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ÍNDICE MARINHA DO BRASIL Aprendizes Marinheiros 067DZ-S9 EDITAL Nº 005/2019 CIÊNCIAS: QUÍMICA FUNDAMENTOS DA QUÍMICA – Propriedades da matéria; mudanças de estado físico; classificação de misturas; fracionamento de misturas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01 ATOMÍSTICA – Modelos atômicos; estrutura do átomo; isótopos, isóbaros, isótonos e isoeletrônicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06 CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA DOS ELEMENTOS – Organização e distribuição dos elementos químicos em grupos e períodos na tabela periódica; . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 LIGAÇÕES QUÍMICAS – Ligações iônicas, moleculares e metálicas: características e propriedades dos compostos. . . . . . . . . . . . . . 19 FUNÇÕES INORGÂNICAS – Ácidos, bases, sais e óxidos: classificação, nomenclatura e propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 1 CIÊNCIAS: QUÍMICA FUNDAMENTOS DA QUÍMICA – PROPRIEDADES DA MATÉRIA; MUDANÇAS DE ESTADO FÍSICO; CLASSIFICA- ÇÃO DE MISTURAS; FRACIONAMENTO DE MISTURAS. Substância e Mistura Analisando a matéria qualitativamente (qualidade) chama- mos a matéria de substância. Substância – possui uma composição característica, deter- minada e um conjunto definido de propriedades. Pode ser simples (formada por só um elemento químico) ou composta (formada por vários elementos químicos). Exemplos de substância simples: ouro, mercúrio, ferro, zinco. Exemplos de substância composta: água, açúcar (sacarose), sal de cozinha (cloreto de sódio). Mistura – são duas ou mais substâncias agrupadas, onde a composição é variável e suas propriedades também. Exemplo de misturas: sangue, leite, ar, madeira, granito, água com açúcar. Corpo e Objeto Analisando a matéria quantitativamente chamamos a ma- téria de Corpo. Corpo - São quantidades limitadas de matéria. Como por exemplo: um bloco de gelo, uma barra de ouro. Os corpos trabalhados e com certo uso são chamados de objetos. Uma barra de ouro (corpo) pode ser transformada em anel, brinco (objeto). Fenômenos Químicos e Físicos Fenômeno é uma transformação da matéria. Pode ser quí- mica ou física. Fenômeno Químico é uma transformação da matéria com alteração da sua composição. Exemplos: combustão de um gás, da madeira, formação da ferrugem, eletrólise da água. Química – é a ciência que estuda os fenômenos químicos. Estuda as diferentes substâncias, suas transformações e como elas interagem e a energia envolvida. Fenômenos Físicos - é a transformação da matéria sem alte- ração da sua composição. Exemplos: reflexão da luz, solidificação da água, ebulição do álcool etílico. Física – é a ciência que estuda os fenômenos físicos. Estuda as propriedades da matéria e da energia, sem que haja alteração química. Propriedades da matéria O que define a matéria são suas propriedades.Existem as propriedades gerais e as propriedades específicas.As proprie- dades gerais são comuns para todo tipo de matéria e não per- mitem diferenciar uma da outra. São elas: massa, peso, inércia, elasticidade, compressibilidade, extensão, divisibilidade, impe- netrabilidade. Massa – medida da quantidade de matéria de um corpo. Determina a inércia e o peso. Inércia – resistência que um corpo oferece a qualquer ten- tativa de variação do seu estado de movimento ou de repouso. O corpo que está em repouso, tende a ficar em repouso e o que está em movimento tende a ficar em movimento, com velocida- de e direção constantes. Peso – é a força gravitacional entre o corpo e a Terra. Elasticidade – propriedade onde a matéria tem de retornar ao seu volume inicial após cessar a força que causa a compres- são. Compressibilidade – propriedade onde a matéria tem de reduzir seu volume quando submetida a certas pressões. Extensão – propriedade onde a matéria tem de ocupar lu- gar no espaço. Divisibilidade – a matéria pode ser dividida em porções cada vez menores. A menor porção da matéria é a molécula, que ainda conserva as suas propriedades. Impenetrabilidade – dois corpos não podem ocupar o mes- mo espaço ao mesmo tempo. As propriedades específicas são próprias para cada tipo de matéria, diferenciando-as umas das outras. Podem ser classifi- cadas em organolépticas, físicas e químicas. As propriedades organolépticas podem ser percebidas pe- los órgãos dos sentidos (olhos, nariz, língua). São elas: cor, bri- lho, odor e sabor. As propriedades físicas são: ponto de fusão e ponto de ebu- lição, solidificação, liquefação, calor específico, densidade ab- soluta, propriedades magnéticas, maleabilidade, ductibilidade, dureza e tenacidade. Ponto de fusão e ebulição – são as temperaturas onde a matéria passa da fase sólida para a fase líquida e da fase líquida para a fase sólida, respectivamente. Ponto de ebulição e de liquefação – são as temperaturas onde a matéria passa da fase líquida para a fase gasosa e da fase gasosa para a líquida, respectivamente. 2 CIÊNCIAS: QUÍMICA Calor específico – é a quantidade de calor necessária para aumentar em 1 grau Celsius (ºC) a temperatura de 1grama de massa de qualquer substância. Pode ser medida em calorias. Densidade absoluta – relação entre massa e volume de um corpo. d = m : V Propriedade magnética – capacidade que uma substância tem de atrair pedaços de ferro (Fe) e níquel (Ni). Maleabilidade – é a propriedade que permite à matéria ser transformada em lâmina. Característica dos metais. Ductibilidade – capacidade que a substância tem de ser transformada em fios. Característica dos metais. Dureza – é determinada pela resistência que a superfície do material oferece ao risco por outro material. O diamante é o material que apresenta maior grau de dureza na natureza. Tenacidade – é a resistência que os materiais oferecem ao choque mecânico, ou seja, ao impacto. Resiste ao forte impacto sem se quebrar. As propriedades químicas são as responsáveis pelos tipos de transformação que cada substância é capaz de sofrer. Estes processos são as reações químicas. Mistura e Substância Mistura – é formada por duas ou mais substâncias puras. As misturas têm composição química variável, não expressa por uma fórmula. Algumas misturas são tão importantes que têm nome pró- prio. São exemplos: - gasolina – mistura de hidrocarbonetos, que são substân- cias formadas por hidrogênio e carbono. - ar atmosférico – mistura de 78% de nitrogênio, 21% de oxi- gênio, 1% de argônio e mais outros gases, como o gás carbônico. - álcool hidratado – mistura de 96% de álcool etílico mais 4% de água. Substância – é cada uma das espécies de matéria que cons- titui o universo. Pode ser simples ou composta. Sistema e Fases Sistema – é uma parte do universo que se deseja observar, analisar. Por exemplo: um tubo de ensaio com água, um pedaço de ferro, uma mistura de água e gasolina, etc. Fases – é o aspecto visual uniforme. As misturas podem conter uma ou mais fases. Mistura Homogênea – é formada por apenas uma fase. Não se consegue diferencias a substância. Exemplos: - água + sal - água + álcool etílico - água + acetona - água + açúcar - água + sais minerais Mistura Heterogênea – é formada por duas ou mais fases. As substâncias podem ser diferenciadas a olho nu ou pelo mi- croscópio. Exemplos: - água + óleo - granito - água + enxofre - água + areia + óleo Os sistemas monofásicos são as misturas homogêneas. Os sistemas polifásicos são as misturas heterogêneas. Os sistemas homogêneos, quando formados por duas ou mais substâncias miscíveis (que se misturam) umas nas outras cha- mamos de soluções. São exemplos de soluções: água salgada, vinagre, álcool hi- dratado. Os sistemas heterogêneos podem ser formados por uma única substância,porém em várias fases de agregação (estados físicos). Exemplo: Água líquida, sólida (gelo),vapor Separação de mistura Os componentes das misturas podem ser separados. Há al- gumas técnicas para realizar a separação de misturas. O tipo de separação depende do tipo de mistura. Alguns dos métodos de separação de mistura são: catação, levigação, dissolução ou flotação, peneiração, separação magné- tica, dissolução fracionada, decantação e sedimentação, centri- fugação, filtração, evaporação, destilação simples e fracionada e fusão fracionada. 3 CIÊNCIAS: QUÍMICA Separação de Sólidos Para separar sólidos podemos utilizar o método da catação, levigação, flotação ou dissolução, peneiração, separação magné- tica, ventilação e dissolução fracionada. - CATAÇÃO – consiste basicamente em recolher com as mãos ou uma pinça um dos componentes da mistura. Exemplo: separar feijão das impurezas antes de cozinhá-los. - LEVIGAÇÃO – separa substâncias mais densas das menos densas usando água corrente. Exemplo: processo usado por garimpeiros para separar ouro (mais denso) da areia (menos densa). - DISSOLUÇÃO OU FLOCULAÇÃO – consiste em dissolver a mistura em solvente com densidade intermediária entre as den- sidades dos componentes das misturas. Exemplo: serragem + areia Adiciona-se água na mistura. A areia fica no fundo e a ser- ragem flutua na água. - PENEIRAÇÃO – separa sólidos maiores de sólidos menores ou ainda sólidos em suspensão em líquidos. Exemplo: os pedreiros usam esta técnica para separar a areia mais fina de pedrinhas; para separar a polpa de uma fruta das suas sementes, como o maracujá. Este processo também é chamado de tamização. - SEPARAÇÃO MAGNÉTICA – usado quando um dos compo- nentes da mistura é um material magnético. Com um ímã ou eletroímã, o material é retirado. Exemplo: limalha de ferro + enxofre; areia + ferro - VENTILAÇÃO – usado para separar dois componentes só- lidos com densidades diferentes. É aplicado um jato de ar sobre a mistura. Exemplo: separar o amendoim torrado da sua casca já solta; arroz + palha. - DISSOLUÇÃO FRACIONADA - consiste em separar dois componentes sólidos utilizando um líquido que dissolva apenas um deles. Exemplo: sal + areia Dissolve-se o sal em água. A areia não se dissolve na água. Pode-se filtrar a mistura separando a areia, que fica retida no filtro da água salgada. Pode-se evaporar a água, separando a água do sal Separação de Sólidos e Líquidos Para separar misturas de sólidos e líquidos podemos utilizar o método da decantação e sedimentação, centrifugação, filtra- ção e evaporação. - SEDIMENTAÇÃO – consiste em deixar a mistura em repou- so até o sólido se depositar no fundo do recipiente. Exemplo: água + areia - DECANTAÇÃO – é a remoção da parte líquida, virando cui- dadosamente o recipiente. Pode-se utilizar um funil de decanta- ção para remover um dos componentes da mistura. Exemplo: água + óleo; água + areia - CENTRIFUGAÇÃO – é o processo de aceleração da sedi- mentação. Utiliza-se um aparelho chamado centrífuga ou cen- trifugador, que pode ser elétrico ou manual. 4 CIÊNCIAS: QUÍMICA Exemplo: Para separar a água com barro. - FILTRAÇÃO – processo mecânico que serve para separar mistura sólida dispersa com um líquido ou gás. Utiliza-se uma superfície porosa (filtro) para reter o sólido e deixar passar o líquido. O filtro usado é um papel-filtro. 5 CIÊNCIAS: QUÍMICA O papel-filtro dobrado é usado quando o produto que mais interessa é o líquido. A filtração é mais lenta. O papel-filtro pregueado produz uma filtração mais rápida e é utilizada quando a parte que mais interessa é a sólida. Exemplo: água + areia - EVAPORAÇÃO – consiste em evaporar o líquido que está misturado com um sólido. Exemplo: água + sal de cozinha (cloreto de sódio). Nas salinas, obtém-se o sal de cozinha por este processo. Na realidade, as evaporações resultam em sal grosso, que se for puri- ficado torna-se o sal refinado (sal de cozinha), que é uma mistura de cloreto de sódio e outras substâncias que são adicionadas pela indústria. Separação de Misturas Homogêneas Para separar os componentes das substâncias de misturas homogêneas usamos os métodos chamados defracionamento, que se baseiam na constância da temperatura nas mudanças de estados físicos. São eles: destilação e fusão. - DESTILAÇÃO – consiste em separar líquidos e sólidos com pontos de ebulição diferentes. Os líquidos devem ser miscíveis entre si. Exemplo: água + álcool etílico; água + sal de cozinha O ponto de ebulição da água é 100°C e o ponto de ebulição do álcool etílico é 78°C. Se aquecermos esta mistura, o álcool ferve pri- meiro. No condensador, o vapor do álcool é resfriado e transformado em álcool líquido, passando para outro recipiente, que pode ser um frasco coletor, um erlenmeyer ou um copo de béquer. E a água permanece no recipiente anterior, separando-se assim do álcool. Para essa técnica, usa-se o aparelho chamado destilador, que é um conjunto de vidrarias do laboratório químico. Utiliza-se: ter- mômetro, balão de destilação, haste metálica ou suporte, bico de Bunsen, condensador, mangueiras, agarradores e frasco coletor. Este método é a chamada Destilação Simples. Nas indústrias, principalmente de petróleo, usa-se a destilação fracionada para separar misturas de dois ou mais líquidos. As tor- res de separação de petróleo fazem a sua divisão produzindo gasolina, óleo diesel, gás natural, querosene, piche. 6 CIÊNCIAS: QUÍMICA As substâncias devem conter pontos de ebulição diferentes, mas com valores próximos uns aos outros. Fonte: http://www.infoescola.com/Modules/Articles/Images/destilacao-simples.gif FUSÃO FRACIONADA – separa componentes de misturas homogêneas de vários sólidos. Derrete-se a substância sólida até o seu ponto de fusão, separando-se das demais substâncias. Exemplo: mistura sólida entre estanho e chumbo. O estanho funde-se a 231°C e o chumbo, a 327°C. Então, funde-se primeiramente o estanho. Energia Energia é algo um pouco mais complicado de definir do que foi a matéria. Esta, ao contrário da matéria, não tem peso, e somente é possível medir quando for transformada, ou ao ser liberada ou absorvida. Ela não possui unidades físicas próprias, sendo expressa em termos das unidades de trabalho que realiza. Com isso, podemos ter uma definição mais simples: energia nada mais é do que a capacidade de realizar trabalho. De acordo com a lei da conservação da energia, esta não pode ser criada nem destruída, portanto somente se transformará. É a partir da energia, ainda, que é possível modificar a matéria, anular ou provocar movimentos e causar deformações. Existem algumas formas de energia. De acordo com a lei da conservação da energia, esta não pode ser criada nem destruída. Formas de energia Energia cinética: associada ao movimento. Esta depende da massa e da velocidade de um corpo. Energia potencial: encontra-se armazenada em um sistema e pode ser usada a qualquer momento. São elas a energia potencial gravitacional – relacionada a altura de um corpo em relação a um determinado nível de referência – e a energia potencial elástica, relacionada a uma mola ou a um corpo elástico. Energia mecânica total: a energia mecânica total e dada pela soma das energias cinética e potencial. ATOMÍSTICA – MODELOS ATÔMICOS; ESTRUTURA DO ÁTOMO; ISÓTOPOS, ISÓBAROS, ISÓTONOS E ISOELETRÔNICOS. A estrutura atômica é composta por três partículas fundamentais: prótons (com carga positiva), nêutrons (partículas neutras) e elétrons (com carga negativa). Toda matéria é formada de átomo sendo que cada elemento químico possui átomos diferentes. A eletricidade chega às nossas casas através de fios e da movimentação de partículas negativas que fazem parte dos elétrons, que circulam pelos fios. Modelos Atômicos Os modelos atômicos são os aspectos estruturais dos átomos que foram apresentados por cientistas na tentativa de compreender melhor o átomo e a sua composição. 7 CIÊNCIAS: QUÍMICA Em 1808, o cientista inglêsJohn Dalton propôs uma explica- ção para a propriedade da matéria. Trata-se da primeira teoria atômica que dá as bases para o modelo atômico conhecido atu- almente. A constituição da matéria é motivo de estudos desde a an- tiguidade. Os pensadores Leucipo (500 a.C.) e Demócrito (460 a.C.) formularam a ideia de haver um limite para a pequenez das partículas. Eles afirmavam que elas se tornariam tão pequenas que não poderiam ser divididas. Chamou-se a essa partícula última de átomo. A palavra é derivada dos radicais gregos que, juntos, significam o que não se pode dividir. O Modelo Atômico de Dalton Modelo atômico de Dalton O Modelo Atômico de Dalton, conhecido como o modelo bola de bilhar, possui os seguintes princípios: 1. Todas as substâncias são formadas de pequenas partícu- las chamadas átomos; 2. Os átomos de diferentes elementos têm diferentes pro- priedades, mas todos os átomos do mesmo elemento são exa- tamente iguais; 3. Os átomos não se alteram quando formam componentes químicos; 4. Os átomos são permanentes e indivisíveis, não podendo ser criados nem destruídos; 5. As reações químicas correspondem a uma reorganização de átomos. Modelo Atômico de Thomson Modelo Atômico de Thomson O Modelo Atômico de Thomson foi o primeiro a realizar a divisibilidade do átomo. Ao pesquisar sobre raios catódicos, o físico inglês propôs esse modelo que ficou conhecido como o modelo pudim de ameixa. Ele demonstrou que esses raios podiam ser interpretados como sendo um feixe de partículas carregadas de energia elé- trica negativa. Em 1887, Thomson sugeriu que os elétrons eram um cons- tituinte universal da matéria. Ele apresentou as primeiras ideias relativas à estrutura interna dos átomos. Thomson indicava que os átomos deviam ser constituídos de cargas elétricas positivas e negativas distribuídas uniforme- mente. Ele descobriu essa mínima partícula e assim estabeleceu a teoria da natureza elétrica da matéria. Concluiu que os elétrons eram constituintes de todos os tipos de matéria, pois observou que a relação carga/massa do elétron era a mesma para qual- quer gás empregado em suas experiências. Em 1897, Thomson tornou-se reconhecido como o “pai do elétron”. Modelo Atômico de Rutherford Modelo atômico de Rutherford Em 1911, o físico neozelandês Rutherford colocou uma fo- lha de ouro bastante fina dentro de uma câmara metálica. Seu objetivo era analisar a trajetória de partículas alfa a partir do obstáculo criado pela folha de ouro. Nesse ensaio de Rutherford, observou que algumas partícu- las ficavam totalmente bloqueadas. Outras partículas não eram afetadas, mas a maioria ultrapassava a folha sofrendo desvios. Segundo ele, esse comportamento podia ser explicados graças às forças de repulsão elétrica entre essas partículas. Pelas observações, afirmou que o átomo era nucleado e sua parte positiva se concentrava num volume extremamente pe- queno, que seria o próprio núcleo. O Modelo Atômico de Rutherford, conhecido como modelo planetário, corresponde a um sistema planetário em miniatura, no qual os elétrons se movem em órbitas circulares, ao redor do núcleo. 8 CIÊNCIAS: QUÍMICA Modelo de Rutherford – Bohr Modelo Atômico de Rutherford-Bohr O modelo apresentado por Rutherford foi aperfeiçoado por Bohr. Por esse motivo, o aspecto da estrutura atômica de Bohr também é chamada de Modelo Atômico de Bohr ou Modelo Atômico de Rutherford-Bohr. A teoria do físico dinamarquês Niels Bohr estabeleceu as seguintes concepções atômicas: 1. Os elétrons que giram ao redor do núcleo não giram ao acaso, mas descrevem órbitas determinadas. 2. O átomo é incrivelmente pequeno, mesmo assim a maior parte do átomo é espaço vazio. O diâmetro do núcleo atômico é cerca de cem mil vezes menor que o átomo todo. Os elétrons giram tão depressa que parecem tomar todo o espaço. 3. Quando a eletricidade passa através do átomo, o elétron pula para a órbita maior e seguinte, voltando depois à sua órbita usual. 4. Quando os elétrons saltam de uma órbita para a outra resulta luz. Bohr conseguiu prever os comprimentos de onda a partir da constituição do átomo e do salto dos elétrons de uma órbita para a outra. ÁTOMO Toda matéria é formada por partículas muito pequenas. Es- sas partículas chamamos de átomo. ÁTOMO – É uma partícula indivisível. Há cerca de 2,5 mil anos, o filósofo grego Demócrito disse que se dividirmos a matéria em pedacinhos cada vez menores, chegaremos a grãozinhos indivisíveis, que são os átomos (a = não e tomo = parte). Em 1897, o físico inglês Joseph Thompson (1856-1940) descobriu que os átomos eram divisíveis: lá dentro havia o elétron, partícula com carga elétrica negativa. Em 1911, o neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937) mostrou que os átomos tinham uma região central compacta chamada núcleo e que lá dentro encontravam-se os prótons, partículas com carga positiva. Fonte: http://static.hsw.com.br/gif/atom-rutherford.jpg Em 1932, o físico inglês James Chadwick (1891-1974) des- cobriu o nêutron, partícula neutra, companheira do próton no núcleo atômico. No início dos anos 60, os cientistas já achavam que prótons e nêutrons eram formados por partículas ainda menores. Mur- ray Gell-Mann, nascido em 1929 sugere a existência dos quarks, que seriam essas partículas menores. Os quarks são mantidos juntos por outras partículas denominadas gluons. Acreditava-se, na Antiguidade, que os átomos eram indivi- síveis e maciços. No século XX ficou provado que os átomos são formados por outras partículas. São três partículas fundamen- tais: elétrons, prótons e nêutrons. O átomo se divide em duas partes: o núcleo e a eletrosfera. Os prótons e nêutrons ficam no núcleo do átomo e os elétrons ficam na eletrosfera. Fonte: http://www.infoescola.com/Modules/Articles/Images/ full-1-3d6aba4843.jpg Essas partículas são caracterizadas pelas suas cargas elétri- cas. O elétron tem carga -1 e massa desprezível (sendo apro- ximadamente 1/1836 a massa do próton). A massa do próton seria então igual a 1 e a carga +1. O nêutron não possui carga elétrica e sua massa é igual a do próton. Observe a tabela entre as relações de massa das partículas fundamentais do átomo. Adota-se como padrão o próton com massa igual a 1: 9 CIÊNCIAS: QUÍMICA PARTÍCULA MASSA CARGA ELÉTRICA p 1 +1 n 1 0 é 1/1836 -1 Note que a massa do elétron é 1.836 vezes menor que a do próton, por isso desconsidera-se a sua massa. Tamanho do Átomo O tamanho do átomo é medido em angstrons (Å). 1 angstron = 10-10metros O diâmetro médio do núcleo de um átomo fica entre 10-4 Å e 10-5 Å e o da eletrosfera é de 1Å. A eletrosfera de um átomo é entre 10000 e 100000 vezes maior que o seu núcleo. Essa diferença de tamanho nos leva a admitir que o átomo é quase feito de espaço vazio. Em termos práticos, se o núcleo tivesse o tamanho de uma bola de tênis, o primeiro elétron estaria a uma distância de 1 km. Camadas Eletrônicas / Níveis de Energia Na eletrosfera, os elétrons giram em torno do núcleo ocupando o que chamamos de NÍVEIS DE ENERGIA ou CAMADAS ELETRÔ- NICAS. Cada nível possui um número inteiro de 1 a 7 ou pelas letras maiúsculas K,L,M,N,O,P,Q. Nas camadas, os elétrons se movem e quando passam de uma camada para outra absorvem ou liberam energia. Quando um elétron salta para uma camada mais interna ele libera energia. Quando um elétron salta para uma camada mais externa ele absorve energia. A energia emitida é em forma de luz. Chamamos essa energia de “quantum” de energia. O “quantum” também é chamado de fóton. Cada camada eletrônica pode conter certo número máximo de elétrons. Observe a tabela: NOME DA CAMADA NÍVEL Nº MÁX. DE É NA CAMADA K 1 2 L 2 8 M 3 18 N 4 32 O 5 32 P 6 18 Q 7 8 O número de camadas ou níveis de energia varia de acordo com o número de elétrons de cada átomo. Em todo átomo (exceto o paládio – Pd) o número máximo de elétrons em uma camada K só suporta 2 elétrons. A penúltima camada deve ter no máximo 18 elétrons. Para os átomos com mais de 3 camadas,enquanto a penúltima não estiver com 18 elétrons, a última terá no máximo 2 elétrons. Observe algumas distribuições: H (hidrogênio) nº de é = 1 K=1 K (potássio) nº de é = 19 K = 2 L=8 M = 8 N = 1 Be (berílio) nº de é = 4 K = 2 L = 2 Zr (zircônio) nº de é = 40 K = 2 L = 8 M = 18 N = 10 O = 2 10 CIÊNCIAS: QUÍMICA Número Atômico (Z) Cada átomo possui o seu número atômico. Ele indica o nú- mero de elétrons e prótons do átomo. Se ele estiver com sua carga elétrica zero ele está neutro, ou seja, é um átomo neutro. O número atômico é indicado pela letra (Z). Número Atômico é o número de prótons e elétrons (átomo neutro) que existem no átomo. Exemplos: Na (sódio) Z=11 He (hélio) Z=2 V (vanádio) Z=23 Br (bromo) Z=84 Po (polônio) Z=84 Pode-se dizer que o número atômico é igual ao número de prótons do núcleo. Se o átomo for neutro, é igual ao número de elétrons também. Z = p = é Número de Massa (A) Número de massa é o peso do átomo. É a soma do número de prótons (Z) e de nêutrons (n) que existem num átomo. A = p + n ou A = Z + n É este número que informa se o átomo é mais “leve” ou mais “pesado”. São os prótons e nêutrons quem dão a massa do átomo, já que os elétrons são muito pequenos, com massa desprezível em relação a estas partículas. Exemplos: Na (sódio) A = 23 Se o Na tem A = 23 e Z = 11, qual o número de n (nêutrons)? A = 23 Z = p = é A = p + n 23 = 11 + n n = 12 A partir do Z, temos o número de prótons e de elétrons do átomo. A partir da fórmula A = p + n, isolamos o n para achá-lo, substituindo o A e o p na fórmula. Então podemos utilizar tam- bém a fórmula: n = A – p Observe o modelo: a) K (potássio) A = 39 Z = 19 p = 19 é = 19 n = 20 Encontramos estes valores na Tabela Periódica dos Elemen- tos. Toda tabela possui a sua legenda informando o número atô- mico e o número de massa. Aplicando a fórmula correta, conse- guimos encontrar o valor de nêutrons. ÍON O átomo que possui p = é, ou seja, o número de prótons igual ao número de elétrons é eletricamente neutro. Átomo neutro = p = é Se o átomo tiver elétrons a mais ou a menos, então não será mais um átomo neutro. Este átomo passará a ser chamado de ÍON. Íon = p ≠ é Íon é um átomo que perde ou ganha elétrons. Ele pode ficar negativo ou positivo. Então: Íon positivo (+) doa elétrons – íon cátion. Ex. Na+ Íon negativo (-) recebe elétrons – íon ânion. Ex. Cl- Quando um cátion doa elétrons, ele fica positivo. Quando um ânion ganha elétrons, ele fica negativo. ISÓTOPO, ISÓBARO E ISÓTONO Se observarmos o número atômico, número de massa e de nêutrons de diferentes átomos podemos encontrar conjuntos de átomos com outro número igual. Os isótopos são átomos que possuem o mesmo número de prótons (p) e diferente número de massa (A). Exemplo: o hidrogênio (H) ¹H ²H ³H ¹ ¹ ¹ hidrogênio deutério trítio Z = 1 Z = 1 Z = 1 A = 1 A = 2 A = 3 Este fenômeno é muito comum na natureza. Quase todos os elementos químicos naturais são formados por mistura de isótopos. Os isóbaros são átomos que possuem o mesmo número de massa (A) e diferente número de prótons. Exemplo: 40K 40Ca 19 20 A = 40 A = 40 Z = 19 Z = 20 São átomos de elementos químicos diferentes, mas que tem o mesmo número de massa. Os isótonos são átomos que possuem o mesmo número de nêutrons e com diferentes números de prótons e de massa. São átomos de diferentes elementos químicos. Exemplo: A = 37Cl A = 40Ca Z = 17 Z = 20 __________ __________ n = 20 n = 20 Os isótonos têm propriedades químicas e físicas diferentes. Diagrama de Pauling O diagrama de Pauling ou princípio de Aufbau nada mais é do que um método de distribuir os elétrons na eletrosfera do átomo e dos íons. Este método foi desenvolvido pelo físico ale- mão Erwin Madelung (no Brasil, em muitos livros de química, o modelo é atribuído à Linus Pauling; entretanto, não há evidên- cias de que tenha sido ele o criador desse método). Ele provou 11 CIÊNCIAS: QUÍMICA experimentalmente que os elétrons são dispostos nos átomos em ordem crescente de energia, visto que todas as vezes que o elétron recebe energia ele salta para uma camada mais externa a qual ele se encontra, e no momento da volta para sua camada de origem ele emite luz, em virtude da energia absorvida anteriormente. Baseado na proposição de Niels Borh de que os elétrons giram ao redor do núcleo, como a órbita dos planetas ao redor do sol. Uma lâmpada fluorescente, por exemplo, ela contém uma substância química em seu interior, obviamente formada por átomos, os elétrons presentes na eletrosfera destes átomos, ao receber a energia elétrica são excitados, e começam a saltar para outras ca- madas e ao retornarem emitem a luz. Diagrama de Pauling 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d104p6 5s2 4d10 5p6 6s2 4f14 5d106p6 7s2 5f146d10 7p6 ... Ordem crescente de energia Número Quântico Principal (n): também conhecido como nível energético são representados pelos números inteiros correspon- dentes a: • K= 1 s • L= 2 s p • M= 3 s p d • N= 4 s p d f • O= 5 s p d f g • P= 6 s p d f g h • Q= 7 s p d f g h i... Número Quântico Azimutal(l): é comumente conhecido como subnível energético e representado pelas (“s, p, d, f,”...), respecti- vamente, “s(Sharp), p(Principal), d(difuse) e f(fundamental)”. Os subníveis energéticos são formados por orbitais, que comportam 2 elétrons com spins opostos segundo o Princípio da exclusão de Pauli. 12 CIÊNCIAS: QUÍMICA • s²= 1 orbital e 2 spins • p6= 3 orbitais e 6 spins • d10= 5 orbitais e 10 spins • f14= 7 orbitais e 14 spins Número Quântico Magnético(m): o número quântico magnético é útil para identificação dos orbitais. Onde o orbital da direita tem valor (+) e os da esquerda valor (-). Por exemplo, utilizando o subnível f que possui um maior número de orbitais, temos: Número Quântico de Spin (Ms): são representações em forma de seta dos elétrons distribuídos nos orbitais. O valor dos de cada spin é: ↑ Para cima é positivo Ms=+½(meio) e ↓ Para baixo é negativo e Ms=-½(meio) Exemplo: é necessário fazer a distribuição eletrônica do átomo de Praseodímio: Passo 1: procurar o elemento na tabela periódica e observar seu número atômico. Utilizando o diagrama de Pauling e seguindo pelas diagonais obtém-se: No átomo de Pr as camadas possuem: K=2 elétrons, L=8 elétrons, M=18 elétrons, N=21elétrons, O=8 elétrons e P=2 elétrons. Passo 2: dispor os spins em orbitais(aqui representados pelos quadrinhos) sendo 13 CIÊNCIAS: QUÍMICA Para os íons a distribuição é diferente, visto que íons são átomos que possuem carga e são subdividos em Cátions - tem tendência de perder seus elétrons e Ânions – tem tendência de ganhar elétrons. Para o Cátion de Pr+2 por exemplo, a distribuição passa a ser para 57 elétrons pois ele perde 2 em virtude de sua valência: K=2 elétrons, L=8 elétrons, M=18 elétrons, N=19 elétrons, O=8 elétrons e P=2 elétrons. Para um átomo de cloro, por exemplo, a distribuição é 17, porém para o ânion cloreto passa a ser de 18 elétrons por que ele ganha 1 elétron: 17Cl: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 ou 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 K=2, L=8 e M=7 elétrons 17Cl-1: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 ou 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 K=2, L=8 e M=8 elétrons 14 CIÊNCIAS: QUÍMICA É importante salientar que no texto acima existem reticências demonstrando a continuação das camadas, níveis, subníveis etc. Simplesmente por que Pauling seguiu o raciocínio de Mendeleyev, sabendo que novos elementos ainda serão descobertos e ocupa- rão, por exemplo, a camada R nível 8 e subníveis s,p,d,f,g,h,i, j e assim por diante. Princípio da Exclusão de Pauli De acordo com a Química Quântica, para cada elétron em um átomo poderá ser associado um conjunto de valores referente aos quatro números quânticos, que determinarão a posição ocupada pelo elétron, incluindo o orbital, assim como a orientação em que executa seu movimento de rotação. “Existe uma restrição, todavia, quanto aos valores que esses números podem ter. Esta restrição é o Princípio de Exclusão de Pauli, que estabelece que dois elétrons em um átomo não podem ter todos osquatro números quânticos iguais. Isto significa que, se escolhermos um conjunto particular de valores para n, l e ml correspondente a um orbital particular (por exemplo, n=1, l=0, ml=0; o orbital 1s), poderemos ter apenas dois elétrons com valores diferentes do número quântico de spin, ms (isto é, s= +1/2 ou s= -1/2). Com efeito, isso limita a dois o número de elétrons em um dado orbital, também requer que os spins destes dois elétrons estejam em direções opostas”. Portanto, os valores dos quatro números quânticos podem ser atribuídos para cada elétron em um átomo, de acordo com as re- gras precedentes e o Princípio da Exclusão de Pauli. Uma maneira objetiva de prever a localização provável de um elétron no interior de um átomo (sua camada, subcamada e orbital) é através de um conjunto matemático de valores denominado números quânticos. a) NÚMERO QUÂNTICO PRINCIPAL (n) Representa a camada atômica em que o elétron se encontra. Seus valores são números inteiros positivos, sendo experimental- mente determinado com variação de 1 a 7. Representa a distância média do elétron em relação ao núcleo do átomo, sendo assim, quanto maior for o valor de n mais afastado este elétron estará. b) NÚMERO QUÂNTICO AZIMUTAL (l) Representa a subcamada, assim, a forma do orbital. Pode apresentar valores inteiros de zero até n-1. Quando l=0, tem-se a sub- camada s e forma simetricamente esférica para o orbital, l=1 designa uma subcamada p e um orbital apresentando uma forma típica de dois lobos de um orbital p. De forma idêntica, l=2 representa uma subcamada d e l=3 uma subcamada f. c) NÚMERO QUÂNTICO MAGNÉTICO (ml) “O termo magnético é relativo ao fato de que os orbitais de uma dada subcamada possuem diferentes energias quantizadas, na presença de um campo magnético”. O valor deste número quântico oferece informações a respeito da orientação de um orbital no espaço. Para a subcamada s apresenta valor zero, para a subcamada p pode assumir valores inteiros no intervalo de –1 a +1, para a subcamada d valores de –2 a +2 e para a subcamada f valores de –3 a +3. d) NÚMERO QUÂNTICO SPIN (ms) O quarto número quântico, denominado muitas vezes apenas de spin, representa o eixo de rotação do elétron no orbital. Possui valor de +1/2 e –1/2, “sendo atribuido o primeiro a uma rotação em sentido anti-horário e o segundo em sentido horário”. Na Tabela 1 há um sumário referente aos valores para os quatro números quânticos obtidos por algumas informações. Nome Símbolo Característica especificada Informação fornecida Valores possíveis Principal n Camada Distância média do núcleo 1, 2, 3, 4,... Azimutal l Subcamada Forma do orbital 0, 1, 2,...(n-1) Magnético ml Orbital Orientação do orbital -l, (-l+1),...0,...(l-1), l Spin ms Spin Spin -1/2, +1/2 15 CIÊNCIAS: QUÍMICA CLASSIFICAÇÃO PERIÓDICA DOS ELEMENTOS – ORGANIZAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS ELEMENTOS QUÍMICOS EM GRUPOS E PERÍODOS NA TABELA PERIÓDICA; Em Química, os critérios utilizados para a organização dos elementos químicos foram estabelecidos ao longo do tempo. No ano de 1869, Dimitri Mendeleev iniciou os estudos a respeito da organização da tabela periódica através de um livro sobre os cerca de 60 elementos conhecidos na época, cujas propriedades ele havia anotado em fichas separadas. Ao trabalhar com esses dados ele per- cebeu que organizando os elementos em função da massa de seus átomos, determinadas propriedades se repetiam diversas vezes, e com uma mesma proporção, portanto era uma variável periódica. Lembrando que periódico é tudo o que se repete em intervalos de tempo bem definidos, como é o caso das estações do ano e das fases da lua, por exemplo. Ela foi criada com o intuito de organizar as informações já constatadas a fim de facilitar o acesso aos dados. Quando foi proposta muitos elementos ainda não haviam sido descobertos, muito embora seu princípio seja seguido até hoje com 118 elementos. Alguns outros modelos de tabela vêm sendo propostos, como por exemplo a que apresenta forma de espiral proposta por Philip Stewart com base na natureza cíclica dos elementos químicos, porém a mais utilizada ainda é a de Mendeleev. Dimitri Ivanovich Mendeleev nasceu na Sibéria e era professor da Universidade de São Petersburgo quando descobriu a lei perió- dica. O elemento de número atômico 101 da tabela periódica tem o nome em homenagem a ele, o Mendelévio. A tabela tem os elementos químicos dispostos em ordem crescente de número atômico e são divididos em grupos (ou famílias) devido a características que são comuns entre eles. Cada elemento químico é representado por um símbolo, por exemplo a prata é representada por Ag devido a seu nome no latim argentum. Cada elemento possui ao lado de seu símbolo o número atômico e o número de massa. Classificação dos elementos • Metais: São bons condutores de calor e eletricidade. São sólidos nas CNTP (com exceção do mercúrio), além de maleáveis e dúcteis. • Não metais: São maus condutores de corrente elétrica e calor. Podem assumir qualquer estado físico na temperatura ambiente. • Gases nobres: Apresentam baixa reatividade, sendo até pouco tempo considerados inertes. Os elementos podem ser classificados em representativos ou de transição (interna e externa). Os representativos são aqueles cuja distribuição eletrônica termina em s ou p. Os elementos de transição externa são aqueles cuja distribuição acaba em d, e os de transição interna acabam em f. A localização de um elemento na tabela periódica pode ser indicada pelo seu grupo e seu período. Os elementos de transição interna são os que se encontram nas duas linhas bem embaixo na tabela e na verdade é como se estivessem localizados no no sexto e sétimo período do grupo três. Cada linha no sentido horizontal da tabela periódica representa um período. Eles são em número de sete, e o período em que o elemento se encontra indica o número de níveis que possui. Por exemplo o sódio (Na) está no período três, o que significa que o seu átomo possui três camadas eletrônicas. 16 CIÊNCIAS: QUÍMICA Já os grupos são as linhas verticais que apresentam elementos químicos que compartilham propriedades. Por exemplo o flúor (F) e o cloro (Cl) estão no grupo 17 (ou 7A) por possuírem alta tendência de receber elétrons, o que chamamos de eletronegatividade. Alguns grupos possuem nomes específicos como os listados abaixo e os demais recebem o nome do primeiro elemento de seu grupo. Grupo 1: Metais alcalinos: esses elementos são muito reativos principalmente com a água. Esta reatividade aumenta conforme aumenta o número atômico e o raio do átomo. Todos os elementos desse grupo são eletropositivos, metais bons condutores de ele- tricidade, e formam bases fortes. São sólidos a temperatura ambiente, apresentam brilho metálico e quando expostos ao ar oxidam facilmente. São utilizados na iluminação no caso das lâmpadas de sódio, na purificação de metais e na fabricação de sabões sendo combinados com a gordura. Grupo 2: Metais alcalino-terrosos: Possuem esse nome por serem geralmente encontrados na terra. São bastante reativos, po- rém menos que os metais do grupo 1. Também são eletropositivos e são mais duros e densos do que os metais alcalinos. São utilizados em ligas metálicas como é o caso por exemplo do Berílio (Be), na composição do gesso e do mármore sendo o caso do cálcio (Ca) e em fogos de artifício magnésio (Mg) e estrôncio (Sr). Grupo 16 (ou 6A): Calcogênios: Os elementos desse grupo recebem esse nome derivado do grego que significa “formadores de cobre”. Neste grupo pode-se perceber facilmente analisando todos os elementos do grupo a presença de características metálicas e não metálicas. Os elementos mais importantes deste grupo são o oxigênio (O) e o enxofre (S) sendo o primeiro o gás utilizado inclusive em nossa respiração e o último é responsável inclusive pelo fenômeno da chuva ácida. Grupo 17 (ou 7A): Halogênios: São os elementos mais eletronegativos da tabela periódica, ou seja, possuem a tendência de re- ceber elétrons em uma ligação.Podem se combinar com quase todos os elementos da tabela periódica. O flúor por exemplo possui aplicação na higiene bucal. Grupo 18 (ou 8A): Gases nobres: possuem essa intitulação devido a ser constatado antigamente que não possuíam tendência alguma a formarem ligações. Isto ocorre devido à estabilidade de seus orbitais da camada mais externa completamente preenchidos. Hoje alguns compostos conseguiram ser preparados com estes elementos e incluem geralmente o Xenônio (Xe) que possui a primeira energia de ionização muito próxima do oxigênio. Propriedades químicas A Tabela Periódica organiza os elementos químicos até então conhecidos em uma ordem crescente de número atômico (Z – quan- tidade de prótons no núcleo do átomo). Muitas propriedades químicas e físicas dos elementos e das substâncias simples que eles formam variam periodicamente, ou seja, em intervalos regulares em função do aumento (ou da diminuição) dos números atômicos. As propriedades que se comportam dessa forma são chamadas de propriedades periódicas. As principais propriedades periódicas químicas dos elementos são: raio atômico, energia de ionização, eletronegatividade, ele- tropositividade e eletroafinidade. Já as físicas são: pontos de fusão e ebulição, densidade e volume atômico. A seguir, veja mais detalhadamente as propriedades periódicas químicas: 1- Raio atômico: pode ser definido como a metade da distância (r = d/2) entre os núcleos de dois átomos de um mesmo elemento químico, sem estarem ligados e assumindo os átomos como esferas: Ilustração de raio atômico Na tabela periódica, o raio atômico aumenta de cima para baixo e da direita para a esquerda. Isso acontece porque em uma mesma família (coluna), as camadas eletrônicas vão aumentando conforme se desce uma “casa” e, consequentemente, o raio atômico aumenta. Em um mesmo período (linha), o número de camadas eletrônicas é o mesmo, mas a quantidade de elétrons vai aumentando da esquerda para a direita e, com isso, a atração pelo núcleo aumenta, diminuindo o tamanho do átomo. 17 CIÊNCIAS: QUÍMICA Ordem de crescimento do raio atômico na Tabela Periódica 2. Energia ou potencial de ionização: é a energia mínima necessária para remover um elétron de um átomo ou íon no estado gasoso. Esse elétron é sempre retirado da última camada eletrônica, que é a mais externa e é conhecida como camada de valência. Quanto maior o raio atômico, mais afastados do núcleo os elétrons da camada de valência estarão, a força de atração entre eles será menor e, consequentemente, menor será a energia necessária para retirar esses elétrons e vice-versa. Por isso, a energia de io- nização dos elementos químicos na Tabela Periódica aumenta no sentido contrário ao aumento do raio atômico, isto é, de baixo para cima e da esquerda para a direita: Ordem de crescimento da energia de ionização na Tabela Periódica 3. Eletronegatividade: representa a tendência que um átomo tem de atrair elétrons para si em uma ligação química covalente em uma molécula isolada. Os valores das eletronegatividades dos elementos foram determinados pela escala de Pauling. Foi observado que, conforme o raio aumentava, menor era atração do núcleo pelos elétrons compartilhados na camada de valência. Por isso, a eletronegatividade também aumenta no sentido contrário ao aumento do raio atômico, sendo que varia na Tabela Periódica de baixo para cima e da esquerda para a direita: 18 CIÊNCIAS: QUÍMICA Ordem de crescimento da eletronegatividade na Tabela Periódica 4. Eletropositividade: é a capacidade que o átomo possui de se afastar de seus elétrons mais externos, em comparação a outro átomo, na formação de uma substância composta. Visto que é o contrário da eletronegatividade, a sua ordem crescente na tabela periódica também será o contrário da mostrada para a eletronegatividade, ou seja, será de cima para baixo e da direita para a esquerda: Ordem de crescimento da eletropositividade na Tabela Periódica 5. Eletroafinidade ou afinidade eletrônica: corresponde à energia liberada por um átomo do estado gasoso, quando ele captura um elétron. Essa energia é chamada assim porque ela mostra o grau de afinidade ou a intensidade da atração do átomo pelo elétron adicio- nado. Infelizmente, não são conhecidos todos os valores para as eletroafinidades de todo os elementos, mas os que estão disponíveis permitem generalizar que essa propriedade aumenta de baixo para cima e da esquerda para a direita na Tabela Periódica: 19 CIÊNCIAS: QUÍMICA Ordem de crescimento da afinidade eletrônica na Tabela Periódica Resumidamente, temos: LIGAÇÕES QUÍMICAS – LIGAÇÕES IÔNICAS, MOLECULARES E METÁLICAS: CARAC- TERÍSTICAS E PROPRIEDADES DOS COMPOSTOS. Segundo um levantamento feito pelo professor Antonio Mario Salles, o Enem cobrou, em suas provas anteriores, seis questões sobre ligações químicas. A ênfase, de acordo com ele, foi no princípio de solubilidade, na polaridade de moléculas, na geometria molecular, nas forças intermoleculares (“notadamente ligação de hidrogênio”) e na aplicação do princípio de solubilidade aos sabões e detergentes. Átomos que se unem para criar moléculas e a formação básica dos compostos constituem o centro desse tipo de estudo. Primeiramente precisamos saber que a Química estuda a matéria, a matéria é formada por átomos e os átomos não vivem sozi- nhos, eles se unem através das ligações espontâneas para formar substâncias que nos cercam. Essas ligações espontâneas são extre- mamente importantes, pois é através de uma forte atração que se ligam criando estabilidade e imitando os gases nobres. A grande diversidade de substâncias que existem na natureza deve-se à capacidade de combinação dos átomos de um mesmo elemento ou elementos diferentes. 20 CIÊNCIAS: QUÍMICA Teoria das colisões Quanto mais choques com energia e geometria adequada houver, maior a velocidade da reação, formando as Ligações Químicas. Esta estabilidade está relacionada com a configuração eletrônica na última camada de valência que poderá ser de 2, 8,18 e 32e-, essas combinações entre os elementos ocorrem de algumas maneiras: pela perda, pelo ganho ou, também, pelo simples comparti- lhamento de elétrons da última camada de valência do átomo, portanto os elementos químicos que não adquiriram esta estabilidade procuram espontaneamente com outro elemento imitar os gases nobres. Os tipos de ligação são: Regra do octeto: A partir da observação dos gases nobres que possuem 8 elétrons em sua última camada (com exceção do Hélio que possui 2 elétrons), formulou-se a regra de que os átomos se estabilizam eletronicamente quando atingem esse valor. Essa regra não abrange todos os casos de ligações atômicas, mas auxilia preliminarmente no estudo do assunto. 1. Ligação iônica ou eletrovalente 2. Ligação covalente ou molecular 3. Ligação covalente dativa ou coordenada 4. Ligação metálica Ligações iônicas – (metal + não metal) Os Metais tendem a doar elétrons, portanto tendem a possuir cargas positivas. Os Não Metais tendem a receber elétrons, portanto tendem a possuir cargas negativas. Regra básica. Metais 1,2,3 e- camada de valências (cv) Doar e- Íons (+) positivos Chamados cátions Não Metais ou Ametais 4,5,6,7e- camada de valências (cv) Receber e- Íons (-) negativos Chamados ânions. Exemplos: 11Na e 17Cl distribuição eletrônica Linus Pauling 11Na 1s 2 2s2 2p6 3s1 cv (metal) tendem a doar e- 17 Cl 1s 2 2s2 2p6 3s2 3p5 cv ( não metal) tendem a receber e- Íons formados = 1[Na]+1 1[Cl]-1 21 CIÊNCIAS: QUÍMICA Resumo: Ligação entre íons, de natureza eletromagnéti ca Exemplo: NaCl → cloreto de sódio (sal de cozinha) Obs.: Íons são átomos que possuem uma carga elétrica por adição ou perda de um ou mais elétrons. Na ligação iônica o resultado fi nal é eletricamente neutro. Na fórmula dos compostos iônicos a quanti dade de elétrons cedidos é igual à quanti dade de elétrons recebidos. Uma regra práti ca é que os coefi cientes da fórmula fi nal sejam o inverso dos índices de carga elétrica.Normalmente os elementos que se ligam ironicamente são os das famílias IA, IIA e IIIA com os das famílias VA, VIA e VIIA da tabela periódica. Ligações covalentes – (não metal + não metal) São elementos que gostam de receber elétrons, portanto são átomos que ao se unirem, o elétron da últi ma camada de valência de cada átomo irá sobrepor uns aos outros formando uma nuvem eletrônica comum comparti lhando elétrons. Exemplos: Tipos de ligações Ligações covalente dati vas Essa ligação é semelhante a molecular, com a diferença de que só um dos núcleos cede o par de elétrons comparti lhados. Obs.: dessa maneira os núcleos estão estabilizados eletronicamente. Exemplo: O = S → O 22 CIÊNCIAS: QUÍMICA Só podem ser realizada se o átomo que ceder o par de elétrons esti ver estabilizado de acordo com a regra do octeto (com oito elétrons na camada de valência). Ou seja, um átomo torna-se apto a “doar” elétrons se esti ver na condição de gás nobre. Ligações Metálicas – (metal + metal) Ambos gostam de doar elétrons, portanto tendem perder estes elétrons são sólidos cristalinos, exceto o mercúrio que se encontra no estado líquido. Os metais tendem a doar elétrons na últi ma camada de valência, formando nuvens de íons com carga positi vas chamadas de cáti ons livres, facilitando a condução de corrente elétrica. Suas propriedades � sicas são: - Brilho – Característi cas dos metais. - Densidade elevada - Normalmente os metais são densos, em virtude das estruturas compactas dos retí culos cristalinos. - Altos pontos de fusão e ebulição. - Conduti bilidade elétrica e térmica. - Maleabilidade – É a capacidade de moldar os metais em lâminas fi nas, por martelar o metal aquecido ou passá-lo por cilindros laminadores. - Ducti bilidade - é a transformação de fi os. Suas propriedades químicas - possuem relati va estabilidade como: - Ouro (Au) e plati na (Pt), não apresentando transformações mesmo expostos na presença da umidade, não perdendo o seu brilho. - Ferro (Fe), alumínio (Al) e zinco (Zn), estes já sofrem processos de corrosão na presença de água ou do oxigênio do ar. Ligas metálicas Os metais não são usados na sua forma pura, devido processos de corrosão na presença da água ou do ar atmosférico, portanto costumam misturar a outros metais para melhorar a qualidade e suas propriedades como: 1. Ferro (Fe) + Cromo (Cr) = aço inoxidável 2. Ferro (Fe) + carbono ( C) = aço são comumente uti lizados em molas, engrenagens, componentes agrícolas sujeitos ao desgaste, pequenas ferramentas, etc.. 23 CIÊNCIAS: QUÍMICA 3. Ferro (Fe) + tungstênio (W) = dureza uti lizadas para ob- tenção de ligas de metais pesados exemplo laminas de turbinas de foguetes. Observação: Como os metais possuem a tendência de formar cáti ons pela cessão de elétrons, esses cáti ons formam um retí culo crista- lino envolto em uma nuvem eletrônica. Exemplo: Ferro (Fe), Alumínio (Al), Cobre (Cu). Fórmulas Estruturais Os compostos químicos podem ser representados de diver- sas formas, no entanto cada um tem sua estrutura diferenciada, pois depende de quantos elétrons possuem na camada de va- lência, entre outras parti cularidades. Dentre diversas maneiras de representar uma molécula existe a fórmula estrutural apre- sentada a seguir. Fórmula Estrutural Esse é o ti po de apresentação detalhada de como os átomos de uma molécula estão ligados entre si. Por exemplo, a molécula de água, onde dois átomos de Hidrogênio se unem a um átomo de Oxigênio. Na fórmula estrutural além de fornecer o número de áto- mos ligados, pode observar também como eles estão ligados entre si. Tipos de fórmula estrutural Fórmula Condensada Nesse ti po de fórmula as ligações entre os átomos não são representadas. Exemplo de fórmula condensada: Hexano: (C6H14) CH3 CH2 CH2 CH2 CH2 CH3 No entanto, se algum índice se repeti r deve-se colocá-lo entre colchetes e indicar quantas vezes ele aparece na fórmula: CH3 [CH2]4 CH3 Fórmula Condensada Linear Os carbonos são representados em forma de linhas em zi- guezague. Cada extremidade da linha há um carbono. Como o carbono faz quatro ligações o restante é hidrogênio. Exemplo: Na ponta e no fi m da reta, o carbono está fazendo três ligações então há três hidrogênios. No fi m e início de cada reta o carbono está fazendo duas ligações por isso tem dois hidrogênios. Fórmula eletrônica ou de Lewis Esta fórmula apresenta os elétrons da camada de valência por pontos, e o elemento químico no centro. Exemplo: molécula do gás metano: Fórmula de Couper Neste ti po de fórmula reti ra-se os pontos e representa-se os elétrons da camada de valência por traços. Exemplo: outra forma de representar a molécula do gás metano. Para escolher a fórmula estrutural adequada, deve levar em consideração os detalhes que deseja apresentar, pois algumas formas são simples porém outras mais complexas. Reati vidade dos metais Os metais em geral são muito reati vos, eles reagem com a água, com ácidos, com bases, entre outros. Vejamos exemplos de cada uma dessas ocorrências: Reação com ácidos O ouro é um exemplo de metal que sofre esse ti po de rea- ção, mas possui uma condição: não reage com ácidos isolados. Para que o ataque aconteça é preciso uma mistura de ácidos, é a chamada água régia. Esta solução se forma da junção de ácido clorídrico (HCl) e ácido nítrico (HNO3). Acompanhe a reação: 24 CIÊNCIAS: QUÍMICA Au (s) + 3 HNO3 (aq) + 4 HCl (aq) → HAuCl4 (aq) + 3 H2O (l) + 3 NO2 (g) Reação com água A água reage com alguns metais originando como produto gás hidrogênio (H2) e hidróxido de sódio (NaOH). Estes metais são pertencentes à classe de Metais alcalinos e Metais alcali- no-terrosos, como: Lítio (Li), Bário (Ba), Césio (Cs), Potássio (K), Rádio (Ra), Cálcio (Ca), Estrôncio (Sr), entre outros. Equação do processo: 2 Ba (s) + 2 H2O (l) → 2 BaOH (aq) + H2 (g) Reação com bases Somente alguns metais possuem a propriedade de reagir com bases, são eles: Zinco (Zn), Chumbo (Pb), Estanho (Sn), Alu- mínio (Al). Zn (s) + 2 NaOH (aq) → Na2ZnO2 (aq) + H2 (g) O produto será um sal e gás hidrogênio (H2). FUNÇÕES INORGÂNICAS – ÁCIDOS, BASES, SAIS E ÓXIDOS: CLASSIFICAÇÃO, NOMENCLATURA E PRO- PRIEDADES Com o passar do tempo e com a descoberta de milhares de substâncias inorgânicas, os cientistas começaram a observar que alguns desses compostos poderiam ser agrupados em famílias com propriedades semelhantes: as funções inorgânicas. Na Química Inorgânica, as quatro funções principais são: ácidos, bases, sais e óxidos. As primeiras três funções são de- finidas segundo o conceito de Arrhenius. Vejamos quais são os compostos que constituem cada grupo: → Ácidos: São compostos covalentes que reagem com água (sofrem ionização) e formam soluções que apresentam como único cá- tion o hidrônio (H3O 1+) ou, conforme o conceito original e que permanece até hoje para fins didáticos, o cátion H1+. a) Equações de ionização de ácidos H2SO4 → H3O 1+ + HSO4 1- ou H2SO4 → H 1+ + HSO4 - HCl → H3O 1+ + Cl1- ou HCl → H1+ + Cl1- b) Ácidos principais: • Ácido Sulfúrico (H2SO4) • Ácido Fluorídrico (HF) • Ácido Clorídrico (HCl) • Ácido Cianídrico (HCN) • Ácido Carbônico (H2CO3) • Ácido fosfórico (H3PO4) • Ácido Acético (H3CCOOH) • Ácido Nítrico (HNO3) → Bases São compostos capazes de dissociar-se na água, liberando íons, mesmo em pequena porcentagem, e o único ânion libera- do é o hidróxido (OH1-). a) Equações de dissociação de bases NaOH(s) → Na 1+ + OH1- Ca(OH)2 → Ca 2+ + 2 OH1- b) Exemplos de bases • Hidróxido de sódio (NaOH) • Hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) • Hidróxido de magnésio(Mg(OH)2) • Hidróxido de amônio (NH4OH) → Sais São compostos capazes de se dissociar na água, liberando íons, mesmo em pequena porcentagem, dos quais pelo menos um cátion é diferente de H3O 1+ e pelo menos um ânion é dife- rente de OH1-. a) Equações de dissociação de sais Veja alguns exemplos de equações de dissociação de sais após serem adicionados à água. NaCl → Na1+ + Cl1- Ca(NO3)2 → Ca 2+ + 2 NO31- (NH4)3PO4 → 3 NH4 +1 + PO4 3- b) Exemplos de sais Alguns exemplos de sais importantes para o ser humano de forma direta ou indireta: • Cloreto de Sódio (NaCl) • Fluoreto de sódio (NaF) • Nitrito de sódio (NaNO3) • Nitrato de amônio (NH4NO3) • Carbonato de sódio (Na2CO3) • Bicarbonato de sódio (NaHCO3) • Carbonato de cálcio (CaCO3) • Sulfato de cálcio (CaSO4) • Sulfato de magnésio (MgSO4) • Fosfato de cálcio [Ca3(PO4)2] • Hipoclorito de sódio (NaClO) → Óxidos São compostos binários (formados por apenas dois elemen- tos químicos), e o oxigênio é o elemento mais eletronegativo. a) Fórmulas de óxidos Exemplos: CO2, SO2, SO3, P2O5, Cl2O6, NO2, N2O4, Na2O etc. b) Principais óxidos: • Óxidos básicos: apresentam caráter básico (Óxido de cál- cio – CaO); • Óxidos ácidos: apresentam caráter ácido (Dióxido de car- bono - CO2); • Óxidos anfóteros: apresentam caráter ácido e básico (Óxi- do de alumínio - Al2O3). 25 CIÊNCIAS: QUÍMICA Exercícios 01. Um técnico em química teve a tarefa de armazenar diferentes substâncias. Para tanto, resolveu separá-las de acordo com as respectivas funções químicas. As substâncias eram: NaCl, CaCO3, Ca(OH)2, CaO, Na2O, NaOH, H2SO4 e HCl. A alternativa que apresenta apenas as substâncias classificados como óxidos é: a) CaO e Na2O. b) Na2O e NaOH. c) H2SO4 e HCl. d) Ca(OH)2 e CaO. e) CaO, Na2O e NaOH. As substâncias NaOH e Ca(OH)2 não são óxidos, e sim bases, enquanto o HCl e o H2SO4 são ácidos. 02. Um sal possui várias características. NÃO constitui uma dessas características a) ter ponto de fusão elevado. b) ter, na forma sólida, rede cristalina formada por cátion e ânion. c) ser um sólido formado por apenas dois elementos, sendo um deles o oxigênio. d) ser uma substância iônica. e) tender a se dissociar em água (mesmo que em pequena escala) liberando pelo menos um cátion de um elemento metálico. Sais são compostos iônicos, nos quais o cátion não pode ser o H+ e o ânion não pode ser o OH-. Logo, não é obrigatória a presença do oxigênio. 03. Considere as reações abaixo e marque a alternativa que indica corretamente as reações endotérmicas: I. CH4(g) + 2 O2(g) → CO2(g) + H2O(l) + 889,5 kJ II. Fe2O3(s) +3 C(s) → 2 Fe(s) +3 CO(g) ΔH = + 490 kJ III. 6 CO2(g) + 6 H2O(l) + 2 813 → C6H12O6(g) + 6 O2(g) IV. HCl(aq) + NaOH(aq) → NaCl(aq) + H2O(l) ΔH = - 57,7 kJ V. 1 H2(g) + 1/2 O2(g) → 2 H2O(l) + 68,3 kcal VI. 1 H2(g) + 1 I2(g) → 2 HI(g) ΔH = + 25,96 kJ/mol a) II e III. b) I e IV. c) II, III e VI. d) I, IV e V. e) I, III e V. 04. Em relação ao equilíbrio químico 2 NO(g)+ 1 O2(g) ↔ 2 NO2(g) + 27 kcal pode-se afirmar: a) Aumentando a quantidade de O2(g), o equilíbrio se desloca para a esquerda; b) Diminuindo a quantidade de NO2(g), o equilíbrio se desloca para a esquerda; c) Aumentando ou diminuindo as quantidades das espécies químicas dessa equação, o equilíbrio não se altera; d) Diminuindo a quantidade de NO(g), o equilíbrio se desloca para a esquerda; e) Diminuindo a quantidade da espécie química NO(g), o equilíbrio se desloca para a direita. Quando a quantidade de um dos reagentes ou produtos é alterada, o equilíbrio tende a ser restaurado, mantendo as proporções entre eles, assim, o equilíbrio tende para a esquerda caso algum reagente seja retirado, e para a direita caso algum produto seja reti- rado, e ao contrário se um deles for adicionado. 5. De modo geral, os compostos que possuem ligações iônicas: a) são formados pela ligação entre ametais e o hidrogênio. b) são encontrados na natureza no estado líquido. c) apresentam baixos pontos de fusão e ebulição. d) são duros e resistentes a impactos. e) apresentam alta condutividade elétrica em solução aquosa. Quando compostos iônicos são dissolvidos em soluções aquosas, eles são dissociados em íons, sendo assim, a efetividade da con- dução elétrica é aumentada. 06. Reações químicas dependem de energia e colisões eficazes que ocorrem entre as moléculas dos reagentes. Em sistema fe- chado, é de se esperar que o mesmo ocorra entre as moléculas dos produtos em menor ou maior grau até que se atinja o chamado “equilíbrio químico”. O valor da constante de equilíbrio em função das concentrações das espécies no equilíbrio, em quantidade de matéria, é um dado importante para se avaliar a extensão (rendimento) da reação quando as concentrações não se alteram mais. 26 CIÊNCIAS: QUÍMICA Considere a tabela com as quantidades de reagentes e produtos no início e no equilíbrio, na temperatura de 100°C, para a seguinte reação: Tabela com quantidade de reagentes e produto (Foto: Reprodução) A constante de equilíbrio tem o seguinte valor: a) 0,13 b) 0,27 c) 0,50 d) 1,8 e) 3,0 07. Em quais das passagens a seguir está ocorrendo transformação química? 1) “ O reflexo da luz nas águas onduladas pelos ventos lembrava-lhe os cabelos de seu amado”. 2) “ A chama da vela confundia-se com o brilho nos seus olhos”. 3) “Desolado, observava o gelo derretendo em seu copo e ironicamente comparava-o ao seu coração.” 4) “Com o passar dos tempos começou a sentir-se como a velha tesoura enferrujando no fundo da gaveta.” Estão corretas apenas: a) 1 e 2 b) 2 e 3 c) 3 e 4 d) 2 e 4 e) 1 e 3 08. A energia térmica liberada em processos de fissão nuclear pode ser utilizada na geração de vapor para produzir energia mecânica que, por sua vez, será convertida em energia elétrica. Abaixo está representado um esquema básico de uma usina de energia nuclear. 27 CIÊNCIAS: QUÍMICA A partir do esquema são feitas as seguintes afirmações: I. a energia liberada na reação é usada para ferver a água que, como vapor a alta pressão, aciona a turbina. II. a turbina, que adquire uma energia cinética de rotação, é acoplada mecanicamente ao gerador para produção de energia elétrica. III. a água depois de passar pela turbina é pré-aquecida no condensador e bombeada de volta ao reator. Dentre as afirmações acima, somente está(ão) correta(s): a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. GABARITO 1 A 2 C 3 C 4 D 5 E 6 B 7 D 8 D ANOTAÇÃO ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ 0 - INDICE BASE 01 - Matemática 02 - Português 03 - CIÊNCIAS FÍSICA 04 - CIÊNCIAS QUÍMICA 05 - INGLÊS
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