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Inquérito Policial Investigação pelo MP. Juiz de garantias -Investigação Preliminar Policial: Sistema Brasileiro – Inquérito Policial Promotor Investigar – realiza atos investigatórios diretamente ou através da Polícia Judiciária, que será subordinada a ele (sistema norte-americano) Juiz Investigador: Juiz de instrução (Sistema Francês) – no Brasil, o juiz não está vinculado a verdade do processo, ele está vinculado à verdade real. No processo penal brasileiro, o juiz não pode conduzir atos investigatórios, funcionará somente como garantidor. Ele garante que o direito das partes serão preservados, garante que não serão cometidos excessos pela acusação ou pela defesa, garante que todos os direitos principalmente do viés acusatório será preservado.. -Investigação preliminar a cargo do MP Decisão da 2ª Turma do STF, RE 5354478, Rel. Min. Ellen Gracie – síntese dos fundamentos: como destinatário da prova, e, por conta da ausência de qualquer impedimento, MPF pode conduzir atos investigatórios. • Ditames Legais aptos à fundamentá-la: • Resolução 13 CNHP; • IX Conferência DH: Art. 22; • Art. 129, VI, CF; • LC 75/93; • Enunciado12, 2ªCCR; • Enunciado 21; • Enunciado 46. O membro do MP, enquanto titular da ação penal, é destinatário das provas produzidas na fase pré- processual (investigatória) e, por essa razão, pode realizá-las pessoalmente. -Atos investigatórios praticados pelo juiz • Verdade real x Imparcialidade; • Atuação judicial: prevalência do sistema acusatório; • Juiz de Instrução x Juiz das garantias (PLS 156/09 – arts. 15 a 19); • Juiz das garantias: preservação das garantias constitucionais do investigado. Art. 14. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: Parágrafo único. Estando o investigado preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação do delegado de polícia e ouvido o MP, prorrogar, uma única vez a duração do inquérito por até 15 dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. Art.15. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de menor potencial ofensivo e cessa com a propositura da ação penal. Parágrafo 1º. Proposta a ação penal, as questões pendentes serão decididas pelo juiz do processo. 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz do processo, que, após o oferecimento da denúncia, poderá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso. 3º Os autos que compõem as matérias submetidas à apreciação do juiz das garantias serão apensados aos autos do processo. Art. 16. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências do art.14 ficará impedido de funcionar no processo, obervado o disposto no art. 748. Art. 17. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da União, dos Estados e do DF. PROVIMENTO Nº 188/2018 Art. 1° Compreende-se por investigação defensiva o complexo de atividades de natureza investigatória desenvolvido pelo advogado, com ou sem assistência de consultor técnico ou outros profissionais legalmente habilitados, em qualquer fase da persecução penal, procedimento ou grau de jurisdição, visando à obtenção de elementos de prova destinados à constituição de acervo probatório lícito, para a tutela de direitos de seu constituinte. Art. 2º A investigação defensiva pode ser desenvolvida na etapa da investigação preliminar, no decorrer da instrução processual em juízo, na fase recursal em qualquer grau, durante a execução penal e, ainda, como medida preparatória para a propositura da revisão criminal ou em seu decorrer. Art. 3° A investigação defensiva, sem prejuízo de outras finalidades, orienta-se, especialmente, para a produção de prova para emprego em: I - pedido de instauração ou trancamento de inquérito; II - rejeição ou recebimento de denúncia ou queixa; III - resposta a acusação; IV - pedido de medidas cautelares; V - defesa em ação penal pública ou privada; VI - razões de recurso; VII - revisão criminal; VIII - habeas corpus; IX - proposta de acordo de colaboração premiada; X - proposta de acordo de leniência; XI - outras medidas destinadas a assegurar os direitos individuais em procedimentos de natureza criminal. Parágrafo único. A atividade de investigação defensiva do advogado inclui a realização de diligências investigatórias visando à obtenção de elementos destinados à produção de prova para o oferecimento de queixa, principal ou subsidiária. Art. 4º Poderá o advogado, na condução da investigação defensiva, promover diretamente todas as diligências investigatórias necessárias ao esclarecimento do fato, em especial a colheita de depoimentos, pesquisa e obtenção de dados e informações disponíveis em órgãos públicos ou privados, determinar a elaboração de laudos e exames periciais, e realizar reconstituições, ressalvadas as hipóteses de reserva de jurisdição. Parágrafo único. Na realização da investigação defensiva, o advogado poderá valer-se de colaboradores, como detetives particulares, peritos, técnicos e auxiliares de trabalhos de campo. Art. 5º Durante a realização da investigação, o advogado deve preservar o sigilo das informações colhidas, a dignidade, privacidade, intimidade e demais direitos e garantias individuais das pessoas envolvidas. Art. 6º O advogado e outros profissionais que prestarem assistência na investigação não têm o dever de informar à autoridade competente os fatos investigados. Parágrafo único. Eventual comunicação e publicidade do resultado da investigação exigirão expressa autorização do constituinte. Art. 7º As atividades descritas neste Provimento são privativas da advocacia, compreendendo-se como ato legítimo de exercício profissional, não podendo receber qualquer tipo de censura ou impedimento pelas autoridades. Art. 8º Este Provimento entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições em contrário. Características. Formas de instauração Características • Titularidade: presidido pelo Delegado de Polícia (Federal ou Estadual), mas não é o destinatário. • Objetivo: art.4º, CPP – apuração das infrações e sua autora, colher elementos de autoria e materialidade; • Natureza jurídica: procedimento administrativo pré-processual, mas não é condição subjetiva para proposição de ação penal; • Modelo pátrio: autoridade policial tem autonomia e controle, porém, não são absolutos, uma vez que, ele pode atuar na forma que entender conveniente, contudo, não poderá praticar atos que tragam restrições a direitos fundamentais. Depende de autorização judicial.. • Papel do Ministério Público no IP: exerce o controle externo das atividades judiciárias, fazendo as requisições que entender convenientes. É o destinatário do IP. • Papel do juiz no IP: agirá como garantidor. Evita que eventuais excessos sejam cometidos, vai preservar as garantias fundamentais do acusado e da vítima, vai determinar a produção das provas tidas como urgentes e relevantes (art. 156, I, CPP). FORMAS DE INÍCIO DO IP • De ofício: o delegado toma conhecimento acerca do cometimento de conduta delitiva e instaura o IP de ofício através de uma portaria. Pode ser ofício na ação penal pública incondicionada; • Requisição: do juiz de direito e do membro do MP. É obrigatória; o juiz/MP requisitou a instauração, o delegado é obrigado a instaurar o IP; • Requerimento: é feito pela vítima ou pelos legitimados extraordinários elencados no art. 31do CPP. O delegado de polícia não é obrigado a instaurar o IP. Caso a requerimento da vítima, o delegado não instaurar o IP cabe recurso? SIM, art. 5º, parágrafo 2ª. Cabe recurso para o chefe de polícia.. Âmbito federal será o superintendente de Polícia Federal; âmbito estadual será o DGP ou SSP. Notitia Criminis ( Art. 5°, par. 3°, CPP) – Qualquer do povo/instauração após a verificação quanto à procedência das informações • Notitia Criminis Apócrifa = anonimato – art. 5°, inciso IV, in fine, CF. Já há entendimento que, em virtude do disposto no art.5°, par. 3°, CPP, a instauração é vedada quando não forem realizados os atos aptos à verificação da procedência das alegações.. características • Escrito: art.9, CPP – os atos do IP serão escritos. Depoimento, interrogatório, tudo será escrito pelo escrivão; • Sigiloso: art. 20, CPP – a publicidade será posterior. A prova é sigilosa, durante a condução dos atos investigatórios; • Indisponível: art. 17, CPP – diferente de indispensável (pode deixar de instaurar).. Uma vez instaurado o delegado não pode desistir do IP. • Discricionário: art. 14, CPP – o delegado poderá praticar seus atos de acordo com a oportunidade, conveniência e discricionariedade. As regras do processo e suas garantias determinarão a atuação do delegado. • Contraditório diferido: leva em consideração as características do inquérito. Ex: interceptação telefônica, busca e apreensão, agente infiltrado. Assim, primeiro se produz a prova, depois, se dá a parte a oportunidade de contraditório. PRAZOS Dois prazos: art. 10, CPP. • Réu preso: 10 dias • Réu solto: 30 dias Macete: que horas o delegado chega na delegacia: 10h30min. Art. 51. Lei de drogas. Prazos multiplicados por 3. • Réu preso: 30 dias (pode ser duplicado para 60 dias) • Réu solto: 90 dias (pode ser duplicado para 180 dias) No CPP, o prazo não pode ser prorrogado quando o réu for solto. Caso preso, pode ser prorrogado. Art. 10. Lei 1.521/51 • Réu preso: 10 dias • Réu solto: 10 dias Art. 66. Lei 5.010/66 • Réu preso: 15 dias • Réu solto: 15 dias -Lei 12.830/13 A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia. Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado. § 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais. § 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos. § 3º (VETADO). § 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação. § 5º A remoção do delegado de polícia dar-se-á somente por ato fundamentado. § 6º O indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias. Art. 3º O cargo de delegado de polícia é privativo de bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados. Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. VÍCIOS Indiciamento: é o ato privativo do delegado de polícia que possui como objetivo classificar o investigado quando presentes atos de autoria e materialidade. O sujeito pode ser desindiciado? NÃO, mesmo que o inquérito seja arquivado, mesmo que não haja denúncia, mesmo que o réu seja absolvido, nada afastará o indiciamento. A doutrina e a jurisprudência entendem que uma decisão judicial pode afastar o indiciamento. Vícios do IP e da ação penal: não anulam a ação penal quando não forem essenciais, quando os atos forem repetíveis e, principalmente, quando a nulidade não forem absolutas. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO Art. 58, par. 3º, CF. “As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores”. Por força da simetria constitucional, tem-se CPIs nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras dos Vereadores. O QUE PODEM: • Prender em flagrante delito (ex.: falso testemunho); • Ouvir testemunhas – condução coercitiva e falso testemunho; • Quebrar sigilo bancário, fiscal e telefônico (somente lista de números chamados/recebidos) • Investigar fatos certos relacionados à Administração, por prazo determinado; • Ouvir indiciados ou investigados (garantindo o direito a não autoincriminação); • Determinar perícias, exames e vistorias. A CPI durará por 90 dias, prorrogáveis por mais 90 dias. Durará por no máximo uma sessão legislativa.. O QUE NÃO PODEM: • Expedir mandados de prisão (temporária ou preventiva); • Determinar busca e apreensão; • Quebrar sigilo das comunicações telefônicas, ou seja, conteúdo de conversa; • Impedir que pessoa saia do país ou apreender passaporte; • Determinar medidas processuais de garantia, tais como, sequestro e indisponibilidade de bens (informativo 158/STF); • Tomar decisões sem motivação (informativo 162/STJ).
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