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TCC Os benefícios da inteligência emocional no processo de ensino e aprendizagem

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CLÁUDIA DA PENHA DOMINGUES 8056828 
Licenciatura em Pedagogia 
 
 
 
 
 
 
 
 
OS BENEFÍCIOS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO 
PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM 
 
 
 
Tutor: Prof. Wagner Montanhini 
 
 
 
CLARETIANO – Centro Universitário 
 
 
 
 
 
 
 
 
MOGI DAS CRUZES – SP 
2019 
 2 
 
OS BENEFÍCIOS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO PROCESSO 
DE ENSINO E APRENDIZAGEM 
 
DOMINGUES, Cláudia da Penha¹ 
MONTANHINI, Wagner² 
 
 
 
RESUMO. A abordagem desse tema se deu por conta das inúmeras situações encontradas no 
ambiente escolar, onde o aluno parece não ter condições de melhorias em seu rendimento e as 
medidas alternativas para ajudar esse aluno são demasiadas insuficientes. O processo de ensino 
e aprendizagem deve abordar não somente as competências cognitivas das crianças, mas deve 
associá-las à sua experiência do cotidiano, tendo como foco principal o desenvolvimento de 
suas habilidades socioemocionais. O educador, ao considerar o papel das emoções dentro das 
atividades desenvolvidas na escola, contribuirá para o sucesso da formação do aluno em todos 
os seus aspectos. O tema Inteligência Emocional abrange muitas questões que precisam de 
atenção e cuidado, principalmente quando se trata de educação, pois é também na escola que a 
personalidade será moldada. A vida escolar é uma fase de construção de conhecimentos, que 
deve ser repleta de experiências concretas e significativas, com objetivo de formar pessoas 
saudáveis emocionalmente e com atitudes positivas perante os desafios da vida. Quando as 
emoções são compreendidas e sentidas de fato, os alunos se sentem seguros e suas decisões se 
tornam mais assertivas. Os professores devem ser inspiradores de pessoas e formadores da nova 
geração que anseia silenciosamente por ajuda no equilíbrio de suas emoções. 
 
Palavras chave: Educação. Inteligência Emocional. Aprendizagem. Emoções. Habilidades 
Socioemocionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 3 
 
 
Segundo Pires, (2007, p.16) ”[...] o processo educacional moderno é fundamentado 
exclusivamente em valores intelectuais. As emoções, a sensibilidade e as virtudes têm sido 
relegadas a um segundo plano”. 
Quais seriam as competências de um professor para garantir o bom desempenho dos 
estudantes no atual cenário da educação? 
O aluno consegue manter-se atento durante uma aula expositiva? 
Trabalhar as habilidades sócio emocionais dos alunos, onde o excesso de estímulos e o 
avanço da tecnologia impõem mudanças de comportamentos, beneficiará os alunos e 
contribuirá para que as aulas se tornem produtivas e participativas. 
A facilidade de acesso à internet e informações que chegam quase que instantaneamente 
transbordam o cérebro com “lixo eletrônico”, “fake news” e violência de todos os tipos, pois 
não há filtros e as crianças e adolescentes têm livre acesso a qualquer tipo de programa. 
Essa nova era da tecnologia traz consequências ruins, como: multiplicação de casos de 
depressão, consumismo, suicídio, tentativa de suicídio por adolescentes e crianças, desvio de 
conduta, falta de educação, de respeito e de compromisso com sua própria vida. 
Tendo em vista situações tão desfavoráveis às boas práticas de ensino, principalmente 
no período em que o cérebro está amadurecendo, Goleman (2012, p. 301), alerta: “ Deixando 
ao acaso a aprendizagem de lições emocionais, corremos o enorme risco de não aproveitar os 
momentos mais oportunos – proporcionados pelo lento processo de maturação do cérebro – 
para proporcionar às crianças o cultivo de um repertório emocional saudável”. 
 “O mundo inteiro está preocupado com a escalada da violência na sociedade 
(principalmente entre os jovens) e com o aumento significativo das doenças de fundo 
emocional” (PIRES, 2007, p.66). 
O professor deve estar preparado para situações que dominam a sala de aula, como a 
falta de disciplina, o desrespeito, o uso indevido de celulares, o palavreado “sujo” e músicas 
carregadas de erotismo e sem pudor. 
“Se desejarmos manter o controle de uma situação tensa devemos estar atentos às 
flutuações emocionais de todos os participantes do contexto” (PIRES, 2007, p.70). 
Pais separados, desempregados, omissos, despreparados, desorientados, e tantos outros 
adjetivos que caberiam aqui e descreveriam a triste situação de seus filhos, que chegam na 
escola com essa bagagem da sociedade e do meio em que vivem, desestruturados, famintos, 
carentes de atenção e de amor. 
 4 
 
Muitos professores se esforçam para suprir algumas dessas necessidades, porém nem 
todos os alunos estão dispostos a serem ajudados, não sabem lidar com o afeto recebido e 
devolvem com falas de desordem e violência. É um cenário muito triste que muitos professores 
da rede pública no Brasil vivenciam. 
Pires (2007, p.29), destaca que: “O Maior desafio dos professores (muito mais 
importante do que promover o aprendizado) é cultivar os valores humanos no coração de seus 
alunos, tornando a vida digna de ser vivida”. 
Para amenizar a tristeza e a carência desses alunos é necessário que o professor tenha 
conhecimentos sobre competências socioemocionais e como elas ajudam a aliviar as situações 
de estresse, ansiedade e frustração. 
Mães desesperadas vão à escola a fim de constatar se seus filhos estão lá estudando ou 
se desviaram para outros caminhos, são crianças do Ensino fundamental que mal sabem ler, 
escrever, interpretar textos ou fazer cálculos. 
O sofrimento dessas mães pode ser amenizado e essas situações adversas contornadas 
se o uso da inteligência emocional estiver alinhado ao conteúdo das disciplinas e o professor, 
além disso, utilizar recursos, tais como: palestras motivacionais, aulas lúdicas, questionário 
comportamental, rodas de conversa e conversas individuais. 
Alguns professores se esforçam para que sua aula seja diferenciada e prenda a atenção 
dos estudantes, fazendo uso de materiais que despertem o interesse dos alunos. 
Infelizmente a maioria não se importa em aproximar a realidade do aluno às disciplinas 
e seus conteúdos, apenas aplicam o programa direcionado pela escola e suas diretrizes, e 
insistem na adequação do aluno a aulas meramente expositivas. 
Os professores obteriam melhor rendimento e aproveitamento da classe se tivessem a 
sensibilidade de perceber a realidade dos alunos e como se aproximar de seus conhecimentos 
prévios e partir desse ponto seguir para o progresso do aprendizado, ajustando o que é 
importante ao necessário. As transformações previstas nesse processo certamente seriam 
positivas e qualitativas. 
 Pires tece seu parecer sobre o conteudismo, prática muito comum nas escolas, onde os 
conteúdos são prioridade no processo educacional: 
O objetivo mais importante do processo educacional não é informar e sim, formar o 
caráter dos alunos, preparando-os para viver em sociedade. A Crise da Razão que hoje 
atravessamos só será corrigida com uma profunda reforma no modelo educacional. A 
educação escolar que se pratica na maioria das escolas é um verdadeiro 
“adestramento” intelectual! A maior parte das instituições de ensino se limita a 
transferir o conhecimento dos livros para a cabeça dos alunos. (PIRES, 2007, p.27) 
 5 
 
Percebe-se que cada vez mais, os professores devem atualizar e rever os conhecimentos 
e emoções frente a prática docente, para que trabalhem com louvor as competências 
socioemocionais dos alunos. 
Limitar as competências dos alunos ao simples processo de decorar e copiar é um triste 
desfecho de processos educacionais intitulados tradicionais, que diminuem a possibilidade do 
aluno de pensar, elaborar, questionar, pesquisar, analisar, avaliar e de ser protagonista de seu 
aprendizado. 
Numa escola inovadora, os professores devem ser bem sucedidos intelectualmente e 
emocionalmente, os alunos armados com livros e abertos ao conhecimento e à cultura positiva. 
[...] supõe-se que o indivíduo, quando está bem do ponto de vista da vida psíquica, 
conseguindolidar adequadamente com seus conflitos, tem todas as condições para 
enfrentar o mundo, realizando atos “inteligentes”, ou seja, resolvendo adequadamente 
problemas que se apresentam, sendo criativo, verbalizando bem suas ideias etc. 
(BOCK, 2002, p.184). 
Deve-se tratar como prioridade os professores que precisam de apoio e treinamentos 
direcionados para desenvolver habilidades socioemocionais e transformar essas habilidades em 
sala de aula. 
As múltiplas inteligências dos alunos e suas competências socioemocionais serão de 
grande valia para o seu desenvolvimento cognitivo, pois interferem de maneira positiva no 
desempenho escolar, além de contribuir não só para a vida acadêmica, mas para o mundo. 
“Se o desenvolvimento do caráter é uma das bases das sociedades democráticas, pensem 
em algumas das maneiras como a inteligência emocional as reforça” (GOLEMAN, 2012, p. 
300). 
 
O PODER DA INTELIGÊNCIA 
 
Na História da Civilização começaram a ser concebidas as raízes do culto à Inteligência, 
os filósofos da antiguidade defendiam a nobreza baseados em seus valores intelectuais em 
detrimento àqueles que governavam através da força física, logo o poder passou a ser exercido 
pelos que detinham a melhor estratégia, a força bruta foi sendo substituída pela sagacidade do 
homem e seu sucesso medido pela sua capacidade intelectual. (PIRES, 2007). 
 
DA INTELIGÊNCIA À INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 
 
 6 
 
 Em: “O livro da Psicologia”, há uma sequência de descobertas relacionadas à 
capacidade de pensar. (COLLIN, 2012). 
Filósofos da antiga Grécia defendiam a ideia de que animais não humanos eram capazes 
de pensar, apesar de terem consciência inferior à consciência da mente humana. (COLLIN, 
2012). 
Aristóteles supôs a existência de três tipos de mente: vegetal, animal e humana, sendo a 
mente vegetal incapaz de pensar, ela apenas se ocupa de sua nutrição e crescimento, a mente 
animal dotada de sensações e a mente humana capaz de se ocupar de sua nutrição e crescimento, 
capaz de sentir e ainda raciocinar, tendo consciência de si e capacidade de níveis altos de 
cognição. (COLLIN, 2012). 
Renè Descartes nos anos 1630 afirmou que os animais eram como máquinas, sem 
sentimentos e movidos apenas por reflexos. (COLLIN, 2012). 
Em 1859, Charles Darwin em seu livro: “A origem das espécies”, propôs que a 
inteligência é herdada e que estamos ligados geneticamente a outros animais e que todos temos 
consciência. (COLLIN, 2012). 
No entanto Wilhelm Wundt se baseou nesses fatos para descrever uma linha contínua 
da vida, desde o menor animal até o homem, propondo que a definição de vida envolve algum 
tipo de atividade mental e que havia dois tipos de observação, a observação externa responsável 
pelos eventos visíveis e a observação interna que reconhece e registra pensamentos e 
sentimentos. (COLLIN, 2012). 
Wundt a partir de diversos experimentos conseguiu observar que eventos de grande 
importância ou que possuíam alto grau de interferência emocional nas pessoas, bem como as 
comparações com fatos e imagens causariam um impacto tão importante que essa memória 
permaneceria em sua consciência e faria parte de seu repertório emocional que classifica e 
aciona informações e emoções ligadas ao evento já experenciado. (COLLIN, 2012). 
“O trabalho de Wundt serviu de inspiração para estudos medidores das habilidades 
mentais realizados pelo psicólogo americano James Cattel e construiu a base para as pesquisas 
de Alfred Binet sobre a inteligência humana” (COLLIN, 2012, p. 50-51). 
 No final do século passado, Alfred Binet (1857-1911) desenvolveu com Théodore 
Simon, a pedido do governo da França, um teste para avaliar e identificar crianças brilhantes, o 
famoso teste de Q.I. (Coeficiente Intelectual). (PIRES, 2007). 
A longa tradição da psicologia da inteligência seguiu uma via puramente cognitiva. 
Até o início dos anos 1980, a maioria dos teóricos e dos pesquisadores preocupados 
em definir e conceituar a inteligência partilhou, para todos os fins práticos, uma 
mesma opinião, que pode ser resumida nos seguintes termos: a inteligência é aquilo 
 7 
 
que nos permite obter êxito na escola e consequentemente, na vida. (CHABOT, D.; 
CHABOT, M.,2005, p.93). 
Desde então as pessoas passaram a ser classificadas por seu nível de inteligência, porém 
logo surgiram dúvidas quanto à eficácia do teste em relação ao sucesso das pessoas além dessas 
habilidades intelectuais. (PIRES, 2007). 
Cada criança é um milagre suficientemente grande da natureza para não ser 
comparada a não ser consigo mesma. Além do mais, o que significa ser inteligente? 
Transitar com desenvoltura neste estreito universo de palavras e números 
representado pelos testes de QI.? É inegável o seu valor em predizer nosso sucesso na 
fase de estudos. Porém, as escolas nos preparam para o mundo das ideias e não para 
o mundo das pessoas! (PIRES, 2007, pp. 32-33). 
Com o lançamento de Gardner na década de 80, dos livros: A Estrutura da Mente e 
Inteligências Múltiplas, a comunidade científica passou a dar importância a outros “tipos de 
inteligência” destacados em diferentes áreas do conhecimento e logo a inteligência humana fora 
classificada em 07 diferentes tipos: 
 Inteligência Verbal; 
 Inteligência Matemática; 
 Inteligência Musical; 
 Inteligência Espacial; 
 Inteligência Corporal; 
 Inteligência Interpessoal; e 
 Inteligência Intrapessoal. 
Porém em 1990, Peter Salovey rotulou de Inteligência Emocional as formas de 
Inteligência Inter e Intrapessoal. (Pires, 2007). 
Mais tarde em 1996 o livro “Inteligência Emocional” de Daniel Goleman ganha 
destaque ao ser lançado nos Estados Unidos, chegando a ser capa da revista “Times”, e entra 
para a lista dos mais vendidos. 
Evolução no conceito de inteligência 
ANO PESQUISADOR CONCEITO DE INTELIGÊNCIA 
1905 Alfred Binet É aquilo que nos permite obter êxito escolar 
1927 Charles Spearman Atitude cognitiva geral única 
1938 Louis Thurstorn Composta por sete fatores independentes 
1983 Howard Gardner Oito diferentes formas de inteligência 
1988 Robert Sternberg Três elementos distintos 
1990 
Peter Salovey e John 
Mayer 
A inteligência emocional: uma forma de 
inteligência não cognitiva 
1996 Daniel Goleman 
A inteligência emocional: aquilo que nos 
permite obter êxito na vida 
(CHABOT, D.; CHABOT, M., 2005, p.98) 
 8 
 
 Com o lançamento do livro de Daniel Goleman, estudos sobre a Inteligência Emocional 
ganharam destaque em vários campos de trabalho, inclusive a educação. 
 
O QUE É INTELIGÊNCIA PARA VOCÊ? 
 
Quando falamos sobre inteligência podemos automaticamente relacionar com questões 
cognitivas ou a bagagem cultural de uma pessoa. 
 Mas a palavra inteligência carrega muitos outros significados, por exemplo na internet, 
é definida desta forma: 
Inteligência: Faculdade de conhecer, de compreender; intelecto: a inteligência 
distingue o homem do animal. Conhecimento profundo em; destreza, habilidade: ter 
inteligência para os negócios; cumprir com inteligência uma missão. Habilidade para 
entender e solucionar adversidades ou problemas, adaptando-se a circunstâncias 
novas. Função psíquica que contribuí para uma pessoa consiga entender o mundo, as 
coisas e situações, a essência dos fatos. Boa convivência; união de sentimentos: viver 
em perfeita inteligência com alguém. Relações secretas; ajuste, conluio: ter 
inteligência com o inimigo. Etimologia (origem da palavra inteligência). Do latim 
intelligentia.ae, "entendimento" (Dicionário Online de Português. Acesso em: 
13/11/2019), 
Pires (2007, p. 37) destaca em seu livro a seguinte descrição da palavra inteligência: “A 
palavra inteligência (do latim – intus legere), significa, literalmente, leitura interior”, e define 
a inteligência como uma associação de ideias rebuscadas de seu “arquivo interno” para reagir a 
determinadas situações. 
No âmbito escolar há diversidades de alunos, alguns atentos, participativos e aplicados 
em seusestudos, porém em alguns momentos esse mesmo aluno pode se tornar apático, ter seu 
rendimento baixo e se torna desinteressado, esse comportamento pode estar associado a um 
problema de ordem cognitiva engatilhado por um processo emocional o qual ele não consegue 
lidar. 
Chabot, (2005, p. 130 e 137), tece considerações sobre condições favoráveis para o 
aprendizado: 
“[...] as emoções negativas podem afetar nosso aprendizado alterando nossas faculdades 
cognitivas (atenção, percepção, memória, raciocínio etc.)” (CHABOT, D.; CHABOT, M., 
2005, p.130). 
“A primeira condição para aprender é sentir-se bem” (CHABOT, D.; CHABOT, M., 
2005, p.137). 
Se a escola e o meio educacional estimulam e solicitam consideravelmente as 
competências cognitivas, o mesmo não acontece com as competências emocionais, 
em geral negligenciadas pela educação e pela escola. A introdução da inteligência 
 9 
 
emocional em nossas estratégias pedagógicas parece-nos um caminho a ser explorado 
no futuro. (CHABOT, D.; CHABOT, M., 2005, p.28). 
 
AS EMOÇÕES E A APRENDIZAGEM 
 
A falha no aprendizado durante muito tempo foi associada a alguma deficiência 
cognitiva da criança, o trabalho com essas crianças não apresentava alternativas para melhorar 
o desempenho na escola, e o olhar da escola para alunos tidos como “desajustados” era desviado 
por falta de conhecimento e estrutura do corpo docente, causando prejuízo em seu 
desenvolvimento e baixa produtividade em aula. 
“Um dos papéis do educador emocionalmente inteligente consiste em estimular as 
competências emocionais de seus alunos [...] o verdadeiro aprendizado se dá não quando 
compreendemos, mas quando sentimos” (CHABOT, D.; CHABOT, M., 2005, p.131). 
Hoje diversas pesquisas científicas e teóricas apontam para outra direção, sugerem que 
as emoções sejam responsáveis pelo status de atenção da criança e quando as emoções são 
negligenciadas, sua evolução no processo de aprendizagem fica lento ou não acontece. 
“O ouvinte precisa compreender o que o falante tenta comunicar, mas as palavras em si 
podem não ser tão importantes quanto a impressão geral do ouvinte, ainda mais se emoções 
intensas estiverem envolvidas” (COLLIN, 2012, p. 37). 
O papel das emoções no cotidiano escolar, contribuirá para o amadurecimento do sujeito 
e proporcionará aos professores e aos alunos competências, criando condições de equilíbrio 
entre o processo de ensino e aprendizagem. 
[...] os programas de alfabetização melhoram as notas de aproveitamento acadêmico 
das crianças e o desempenho na escola. [...] Numa época em que um grande número 
de crianças não é capaz de lidar com suas perturbações, de ouvir ou de se concentrar, 
frear um impulso, sentir-se responsável por seu trabalho ou se ligar na aprendizagem, 
qualquer coisa que reforce essas aptidões ajudará na educação delas. Neste sentido, a 
alfabetização emocional aumenta a aptidão da escola para dar ensinamentos. [...] 
Além dessas vantagens educacionais, os cursos parecem ajudar as crianças a melhor 
desempenhar seus papéis na vida, tornando-se melhores amigos, alunos, filhos, filhas 
– e no futuro têm mais probabilidade de serem melhores maridos e esposas, 
trabalhadores e chefes, pais e cidadãos. Embora nem todo garoto ou garota venha a 
adquirir essas aptidões com igual êxito, na medida em que o fizerem estarão melhor 
por isso. (GOLEMAN, 2012, p. 299). 
Os professores devem estar preparados para lidar primeiro com suas emoções, depois 
com as emoções do outro. Esse cuidado trará para o contexto da educação, um profissional 
 10 
 
qualificado para além de suas funções, causando transformações consideráveis e positivas em 
sua vida pessoal e escolar. 
A inteligência emocional é um dos aspectos importantes de uma pessoa. “Possuir 
inteligência emocional favorece as relações com os demais e consigo mesmo, melhora a 
aprendizagem, facilita a resolução de problemas e favorece o bem-estar pessoal e social” 
(ALZINA, 2009, p. 07). 
Pires, (2007, p.52) fala sobre a importância das emoções no contexto escolar e aponta 
sobre a necessidade da implantação de programas emocionais nas escolas: 
As emoções desempenham um papel tão importante em nossas vidas, que deveriam 
fazer parte obrigatória de todos os cursos escolares, em todos os níveis. Precisamos 
aprender a identificar as emoções que estamos sentindo e tentar descobrir e analisar 
as causas que as estão produzindo, para que possamos nos proteger das influências 
negativas das emoções sobre a razão. Mas ainda somos praticamente “analfabetos 
emocionais”. Geralmente só tomamos conta de nossas emoções, quando elas estão 
muito alteradas e já causaram danos à nossa saúde ou aos nossos relacionamentos. 
Incluir Inteligência Emocional como matéria obrigatória nas escolas não é tarefa 
simples, mas pode transformar a educação em um processo de melhor evolução do sujeito, 
desde a educação infantil até o ensino superior. 
Goleman (2012, p. 299), destaca em seu livro a importância dos programas de 
alfabetização emocional nas escolas, mesmo que as condições financeiras não sejam favoráveis, 
o gasto compensa os benefícios em prol dos estudantes e da própria instituição de ensino. 
O aprendizado através de diferentes tendências e olhares devem proporcionar ao aluno 
conhecimentos significativos para sua vida. 
 “Em educação, o aprendizado, aliás, é definido como a aquisição e incorporação de 
novos conhecimentos, visando sua reutilização funcional” (TARDIF, 2005 apud (CHABOT, 
D.; CHABOT, M., 2005, p. 10). 
As experiências, vivências, bagagem emocional, cultural e o meio em que o sujeito está 
inserido possibilitam situações diferentes de aprendizado. 
 “A psicologia define o aprendizado como uma modificação relativamente permanente 
do comportamento ou do potencial comportamental, resultante do exercício ou da experiência 
vivida” (HUFFMAN, VERNOY, M ET VERNOY, 2000, apud (CHABOT, D.; CHABOT, M., 
2005, p. 10). 
 Para Rodrigues (1976, p. 203), “A aprendizagem é tão difícil e multidimensional quanto 
a própria vida. Ela ‘envolve dimensões de sentimento, interesse, curiosidade, coragem e 
prontidão’, e só esta aprendizagem é realmente duradoura: a que se liga à vida.” 
 11 
 
Pires (2007, p. 49), destaca que com o aparecimento das emoções houve pelo menos 
três grandes avanços evolutivos para os animais (animais que se emocionam possuem maior 
capacidade de aprendizado): o primeiro foi a proteção por amor; o segundo foi a aceleração do 
aprendizado, a memória se intensifica quando existe um forte impacto emocional sobre as 
nossas percepções, podendo ser agradável ou repulsiva; o terceiro é o planejamento futuro, de 
acordo com a ciência comportamental essa não é uma tarefa exclusivamente racional, as 
emoções influenciam diretamente no comportamento e na tomada de decisões. 
Bock, Furtado e Teixeira (2008, p.179), enfatizam as ideias de Pires: 
Somos seres pensantes. Pensamos sobre as coisas passadas, projetamos nosso futuro, 
resolvemos problemas, criamos, sonhamos, fantasiamos, somos até capazes de pensar 
em nós mesmos, isto é, somos capazes de nos tornar objetos de nossa própria 
investigação. Fazemos ciência, poesia, música, construímos máquinas incríveis, 
transformamos o mundo em símbolos e códigos, criando a linguagem que nos permite 
a comunicação e o pensamento. Não há dúvida de que somos uma incrível espécies 
de seres! 
O processo de ensino e aprendizado quando associado à inteligência emocional, 
proporciona não só ao aluno, mas também aos profissionais da educação, consciência das 
emoções, facilitando nas atividades e na aquisição dos conhecimentos específicos e 
facilitadores, inerentes ao contexto escolar. 
O desenvolvimento das competências emocionais compreende estar consciente das 
próprias emoções e das emoções dos outros, controle adequado de suas emoções, ter atitudes 
positivas, boa autoestima, responsabilidade e habilidades socioemocionais para a vida. 
(ALZINA,2009). 
“Ficamos perigosos quando não temos consciência da nossa responsabilidade por 
nossos comportamentos, pensamentos e sentimentos” (ROSEMBERG, 2006, p. 45). 
Para que uma criança ou até mesmo um adulto possa aprender de forma eficaz e 
autêntica, as emoções não podem ser reprimidas, elas devem ser consideradas e entendidas. 
“ A consciência emocional se refere à capacidade de perceber, identificar e dar nomes 
aos sentimentos e emoções próprios e aos dos outros” (ALZINA, 2009, p. 10). 
O conhecimento que o aluno tem do mundo se torna facilitador do processo, bem como 
a sensibilidade do professor em compreender o contexto onde o aluno vive e as experiências 
que ele traz em sua bagagem. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 12 
 
Há muito trabalho a ser feito no âmbito educacional e um vasto território a ser explorado, 
esse território é o das emoções. Aprender a conviver com elas, para que elas afetem cada vez 
menos as decisões, para que elas se transformem em emoções positivas, cheias de significados 
e aprendizados importantes. 
As emoções são a principal fonte de amadurecimento de uma pessoa, elas interferem 
diretamente no estado de atenção e aprendizado. Além de induzir o comportamento e tomadas 
de decisão durante a vida. 
O processo de ensino e aprendizagem deve ser amparado por essas descobertas sobre a 
inteligência emocional, e os estudos e aplicações devem ser aprofundados para que o acesso 
seja difundido a muito mais pessoas. 
Negligenciar o papel das emoções dentro do processo de ensino e aprendizagem é: 
negar ao aluno processos educativos valiosos e integradores, afastar possibilidades de 
rendimento positivo, aceitar o bullying e processos de baixa autoestima, aceitar a baixa 
qualidade de condições de aprendizado do aluno e seu comportamento destrutivo e violento em 
sala de aula. 
Muitas escolas insistem em agir dessa forma, criando punições, normas e regimentos 
para sanar seus problemas, quando o problema está na saúde emocional dos alunos, dos 
profissionais da escola e na própria comunidade. 
A educação é o instrumento mais valioso que o sujeito pode adquirir durante a sua vida, 
e por isso reivindicar esse direito é dever do cidadão, os benefícios de uma educação com 
qualidade e bem estruturada no âmbito social, são imensuráveis. 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ALZINA, Rafael, B. et al. Atividades para o desenvolvimento da inteligência emocional nas 
crianças. Tradução de Sueli Brianezi Carvalho. São Paulo: Ciranda Cultural, 2009. 
 
ARCANJO, Rafael, M.; MARINHEIRO, Carlos, A.; SANCHES, Everton, L. Metodologia da 
Pesquisa Científica. Batatais: Claretiano, 2016. 
 
BOCK, Ana, M. B.; FURTADO, Odair.; TEIXEIRA, Maria, L. T. Psicologias: uma 
introdução ao estudo de psicologia. 13.ed. São Paulo: Saraiva, 2008. 
 
 13 
 
BASTOS, José, A. O Cérebro e a MATEMÁTICA. 1.ed. São José do Rio Preto: [Publicação 
Independente], [s.d.]. 
 
CHABOT, Daniel; CHABOT Michael. Pedagogia Emocional: sentir para aprender. Como 
incorporar a inteligência emocional às suas estratégias de ensino. Tradução de Diego Ambrosini 
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