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Trabalho de Karatê - Faixa verde-roxa

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13
TRABALHO DE KARATÊ
FAIXA VERDE PARA ROXA
RAFAEL SILVA DE SOUZA
ABRIL/2016
SUMÁRIO
1 FILOSOFIA DO KARATÊ	3
1.1 O BUDÔ	3
1.2 O BUSHIDÔ	4
1.3 O ZEN	5
1.4 PEICHIN TAKAHARA E O DO	6
1.5 KANGA SAKUKAWA E O DOJO KUN	6
1.6 ANKO ITOSU E O TODE JUKUN	7
1.7 GICHIN FUNAKOSHI E O NIJU KUN	8
2 CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA FILOSOFIA DO KARATÊ	10
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	11
ANEXO I – SELEÇÃO DE FRASES (BUDOKAN)	12
ANEXO II – CONTOS ZEN (BUDOKAN)	13
1 FILOSOFIA DO KARATÊ
O karatê se fundamenta nos princípios do respeito mútuo e equilíbrio entre corpo e mente, procurando elevar o caráter e a harmonia no convívio social, buscando a correção dos erros e a autoestima.
O karatê se insere como uma das disciplinas do Bushidô (código de ética do guerreiro), tornando-se um modo de vida. Um dos conceitos é que não deve existir atitude agressiva, e que o karateca nunca deve, em caso de embate, fazer o primeiro movimento. Isso significa que, no caso de haver dois karatecas prontos para embate, o mesmo não acontecerá, visto que nenhum deles realizaria o primeiro ataque. 
O correto esforço para o aprendizado do karatê resultarão em integridade, humildade e autocontrole no praticante. A expressão oss, criada na Escola Naval Japonesa, é universal para uma resposta necessária, podendo significar: “sim”, “por favor”, “obrigado”, “entendi”, “desculpe-me” ou para cumprimentar alguém, entre outras situações. O termo implica pressionar-se ao limite da sua capacidade e suportar (“perseverança sob pressão”). Deve ser dito de forma firme, utilizando o diafragma. No karatê, expressa respeito, simpatia e confiança no colega, e para o sensei, que as instruções foram compreendidas.
1.1 O BUDÔ 
O Budô, criado há cerca de 500 anos, pode ser traduzido como caminho das artes marciais (bu = marcial, militar e do = caminho). Todas as artes marciais que possuem filosofia acabam por ser chamadas de Budô.
É ao Budô que se atribui a tarefa de contribuir para a evolução do homem, ajudando-o a enfrentar e encarar a realidade com energia e coragem. Tem a meta de descobrir o caminho de cada ser humano dentro das suas limitações e possibilidades. É na filosofia do Budô que repousam os seguintes dizeres:
“Se o adversário é inferior a ti, então por que brigar?
Se o adversário é superior a ti, então por que brigar?
Se o adversário é igual a ti, compreenderá o que tu compreende...
Então não haverá luta.
Honra não é orgulho, é consciência real do que se possui”.
No Budô, existe uma importância especial à percepção e à sensibilidade, desenvolvendo estabilidade, autoconfiança, intuição (prever o ataque iminente) e hábitos de saúde (através da meditação e respiração com o diafragma). Isso permite ao homem viver, sentir, perceber, aperfeiçoar-se e se enriquecer até a morte, tanto física como espiritualmente (a partir das emoções e satisfações que podem conduzir à verdadeira felicidade).
O Budô diz que o preparo mental para um combate deve ser o mesmo para a vida cotidiana, ou seja, o estado mental não deve se alterar na hora de uma luta. A mente deve estar livre, clara, ampla e equilibrada. O controle mental gera uma energia chamada de ki. Este pode ser fortalecido infinitamente através de treino consciente, no qual se adquire confiança e experiência. Ao se unir o ki do homem com o da natureza, surgirá uma força infinitamente grande, e o seu aproveitamento gera no homem um maior proveito da vida cotidiana, principalmente no modo de agir e de pensar. Unindo-se o ki ao kokoro (sentimentos), surgem a nobreza, a lealdade, a coragem, a honra, a responsabilidade e outros sentimentos naturais.
O corpo (tai) deve ser forte, rápido, flexível, resistente e rico em reflexos para assimilar todas as modalidades de técnicas e descarregar todas as agressividades e tensões nervosas acumuladas. A postura deve ser flexível, pois a luta é dinâmica para se atingir o objetivo, que é derrotar o adversário.
1.2 O BUSHIDÔ
Desenvolvido entre os séculos IX e XII, é traduzido literalmente como “caminho do guerreiro”, sendo um código de conduta e modo de vida para os samurais que salienta a frugalidade, a fidelidade, as artes marciais, a mestria e a honra até a morte. Tem sua origem no confucionismo e no budismo, com influências do xintoísmo. A ditadura militar feudal Xogunato Tokugawa formalizou os aspectos do Bushidô no Japão em 1603.
Os samurais não temiam a morte, uma vez que um dos preceitos era a continuidade da vida após a morte e a reencarnação como samurais para a continuidade da sua missão. As técnicas de meditação do Zen eram usadas para limitar o temor à morte, entrando em harmonia com seu eu interior e com o mundo ao redor. Como pregavam o desapego, os samurais se tornaram a maior casta de guerreiros que já existiu. O Bushidô prega a justiça, benevolência, coragem, amor, sinceridade, honestidade e autocontrole.
O xintoísmo introduziu no Bushidô preceitos como lealdade, patriotismo e reverência aos antepassados, os quais se acreditava que também viviam na mesma Terra, que deve, por isso, ser cuidada, protegida e alimentada por um amor intenso. O confucionismo traz as relações entre pessoas: senhor e servo, pai e filho, marido e mulher e irmão mais velho e mais novo, entre outros.
No Bushidô, a morte era buscada com dignidade. Um samurai jamais poderia se entregar e deveria estar sempre pronto para a morte. Deve estar sempre do lado da justiça e ter compaixão pelo inimigo derrotado ou mais fraco. Guerreiro é a pessoa que tem um objetivo e que, por meio dele, adquire consciência do seu dom e limitações. Através da consciência, atinge a sua meta.
O termo “guerreiro”, para o Bushidô, é empregado àquele que estuda para superar os homens, e a sua palavra vale mais que tudo. O guerreiro deveria dominar a arte da guerra e da leitura e deveria apreciar ambas. Deve aprender o caminho de todas as profissões, se informar sobre todos os assuntos, apreciar todas as artes e, quando estiver em tempo “ocioso”, estar sempre praticando algo. Deve se comportar bem a todo o momento para ter uma postura digna de samurai. A preguiça deve ser combatida, bem como a procrastinação. Deve-se viver o presente sem se preocupar com o amanhã.
O Bushidô possui sete virtudes:
· GI (義) – justiça e moralidade, atitude direta, razão correta, decidir sem hesitar;
· YUU (勇) – coragem, bravura heroica;
· JIN (仁) – compaixão, benevolência;
· REI (礼) – polidez e cortesia, amabilidade;
· MAKOTO (誠) – sinceridade, veracidade total;
· MEIYO (誉) – honra, glória;
· CHUU (忠) – dever e lealdade.
1.3 O ZEN
O Zen é uma tradição que surgiu na China por volta do século VII. Costuma ser associado ao budismo e ao taoísmo, e a sua prática se chama zazen (“meditar sentado”), que visa ao praticante, através da observação da própria mente, a “experiência direta da realidade”.
No zen japonês, as vertentes principais são soto (ênfase na meditação silenciosa) e rinzai (ênfase nas ações), obaku (utiliza mantras) e sanbo kyodan (procura fundir soto e rinzai).
 (
Peichin
 
Takahara
)
1.4 PEICHIN TAKAHARA E O DO
A partícula Do, utilizada em diversas artes marciais, é traduzida como “caminho” e representa o comportamento ético que um praticante de arte marcial deve ter. Seu ensino diferencia um bom dojô de um mau dojô e atribui-se a Takahara a responsabilidade de ter introduzido o Do no karatê, por volta do final do século XVII. Seus preceitos básicos são:
· Ijo: compaixão, humildade e amor (“o caminho”), atitudes pró-ativas em favor de terceiros;
· Katsu: todas as regras e formas do karatê (“as leis”), a compreensão da arte marcial em si nos seus detalhes;
· Fo: levar o karatê a sério tanto nos treinos, como nos combates (“a dedicação”), o compromisso com a arte e a seriedade com seu mestre e seus colegas.
 (
Kanga
 
Sakukaw
a
)
1.5 KANGA SAKUKAWA E O DOJO KUN
Aluno de Takahara, Sakukawa se inspirou em um monge budista indiano (Bodhidharma) e no Bushidô para criar o Dojo Kun na segunda metade do século XVIII. Eram mais de vinte regras, mas Sakukawa atualizou-as para apenas cinco, para facilitar o aprendizado. Representa osideais filosóficos do karatê e são normalmente recitados no início e no final de uma aula, para reforçar na mente que a arte marcial serve, principalmente, para o aperfeiçoamento pessoal na vida cotidiana:
“Dojo kun
一、人格完成に努むること
HITOTSU! JINKAKU KANSEI NI TSUTOMURU KOTO!
Primeiro, Esforçar-se para a formação do caráter!
Significa que quem o recita deseja formar uma personalidade de valor
一、誠の道を守ること
HITOTSU! MAKOTO NO MICHI O MAMORU KOTO!
Primeiro, Fidelidade para com o verdadeiro caminho da razão!
Significa que quem recita tem é em si mesmo e valoriza a honestidade
一、努力の精神を養うこと
HITOTSU! DORYOKU NO SEISHIN O YASHINAU KOTO!
Primeiro, Criar o intuito do esforço
Significa que quem o recita tem a intenção de se esforçar cada vez mais pelos seus objetivos
一、礼儀を重んずること
HITOTSU! REIGI O OMONZURU KOTO!
Primeiro, Respeito acima de tudo
Significa que quem o recita valoriza os bons costumes e obedece seus superiores e as autoridades
一、血気の勇を戒むること
HITOTSU! KEKKI NO YU O IMASHIMURU KOTO!
Primeiro, Conter o espírito de agressão
Significa que quem o recita condena a violência motivada pelo ímpeto”
Em todos eles, a palavra “primeiro” aparece, pois todos devem ser exercidos igualmente. 
 (
Anko
 
Itosu
)
1.6 ANKO ITOSU E O TODE JUKUN
Aluno de Sokon Matsumura (que foi aluno de Sakukawa), Itosu, no início do século XX, contribuiu muito para a evolução do karatê e do ensino por todo o Japão a partir dos seus sucessores. Além da introdução do makiwara (boneco de palha para treinos) e da subdivisão de katás como o Naihanchi e o Channan, compilou dez ideais a serem seguidos pelos praticantes de karatê, um verdadeiro código de conduta, chamando de Tode Jukun (“Os Dez Preceitos do Karatê”):
“O Tang Te não se desenvolveu a partir do Budismo ou Confucionismo. No passado, as escolas Shorin-ryu e Shorei-ryu foram trazidas até Okinawa da China. Ambas têm seus pontos fortes e assim irei listá-los abaixo da maneira como são, sem embelezamento:
1. O Tang Te não é praticado apenas para o benefício individual, pode ser usado para proteger sua família e seu mestre. Ele não é pensado para ser utilizado apenas contra um único bandido, mas sim, como uma forma de se evitar uma briga caso se venha a ser confrontado com um vilão ou um valentão.
2. O propósito do Tang Te é tornar os músculos e ossos duros como rochas e usar as mãos e pernas como lanças. Se as crianças iniciassem a treinar naturalmente nas proezas militares enquanto na escola fundamental elas ficariam aptas ao serviço militar. Lembre-se das palavras atribuídas ao Duque de Wellington depois de ter derrotado Napoleão: ‘A batalha de hoje foi vencida nos campos de jogo de nossas escolas’.
3. O Tang Te não pode ser aprendido rapidamente. Assim como um touro que se move lentamente pode viajar mil quilômetros, se alguém treinar diligentemente por uma ou duas horas todos os dias, em três ou quatro anos irá ver uma mudança no físico. Aqueles que treinarem desta maneira irão descobrir os princípios mais profundos do Tang Te.
4. Em Tang Te, treinamento das mãos e dos pés é importante, então você deve treinar meticulosamente com makiwara. Para fazer isso, abaixe seus ombros, abra os pulmões, reúna sua força, agarre o chão com os pés e concentre sua energia no baixo abdômen. Pratique utilizando cada braço de cem a duzentas vezes por dia.
5. Quando praticar as bases do Tang Te certifique-se de manter as costas eretas, ombros abaixados, colocar a força em suas pernas, manter-se firme e direcione a energia para o baixo abdômen.
6. Pratique cada uma das técnicas do Tang Te repetidamente. Aprenda bem as interpretações de cada técnica e decida quando e de que maneira aplicá-las quando necessário. Entre, contra-ataque, afaste-se: é a regra para o torite.
7. Vós deveis decidir se o Tang Te é para saúde ou para auxiliar nos deveres.
8. Quando treinar, faça como se estivesse no campo de batalha. Seus olhos devem ficar penetrantes, os ombros baixos e o corpo endurecido. Deve-se treinar sempre com intensidade e espírito como se realmente estivesse encarando o inimigo e desta forma naturalmente ficar-se-á pronto.
9. Se se usar excessivamente sua força no treinamento de Tang Te isso irá causar a perda de energia no baixo abdômen e será perigoso para o corpo. Os olhos e o rosto ficarão vermelhos. Ser cuidadoso para controlar o treinamento.
10. No passado, muitos mestres de Tang Te gozaram uma longa vida. O Tang Te auxilia no desenvolvimento de ossos e músculos. Ajuda tanto na digestão quanto na circulação. Se o Tang Te fosse introduzido desde o ensino fundamental, então produziríamos muitos homens capazes de derrotar dez agressores cada.
Se os estudantes da faculdade de formação de professores aprendessem Tang Te de acordo com os preceitos acima e, após a graduação, disseminassem isto para as escolas elementares em todas as regiões, em 10 anos o Tang Te iria se espalhar por toda Okinawa e para a ilha principal do Japão. O Tang Te, assim, faria uma grande contribuição para nosso exército. Espero que você considere seriamente o que escrevi aqui.”
(Anko Itosu, outubro/1908)
Àquela época, utilizava-se o nome Tang Te em vez de Karatê.
 (
Gichin
 
Funakoshi
)
1.7 GICHIN FUNAKOSHI E O NIJU KUN
 Funakoshi, que foi aluno de Anko Itosu, escreveu o Niju Kun (os vinte ensinamentos do Karatê Shotokan), um código de ética cujos princípios são baseados em Bushidô e Zen:
“1. 空手道は礼に始まり礼に終る事を忘るな
Karatedo wa rei ni hajimari rei ni owaru koto a wasaruna
Não se esqueça que o Karate deve iniciar com saudação e terminar com saudação.
2. 空手に先手なし
Karate ni sente nashi
No Karate não existe atitude ofensiva.
3. 空手は義の補け
Karate wa, gi no taske
O Karate é um assistente da justiça.
4. 先づ自己を知れ而して他を知れ
Mazu onore o shire, shikashite ta o Shire
Conheça a si próprio antes de julgar os outros.
5. 技術より心術
Gijitsu yori shinjitsu
O espírito é mais importante do que a técnica.
6. 心は放たん事を要す
Kokoro wa hanatan koto o yosu
Evitar o descontrole do equilíbrio mental.
7. 禍は懈怠に生ず
Wazawai wa ketai ni seizu
Os infortúnios são causados pela negligência.
8. 道場のみの空手と思ふな
Dojo nomino karate to omou na
O Karate não se limita apenas à academia.
9. 空手の修業は一生である
Karatedo no shugyo wa isssho de aru
O aprendizado do Karate deve ser perseguido durante toda a vida.
10. 凡ゆるものを空手化せよ其処に妙味あり
Ara yuru mono o karateka seyo; sokoni myomi Ari
O Karate dará frutos quando associado à vida cotidiana.
11. 空手は湯の如し絶えず熱度を与えざれば元の水に還る
Karate Wa Yu No Gotoku Taezu Netsu O Atae Zareba Motono Mizuni Kaeru
O Karate é como água quente. Se não receber calor constantemente torna-se água fria.
12. 勝つ考は持つな負けぬ考は必要
Katsu kangae wa motsuna; makenu kangae wa hitsuyo
Não pense em vencer, pense em não ser vencido.
13. 敵に因って轉化せよ
Tekki ni yotte tenka seyo
Mude de atitude conforme o adversário.
14. 戦は虚実の操縦如何に在り
Tattakai wa kyojitsu no soju ikan ni Ari
A luta depende do manejo dos pontos fracos (KYO) e fortes (JITSU).
15. 人の手足を剣と思へ
Hi to no teashi wa ken to omoe
Imagine que os membros de seus adversários são como espadas.
16. 男子門を出づれば百万の敵あり
Danshi mon o izureba hyakuman no teki Ari
Para cada homem que sai do seu portão, existem milhões de adversários.
17. 構は初心者に後は自然体
Kamae wa shoshinsha ni atowa shizentai
No início seus movimentos são artificiais, mas com a evolução tornam-se naturais.
18. 形は正しく実戦は別物
Kata wa tadashiku, jisen wa betsumono
A prática de fundamentos deve ser correta, porém na aplicação torna-se diferente.
19. 力の強弱体の伸縮技の緩急を忘るな
Chikara no kyojaku tai no shinshuku waza no kankyu
Não se esqueça de aplicar corretamente: alta e baixa intensidade de força; expansão e contração corporal; técnicas lentas e rápidas.
20. 常に思念工夫せよ
Tsune ni shinen ku fu seyo
Estudar, praticar e aperfeiçoar-se sempre”.
2 CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DA FILOSOFIA DO KARATÊ
Após as leituras realizadas, percebi que, em minha vida quando adolescente, adotei sem querer algumas doutrinas do Bushidô, como perseverança, estabelecimento de metas e criação de consciência de si mesmo em relação ao mundo e práticas “guerreiras” para uma vida melhor, por exemplo. Com certeza, estou muito, mas muito longe do que seria um bushi.Mas, ao mesmo tempo, entendi que desenvolvi aspectos, naquela época, necessários para o karateca que estou tentando ser hoje.
A prática do karatê se mostra algo muito mais profundo do que aquilo que parece ser aos olhos de um leigo ou até mesmo aos olhos de um praticante que não busca conhecimento além do dojô. O conceito de do implantado por Takahara nas origens da arte são evidentes e eu diria até óbvios não só para quem pratica karatê, mas também a toda a humanidade.
Um karateca que se preze e que queira atingir um grau alto de integração entre corpo, mente e espírito precisa necessariamente conhecer as práticas do budô, bushidô e zen, além de outras que possam agregar conhecimento e evolução humana. Somente assim, a prática do karatê tem um verdadeiro sentido e uma razão.
Quanto mais eu lia, mais eu percebia o quanto falta saber e ler. É possível perceber que, por mais que se tenha um grau de conhecimento, a arrogância nunca é justificável, uma vez que, quanto mais se lê, mais os olhos percebem que há muito mais ainda a se ler e aprender e que é necessário despender tempo para adquirir esse conhecimento. Uma leitura abre dez outras leituras, e assim se estende até o fim da vida.
Eu gostaria que, dentro das aulas na Cardoso Karate, houvesse esses momentos de reflexão, do tipo “vamos parar de mexer o corpo e falar sobre karatê”. Sei que muitos não se importam ou se interessam por esse tipo de aula (alguns até diriam que isso não é aula ou que o professor está tentando “enrolar”), mas a meu ver, uma mente que não está preparada não consegue comandar um corpo que, fisiologicamente, está sob o seu controle. Creio que uma vez por mês seria suficiente para despertar a necessidade pela informação nos alunos.
Independente disso, havendo ou não, vou continuar buscando o meu caminho da razão, e a solicitação destes trabalhos a partir da faixa azul são totalmente pertinentes e necessários para desenvolver no karateca esse outro lado da prática do karatê: o lado mental.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BUKI-HO. Karatê: A Arte das mãos nuas in Buki-Ho 2 – Viemos com esse blog na intenção 
de passar e trocar nosso conhecimento. 19/01/2008. Acesso em 14/04/2016. Disponível em: http://bukiho2.blogspot.com.br/2008/01/karat-arte-das-mos-nuas.html
FUNDAÇÃO WIKIMEDIA. Anko Itosu in Wikipedia, a Enciclopédia Livre. San Francisco: 22/08/2015. Acesso em 16/04/2016. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Anko_Itosu
_____________. Bushido in Wikipedia, a Enciclopédia Livre. San Francisco: 25/07/2015. Acesso em 16/04/2016. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bushido
_____________. Caratê in Wikipedia, a Enciclopédia Livre. San Francisco: 10/04/2016. Acesso em 16/04/2016. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Carat%C3%AA
_____________. Shorin-Ryu in Wikipedia, a Enciclopédia Livre. San Francisco: 29/03/2016. Acesso em 16/04/2016. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Shorin-ryu
_____________. Dojo Kun in Wikipedia, a Enciclopédia Livre. San Francisco: 28/05/2015. Acesso em 16/04/2016. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Dojo_kun
_____________. Niju Kun in Wikipedia, a Enciclopédia Livre. San Francisco: 26/03/2013. Acesso em 16/04/2016. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Niju_kun
_____________. Tode Jukun in Wikipedia, a Enciclopédia Livre. San Francisco: 20/02/2012. Acesso em 16/04/2016. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Tode_jukun
_____________. Zen in Wikipedia, a Enciclopédia Livre. San Francisco: 11/04/2016. Acesso em 16/04/2016. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Zen
SATO, Edson Fernando Machado. O significado da expressão OSS in BUDOKAN Shinbun: O informativo online sobre o Karate-Do Tradicional. Florianópolis: 2005. Acesso em: 16/04/2016. Disponível em: http://www.budokan.com.br/filosofia/oss.htm
ANEXO I – SELEÇÃO DE FRASES (BUDOKAN)
«O objetivo fundamental da arte do Karate não consiste na vitória ou na derrota, mas no aperfeiçoamento do caráter de seus praticantes.»
Gichin Funakoshi
«O oponente mais poderoso está dentro de nós mesmos.»
Hidetaka Nishiyama
«Sejam perseverantes! As artes marciais exigem um trabalho de muito fôlego: o rochedo é mais duro que a água, mas a água desgasta a pedra lentamente. Só o trabalho paciente traz seus frutos. A regularidade nos treinos é essencial. Só ela lhes permite progredir.»
Hiroshi Shirai
«O caminho para o sucesso não tem atalhos.»
Masahiko Tanaka
«O sucesso num combate é fruto 10% de técnica e 90% de "alma". No caso de lutadores muito bons, pode ser 20% de técnica e 80% de "alma".»
Shigeru Sogo
«O Karate-Do Tradicional é muito mais que um esporte de combate competitivo, pois o espírito que o norteia não é apenas a busca de vitórias em competições, mas, acima de tudo, a autosuperação. Seu praticante visa vencer a si mesmo e as suas imperfeições. Neste sentido, não há vitória exterior sem vitória interior, no Karate-Do Tradicional.»
Yasutaka Tanaka
«O Karate é um desafio para toda a vida, que é explicado pelo Dojo Kun - caráter, honestidade, esforço, respeito e autocontrole. O estudo das técnicas lhe dá autoconfiança, e esta lhe proporciona autodefesa. Mas autodefesa é um estado mental, e não uma combinação de técnicas. A melhor defesa é evitar conflitos. O Karate não é um estudo sobre lutas, mas sobre pessoas. Kata e kumite são como duas rodas de uma bicicleta. O kata afia o fio de sua espada... enquanto o kumite é usar a espada.»
Yutaka Yaguchi
«Assim como com uma vela acesa se acende outra, o mestre transmite o genuíno espírito da arte de coração a coração, para que eles se iluminem. Então, se a graça lhe é reservada, o discípulo descobre em si mesmo que a obra interior que ele deve realizar é bem mais importante que as obras exteriores, por mais atraentes que sejam, e que ele deve persegui-la se quiser ser o artífice do seu destino de artista.»
Eugen Herrigel (Mestre Zen)
«O Dojo é o campo de batalha da vida, um "campo de vida e de morte". A única diferença que existe entre ele e o campo de batalha de uma guerra é que no Dojo quem está sendo treinado pode morrer muitas vezes seguidas e ficar vivo para contabilizar essas mortes como experiências que favorecem o seu desenvolvimento nos caminhos e, eventualmente, capacitam-no a transcender a vida e a morte.»
Jackson Morisawa (Mestre Zen)
«Lutar e vencer todas as batalhas não é a glória suprema. A glória suprema consiste em quebrar a resistência do inimigo sem lutar.»
Sun Tzu (Filósofo e estrategista)
«Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória obtida sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.»
Sun Tzu (Filósofo e estrategista)
ANEXO II – CONTOS ZEN (BUDOKAN)
Estrada Lamacenta
Certa vez, um mestre Zen e seu discípulo estavam viajando juntos por uma estrada lamacenta. Chovia torrencialmente.
Ao se aproximarem de uma curva, depararam-se com uma linda jovem usando um belo kimono de seda. A moça não sabia como atravessar o caminho, temendo sujar-se.
- Venha, menina! - disse-lhe o mestre sem titubear e, erguendo-a em seus braços, carregou-a por sobre a lama.
O discípulo conservou-se calado até a noite, quando chegaram ao templo onde iriam pernoitar. Lá, então, não conseguiu mais se conter.
- Nós, monges, não devemos nos aproximar das mulheres - declarou o discípulo - , especialmente se forem jovens e atraentes. É perigoso. Por que o senhor fez aquilo?
- Eu deixei a garota lá - respondeu o mestre - . Você ainda a está carregando?
Fonte: Adaptado do livro "O Arqueiro Zen e a Arte de Viver" da Editora Pensamento.
Céu e Inferno
Um guerreiro samurai, conta uma velha história japonesa, certa vez desafiou um mestre Zen a explicar o conceito de Céu e Inferno. Mas o monge respondeu-lhe com desprezo:
- Não passas de um rústico... não vou desperdiçar meu tempo com gente da tua laia!
Atacado na própria honra, o samurai teve um acesso de fúria e, sacando da bainha sua espada, berrou:
- Eu poderiamatar-te por tua impertinência!
- Isso - respondeu calmamente o monge - é o Inferno.
Espantado por ver a verdade no que o mestre dizia da cólera que o dominara, o samurai acalmou-se, embainhou a espada e fez uma mesura, agradecendo ao monge a intuição.
- E isso - disse o monge - é o Céu.
Encher a Peneira
Três discípulos viajaram por muitos dias para receber os ensinamentos de um famoso mestre Zen a respeito da iluminação.
- Iluminação é uma peneira cheia de água - ouviram o mestre calmamente dizer já no seu primeiro encontro.
Muito confusos e até decepcionados com esse ensinamento, arriscaram uma pergunta:
- E o que deveremos fazer para nos iluminar?
- Ora, é muito simples: encham as suas peneiras de água! - respondeu-lhes o mestre em tom categórico.
Um deles, visivelmente insatisfeito com o mestre, decidiu partir imediatamente, lamentando ter vindo de tão longe para ouvir tamanha baboseira. O segundo também regressou logo, convicto de que havia algum significado oculto nas palavras do mestre, que ele deveria descobrir através de um pormenorizado estudo dos textos sagrados.
Apenas um deles resolveu por em prática o ensinamento do mestre. Apanhou então uma peneira e foi para a beira do rio, onde pacientemente, hora após hora, dia após dia, tentou de todas as maneiras enchê-la de água, como o mestre havia recomendado.
Reconhecendo o esforço e a humildade do discípulo, o mestre aproximou-se dele e, tomando a peneira da sua mão, disse:
- Apanhando um pouquinho de água de cada vez e despejando dentro da peneira, você nunca conseguirá enchê-la de água. E num gesto rápido, lançou a peneira na correnteza do rio.
Ao ver sua peneira encher-se de água, para nunca mais se esvaziar, o discípulo se iluminou.
O Guardião do Mosteiro
Certo dia, num mosteiro Zen, com a morte do guardião, foi preciso encontrar um substituto. O mestre (monge superior) convocou, então, todos os discípulos para descobrir quem seria o novo sentinela.
O mestre, com muita tranqüilidade, falou:
- Assumirá o posto o monge que conseguir resolver primeiro o problema que eu vou apresentar.
Então ele colocou uma mesinha magnífica no centro da enorme sala em que estavam reunidos e, em cima dela, pôs um vaso de porcelana muito raro, com uma rosa amarela de extraordinária beleza a enfeitá-lo. E disse apenas:
- Aqui está o problema!
Todos ficaram olhando a cena: o vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao centro! O que representaria? O que fazer? Qual o enigma?
Nesse instante, um dos discípulos sacou uma espada, olhou o mestre, os companheiros, dirigiu-se ao centro da sala e... ZAPT! Destruiu tudo, com um só golpe.
Tão logo o discípulo retornou a seu lugar, o mestre disse:
- Você é o novo guardião. Não importa que o problema seja algo lindíssimo. Se for um problema, precisa ser eliminado.
Um problema é um problema, mesmo que se trate de uma mulher sensacional, um homem maravilhoso ou um grande amor que se acabou. Por mais lindo que seja ou tenha sido, se não existir mais sentido para ele em sua vida, deve ser suprimido.
Muitas pessoas carregam a vida inteira o peso de coisas que foram importantes no passado, mas que hoje somente ocupam espaço - um lugar indispensável para criar a vida.
Os orientais dizem:
"Para você beber vinho numa taça cheia de chá, é necessário primeiro jogar fora o chá para, então, beber o vinho."
Ou seja, para aprender o novo, é essencial desaprender o velho.
Limpe a sua vida, comece pelas gavetas, armários até chegar às pessoas do passado que não fazem mais sentido estar ocupando espaço em sua mente. Vai ficar mais fácil ser feliz.

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