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Resenha critica José Carlos

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Disciplina: Laboratório de Física
Profa. Me. Olívia Aragão Diniz
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RESENHA CRÍTICA
José Carlos Sena Lima [footnoteRef:1] [1: Graduando de Ciências Naturais licenciatura – josephkarllos@hotmail.com] 
1 REFERÊNCIA
ZIMMERMANN, Licia. A importância dos laboratórios de ciências para alunos da terceira série do ensino fundamental. 2005. 141 f. Dissertação (Mestrado em Ciências e Matemática) - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.
2 CREDENCIAIS DO AUTOR
Licia Zimmermann é gaúcha, formada em Física Licenciatura na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS , onde também fez Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática, e publicou uma Dissertação acerca da Importância dos laboratórios de Ciências para alunos da terceira série do ensino fundamental.
3 APRECIAÇÃO CRÍTICA DO RESENHISTA
A autora começa destacando a dificuldade das pessoas em entender Ciência, e indaga sobre onde começa essa antipatia por tal, acreditando que tudo não passa de falta de conhecimento e de pouca informação sobre as coisas no mundo ao nosso redor. Ainda ressalta que se as pessoas compreendessem que entender Ciência é simplesmente entender as coisas que ocorrem na natureza, e que a Ciência evolui por causa dos seres humanos, tudo seria mais fácil. Parte daí, a realização do presente trabalho, pois para Licia, desde cedo as pessoas devem ter o costume de discutir, perguntar, testar e, principalmente, buscar respostas para suas perguntas. Assim, os alunos necessitam desde as séries iniciais, ter contato e participar de aulas realizadas nos laboratórios de Ciências de suas respectivas escolas, para poder saber como interagir com os materiais presentes nesses laboratórios.
Na justificativa da obra, a autora relata que na sua infância, seus pais sempre se preocuparam com a educação que iriam proporcionar aos filhos, e antes de seu nascimento, eles se associaram a uma Associação Beneficente e Educacional, que mantinha o Colégio Farroupilha, na sua cidade. Lembra ainda de seu ensino primário, dos passeios, jogos, que foram essenciais para a construção de seus conhecimentos. Disciplinas como Física e Química, marcaram seu segundo grau, por serem disciplinas mais complexas, no entanto, a autora diz não ter tido grandes dificuldades com tais matérias, e até veio a fazer o curso de Física na Universidade local. Ela conta que começou o curso pensando em se especializar em Física-médica, mas um dia encontrou um ex professor que a convidou para estagiar no laboratório de Física do Colégio Farroupilha. Completou o estágio, desistiu da Física-médica, descobriu o afeto pela docência e firmou trabalho no laboratório de Física, atendendo a todas as séries do colégio, desde o Jardim de Infância até o terceiro ano do Ensino Médio.
Para a realização do trabalho em questão, a autora escolheu os alunos da terceira série, tendo em vista que eles vão aproximadamente dez vezes no ano para os laboratórios para terem aulas experimentais, e nessas aulas, eles demonstram interesse em aprender, interagir e questionar, o que torna as aulas mais proveitosas tanto para os alunos quanto para os professores.
A autora usou depoimentos dos alunos e dos professores, e com isso, verificou quais as repercussões que as aulas executadas nos laboratórios de Ciências (Física, Química e Biologia) trazem para alunos da terceira série do Ensino Fundamental, série essa, em que as crianças já começam a ter o primeiro contato com conteúdos de Ciências envolvendo ar e água, que apesar de não serem fáceis de serem trabalhados com os discentes, são muito interessantes e importantes de serem discutidos nessa etapa. E completa, acreditando ainda que as contribuições destas aulas sejam muito importantes pois aprender Ciências pode deixar de ser um processo penoso, como geralmente é visto pelos alunos do Ensino Médio, e passar a ser um prazer na medida em que seja de interesse dos alunos, principalmente nessa faixa etária em que estão começando a definir suas preferências.
O objetivo principal desta obra, foi verificar quais as repercussões que as aulas nos laboratórios de Ciências causam nos alunos da terceira série do Ensino Fundamental, analisando os objetivos das atividades e verificando como elas são projetadas, e com isso, observar a reação dos alunos em relação às propostas de trabalho.
Afirma a autora, que ao se trabalhar Ciências com alunos das séries iniciais, é importante levar em consideração seus conhecimentos prévios, sua curiosidade e suas emoções, para, dessa forma, despertar neles o interesse em aprender e torná-los alunos felizes com a escola. Além de ser uma forma de não ficar apenas no campo das teorias, a realização de diversas atividades práticas, proporciona aos alunos a descoberta do novo e o contato com a natureza, e junto com os conhecimentos prévios dos mesmos, são aspectos importantes na abordagem construtivista de ensino. 
Para corroborar com suas citações, a autora apresenta ideias defendidas pelo construtivismo, onde a interação é palavra-chave para o aprendizado, levando em consideração que nem todos os alunos possuem os mesmos conhecimentos prévios. Cada um deles passou por experiências de vida diferentes e, por esse motivo, possuem inúmeros conhecimentos bem diversificados. E completa citando, que uma das funções de um professor construtivista é a de lançar provocações aos alunos, sabendo que o processo de ensino não consiste na apresentação de uma sequência de conceitos, mas sim na realização de diversos tipos de trabalhos com diferentes abordagens, em desiguais momentos, sobre o mesmo assunto, facilitando a construção ou a reconstrução de ideias. Ou seja, um professor construtivista, precisa antes de mais nada evitar ter medo de dizer que não sabe alguma coisa e estar disposto a aprender com seus alunos. 
Por conseguinte, a autora acrescenta que é estudando e compreendendo a Ciência que os educandos vão começando a fazer relações entre as coisas, a conhecer determinados fenômenos, começando a pensar que o mundo em que vivem pode ser sim compreensível. E ao irem se familiarizando com a Ciência começam, aos poucos, a tomar conhecimento de algo muitas vezes não imaginado, que são os métodos de pesquisa, motivos de determinados fenômenos na natureza e descobertas que farão o mundo parecer muito mais encantador. E tudo isso suscita uma grande motivação e contentamento por parte das crianças, em aprender cada vez mais.
Para Epstein (apud HARLAN; RIVKIN, 2002, p. 27), Estudos de teorias psicoterapêuticas vêm indicando há muitos anos que os seres humanos possuem dois processos intelectuais diferentes: o pensamento racional e o intuitivo. A autora faz uma analogia entre essas duas formas de pensamentos, frisando que elas podem ser concisas, sendo uma capaz de estimular a outra. Maneiras utilizadas nas escolas mais tradicionais estão voltadas ao conhecimento racional. O conhecimento intuitivo não vem tendo respaldo na sala de aula, pois tem difícil verificação e é muito rápido para ser explicado por meio de raciocínio lógico. Entretanto é preciso estimulá-lo e tentar combinar seu uso com o pensamento racional para que seja obtido um ensino de melhor qualidade. Tal ensino requer diversidade de atividades, e talvez a mais significativa seja a atividade prática.
A autora segue destacando a importância das aulas experimentais e práticas, pois é durante essas aulas, que o aluno consegue interagir muito mais com seu professor, elaborando hipóteses, discutindo com os colegas e com o professor, e posteriormente testando para comprovar ou não a ideia que teve. Tudo isso, precede uma melhor compreensão das Ciências. Ensinar e aprender Ciências, utilizando a atividade prática é muito importante e divertido, mas não se pode desconsiderar a importância das aulas teóricas, pois não é só com as aulas práticas que se aprende ou se descobre algo novo.
 Outro fator muito importante que a autora considera, é o professor de sala de aula (no caso da Educação Infantil), que trabalha basicamente a teoria com os alunosdeve estar bem estruturado para começar um determinado assunto. Mas é importante, também, os alunos terem aulas práticas com profissionais mais experientes e com uma formação mais adequada para trabalhar cada assunto. Por exemplo, quando os alunos estiverem estudando a respeito do ar, a professora de sala de aula da sua série poderia trabalhar toda a teoria com seus alunos sobre esse assunto e as aulas práticas poderiam ser realizadas nos laboratórios específicos (Física, Química ou Biologia). Ela destaca a importância de que os professores que trabalham com os alunos nessas atividades fossem profissionais formados em uma dessas áreas para que, dessa maneira, proporcionassem a construção de determinados conceitos de uma forma diferente. A vantagem, seria que os educandos teriam mais de um professor trabalhando o mesmo assunto, e dessa forma, eles teriam mais de uma visão, mais de uma explicação, e isso facilitaria o entendimento do assunto.
A atividade prática na visão construtivista apresentada pela autora, admite o experimento como sendo uma atividade prática na qual o aluno é orientado a investigar um problema, e para que isso seja possível, o experimento proposto deve permitir ao aluno realizar medições, decidir como proceder durante a investigação, manipular variáveis, explorar e analisar os dados obtidos e descobrir qual a melhor maneira de elaborar o relatório.
No que se refere aos laboratórios de ciências, a autora deixa explicito que mesmo quem nunca visitou um deles, tem ideia de como sejam eles por dentro, e destaca algo importante quando diz que há uma certa enganação ou desconhecimento do que seja de fato um laboratório, pois pode haver laboratórios sem a necessidade de uma sala especifica pra eles, podendo se localizar na rua, no campo ou até mesmo em uma simples sala de aula, pois qualquer um dos locais citados permite que se faça observações e se adquira dados em uma experimentação científica. Diversos experimentos podem ser realizados fora da sala de aula, como, por exemplo, a medida de velocidades e aceleração de pessoas ou de carros; a coleta de vegetais ou de animais para serem estudados. Destaca ainda, que alguns resultados de determinados experimentos não terão a qualidade cabível se não forem realizados em locais apropriados, então o cuidado com as observações e a condução do experimento fazem com que determinados experimentos necessitem ser realizados em locais especializados, com temperatura e umidade controlados e equipamentos certos para manuseio, por isso é importante que os alunos respeitem o professor e suas orientações em muitas atividades realizadas nos laboratórios de Ciências, e ao receber um roteiro no início da aula, devem analisar com muito cuidado, pois servirá de apoio para que sejam conduzidas as experimentações durante a aula. 
O cunho metodológico do presente trabalho, teve como base a aplicação de atividade práticas para alunos de terceira série, com nível intelectual apropriado para os discentes. As atividades aplicadas foram divididas nas três áreas de estudo das ciências: Física, Química e Biologia, onde os alunos puderam interagir de forma livre, questionando, fazendo analises e comparações, interagindo com os colegas e com os professores. 
De início, a autora acompanhou todas essas atividades nos laboratórios e, após a última, iniciou o processo de investigação das repercussões dessas aulas para os alunos. Para isso, ela aplicou questionários e realizou entrevistas com alunos e professores dessa série. 
Dando seguimento, a autora fez a análise das respostas ao questionário realizado com as professoras, juntamente com a entrevista feita com as mesmas, onde obteve respostas favoráveis e outras nem tanto, no tocante às atividades significativas realizadas nos laboratórios, o conhecimento dos pais sobre as aulas ocorridas nos laboratórios, a seriedade nas atividades e a influência dos laboratórios na disciplina de Ciências. 
Seguiu com a análise dos trabalhos realizados com os alunos, antes examinando as respostas de um questionário aplicados aos discentes, onde obteve respostas diretas e rasas, típicas de crianças da terceira série, as entrevistas não foram muito fáceis de serem realizadas, porque os alunos demoravam a responder, e cada pergunta era respondida por apenas um aluno. Depois que um deles já tinha dado a resposta, os outros não respondiam mais sobre aquela pergunta, mas a autora conseguiu fazer a análise, considerando as atividades ditas legais e chatas nos laboratórios, a descrição dessas aulas, a repercussão de tais atividades, opiniões mais críticas sobre os laboratórios e sobre eles em si nas aulas de Ciências.
Contudo, a autora constatou pelos depoimentos, que os alunos adoraram as aulas, pois mexer em materiais dos laboratórios, e realizar as experiências “com as próprias mãos” são os principais motivos que fazem os alunos gostar tanto de ter aulas nas salas especializadas. Seguindo, ela ainda frisa que as aulas realizadas nos laboratórios de Ciências são de grande importância para o ensino de Ciências nesta série. Tanto os alunos quanto as professoras consideram as atividades práticas fundamentais para um bom desenvolvimento do aluno, tanto no colégio, facilitando o conteúdo teórico, como na sua própria vida, ajudando o aluno a tomar suas próprias decisões.
A autora conclui o trabalho, mostrando a importância das aulas nos laboratórios de Ciências para alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental, acompanhando as atividades realizadas nas turmas, analisando as respostas dos alunos e depoimento dos professores, onde ficou claro que as crianças gostam das aulas realizadas nos laboratórios de Ciências, principalmente porque podem testar, experimentar e manusear os materiais, e que essas aulas são fundamentais para essa série, principalmente por proporcionarem ao aluno ver, ou seja, compreender o que está acontecendo, o que acaba facilitando o ensino de Ciências em sala de aula.
Ela percebe a importância das atividades práticas, que além de proporcionar interesse dos alunos pelas aulas, ainda os faz entender que a Ciência é simplesmente perceber as coisas que ocorrem na natureza, e que todo esse processo de aprendizagem pode ser divertido, fácil e agradável.
Eu discordo quando a autora diz que a antipatia das pessoas em entender Ciências está ligada a falta de informações e de conhecimento por parte delas. Os fatores que podem ser responsáveis por tal falta de interesse podem ser diversos, a falta de identidade de algumas pessoas ou estudantes é um deles, e esse fator não extingue desses indivíduos o interesse e a afinidade para aprender e entender melhor outros ramos de conhecimento, como por exemplo, as ciências humanas, as ciências jurídicas, a História e Filosofia.
Eu concordo quando a autora chama a atenção para a importância das aulas experimentais e práticas, onde as crianças começam a ter contato com Ciências podendo ter contato com os materiais da escola, pois essa forma didática de ministrar aulas, além de facilitar a compreensão dos alunos, os permite através de descobertas, indagações, troca de experiencias vividas e do diálogo, conseguir absorver mais conhecimento, que se soma com o conhecimento prévio trazido com eles, o senso comum, sendo assim um o complemento da outra. O senso comum desses educandos não pode ser ignorado, o primeiro contato deles com a ciência é através do conhecimento repassado no âmbito não escolar, ou seja, em casa, com os familiares, com os amigos, na Televisão (comerciais, programas e etc.), na Internet (redes sociais e YouTube) e, corroborando com o que eu afirmei anteriormente, o senso comum e o conhecimento cientifico caminham lado a lado na formação intelectual dos alunos, unindo as informações, moldando-as, para que eles assim, comecem a compreendam de fato os fenômenos naturais ao redor deles.

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