estabelecidas pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP), reunidas em Norma Técnica (NT) que foi editada no final de março. Preparada pelo Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo (CVS-SP), a medida, inédita no País, contempla em uma só norma questões levadas em consideração em várias legislações e trata de forma abrangente questões relacionadas à saúde do trabalhador. Foi publicada no Diário Oficial do Estado do dia 26 de março de 2013 por meio da Resolução SS-28, de 25/02/2013, republicada em 04/07/2013 por ter saído com incorreções. A referida Resolução disciplina sobre o funcionamento de necrotério, serviço de necropsia, serviço de somatoconservação de cadáveres, velório, cemitério, inumação, exumação, cremação e transladação. As principais novidades que apresenta dizem respeito aos procedimentos adotados quando o corpo precisa ser transladado, aos serviços de somatoconservação (tratamento químico para conservação de cadáveres) e ao descarte de resíduos. A preocupação é assegurar a saúde da população em geral, especialmente dos trabalhadores desse ramo de atividade e do meio ambiente. Na necessidade de transferência de cadáveres em áreas de portos, aeroportos e fronteiras, deve ser seguida a regra da legislação federal, que determina a formolização e o embalsamento dos restos mortais. O serviço de tanatopraxia (higienização, maquiagem e conservação do cadáver por meio de tratamento químico) será facultativo às famílias. Caberá às funerárias deixar um aviso em local visível, informando que esses procedimentos não são obrigatórios. NECROBR http://www.cvs.saude.sp.gov.br/up/E_RS-SS-28_250213%20(NT-tanato).pdf http://www.cvs.saude.sp.gov.br/up/E_R-SS-28-REP_250213%20(NT-tanato.republica%C3%A7%C3%A3o).pdf http://3.bp.blogspot.com/-h8GWmP6m0K0/Vctqhc-UbkI/AAAAAAAAEbQ/o3TYaOyTYTo/s1600/download.jpg 8 Ares Cursos e Preparatórios Os serviços de necropsia e somatoconservação de cadáveres devem possuir licença de funcionamento junto à Vigilância Sanitária de sua área de jurisdição, segundo estabelece a Portaria CVS 4/2011. Já os velórios, cemitérios e crematórios devem possuir cadastro junto a ela, de acordo com a mesma Portaria. Os serviços já existentes de necropsia e de somatoconservação de cadáveres, velórios, cemitérios e crematórios terão prazo de um ano para se adequarem, a partir da data de publicação da referida NT; qualquer serviço novo, a ser implantado, já deve estar de acordo com ela. A elaboração da Norma Os trabalhos começaram a partir de demandas relacionadas aos serviços de tanatopraxia, que exigem ambientes apropriados para a execução dos procedimentos e, minimização até a eliminação de riscos para os trabalhadores, para a população de entorno e para o meio ambiente (tratando da disposição dos resíduos, por exemplo). Das demandas iniciais daqueles serviços, passou-se para os de somatoconservação e, por fim, para toda a cadeia de serviços funerários. Por isso, as questões relativas à saúde do trabalhador, na NT, envolvem todos aqueles que, em algum momento, se expõem ao risco ocupacional. Além disso, havendo material biológico e substâncias químicas envolvidos, há também risco ambiental. Participaram da elaboração da NT todas as áreas técnicas do CVS/SP, o Centro de Vigilância Epidemiológica da SES/SP, instituições convidadas como, o Serviço de Verificação de Óbito da Capital, o Instituto Médico Legal de São Paulo, a Sociedade Brasileira de Patologia e representantes do Serviço Funerário de São Paulo, do segmento dos cemitérios particulares e dos que prestam serviços de tanatopraxia, entre outros. Marcapasso Consulta nº 1.831-24/88 Assunto: Como proceder em casos de pacientes portadores de Marcapassos que vão a óbito Relator: Conselheiro Jamil José Gasel A presente consulta teve início através de carta subscrita Dr. A.R.D. solicitando parecer deste Conselho sobre qual conduta deve ser adotada em casos de pacientes portadores de Marcapasso, que vão a óbito, colocando as seguintes indagações: • É ético a retirada do aparelho quando foi pago pelo INAMPS para possível reutilização? • É dever do médico fazer esta retirada ou orientar os familiares para seja permitido este ato? NECROBR 9 Ares Cursos e Preparatórios Parecer: Após consultarmos a Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre o assunto em questão, passamos a transcrever o parecer técnico desta E. Sociedade: “... sobre reutilização de Marcapasso Cardíaco após óbito do portador, informamos que em reunião da Diretoria da Sociedade Brasileira de Cardiologia... foram aprovadas pela Diretoria as seguintes recomendações: • Autorizaçãoda família do paciente para o procedimento; • Em caso de reutilização, obedecer rigorosamente as normas de esterilização; •Nos casos de cremação devem ser retirados por risco de explosão, também com autorização dos familiares; •Este procedimento não deve visar fins lucrativos, sendo aceito frente à deficiência financeira da maioria dos hospitais públicos do País.” Aprovada na 35ª Reunião da Câmara de Triagem em 19/09/92. Homologada na 1.507ª RP em 19/10/92. Radiação Corpo de paciente vítima de câncer deixa material radioativo em crematório nos EUA Por Ryan F. Mandelbaum - publicado em 3 de março de 2019 @ 17:45 Um crematório do Arizona foi contaminado com radiação após a cremação de um paciente que recebeu tratamento radiofarmacêutico, de acordo com um novo estudo de caso. Os materiais radioativos têm vários usos na medicina, tanto para diagnóstico como para tratamento. Um assunto ocasionalmente negligenciado é o que fazer com o corpo depois do óbito, um problema para o qual não há regulamentações federais nos EUA. A exposição à contaminação por radiação após a cremação de um paciente que recebeu tratamento radiofarmacêutico é especialmente importante aqui nos Estados Unidos, onde o percentual de pessoas que aderem à cremação é superior a 50%. “Sem regulamentação, a comunicação é realmente importante” em casos como este, Kevin Nelson, autor do estudo e cientista do Departamento de Radiodiagnóstico da Mayo Clinic, em Phoenix, Arizona, disse ao Gizmodo. Essa comunicação não aconteceu neste caso. • O que a radiação nuclear faz com seu corpo • O que é a cremação líquida e por que ela é ilegal em alguns estados americanos? • Espalhar cinzas de entes queridos na Disney não é só uma lenda urbana — e é pior do que pensávamos O estudo de caso documenta um homem de 69 anos de idade com um tumor incomum em seu pâncreas. Ele recebeu um tratamento radioativo por via intravenosa, chamado lutécio-177 dotatate. Ele inesperadamente morreu dois dias depois, em um hospital diferente de onde NECROBR https://gizmodo.uol.com.br/author/ryan-f-mandelbaum/ http://www.nfda.org/news/media-center/nfda-news-releases/id/3526/cremation-on-the-rise-nfda-predicts-the-national-cremation-rate-will-climb-by-a-third-within-20-years https://gizmodo.uol.com.br/o-que-a-radiacao-nuclear-faz-com-seu-corpo/ https://gizmodo.uol.com.br/o-que-e-a-cremacao-liquida-e-por-que-ela-e-ilegal-em-alguns-estados-americanos/ https://gizmodo.uol.com.br/cinzas-disney-lenda-urbana/ https://gizmodo.uol.com.br/cinzas-disney-lenda-urbana/ https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2725673?guestAccessKey=d1c4b9d2-5808-487c-a3ca-a6dd4d530da9&utm_source=JAMA%20Network&utm_medium=referral&utm_campaign=ftm_links&utm_content=tfl&utm_term=022619 10 Ares Cursos e Preparatórios estava recebendo seu tratamento de radiação. Aquele hospital não contou à funerária nem ao crematório sobre seu tratamento de radiação, e ele foi cremado cinco dias depois. Quando os pesquisadores descobriram sobre o caso, eles perguntaram ao Departamento de Controle de Radiação do Arizona se existiam regulamentações para essas situações. Não havia, e o órgão enviou representantes para inspecionar o crematório. Os pesquisadores também testaram a urina de um empregado de crematório para determinar se o operador havia sido exposto inadvertidamente ao lutécio radioativo do tratamento. De fato, o equipamento acionou o contador Geiger usado para medir a radiação com uma taxa máxima de exposição de 7,5 mR por hora quando o medidor estava em contato direto o equipamento. Isso é quase 200 vezes a radiação média experimentada por seres humanos que vivem no nível do mar, com a ressalva de que a exposição a ela diminui acentuadamente com a distância, de modo que o operador não receberia esse nível de exposição apenas por estar na sala. Além disso, o lutécio se decompõe em elementos não radioativos, então, após cerca de dois meses, não haveria níveis detectáveis de radiação, disse Nelson. O operador do crematório não tinha lutécio em sua urina, mas os pesquisadores encontraram uma pequena quantidade do tecnécio 99m de tratamento radiofarmacêutico, talvez da cremação de outra pessoa. “O funcionário do crematório nunca teve o tecnécio 99m administrado como parte de um procedimento”, diz Nathan Yu, autor do estudo e cientista do Departamento de Radiação Oncológica da Mayo Clinic, em Phoenix, Arizona, ao Gizmodo. “Isso traz à tona um dos mecanismos pelos quais há uma exposição desnecessária para os trabalhadores dessa área.” Os pesquisadores observaram que o operador provavelmente não recebeu mais do que o limite de exposição definido pela Comissão Reguladora Nuclear. Ainda assim, de acordo com o estudo publicado no Journal of American Medical Association, “mais estudos são necessários para avaliar a frequência e o alcance da contaminação por radiação e os efeitos da exposição repetida ou a longo prazo na saúde de trabalhadores de crematórios nos Estados Unidos”. Entramos em contato com a National Funeral Directors Association sobre o que isso significava para operadores crematórios, e um porta-voz forneceu a seguinte declaração: Dado o uso difundido de radiação na medicina nuclear (diagnóstico e tratamento) na radio- oncologia (tratamento de câncer) nos Estados Unidos e ao redor do mundo, é provável que os operadores crematórios tenham cuidado de corpos de indivíduos que passaram por tais tratamentos. Um dos princípios do Programa de Certificação de Operador de Crematório da National Funeral Directors Association é garantir que o trabalhador tenha as informações necessárias sobre o falecido para conduzir a cremação com segurança. Espera-se que os operadores crematórios sejam informados se existem dispositivos, incluindo marca-passos, implantes radioativos ou outros dispositivos que possam exigir precauções especiais quando colocados em uma câmara de cremação e submetidos ao calor. Este artigo relata um único caso envolvendo a cremação de um indivíduo que foi tratado com um determinado radionuclídeo para um tumor pancreático e que morreu pouco tempo após o tratamento, tendo sido cremado cinco dias após o tratamento. Antes da cremação, nenhuma notificação de tratamento de câncer foi fornecida ao operador do crematório, incluindo se as precauções de segurança eram aconselháveis sob as circunstâncias. NECROBR https://gizmodo.uol.com.br/o-que-a-radiacao-nuclear-faz-com-seu-corpo/ 11 Ares Cursos e Preparatórios A NFDA apoia estudos adicionais sobre este assunto e acolhe recomendações sobre como a saúde e a segurança dos funcionários e da comunidade podem ser protegidas ao máximo possível, inclusive, como sugere a carta de pesquisa, avaliando a radioatividade em pacientes falecidos antes da cremação e assegurando que os operadores dos crematórios recebam notificações suficientes para empregar as precauções de segurança apropriadas, se necessário. Esta não é a primeira vez que alguém percebe que pacientes que usaram tratamentos radiofarmacêuticos podem deixar radiação residual, mas é um dos primeiros estudos a relatar a contaminação do crematório em si. Ainda assim, é apenas um estudo de caso, o que significa que não necessariamente representa um padrão. Os autores do estudo recomendam que as instalações testem pacientes falecidos quanto à radioatividade antes da cremação. CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE INSTITUIÇÕES DE SAÚDE Rotinas Assistenciais da Maternidade-Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro Introdução A imunização dos profissionais da área de saúde e dos profissionais que prestam serviços em ambiente hospitalar, tem por objetivo a proteção do trabalhador contra doenças às quais esses indivíduos estão mais expostos em decorrência de sua área de atuação. Além disso, o trabalhador, de acordo com sua atividade e a forma de transmissão das doenças, pode ser oveículo de transmissão dos agentes infecciosos. A Norma Regulamentadora 32 (NR 32), do Ministério do Trabalho e Emprego, determina a obrigatoriedade de o empregador disponibilizar todas as vacinas registradas no país que possam, segundo critérios de exposição a riscos, estar indicadas para o trabalhador e calendário de vacinação do Adulto e do Idoso do Programa Nacional de Imunizações (PNI) prevê que todo adulto deverá ser imunizado contra tétano e difteria (dT), sarampo, caxumba e rubéola (Tríplice viral), febre amarela (quando viajar ou residir em área endêmica). Os maiores de 60 anos, além dessas vacinas (com exceção da Tríplice viral) devem receber a vacina NECROBR https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5726040/ 12 Ares Cursos e Preparatórios contra a gripe e a vacina pneumocócica 23 valente. Para os profissionais da saúde, o Ministério da Saúde, por meio dos Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais (Cries), oferece as seguintes vacinas: hepatite B, varicela e influenza (gripe). Campo de Aplicação Todos os profissionais que trabalham na área de saúde direta ou indiretamente. Responsabilidades Médicos, Equipe de Enfermagem, Equipe de Limpeza, Administrativos – manter suas cadernetas de vacinação atualizadas. Saúde do Trabalhador ou Chefias Imediatas – fiscalização e cobrança da atualização constante das cadernetas de vacinação. Unidade Básica de Saúde – Vacinar os profissionais que procurem o serviço para atualizar suas vacinas. Procedimento Procurar a UBS com a caderneta de vacinação. Caso não tenha caderneta, o profissional deve solicitar o fornecimento da mesma. Após atualização mostrá-la ao setor competente na Instituição. NECROBR 13 Ares Cursos e Preparatórios Lembretes Gestação é contraindicação para algumas vacinas. Todos os profissionais cujas atividades envolvam contato regular com pacientes ou sangue e outros fluidos devem ser vacinados antes do início de seu treinamento. Pesquisa de anticorpos contra Ag Hbs (Anti HBS), 30 a 60 dias após a última dose da vacina. Títulos de anticorpos anti HBS iguais ou maiores que 10 mUI/ml são considerados protetores. Re-vacinação, com três doses adicionais da vacina é recomendada para os que não NECROBR 14 Ares Cursos e Preparatórios responderam ao esquema básico, não há evidências de que doses adicionais de vacina sejam capazes de induzir resposta humoral em pessoas saudáveis que não responderam após o segundo esquema vacinal devem ser consideradas susceptíveis à hepatite B, devendo receber profilaxia específica em caso de acidente ocupacional com exposição a sangue de pacientes HgABS positivo. O desenvolvimento de resposta humoral protetora após a vacinação (antiHBS maior ou igual a 10 mUI/ml) é associada à imunidade de memória de longa duração que persiste mesmo quando os títulos de AC caem para níveis indetectáveis, não havendo necessidade de doses de reforço da vacina para pessoas saudáveis. Leitura Sugerida - Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Manual de Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais. Brasília, 2006 - Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Calendário de Vacinação ocupacional 2013-2014. http://www.sbim.org.br/wp-content/uploads/2013/06/ocupacional_calendarios-sbim_2013-2014_130610.pdf NECROBR
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