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Revista Jurídica UNIGRAN. Dourados, MS | v. 6 | n. 11 | Jan./Jul. 2004. 9 59 59 59 59 5 O PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE Alexandre Sivolella Peixoto1, Taísa Queiroz2 E Fábio Carvalho Mendes3 RESUMO:RESUMO:RESUMO:RESUMO:RESUMO: O artigo aborda o princípio da razoabilidade, a sua importância atual a partir de influências de países como os Estados Unidos, que o reconhece expressamente através das emendas nºs 05 e 14 à Constituição Federal, e de teóricos, como Robert Alexy e a plausibilidade de sua aplicação na interpretação constitucional. PALAVRAS-CHAVE:PALAVRAS-CHAVE:PALAVRAS-CHAVE:PALAVRAS-CHAVE:PALAVRAS-CHAVE: Direito Constitucional, princípios, razoabilidade. 1. Introdução Na história do direito, a primeira variante do “due process” de que se tem notícia teve evidência processual com expressa rejeição de qualquer sentido conotativo-substantivo que permitisse ao Judiciário examinar o caráter arbitrário ou injusto da lei ou ato normativo. Tratava-se este princípio, primeiramente, de uma garantia direcionada para a regularidade do processo penal, depois desdobrada e aplicada também aos processos civil e administrativo. Todavia, com o tempo, tornou-se impossível a aplicação única do princípio da razoabilidade como forma de conceder às partes o direito de regularidade processual, sendo que em diversas situações surgiam indagações acerca da razoabilidade dos fins e dos meios utilizados pelo legislador. Aqui ocorrera o surgimento do “substantive due process”, qual seja, a elevação do Poder Judiciário, quando se lhe conferiu a prerrogativa de observar e argüir a compatibilidade dos atos praticados pelo Poder Público, realizando um estudo de adequação dos meios e a legitimidade dos fins que se buscavam. 1 Advogado civilista militante na comarca de Dourados-MS e pós-graduando em Direito Processual Civil pela Unigran-Dourados/MS. 2 Advogada civilista militante na comarca de Dourados-MS e pós-graduanda em Direito Processual Civil pela Unigran-Dourados/MS. 3 Advogado militante na Comarca de Fátima do Sul e pós-graduando em Direito Processual Civil pela Unigran-Dourados/MS. revista_nova.P65 21/8/2008, 10:2195 Revista Jurídica UNIGRAN. Dourados, MS | v. 6 | n. 11| Jan./Jul. 2004.9 69 69 69 69 6 No direito pátrio, pode-se afirmar que o princípio da razoabilidade foi incorporado pela Constituição da República Federativa do Brasil, quando se assegurou a todos o direito ao devido processo legal (art. 5º, LIV), também conhecido como due process of law. Destarte, a aplicação desse princípio, de maneira especial por parte dos magistrados, tão profícua para o exercício da jurisdição, tem-se revestido de certo acanhamento, apesar do crescente número de julgados que, muitas vezes sem o saber, acabam utilizando a proporcionalidade para emitir um juízo de valor a respeito de determinado caso. O mestre Paulo Bonavides4, em sua obra “Curso de Direito Constitucional” aduz que existem princípios mais fáceis de entender do que definir, sendo que a proporcionalidade se enquadraria nesta situação. Desta forma, a proporcionalidade, em sentido mais amplo, constitui apenas uma regra fundamental a que todos devem obedecer. Em uma acepção mais restrita, consistiria na presunção de existência de uma relação, adequada entre os vários fins determinados e os meios com que são levados à termo. Então, pode-se concluir que toda vez que os meios destinados a realizar determinado fim não forem adequados, ou ainda, quando houver desproporção entre eles, houve a inocorrência ou desobediência ao princípio da proporcionalidade. A doutrina mais moderna já define o princípio da razoabilidade como sendo um parâmetro de valoração dos atos do Poder Público para estimar se estes atos estão informados pelo valor superior inerente a todo ordenamento jurídico: “a justiça”. Celso R. Bastos5 define a razoabilidade como sendo um [...] princípio que a Administração, ao atuar no exercício de discrição, terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e respeitosa das finalidades que presidiram a outorga da competência exercida. Nesta acepção, portanto, percebe-se que o princípio da razoabilidade possui os mesmos fundamentos constitucionais dos princípios da legalidade e da finalidade (art. 5º, inciso II, 37 e 84, e inciso LXIX). 4 BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito ConstitucionalCurso de Direito ConstitucionalCurso de Direito ConstitucionalCurso de Direito ConstitucionalCurso de Direito Constitucional. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1978. 5 BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito ConstitucionalCurso de Direito ConstitucionalCurso de Direito ConstitucionalCurso de Direito ConstitucionalCurso de Direito Constitucional. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1990. revista_nova.P65 21/8/2008, 10:2196 Revista Jurídica UNIGRAN. Dourados, MS | v. 6 | n. 11 | Jan./Jul. 2004. 9 79 79 79 79 7 Esta definição supramencionada apenas evidencia o prestígio de que desfruta o princípio da razoabilidade nos ordenamentos jurídicos modernos, sendo de basilar seriedade a sua aplicação para as situações em que existe manifesta discordância entre os fins almejados pelo Estado e os meios por ele empregados para tal. Em muitos casos é complexa e difícil a aferição desses pré-requisitos na atividade do Poder Público, de maneira especial em se considerando a aplicação do princípio da legalidade, podendo ocorrer colisão de princípios. Para Dworkin, a colisão de princípios resolve-se pelo ato de sopesar cada um deles, em conformidade com as particularidades do caso concreto. O campo de aplicação do princípio da razoabilidade é muito extenso podendo ser invocado não somente para garantir a harmonia da atividade processual, como também, e inclusive, para o controle dos atos do Poder Público em geral. O professor Celso Antônio Bandeira de Mello6, no que tange ao princípio da razoabilidade no campo do direito administrativo, pondera que a Administração, ao atuar no exercício de discrição, terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e respeitosas das finalidades que presidiram a outorga da competência exercida. Saliente-se, portanto, que nas situações onde o ato praticado não se revestir dos meios adequados e indispensáveis para alcançar os fins precípuos não haverá a razoabilidade e que o ato legislativo será eivado de inconstitucionalidade, da mesma forma que o ato administrativo será jurisdicionalmente invalidável, quando ausentes esses requisitos. Neste sentido, pode-se afirmar categoricamente que foi com Alexy que se aprendeu a aferir, de forma correta, a ocorrência e a aplicação do princípio da razoabilidade, tanto com relação aos atos da Administração Pública como aos atos do Poder Legislativo. Conforme prelecionou este mesmo autor, deve-se utilizar da “máxima da proporcionalidade” para a aferição da razoabilidade do ato do Poder Público, seja ele executivo, administrativo ou legislativo. Destarte, a “máxima da proporcionalidade”, segundo Alexy, reveste- se de três condições, cuja averiguação é prejudicial se faltar um desses 6 Curso de Direito AdministrativoCurso de Direito AdministrativoCurso de Direito AdministrativoCurso de Direito AdministrativoCurso de Direito Administrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2000. revista_nova.P65 21/8/2008, 10:2197 Revista Jurídica UNIGRAN. Dourados, MS | v. 6 | n. 11| Jan./Jul. 2004.9 89 89 89 89 8 requisitos. São eles: necessidade (meio mais benéfico ou menos oneroso para o cidadão), adequação e proporcionalidade em sentido estrito. A aferição da razoabilidade do ato legislativo será verificada, primeiramente, pela adequação dos meios e fins utilizados. Assim, estando ausente um destes pressupostos, não será mais necessário indagar a presença dos demais elementos pois a razoabilidade não estará verificada no ato praticado. Contudo, caso se averigúe que o ato emanado pelo Poder Público tenha apenas se utilizado dos meios apropriados para os fins almejados não bastará, poistambém será importante verificar pela sua necessidade, qual seja, se foi efetivado pelo meio menos gravoso, através do princípio da menor ingerência possível. Nesse sentido, em sendo concebível que o ato poderia ser praticado em nível de menor onerosidade ou ingerência na vida do cidadão, também aí haverá a falta da razoabilidade, o que o sujeita à adequada anulação ou declaração de inconstitucionalidade pelo Poder Judiciário. Por derradeiro, uma vez verificada a ocorrência dos dois requisitos acima expostos (necessidade e adequação), deverá o operador do direito verificar a ocorrência do terceiro requisito, qual seja, a “proporcionalidade em sentido estrito”, que é a justificativa do ato administrativo, de maneira especial quando se abordar a norma restritiva de direitos. 2. Da Razoabilidade e Seu Histórico. Os barões ingleses consolidaram em 15 de junho de 1215 a Carta Magna, contando para tanto, com a ajuda do arcebispo Canterbury que auxiliou junto ao rei João “Sem Terra”. Foi a Carta Magna um dos primeiros documentos de restrição do poder soberano, documento este que é reconhecido como um dos grandes antecedentes do constitucionalismo, tornando-se uma expressão in ic ia l do ímpeto que mais tarde mover ia revolucionários, tanto em território francês como na Inglaterra, coibindo abusos e privilégios do soberano e garantido direitos individuais dos nobres detentores de fortuna e propriedades face ao Poder Público. revista_nova.P65 21/8/2008, 10:2198 Revista Jurídica UNIGRAN. Dourados, MS | v. 6 | n. 11 | Jan./Jul. 2004. 9 99 99 99 99 9 O artigo 39 da Carta Magna Inglesa, ou seja, a cláusula do law of the lands, instituiu que “[...] nenhum homem livre será detido ou sujeito à prisão, ou privado de seus bens, ou colocado fora da lei, ou exilado, ou de qualquer modo molestado, e nós não procederemos nem mandaremos proceder contra ele, senão mediante um julgamento regular pelos seus pares ou de harmonia com as leis do país.” Pontua Carlos Roberto Siqueira Castro7 que os barões ingleses possuíam direitos que apenas poderiam ser limitados observando a lei do país, dessa forma, os direitos naturais elencados somente poderiam sofrer limitações segundo os procedimentos e por força do direito comumente aceito e sedimentado nos precedentes judic ia is , ou seja, pelos pr inc ípios e costumes jur íd icos consagrados pela common law”. Deu-se a consagração da Carta Magna através das emendas 5 e 14 da Constituição norte-americana, tornando-se a cláusula do due process of law uma das principais fontes da expressiva jurisprudência da Suprema Corte dos Estados Unidos, porém antes mesmo do reconhecimento do devido processo legal, através dessas emendas, o princípio do law of the land era utilizado para combater o arbítrio governamental. Em razão de o constitucionalismo europeu, sobretudo da França e da Inglaterra, prever um controle rígido sobre o Poder Legislativo, rompeu o constitucionalismo americano com a tradição; o documento inglês era pragmático e de propósitos concretos, enquanto que as declarações de direito norte-americanas encontraram suas bases no liberalismo econômico e no individualismo, fazendo, ainda, distinção entre l iberdades econômicas e não econômicas. Há que se destacar que entre os direito não econômicos incluem-se a liberdade de expressão, de religião, privacidade, e ainda, direito de participação política. É através da emenda n.º 5 que, finalmente, o princípio do due process of law reveste-se de tutela constitucional, e as emendas n.º 13, 14 e 15 são editadas após o término da guerra civil e a abolição da escravatura, com a finalidade de garantir a liberdade civil. Assim, o princípio do due process of law deixou de ser apenas 8 SIQUEIRA CASTRO, Carlos Roberto. O Devido Processo Legal e a Razoabilidade das Leis na Nova Constituição no Brasil. Rio de Janeiro, Ed. Forense, 1989. revista_nova.P65 21/8/2008, 10:2199 Revista Jurídica UNIGRAN. Dourados, MS | v. 6 | n. 11| Jan./Jul. 2004.1 0 01 0 01 0 01 0 01 0 0 uma garantia processual, tornando-se uma forma de restringir os desmandos do Poder Público, marcando dessa forma, um impulso de ascensão do Judiciário, abrindo-se um amplo espaço de exame de mérito dos atos do Poder Público, pautando-se nos parâmetros de razoabilidade e racionalidade. 3. Conceito de Razoabilidade Muitas são as implicações que decorrem do princípio da razoabilidade, pois que se pode retirar de tal prescrição variados ditames, como a determinação de que ninguém será julgado senão por juízo competente e pré-constituído, além de aplicarem-se ao referido enunciado os brocardos latinos de nullum crimen sine lege, ou de nulla poena sine lege. O princípio da razoabilidade, independente das interpretações que lhe sejam atribuídas, regula na Carta Constitucional indubitavelmente o princípio expresso do devido processo legal, inspirando-se de forma notória na redação encontrada no constitucionalismo norte-americano. Dessa forma, o princípio do devido processo legal, juntamente com a separação dos poderes, constitui-se em fundamento essencial do regime democrático e sua abrangência ultrapassa a condição de simples garantia processual, tornou-se ainda objeto de intenso estudo doutrinário e jurisprudencial, e, tanto a doutrina quanto a jurisprudência utilizam-se do princípio da razoabilidade na busca de garantir direitos ao cidadão em face de eventual arbítrio do poder estatal. O princípio do devido processo legal, aliado à separação dos poderes, constitui-se em fundamento essencial do regime democrático, uma vez que sua abrangência ultrapassa a condição de simples garantia processual. Incorporado à Constituição norte-americana de 1787, através das emendas 5ª e 14, o referido princípio tornou-se prontamente objeto constante de intenso trabalho doutrinário e jurisprudencial, principalmente no que tange à interpretação dada pela Suprema Corte americana, pois se hoje o mesmo pôde alcançar o reconhecimento e o prestígio que lhe são devidos, tal se deve ao enunciado flexível sobre o qual foi esculpido e às possibilidades abertas pelo case system, emblema maior do sistema da Common Law. revista_nova.P65 21/8/2008, 10:21100 Revista Jurídica UNIGRAN. Dourados, MS | v. 6 | n. 11 | Jan./Jul. 2004. 1 0 11 0 11 0 11 0 11 0 1 4. A Razoabilidade e a Constituição de 1988. A Constituição Federal de 1988, não traz, em seu bojo, de forma expressa, o princípio da razoabilidade. Contudo, sua existência não pode ser ignorada, vez que é possível auferí-lo implicitamente em vários dispositivos, assim como no próprio histórico de elaboração da Carta Magna. No que concerne ao seu caráter processual, encontra-se inequivocamente atrelado ao princípio do devido processo legal, cujo dispositivo legal está inserido no capítulo destinado aos direitos e garantias individuais (art. 5o, LIV), mas nele não se exaure. No que se refere à processualística penal, p. ex., é da máxima “nullum crimen, nulla poena, sine lege” que se origina o disposto inciso XXXIX do mesmo artigo. A ausência de disposição expressa, no entanto, é muito mais sentida enquanto princípio conformador de direito material. Asseverado fato deve-se, em parte, ao apego desmedido ao Princípio da Separação dos Poderes consagrado pela Lei Maior. Lembra Carlos Roberto Siqueira Castro, na obra já referida, que a previsão do Princípio da Razoabilidade constou dos trabalhos da Assembléia Constituinte de 1988, embora não incorporada ao texto final. Era a redação do artigo 44: “A administração pública, direta ou indireta, de qualquer dos Poderes obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade, exigindo-se, como condição de validade dos atos administrativos, a motivação suficiente e, como requisito de sua legitimidade, a razoabilidade.” Apesar da não inclusão do princípio quando da redação final do dispositivo, inegável é que a razoabilidade integra, inquestionavelmente, o ordenamento jurídico nacional, sendo imperativo sua observância para o exercício da função legiferante do Estado, bem comopara a atuação do Poder Executivo, sendo que, sua inobservância, é passível de impugnação pelo Poder Judiciário, sempre que perquirido, por inconstitucionalidade destas medidas. No entender de José Afonso da Silva8, o princípio da “proporcionalidade razoável” está, enquanto princípio constitucional geral e explícito de tributação, traduzido na norma que impede a tributação com efeitos de 8 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo, Malheiros, 1997 revista_nova.P65 21/8/2008, 10:21101 Revista Jurídica UNIGRAN. Dourados, MS | v. 6 | n. 11| Jan./Jul. 2004.1 0 21 0 21 0 21 0 21 0 2 confisco (artigo 150, IV). Aludida norma impede que o Poder Público possa tributar o patrimônio particular de modo a impossibilitar sua manutenção ou mesmo inviabilizar o uso a que se destine, ressalvadas as exceções expressamente previstas. Atualmente, a alusão ao princípio da razoabilidade já se tornou freqüente nos julgados de nossas cortes máximas, sendo que sua aceitação torna-se clarividente quando da análise de decisões como a proferida na Ação Direta de Inconstitucionalidade relatada pelo eminente Ministro do STF Ilmar Galvão: “Ato normativo que, ao erigir em pressuposto de benefício assistencial não o estado de necessidade dos beneficiários, mas sim as circunstâncias em que foram eles gerados, contraria o princípio da razoabilidade, consagrado no mencionado dispositivo constitucional. Ação direta julgada procedente, para declarar a inconstitucionalidade da Lei sob enfoque”.9 Outrossim, faz-se importante ressaltar que não obstante os julgados oriundos dos tribunais em voga invoquem termos “razoabilidade” e “proporcionalidade” como sinônimos, entendimento esse que contraria a doutrina predominante, sua eficácia objetiva não é afetada, vez que a alusão a tais princípios, sempre tem estado em consonância com seu objetivo primário, qual seja, garantir direitos ao cidadão face ao eventual arbítrio do Estado. 5. Considerações Finais A partir do momento em que o homem optou por viver em uma sociedade estatal, concordou em submeter suas condutas a um conjunto de normas, as quais encontram-se escalonadas sistematicamente, de tal forma que, em determinado ordenamento jurídico, não possuam elas o mesmo valor, havendo portanto uma hierarquia no sistema. Tendo o Constituinte adotado essa forma de organização, as normas integrantes do nosso ordenamento encontram-se dispostas segundo uma hierarquia e formando uma espécie de pirâmide, na qual a Constituição ocupa o seu ponto mais alto, o ápice da pirâmide legal, fazendo com 9 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ADIN 2019 – MS – TP. Rel. Min. Ilmar Galvão. DJU 21.06.2002. p. 00095. revista_nova.P65 21/8/2008, 10:21102 Revista Jurídica UNIGRAN. Dourados, MS | v. 6 | n. 11 | Jan./Jul. 2004. 1 0 31 0 31 0 31 0 31 0 3 que todas as demais normas a ela se subordinem. Ante a origem constitucional do princípio da razoabilidade, portanto, sua observância pelos Poderes Estatais apresenta-se imperiosa, constituindo uma diretriz de senso comum. Nesse sentido, cumpre ao aplicador do direito, para aferir a razoabilidade da medida posta à sua apreciação, indagar: Qual o meio mais eficaz para levar a cabo o fim almejado baseando-se no interesse público? A meio eleito é indispensável para conservação do fim, ou existem outras opções menos danosas? Há ponderação na relação existente entre os meios e o fim, ou seja, entre os ônus imposto e os bônus conseguido? Destarte, ante o princípio em comento, deverá o operador jurídico ser capaz de perceber a realidade em função dos valores que a constituem, i.e., exercer o juízo de verossimilhança com moderação em relação aos valores que prestigiam a realidade social. Em outras palavras, deverá o operador jurídico ser capaz de identificar a lógica do razoável num dado caso concreto. 6. Referências Bibliográficas BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de DireitoCurso de DireitoCurso de DireitoCurso de DireitoCurso de Direito AdministrativoAdministrativoAdministrativoAdministrativoAdministrativo. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2000. BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito ConstitucionalCurso de Direito ConstitucionalCurso de Direito ConstitucionalCurso de Direito ConstitucionalCurso de Direito Constitucional. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito ConstitucionalCurso de Direito ConstitucionalCurso de Direito ConstitucionalCurso de Direito ConstitucionalCurso de Direito Constitucional. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1978. LENZA, Pedro. Direito Constitucional EsquematizadoDireito Constitucional EsquematizadoDireito Constitucional EsquematizadoDireito Constitucional EsquematizadoDireito Constitucional Esquematizado. 7. ed. São Paulo: Método, 2004. MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional.Direito Constitucional.Direito Constitucional.Direito Constitucional.Direito Constitucional. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2001. SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional PCurso de Direito Constitucional PCurso de Direito Constitucional PCurso de Direito Constitucional PCurso de Direito Constitucional Positivoositivoositivoositivoositivo. São Paulo: Malheiros, 1997 SIQUEIRA CASTRO, Carlos Roberto. O Devido PO Devido PO Devido PO Devido PO Devido Processo Lrocesso Lrocesso Lrocesso Lrocesso Legal e aegal e aegal e aegal e aegal e a Razoabilidade das Leis na Nova Constituição no BrasilRazoabilidade das Leis na Nova Constituição no BrasilRazoabilidade das Leis na Nova Constituição no BrasilRazoabilidade das Leis na Nova Constituição no BrasilRazoabilidade das Leis na Nova Constituição no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 1989. revista_nova.P65 21/8/2008, 10:21103 Revista Jurídica UNIGRAN. Dourados, MS | v. 6 | n. 11| Jan./Jul. 2004.1 0 41 0 41 0 41 0 41 0 4 revista_nova.P65 21/8/2008, 10:21104
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