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28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 1/37 GEOPROCESSAMENTOGEOPROCESSAMENTO ANÁLISE ESPACIAL DEANÁLISE ESPACIAL DE DADOS GEOGRÁFICOS EDADOS GEOGRÁFICOS E A APLICAÇÃO DOS SIGSA APLICAÇÃO DOS SIGS EM SEU ESTUDOEM SEU ESTUDO Autor: Me. Francieli Sant’ana Marcatto R e v i s o r : K e l l y C r i s t i n a d e M e l o I N I C I A R Mege 1.00 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 2/37 introduçãoIntrodução Os avanços tecnológicos nas últimas décadas tornaram os Sistemas de Informações Geográ�cas (SIGs) cada vez mais funcionais e e�cientes. O armazenamento e gerenciamento de dados por sistemas de gerenciamento tornaram a utilização dos bancos de dados geográ�cos mais segura e com melhor desempenho. Além disso, os avanços dessas tecnologias enriqueceram as formas de representação espacial dos fenômenos geográ�cos, tornando as análises espaciais mais simples e e�cientes. Nesta unidade estudaremos sobre os sistemas de gerenciamento de banco de dados, a análise espacial e diversas aplicações das imagens de sensoriamento remoto e das técnicas de geoprocessamento no estudo de variáveis sociais, ambientais e no planejamento e ordenamento territorial. 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 3/37 Um banco de dados (BD) integra um conjunto de dados sobre um assunto; de maneira geral, um conjunto de dados se transformam em uma “informação”. Dessa forma, quando se fala em banco de dados geográ�cos, trata-se de um conjunto de dados que contém informações geográ�cas de um determinado tema (assunto) de�nido espacialmente (um lugar na superfície terrestre). Esses dados são armazenados em arquivos ou programas de um sistema de gerenciamento de dados (SGBD), conhecido como database management system (DBMS) (LONGLEY et al., 2013). O SGBD é um software criado para organizar o armazenamento de dados e o acesso a eles de forma e�ciente. As suas principais características são: um núcleo de modelos de dados que pode representar diversos tipos de objetos; linguagem padrão de consulta (Structured Query Language — SQL); acesso controlado aos usuários, garantindo a segurança do BD; realização de backup; recuperação de dados; entre outras (LONGLEY et al., 2013). Os sistemas de gerenciamento de banco de dados utilizados em SIGs podem ser classi�cados em três tipos distintos, de acordo com a forma como organizam os Gerenciamento eGerenciamento e Integração deIntegração de DadosDados eduge Highlight eduge Underline eduge Underline eduge Underline eduge Underline 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 4/37 bancos de dados: relacional, objeto e objeto-relacional. A mais utilizada é a relacional (arquitetura dual), que armazena por meio de tabelas os atributos dos objetos, em que as linhas são os dados e as colunas correspondem aos atributos (CAMÂRA et al., 2004). Para os usuários, a vantagem do modelo relacional permite que aplicações convencionais, desenvolvidas dentro do sistema de gerenciamento de BD relacional, compartilhe os dados geográ�cos. Entretanto, como esse modelo não conhece a estrutura grá�ca externa, existe o risco de inserir inconsistência no BD geográ�co (CAMÂRA et al., 2004). Entre os softwares que utilizam gerenciamento de dados relacional, estão entre os mais conhecidos o ARC/VIEW, MGE e o SPRING (CÂMARA; QUEIROZ, 2001). Os SGBDs objetos foram criados para corrigir algumas inconsistências do relaciona, que não é capaz de armazenar objetos completos no BD e possui fraco desempenho em alguns tipos de consultas geográ�cas. Assim, o SGBD objetos corrigiu tais fraquezas, sendo capaz de armazenar objetos e fornecer ferramentas de consulta a objetos (LONGLEY et al., 2013). O SGBD objeto-relacional é semelhante ao relacional, com recursos extras para trabalhar com objetos, lidando com os atributos e funções dos objetos. Nos SGBDs objeto-relacionais atuais, foram acrescidas e aprimoradas algumas funções para tratar os dados espaciais, por exemplo: consulta de análise sintática, otimizadores de consulta, linguagem de consulta e serviços de indexação capazes de lidar com informações geográ�cas e serviços de transação capazes de transações longas (LONGLEY et al., 2013). Os softwares SGBDs objeto-relacionais disponíveis são o Oracle Spatial da Oracle Corp ®, o Informix Dymamic Server ®, o IDB2 da IBM ® e o SQL Server ® da Microsoft (LONGLEY et al., 2013). A integração dos sistemas de gerenciamento de banco de dados consiste em armazenar os dados espaciais, considerando a componente espacial como a alfanumérica. Uma arquitetura integrada tem como principal vantagem a utilização dos recursos do SGBD para controlar e manipular os dados espaciais, mantendo a eduge Underline eduge Highlight eduge Highlight eduge Underline eduge Underline eduge Underline eduge Highlight eduge Highlight eduge Highlight eduge Underline eduge Highlight eduge Underline eduge Highlight eduge Underline 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 5/37 integridade entre a componente espacial e a alfanumérica (CÂMARA; QUEIROZ, 2001). A arquitetura integrada pode ser realizada a partir de SGBD relacionais e objeto- relacionais. Na SGBD relacional, a arquitetura integrada utiliza campos longos, denominados de BLOBs, que armazenam a componente espacial de determinado dado. Entre as principais desvantagens desse tipo de arquitetura integrada estão: não capta a semântica dos dados espaciais; o acesso espacial e o otimizador de consulta têm que ser implementados pelos SIGs; e possui limitações na linguagem SQL para manipular os dados espaciais (CÂMARA; QUEIROZ, 2001). Na arquitetura integrada desenvolvida por SGBD objeto-relacionais, existem extensões espaciais que possuem procedimentos e funcionalidades que permitem o armazenamento, acesso e análise de dados espaciais em formato vetorial. As desvantagens dessa arquitetura são a falta de mecanismos que controle a integridade dos dados espaciais e a ausência de padronização de extensões da linguagem SQL. Entretanto, essa arquitetura oferta recursos para de�nir novos tipos de dados e métodos ou operadores para manipulá-los, que possuem um melhor modelo de dados e linguagem de consulta e são mais recomendados para dados geográ�cos (CÂMARA; QUEIROZ, 2001). praticarVamos Praticar Os bancos de dados geográ�cos são armazenados e gerenciados por softwares que possuem diversos recursos que atuam na organização dos dados e no gerenciamento de forma e�ciente, facilitando a manipulação e o acesso aos dados geográ�cos. Sobre os sistemas de gerenciamento de banco de dados (SGBD), assinale a alternativa correta. eduge Highlight eduge Underline eduge Underline eduge Underline eduge Underline eduge Highlight eduge Highlight eduge Highlight 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 6/37 a) Os sistemas de gerenciamento de banco de dados podem ser divididos em dois tipos, o SGBD relacional e o objeto-relacional. b) O SGBD relacional armazena objetos completos no banco de dados e é o mais e�ciente nas consultas geográ�cas. c) Alguns aprimoramentos realizados no SGBD objeto-relacional foram os otimizadores de consulta e linguagem de consulta capazes de lidar com informações geográ�cas. d) No SGBD os dados são armazenados em tabelas, em que as linhas representam os atributos dos objetos e as colunas referem-se aos dados. e) A principal desvantagem da utilização de um SGBD é a ausência de uma linguagem padrão de consulta. eduge Underline 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 7/37 A análise espacial consiste em mensuraras propriedades e relacionamentos dos dados geográ�cos, considerando a sua localização espacial. Dessa forma, incorpora- se o espaço à análise de determinado fenômeno (CÂMARA et al., 2004). A análise espacial é um importante ponto dos sistemas de informações geográ�cas, pois inclui todas as transformações e os métodos aplicados aos dados geográ�cos capazes de adicionar valor a eles, seja para a tomada de decisões ou para revelar padrões e anomalias que não são visíveis à primeira vista (LONGLEY et al., 2013). A inclusão da análise espacial no estudo de um determinado fenômeno torna possível veri�car se existe um padrão ou anomalias na distribuição, observando os relacionamentos existentes entre o fenômeno e o espaço. Ao espacializar a ocorrência de uma doença como a dengue, por exemplo, pode-se veri�car se existe um padrão de distribuição no território e, se ocorrer, quais são os focos (terrenos vazios, casas abandonadas etc.) que estão ocasionando a doença. Esse tipo de análise introduz ferramentas para a tomada de decisão, possibilitando ao agente de saúde atuar sobre os locais onde há maiores ocorrências. Análise EspacialAnálise Espacial eduge Underline eduge Highlight eduge Highlight eduge Underline eduge Underline eduge Highlight 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 8/37 Na análise espacial existem diferentes tipos de dados e eles podem ser diferenciados em padrões pontuais, superfícies contínuas e áreas com contagens e taxas agregadas, caracterizando-se por: os padrões pontuais são fenômenos identi�cados como pontos no território (ocorrência de doenças e localização de crimes); as superfícies contínuas são estimadas a partir de amostras de campo, distribuídas de forma regular ou irregular no território (mapas topográ�cos e geológicos); e as áreas de contagem e taxas agregadas relacionam-se a levantamentos populacionais (censos) e referem-se a indivíduos que localizam-se em locais especí�cos do espaço e que são agregados em unidades de análise (zonas, setores) (CÂMARA et al., 2004). Na análise de padrões de pontos, a localização espacial do evento é o objeto de estudo. Deve-se observar se o padrão observado possui aglomerados, se estão distribuídos de forma regular ou de forma aleatória (CÂMARA et al., 2004). Os dados de distribuição pontual se caracterizam por: geralmente não se associar a valores, somente a ocorrência de um evento; a área do evento não é uma medida válida, apesar de ocupar espaço; podem estar associados a atributos de identi�cação (CÂMARA; CARVALHO, 2004). eduge Underline eduge Highlight eduge Highlight eduge Highlight eduge Underline 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 9/37 Na análise de superfícies objetiva-se reconstruir uma superfície a partir de dados amostrais. Para esse tipo de análise, com base em amostragens e realizando interpolação, cria-se uma representação na forma de grade, modelando a variabilidade espacial de um fenômeno (CAMARGO et al., 2004). reflitaRe�ita Como utilizar as informações espaciais para o controle de doenças? O Dr. John Snow (pai da epidemiologia moderna), epidemiologista nos anos de 1850, preocupou-se com a propagação da cólera em Londres e realizou um mapeamento utilizando padrões pontuais dos casos de cólera. A partir de um mapa, levantou a hipótese de que a cólera era transmitida pela ingestão da água de uma determinada bomba pública e não pelo ar. Com base nisso, o fornecimento de água da bomba foi desligado e os casos da doença diminuíram. Essa é uma das primeiras formas de espacialização de doenças e proposição de medidas de controle. Fonte: Longley et al. (2013, p. 354). 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 10/37 Na análise de áreas, são utilizados geralmente dados populacionais, estatística de saúde e cadastro de imóveis. Assim, delimitam-se áreas (polígonos) onde considera- se que há uma homogeneidade interna. Usualmente são representados em mapas coloridos que demonstram a distribuição espacial do fenômeno (CÂMARA et al., 2004). Para compreender a análise espacial de dados geográ�cos, é necessário conhecer alguns de seus conceitos fundamentais, como: Dependência espacial: relaciona-se à distância entre os objetos, apresentando relações que dependem da distância. Quanto maior a distância, menos os objetos são parecidos. Autocorrelação espacial: é uma expressão computacional para avaliar a dependência espacial. Foi derivada do conceito estatístico de correlação e busca veri�car como ocorre a variação da dependência espacial, comparando valores de uma amostra e seus vizinhos. Quanto maior o índice de correlação espacial, maior será a dependência espacial, e isso deve ser considerado nos procedimentos de inferência estatística (CÂMARA et al., 2004). Inferência estatística de dados espaciais: as inferências estatísticas não são tão e�cientes em dados espaciais quanto são em amostras independentes. Isso faz com que ocorra maiores variâncias das estimativas, menores níveis de signi�cância e pior ajuste de modelos nesses tipos de dados. Para resolver a situação, uma das melhores formas é considerar os dados espaciais de conjuntamente para descrever o padrão espacial do objeto em estudo, realizando um processo estocástico (CÂMARA et al., 2004). Estacionariedade e isotropia: os conceitos estatísticos que auxiliam a de�nição da estrutura espacial dos dados são os efeitos de 1ª e 2ª ordem. O efeito de 1ª ordem é o valor esperado e o de 2ª ordem é a covariância entre as áreas. O processo é estacionário se os efeitos de 1ª e 2ª ordem forem constantes, não ocorrendo tendências na região estudada; e será isotrópico se for estacionário e a covariância depender somente da distância entre os pontos. O processo será anisotrópico quando a covariância variar com a distância e em função da direção (CÂMARA et al., 2004). eduge Underline eduge Highlight eduge Underline eduge Highlight eduge Underline eduge Highlight eduge Underline eduge Underline eduge Highlight eduge Highlight eduge Underline eduge Underline eduge Underline eduge Underline 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 11/37 Para realizar uma análise espacial, uma série de procedimentos devem ser seguidos, buscando a de�nição de um modelo inferencial que considere o relacionamento espacial do fenômeno. Estes procedimentos incluem a análise exploratória e a visualização dos dados, permitindo que sejam realizadas observações como a distribuição das variáveis e a presença de padrões, possibilitando criar hipóteses e selecionar o melhor modelo inferencial para os dados (CÂMARA et al., 2004). praticarVamos Praticar A análise espacial de dados geográ�cos busca conferir a ocorrência de fenômenos no espaço, veri�cando as relações existentes entre eles. As formas de representação dos dados geográ�cos utilizados na análise espacial são distintas, diferenciando-se por padrões pontuais, superfícies contínuas e áreas. Sobre o contexto apresentado, assinale a alternativa correta. a) Na análise de superfícies contínuas, a localização do evento é pontual e se distribui de forma regular no espaço. b) Os padrões pontuais são utilizados para representar fenômenos naturais, como a distribuição da geologia de um determinado local. c) A análise de áreas é muito utilizada para representar fenômenos contínuos no espaço, criando uma representação na forma de grade. d) Na análise de padrões pontuais é possível avaliar a sua distribuição no espaço, veri�cando se o fenômeno ocorre de forma regular ou aleatória. e) A distribuição espacial de uma doença como a dengue consiste exclusivamente em uma análise de superfícies. eduge Underline 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller12/37 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 13/37 O modelo digital do terreno (MDT), também conhecido como modelo numérico do terreno (MNT), trata-se de “uma representação matemática computacional da distribuição de um fenômeno espacial que ocorre dentro de uma região da superfície terrestre” (FELGUEIRAS; CÂMARA, 2001). Esses modelos podem ser utilizados na representação de informações diversas, como as cotas altimétricas do relevo, informações geológicas, dados climáticos e densidade populacional. Além dos modelos digitais do terreno, quando se trabalha exclusivamente com dados altimétricos da superfície de um terreno, utiliza-se o termo modelo digital de elevação (MDE). A modelização no MDE é análoga à do MDT, diferenciando-se pelo tipo de dados, que no primeiro caso diz respeito a dados altimétricos e no segundo caso tem maior abrangência (EGG, 2012). Utiliza-se, ainda, o termo modelo digital de superfície (MDS), este, diferentemente dos demais, considera os objetos que estão sobre a superfície, como as construções e a vegetação. Quando os modelos digitais são realizados com base em imagens, como as obtidas por sensores a laser, as elevações representam o topo dos objetos contidos na superfície e não somente a superfície terrestre. Modelagem doModelagem do Terreno: MDE, MDTTerreno: MDE, MDT e MDSe MDS eduge Highlight eduge Underline eduge Highlight eduge Highlight eduge Underline eduge Underline eduge Underline 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 14/37 Nesta unidade focaremos os modelos digitais de elevação utilizados para a modelização de dados topográ�cos da superfície terrestre. A criação de um modelo digital do terreno é realizada em duas etapas, uma primeira que consiste na amostragem e uma segunda que inclui a geração do modelo, utilizando interpolação. Na amostragem é realizada a aquisição de dados para representar a variação do fenômeno espacialmente, considerando a quantidade e posicionamento das amostras, para que seja representativa. A geração do modelo é realizada a partir da criação de uma estrutura de dados e de uma superfície de ajuste, buscando a representação espacial de um determinado fenômeno (FELGUEIRAS; CÂMARA, 2001). A aquisição de dados pode ser realizada de diferentes maneiras, por pontos obtidos em uma estação total, GPS, dados extraídos de cartas topográ�cas, fotogrametria ou imagens de radar (SRTM) ou do sensor LIDAR. Cada um desses métodos de aquisição possui suas vantagens e desvantagens, entretanto, a fotogrametria, o radar e o LIDAR são as formas mais rápidas e abrangentes (em relação à área) de se obter dados de um terreno (FERRAZ et al., 2016). Após a obtenção de dados de determinado terreno, eles são interpolados para se obter um modelo do terreno original, com base nos pontos amostrados. Esta modelagem pode ser realizada por redes triangulares irregulares (TIN) ou por grades regulares. As grades regulares são modelos digitais que estimam os valores de cada ponto da grade utilizando as amostras inicialmente obtidas (amostragem). Neste modelo, as superfícies se aproximam por meio de um poliedro que possui faces retangulares (Figura 4.1). Os vértices do poliedro podem ser os pontos amostrados, desde que eles tenham sido obtidos na mesma localização xy que de�ne a grade (FELGUEIRAS; CÂMARA, 2001). eduge Underline eduge Underline eduge Underline eduge Highlight eduge Underline eduge Underline eduge Underline eduge Highlight eduge Highlight 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 15/37 Quanto menor o espaçamento da grade, ou seja, quanto menor a distância entre duas amostras que possuem cotas diferentes, maior será o número de informações da superfície. Entretanto, quando se opta por uma grade com a distância entre os pontos muito pequena, o tempo de geração do produto é muito maior do que quando se utiliza maiores distâncias. Assim, a geração da grade deve levar em consideração a precisão dos pontos e o tempo necessário para a sua geração (FELGUEIRAS; CÂMARA, 2001). A partir da geração da grade, são realizadas interpolações entre os pontos para a obtenção do modelo digital de elevação. As grades triangulares irregulares utilizam pontos de elevação irregularmente espaçados para formar uma grade com faces triangulares (Figura 4.2). Neste modelo, diferentemente do anterior, não há regularidade e a conexão de três pontos de elevação formam um triângulo. Além disso, em áreas planas o número de pontos coletados é menor do que em áreas onde há maior variação na superfície (MIRANDA, 2017). eduge Underline eduge Underline 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 16/37 A organização dos dados em triângulos da TIN segue o critério de Delaunay, baseado na maximização de ângulos mínimos dos triângulos, de modo que a malha �nal deverá conter triângulos o mais próximo possível de equiláteros, ou seja, deve-se evitar triângulos com ângulos internos agudos. Além disso, é possível aplicar a triangulação de Delaunay utilizando o circuncírculo. Neste critério, o círculo que passa pelos vértices do triângulo não pode conter, no seu interior, nenhum ponto amostral além daqueles do vértice do triângulo. Se isso ocorrer, é necessário alterar os vértices do triângulo (FELGUEIRAS; CÂMARA, 2001). Na TIN é possível acrescentar linhas de descontinuidade que representam elementos da superfície, como lagos, drenagens, falhas geológicas, inter�úvios e taludes de rodovias, preenchendo o MDE com mais informações (MATOS, 2005). A partir da geração dos MDEs, eles podem ser aplicados para �ns diversos, nas distintas áreas do conhecimento. Podem ser utilizados em projetos para a construção de estradas e ferrovias, no cálculo de volume nas obras de engenharia (corte e aterro, volume de água represada), na delimitação de áreas mais suscetíveis a erosão e deslizamentos, pode-se gerar mapas de declividade e per�s de elevação, entre tantas outras aplicações. eduge Underline eduge Underline eduge Highlight eduge Underline 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 17/37 Filtragem Os levantamentos de dados utilizando algumas fontes especí�cas, como a varredura a laser, nos fornece um MDS, ou seja, informações sobre as elevações do terreno, considerando os objetos presentes sobre ele. Como falamos no início deste item, além do MDE, existe o MDS. Eles se diferenciam porque o primeiro refere-se somente aos dados da superfície terrestre, e o segundo obtém informações que consideram os elementos presentes na superfície. Para transformar o MDS em MDE aplica-se um processo de �ltragem, que consiste em eliminar os pontos que não pertencem ao terreno, mas sim aos objetos presentes nele, como a vegetação e as construções. Existem diversos tipos de �ltragem, sejam elas manuais ou automáticas. Na �ltragem automática, um software realiza a separação dos pontos que pertencem à superfície terrestre dos demais (construções, vegetação). Outra forma de realizar o processo é considerar a re�ectância dos alvos, excluindo aqueles que não pertencem ao solo ou utilizando a declividade, já que as cotas altimétricas do terreno são mais suaves e um pico de diferença de altura entre dois pontos pode indicar que o mais alto não pertence ao terreno. Já na �ltragem manual, o usuário realiza o tratamento dos dados observando visualmente o conjunto de dados e eliminando os pontos indesejados (MIRANDA, 2017). Realizado o processo de �ltragem, o resultado será um modelo digital de elevação, representando os dados da superfície terrestre e não mais os objetos presentes sobre ela. Relevo Sombreado: um Produto do MDE A partir do MDE, é possível realizar um sombreamentoda imagem, resultando em um produto denominado de “relevo sombreado”. Um MDE sombreado é gerado pelo modelo e posicionamento de uma fonte de iluminação, em relação à superfície. Para eduge Highlight eduge Underline eduge Underline eduge Highlight eduge Underline eduge Highlight eduge Highlight eduge Underline eduge Highlight eduge Underline eduge Highlight 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 18/37 cada ponto do modelo, de�ne-se um vetor normal à superfície e um de iluminação, que parte da superfície em direção à fonte de iluminação. Partindo desses dois valores, é possível calcular um valor de intensidade de iluminação (FELGUEIRAS; CÂMARA, 2001). Existem diversos modelos que podem ser aplicados para gerar o efeito de sombreamento na imagem. Entre os mais simples está o modelo de re�exão difusa, que estabelece que o nível de cinza da imagem em uma posição da superfície é igual a uma intensidade de iluminação ambiente constante, que se soma ao componente de iluminação local. O componente local depende da constante de iluminação difusa, da intensidade da fonte luminosa e do ângulo entre o vetor normal e o vetor de iluminação em determinada posição da superfície (FELGUEIRAS; CÂMARA, 2001). O sombreamento da imagem facilita a visualização da superfície e é muito utilizado para analisar as feições do relevo. A partir do momento que se aplica uma fonte de luz nas formas da superfície, criam-se sombras que facilitam a visualização das feições do relevo e possibilitam a sua análise e interpretação. Além disso, os softwares de processamento de imagens possuem ferramentas que permitem determinar a posição da iluminação arti�cial, indicando os ângulos da iluminação em relação à superfície e tornando mais fácil a identi�cação das formas. praticarVamos Praticar Os modelos digitais do terreno (MDT) são utilizados para representar a distribuição espacial de fenômenos diversos, sendo comumente utilizados na representação do relevo, denominado, neste caso, de modelo digital de elevação (MDE). Sobre os modelos digitais de elevação e o seu processo de modelagem, assinale a alternativa correta. eduge Highlight eduge Underline eduge Highlight eduge Underline 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 19/37 a) A modelagem do terreno é realizada exclusivamente por redes triangulares irregulares, que utilizam pontos de elevação distribuídos regularmente no espaço. b) Nas grades regulares as superfícies se aproximam por meio de poliedros, que possuem faces retangulares. c) Nas grades regulares, quanto maior a distância entre as amostras com diferentes cotas, maior será o número de informações da superfície do terreno. d) Nas redes triangulares irregulares pode-se seguir o critério de Delaunay, em que recomenda-se a utilização de ângulos internos agudos. e) Nas modelagens por redes triangulares irregulares o número de pontos coletados é maior em áreas planas do terreno. eduge Underline 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 20/37 As técnicas de geoprocessamento e as imagens de sensoriamento remoto são utilizadas em aplicações diversas. Neste item conheceremos algumas dessas aplicações voltadas aos estudos ambientais, sociais e ao planejamento e ordenamento territorial. Exemplos das aplicações estão nas técnicas utilizadas para a delimitação de bacias hidrográ�cas e áreas de preservação permanente e a importância das análises multitemporais. Aplicações dasAplicações das Técnicas deTécnicas de GeoprocessamentoGeoprocessamento e doe do SensoriamentoSensoriamento RemotoRemoto eduge Highlight eduge Underline 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 21/37 Aplicações de Estudos Ambientais e Sociais no Planejamento e Ordenamento Territorial As funcionalidades do geoprocessamento e o uso de imagens de sensoriamento remoto são utilizados em aplicações diversas, tanto para a análise e monitoramento ambiental (rural e urbano) quanto para o planejamento e ordenamento[M1] territorial. Conheceremos algumas de suas aplicações em cada uma das áreas citadas anteriormente. Uma das aplicações das imagens de satélite se relaciona a previsões meteorológicas. É possível realizar a previsão do tempo e de eventos climatológicos extremos a partir da análise de imagens provenientes de satélites meteorológicos como o GOES, que disponibilizam dados a cada 30 minutos. A partir de uma imagem desse satélite, pode-se veri�car a cobertura das nuvens, tornando possível a delimitação de áreas com ocorrência e quantidade estimada de precipitação (chuvas), calcular a direção e velocidade dos ventos, entre outros fenômenos (FLORENZANO, 2011). Além disso, as imagens de satélite permitem a detecção de variações da temperatura, a partir de imagens obtidas pelos satélites, como o NOAA ou LANDSAT 5 (banda termal), em que é possível calcular a temperatura, determinar as ilhas de calor nos grandes centros urbanos e monitorar a ocorrência de geadas. Todas as aplicações descritas necessitam do tratamento, processamento e classi�cação das imagens (PDI – Processamento Digital de Imagens) aliadas a técnicas de geoprocessamento. Por exemplo, ao criar um mapa de ilhas de calor para um determinado município utilizando imagens do LANDSAT 5, é necessário realizar alguns procedimentos, como a conversão dos dados na banda do infravermelho termal para dados de temperatura, registrar a imagem, montar mosaicos, recortar a área que deseja estudar e realizar a classi�cação das temperaturas. Para o ambiente urbano, o geoprocessamento e o sensoriamento remoto servem a uma multiplicidade de aplicações, auxiliando o planejamento e a gestão das atividades urbanas. Os SIGs possuem um extenso conjunto de aplicações que eduge Highlight eduge Underline eduge Underline eduge Highlight eduge Highlight eduge Underline 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 22/37 permitem coletar, armazenar, transformar e representar dados espaciais, sendo um signi�cativo passo para racionalizar o planejamento e gerenciamento da administração pública (FARINA, 2006). A análise de imagens de satélite, por exemplo, possibilita a identi�cação da expansão urbana, veri�cando os eixos de expansão e as suas características. A integração de imagens com o banco de dados de informações municipais (saúde, educação, receitas, patrimônio) possibilita atualizar o cadastro imobiliário; otimizar operações de transporte coletivo e coleta de resíduos sólidos; planejar ações de combate a focos de doenças (dengue, leishmaniose); planejar as rotas do sistema viário; analisar o uso e ocupação do solo urbano de acordo com as leis de zoneamentos; delimitar áreas de impermeabilização; identi�car áreas de ocupação irregular; entre outros. Grande parte dessas aplicações subsidia o desenvolvimento do Plano Diretor de um município. Uma aplicação frequente em prefeituras municipais é a utilização de imagens aéreas para atualizar o cadastro imobiliário, veri�cando o tamanho da construção, o padrão, o uso do imóvel, entre outros, o que possibilita a atualização do cálculo do imposto predial e territorial urbano (IPTU), aumentando a receita das prefeituras. Outra aplicação em ambientes urbanos é o cadastramento de árvores, formando um banco de dados especializado que contém as características da espécie, como a altura, largura do tronco, distância de portões e esquinas e condições da espécie. Essas informações permitem a criação de um plano de substituição de espécies doentes, reduzindo problemas com quedas de árvores e o planejamento das áreas que necessitam de arborização. Também podem ser utilizados no planejamento para traçados de rodovias, que exigem um conhecimentodetalhado dos elementos físicos e a necessidade de produção de mapas temáticos, com a correlação dos dados. A partir das análises dos mapas e dos modelos de elevação do terreno, são selecionados os melhores traçados que ligam um local ao outro, considerando os impactos ambientais e sociais. A delimitação e monitoramento de áreas suscetíveis a deslizamentos pode ser realizada a partir da observação de imagens de satélite ou imagens aéreas, mapeando as áreas de ocorrência. Outra forma utilizada na de�nição de áreas eduge Underline eduge Underline eduge Underline eduge Underline eduge Underline eduge Underline eduge Underline 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 23/37 suscetíveis à ocorrência de deslizamentos é a análise dos fatores que podem desestabilizar uma encosta, como o tipo de solo, geologia, declividade e variáveis climáticas. A análise integrada permite o zoneamento e a classi�cação das áreas mais e menos suscetíveis a esse tipo de desastre natural. O monitoramento e detecção de áreas de incêndio e desmatamento em �orestas, utilizando imagens de sensoriamento remoto, como as imagens do LANDSAT 5, facilita a de�nição das áreas que estão sendo desmatadas, bem como a taxa de desmatamento. Para isso, são necessárias análises multitemporais, cuja obtenção de diversas imagens em épocas distintas permite veri�car o quanto o desmatamento aumentou (ou diminuiu) em determinado período. Alterações realizadas nos recursos hídricos, como a contaminação por esgotos, a alteração do trajeto dos cursos d’água e a retirada da cobertura �orestal das margens podem ser monitoradas por meio da análise de imagens de satélites. Quando se analisam as imagens e a resposta espectral dos alvos, por exemplo, a água limpa absorve energia e é representada em preto; e a água suja, seja por poluentes ou por sedimentos em suspensão, é representada em tons de cinza claro (FLORENZANO, 2011). Assim, é possível identi�car áreas contaminadas e buscar as causas da contaminação, realizando análises químicas da água. Além de todas as aplicações por ora descritas, o sensoriamento remoto e o geoprocessamento fornecem subsídios para a elaboração e aplicação de legislações e para a organização e planejamento do território. Os zoneamentos ecológico- econômicos (ZEEs) são exemplos de um instrumento de organização territorial cuja elaboração necessita de caracterizações e diagnósticos físicos e socioeconômicos. Esses diagnósticos são realizados com o levantamento de informações do meio físico, a elaboração de mapas temáticos (solo, geologia, relevo, vegetação, clima), a geração de produtos integrados, a de�nição de unidades de paisagem e a posterior avaliação das vulnerabilidades e potencialidades naturais e sociais (ex.: vulnerabilidade à erosão, aptidão agrícola). Todos esses procedimentos são realizados com a utilização de imagens de sensoriamento remoto e técnicas de geoprocessamento que geram produtos correlacionais e integrados. eduge Underline eduge Underline eduge Highlight eduge Underline eduge Highlight eduge Highlight eduge Underline eduge Underline 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 24/37 Delimitação de Áreas de Proteção Permanente e Reserva Legal As áreas de preservação permanente (APP) e a reserva legal (RL) são destinadas à proteção da vegetação nativa, garantida pela lei n° 12.651 de 2012 (BRASIL, 2012). Nessa legislação são estabelecidas as normas gerais para a proteção da vegetação e ambientes, delimitando o percentual ou área de propriedades que deverão ter a sua vegetação nativa preservada. Na reserva legal o percentual de vegetação depende do bioma ao qual está associado. Na Amazônia, a área de preservação deverá ser de 80%, e para as demais regiões do país (exceto campos gerais e cerrado) deverá ser de 20%. No caso da área de preservação permanente, a faixa de preservação dependerá da largura do curso d’água, conforme ilustrado na Tabela 4.1. Além disso, são estabelecidas metragens de preservação no entorno de lagos e lagoas naturais, nascentes, morros, manguezais, restingas, entre outros. Tabela 4.1 - Área de preservação permanente de acordo com a Lei 12.651 Fonte: Brasil (2012, on-line). Largura do curso d’água (m) Área de preservação (m) <10 30 10 a 50 50 50 a 200 100 200 a 600 200 >600 500 eduardo Destacar eduardo Sublinhado eduardo Sublinhado eduardo Sublinhado eduardo Sublinhado eduardo Destacar eduardo Destacar eduardo Destacar 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 25/37 Partindo dessas informações, pode-se utilizar as imagens de sensoriamento remoto (orbitais e fotogra�as aéreas) e as técnicas de geoprocessamento para delimitar as áreas de APP e RL, veri�cando se estão dentro do padrão de�nido pela legislação, tornando-se um importante instrumento para regularização fundiária e �scalização ambiental pelos órgãos competentes. A delimitação das APPs e RLs pode ser realizada por softwares SIGs de diferentes formas, dependendo do objetivo do mapeamento. Para a identi�cação da vegetação natural, pode-se produzir um mapa de uso e ocupação da terra, a partir da classi�cação (supervisionada ou não-supervisionada) de uma imagem de satélite, obtendo as áreas de vegetação natural. Se o objetivo é veri�car se a vegetação natural se adequa aos termos da legislação, deve-se medir a largura do curso d’água e utilizar as ferramentas dos softwares SIGs para delimitar a área que deveria pertencer à APP. Para isso, inicialmente é necessário delimitar a hidrogra�a e, a partir disso, criar polígonos com a metragem de vegetação que deveria existir na área (feições que se possa medir). Alguns softwares, como o gvSIG e ARCGIS, possuem ferramentas especí�cas, como a denominada de buffer, que cria um polígono ao redor dos cursos d’água, com base na informação inserida. Por exemplo, para veri�car se determinado curso d’água com 30 m de largura possui APP dentro dos padrões da legislação, insere-se um buffer com 50 m no entorno dos cursos d’água. eduardo Sublinhado eduardo Sublinhado eduardo Sublinhado 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 26/37 Um exemplo de delimitação de APP pode ser veri�cado na Figura 4.3, em que delimitou-se as áreas no entorno de nascentes, cursos d’água, áreas de maior declividade e topos de morros. 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 27/37 A delimitação de APPs em áreas de morros ou em áreas com maiores declividades são realizadas a partir da utilização dos modelos digitais de elevação. Nesses modelos, determina-se as cotas altimétricas entre a base e o topo do morro e a partir disso calcula-se a área destinada à preservação. Em seguida, com a utilização de softwares SIGs delimita-se a área com a criação de polígonos. Delimitação de Bacias Hidrográ�icas As bacias hidrográ�cas, sob a perspectiva da hidrologia, são um conjunto de terras que são drenadas por um corpo d’água principal e seus a�uentes. Espacialmente, é delimitada pelos pontos mais altos de um terreno (divisor de águas) ao redor de um curso d’água (PIRES et al., 2002). A delimitação de bacias hidrográ�cas pode ser realizada manualmente, utilizando cartas topográ�cas ou por meio de softwares SIGs. No ambiente SIG, a delimitação pode ser realizada a partir da utilização de imagens SRTM ou por meio de base planialtimétrica (cartas topográ�cas com curvas de nível e pontos cotados). Assim, a eduardo Sublinhado eduardo Destacar eduardo Sublinhado eduardo Sublinhado eduardo Sublinhado eduardo Destacar 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 28/37 partir da geração do modelo digital de elevação,é possível extrair os cursos d’água, de�nir as direções dos rios e criar o �uxo acumulado. A direção dos �uxos indica o caminho pelo qual os cursos d’água se movem dentro de uma bacia hidrográ�ca, considerando a declividade. O �uxo acumulado se relaciona com as áreas de captação de água. Antes de de�nir as direções dos �uxos dos rios e o �uxo acumulado, é necessário realizar uma correção do MDE, que pode ser realizado por uma ferramenta denominada de �ll sinks em alguns programas, como o ArcGIS e QGIS. A correção é feita porque ocorre um sombreamento do MDE em locais com declividade mais elevada, sendo necessária a realização de preenchimentos. Após esses procedimentos, é delimitada a área de uma bacia, considerando a direção do �uxo e o �uxo acumulado. Em alguns softwares SIGs há uma função denominada de watershed (ArcGIS), que realiza a delimitação automaticamente. Além das imagens SRTM, a delimitação de bacias pode ser feita a partir de cartas topográ�cas, sendo que, neste caso, somente os procedimentos iniciais são distintos. A partir das cartas topográ�cas com as curvas de nível vetorizadas, obtidas de órgãos como o IBGE (Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística), são criados os MDEs, que servirão para determinar da direção do �uxo dos rios e do �uxo acumulado. Após este procedimento, é realizada a delimitação da bacia hidrográ�ca. Análises Multitemporais As análises multitemporais consistem em observar um determinado território em períodos distintos, veri�cando as mudanças que ocorreram na área no período analisado. Esse tipo de análise é frequentemente utilizado quando se deseja comparar as mudanças que ocorreram em um determinado fenômeno em uma escala de tempo, a qual pode ser datada em meses, anos ou mesmo décadas (de acordo com a disponibilidade das imagens). As análises multitemporais são realizadas a partir da interpretação e classi�cação de imagens de satélite com escalas e resoluções dependentes do tipo de mapeamento que se deseja realizar. Esse tipo de análise é frequentemente utilizado para veri�car as mudanças que ocorreram no uso e ocupação da terra, a evolução do eduardo Destacar eduardo Sublinhado eduardo Destacar eduardo Destacar eduardo Sublinhado eduardo Destacar eduardo Sublinhado eduardo Destacar eduardo Destacar eduardo Sublinhado eduardo Sublinhado 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 29/37 desmatamento de áreas, a degradação ambiental, o crescimento urbano das cidades, o monitoramento agrícola, entre outros. Diante disso, são ferramentas fundamentais no estudo das mudanças que ocorreram na paisagem. Para veri�car como uma determinada cidade cresceu em 30 anos, por exemplo, selecionam-se as imagens representativas do período, e a partir delas é possível realizar uma série de interpretações, como o sentido da expansão e a mudança na forma de ocupação do solo urbano, como o aumento de indústrias e o adensamento nas áreas centrais. Para entender melhor, vejamos as Figuras 4.4 e 4.5, que representam a região metropolitana de Curitiba nos anos 1986 e 2016, respectivamente. A análise das imagens permite veri�car que a cidade de Curitiba se expandiu em todas as direções, se aproximando das cidades vizinhas, como Piraquara (leste), Araucária (sudoeste) e Campo Largo (oeste). Dessa forma, veri�ca-se a conurbação urbana, com a expansão de Curitiba e a expansão concomitante dos municípios vizinhos. Figura 4.4 - Região Metropolitana de Curitiba em 1986 Fonte: Google Earth (1986). eduardo Sublinhado 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 30/37 A criação de mapas de uso e ocupação da terra em distintos períodos está entre as principais aplicações da análise multitemporal. A sua elaboração pode ser realizada a partir de uma imagem de satélite, como as do LANDSAT 5 e a realização de uma classi�cação da imagem (supervisionada ou não-supervisionada) nos distintos períodos. A partir disso, obtém-se classes de uso e ocupação dos solos que servirão para a reconstrução histórica de uma área. Por exemplo, é possível veri�car como os tipos de cultivo se alteraram em uma escala de tempo (ex.: era café e se transformou em soja), se a vegetação natural foi mantida ou ocorreu desmatamento, a expansão das cidades sobre a área rural, entre outros. Assim, as análises multitemporais, além de uma ferramenta para a reconstrução histórica das mudanças que ocorreram na paisagem, são utilizadas no monitoramento ambiental ou urbano, dando subsídios à aplicação de legislações e ao planejamento de ações futuras. praticar Figura 4.5 - Região Metropolitana de Curitiba em 2016 Fonte: Google Earth (1986). eduardo Sublinhado eduardo Sublinhado eduardo Sublinhado 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 31/37 praticarVamos Praticar As técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto são utilizadas em diferentes aplicações, seja para o estudo de variáveis ambientais ou para o planejamento e ordenamento territorial. A análise de imagens de satélite em períodos distintos consiste em uma dessas aplicações, em que é possível veri�car as mudanças que ocorreram na paisagem. Nesse contexto, assinale a alternativa que apresenta esse tipo de análise. a) Análise para delimitação de áreas de proteção permanente. b) Análise para delimitação de reserva legal. c) Análise para delimitação de bacias hidrográ�cas. d) Análise para de�nição do uso e ocupação da terra. e) Análise multitemporal. eduardo Sublinhado 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 32/37 indicações Material Complementar L I V R O Iniciação em sensoriamento remoto Editora: O�cina de textos Autora: Teresa Galloti Florenzano ISBN: 978-85-7975-016-8 Comentário: O livro retrata os conceitos e aplicações do sensoriamento remoto no estudo de diversos fenômenos, alguns retratados ao longo desta unidade, como a utilização de imagens de satélite para a previsão do tempo, para o monitoramento de variáveis ambientais (desmatamento, deslizamentos e escorregamentos). 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 33/37 W E B SOMABRASIL – Sistema de observação e monitoramento da agricultura no Brasil Ano: 2017 Comentário: O vídeo retrata um software desenvolvido pela EMBRAPA denominado de SOMABRASIL (Sistema de observação e monitoramento da agricultura no Brasil), criado para monitorar a agricultura e auxiliar a implementação do Código Florestal. Para conhecer mais sobre este projeto, acesse o vídeo a seguir. A C E S S A R https://www.youtube.com/watch?v=B_AO4jatSBQ 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 34/37 conclusão Conclusão Ao �nal desta unidade conhecemos um pouco mais sobre os dados geográ�cos e como são armazenados e gerenciados, entendemos as diversas formas de analisar os dados espaciais e como as técnicas de geoprocessamento e sensoriamento remoto podem ser utilizadas no estudo e monitoramento ambiental, social e no planejamento e ordenamento territorial. Sendo assim, com base nas informações contidas neste conteúdo, torna-se possível compreender a importância do uso dos SIGs em diferentes âmbitos e como podem ser aplicados até mesmo no dia-a-dia de pro�ssionais de diferentes áreas do conhecimento, sejam pesquisadores, órgãos públicos de gestão e �scalização. referências Referências Bibliográ�cas BRASIL. Lei 12.651, 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa. Casa Civil. 2012. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm. Acesso em: 20 dez. 2019. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm 28/10/2020 Ead.br https://unp.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller35/37 CÂMARA, G.; CARVALHO, M. S. Análise espacial de eventos. In: DRUCK, S.; CARVALHO, M. S.; CÂMARA, G.; MONTEIRO, A. V. M. (eds). Análise espacial de dados geográ�cos. Brasília: EMBRAPA, 2004. CÂMARA, G. et al. Análise espacial e geoprocessamento. In: DRUCK, S.; CARVALHO, M. S.; CÂMARA, G.; MONTEIRO, A. V. M. (eds). Análise espacial de dados geográ�cos. Brasília: EMBRAPA, 2004. CÂMARA, G.; QUEIROZ, G. R. Arquitetura de sistemas de informação geográ�ca. In: CÂMARA, G.; DAVIS, C.; MONTEIRO, A.M.V. (Orgs.) Introdução à ciência da geoinformação. São José dos Campos: INPE, 2001. 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