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• Maioria dos crimes é de ação penal pública (é regra geral ) expresso quando a lei disser de modo adverso ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL . O Estado, detentor do direito e do poder de punir (jus puniendi), confere a iniciativa do desencadeamento da ação penal a um órgão público (Ministério Público) ou à própria vítima, dependendo da modalidade de crime praticado. Portanto, para cada delito previsto em lei existe a prévia definição da espécie de ação penal (de iniciativa pública ou privada) Por isso, as próprias infrações penais são divididas entre aquelas de ação pública e as de ação privada CÓDIGO PENAL . Art. 100: A ação penal é pública, salvo quando a lei expressamente a declara privativa do ofendido. § 1º: A ação pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça. § 2º: A ação de iniciativa privada é promovida mediante queixa do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo. § 3º: A ação de iniciativa privada pode intentar-se nos crimes de ação pública, se o Ministério Público não oferece denúncia no prazo legal § 4º: No caso de morte do ofendido ou de ter sido declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou de prosseguir na ação passa ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. • O prazo do MP para fazer a denúncia, 15 dias se estiver solto e 5 se estiver preso AÇÃO PENAL PÚBLICA . É aquela em que a iniciativa de seu desencadeamento é exclusiva do Ministério Público (órgão público), nos termos do art. 129, I, da CF. Em razão disso, havendo indícios de autoria e de materialidade colhidos durante as investigações, mostra-se obrigatório o oferecimento da denúncia (peça inicial neste tipo de ação). • A ação pública apresenta as seguintes modalidades: INCONDICIONADA: o exercício da ação independe de qualquer condição especial. É a regra do processo penal, uma vez que, no silêncio da lei, a ação será pública incondicionada. ➢ Exemplo: aborto, infanticídio, furto, extorsão ... Além dos princípios gerais da ação, que se aplicam a todo e qualquer tipo de ação penal, a ação pública rege-se ainda por cinco princípios que lhe são específicos: I. Obrigatoriedade II. Indisponibilidade (tem que ir até o fim da denúncia) III. Oficialidade (o MP é um órgão público e por isso tudo tem que ser oficial) IV. indivisibilidade (não pode escolher quem irá denunciar) V. intranscendência. (Não pode transcender/acrescentar novos Condicionada a propositura da ação penal depende da prévia existência de uma condição especial (representação da vítima ou requisição do Ministro da Justiça). • A vítima tem até 6 meses para pedir a denúncia • Nesse último tipo de ação penal a lei, junto ao próprio tipo penal, necessariamente deve mencionar que só se procede mediante representação ou requisição do Ministro da Justiça • Na ação penal condicionada, a titularidade é, ainda, do Ministério Público que, todavia, só pode oferecer a denúncia se estiver presente no caso concreto a representação da vítima ou a requisição do Ministro da Justiça, que constituem, assim, condições de procedibilidade. Exemplos: Art. 145. Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º,da violência resulta lesão corporal. Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3 o do art. 140 deste Código. • Crimes previsto nesse capitulo: Calunia, difamação e injúria Art 140: Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: Art. 141: As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro; Ação penal • Caso de estupro, passou a ser uma ação penal pública incondicionada, no qual a pessoa violentada não pode mais fazer queixa anônima, sendo assim ela terá que depor e expor o acontecido. Lei nº 9.099/95 Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas. Lei nº 11.340/06 Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995. A REPRESENTAÇÃO NÃO OBRIGA O MP A OFERECER A DENÚNCIA. • O MP possui independência funcional (art. 127,§ 1, da CF). • As regras mais importantes para a representação são as seguintes: ➢ A representação pode ser endereçada ao Juiz, ao Ministério Público e à Autoridade Policial; ➢ representação pode ser ofertada pessoalmente ou por procurador com poderes especiais; ➢ Pode ser apresentada mediante declaração escrita ou verbalmente, mas, na última hipótese, deve ser reduzida a termo (é oral apenas na origem). • O direito de representação deve ser exercido no prazo de 6 meses a contar do dia em que a vítima ou seu representante legal descobrem quem é o autor do delito (art. 38 do CPP). ▪ O prazo que a lei confere é para que a representação seja oferecida, podendo o MP oferecer denúncia mesmo após esse período. • O prazo para oferecimento da representação é decadencial, mas só corre após a descoberta da autoria. • De acordo com o art. 38 do CPP, a representação pode ser apresentada pela vítima ou por seu representante legal. ▪ A possibilidade de iniciativa do representante legal resume-se às hipóteses em que a vítima é menor de 18 anos ou incapaz em razão de doença ou retardamento mental. • A vítima pode retirar a representação, de forma a impossibilitar o oferecimento de denúncia pelo MP, mas o CPP só permite que seja feita até o oferecimento da denúncia (art. 25 do CPP) Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. Lei nº 11.343/06 Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. AÇÃO PENAL PRIVADA . É aquela em que a iniciativa da propositura da ação é conferida à vítima. A peça inicial se chama queixa-crime. Subdivide-se em: A) EXCLUSIVA: a iniciativa da ação penal é da vítima, mas, se esta for menor ou incapaz, a lei permite que a ação seja proposta pelo representante legal. Em caso de morte da vítima, a ação poderá ser proposta por seus sucessores (cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão). E, se a ação já estiver em andamento por ocasião do falecimento, poderão eles prosseguir na ação. Os princípios que regem a ação penal privada são: I.Oportunidade II. Disponibilidade III. indivisibilidade IV. intranscendência. Neste tipo de delito, a lei expressamente menciona que somente se procede mediante queixa. Exemplo: Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal B) PERSONALÍSSIMA: a ação só pode ser proposta pela vítima. Se ela for menor, deve-se aguardar que complete 18 anos. Se for doente mental, deve-se aguardar eventual restabelecimento. Em caso de morte, a ação não pode ser proposta pelos sucessores. Se já tiver sido proposta na data do falecimento, a ação se extingue pela impossibilidade de sucessão no polo passivo. • Só para o art 236 (casamento que mentiu sobre algo como identidade diferente, alegou ser de um sexo e é de outro, qualquer coisa menos ocultar um casamento anterior) Nesse tipo de infração a lei esclarece que somente se procede mediante queixa do ofendido . Exemplo: Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. c) Subsidiária da Pública: é a ação proposta pela vítima em crime de ação pública, possibilidade que só existe quando o Ministério Público, dentro do prazo que a lei lhe confere, não apresenta qualquer manifestação. De acordo com o art. 46 do CPP, o prazo para oferecimento de denúncia é de 5 dias, se o indiciado estiver preso, e de 15 dias se estiver solto, a contar da data em que foi recebido o inquérito policial. ▪ Após o prazo do MP, a vítima tem 6 meses para ajuizar a queixa-crime. ▪ Além disso, se a vítima não ingressar com a ação supletiva dentro de 6 meses, não haverá extinção da punibilidade porque o crime, em sua natureza, é de ação pública. Assim, após esses 6 meses, a vítima não mais poderá oferecer queixa subsidiária, mas o MP ainda poderá oferecer a denúncia. PÚBLICA: DENÚNCIA PRIVADA: QUEIXA CRIME
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