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AÇÃO POSSESSORIA

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MERITÍSSIMO JUÍZO DE DIREITO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO-ESTADO DE SÃO PAULO.
ALINE, brasileira, solteira, nutricionista, portadora do RG n° 10.201.345-1 SSP/SP, inscrita CPF sob o n° 280.098.129-08, titular do e-mail aline@outlook.com, residente e domiciliada no bairro boqueirão, na cidade de São Paulo/SP, através de sua procuradora devidamente constituída, com escritório situado no endereço descrito no rodapé da presente, onde recebe intimações de estilo, vem respeitosamente perante esse R. Juízo, com fundamento no artigo 319, artigo 560 e seguintes, do Código de Processo Civil c/c artigo 1.196 e seguintes do Código Civil, e demais dispositivos pertinentes à espécie, propor a presente:
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE COM PEDIDO DE CONDENAÇÃO EM PERDAS E DANOS E PEDIDO LIMINAR pelo rito especial, em desfavor de:
JOÃO PAULO, brasileiro, casado, comerciante, portador do RG n° 12.239.135-4 SSP/SP, inscrito no CPF sob o n° 045.129.124-20, titular do e-mail jpjoao@outlook.com, residente e domiciliado na Rua Itapeva, 528, bairro Bela Vista, CEP 01332-000, na cidade de São Paulo/SP e;
NICE, brasileira, casada, contadora, portadora do RG n° 34.325.135-15 SSP/SP, inscrita no CPF sob o n° 093.325.462-23, titular do e-mail nicinha@outlook.com, residente e domiciliada à Rua Itapeva, 530, bairro Bela Vista, CEP 01332-000, na cidade de São Paulo/SP; pelos fatos e fundamentos de direito a seguir expostos.
1. DOS FATOS
O requerente é proprietário de um sítio situado no interior de Campinas/SP, o qual visita rotineiramente sempre que possível, sendo que seu terreno possui cerca de arame para marcar a divisa com o sítio do vizinho, ora requerido. 
Em determinado final de semana, o requerente ao ir em seu sítio notou que a cerca havia sido alterada de local, reduzindo parte de seu terreno, o que então, deslocou-a para a posição originária.
Quando do retorno da requerente, esta deparou-se com o imóvel ocupado por João Paulo e Nice, os quais acreditaram que a mesma não retornaria mais e, decidiram ali fixar sua moradia de maneira clandestina, sendo a posse eivada de má-fé. 
Insta consignar que, durante o período em que os réus ocuparam o imóvel, estes danificaram o telhado da casa ao instalar uma antena “pirata” de televisão a cabo, causando, assim, infiltrações enormes, devido as fortes chuvas que caíram sobre a cidade naqueles dias, gerando um dano estimado em R$ 6.000,00 (seis mil reais).
Pontue-se que o dano em questão foi decorrência exclusiva da instalação da antena “pirata” acima citada. 
Fora o incomodo causado e o prejuízo sobredito, os réus vêm colhendo e usufruindo boa parte da produção de laranjas do pomar da residência da Parte Autora, causando um prejuízo estimado, para o período, cuja soma chega ao montante de R$ 19.000,00 (dezenove mil reais).
Apesar de ter sido realizada de todas as formas uma solução amigável para a presente situação, tudo o que fora fez restou infrutífero, restando ao Autor socorrer-se perante o Poder Judiciário para a solução do empasse. 
2. DO ESBULHO PERPETUADO PELOS RÉUS – POSSE NOVA – DIREITO À REINTEGRAÇÃO
A fim de assegurar os direitos sobre bens imóveis, o ordenamento jurídico pátrio regulamente as relações de posse e propriedade, sendo possível encontrar o conceito de posse no artigo 1.196, do Código de Processo Civil, que assegura ser possuidor todo aquele que tem de fato o exercício pleno ou não de algum dos poderes inerentes à propriedade. 
O Ordenamento Pátrio protege a posse permitindo que o possuidor demande judicialmente contra o agressor, na intenção de repelir tais agressões injustas sofridas em detrimento do direito de propriedade/posse. 
Nesse sentindo, a renomada doutrinadora leciona a respeito:
“O interdito proibitório […] poderá ser manejado quando o possuidor direto ou indireto tenha justo receio de ser molestado na posse, caso em que poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito (art. 567 do Novo CPC). Aplicam-se-lhe as normas procedimentais da reintegração e da manutenção de posse.”. (GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Manual de Direito Civil. São Paulo: Saraiva, 2017.).
No mesmo sentido caminham as disposições legais do Artigo 560, do Código de Processo Civil e 1.210 do Código Civil, os quais disciplinam, o direito da reintegração, conforme se segue: 
Art. 1.210 CC - O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
Art. 560 CPC - O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.
Desta forma, quando o possuidor for esbulhado, caberá, nos termos do que disciplinam os artigos acima citados, ser reintegrado mediante a propositura da competente ação de reintegração de posse, já que tal é medida justa e de direito.
No caso em tela o esbulho caracteriza-se pelo fato de os requeridos terem invadido a residência da requerente, ocorrendo, portanto, a posse de má-fé, nos termos do artigo 1.201 do Código Civil, ocasião em que, assim que tomado conhecimento do esbulho a presente demanda foi proposta. 
Face a isso e, frente a situação de que a autora assim que tomou conhecido do esbulho realizado e já que impossível ter solucionado de outra forma, recorreu a presente demanda, devendo o procedimento a ser adotado deve ser aquele delimitado nas regras especiais do Código de Processo Civil, visto que a demanda foi proposta dentro do prazo previsto no artigo 558, da legis mencionada. 
Assim sendo, frente ao exposto e cumpridas as disposições legais, a reintegração de posse é a medida que deve prosperar de maneira imediata, além da obrigatoriedade de ressarcimento dos danos sofridos pela parte Autora, conforme será exposto no tópico adiante. 
3. DA INDENIZAÇÃO – INFILTRAÇÃO E COLHEITA DOS FRUTOS
Pelo que já fora dito, resta clarividente que houve a pratica de esbulho praticado pelos réus, bem como a má-fé na posse do imóvel da autora, em razão a clandestinidade e ilegalidade ao apossearem-se do imóvel supracitado. 
Como já mencionado, além da invasão ilícita, os réus danificaram o telhado do imóvel da parte autora ao instalarem uma antena de televisão ‘pirata’, o que levou à consequente infiltração em razão da chuva que caiu no período em que os réus permaneceram ilegalmente no imóvel. 
Frente a estes danos, calcula-se que para repara-lo seja necessário gastar em torno de R$ 6.000,00 (seis mil reais), conforme orçamento realizados anexos, valor este que deve ser arcado pelos réus, já que é licito ao autor cumular o pedido de perdas e danos e a indenização dos furtos na possessória, sendo que isto é o que preceitua o artigo 555, do Código de Processo Civil.
Não obstante os danos materiais causados no imóvel, os réus ainda vêm usufruindo da colheita de laranjas do pomar situado no imóvel da requerente, gerando um prejuízo até o presente momento no valor de R$ 19.000,00 (dezenove mil reais). 
Desta forma, nos termos do que disciplina o artigo 1.216, do Código de Processo Civil, caberá aos réus indenizar a parte autora pelos frutos colhidos de maneira ilegal. 
Frente ao que se expôs, busca-se a condenação dos réus quanto aos prejuízos mencionados. 
4. DO PEDIDO LIMINAR 
O direito da parte Autora de ser reintegrada de maneira liminar é certo e justo e, encontra amparo no artigo 562, do Código de Processo Civil, que prega:
Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
No caso presente a inicial cumpre os requisitos autorizadores para que seja deferida a liminar pretendida pela parte Autora, dada a farta documentação carreada aos autos, a qual comprova de maneira plena a posse da Autora e o
consequente esbulho perpetuado pelos Réus. 
Resta igualmente demonstrada que a posse é nova, sendo, portanto cabível a propositura da demanda com base nas regras do procedimento especial, devendo ser de pronta deferida a liminar de reintegração de posse, com a desocupação imediata dos réus. 
Neste sentindo, têm-se o entendimento jurisprudencial:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. LIMINAR DEFERIDA. REQUISITOS PREENCHIDOS. MANUTENÇÃO. I. Para a concessão da medida antecipatória de reintegração de posse, necessária a comprovação, de plano, da prova da posse anterior, do esbulho e da respectiva data, e perda da posse (art. 561 e 562, CPC). II. No presente caso, porquanto presentes os requisitos do referido artigo, deve ser mantida a ordem liminar de reintegração de posse. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E IMPROVIDO. (TJ-GO - AI: 02055918120198090000, Relator: AMÉLIA MARTINS DE ARAÚJO, Data de Julgamento: 03/07/2019, 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de 03/07/2019).
Pleiteia-se, derradeiramente, seja deferido o usa de força policial, se necessário para o cumprimento da medida liminar, bem como seja aplicada astreintes caso os réus voltem a ocupar o imóvel. 
5. PEDIDOS e REQUERIMENTOS
Levando-se em consideração a tudo que fora apresentado, pede-se e requer-se a Vossa Excelência:
a) Seja recebida e processada a presente demanda, deferindo-se a liminar de reintegração de posse, conforme manda o Artigo 562 do Código de Processo Civil, sem a oitiva da parte contrária, para que os réus sejam de prontos retirados do imóvel, com apoio de força policial, se necessário e a aplicação de astreintes, no caso de nova invasão;
b) Após o cumprimento da liminar, sejam os réus CITADOS para, caso queiram apresentarem resposta no prazo legal, seguindo-se o que manda o artigo 564, do Código de Processo Civil, sob pena de revelia;
c) Ao final, requer seja confirmada a liminar de reintegração de posse, julgando-se totalmente procedente a demanda reintegrando-se a posse da parte autora e condenando-se a parte adversa ao pagamento de indenização no importe de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) referente ao conserto do telhado (R$ 6.000,00) e da colheita das laranjas do pomar da parte Autora (R$19.000,00), conforme preceituam os artigos 1.216 e 1.218, do Código de Processo Civil;
d) Pugna-se ainda pela condenação dos réus ao pagamento dos honorários advocatícios sucumbenciais e ao pagamento das custas processuais, nos termos do que preceitua o nosso ordenamento pátrio. 
6 - DA PROVAS
Finalmente requer seja deferida a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial o depoimento pessoal dos réus, prova documental e testemunhal, cujo objetivo é demonstrar a clandestinidade da posse, bem como a produção de prova pericial, para comprovação da ocorrência dos danos sofridos no imóvel.
V - DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à presente causa o valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).
Termos em que
Pede e aguarda deferimento.
Campo Mourão, 29 de agosto de 2020.
Natalia de Paiva Silva
OAB/PR 28.0408
Avenida Jorge Walter, nº 1680, Centro - fone (044) 99734-9134; e-mail natipaivasilva@outlook.com – CEP: 87303-060 – Campo Mourão/Paraná

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