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CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Livro Eletrônico 2 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras SUMÁRIO Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia ......................................3 1. Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia: Precursores ................3 2. Iluminismo e as Primeiras Escolas Sociológicas ...........................................6 3. Marcos Científicos da Criminologia.............................................................7 4. A Escola Liberal Clássica do Direito Penal e a Criminologia Positivista .............8 4.1. Escola Clássica ....................................................................................8 4.2. Criminologia Positivista .......................................................................11 4.3. Escolas Intermediárias ........................................................................16 Resumo ...................................................................................................19 Questões de Concurso ...............................................................................23 Gabarito ..................................................................................................33 Gabarito Comentado .................................................................................34 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 3 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E FILOSÓFICOS DA CRIMINOLOGIA Olá, querido(a) aluno(a), tudo bem? Esta é a nossa segunda aula, na qual estu- daremos um duelo de pensamentos que está na origem da Criminologia. De tudo o que apresentarei, o que o examinador mais cobra nas provas é a diferença entre os clássicos e os positivistas. Preste bastante atenção nisso e entenderá a lógica das questões sobre o assunto. 1. Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia: Pre- cursores Antes de falar dos clássicos e positivistas, mencionarei alguns autores conside- rados precursores da Criminologia. Eles estudavam o fenômeno criminal antes de a Criminologia se firmar como ciência. Aproveitarei este item da aula para falar também de alguns autores com posi- cionamento intermediário entre clássicos e positivistas, que eram contemporâneos ao debate travado entre essas escolas. No século XVIII a.C., o Código de Hamurabi, por exemplo, determinava que po- bres e ricos deveriam ser julgados de modo distintos: os ricos, por terem tido mais oportunidades e acesso à cultura, deviam ser julgados com mais severidade. Em tempos mais recentes, os principais precursores são aqueles que se dedi- caram a buscar, no corpo do delinquente, explicação pseudocientífica para o come- timento de um crime. A oftalmoscopia tentava explicar o caráter das pessoas pela observação dos olhos, enquanto a metoposcopia analisava as rugas com o mesmo O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 4 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras objetivo. Os fisionomistas estudavam a aparência externa do indivíduo para deduzir seus caracteres psíquicos. Mencionarei alguns deles. Giovanni Della Porta, por exemplo, nos séculos XVI e XVII, sustentou a perfeita correspondência entre os aspectos interiores e a forma externa de uma pessoa. Johann Lavater, no século XVIII, estudou crânios e defendeu que o tempera- mento da pessoa pode ser lido pelos contornos da face e que o delinquente tem maldade natural. Petrus Camper, também no século XVIII, mostrou a escala de perfeição dos se- res, partindo do macaco até chegar a Apolo. Os fisionomistas autorizaram o surgimento do Édito de Valério, criado pelo juiz Marquês de Moscardi, na Itália: quando se tem dúvida entre dois presumidos cul- pados, condena-se sempre o mais feio. Ao lado dos fisionomistas, os frenologistas também desempenharam papel im- portante como precursores da Criminologia. A ideia deles era localizar cada um dos instintos humanos em uma parte específica do cérebro. Citarei alguns frenologistas. Franz Joseph Gall, médico alemão que viveu nos séculos XVIII e XIX, defendia que o crime é resultado de um desenvolvimento parcial e não compensado do cé- rebro. Johann Spurzheim, discípulo e colaborador de Gall, chegou a elaborar uma carta cranioscópica, parecida com os mapas da Geografia. O espanhol Mariano Cubí y Soler elaborou um manual de frenologia em meados do século XIX e foi um dos primeiros a expor a teoria do criminoso nato, um sub- tipo humano com características que o levam a cometer crimes. O criminoso é um enfermo que necessita de tratamento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 5 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras Na psiquiatria, o psiquiatra francês Philippe Pinel (séculos XVIII e XIX) possuía ideias humanitárias de tratamento das doenças mentais. Ele demonstrou que os delinquentes e os doentes mentais eram coisas distintas. Bénédict-Augustin Morel (século XIX) associou criminalidade à degeneração. Para ele, o crime é uma forma determinada de degeneração hereditária, de regressão. Jean Esquirol, psiquiatra francês que viveu entre os séculos XVIII e XIX, defen- dia que o ato criminal somente podia ser realizado sob estado delirante. Como o autor do delito não está mentalmente são, não deve haver punição, mas sim tra- tamento. Seu trabalho com internos e loucos chegou a desencadear a criação de comissão para verificar o tratamento dado aos reclusos. O antropólogo francês Prosper Lucas, em 1847, descreveu o conceito de atavis- mo; reaparecimento, em um descendente, de caráter não presente em ascenden- tes imediatos, mas em ascendentes remotos. A tendência criminal seria transmis- sível por via hereditária. Depois de Darwin demonstrar a teoria da evolução das espécies, o antropólogo inglês Herbert Spencer (século XIX) defendeu que os pobres, incapazes, eram inap- tos para o crescimento intelectual e seriam superados pelos indivíduos mais aptos. Outro precursor inglês foi John Howard, um filantropo que inspecionou esta- belecimentos prisionais, denunciou o estado miserável dos apenados em 1777 e buscou reformas carcerárias. Defendia a superação do pecado5 do crime por meio da meditação, introspecção e trabalho. Jeremy Bentham, filósofo inglês pai do utilitarismo, defendeu a construções de panópticos, ou seja, de sistemas de construções prisionais que permitiam, com o mínimo de esforço e o máximo de economia, obter o máximo de controle dos con- denados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 6 de 50www.grancursosonline.com.brCRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras Da torre central de um presídio circular todos os corredores radiais seriam observados, bastando, para tanto movimentar a cabeça nas diferentes direções, para se ter o con- trole pleno de todo o edifício, sem que os presos pudessem saber que estavam sendo vigiados1. Outra linha de precursores da Criminologia adveio da Escola Cartográfica, cujo nome mais importante foi Adolphe Quetelet, estatístico belga. Desenvolveu a ideia de “homem médio”, um tipo ideal e abstrato que podia ser visto como um padrão para análises sociológicas. Ele defendia a existência de uma “lei dos grandes nú- meros”: o crime apresentaria uma regularidade constante e seria representável em funções matemáticas a depender dos estados econômicos e sociais do momento. Haveria, então, uma relação constante entre a criminalidade real, aparente e legal. Como se verá mais adiante, essa ideia embasará o conceito de cifras negras. 2. Iluminismo e as Primeiras Escolas Sociológicas A Europa, nos séculos XV a XVIII, vivenciou o que se convencionou chamar de Antigo Regime. Era a época das monarquias absolutistas, com o regime centraliza- do nas mãos do rei. A figura do rei era sagrada e incontestável. A visão teocêntrica do mundo era amplamente dominante. Nesse período, o sistema penal era caótico, cruel e arbitrário. Os réus não possuíam as garantias processuais e penais que hoje existem em qualquer sistema democraticamente sólido. No século XVIII surgiu o Iluminismo, movimento filosófico que exaltou o poder da razão em detrimento do poder da religião. Ideologias absolutistas e religiosas foram substituídas pelo conhecimento racional do mundo. O Iluminismo, portanto, promoveu o culto à razão e passou a fornecer explicações racionais para os pro- 1 SHECAIRA, Sérgio Salomão. Criminologia. 7ª ed. São Paulo: RT, 2018, p. 86. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 7 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras blemas sociais. O movimento iluminista é a considerado a base tanto dos autores clássicos do Direito Penal quanto dos autores positivistas da Criminologia. As primeiras escolas sociológicas serão vistas ao final desta aula, quando falar- mos das escolas positivistas. Enrico Ferri é um autor positivista (conforme explicarei no final desta aula), consi- derado o pai da Sociologia criminal. 3. Marcos Científicos da Criminologia Os principais marcos científicos da Criminologia são: • 1764: Cesare Bonesana, jurista italiano conhecido como Marquês de Becca- ria, lança a obra Dos delitos e das penas, marco para o Direito Penal Clássico; • 1835: Adolphe Quetelet lança a obra Ensaio de Física Social, base da Escola Cartográfica; • 1859: Francesco Carrara, jurista italiano, lança o Programa de Direito Crimi- nal, filiando-se ao pensamento clássico; • 1876: Cesare Lombroso, antropólogo italiano, lança a obra O homem delin- quente, marco para o positivismo criminológico; • 1885: Raffaele Garofalo lança a obra Criminologia, outro marco para o posi- tivismo; • 1900: Enrico Ferri lança sua obra Sociologia criminal, dando origem a uma linha positivista sociológica. 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Trata das origens da Criminologia como ciência e é bastante cobrada pelas bancas. 4.1. Escola Clássica Os autores clássicos reconhecem que as pessoas são seres racionais que pos- suem livre-arbítrio, ou seja, podem fazer escolhas. O cometimento de um crime é fruto de uma decisão que implica quebra do pacto social de convivência pacífica. O delinquente deve ser punido pelo mal que causou com a sua escolha. A ele, então, são aplicáveis as penas previstas no ordenamento jurídico, utilizando-se a técnica dedutiva de subsumir uma conduta a uma norma penal incriminadora. A Escola Clássica teve na Itália grande epicentro. Os clássicos consideram que o crime é, antes de tudo, um ente jurídico. É ne- cessário que haja uma previsão legal para que uma conduta seja considerada cri- minosa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 9 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras O enfoque clássico se vale de um método dedutivo: parte da regra geral (nor- mas jurídicas por exemplo) para analisar o fenômeno criminal. O método é também abstrato: não analisa crime por crime, mas estuda a criminalidade de uma maneira mais genérica. A lei é justa e deve ser aplicada de maneira racional e igualitária para todos. A Escola Clássica não estava tão interessada em entender a razão pela qual al- guém decide cometer um crime. As bancas gostam de utilizar o termo etiologia. Se refere à busca de explicações das causas do comportamento criminoso. A Escola Clássica não estava, portanto, preocupada com a etiologia dos delitos. Assim, a Escola Clássica pouco contribuiu com a etiologia. Mas foi a Escola Clás- sica que se preocupou em, pela primeira vez, em fundamentar, delimitar e legitimar a pena. Em substituição ao sistema penal caótico e desumano do Antigo Regime, a Escola Clássica forneceu um panorama legislativo humanitário e racional, mostran- do que a pena poderia e deveria ser útil, justa e proporcional. A pena, para os clássicos, deve ter nítido caráter de retribuição pela respon- sabilidade moral do delinquente, de modo a prevenir o delito e restaurar a ordem externa social. Os principais autores clássicos relembrados por terem contribuído para a Crimi- nologia são os seguintes: • Cesare Bonesana, conhecido como Marquês de Beccaria, com sua obra Dos delitos e das penas, de 1764, que serviu de base para a valorização da digni- dade das pessoas e para a consequente humanização das penas, em contra- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 10 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras posição à crueldade das sanções existentes até a primeira metade do século XVIII. O indivíduo escolhe ou não obedecer às leis, mas o Estado não pode escolher tratamentoscruéis e desumanos. As leis, para Beccaria, devem ser simples, conhecidas pelo povo. As penas devem estar previstas em leis. Cri- ticava o sistema de provas que não admitia o testemunho da mulher, não dava atenção ao depoimento do condenado e era complacente com a tortura. A obra de Cesare Bonesana é considerada fundamental para o Direito Penal liberal e para a Criminologia clássica. Veja alguns trechos: O juiz deve fazer um silogismo perfeito. A premissa maior deve ser a lei geral; a me- nor, a ação conforme ou não à lei; a consequência, a liberdade ou a pena. Se o juiz for obrigado a elaborar um raciocínio a mais, ou se o fizer por sua conta, tudo se torna incerto e obscuro. (...) Quando as leis forem fixas e literais, quando apenas confiarem ao magistrado a missão de examinar os atos dos cidadão, para indicar se esses atos são conforme a lei escrita, ou se a contrariam (...) então não se verão mais os cidadãos submetidos ao poder de uma multidão de ínfimos tiranos (...). À proporção que as penas forem mais suaves, quando as prisões deixarem de ser a horrível mansão do desespero e da fome (...) as leis poderão satisfazer-se com provas mais fracas para pedir a prisão2. • Francesco Carrara, com o seu Programa de Direito Criminal, de 1859. Para ele, o crime não é um ente de fato, mas sim um ente jurídico. Ou seja, só existe crime porque há uma norma dizendo que tal fato é um crime. Os indi- víduos possuem livre-arbítrio e decidem se comportar de maneira contrária à lei, sendo a pena uma retribuição jurídica que pretende restabelecer a ordem externa violada. Se o crime é um ente jurídico, deve ser estudado a partir das normas, em obediência a um método dedutivo, lógico-abstrato. Lembra que falei do Quetelet? Ele é considerado uma ponte entre os clássicos e os positivistas. Relembrarei para que fixe. Adolphe Quetelet foi matemático e estatís- 2 BECCARIA, Cesare Bonesana, Marches di, Dos delitos e das penas. São Paulo: Martin Claret, 2014, p. 21-24. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 11 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras tico belga, e é considerado ou um precursor ou um marco da Criminologia com sua obra Ensaio de Física Social, de 1835. Por meio dos números, Quetelet buscava a regularidades dos fenômenos criminais. Para ele, os delinquentes se limitavam a executar fatos preparados pela sociedade. É possível representar o fenômeno cri- minal em uma função matemática que depende dos estados econômicos e sociais do momento, sendo indispensável lançar mão da estatística para estudar o crime. Quetelet já falava da existência de uma relação invariável entre os delitos conhe- cidos e julgados e os delitos desconhecidos. Assim, nascia a ideia de cifra negra, termo que só foi cunhado posteriormente. Quetelet é considerado uma ponte entre os pensadores clássicos e os positivistas 4.2. Criminologia Positivista Vou relembrar aqui, para você, algumas ideias que estudamos na primeira aula. A Criminologia tem como objeto o crime, o criminoso, a vítima e o controle so- cial. A Criminologia passa a estudar o delinquente a partir da segunda metade do século XIX, com o advento da Filosofia positivista. Opondo-se ao racionalismo dedutivo dos clássicos, os positivistas defendem a observação dos fenômenos criminais, com primazia para a experiência sensitiva humana. A ideia era aplicar, nas ciências humanas, métodos oriundos das ciências naturais. Como não era possível realizar essa aplicação em relação às normas, co- meça-se a estudar o próprio delinquente. Muitos autores identificam que aí nasce, verdadeiramente, a Criminologia como ciência. Afinal, é nesse momento que come- ça a se valer do método indutivo, empírico e multidisciplinar. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 12 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras Para os positivistas, o livre-arbítrio era uma ilusão. O delinquente era escravo do determinismo biológico ou do determinismo social. No determinismo biológico, acredita-se que diferenças genéticas entre os indivíduos os tornam mais propensos ao crime. São doenças, patologias que levam o indivíduo a se tornar um delinquen- te. No determinismo social, são as características do ambiente social que levam um indivíduo ao crime. Em ambos os casos, não há espaço para a escolha do indivíduo. E em ambos os casos, há muito interesse pelo estudo da etiologia do delito. Ou seja, com o positivismo a Criminologia passa a tentar entender a razão pela qual uma pessoa comete um crime. É típica do pensamento clássico a adoção de penas proporcionais ao mal causa- do. A pena, para os clássicos, é retribuição. É característica do pensamento posi- tivista a adoção de medidas de segurança com finalidade curativa, pelo tempo em que persistisse a patologia. A medida de segurança é uma medida de defesa social contra o criminoso, que será sempre psicologicamente anormal. Os principais autores positivistas são: • Cesare Lombroso, antropólogo italiano, com sua obra O homem delinquente, de 1876. Para a maioria dos autores, é com Lombroso que a Criminologia pode passar a ser considerada uma ciência. Ele utilizou algumas ideias de fisiono- mistas para tentar fazer um retrato do delinquente. Várias características cor- porais das pessoas eram analisadas, tais como estrutura do tórax, tamanho das mãos e das pernas, quantidade de cabelo, altura, peso, barba, rugas, tamanho da cabeça etc. A ideia era partir da observação da realidade para chegar a regras gerais sobre o comportamento delinquente. Tratou, então, de aplicar o método empírico e indutivo para analisar o fenômeno criminal. Para Lombroso, o crime era um fenômeno biológico, e não um ente jurídico: o de- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 13 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras linquente é um selvagem que já nasce criminoso por ser possuidor de algum tipo de epilepsia. Por isso, utiliza amplamente o conceito de criminoso nato. Os fatores ambientais, sociais, ou seja, exógenos, externos ao indivíduo, ape- nas têm o poder de desencadear os fatores clínicos, biológicos, endógenos. Há, portanto, forte negação do livre-arbítrio, já que o criminoso é um ser moralmente inferior, um louco moral, com evidências de atavismo. O ser atá- vico é aquele que reapresenta características que já estavam presentes em ascendentes distantes. Lombroso era, então, um evolucionista: ele entendia que algumas pessoas seriam dotadas de uma predisposição primitiva para a delinquência. Pessoas mais “evoluídas”, mais distantes de seus antecessores primitivos, não seriam criminosas por não serem possuídas dessas caracte- rísticas inatas que levavam ao crime. Lombroso emanou conceitos bastante preconceituosos sobre as mulheres, consideradas cruéis, mentirosas, fracas, tagarelas e indiscretas. As mulheres criminosas, para Lombroso, estavam in-timamente associadas à prostituição; • Enrico Ferri foi genro e sucessor de Lombroso. Em sua obra Sociologia crimi- nal, de 1900, defendia, assim como o sogro, que o livre-arbítrio era uma fic- ção, mas reconhecia a existência de fatores antropológicos, físicos e também sociais. Ele dizia que havia cinco categorias de criminosos: o nato, o louco, o habitual, o ocasional e o passional. O criminoso nato – conceito que retirou de Lombroso – era impulsivo e incorrigível, agindo de maneira desproporcional aos motivos da ação. O criminoso louco é levado ao crime por uma doença mental e pela atrofia da moral. O criminoso habitual é um delinquente urba- no, criado em um ambiente de miséria, que começa com leves faltas e incor- re numa escalada rumo aos crimes graves. O criminoso ocasional apresenta O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 14 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras menor periculosidade, maior possibilidade de ser readaptado socialmente e é condicionado por fatores ambientais, como provocação, necessidades, facili- dades, sem os quais a delinquência não ser verificaria. O criminoso passional, por fim, age impelido por alguma paixão pessoal, política ou social. Ferri, ao dar o devido peso aos fatores sociais, é considerado o pai da sociologia cri- minal; • Raffaele Garofalo, jurista italiano, em sua obra Criminologia, de 1885, dizia que o crime é a revelação de uma natureza degenerada. Entendia que temi- bilidade é a perversidade constante e ativa do delinquente e a quantidade do mal que se deve temer desse criminoso. Esse conceito foi importante para a proposta dos positivistas de aplicação de medida de segurança, espécie de sanção penal com finalidade curativa que, diferentemente da pena, não deve ter prazo, mas sim ser aplicada pelo tempo em que persista a patologia. A finalidade da medida de segurança, como o próprio nome já diz, é tratar o cri- minoso e proteger a sociedade. Garofalo defendia, ainda, a existência de um conceito de delito natural, ou seja, crimes que seriam considerados crimes em todos os tempos e locais, tais como o parricídio, o latrocínio e o homicídio por mera brutalidade. No Brasil, três autores são particularmente identificados como conectados às ideias da Escola Positivista Italiana: • Tobias Barreto, em seu livro Menores e loucos em direito criminal, de 1884, apesar de possuir uma concepção humanista, afirma que o direito de punir é consequência de uma fórmula científica, algébrica, de imposição da pena aos criminosos, que perturbam a ordem social. Tobias Barreto, assim como O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 15 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras Lombroso, tinha uma visão bastante preconceituosa da mulher, um ser que se deixava levar pelas paixões e que, quando apaixonada, era incapaz de pensar em qualquer outro assunto que não o amor; • Nina Rodrigues, em As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil, de 1894, criticou o ecletismo de Tobias Barreto e negou o livre-arbítrio invo- cando a heterogeneidade da cultura mental dos brasileiros. Com postulados que foram considerados racistas, Nina Rodrigues dizia que o negro era bri- guento, violento nas impulsões sociais e muito dado à embriaguez. Chegou a defender a existência de, pelo menos, quatro Códigos Penais no Brasil, que atendessem diversidades raciais e regionais; • Afrânio Peixoto, autor de Hygiene, de 1917, foi no Brasil o defensor da euge- nia (eu: boa; genus: geração). Defendia a importância da medicina eugênica preventiva para o trabalho policial: deviam ser investigados e resolvidos os problemas biológicos da gestação, para a produção de entes sadios, válidos. O positivismo, de maneira geral, foi crucial para a Criminologia. Construiu seu pensamento a partir da aglutinação de várias ciências. Abandonou-se a perspectiva fortemente centrada nos saberes jurídicos dos clássicos. Trouxe para o centro dos estudos a visão interdisciplinar e indutiva como métodos; e o delinquente como objeto. Como problemas comuns aos teóricos positivistas podem ser citados a pato- logização do fenômeno delitivo e a concepção do entorno social como mero fator desencadeante da criminalidade. Houve, ademais, um erro metodológico cometido pelos positivistas, que consistiu em analisar clinicamente pessoas que já haviam sido selecionadas pelo sistema sucessivo de freios que é o Direito Penal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 16 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras 4.3. Escolas Intermediárias As escolas intermediárias não apresentam novas teorias sobre a Criminalidade. Tentam compatibilizar o pensamento das Escolas Clássica e Positivista. Escola de Lyon Os franceses da Escola de Lyon são considerados precursores da Criminologia por alguns autores. É mais apropriado dizer que integram uma posição intermedi- ária entre clássicos e positivistas. Alexandre Lacassagne era um médico francês dos séculos XIX e XX que se opôs diretamente às ideias de Lombroso – grande expoente do positivismo sobre o qual falarei oportunamente. Ele defendia que há dois tipos de fatores que influenciam na escolha por praticar um crime: os fatores predisponentes (como os físicos) e os fatores determinantes (como os sociais, que são decisivos para a prática do crime). Usava de metáfora para ilustrar que a sociedade abriga em seu seio uma série de micróbios, que são os delinquentes, que não se desenvolvem se o meio não é ade- quado. Assim, para Lacassagne, cada sociedade tem o criminoso que merece. Se há mais desorganização social, há mais criminosos. Gabriel Tarde foi outro importante expoente da Escola de Lyon. Também se opôs às ideias de Lombroso. Para Tarde, são as causas sociais, e não as somáticas, que influenciam as diferentes taxas criminais. A escola do crime era a praça, a rua. Ele propugnava a existência de três leis da imitação: o indivíduo, em contato próximo com outros, imita-os na proporção direta do contato que mantêm entre si; o infe- rior imita o superior, os jovens imitam os mais velhos, os pobres imitam os ricos etc.; se duas modas se sobrepõem, a mais nova substitui a mais antiga. Assim, se há contato social deletério, haverá criminalidade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 17 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras Terza Scuola A Terza Scuola italiana realizou uma tentativa de harmonizar os postulados do positivismo com os dogmas clássicos. Seus principais representantes forasBer- nardino Alimena, Manuel Carnevale e Giovanni (João) Battista Impallomeni. Eles defendiam que o delito é produto de uma pluralidade muito complexa de fatores endógenos e exógenos. Postulavam a substituição da tipologia positivista por outra mais simplificada, que distinguia os delinquentes em ocasionais, habituais e anor- mais. Os autores da Terza Scuola dividiram os criminosos em imputáveis e inimputá- veis e defenderam uma postura eclética: a possibilidade de se usar tanto a pena, fundamentada na responsabilidade moral, quanto a medida de segurança, funda- mentada na temibilidade do delinquente, a depender das circunstâncias de cada caso. Escola de Marburgo Também conhecida como Jovem Escola Alemã de Política Criminal. Encabeça- da por Franz Von Liszt, estava desligada das disputas de escolas e defendia a ne- cessidade de investigações sociológicas e antropológicas. Em síntese, essa escola defendia: análise científica da realidade criminal, dirigida à busca das causas do crime (etiologia), em vez de contemplação filosófica ou jurídica; relativização do problema do livre-arbítrio, levando, assim como ocorreu na Terza Scuola, à com- patibilização das penas com as medidas de segurança; pena com função primária de defesa social, mas com a necessidade de se levar em consideração, também, a importância da prevenção especial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 18 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras Essa escola busca, portanto, um equilíbrio entre os sistemas clássico e positi- vista. Von Liszt, particularmente, defendia a ciência total do Direito Penal, da qual deveriam fazer parte o Direito, a Antropologia, a Psicologia, a Estatística. A ideia era conhecer as razões que levam alguém a cometer um crime para que se pudesse combater o fenômeno criminal de maneira apropriada. Se, como veremos nas próximas aulas, hoje são comuns as manifestações con- trárias às penas privativas de liberdade, muito se deve a essa Escola. As primeiras manifestações contrárias às penas privativas de liberdade de curta duração surgi- ram com o Programa de Marburgo de Von Liszt, em 1882, e a sua “ideia de fim no Direito Penal”, quando sustentou que “a pena justa é a pena necessária”. Escola de Defesa Social Representado pelo italiano Filippo Gramatica e pelo francês Marc Ancel, o movi- mento de defesa social é uma filosofia penal, uma política criminal. A ideia central reside em articular a defesa da sociedade mediante a ação coordenada do Direito Penal, da Criminologia e da Ciência Penitenciária, valendo-se de bases científicas e humanitárias ao mesmo tempo. A meta não é castigar o delinquente, mas proteger eficazmente a sociedade por meio de estratégias não penais. O Direito Penal não deve lutar contra o crime isoladamente. Deve dividir essa tarefa com outras disci- plinas. Essa Escola de Defesa Social considera que o castigo tem dupla finalidade: de- fender a sociedade do crime e ressocializar o criminoso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 19 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras RESUMO Precursores e Intermediários O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 20 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras Iluminismo Marcos Científicos da Criminologia Em 1764: Cesare Bonesana, jurista italiano conhecido como Marquês de Becca- ria, lança a obra Dos delitos e das penas, marco para o Direito Penal Clássico. Em 1835: Adolphe Quetelet lança a obra Ensaio de Física Social, base da Escola Cartográfica. Em 1859: Francesco Carrara, jurista italiano, lança o Programa de Direito Crimi- nal, filiando-se ao pensamento clássico. Em 1876: Cesare Lombroso, antropólogo italiano, lança a obra O homem delin- quente, marco para o positivismo criminológico. Em 1885: Raffaele Garofalo lança a obra Criminologia, outro marco para o po- sitivismo. Em 1900: Enrico Ferri lança sua obra Sociologia criminal, dando origem a uma linha positivista sociológica. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 21 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 22 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras Expoentes da Escola Clássica Marquês de Beccaria – Dos delitos e das penas, 1764. Valorização da digni- dade das pessoas. Humanização das penas. Francesco Carrara – Programa de Direito Criminal, 1859. Crime é um ente jurídico. As pessoas escolhem se comportar contrariamente à lei. A pena pretende restabelecer a ordem violada. Expoentes do Positivismo Cesare Lombroso – O homem delinquente, 1876. Análise de características corporais. Crime é fenômeno biológico. Criminoso possui epilepsia. Negação do livre-arbítrio. Utilização do conceito de criminoso nato. Visão preconceituosa da mulher. Enrico Ferri – Sociologia criminal, 1900. Livre-arbítrio é ficção. Fatores antro- pológicos, físicos e sociais determinam o delinquente, que pode ser nato, louco, habitual, ocasional e passional. Pai da sociologia criminal. Raffaele Garofalo – Criminologia, 1885. Crime é revelação da natureza dege- nerada. Conceito de temibilidade justifica a aplicação de Medidas de Segurança por prazo indeterminado. Conceito de crime natural. Escolas Intermediárias As escolas intermediárias são: • Escola de Lyon; • Terza Scuola; • Escola de Marburgo; • Escola de Defesa Social. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 23 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras QUESTÕES DE CONCURSO 1. (VUNESP/2014/PC/DELEGADO DE POLÍCIA) A obra O homem delinquente, pu- blicada em 1876, foi escrita por a) Cesare Lombroso. b) Enrico Ferri. c) Rafael Garófalo. d) Cesare Bonesana. e) Adolphe Quetelet. 2. (FCC/2017/DPE/DEFENSOR PÚBLICO) Sobre a Criminologia positivista: a) Ficou consagrada nos Estados Unidos com a obra DelinquentBoys, de Albert Cohen. b) Foi a primeira manifestação de ruptura com a Criminologia do consenso do Ilu- minismo. c) A despeito da metodologia correta, os resultados de Lombroso não foram cor- retos. d) Sua recepção no Brasil teve ressonância principalmente nos estudos das tribos indígenas e suas relações criminosas. e) No Brasil seu desenvolvimento reforçou cientificamente o racismo. 3. (VUNESP/2018/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA) As vítimas podem ser clas- sificadas da seguinte maneira: vítima completamente inocente ou vítima ideal; vítima de culpabilidade menor ou por ignorância; vítima voluntária ou tão culpada quanto o infrator; vítima mais culpada que o infrator e vítima unicamente culpada. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 24 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras No estudo da vitimologia, essa classificação é atribuída a a) Benjamin Mendelsohn. b) Enrico Ferri. c) Cesare Bonesana. d) Cesare Lombroso. e) Raffaele Garofalo. 4. (FUMARC/2018/PC-MG/DELEGADO DE POLÍCIA) Sobre o método, o objeto e as funções da Criminologia, considera-se: I – A luta das escolas (positivismo versus classicismo) pode ser traduzida como um enfrentamento entre adeptos de métodos distintos; de um lado, os par- tidários do método abstrato, formal e dedutivo (os clássicos) e, de outro, os que propugnavam o método empírico e indutivo (os positivistas). II – Uma das características que mais se destaca na moderna Criminologia é a progressiva ampliação e problematização do seu objeto. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 25 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras III – A Criminologia, como ciência, não pode trazer um saber absoluto e definitivo sobre o problema criminal, senão um saber relativo, limitado, provisional a respeito dele, pois, com o tempo e o progresso, as teorias se superam. Estão CORRETAS as assertivas indicadas em: a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) I, II e III. d) II e III, apenas. 5. (FUMARC/2018/PC-MG/DELEGADO DE POLÍCIA) Numere as seguintes asserti- vas de acordo com a ideia de Criminologia que representam, utilizando (1) para a Criminologia positivista e (2) para a escola liberal clássica do Direito Penal. �( )� Assumia uma concepção patológica da criminalidade. �( )� Considerava a criminalidade como um dado pré-constituído às definições le- gais de certos comportamentos e certos sujeitos. �( )� Não considerava o delinquente como um ser humano diferente dos outros. �( )� Objetivava uma política criminal baseada em princípios como os da humani- dade, legalidade e utilidade. �( )� Pretendia modificar o delinquente. A sequência que expressa a associação CORRETA, de cima para baixo, é: a) 1, 1, 2, 2, 1. b) 1, 2, 1, 2, 2. c) 2, 2, 1, 1, 1. d) 2, 1, 2, 2, 2. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 26 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras 6. (FUNDATEC/2018/DELEGADO DE POLÍCIA) A Criminologia é definida tradicio- nalmente como a ciência que estuda de forma empírica o delito, o delinquente, a vítima e os mecanismos de controle social. Os autores que fundaram a Criminologia (Positivista) são: a) Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Raffaele Garofalo. b) Franz Von Liszt, Edmund Mezger e Marquês de Beccaria. c) Marquês de Beccaria, Cesare Lombroso e Michel Foucault. d) Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Michel Foucault. e) Enrico Ferri, Michel Foucault e Nina Rodrigues. 7. (NUCEPE/2018/DELEGADO DE POLÍCIA) Sobre a Criminologia é CORRETO afirmar: a) o crime é um fenômeno social. b) estuda o crime, o criminoso, mas não a vítima. c) é uma ciência normativa e valorativa. d) o crime é um fenômeno filosófico. e) não tem por base a observação e a experiência. 8. (VUNESP/2017/DPE-RO/DEFENSOR PÚBLICO) Assinale a alternativa correta em relação aos estudos e contribuições de Lombroso para o desenvolvimento histórico da Criminologia. a) Fundadas nas demonstrações de Lombroso, todas as teorias criminológicas de- fendem que não se deve punir aqueles que cometem crimes em virtude do deter- minismo genético e biológico. b) As ideias desenvolvidas por Lombroso fundamentaram as bases da teoria do distanciamento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 27 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras c) Lombroso sustentava que era de suma importância estudar as circunstâncias do delito em detrimento do delinquente. d) Os estudos de Lombroso inserem-se no contexto de ideias que contrapõem o conceito de livre arbítrio. e) Os estudos desenvolvidos por Lombroso demonstram-se como um retrocesso às ideias e conceitos da Escola Clássica, motivo pelo qual não contribuíram para o desenvolvimento da Criminologia como ciência. 9. (FCC/2016/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO) Sobre a Escola Positivista da Crimino- logia, é correto afirmar: a) A Escola Positivista ainda não chega a considerar a concepção da pena como meio de defesa social, que é própria de escolas mais modernas da Criminologia. b) Sua recepção no Brasil recebeu contornos racistas, notadamente no trabalho antropológico de Nina Rodrigues. c) É uma escola criminológica ultrapassada e que já influenciou a legislação penal brasileira, mas que após a Constituição Federal de 1988 não conta mais com insti- tutos penais influenciados por esta corrente. d) Por ter enveredado pela sociologia criminal, Enrico Ferri não é considerado um autor da Escola Positivista, que possui viés médico e antropológico. e) O método positivista negava a importância da pesquisa empírica, que possivel- mente a levaria a resultados diversos daqueles encontrados pelos seus autores. 10. (CESPE/2016/PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA) Os objetos de investigação da Cri- minologia incluem o delito, o infrator, a vítima e o controle social. Acerca do delito e do delinquente, assinale a opção correta. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 28 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras a) Para a Criminologia positivista, infrator é mera vítima inocente do sistema eco- nômico; culpável é a sociedade capitalista. b) Para o marxismo, delinquente é o indivíduo pecador que optou pelo mal, embora pudesse escolher pela observância e pelo respeito àlei. c) Para os correcionalistas, criminoso é um ser inferior, incapaz de dirigir livremen- te os seus atos: ele necessita ser compreendido e direcionado, por meio de medi- das educativas. d) Para a Criminologia clássica, criminoso é um ser atávico, escravo de sua carga hereditária, nascido criminoso e prisioneiro de sua própria patologia. e) A Criminologia e o Direito Penal utilizam os mesmos elementos para conceituar crime: ação típica, ilícita e culpável. 11. (MPE-SC/2016/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) O italiano Cesare Lombroso, autor da obra “L’Uomo delinquente”, foi um dos precursores da Escola Clássica de Criminologia, a qual admitia a ideia de que o crime é um ente jurídico – infração – e não ação. 12. (VUNESP/2014/PC-SP/AUXILIAR DE NECROPSIA) Dos autores a seguir, o que pertenceu à Escola Positiva da Criminologia e foi chamado de “discípulo de Lom- broso” foi a) Enrico Ferri. b) Francesco Carrara. c) Giovanni Carmignani. d) James Wilson. e) Hans Gross. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 29 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras 13. (MPE-SC/2014/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Contrariamente ao classicis- mo, que não visualizou no criminoso nenhuma anormalidade - e dele não se ocu- pou - o positivismo reconduziu-o para o centro de suas análises, apreendendo nele estigmas decisivos da criminalidade. 14. (VUNESP/2014/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA) Dentre as escolas penais a se- guir, aquela na qual se pretendeu inicialmente aplicar ao Direito Penal os mesmos métodos de observação e investigação que se utilizavam em outras ciências natu- rais é a a) Clássica. b) Técnico-Jurídica. c) Correcionalista. d) Positivista. e) Moderna. 15. (VUNESP/2014/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA) A escola criminológica que surgiu no século XIX, tendo, entre seus principais autores, Raffaele Garofalo, e que pode ser dividida em três fases (antropológica, sociológica e jurídica) é a: a) Escola Positiva. b) Terza Scuola Italiana. c) Escola de Política Criminal ou Moderna Alemã. d) Escola Clássica. e) Escola de Lyon. 16. (CESPE/2013/DPF/DELEGADO) O surgimento das teorias sociológicas em Cri- minologia marca o fim da pesquisa etiológica, própria da escola ou do modelo po- sitivista. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 30 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras 17. (VUNESP/2013/PC-SP/PAPILOSCOPISTA POLICIAL) Este autor foi o criador da chamada “sociologia criminal”. Para ele, a criminalidade derivava de fenômenos antropológicos, físicos e culturais. Trata-se de a) Francesco Carrara. b) Cesare Lombroso. c) Rafael Garófalo. d) Enrico Ferri. e) Franz von Lizst. 18. (MPE-SC/2012/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/ADAPTADA) A Escola de Polí- tica Criminal ou Escola Sociológica Alemã reúne entre os seus postulados a distin- ção entre imputáveis e inimputáveis – prevendo pena para os “normais” e medida de segurança para os “perigosos” – e a eliminação ou substituição das penas priva- tivas de liberdade de curta duração. 19. (MPE-SC/2012/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/ADAPTADA) Entre os princí- pios fundamentais da Escola de Chicago, liderada por Marc Ancel, encontra-se a afirmação de que o crime é um ente jurídico, o fundamento da punibilidade é o livre-arbítrio, a pena é uma retribuição ao mal injusto causado pelo crime e nenhu- ma conduta pode ser punida sem prévia cominação legal. 20. (PC-SP/2010/PC-SP/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) A Escola Clássica tem em Garófa- lo um dos seus precursores. a) baseia-se no método empírico-indutivo. b) crê no livre arbítrio. c) surge na etapa científica da Criminologia. d) criou a figura do criminoso nato. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 31 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras 21. (QUESTÃO INÉDITA) Giovanni Della Porta e Lavater estudaram a aparência externa do indivíduo para deduzir seus caracteres psíquicos. 22. (QUESTÃO INÉDITA) Philippe Pinel defendia o tratamento humanitário de do- enças mentais e foi um dos principais representantes da Escola de Lyon. 23. (QUESTÃO INÉDITA) Tobias Barreto se revelou um grande defensor dos direi- tos das mulheres no Brasil. 24. (QUESTÃO INÉDITA) Franceso Carrara, um dos representantes da Escola Clás- sica do Direito Penal, defendia o livre-arbítrio e postulava que a pena pretendia restabelecer a ordem violada. 25. (QUESTÃO INÉDITA) Bonesana, Lombroso e Garofalo pertencem à mesma es- cola criminológica. 26. (QUESTÃO INÉDITA) A eugenia de Afrânio Peixoto pode ser considerada uma decorrência dos estudos positivistas. 27. (QUESTÃO INÉDITA) Uma das principais diferenças entre as escolas clássica e positivista reside no método. Enquanto os clássicos são eminentemente empíricos, os positivistas se valem do método indutivo. 28. (QUESTÃO INÉDITA) Para os positivistas, o delinquente era escravo do deter- minismo biológico, enquanto para os clássicos ele era escravo do determinismo social. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 32 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras 29. (QUESTÃO INÉDITA) Garofalo foi um jurista positivista que defendeu a aplica- ção de medida de segurança com finalidade curativa. 30. (QUESTÃO INÉDITA) Tanto a Terza Scuola como a Escola de Marburgo pos- suem, entre seus postulados, a possibilidade de coexistência da pena e da medida de segurança num mesmo ordenamento jurídico. 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C O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 34 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras GABARITO COMENTADO 1. (VUNESP/2014/PC/DELEGADO DE POLÍCIA)A obra O homem delinquente, pu- blicada em 1876, foi escrita por a) Cesare Lombroso. b) Enrico Ferri. c) Rafael Garófalo. d) Cesare Bonesana. e) Adolphe Quetelet. Letra a. Os autores debatem sobre qual o marco inicial da Criminologia como ciência. Para a grande maioria dos estudiosos, a Criminologia moderna nasce com Cesare Lom- broso, que escreveu O homem delinquente, em 1876. 2. (FCC/2017/DPE/DEFENSOR PÚBLICO) Sobre a Criminologia positivista: a) Ficou consagrada nos Estados Unidos com a obra Delinquent Boys, de Albert Cohen. b) Foi a primeira manifestação de ruptura com a Criminologia do consenso do Ilu- minismo. c) A despeito da metodologia correta, os resultados de Lombroso não foram cor- retos. d) Sua recepção no Brasil teve ressonância principalmente nos estudos das tribos indígenas e suas relações criminosas. e) No Brasil seu desenvolvimento reforçou cientificamente o racismo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 35 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras Letra e. Um dos principais autores de cunho positivista no Brasil foi Nina Rodrigues. Em As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil, de 1894, negou o livre-arbítrio invocando a heterogeneidade da cultura mental dos brasileiros. Com postulados que foram considerados racistas, Nina Rodrigues dizia que o negro era briguento, violento nas impulsões sociais e muito dado à embriaguez. Chegou a defender a existência de, pelo menos, quatro Códigos Penais no Brasil, que atendessem diver- sidades raciais e regionais. 3. (VUNESP/2018/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA) As vítimas podem ser clas- sificadas da seguinte maneira: vítima completamente inocente ou vítima ideal; vítima de culpabilidade menor ou por ignorância; vítima voluntária ou tão culpada quanto o infrator; vítima mais culpada que o infrator e vítima unicamente culpada. No estudo da vitimologia, essa classificação é atribuída a a) Benjamin Mendelsohn. b) Enrico Ferri. c) Cesare Bonesana. d) Cesare Lombroso. e) Raffaele Garofalo. Letra a. Os autores mencionados nas letras “b”, “d” e “e” são positivistas, preocupados com o delinquente, e não com a vítima. E o autor da letra “c” filia-se à Escola Clássica, que dava enfoque ao crime e à pena, e não à vítima. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 36 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras 4. (FUMARC/2018/PC-MG/DELEGADO DE POLÍCIA) Sobre o método, o objeto e as funções da Criminologia, considera-se: I – A luta das escolas (positivismo versus classicismo) pode ser traduzida como um enfrentamento entre adeptos de métodos distintos; de um lado, os par- tidários do método abstrato, formal e dedutivo (os clássicos) e, de outro, os que propugnavam o método empírico e indutivo (os positivistas). II – Uma das características que mais se destaca na moderna Criminologia é a progressiva ampliação e problematização do seu objeto. III – A Criminologia, como ciência, não pode trazer um saber absoluto e definitivo sobre o problema criminal, senão um saber relativo, limitado, provisional a respeito dele, pois, com o tempo e o progresso, as teorias se superam. Estão CORRETAS as assertivas indicadas em: a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) I, II e III. d) II e III, apenas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 37 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras Letra c. I – Certo. A assertiva apresenta corretamente as principais diferenças entre clás- sicos e positivistas. II – Certo. A Criminologia começa estudando o crime, passa, em seguida, a ana- lisar o criminoso, e depois inclui a vítima e os mecanismos de controle social entre seus objetos. O objeto tem sido aumentado, portanto. III – Certo. A assertiva recorda que a Criminologia é uma ciência humana, sujeita a alterações e superações, e não uma ciência exata e definitiva. 5. (FUMARC/2018/PC-MG/DELEGADO DE POLÍCIA) Numere as seguintes asserti- vas de acordo com a ideia de Criminologia que representam, utilizando (1) para a Criminologia positivista e (2) para a escola liberal clássica do Direito Penal. �( )� Assumia uma concepção patológica da criminalidade. �( )� Considerava a criminalidade como um dado pré-constituído às definições le- gais de certos comportamentos e certos sujeitos. �( )� Não considerava o delinquente como um ser humano diferente dos outros. �( )� Objetivava uma política criminal baseada em princípios como os da humani- dade, legalidade e utilidade. �( )� Pretendia modificar o delinquente. A sequência que expressa a associação CORRETA, de cima para baixo, é: a) 1, 1, 2, 2, 1. b) 1, 2, 1, 2, 2. c) 2, 2, 1, 1, 1. d) 2, 1, 2, 2, 2. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 38 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras Letra a. O positivismo entendia que o criminoso era um doente e, portanto, pretendia curá- -lo. Alguns autores positivistas, como é o caso de Garofalo, defendiam a existência do delito natural: condutas que seriam consideradas crimes em qualquer tempo e lugar por sua brutalidade. Essa criminalidade prescindiria, portanto, de definições legais. Já a Escola Clássica entendia que os seres humanos são dotados de igualdade e que devem ser respeitados princípios de humanidade, legalidade e utilidade. 6. (FUNDATEC/2018/DELEGADO DE POLÍCIA) A Criminologia é definida tradicio- nalmente como a ciência que estuda de forma empírica o delito, o delinquente, a vítima e os mecanismos de controle social. Os autores que fundaram a Criminologia (Positivista) são: a) Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Raffaele Garofalo. b) Franz Von Liszt, Edmund Mezger e Marquês de Beccaria. c) Marquês de Beccaria, Cesare Lombroso e Michel Foucault. d) Cesare Lombroso, Enrico Ferri e Michel Foucault. e) Enrico Ferri, Michel Foucault e Nina Rodrigues. Letra a. Lombroso, Ferri e Garofalo são os principais nomes e os fundadores do positivismo italiano. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 39 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras 7. (NUCEPE/2018/DELEGADO DE POLÍCIA) Sobre a Criminologia é CORRETO afir- mar: a) o crime é um fenômeno social. b) estuda o crime, o criminoso, mas não a vítima. c) é uma ciêncianormativa e valorativa. d) o crime é um fenômeno filosófico. e) não tem por base a observação e a experiência. Letra a. O crime é um fenômeno social, pois afeta os membros da sociedade e é desenca- deado em função de fatores dessa exata sociedade. A Criminologia estuda a vítima e não é uma ciência normativa ou valorativa: olha para o fenômeno criminal sem realizar juízos de valores. O crime não é, para a Criminologia, um fenômeno filo- sófico, mas sim um fenômeno real, verificável pela observação com os sentidos comuns das pessoas. 8. (VUNESP/2017/DPE-RO/DEFENSOR PÚBLICO) Assinale a alternativa correta em relação aos estudos e contribuições de Lombroso para o desenvolvimento histórico da Criminologia. a) Fundadas nas demonstrações de Lombroso, todas as teorias criminológicas de- fendem que não se deve punir aqueles que cometem crimes em virtude do deter- minismo genético e biológico. b) As ideias desenvolvidas por Lombroso fundamentaram as bases da teoria do distanciamento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 40 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras c) Lombroso sustentava que era de suma importância estudar as circunstâncias do delito em detrimento do delinquente. d) Os estudos de Lombroso inserem-se no contexto de ideias que contrapõem o conceito de livre arbítrio. e) Os estudos desenvolvidos por Lombroso demonstram-se como um retrocesso às ideias e conceitos da Escola Clássica, motivo pelo qual não contribuíram para o desenvolvimento da Criminologia como ciência. Letra d. Lombroso, assim como seus colegas positivistas, desenvolveram teorias que consi- deravam o livre-arbítrio uma ficção. Os positivistas reconheciam o determinismo, mas não por isso defendiam que não devesse haver punição. Para Lombroso, o estudo do corpo do delinquente era fun- damental para entender o crime. Os estudos de Lombroso e dos positivistas trou- xeram, para a Criminologia, métodos e objetos que puderam consolidá-la como ciência. Não há, na Criminologia, referências à teoria do distanciamento. 9. (FCC/2016/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO) Sobre a Escola Positivista da Crimino- logia, é correto afirmar: a) A Escola Positivista ainda não chega a considerar a concepção da pena como meio de defesa social, que é própria de escolas mais modernas da Criminologia. b) Sua recepção no Brasil recebeu contornos racistas, notadamente no trabalho antropológico de Nina Rodrigues. c) É uma escola criminológica ultrapassada e que já influenciou a legislação penal brasileira, mas que após a Constituição Federal de 1988 não conta mais com insti- tutos penais influenciados por esta corrente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 41 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras d) Por ter enveredado pela sociologia criminal, Enrico Ferri não é considerado um autor da Escola Positivista, que possui viés médico e antropológico. e) O método positivista negava a importância da pesquisa empírica, que possivel- mente a levaria a resultados diversos daqueles encontrados pelos seus autores. Letra b. Nina Rodrigues, em As raças humanas e a responsabilidade penal no Brasil, de 1894, negou o livre-arbítrio invocando a heterogeneidade da cultura mental dos brasileiros. Com postulados que foram considerados racistas, Nina Rodrigues dizia que o negro era briguento, violento nas impulsões sociais e muito dado à embria- guez. Para os positivistas, a pena podia ser vista como um meio de defesa social, ou seja, ela seria utilizada para defender a sociedade dos doentes criminosos. O instituto penal da medida de segurança pode ser, nos dias de hoje, considerado uma decorrência dos postulados positivistas. Feri é, ao lado de Garofalo e Lombroso, expoente da Criminologia, ainda que tenha enveredado pela sociologia criminal. O positivismo foi a escola responsável por trazer a pesquisa empírica para o método da Criminologia. 10. (CESPE/2016/PC-PE/DELEGADO DE POLÍCIA) Os objetos de investigação da Criminologia incluem o delito, o infrator, a vítima e o controle social. Acerca do de- lito e do delinquente, assinale a opção correta. a) Para a Criminologia positivista, infrator é mera vítima inocente do sistema eco- nômico; culpável é a sociedade capitalista. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 42 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras b) Para o marxismo, delinquente é o indivíduo pecador que optou pelo mal, embora pudesse escolher pela observância e pelo respeito à lei. c) Para os correcionalistas, criminoso é um ser inferior, incapaz de dirigir livremen- te os seus atos: ele necessita ser compreendido e direcionado, por meio de medi- das educativas. d) Para a Criminologia clássica, criminoso é um ser atávico, escravo de sua carga hereditária, nascido criminoso e prisioneiro de sua própria patologia. e) A Criminologia e o Direito Penal utilizam os mesmos elementos para conceituar crime: ação típica, ilícita e culpável. Letra c. Os correcionalistas veem o criminoso como um ser inferior, incapaz de dirigir livre- mente os seus atos, e que necessita ser compreendido e direcionado, por meio de medidas educativas. Para o marxismo, o infrator é mera vítima inocente do sistema econômico, e culpá- vel é a sociedade capitalista. Para a Criminologia positivista, o criminoso é um ser atávico, escravo de sua carga hereditária, nascido criminoso e prisioneiro de sua própria patologia. Para a Criminologia clássica, delinquente é o indivíduo pecador que optou pelo mal, embora pudesse escolher pela observância e pelo respeito à Lei. Ação típica, ilícita e culpável são elementos do crime para o Direito Penal, mas não para a Criminologia. Incidência aflitiva e massiva, persistência espaço-temporal e inequívoco consenso da população sobre a necessidade e efetividade de tipificar a conduta são elemen- tos que definem um crime para a Criminologia. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 43 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras 11. (MPE-SC/2016/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) O italiano Cesare Lombroso, autor da obra “L’Uomo delinquente”, foi um dos precursores da Escola Clássica de Criminologia, a qual admitia a ideia de que o crime é um ente jurídico – infração – e não ação. Errado. Lombroso foi um dos precursores do positivismo e não da Escola Clássica. 12. (VUNESP/2014/PC-SP/AUXILIAR DE NECROPSIA) Dos autores a seguir, o que pertenceu à Escola Positiva da Criminologia e foi chamado de “discípulo de Lom- broso” foi a) Enrico Ferri. b) Francesco Carrara. c)Giovanni Carmignani. d) James Wilson. e) Hans Gross. Letra a. Enrico Ferri foi genro e sucessor de Lombroso. Em sua obra Sociologia criminal, de 1900, defendia, assim como o sogro, que o livre-arbítrio era uma ficção, mas reco- nhecia a existência de fatores antropológicos, físicos e também sociais. 13. (MPE-SC/2014/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Contrariamente ao classicis- mo, que não visualizou no criminoso nenhuma anormalidade - e dele não se ocu- pou - o positivismo reconduziu-o para o centro de suas análises, apreendendo nele estigmas decisivos da criminalidade. 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(VUNESP/2014/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA) Dentre as escolas penais a se- guir, aquela na qual se pretendeu inicialmente aplicar ao Direito Penal os mesmos métodos de observação e investigação que se utilizavam em outras ciências natu- rais é a a) Clássica. b) Técnico-Jurídica. c) Correcionalista. d) Positivista. e) Moderna. Letra d. A Escola Positivista trouxe, para o estudo do Direito Penal, o método científico em- pírico, indutivo e multidisciplinar, fundando a Criminologia como ciência autônoma. 15. (VUNESP/2014/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA) A escola criminológica que surgiu no século XIX, tendo, entre seus principais autores, Raffaele Garofalo, e que pode ser dividida em três fases (antropológica, sociológica e jurídica) é a: a) Escola Positiva. b) Terza Scuola Italiana. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 45 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras c) Escola de Política Criminal ou Moderna Alemã. d) Escola Clássica. e) Escola de Lyon. Letra a. Raffaele Garofalo pertence ao positivismo, que pode ser dividido em fase antropo- lógica, de Lombroso; fase sociológica, de Ferri; e fase jurídica, de Garofalo. 16. (CESPE/2013/DPF/DELEGADO) O surgimento das teorias sociológicas em Cri- minologia marca o fim da pesquisa etiológica, própria da escola ou do modelo po- sitivista. Errado. As teorias sociológicas começam a surgir no seio da Escola Positivista, com Enrico Ferri. Não implicam o fim da pesquisa sobre as causas do crime (etiologia). Ao con- trário, surgem exatamente para dar resposta às investigações etiológicas. 17. (VUNESP/2013/PC-SP/PAPILOSCOPISTA POLICIAL) Este autor foi o criador da chamada “sociologia criminal”. Para ele, a criminalidade derivava de fenômenos antropológicos, físicos e culturais. Trata-se de a) Francesco Carrara. b) Cesare Lombroso. c) Rafael Garófalo. d) Enrico Ferri. e) Franz von Lizst. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 46 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras Letra d. Enrico Ferri foi genro e sucessor de Lombroso. Em sua obra Sociologia criminal, de 1900, defendia, assim como o sogro, que o livre-arbítrio era uma ficção, mas reconhecia a existência de fatores antropológicos, físicos e também sociais. Ferri, ao dar o devido peso aos fatores sociais, é considerado o pai da sociologia criminal. 18. (MPE-SC/2012/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/ADAPTADA) A Escola de Polí- tica Criminal ou Escola Sociológica Alemã reúne entre os seus postulados a distin- ção entre imputáveis e inimputáveis – prevendo pena para os “normais” e medida de segurança para os “perigosos” – e a eliminação ou substituição das penas priva- tivas de liberdade de curta duração. Certo. A Escola de Política Criminal previa a possibilidade de penas conviverem com medi- das de segurança no ordenamento jurídico. O Programa de Marburgo de Von Liszt, mais especificamente, defendia o fim das penas privativas de liberdade de curta duração. 19. (MPE-SC/2012/MPE-SC/PROMOTOR DE JUSTIÇA/ADAPTADA) Entre os princí- pios fundamentais da Escola de Chicago, liderada por Marc Ancel, encontra-se a afirmação de que o crime é um ente jurídico, o fundamento da punibilidade é o livre-arbítrio, a pena é uma retribuição ao mal injusto causado pelo crime e nenhu- ma conduta pode ser punida sem prévia cominação legal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para NILCILENE ZUNINO SOARES - 03278927907, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. http://www.grancursosonline.com.br http://www.grancursosonline.com.br 47 de 50www.grancursosonline.com.br CRIMINOLOGIA Fundamentos Históricos e Filosóficos da Criminologia Prof.ª Mariana Barreiras Errado. Os princípios que estão enumerados são típicos da Escola Clássica do Direito Penal e não da Escola de Chicago. Marc Ancel, por sua vez, é representante da Escola de Defesa Social. 20. (PC-SP/2010/PC-SP/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) A Escola Clássica tem em Garófa- lo um dos seus precursores. a) baseia-se no método empírico-indutivo. b) crê no livre arbítrio. c) surge na etapa científica da Criminologia. d) criou a figura do criminoso nato. Letra c. A Escola Clássica acredita que o indivíduo pode tomar decisões racionais relativas ao cometimento de crimes. As demais alternativas referem-se ao positivismo criminológico. 21. (QUESTÃO INÉDITA) Giovanni Della Porta e Lavater estudaram a aparência externa do indivíduo para deduzir seus caracteres psíquicos. Certo. Giovanni Della Porta sustentou, nos séculos XVI e XVII, a perfeita correspondência entre os aspectos interiores e a forma externa de uma pessoa. Johann Lavater, no século XVIII, estudou crânios e defendeu que o temperamento da pessoa pode ser lido pelos contornos da face e que o delinquente tem maldade natural. 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Tobias Barreto, assim como Lombroso, tinha uma
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