Aula 03 -a-moderna-criminologia-cientifica

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CRIMINOLOGIA
A Moderna Criminologia Científica
Livro Eletrônico
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CRIMINOLOGIA
A Moderna Criminologia Científica
Prof.ª Mariana Barreiras
SUMÁRIO
Criminologia ..............................................................................................4
1. A Moderna Criminologia Científica: Modelos Teóricos Explicativos do 
Comportamento Criminal .............................................................................4
Modelo da Opção Racional ...........................................................................4
Modelo Positivista .......................................................................................4
Modelo da Reação Social .............................................................................5
Enfoque Dinâmico .......................................................................................5
2. Modelo da Opção Racional ........................................................................5
3. Biologia Criminal .....................................................................................7
4. Psicologia Criminal ................................................................................10
5. Sociologia Criminal ...............................................................................13
Resumo ...................................................................................................18
Questões de Concurso ...............................................................................21
Gabarito ..................................................................................................27
Gabarito Comentado .................................................................................28
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1. A Moderna Criminologia Científica: Modelos Teóricos Explica-
tivos do Comportamento Criminal
Depois do embate entre clássicos e positivistas, outros modelos teóricos se de-
finiram. Os modelos criminológicos podem ser agrupados em quatro grupos:
• modelo da opção racional;
• modelo positivista;
• modelo da reação social;
• enfoque dinâmico.
Modelo da Opção Racional
É o modelo dos clássicos e neoclássicos (autores modernos que recuperam as 
ideias dos clássicos). Entendem que o crime é fruto de uma decisão racional e livre 
do infrator. Não se preocupam tanto com a etiologia, mas sim com a existência de 
penas justas e úteis. Acreditam que o delinquente e o não delinquente não são es-
sencialmente diferentes.
Modelo Positivista
Atribui o comportamento criminal a fatores biológicos, psicológicos ou sociais 
de que o criminoso não consegue se livrar. É o modelo das escolas deterministas. 
Veremos algumas escolas com esse enfoque etiológico ainda nesta aula.
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Modelo da Reação Social
Entende que o importante não é compreender a razão pela qual alguém comete 
um crime, mas sim quais são os mecanismos que fazem com que certas pessoas 
sejam etiquetadas como criminosas pelas instâncias de controle social formal. Tam-
bém é conhecido como modelo do etiquetamento.
Enfoque Dinâmico
São correntes que explicam o delito segundo um enfoque dinâmico, consideran-
do que as pessoas passam por processos evolutivos e que a gênese dos comporta-
mentos criminosos só pode ser encontrada se essa evolução é analisada, ou seja, 
não basta analisar um aspecto específico do delinquente, um momento específico 
de sua vida.
Analisaremos mais detidamente esses modelos pouco a pouco.
2. Modelo da Opção Racional
O modelo da opção racional enfoca no momento presente do autor do crime. 
Ele enxerga o ser humano como alguém livre e racional, que toma decisões a todo 
tempo. Parte da ideia de contrato social e da existência de uma visão consensual da 
sociedade, ou seja, do pressuposto de que as pessoas que juntaram e, de comum 
acordo, resolveram viver em grupos sociais. O ser humano se comporta de maneira 
criminal depois de fazer uma conta de custos e benefícios.
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Em linhas gerais, considera-se que há três suborientações criminológicas no 
modelo de opção racional:
• Teoria da opção racional como opção econômica (economic choice): fruto da 
grande influência da economia nas ciências sociais, essa teoria entende que 
nada distingue o ser humano delinquente do não delinquente do ponto de 
vista da racionalidade de seu comportamento. O criminoso avalia o lucro que 
pode obter, qual a potencial duração de uma eventual pena privativa de liber-
dade, e em quanto os mecanismos de autoproteção empregados pelas víti-
mas em potencial do delito elevam os custos deste. Os teóricos desse modelo 
tentam também definir quanto os desempregos e desigualdades contribuem 
para a criminalidade. O castigo é um custo da atividade criminal que, sendo 
certo e severo, pode diminuir as taxas de delinquência. É uma teoria que, 
portanto, confia muito no efeito dissuasório da lei penal e nas instituições de 
controle social formal;
• Teoria das atividades rotineiras: também chamada de teoria das oportuni-
dades, entende que a racionalidade da opção delitiva está ligada às oportu-
nidades, às situações que vivencia o delinquente. Não basta um delinquente 
disposto para que o crime aconteça. É necessário também uma oportunidade 
propícia ou situação idônea, assim como a ausência de guardiões. O aumento 
das taxas de criminalidade estaria vinculado com a forma concreta de orga-
nização das atividades sociais da vida moderna: muitos deslocamentos; lares 
que ficam desprotegidos por muito tempo porque as pessoas trabalham mui-
to e longe; abundância de contatos interpessoais em espaços públicos massi-
ficados; numerosidade de objetos valiosos e de luxo; proliferação da vida no-
turna; debilidade progressiva do controle social informal. Assim, o aumento 
dos crimes guarda relação com a organização das atividades cotidianas lícitas 
da sociedade;
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• Teoria do meio ou entorno físico: também chamadas de teorias espaciais, 
conferem relevância ao espaço físico. Certos espaços físicos conferem faci-
lidades ao delinquente. Aqui se encaixam as teorias chamadas ecológicas, 
como a escola de Chicago. Pretende-se prevenir o delito por meio do desenho 
arquitetônico e urbanístico da cidade. Os teóricos defendem a adoção do de-
fensiblespace, um modelo para ambientes residenciais que inibe o delito por 
potencializar as relações sociais de vizinhança e possibilitar maior eficácia do 
controle social informal. Esse modelo arquitetônico dificultaria a execução de 
crimes também pela criação de barreiras e obstáculos, físicos ou simbólicos, 
que aumentariam o risco para o potencial infrator. A essa criação de barreiras 
que aumentariam o risco da atividade criminosa dá-se o nome de target har-
dening. Assim, seria necessário que os espaços das cidades contassem com 
iluminação apropriada, possibilidade de observação exterior dos espaços pú-
blicos, necessidade de identificação de estranhos e visitantes, etc. As teorias 
espaciais levam bastante em consideração os pontos quentes da criminalida-
de (lugares com maior incidência criminal e que merecem uma intervenção 
urbanística).
3. Biologia Criminal
As orientações biológicas são dotadas de alto grau de empirismo. Há uma busca 
constante e detalhada no corpo do criminoso. São teorias que partem do princípio 
de que o ser humano delinquente é diferente do não delinquente.
Dentro desse grupo de teorias, encontram-se:
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• Antropometria: considera que haveria uma suposta correlação entre determi-
nadas características corporais e a delinquência. Podemos citar, por exemplo, 
o sistema de Bertillon, conhecido por bertilonagem: trata-se de sistema de 
11 medidas corporais que, unidas às fotografias dos delinquentes, pretendia 
servir como instrumento para identificá-los, no marco da criminalística;
• Antropologia: parte da hipótese de existência de um tipo humano criminoso, 
que é inferior, degenerado, com carga hereditária;
• Biotipologia: é uma disciplina específica que versa sobre o tipo humano. Os 
seres humanos seriam classificados em tipos e a cada tipo físico ou corporal 
corresponderiam traços caracterológicos ou temperamentais próprios. Aí se 
incluem as chamadas teorias constitucionalistas, segundo as quais haveria 
uma correlação estatística entre determinadas características constitucionais 
e específicas manifestações delitivas;
• Neurofisiologia: procuraram, a partir da descoberta do eletroencefalograma, 
estabelecer uma correlação entre irregularidades ou disfunções criminais e a 
conduta humana;
• Teorias sobre o sistema nervoso autônomo ou sistema nervoso neurovege-
tativo: o funcionamento do sistema nervoso autônomo poderia predispor a 
pessoa a um comportamento antissocial ou delitivo. Essas teorias procuram 
demonstrar que o psicopata experimenta de outro modo, ou não experimen-
ta, a sensação de ansiedade quando antecipam mentalmente a possibilidade 
de punição por um ato;
• Endocrinologia criminal: são teorias que associam o comportamento delitivo 
com processos hormonais ou endócrinos patológicos. Diferem do pensamento 
lombrosiano por não acreditarem na necessidade de um caráter hereditário 
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dos transtornos glandulares; por considerarem viável a cura do criminoso 
mediante tratamento hormonal; e por entenderem que as doenças hormonais 
não causam diretamente, mas sim indiretamente, o crime: é o sentimento de 
anormalidade que provoca reações agressivas criminais;
• Sociobiologia e bioquímica: os fatores biológicos, ambientais e os processos 
de aprendizagem podem, dinamicamente, levar à criminalidade. A Sociobio-
logia rompe com a ideia de equipotencialidade, ou seja, a ideia de que todas 
as pessoas nascem com idêntica capacidade de aprendizagem e relações. 
Dentro desse grupo estão teorias sobre o impacto do déficit de minerais e vi-
taminas; da hipoglicemia; das alergias; das contaminantes ambientais (ex.: 
chumbo, mercúrio); dos fatores térmicos, acústicos, luminosos etc.;
A teoria sociobiológica de Jeffery atesta que a conduta humana deriva tanto de va-
riantes ambientais quanto de genéticas e que a aprendizagem é, aliás, um processo 
psicobiológico que inclui mudanças na estrutura bioquímica e celular do cérebro.
Código genético + ambiente = código cerebral + ambiente = conduta.
Jeffery tem viés prevencionista e defende que mais juízes, mais policiais, mais pri-
sões significam mais reclusos, mas não necessariamente menos delitos. Sua teoria 
defende uma intervenção agressiva e eficaz do infrator, com o controle ambiental 
de sua vida e com a modificação das condições biológicas (engenharia genética, 
dieta, medicamentos). Esse tratamento deve ser realizado, sobretudo, onde nasce 
a conduta criminal, isto é, fora do cárcere.
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• Genética criminal: partiu de avanços nos estudos genéticos para analisar 
quais fatores hereditários influenciam na conduta delitiva. Aí incluem-se es-
tudos sobre famílias com descendentes delinquentes; gêmeos; adoção; mal-
formações cromossômicas; fundamentos biopsicossociais da agressividade 
humana, etc. As teorias instintivistas entendem que a conduta agressiva do 
ser humano é um instinto inato. Já as teorias ambientalistas não veem a 
agressividade como um instinto primário, mas sim como algo adquirido, pro-
duto das influências do meio.
4. Psicologia Criminal
Os modelos de cunho psicológico explicam o comportamento criminal a partir 
de determinados processos psíquicos. Eles se valem da Psiquiatria, da Psicologia e 
da Psicanálise.
A Psiquiatria ou Psicopatologia delimita os conceitos de enfermidades mentais, 
tentando estabelecer a correlação entre doenças psíquicas e crimes. Nas concep-
ções primitivas, o delinquente era endemoniado, maldito, anormal. Depois, a teoria 
da loucura moral, ou insanity, propugnou a hereditariedade da enfermidade mental. 
Já o positivismo criminológico substituiu a teoria da loucura moral pela teoria da 
personalidade criminal, que acredita na existência de um conjunto de característi-
cas ou uma estrutura psicológica delitiva por si própria. Todas essas teorias têm em 
comum o fato de rechaçarem a normalidade do delito e acolherem a ideia de que 
o delinquente sofre algum tipo de enfermidade que o torna diferente das demais 
pessoas. A Psiquiatria estuda qual impacto têm na etiologia criminal as oligofrenias 
(retardamento mental); os delírios; as dependências de drogas e álcool; as esqui-
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zofrenias (perda de contato com a realidade e corte na continuidade biográfica dodoente); as paranoias; os transtornos de estado de ânimo e do humor; as neuroses 
(transtornos de ansiedade); os transtornos sexuais; os transtornos no controle dos 
impulsos; as psicopatias (doenças que levam a incapacidade de estabelecimento 
de lações de lealdade e que se manifestam com traços de egoísmo, impulsividade, 
ausência de sentimento de culpa).
A Psicologia estuda a estrutura, gênero e desenvolvimento da conduta criminal. 
Há quatro modelos fundamentais na Psicologia:
• Modelos biológico-condutuais ou de condicionamento do processo de sociali-
zação: o conductismo ou comportamentalismo deixa de analisar as motiva-
ções internas do indivíduo para buscar as bases do comportamento nas forças 
do meio. Os modelos biológicos-condutuais propugnam que o crime pode ser 
produto de uma inclinação hereditária somada com o não desenvolvimento 
(condicionamento) das reações morais e sociais. Enseck, por exemplo, é con-
siderado defensor da psicologia sem alma, contrária ao exame introspectivo 
do indivíduo. A ideia desses modelos é entender porque os delinquentes fra-
cassam na paralização eficaz das condutas socialmente proibidas que o resto 
das pessoas aprende a evitar;
• Modelos sociocondutuais ou de aprendizagem social: outra linha do conduc-
tismo, mas que tenta explicar como se aprende o comportamento criminoso. 
O crime se aprende e representa uma resposta normal a situações e expe-
riências vitais do indivíduo. Um dos principais nomes desse modelo é o de 
brandura;
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As bancas gostam de elaborar questões sobre a teoria da associação diferencial, 
sobre a qual falaremos na próxima aula. Esse modelo sociocondutual é o que mais 
se aproxima da teoria da associação diferencial.
• Teorias do desenvolvimento moral e do processo cognitivo: atribuem o com-
portamento delitivo a processos cognitivos, ao modo como o delinquente per-
cebe o mundo. As pessoas organizam convicções em torno de padrões e 
normas, e isso pode gerar condutas delitivas conforme sejam tais convicções;
• Modelos fatorialistas de traços ou variáveis da personalidade: tratam de iden-
tificar traços da personalidade relacionados com o comportamento delitivo, 
tais como extroversão, neurose, autocontrole, impulsividade, ansiedade etc.
A Psicanálise examina a estrutura psicodinâmica da personalidade: conflitos, 
frustrações, motivações e interpretações que o delinquente dá a seu ato. A Psica-
nálise conduz a um determinismo biológico em função da primazia que confere às 
forças do inconsciente. Confere-se muita importância ao instinto sexual, que tem 
implicações na personalidade das pessoas. Para a Psicanálise, há três instâncias 
mentais – ID, ego e superego – que devem andar equilibradas para a estabilidade 
mental do indivíduo. Os atos humanos, incluídos os delitos, são respostas que ex-
pressam o equilíbrio ou desequilíbrio dessas instâncias psíquicas, como, por exem-
plo, a fraqueza do superego, instância que cuida da interiorização de normas. O 
complexo de Édipo tem um poderoso efeito criminógeno, por gerar complexo de 
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culpa, cujo componente autopunitivo o leva ao delito. Segundo Freud, haveria dois 
instintos básicos nas pessoas: o da vida, ou eros, e o de morte, ou thanatos. As ra-
ízes do crime podem estar associadas à força destrutiva inata de thanatos. Todos os 
atos humanos possuem uma explicação que só pode ser revelada pela introspecção.
5. Sociologia Criminal
As teorias criminológicas têm adotado, cada vez mais, um enfoque sociológico. 
A Sociologia criminal entende que o crime é um fenômeno social causado por va-
riados fatores e que guarda relação com situações ordinárias da vida cotidiana. Há 
forte influência de fatores espaciais e ambientais na dinâmica criminal, sendo que 
as estruturas e conflitos sociais desempenham papel importante na delinquência 
urbana. O enfoque sociológico demonstra, também, como o crime não existe onto-
logicamente, isto é, por si próprio. O crime é definido e seus autores selecionados 
pelas próprias instâncias de controle social formal desenhadas para combater a 
delinquência.
Os enfoques sociológicos possuem em comum um forte caráter empírico, ou 
seja, analisam a realidade dos fatos criminais para entender porque ocorre o crime. 
Além disso, são enfoques bastante pragmáticos, preocupados em ter uma aplica-
ção concreta na sociedade analisada.
Nessa e na próxima aula veremos algumas correntes da Sociologia criminal. 
Vamos começar com duas.
Enfoques multifatoriais: para eles, a criminalidade nunca é resultado de um 
único fator, mas da ação combinada de muitas circunstâncias. O principal foco de 
estudo é a delinquência juvenil. São enfoques eminentemente empíricos, aos quais 
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faltam um marco teórico definido e propósitos generalizadores (razão pela qual vêm 
sendo abandonados). Como principal exemplo cita-se o estudo do casal Glueck de 
1950, chamado Unraveling Juvenile Delinquency. Os Glueck examinaram, com uma 
equipe multidisciplinar, cerca de mil jovens delinquentes e não delinquentes por 
mais de 10 anos e concluíram que os fatores mais relevantes para definir o prog-
nóstico de delinquência eram a vigilância do jovem pela mãe, a maior ou menor 
severidade com que ela o eduque e o clima de harmonia ou desavenças familiares.
Escola de Chicago: já falei dessa escola para você quando expliquei que foi a 
responsável por incluir as instâncias de controle social informal dentre os objetos 
da criminologia. A Escola de Chicago, igualmente com enfoque empírico e trans-
disciplinar, se propôs a discutir múltiplos aspectos da vida humana, todos relacio-
nados com a vida na cidade. Entre os anos 1920 e 1930, Robert Ezra Park, Ernest 
W. Burgess e seus alunos produziram mais de 20 obras sobre a ecologia urbana da 
cidade de Chicago, abordando problemas como falta de moradia, desorganização 
social, guetos, zonas residenciais ricas e pobres, distribuição de doentes mentais 
na cidade, entre outros. Em diversas dessas obras, os bairros de Chicago são divi-
didos e analisados de acordo com seus problemas sociais. Esses bairros ou áreas 
seriam analisados também a partir das possibilidades moralizadoras ou de controle 
social que geravam em seus habitantes. A cidade em geral permitia a confusão, a 
mobilidade e, portanto, o refúgio e a criação de personalidades conflitivas, como 
vagabundos, alcoólatras, prostitutas e delinquentes. Todos eles, porém, seriam re-
primidos e censurados em determinadas áreas morais, nas quais, em virtude desse 
controle social, não se verificariam conflitos sociais significativos.
A escola de Chicago sempre teve uma visão muito pragmática. Com a expansão 
e consolidaçãoda burguesia industrial e com o recebimento de grandes contingen-
tes de imigrantes, Chicago, assim como outras cidades estadunidenses, passaram 
por profundas mudanças em um curto espaço temporal.
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Também chamada de teoria da ecologia criminal ou teoria da desorganização 
social, a escola de Chicago se dispôs a analisar comportamentos sociais, seitas, 
grupos, multidões, opinião pública, criminalidade e outros fenômenos que ocor-
riam na cidade cuja população saltou de 4.470 pessoas em 1840 para mais de um 
milhão de habitantes em 1900. Grande parte da população era de imigrantes. A 
cidade crescia se expandindo em círculos concêntricos, do centro para a periferia. 
O anel mais central, chamado loop, era a zona central, comercial, com bancos, 
grandes lojas, a administração da cidade, estações etc. A segunda zona, chama-
da zona de transição, é uma zona de comércio que conecta o loop à terceira zona 
(residencial). A zona de transição, por estar constantemente sujeita à invasão do 
loop, era uma área com intensa mobilidade e degradação, com barulho, agitação, 
mau cheiro, bordéis e pensões, denominadas tenement houses, espécies de corti-
ços para os recém-chegados à cidade. A terceira zona abrigava moradores pobres 
e imigrantes de segunda geração. A quarta zona é a da chamada classe média. E a 
quinta zona é aquela habitada pelos altos-estratos da população. Esses moradores 
são chamados commuters: são pessoas que gastam muito tempo no transporte 
público para chegar às regiões centrais da cidade. Quanto mais próximas do loop, 
maior a degradação e as taxas de criminalidade dos bairros.
Não se deve, no entanto, entender que há um determinismo ecológico, ou seja: 
a pessoa cometerá crimes apenas por habitar uma região. O que ocorre é que o 
fato de estar localizado em uma área da cidade é um vetor criminógeno, ou seja, 
um fator que pode contribuir com a prática de um delito.
A escola de Chicago percebe que é mais apropriado falar em “cidades”, no plu-
ral, pois cada parte do Município tem sua cultura própria, sua dinâmica particular, 
com estatutos, usos, costumes. A cidade não é apenas um amontoado de pessoas, 
ruas, bairros. O complexo cultural determina o que é típico de cada cidade e mais, 
de cada parte da cidade.
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As formas de adaptação das pessoas à cidade fazem com que haja um processo 
de permanente interação. As interações são tantas que se fala em sobrecarga ou sa-
turação. E é comum, nas cidades, que haja anonimato: as pessoas têm mais liberda-
de de ação de modo que os freios de controle exercidos pelas instâncias de controle 
social se afrouxam. As pessoas, nas cidades, se distanciam, são seletivas em seus 
processos de aproximação, competem pelos escassos recursos da cidade, tudo isso 
resultando em uma postura individualista que tem impacto na criminalidade.
Dentro dos bairros, dos quarteirões, dos edifícios, as pessoas se aproximam 
por serem similares. Os vizinhos controlam, informalmente, as atividades uns dos 
outros, numa espécie de polícia natural. Nas chamadas “regiões morais”, um grupo 
de habitantes se identifica. Em cidades com muitos imigrantes, como era Chicago, 
havia áreas morais formadas por pessoas de uma mesma raça ou origem, que ali 
vivem ou convivem (pode ser um local de residência ou de encontro) de maneira 
segregada do restante da população. Há, por exemplo, regiões morais de pobres, 
viciados, desajustados, criminosos.
Como as cidades são dotadas de mobilidade, há grande fluidez de pessoas pelas 
regiões, o que tende e confundir e desmoralizar as pessoas, pois o controle social 
informal é tanto menor quanto mais a pessoa se distancie de suas raízes. A mo-
bilidade dificulta que a família, a vizinhança, a igreja ou os grupos comunitários 
imponham inibições a condutas de vício, promiscuidade e delinquência. Assim, a 
mobilidade está relacionada com criminalidade.
Os estudiosos de Chicago notaram que as taxas de doença mental estavam 
distribuídas diferencialmente por bairro da cidade. Os bairros mais pobres apre-
sentavam maiores taxas de criminalidade e maiores índices de distúrbios mentais. 
As precárias condições das famílias, a falta de intervenção estatal e as dificuldades 
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de adaptação decorrentes da imigração e do isolamento contribuíam enormemente 
para as altas taxas de insanidade mental.
A pessoa recém-chegada à cidade passa por um processo de desorganização 
social. Há um sentimento de perda pessoal, rejeição de regras sociais, perda de ra-
ízes. A desorganização social causa aumento de doenças, prostituição, insanidades, 
suicídios e crime.
As propostas de Escola de Chicago para equacionar a questão criminal passam, 
necessariamente, por alterar as condições econômicas e sociais das crianças, di-
minuindo as condições para as carreiras delinquentes. O enfoque da intervenção 
proposta pelos autores Clifford Shaw e Henry McKay no Chicago Area Project era 
a maximização do controle social informal (famílias, vizinhanças, igrejas, clubes, 
escolas). Deve haver macrointervenção na comunidade e reconstrução da solida-
riedade social. Os projetos devem ser feitos levando em consideração cada vizi-
nhança e devem incluir atividades recreativas, artesanais, culturais e melhorias nas 
condições sanitárias e de conversação predial de alguns bairros e edifícios.
Como definitiva contribuição, a Escola de Chicago utilizou largamente os social 
surveys, inquéritos sociais que consistem em interrogatório direto feito a um nú-
mero considerado de pessoas sobre itens criminologicamente relevantes. Trata-se 
de técnica empírica de observação da realidade até hoje utilizado largamente pela 
criminologia. Além disso, implicou toda a comunidade no enfrentamento do crime. 
Alargou o objeto de estudo da ciência, para nele incluir os mecanismos de controle 
social. Ademais, a Escola de Chicago propugnou uma intervenção preventiva e não 
repressiva.
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RESUMO
Modelos teóricos explicativos do comportamento criminal:
Modelo da opção racional:
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Biologia criminal:
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Psicologia criminal:
Sociologia criminal:
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QUESTÕES DE CONCURSO
1. (FAPEM/2017/PC-MS/DELEGADO DE POLÍCIA) A atividade policial dentre suas 
finalidades deve prevenir e reprimir o crime. Em particular, à polícia judiciária cabe 
investigar, com o fim de esclarecer fatos delitivos que causaram danos a bens ju-
rídicos relevantes tutelados pelo direito penal. A criminologia dada a sua interdis-
ciplinaridade constitui ciência de suma importância na atividade policial por socor-
rer-se de outras ciências para compreender a prática delitiva, o infrator e a vítima, 
possuindo métodos de investigação que visam a atender sua finalidade. Diante do 
exposto, assinale a alternativa correta sobre a criminologia como ciência e seus 
métodos.
a) Como ciência dedutiva; a criminologia se vale de métodos científicos, humanos 
e sociais, abstratos, próprios do Direito Penal.
b) A criminologia, ciência lógica e normativa, busca determinar o homem delin-
quente utilizando para isso métodos físicos, psicológicos e sociológicos.
c) A criminologia é baseada principalmente em métodos físicos, individuais e co-
letivos, advindos das demais ciências jurídico-penais, caracterizando-a como dog-
mática.
d) Os métodos experimental e lógico auxiliam a investigação da criminologia, inte-
grando várias áreas, dada sua natureza de ciência disciplinar.
e) Os métodos biológico e sociológico são utilizados pela criminologia, que, por 
meio do empirismo e da experimentação, estuda a motivação criminosa do sujeito.
2. (VUNESP/2014/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA) A ciência que estuda a cri-
minogênese é chamada de:
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a) ciência política
b) ciência pública
c) sociologia individual
d) etiologia criminal
e) ciência jurídica
3. (VUNESP/2014/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA) Entende-se como controle 
social o conjunto de mecanismos e sanções sociais que visam submeter o homem 
aos modelos e normas do convívio comunitário. Desta forma, são exemplos de in-
fluências no controle social informal:
a) Administração Penitenciária, PROCON e Judiciário.
b) Polícia Militar, Ministério Público e Guarda Municipal.
c) Tribunal de Contas, Forças Armadas e Ordem dos Advogados do Brasil.
d) Família, Escola e Igrejas.
e) Partidos Políticos, Conselho Tutelar e Polícia Civil.
4. (VUNESP/2014/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA) A corrente do pensamento 
criminológico, que teve por precursor Filippo Gramatica e fundador Marc Ancel, a 
qual apregoa que o delinquente deve ser educado para assumir sua responsabilida-
de para com a sociedade, a fim de possibilitar saudável convívio de todos (pedago-
gia da responsabilidade), é denominada.
a) Janelas Quebradas (Broken Windows).
b) Escola Antropológica Criminal.
c) Nova Defesa Social.
d) Criminologia Crítica.
e) Lei e Ordem.
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5. (VUNESP/2014/PC-SP/MÉDICO LEGISTA) São propostas da Escola de Chicago 
(“ecologia criminal”) para o controle da criminalidade:
a) política de tolerância zero; criação de programas comunitários com intensifica-
ção das atividades recreativas; aumento das áreas verdes.
b) prevalência do controle social formal sobre o informal; criação de comitês de 
apoios de pais e mães para a educação das crianças; melhoria das condições das 
residências e conservação física dos prédios.
c) aumento das penas para o cometimento de delitos simples; criação de zonas de 
exclusão para isolamento das áreas mais perigosas; disseminação de atividades 
recreativas como escotismo e viagens culturais.
d) mudança efetiva nas condições econômicas e sociais das crianças; reconstru-
ção da “solidariedade social” por meio do fortalecimento das forças construtivas da 
sociedade (igrejas, escolas, associações de bairros); apoio estatal para redução e 
diminuição da pobreza e desemprego.
e) controle individualizado, ou seja, controle específico e rígido sobre cada indiví-
duo; políticas uniformes em toda a cidade, diante do fracasso das estratégias “por 
vizinhança”; implantação de escolas e postos de saúde.
6. (PC-SP/2010/PC-SP/ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) A associação entre heredita-
riedade / delito e anomalias cromossômicas / comportamento criminal inserem-se 
no modelo da
a) Biologia Criminal.
b) Sociologia Criminal.
c) Psicologia Criminal.
d) Psiquiatria Criminal.
e) Frenologia Criminal.
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7. (VUNESP/2018/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) A afirmação do cri-
minólogo Jeffery, no sentido de que “mais leis, mais penas, mais policiais, mais 
juízes, mais prisões significam mais presos, porém não necessariamente menos 
delitos”, refere-se a uma crítica ao controle social informal.
8. (VUNESP/2018/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) A incipiente crimino-
logia na escola clássica afastava o livre-arbítrio como fundamento do sistema penal 
de controle social.
9. (FCC/2015/DPE-SP/CIENTISTA SOCIAL/ADAPTADA) O modelo das zonas con-
cêntricas de Ernest Watson Burgess (1886-1966) buscava demonstrar a tendência 
de expansão radial da cidade a partir de seu centro, em íntima relação com os pro-
cessos de diferenciação interna de cada um dos cinco setores por ele considerados.
10. (QUESTÃO INÉDITA) Escola a alternativa que NÃO é considerada suborientação 
do modelo de opção racional:
a) Escola neoclássica de viés economicista
b) Teorias de atividades rotineiras
c) Teorias biológicas
d) Teorias espaciais
11. (QUESTÃO INÉDITA) O casal Glueck se insere no marco das teorias psiquiátri-
cas da criminalidade.
12. (QUESTÃO INÉDITA) Para Jeffery, o crime deriva tanto de variantes ambientais 
quanto genéticas.
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13. (QUESTÃO INÉDITA) A Psicopatologia propugna que delinquentes são pessoas 
essencialmente diversas dos não delinquentes.
14. (QUESTÃO INÉDITA) O Modelo da reação social, também conhecido como mo-
delo da opção racional, procura estudar os mecanismos que definem as condutas 
criminosas e selecionam seus autores.
15. (QUESTÃO INÉDITA) Freud foi um dos defensores da Psicologia sem alma.
16. (QUESTÃO INÉDITA) Brandura foi um dos autores que normalizou e tentou ex-
plicar como se aprende a conduta criminal.
17. (QUESTÃO INÉDITA) O conductismo ou comportamentalismo deixa de analisar 
as motivações internas do indivíduo para buscar as bases do comportamento nas 
forças do meio.
18. (QUESTÃO INÉDITA) Jeffery é um dos pais do positivismo criminológico.
19. (QUESTÃO INÉDITA) A bertilonagem pertence ao campo da neurofisiologia.
20. (QUESTÃO INÉDITA) As teorias constitucionalistas foram desenvolvidas no âm-
bito da biotipologia.
21. (QUESTÃO INÉDITA) A endocrinologia criminal prescinde da determinação de 
hot spots.
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22. (QUESTÃO INÉDITA) Para a escola neoclássica da criminologia, nada distingue 
o delinquente do não delinquente do ponto de vista da racionalidade do seu com-
portamento.
23. (QUESTÃO INÉDITA) Para Jeffery, mais polícia, leis mais severas e mais cárce-
res são fundamentais para a diminuição real da criminalidade.
24. (QUESTÃO INÉDITA) A Psicologia criminal delimita o conceito de transtorno 
mental, formulando a correlação que possa existir entre as patologias e as concre-
tas manifestações delitivas.
25. (QUESTÃO INÉDITA) A psicanálise conduz a um determinismo biológico.
26. (QUESTÃO INÉDITA) O modelo positivista da criminologia engloba teorias de 
viés determinista.
27. (QUESTÃO INÉDITA) A escola neoclássica deposita confiança na lei penal e nas 
instituições de controle social formal.
28. (QUESTÃO INÉDITA) A teoria da opção racional como economic choice defende 
que o castigo deve ser brando por questões humanitárias.
29. (QUESTÃO INÉDITA) No marco da teoria das atividades rotineiras, considera-
-se que a proliferação da vida noturna das cidades é uma oportunidade que pode 
ter função criminógena.
30. (QUESTÃO INÉDITA) Uma das principais críticas que se faz à Escola de Chicago 
é a abstração e falta de pragmatismo de suas teorias.
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GABARITO
1. e
2. d
3. d
4. c
5. d
6. a
7. E
8. E
9. C
10. c
11. E
12. C
13. C
14. E
15. E
16. C
17. C
18. E
19. E
20. C
21. C
22. C
23. E
24. E
25. C
26. C
27. C
28. E
29. C
30. E
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GABARITO COMENTADO
1. (FAPEM/2017/PC-MS/DELEGADO DE POLÍCIA) A atividade policial dentre suas fi-
nalidades deve prevenir e reprimir o crime. Em particular, à polícia judiciária cabe in-
vestigar, com o fim de esclarecer fatos delitivos que causaram danos a bens jurídicos 
relevantes tutelados pelo direito penal. A criminologia dada a sua interdisciplinaridade 
constitui ciência de suma importância na atividade policial por socorrer-se de outras 
ciências para compreender a prática delitiva, o infrator e a vítima, possuindo métodos 
de investigação que visam a atender sua finalidade. Diante do exposto, assinale a al-
ternativa correta sobre a criminologia como ciência e seus métodos.
a) Como ciência dedutiva; a criminologia se vale de métodos científicos, humanos 
e sociais, abstratos, próprios do Direito Penal.
b) A criminologia, ciência lógica e normativa, busca determinar o homem delin-
quente utilizando para isso métodos físicos, psicológicos e sociológicos.
c) A criminologia é baseada principalmente em métodos físicos, individuais e coletivos, 
advindos das demais ciências jurídico-penais, caracterizando-a como dogmática.
d) Os métodos experimental e lógico auxiliam a investigação da criminologia, inte-
grando várias áreas, dada sua natureza de ciência disciplinar.
e) Os métodos biológico e sociológico são utilizados pela criminologia, que, por 
meio do empirismo e da experimentação, estuda a motivação criminosa do sujeito.
Letra e.
A criminologia não é dedutiva, lógica, disciplinar, normativa, dogmática. Não utiliza 
ferramentas típicas do Direito Penal. Ao contrário, é indutiva, experimental, empí-
rica, multidisciplinar. Utiliza métodos biológicos e sociológicos – ao lado de outros 
– para, dentre outras funções, estudar a motivação criminosa do sujeito.
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2. (VUNESP/2014/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA) A ciência que estuda a cri-
minogênese é chamada de:
a) ciência política
b) ciência pública
c) sociologia individual
d) etiologia criminal
e) ciência jurídica
Letra d.
A etiologia criminal é o ramo da ciência que estuda a gênese do crime, ou seja, a 
razão pelas quais uma pessoa decide se engajar em atividades criminais.
3. (VUNESP/2014/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA) Entende-se como controle 
social o conjunto de mecanismos e sanções sociais que visam submeter o homem 
aos modelos e normas do convívio comunitário. Desta forma, são exemplos de in-
fluências no controle social informal:
a) Administração Penitenciária, PROCON e Judiciário.
b) Polícia Militar, Ministério Público e Guarda Municipal.
c) Tribunal de Contas, Forças Armadas e Ordem dos Advogados do Brasil.
d) Família, Escola e Igrejas.
e) Partidos Políticos, Conselho Tutelar e Polícia Civil.
Letra d.
O controle social informal é aquele realizado por instâncias não governamentais, 
como família, escola, igrejas. Ganhou destaque na criminologia com a Escola de 
Chicago.
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4. (VUNESP/2014/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA) A corrente do pensamento 
criminológico, que teve por precursor Filippo Gramatica e fundador Marc Ancel, a 
qual apregoa que o delinquente deve ser educado para assumir sua responsabilida-
de para com a sociedade, a fim de possibilitar saudável convívio de todos (pedago-
gia da responsabilidade), é denominada.
a) Janelas Quebradas (Broken Windows).
b) Escola Antropológica Criminal.
c) Nova Defesa Social.
d) Criminologia Crítica.
e) Lei e Ordem.
Letra c.
A nova defesa social tem como ideia central articular a defesa da sociedade me-
diante a ação coordenada do Direito Penal, da Criminologia e da Ciência Peniten-
ciária, valendo-se de bases científicas e humanitárias ao mesmo tempo. A meta 
não é castigar o delinquente, mas proteger eficazmente a sociedade por meio de 
estratégias não penais.
5. (VUNESP/2014/PC-SP/MÉDICO LEGISTA) São propostas da Escola de Chicago 
(“ecologia criminal”) para o controle da criminalidade:
a) política de tolerância zero; criação de programas comunitários com intensifica-
ção das atividades recreativas; aumento das áreas verdes.
b) prevalência do controle social formal sobre o informal; criação de comitês de 
apoios de pais e mães para a educação das crianças; melhoria das condições das 
residências e conservação física dos prédios.
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c) aumento das penas para o cometimento de delitos simples; criação de zonas de 
exclusão para isolamento das áreas mais perigosas; disseminação de atividades 
recreativas como escotismo e viagens culturais.
d) mudança efetiva nas condições econômicas e sociais das crianças; reconstru-
ção da “solidariedade social” por meio do fortalecimento das forças construtivas da 
sociedade (igrejas, escolas, associações de bairros); apoio estatal para redução e 
diminuição da pobreza e desemprego.
e) controle individualizado, ou seja, controle específico e rígido sobre cada indiví-
duo; políticas uniformes em toda a cidade, diante do fracasso das estratégias “por 
vizinhança”; implantação de escolas e postos de saúde.
Letra d.
A Escola de Chicago insere as instâncias de controle social informal no rol de obje-
tos da criminologia e defende seu fortalecimento. A diminuição da pobreza e do de-
semprego é igualmente propugnada por reduzir a desorganização social. A política 
de tolerância zero; a prevalência de controle social formal; o aumento de pena para 
delitos simples; o controle rígido sobre cada indivíduo; e o fracasso das estratégias 
por vizinhança não são corolários da Escola de Chicago.
6. (PC-SP/2010/PC-SP/ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL) A associação entre heredita-
riedade / delito e anomalias cromossômicas / comportamento criminal inserem-se 
no modelo da
a) Biologia Criminal.
b) Sociologia Criminal.
c) Psicologia Criminal.
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d) Psiquiatria Criminal.
e) Frenologia Criminal.
Letra a.
Tais associações se inserem no modelo da biologia criminal, mais especificamente 
nos estudos de Genética Criminal.
7. (VUNESP/2018/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) A afirmação do cri-
minólogo Jeffery, no sentido de que “mais leis, mais penas, mais policiais, mais 
juízes, mais prisões significam mais presos, porém não necessariamente menos 
delitos”, refere-se a uma crítica ao controle social informal.
Errado.
Essa crítica refere-se às instâncias de controle social formal.
8. (VUNESP/2018/PC-BA/DELEGADO DE POLÍCIA/ADAPTADA) A incipiente crimino-
logia na escola clássica afastava o livre-arbítrio como fundamento do sistema penal 
de controle social.
Errado.
A criminologia clássica se baseava na ideia de livre-arbítrio e, por isso, se insere no 
marco teórico de opção racional pelo delito.
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9. (FCC/2015/DPE-SP/CIENTISTA SOCIAL/ADAPTADA) O modelo das zonas con-
cêntricas de Ernest Watson Burgess (1886-1966) buscava demonstrar a tendência 
de expansão radial da cidade a partir de seu centro, em íntima relação com os pro-
cessos de diferenciação interna de cada um dos cinco setores por ele considerados.
Certo.
Segundo sua teoria, a cidade crescia se expandindo em círculos concêntricos, do 
centro para a periferia. O anel mais central, chamado loop, era a zona central, 
comercial. A segunda zona, chamada zona de transição, é uma zona de comércio 
que conecta o loop à terceira zona (residencial). A zona de transição, por estar 
constantemente sujeita à invasão do loop, era uma área com intensa mobilidade e 
degradação, com barulho, agitação, mau cheiro, bordéis e pensões, denominadas 
tenement houses, espécies de cortiços para os recém-chegados à cidade. A terceira 
zona abrigava moradores pobres e imigrantes de segunda geração. A quarta zona é 
a da chamada classe média. E a quinta zona é aquela habitada pelos altos-estratos 
da população. Quanto mais próximas do loop, maior a degradação e as taxas de 
criminalidade dos bairros.
10. (QUESTÃO INÉDITA) Escola a alternativa que NÃO é considerada suborientação 
do modelo de opção racional:
a) Escola neoclássica de viés economicista
b) Teorias de atividades rotineiras
c) Teorias biológicas
d) Teorias espaciais
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Letra c.
As teorias biológicas partem da premissa de que o homem delinquente é diferente 
do não delinquente e que é portador de algum transtorno ou patologia. Essas orien-
tações não se enquadram no grupo da opção racional, que parte do pressuposto 
que de a opção delitiva é regida pelos mesmos padrões de conduta de qualquer 
outra decisão humana: os custos e benefícios.
11. (QUESTÃO INÉDITA) O casal Glueck se insere no marco das teorias psiquiátri-
cas da criminalidade.
Errado.
O casal Glueck se insere no marco da sociologia criminal, mais especificamente nos 
enfoques multifatoriais.
12. (QUESTÃO INÉDITA) Para Jeffery, o crime deriva tanto de variantes ambientais 
quanto genéticas.
Certo.
Jeffery insere-se na Sociobiologia e defende que a conduta humana, aí incluída a 
conduta criminal, deriva tanto de variantes ambientais quanto genéticas.
13. (QUESTÃO INÉDITA) A Psicopatologia propugna que delinquentes são pessoas 
essencialmente diversas dos não delinquentes.
Certo.
Para as teorias da Psicopatologia ou Psiquiatria Criminal, o delinquente sofre algum 
tipo de enfermidadeque o torna diferente das demais pessoas.
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14. (QUESTÃO INÉDITA) O Modelo da reação social, também conhecido como mo-
delo da opção racional, procura estudar os mecanismos que definem as condutas 
criminosas e selecionam seus autores.
Errado.
O modelo da reação social entende que o importante não é compreender a razão 
pela qual alguém comete um crime, mas sim quais são os mecanismos que fazem 
com que certas pessoas sejam etiquetadas como criminosas pelas instâncias de 
controle social formal. Também é conhecido como modelo do etiquetamento.
15. (QUESTÃO INÉDITA) Freud foi um dos defensores da Psicologia sem alma.
Errado.
Freud, inserido no marco da Psicanálise, defendia a necessidade da introspecção. 
Enseck, por sua vez, defendia a psicologia sem alma dentro de um modelo biológi-
co-condutual, em que buscava as razões das condutas humanas no meio em que 
está inserido o indivíduo.
16. (QUESTÃO INÉDITA) Brandura foi um dos autores que normalizou e tentou ex-
plicar como se aprende a conduta criminal.
Certo.
No marco dos modelos sociocondutuais ou de aprendizagem social (uma das linhas 
do conductismo), Brandura tenta explicar como se aprende o comportamento cri-
minoso. O crime se aprende e representa uma resposta normal a situações e expe-
riências vitais do indivíduo.
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17. (QUESTÃO INÉDITA) O conductismo ou comportamentalismo deixa de analisar 
as motivações internas do indivíduo para buscar as bases do comportamento nas 
forças do meio.
Certo.
No marco das teorias psicológicas do crime, essa é exatamente a definição de con-
ductismo.
18. (QUESTÃO INÉDITA) Jeffery é um dos pais do positivismo criminológico.
Errado.
Jeffery é um dos principais autores da Sociobiologia.
19. (QUESTÃO INÉDITA) A bertilonagem pertence ao campo da neurofisiologia.
Errado.
A neurofisiologia se desenvolveu a partir do descobrimento do eletroencefalograma 
e estuda a correlação entre o registro gráfico da atividade elétrica do cérebro e a 
conduta humana delituosa. A bertilonagem, por sua vez, foi desenvolvida por A. 
Bertillon no campo da Antropologia criminal: tirando-se as medidas corporais, po-
deriam ser identificados os delinquentes que tivessem escapado da Justiça.
20. (QUESTÃO INÉDITA) As teorias constitucionalistas foram desenvolvidas no âm-
bito da biotipologia.
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Certo.
A biotipologia versa sobre o tipo humano. Parte da ideia de existência de correlação 
entre as características físicas do indivíduo e suas características psicológicas. Nes-
se marco, se desenvolveram as teorias constitucionalistas, que veem uma correla-
ção estatística entre determinadas características “constitucionais”, morfológicas, e 
específicas manifestações delitivas.
21. (QUESTÃO INÉDITA) A endocrinologia criminal prescinde da determinação de 
hot spots.
Certo.
A determinação de quais são os locais – hot spots – em que se concentram esta-
tisticamente os crimes na cidade grande se dá no seio do marco teórico da opção 
racional, mais especificamente de cunho espacial. Essa teoria não guarda nenhuma 
relação com a endocrinologia criminal.
22. (QUESTÃO INÉDITA) Para a escola neoclássica da criminologia, nada distingue 
o delinquente do não delinquente do ponto de vista da racionalidade do seu com-
portamento.
Certo.
Clássicos e neoclássicos (autores modernos que recuperam as ideias dos clássi-
cos) entendem que o crime é fruto de uma decisão racional e livre do infrator. Não 
se preocupam tanto com a etiologia, mas sim com a existência de penas justas e 
úteis. Acreditam que o delinquente e o não delinquente não são essencialmente 
diferentes.
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23. (QUESTÃO INÉDITA) Para Jeffery, mais polícia, leis mais severas e mais cárce-
res são fundamentais para a diminuição real da criminalidade.
Errado.
Para Jeffery, essas medidas implicam apenas aumento da população reclusa, mas 
não a correlativa diminuição da criminalidade real.
24. (QUESTÃO INÉDITA) A Psicologia criminal delimita o conceito de transtorno 
mental, formulando a correlação que possa existir entre as patologias e as concre-
tas manifestações delitivas.
Errado.
As competências descritas dizem respeito à Psiquiatria criminal. A Psicologia estuda 
fatores ou variáveis da criminalidade.
25. (QUESTÃO INÉDITA) A psicanálise conduz a um determinismo biológico.
Certo.
Filosoficamente, a Psicanálise conduz a um determinismo biológico em razão da 
primazia que confere às forças do inconsciente, inafastáveis para o indivíduo.
26. (QUESTÃO INÉDITA) O modelo positivista da criminologia engloba teorias de 
viés determinista.
Certo.
O modelo positivista atribui o comportamento a fatores biológicos, psicológicos ou 
sociais de que o criminoso não consegue se livrar, ou seja, a fatores deterministas.
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27. (QUESTÃO INÉDITA) A escola neoclássica deposita confiança na lei penal e nas 
instituições de controle social formal.
Certo.
A escola neoclássica, ou moderno classicismo, e mais especificamente a teoria da 
economic choice, deposita desmedida confiança na lei penal e em seu efeito dissua-
sório, bem como nas instâncias de controle social formal, tais como polícias, juízes, 
cárceres.
28. (QUESTÃO INÉDITA) A teoria da opção racional como economic choice defende 
que o castigo deve ser brando por questões humanitárias.
Errado.
Para essa teoria, o castigo é um custo da atividade criminal que, sendo certo e se-
vero, pode diminuir as taxas de delinquência.
29. (QUESTÃO INÉDITA) No marco da teoria das atividades rotineiras, considera-
-se que a proliferação da vida noturna das cidades é uma oportunidade que pode 
ter função criminógena.
Certo.
Para a teoria das atividades rotineiras ou teoria das oportunidades, o aumento dos 
crimes guarda relação com a organização das atividades cotidianas lícitas da so-
ciedade. O aumentoda vida noturna é um dos modos de organização da vida nas 
grandes cidades atualmente.
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30. (QUESTÃO INÉDITA) Uma das principais críticas que se faz à Escola de Chicago 
é a abstração e falta de pragmatismo de suas teorias.
Errado.
A Escola de Chicago é conhecida por seu pragmatismo: observou a cidade e propôs 
medidas baseadas na realidade criminal que conheceu.
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	Criminologia
	1. A Moderna Criminologia Científica: Modelos Teóricos Explicativos do Comportamento Criminal
	Modelo da Opção Racional
	Modelo Positivista
	Modelo da Reação Social
	Enfoque Dinâmico
	2. Modelo da Opção Racional
	3. Biologia Criminal
	4. Psicologia Criminal
	5. Sociologia Criminal
	Resumo
	Questões de Concurso
	Gabarito
	Gabarito Comentado