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Sumário APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL NO TEMPO, NO ESPAÇO E EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS; DISPOSIÇÕES PRELIMINARES DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL ............... 4 INQUÉRITO POLICIAL ................................................................................................................11 AÇÃO PENAL ..............................................................................................................................21 COMPETÊNCIA ...........................................................................................................................36 LEI 9296.96 INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA ..........................................................................48 DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS CRIMES ...............................................................52 DE RESPONSABILIDADE DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS .................................................52 DO EXAME DE CORPO DE DELITO, DA CADEIA DE CUSTÓDIA E DAS PERÍCIAS EM GERAL .........................................................................................................................................53 LEI 7.960/89 PRISÃO TEMPORÁRIA .........................................................................................61 DO HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO ..............................................................................63 DO JUIZ, DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ACUSADO E DEFENSOR, ....................................67 DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA ...................................................................67 DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA .....................73 PRISÃO PREVENTIVA ................................................................................................................83 DA PRISÃO DOMICILIAR ...........................................................................................................87 DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA ..........................................................89 MEDICINA LEGAL .......................................................................................................................94 TANATOLOGIA MÉDICO-LEGAL ..............................................................................................98 ASFIXIOLOGIA FORENSE ....................................................................................................... 108 SEXOLOGIA FORENSE ............................................................................................................ 113 NOÇÕES DE INSTRUMENTOS DE AÇÃO MECÂNICA: AÇÃO CORTANTE, PERFURANTE,CONTUNDENTE E MISTA ............................................................................... 116 AGENTES QUÍMICOS ......................................................................................................................................... 125 EXERCÍCIOS - 500 .................................................................................................................... 126 MATÉRIAS DO ÚLTIMO EDITAL AUXILIAR DE PERÍCIA- PAPILOSCOPISTA NOÇÕES DE MEDICINA LEGAL. 1 Noções de tanatologia forense: cronotanatognose; morte suspeita; morte súbita; morte agonizante. 2 Noções de asfixiologia forense: por constrição cervical (enforcamento, estrangulamento, esganadura); por modificação do meio (afogamento, soterramento, confinamento); por sufocação (direta e indireta). 3 Noções de instrumentos de ação mecânica: ação cortante, perfurante, contundente e mista. 4 Noções de agentes químicos. 5 Noções de agentes térmicos. 6 Noções de sexologia forense NOÇÕES DE DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL 1 Exame de corpo de delito e perícias em geral (artigos 158 ao 184 do Código Processual Penal Brasileiro). 2 Aplicação da lei processual no tempo, no espaço e em relação às pessoas; disposições preliminares do Código de Processo Penal. 3 Inquérito policial. 4 Ação penal. 5 Competência. 6 Prova; interceptação telefônica (Lei nº 9.296/1996). 7 Juiz, Ministério Público, acusado, defensor, assistentes e auxiliares da justiça; atos de terceiros. 8 Prisão e liberdade provisória; prisão temporária (Lei nº 7.960/1989). 9 Processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionários públicos. 10 Habeas corpus e seu processo. 11 Disposições constitucionais aplicáveis ao direito processual penal. 4 Em relação à aplicação da lei no espaço, vigora o princípio da absoluta territorialidade da lei processual penal. Enquanto à lei penal aplica-se o princípio da territorialidade (CP, art. 5º) e da extraterritorialidade incondicionada e condicionada (CP, art. 7º), o CPP adota o princípio da territorialidade ou da lex fori, que significa “A lei do local é aplicada no país”. Portanto, o CPP adota o princípio da territorialidade ou da lex fori, uma vez que a atividade jurisdicional é um dos aspectos da soberania nacional, logo, não pode ser exercida além das fronteiras do respectivo Estado. Na visão da doutrina, todavia, há situações excepcionais em que a lei processual penal de um Estado pode ser aplicada fora de seus limites territoriais, a saber: a) aplicação da lei processual penal de um Estado em território nullius (ex.: Antártida); b) quando houver autorização do Estado onde deva ser praticado o ato processual (Brasil já negou cooperação com a Argentina que pediu para ouvir testemunhas no Brasil segundo as leis argentinas. No caso, não houve autorização do Brasil); c) em caso de guerra, em território ocupado (ex.: ocupação militar no Haiti). Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. (PRINCÍPIO DA IMEDIATIDADE OU “TEMPUS REGIT ACTUS”) Aplicação Da Lei Processual No Tempo, No Espaço E Em Relação Às Pessoas; Disposições Preliminares Do Código De Processo Penal. Art. 1o O processo penal REGER-SE-Á, em todo o território brasileiro, por este Código, RESSALVADOS: (PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE, “LEX FORI” OU “LOCUS REGIT ACTUS”) I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); III - os processos da competência da Justiça Militar; Parágrafo único. Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso. Consagra-se a adoção, entre nós, do princípio da aplicação imediata (ou princípio do efeito imediato) da lei processual. Portanto, no processo penal, vigora a regra do tempus regit actum, de onde podemos extrair duas consequências: a) a lei processual penal aplica-se imediatamente; b) os atos processuais já realizados são considerados válidos. Assim, se, por exemplo, a lei processual estabelece novas regras para a citação do acusado, as citações já efetuadas são válidas e a nova regra deverá ser aplicada às citações ulteriormente realizadas. - O direito processual brasileiro adota o sistema do isolamento dos atos processuais, de maneira que, se uma lei processual penal passa a vigorar estando o processo em curso, ela será imediatamente aplicada, sem prejuízo dos atos já realizados sob a vigência da lei anterior. - Se o ato processual for complexo e iniciar-se sob a vigência de uma lei de natureza processual penal e, antes de se completar, outra for promulgada, modificando-o, devem ser obedecidas as normas da lei antiga. As normas previstas no CPP de natureza híbrida, ou seja, com conteúdo de direito processual e de direito material, devem respeitar o princípio que veda a aplicação retroativa da lei penal, quando seu conteúdo for prejudicial ao réu. - Alteradaa lei processual, a nova deve ser aplicada, sem prejuízo do que já ocorreu no processo. No entanto, a doutrina vem entendendo que, no que tange às normas a respeito de medidas cautelares pessoais privativas ou restritivas de liberdade, por possuírem conteúdo misto, ou seja, penal e processual, deve-se seguir a regra do art. 5º, LV, da CF/88, que proíbe a retroação de norma penal, salvo para beneficiar o réu. SISTEMAS SOBRE A APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL Sistema da unidade processual processo só pode ser regulado por uma única lei, razão pela qual a lei nova não se aplica ao rito já iniciado, evitando-se efeito retroativo da lei nova e conferindo efeito ultrativo à lei anterior; Sistema das fases processuais As fases processuais de um mesmo processo podem ser reguladas por lei distintas promulgadas sucessivamente no tempo. Foi o sistema adotado, excepcionalmente, pela Lei de Introdução ao Código de Processo Penal, na norma de transição do seu art. 6º, que rezava que “as ações penais, em que já se tenha iniciado a produção de prova testemunhal, prosseguirão, até a sentença de primeira instância, com o rito estabelecido na lei anterior”; Sistema do isolamento dos atos processuais Adotado expressamente pelo sistema processual penal brasileiro (art. 2º, do CPP), consubstancia o princípio do tempus regit actum, razão pela qual, de um lado, os atos praticados sob a vigência da lei anterior são perfeitos, enquanto os atos ainda não praticados devem ser editados consoante a lei nova, de forma integral. Lei Processual no TEMPO Lei Processual no ESPAÇO A lei processual penal, de regra, tem aplicação imediata, atingindo inclusive os processos que já estão em curso (tempus regit actum). A lei processual penal é informada pelo princípio da territorialidade absoluta. Tem aplicação a todos os processos em trâmite no território nacional (locus regit actum). LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO Regra: lei estritamente processual Exceção: lei mista/híbrida/material Noção É a lei que contém apenas preceitos de direito pro cessual É a lei que traz preceitos de direito processual e de direito penal. Como se aplica Aplicação imediata com preservação dos atos anteriores. Princípio do efeito imediato ou da aplicação imediata. Não pode haver cisão. Prevalece o aspecto penal: se este for benéfico, a lei retroage por completo, se for maléfico, a lei não retroage. Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. A lei processual penal admitirá ❖ Interpretação extensiva; ❖ Analogia; ❖ Princípios gerais de direito. Analogia Diferentemente das outras duas, a analogia não é mecanismo de interpretação da lei. Trata- se de forma integrativa da lei. E o que isso significa? Em razão do chamado princípio da inafastabilidade da jurisdição, o juiz não pode se recusar a decidir um caso, mesmo que não haja previsão em lei para a situação ali enfrentada. Há, inclusive, previsão no art. 4º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) segundo a qual: “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito”. Portanto, o objetivo da analogia é preencher uma omissão legislativa. E como isso é feito? Nesses casos, o juiz tem de recorrer a hipóteses previstas em casos semelhantes. Como exemplo, merecem ser citadas as (polêmicas) decisões que, valendo-se da analogia, aplicam as medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha em favor de homens, ante a ausência de previsão própria no Código Penal ou em legislação especial. Porém, vale mencionar que tais entendimentos não são majoritários, já que a lei em questão tem a específica finalidade de proteger a mulher. Por fim, cabe lembrar que, em respeito ao princípio da legalidade, a analogia, em matéria penal, deve ser usada de forma excepcional. Ademais, segundo defendido pela maioria de nossos autores, somente se admite o emprego de tal recurso se usado em benefício do agente (in bonam partem), nunca para agravar a sua situação. Interpretação Extensiva Como o próprio nome já sugere, trata-se de um mecanismo de interpretação da lei penal. É aplicado nas hipóteses em que, por falha do legislador, a lei não diz tudo o que deveria dizer, cabendo ao juiz (intérprete) ampliar o seu alcance para além do que está expresso no texto legal. Um exemplo interessante é aquele previsto no art. 41 da, Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha), que proíbe a aplicação da Lei 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais) aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher [1]. Perceba que o mencionado artigo nada fala sobre a (im) possibilidade de as contravenções penais ligadas à Lei Maria da Penha serem processadas nos Juizados Especiais. Contudo, dando interpretação extensiva a esse artigo, tanto o STF quanto o STJ possuem diversas decisões reconhecendo que a palavra “crime”, no caso da Lei Maria da Penha, também abrange as contravenções penais [2]. Princípios Gerais do Direito Os princípios gerais do direito são os alicerces do ordenamento jurídico, informando o sistema independentemente de estarem positivados em norma legal. ❖ Principais princípios gerais do Direito ❖ Princípio do Devido Processo Legal; ❖ Princípio do Direito de Ação; ❖ Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa; e. ❖ Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. JUIZ DE GARANTIAS( Não estava no edital passado, pois não tinha previsão, VÃO COBRAR AGORA!!!) #PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) ATENÇÃO: DISPOSITIVO SUSPENSO PELO STF https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito https://pt.wikipedia.org/wiki/Norma Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura ACUSATÓRIA, VEDADAS a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação. Obs.: Com o pacote anticrime, o CPP passou a adotar expressamente o sistema ACUSATÓRIO. Com o pacote anticrime, o CPP passou a adotar expressamente o sistema ACUSATÓRIO Art. 3º-B. O JUIZ DAS GARANTIAS é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, COMPETINDO-LHE ESPECIALMENTE: I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal; II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto no art. 310 deste Código; III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo; IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto no § 1º deste artigo; VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá- las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou em legislação especial pertinente; VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo; IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua instauração ou prosseguimento; X - requisitardocumentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da investigação; XI - decidir sobre os requerimentos de: a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de outras formas de comunicação; b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; c) busca e apreensão domiciliar; d) acesso a informações sigilosas; e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento; XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia; XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada, quando formalizados durante a investigação; XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, PRORROGAR, uma única vez, a DURAÇÃO DO INQUÉRITO por ATÉ 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada. Art. 3º-C. A COMPETÊNCIA do juiz das garantias ABRANGE todas as infrações penais, EXCETO as de menor potencial ofensivo, e CESSA com o recebimento da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código. § 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e julgamento. § 2º As DECISÕES proferidas pelo juiz das garantias NÃO VINCULAM o juiz da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo MÁXIMO de 10 (dez) dias. § 3º Os AUTOS que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e NÃO SERÃO apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, RESSALVADOS os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado. § 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo das garantias. Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo. Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo. Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal. Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal. Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo padronizado e respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão. JUIZ DAS GARANTIAS (características gerais) Responsável pelo (a) controle da LEGALIDADE da investigação criminal; e salvaguarda dos DIREITOS INDIVIDUAIS cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário. Competência ABRANGE todas as infrações penais. EXCETO as de menor potencial ofensivo; CESSA com o recebimento da denúncia ou queixa. Decisões NÃO VINCULAM o juiz da instrução e julgamento, que, após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, no prazo MÁXIMO de 10 (dez) dias. Impedimento O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º FICARÁ IMPEDIDO de funcionar no processo. INQUÉRITO POLICIAL Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. Art. 5° Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: I - De ofício; II -Mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. A requisição do Magistrado ou do Ministério Público obriga a instauração do inquérito; - Não há vínculo hierárquico do delegado e o cumprimento é devido por imposição da lei; - Ressalva- se a hipótese da ordem ser manifestamente ilegal, onde a recusa é legítima. § 1o O requerimento a que se refere o no II conterá SEMPRE QUE POSSÍVEL: a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer; c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência. § 2o Do despacho que INDEFERIR o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. § 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito. (delatio criminis simples). § 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. (delatio criminis postulatória – condição de procedibilidade) Representação em comento não exige formalidade específica, bastando que expresse a vontade do legitimado na apuração do fato criminoso (STJ, RHC 26049). DELATIO CRIMINIS É a comunicação de um fato criminoso, feita pela vítima ou por terceira pessoa. ESPÉCIES Delatio Criminis Simples É a comunicação do crime feita por terceira/qualquer pessoa. Está prevista do art. 5°, § 3°, do CPP. Delatio Criminis Postulatória É a comunicação do crime feita pela vítima ou por seu representante legal, nos crimes de ação penal pública condicionada a representação, funcionando como verdadeira condição de procedibilidade. Está prevista no art. 5°, § 4°, do CPP. § 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial SOMENTE poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. INÍCIO DO INQUÉRITO Ação Penal Pública Incondicionada (Art. 5º, caput) ❖ de ofício, pela autoridade policial, que elabora portaria inaugural; ❖ - por requisição do juiz; ❖ - por requisição do MP; ❖ - por requerimento do ofendido ou seu representante legal; ou ❖ - por auto de prisão em flagrante - APF. Ação Penal Pública Condicionada a Representação (Art. 5º,§ 4o) ❖ por representação do ofendido ou seu procurador; ou ❖ - por requisição do Ministro da Justiça, quando cabível. Ação Penal Privada (Art. 5º, § 5º) ❖ por requerimento do ofendido. NOTITIA CRIMINIS – NOTÍCIA DO CRIME É o conhecimento (notícia do crime) pela autoridade, de um fato aparentemente criminoso ESPÉCIES Espontâneo ou de Cognição Imediata ou Direta Ocorre quando a própria autoridade policial toma conhecimento do fato criminoso de forma direta, por meio de suas atividades rotineiras. Ex.: quando se toma ciência da infração penal pela imprensa, pela vítima, pelos comparsas do criminoso, pela ronda policial, pela denúncia anônima (notitia criminis inqualificada) ou pela delatio criminis (comunicação feita por qualquer pessoa do povo, e não pela vítima ou seu representante legal). Provocada ou de Cognição Mediata ou Indireta Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato criminoso de forma indireta, por meio de algum ato jurídico de comunicação formal. Ex.: requerimento ou representação da vítima ou seu representante legal, requisição do MP ou da autoridade judiciária Coercitiva Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato criminoso por meio de uma prisão em flagrante. Pode representar hipótese de notícia crime espontânea, quando quem realizada a prisão é a própria autoridade policial ou seus agentes, ou provocada, quando quem realiza a prisão é um particular (art. 301 do CPP). Inqualificada, Delação Apócrifa ou Denúncia Anônima Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato criminoso através de uma denúncia anônima. STF e STJ têm admitido a denúncia anônima apenas quando precedida de diligências preliminares que atestem a verossimilhança dos fatos noticiados. Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial DEVERÁ: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV - ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura; VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias; VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, SE POSSÍVEL, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter. X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. Art. 7o Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública. (reconstituição do crime) O investigado poderá́ ser conduzido coercitivamente à reprodução, mas não poderá ser obrigado a participar. A participação do indiciado é facultada à sua vontade, afinal não está obrigado a se autoincriminar (princípio do nemo tenetur se detegere). Art. 8o Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II (Da prisão em flagrante) do Título IX deste Livro. Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. (IP É ESCRITO) Art. 10. O inquérito DEVERÁ TERMINAR no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL Previsão Legal Preso Solto CPP (Regra Geral) 10 dias, prorrogáveis por até 15 #PACOTEANTICRIME Obs.: Suspenso pelo STF 30 dias, prorrogáveis Polícia Federal 15 dias + (15) 30 dias Crimes contra a Economia Popular 10 dias 10 dias Lei de Drogas 30 dias + (30) 90 dias + (90) Inquérito Militar 20 dias 40 dias + (20) § 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente. § 2o No relatório PODERÁ a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. § 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz. Art. 11. Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito. Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. Art. 13. INCUMBIRÁ ainda à autoridade policial: I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos; II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público; III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias; IV - representar acerca da prisão preventiva. Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da VÍTIMA ou de SUSPEITOS. Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá: I - o nome da autoridade requisitante; II - o número do inquérito policial; e III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação. Art. 13-B. Se necessário à PREVENÇÃO e à REPRESSÃO dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderão requisitar, mediante AUTORIZAÇÃO JUDICIAL, às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem IMEDIATAMENTE os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da VÍTIMA ou dos SUSPEITOS do delito em curso. § 1o Para os efeitos deste artigo, SINAL significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade de radiofrequência. § 2o Na hipótese de que trata o caput, o sinal: I - não permitirá acesso ao conteúdo da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de autorização judicial, conforme disposto em lei (Lei nº 9.292/96); II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período NÃO SUPERIOR a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período; III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial. § 3o Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial DEVERÁ ser instaurado no PRAZO MÁXIMO de 72 (setenta e duas) horas, contado do registro da respectiva ocorrência policial. § 4o Não havendo manifestação judicial no prazo de 12 (doze)horas, a autoridade competente requisitará às empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem IMEDIATAMENTE os meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz. (cláusula de reserva de jurisdição temporária) NOVO PACOTE ANTICRIME Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal (PF, PRF, PFF, PC, PM e BM) figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado PODERÁ constituir defensor. § 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de ATÉ 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação. § 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação DEVERÁ intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação do investigado. § 6º As disposições constantes deste artigo se APLICAM aos servidores militares vinculados às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Federal (Exército, Marinha e Aeronáutica), DESDE QUE os fatos investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem. Súmula Vinculante nº 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.” Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. (IP É DISCRICIONÁRIO) Art. 16. O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia. Art. 17. A autoridade policial NÃO PODERÁ mandar arquivar autos de inquérito. (IP É INDISPONÍVEL) Art. 18. Depois De Ordenado O Arquivamento Do Inquérito Pela Autoridade Judiciária, Por Falta De Base Para A Denúncia, A Autoridade Policial PODERÁ Proceder A Novas Pesquisas, Se De Outras Provas Tiver Notícia. Súmula Nº 524, STF: “Arquivado O Inquérito Policial, Por Despacho Do Juiz, A Requerimento Do Promotor De Justiça, Não Pode A Ação Penal Ser Iniciada Sem Novas Provas”. Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado. Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. (IP É SIGILOSO) – Art. 22. No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas PODERÁ, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição. Art. 23. Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado. RESUMÃO ESQUEMATIZADO INQUÉRITO POLICIAL Conceito e Finalidade O inquérito policial é um procedimento administrativo preliminar, presidido pela autoridade policial, que tem por objetivo a apuração da autoria, da materialidade (existência) e das circunstâncias da infração (art. 2°, § 1° da Lei nº 12.830/13), e a sua finalidade é contribuir na formação do convencimento (opinião delitiva) do titular da ação penal, que em regra é o Ministério Público, e excepcionalmente, a vítima (querelante). Natureza Jurídica O inquérito policial é um procedimento de índole eminentemente administrativa, de caráter informativo, preparatório da ação penal. Rege-se pelas regras do ato administrativo em geral. Caracteristicas Sigiloso O inquérito não comporta publicidade, sendo procedimento essencialmente sigiloso. O advogado do indiciado pode consultar os autos do inquérito policial (art. 7°, XIII a XV e XXI, e §§ 1°, 10, 11 e 12, da Lei n° 8.906/1994 - Estatuto da OAB e Súmula Vinculante nº 14, STF). Notitia Criminis Dispensável O inquérito não é imprescindível para a propositura da ação penal. Contudo, se o inquérito policial for a base para a propositura da ação, este vai acompanhar a inicial acusatória apresentada (art. 12, do CPP). Escrito O inquérito, por exigência legal, deve ser escrito (art. 9° do CPP). Os atos produzidos oralmente serão reduzidos a termo. Outras formas podem ser usadas complementarmente para imprimir maior fidelidade ao ato. Inquisitorial As atividades persecutórias ficam concentradas nas mãos de uma única autoridade e não há oportunidade para o exercício do contraditório ou da ampla defesa. Excepcionalmente, existem inquéritos extrapoliciais onde a defesa é de rigor (inquérito para a decretação da expulsão de estrangeiro). Tem-se que assegurar ao indiciado a realização efetiva da defesa Prazos CPP (Regra Geral Preso: 10 dias, prorrogáveis por até 15 #PACOTEANTICRIME Obs.: Suspenso pelo STF Solto: 30 dias, prorrogáveis Polícia Federal Preso: 15 dias + (15) Solto: 30 dias Crimes contra a Economia Popupar Preso: 10 dias Solto: 10 dias Lei de Drogas Preso: 30 dias + (30) Solto: 90 dias + (90) CPPM Preso: 20 dias Solto: 40 dias + (20) Início do IP AP Pública Incondicionada (Art. 5º, caput) - de ofício, pela autoridade policial, que elabora portaria inaugural; - por requisição do juiz; - por requisição do MP; - por requerimento do ofendido ou seu representante legal; ou - por auto de prisão em flagrante - APF. AP Pública Condicionada a Representação (Art. 5º, § 4o) - por representação do ofendido ou seu procurador; ou - por requisição do Ministro da Justiça, quando cabível. AP Privada (Art. 5º, § 5º) - por requerimento do ofendido. Espontâneo ou de Cognição Imediata ou Direta Ocorre quando a própria autoridade policial toma conhecimento do fato criminoso de forma direta, por meio de suas atividades rotineiras. Ex.: quando se toma ciência da infração penal pela imprensa, pela vítima, pelos comparsas do criminoso, pela ronda policial, pela denúncia anônima (notitia criminis inqualificada) ou pela delatio criminis (comunicação feita por qualquer pessoa do povo, e não pela vítima ou seu representante legal). Provocada ou de Cognição Mediata ou Indireta Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato criminoso de forma indireta, por meio de algum ato jurídico de comunicação formal. Ex.: requerimento ou representação da vítima ou seu representante legal, requisição do MP ou da autoridade judiciária. Coercitiva Ocorre quando a autoridade policial toma conhecimento do fato criminoso por meio de uma prisão em flagrante.Delatio Criminis Simples É a comunicação do crime feita por terceira/qualquer pessoa. Está prevista do art. 5°, § 3°, do CPP. Postulatória É a comunicação do crime feita pela vítima ou por seu representante legal, nos crimes de ação penal pública condicionada a representação, funcionando como verdadeira condição de procedibilidade. Está prevista no art. 5°, § 4°, do CPP. Indiciamento Conceito É o ato privativo do Delegado de Polícia, consistente em atribuir a provável autoria ou a participação de uma infração penal à alguém, ou seja, é apontar como provável autor ou partícipe de um delito. Com o indiciamento, passa-se de um juízo de possibilidade para probabilidade de autoria. Momento Pode ocorrer já no auto de prisão em flagrante ou até mesmo no relatório final da autoridade de polícia judiciária, mas deve ser durante o inquérito. Não pode ocorrer o indiciamento quando o processo já está em andamento. Legitimidade É ato privativo do Delegado de Polícia. Não pode o Juiz ou Promotor obrigar o delegado a indiciar alguém. Espécies Direto: Ocorre quando o indiciado está presente; Indireto: Ocorre quando o indiciado está ausente (foragido). Desindiciamento Nada impede que a autoridade policial, ao entender, no transcurso das investigações, que a pessoa indiciada não está vinculada ao fato, promova o desindiciamento, seja na evolução do inquérito, ou no relatório de encerramento do procedimento. De qualquer sorte, tudo deve ser descrito no relatório, de forma a permitir a pronta análise pelo titular da ação penal. #SELIGANOCONCEITO: Desindiciamento Coacto: é o desindiciamento determinado judicialmente em habeas corpus impetrado contra indiciamento menifestamente ilegal. Não podem ser indiciados 1) Magistrados (art. 33, p. único, LC nº 35/79); 2) Membros do MP (art. 18, p. único, LC nº 75/93; art. 41, p. único, Lei n° 8.625/93 Súmula Vinculante nº 11: “Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.” Súmula Vinculante nº 14: “É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.” - Súmula nº 524: “Arquivado o Inquérito Policial, por despacho do Juiz, a requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.” Súmula n° 397: "o poder de polícia da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em caso de crime cometido nas suas dependências, compreende, consoante o Regimento, a prisão em flagrante do acusado e a realização do inquérito." Súmula nº 234: “A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.” - Súmula nº 444: “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.” Súmula nº 522: “A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.” #ATENÇÃONOVASÚMULA - Súmula nº 636, STJ: “A folha de antecedentes criminais é documento suficiente a comprovar os maus antecedentes e a reincidência.” Ação Penal SÚMULAS SOBRE INQUÉRITO STF STJ PRINCÍPIOS Ne procedat iudex ex officio (princípio da inércia da jurisdição) Ao juiz não é permitido instaurar de ofício um processo penal condenatório. Caso atue de ofício, o juiz, estará violando o sistema acusatório e o princípio da garantia imparcialidade. - Exceção: Salienta-se que se o processo não for condenatório o juiz poderá instaurar de ofício. Ex.: habeas corpus (art. 664, § 2º do CPP) e a execução penal. CPP, art. 654: “O habeas corpus poderá ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público. (...) § 2º: Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal.” Obs.: O processo judicialiforme (ação penal de ofício) era um processo que se iniciava por meio de portaria do juiz, quando se tratava de contravenção penal, nos termos do art. 26 do CPP. Obviamente, o art. 26 do CPP não foi recepcionado pela CF. Ne bis in idem processual Trata-se da inadmissibilidade da persecução penal múltipla. Para o Direito Penal, o ne bis in idem traz a ideia de que uma mesma circunstância não pode ser sopesada duas vezes. Por exemplo, homicídio qualificado por motivo fútil não pode ser utilizado a agravante do motivo fútil na dosimetria da pena, já que este qualifica o crime. No Processo Penal significa que ninguém poderá ser processado duas ou mais vezes pela mesma imputação. Perceba que está diretamente relacionado com a ideia de segurança jurídica. - Previsão: art. 8º, 4 da CADH (possui status normativo supralegal): CADH, art. 8º: “Garantias judiciais. (...) 4. O acusado absolvido por sentença transitada em julgado não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos fatos.” Obs.: Decisão absolutória ou declaratória extintiva da punibilidade, mesmo que com vício de incompetência absoluta, é capaz de transitar em julgado e produzir seus efeitos, dentre eles, o de impedir que o agente seja novamente processado pela mesma imputação. Não existe revisão criminal em favor da sociedade (STF HC 86.606, HC 92.912 Intranscedência Também chamado de Princípio da Personalidade ou Pessoalidade da Pena. - Previsão: art. 5º, XLV da CF: CF, art. 5º, XLV: “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.” A ação penal só pode ser proposta contra o provável autor ou partícipe do delito penal. Princípios da ação Penal Publica Obrigatoriedade Também chamado de Princípio da Legalidade Processual. - Previsão: art. 24 do CPP: CPP, art. 24: “Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.” Significa que presentes as condições da ação penal e havendo justa causa, o MP está obrigado a oferecer denúncia. Desta forma, não se reserva ao MP qualquer juízo de discricionariedade quando constatada a presença de conduta delituosa e das condições da ação penal. – Exceções: * Transação Penal - conhecido como obrigatoriedade mitigada ou discricionariedade regrada (art. 76, da Lei nº 9.099/95); * Acordo de Leniência - acordo de brandura ou acordo de doçura (arts. 86 e 87, da Lei nº 12.259/11) * Parcelamento do crédito tributário (art. 83, § 2º, da Lei nº 9.430/96); * Termo de ajustamento de conduta em crimes ambientais - TAC; * Colaboração premiada na Lei de Organizações Criminosa - se a proposta de acordo de colaboração referir-se a infração de cuja existência não tenha prévio conhecimento e o colaborador for o primeiro a colaborar, e não for o líder da organização criminosa (art. art. 4º, § 1º, da Lei nº 12.850/13); - Acordo de Não Persecução Penal (art. 28-A, CP). #Pacote anticrime Indisponibilidade Também chamado de Princípio da Indesistibilidade. - Previsão: art.s42 e 576 do CPP. CPP, art. 42. “O Ministério Público não poderá desistir da ação penal.” CPP, art. 576. “O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.” O MP não pode desistir da ação penal proposta (art. 42 CPP) e nem do recurso que haja interposto (art. 576 CPP). - Exceções: * Suspensão condicional do processo (art. 89, da Lei nº 9.099/95) que cabe em crimes cuja pena mínima seja igual ou inferior a um ano (não só nos juizados); * Transação penal mesmo após o oferecimento da denúncia, no caso de IMPO (art. 79, da Lei nº 9.099/95). Divisibilidade Há controvérsia sobre o caráter (in)divisível da ação penal pública: - 1ª Corrente (minoritária): entende que, na ação penal pública, vigora o princípio da indivisibilidade. Havendo elementos de informação o MP é obrigado a oferecer denúncia contra todos os acusados. Se precisar aprofundar investigações, não existem elementos suficientes para oferecer denúncia, portanto esta não deve ser oferecida ainda; - 2ª Corrente (majoritária): na ação penal pública vige o princípio da divisibilidade, podendo o MP oferecer denúncia contra alguns suspeitos, sem prejuízo do aprofundamento das investigações em relação aos demais. A doutrina ainda diverge, mas prevalece a divisibilidade nos Tribunais Superiores. Isto é, havendo dois supostos autores, nada impede que o MP ofereça denúncia em face de um autor e não ofereça em relação a outros, pois estaria ele angariando mais informações para tanto. Oficialidade Quem dá início à ação penal pública é o MP, que é órgão oficial do Estado. Princípios da ação Penal Privada Conveniência ou Oportunidade Significa que, mediante critérios próprios de oportunidade e conveniência, cabe ao ofendido deliberar se irá ou não exercer seu direito de queixa ou seu direito de representação. Caso o ofendido não tenha interesse em exercer o seu direito de queixa, há duas opções: * DECADÊNCIA pelo decurso do prazo (6 meses, em regra); RENÚNCIA ao direito de queixa. Disponibilidade Trata-se de desdobramento do princípio da oportunidade. Fala-se em oportunidade e conveniência antes do exercício do direito de queixa. A partir do momento em que o direito de queixa foi exercido, fala-se em disponibilidade. Assim, ainda que o ofendido tenha oferecido queixa-crime, poderá dispor do processo. O querelante pode dispor da ação penal privada mediante: PERDÃO do ofendido, que depende de aceitação; * PEREMPÇÃO, que é a desídia processual, com consequente extinção da punibilidade; * DESISTÊNCIA da ação, que depende de concordância do acusado. Indivisibilidade Previsão: art. 48 do CPP: CPP, art. 48. “A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.” O processo de um obriga ao processo de todos. Ou seja, ou processa-se todos ou não se processa ninguém. A renúncia e o perdão concedidos a um dos coautores estendem-se ao demais (no perdão, caso um dos coautores não aceite, continuará correndo contra ele o processo). A indivisibilidade se refere aos envolvidos na prática delituosa e não nos crimes que tenham sido praticados. Ou seja, pode o querelante, se assim quiser, ajuizar o processo contra o querelado no que diz respeito a um único crime, mesmo tendo este cometido outros contra aquele. Obs.: O que acontece se a ação penal privada não for proposta contra todos? O que ocorre se um dos autores ou partícipes, podendo ser processado pelo querelante, ficar de fora? Qual é a consequência do desrespeito ao princípio da indivisibilidade? Em se tratando de omissão voluntária (deliberada) do querelante, ou seja, se o querelante deixou de incluir algum corréu, subentende-se que houve renúncia tácita, estendendo-se aos demais réus. Em se tratando de omissão involuntária do querelante, ou seja, não tendo consciência do envolvimento de outras pessoas, deverá ser instado pelo MP a fazer o aditamento, sob pena de, não o fazendo, subentender-se que houve renúncia tácita. STJ. 5ª Turma. RHC 55.142-MG, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 12/5/2015 (Info 562). Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. ‘ AÇÃO PENAL PÚBLICA Denúncia Tipo Legitimidade Incondicionada MP Condicionada a Representação MP (mediante representação do ofendido ou representante legal) Condicionada a Requisição (mediante requisição do MJ) AÇÃO PENAL PRIVADA Queixa-Crime Exclusiva ou Propriamente Dita Ofendido ou Representante Legal Personalíssima Ofendido Subsidiária da Pública Ofendido ou Representante Legal § 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. Bizu: CADI Apesar de o § 1º do art. 24 do CPP falar apenas em “cônjuge”, a companheira (hetero ou homoafetiva) também possui legitimidade para ajuizar ação penal privada. A companheira, em união estável homoafetiva reconhecida, goza do mesmo status de cônjuge para o processo penal, possuindo legitimidade para ajuizar a ação penal privada. STJ. Corte Especial. APn 912- RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 07/08/2019 (Info 654). § 2o Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. Art. 25. A representação será IRRETRATÁVEL, depois de OFERECIDA a denúncia. CAI MUITO! RETRATAÇÃO DA REPRESENTAÇÃO Previsão Legal Art. 25, CPP c/c Art. 102, CP Art. 16, Lei Maria da Penha 25 Momento Até o OFERECIMENTO da denúncia Até o RECEBIMENTO da denúncia Depende de audiência específica Não Sim, perante o juiz RETRATAÇÃO DA RETRATAÇÃO: a vítima pode retratar-se da representação e, em se arrependendo, reapresentá-la novamente, respeitando apenas o marco do oferecimento da denúncia e o prazo decadencial dos seis meses, pois, uma vez oferecida a peça acusatória, a representação passa a ser irretratável. Conclui-se que cabe retratação da retratação da representação. Art. 26. A ação penal, nas contravenções, será iniciada com o auto de prisão em flagrante ou por meio de portaria expedida pela autoridade judiciária ou policial. Obs.: tratava-se do PROCESSO JUDICIALIFORME, que era a possibilidade da persecução penal em juízo iniciar-se por portaria do magistrado, do delegado, ou em razão da lavratura do auto de flagrante no caso de contravenção. Não foi recepcionado pela CF/88, exatamente à luz do art. 129, inciso I da CF, que consagra o ne procedat iudex ex officio (princípio da inércia da jurisdição). PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019)- NOVO ATENÇÃO: DISPOSITIVO SUSPENSO PELO STF Art. 28. Ordenado o ARQUIVAMENTO do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, NÃO CONCORDAR com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial. ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL PACOTEANTICRIME (Lei nº 13.964/2019) - NOVO ANTES DA LEINº 13.964/19 DEPOIS DA LEI Nº 13.964/19 Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei. § 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. § 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial. O MP requeria o arquivamento ao Juiz. O juiz concordava ou não (ato complexo). O MP arquiva e encaminhará os autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação. A vítima pode submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, no prazo de 30 dias. Arquivamento realizado no âmbito judicial. Arquivamento realizado no âmbito ministerial Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo o investigado confessado formal e circunstancialmente a prática de infração penal sem violência ou grave ameaça e com PENA MÍNIMA INFERIOR a 4 (quatro) anos, o Ministério Público poderá propor ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL, desde que necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime, mediante as seguintes CONDIÇÕES ajustadas cumulativa e alternativamente: I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, EXCETO na impossibilidade de fazê-lo; II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime; III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. § 1º Para aferição da pena mínima cominada ao delito a que se refere o caput deste artigo, serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. § 2º O disposto no caput deste artigo NÃO SE APLICA nas seguintes hipóteses: I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, EXCETO se insignificantes as infrações penais pretéritas; III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor. § 3º O acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor. § 4º Para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua legalidade. § 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes ou abusivas as condições dispostas no acordo de não persecução penal, devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta de acordo, com concordância do investigado e seu defensor. § 6º Homologado judicialmente o acordo de não persecução penal, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para que inicie sua execução perante o JUÍZO DE EXECUÇÃO PENAL. § 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais ou quando não for realizada a adequação a que se refere o § 5º deste artigo. § 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os autos ao Ministério Público para a análise da necessidade de complementação das investigações ou o oferecimento da denúncia. § 9º A vítima será intimada da homologação do acordo de não persecução penal e de seu descumprimento. § 10. Descumpridas quaisquer das condições estipuladas no acordo de não persecução penal, o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para fins de sua rescisão e posterior oferecimento de denúncia. § 11. O descumprimento do acordo de não persecução penal pelo investigado também poderá ser utilizado pelo Ministério Público como justificativa para o eventual não oferecimento de suspensão condicional do processo. § 12. A celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal NÃO CONSTARÃO de certidão de antecedentes criminais, EXCETO para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo. § 13. Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente decretará a extinção de punibilidade. § 14. No caso de recusa, por parte do Ministério Público, em propor o acordo de não persecução penal, o investigado poderá requerer a remessa dos autos a órgão superior, na forma do art. 28 deste Código. ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL REQUISITOS confessado FORMAL E CIRCUNSTANCIALMENTE a prática de infração penal; - infração penal SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA; e - Infração penal com PENA MÍNIMA INFERIOR a 4 (quatro) anos.* Obs.*: para aferição da pena mínima cominada ao delito serão consideradas as causas de aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto. CONDIÇÕES - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, EXCETO na impossibilidade de fazê-lo; - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou proveito do crime; - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do CP; - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do CP, a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que tenha, PREFERENCIALMENTE, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito; ou - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e compatível com a infração penal imputada. NÃO SE APLICA se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, EXCETO se insignificantes as infrações penais pretéritas; ter sido o agente beneficiado nos 5(cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor. FORMALIDADE por escrito. PARTES firmado pelo MP, investiado e seu defensor. HOMOLOGAÇÃO será realizada audiência na qual o juiz deverá verificar a sua: * voluntariedade (por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor); e * legalidade. OBSERVAÇÃO exceção ao princípio da OBRIGATORIEDADE Obs.: A queixa subsidiária somente é cabível em caso de inércia do promotor, não quando este pedir o arquivamento. #SELIGANOCONCEITO: - Decadência Imprópria: É a decadência do direito de ação penal privada subsidiária da pública, que não produz a extinção da punibilidade, mas a retomada da ação pelo MP Bizu: CADI Obs.: Ainda que não esteja no rol do art. 31 do CPP, o nosso ordenamento equipara a união estável ao casamento, nada impedindo que se aplique a analogia (art. 3º, CPP), permitindo que tenha a companheira do ofendido o direito de prosseguir na ação. . Art. 29. SERÁ ADMITIDA ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, CABENDO ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. (AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA) Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a ação privada. Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao CÔNJUGE, ASCENDENTE, DESCENDENTE OU IRMÃO. Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar a sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal. § 1o Considerar-se-á pobre a pessoa que não puder prover às despesas do processo, sem privar-se dos recursos indispensáveis ao próprio sustento ou da família. § 2o Será prova suficiente de pobreza o atestado da autoridade policial em cuja circunscrição residir o ofendido. Art. 33. Se o OFENDIDO for menor de 18 (dezoito) anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, o direito de queixa PODERÁ ser exercido por CURADOR ESPECIAL, nomeado, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal. Art. 34. Se o OFENDIDO for menor de 21 (vinte e um) e maior de 18 (dezoito) anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal. Art. 35. (Revogado pela Lei nº 9.520, de 27.11.1997) Art. 36. Se comparecer MAIS de uma pessoa com direito de queixa, terá PREFERÊNCIA o CÔNJUGE, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9520.htm#art1 art. 31 (CADI), podendo, entretanto, qualquer delas PROSSEGUIR NA AÇÃO, caso o querelante desista da instância ou a abandone. Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus DIRETORES OU SÓCIOS-GERENTES. Art. 38. SALVO DISPOSIÇÃO EM CONTRÁRIO, o ofendido, ou seu representante legal, DECAIRÁ no DIREITO DE QUEIXA ou DE REPRESENTAÇÃO, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, CONTADO do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. QUEIXA-CRIME Oferecimento Prazo A contar do Regra Geral (art. 38, CPP) 6 meses Regra: Ciência da autoria Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento ao casamento (art. 236, CP) 6 meses Trânsito em julgado da sentença cível de anulação do casamento Crimes contra a propriedade imaterial que deixem vestígios (art. 529, CPP) 30 dias Homologação do laudo Parágrafo único. Verificar-se-á a decadência do direito de queixa ou representação, dentro do mesmo prazo, nos casos dos arts. 24, parágrafo único, e 31. Obs.: O prazo decadencial é considerado de natureza penal, razão pela qual deve ser contado o dia do começo (art. 10, 1ª parte, CP). Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao órgão do ministério público, ou à autoridade policial. § 1o A representação FEITA oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, SERÁ REDUZIDA a termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, quando a este houver sido dirigida. § 2o A representação conterá todas as informações que possam servir à apuração do fato e da autoria. § 3o Oferecida ou reduzida a termo a representação, a autoridade policial procederá a inquérito, ou, não sendo competente, remetê-lo-á à autoridade que o for. § 4o A representação, quando feita ao juiz ou perante este reduzida a termo, será remetida à autoridade policial para que esta proceda a inquérito. § 5o O órgão do Ministério Público DISPENSARÁ O INQUÉRITO, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, OFERECERÁ A DENÚNCIA no prazo de quinze dias. (O IP é DISPENSÁVEL) Art. 40. Quando, em autos ou papéis de que conhecerem, os juízes ou tribunais verificarem a existência de crime de ação pública, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia. Art. 41. A denúncia ou queixa CONTERÁ a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, QUANDO NECESSÁRIO, o rol das testemunhas. Art. 42. O Ministério Público NÃO PODERÁ desistir da ação penal. Art. 576, CPP. “O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto.” Art. 44. A QUEIXA poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, SALVO quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. Art. 45. A QUEIXA, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, PODERÁ SER ADITADA pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os termos subseqüentes do processo. Art. 46. O prazo para OFERECIMENTO DA DENÚNCIA, estando o RÉU PRESO, será de 5 dias, CONTADO da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o RÉU ESTIVER SOLTO OU AFIANÇADO. No último caso, SE HOUVER devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), CONTAR-SE-Á o prazo da data em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. PRAZOS PARA OFERECIMENTO DA DENÚNCIA Previsão Legal Preso Solto CPP (Regra Geral) 05 dias 15 dias Crimes contra a Economia Popular 02 dias 02 dias Lei de Drogas 10 dias 10 dias Crimes Eleitorais 10 dias 10 dias CPPM 05 dias 15 dias Lei de Falência 05 dias 15 dias ou 15 dias após relatório do administrador judicial, por decisão do MP (solto ou afiançado) § 1o Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o oferecimento da denúncia CONTAR-SE-Á da data em que tiver recebido as peças de informações ou a representação § 2o O prazo para o ADITAMENTO DA QUEIXA será de 3 dias, CONTADOda data em que o órgão do Ministério Público receber os autos, e, se este não se pronunciar dentro do tríduo, entender-se-á que NÃO TEM O QUE ADITAR, prosseguindo-se nos demais termos do processo. Art. 47. Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos complementares ou novos elementos de convicção, deverá requisitá-los, diretamente, de quaisquer autoridades ou funcionários que devam ou possam fornecê-los. Art. 48. A QUEIXA contra qualquer dos autores do crime OBRIGARÁ ao processo de todos, e o ministério público velará pela SUA INDIVISIBILIDADE. (PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE) Art. 49. A RENÚNCIA ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. (ato unilateral: não necessita aceitação) Art. 50. A RENÚNCIA EXPRESSA constará de declaração assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais. Parágrafo único. A renúncia do representante legal do menor que houver completado 18 (dezoito) anos não privará este do direito de queixa, nem a renúncia do último excluirá o direito do primeiro. Obs.: Para a doutrina, o dispositivo foi tacitamente revogado pelo CC, não havendo legitimidade concorrente entre o ofendido e seu representante legal para o ato Art. 51. O PERDÃO concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar. (ato bilateral: necessita aceitação) Art. 52. Se o querelante for menor de 21 e maior de 18 anos, o direito de perdão poderá ser exercido por ele ou por seu representante legal, mas o perdão concedido por um, havendo oposição do outro, não produzirá efeito. Obs.: Para a doutrina, o dispositivo foi tacitamente revogado pelo CC. Isso porque os maiores de 18 anos são absolutamente capazes (art. 5°, CC), e por terem atingido a maioridade, exercerão exclusivamente a faculdade de perdoar. Sendo o ofendido menor de 18 anos, cabe ao seu representante legal decidir sobre o perdão. Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação do perdão caberá ao CURADOR que o juiz Ihe nomear. Art. 54. Se o querelado for menor de 21 anos, observar-se-á, quanto à aceitação do perdão, o disposto no art. 52. Obs.: O dispositivo foi tacitamente revogado pelo Código civil. Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais. Art. 56. Aplicar-se-á ao perdão extraprocessual expresso o disposto no art. 50. Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito ADMITIRÃO todos os meios de prova. Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará aceitação. Parágrafo único. Aceito o perdão, o juiz julgará extinta a punibilidade. Art. 59. A aceitação do perdão fora do processo constará de declaração assinada pelo querelado, por seu representante legal ou procurador com poderes especiais. RENÚNCIA PERDÃO Extingue a punibilidade nas ações exclusivamente privadas e privada personalíssima Extingue a punibilidade nas ações exclusivamente privadas e privada personalíssima Decorre do princípio da oportunidade/conveniência. Decorre do princípio da disponibilidade É pré-processual, pois opera-se antes da ação penal. É processual, pois opera-se após o início da ação penal até o trânsito em julgado. É ato unilateral, pois independe de aceitação É ato bilateral, pois depende de aceitação A renúncia concedida a um dos corréus estende-se aos demais (princípio da indivisibilidade O perdão concedido a um dos corréus estende-se aos demais, desde que haja aceitação (princípio da indivisibilidade). PERDÃO DO OFENDIDO PERDÃO JUDICIAL Concedido pela vítima ou representante legal. Concedido pelo Juiz. Ato bilateral – precisa ser aceito. Ato unilateral – não precisa ser aceito Cabível somente em casos de crimes de ação penal privada exclusiva ou personalíssima. Cabível em casos expressamente previstos em lei, não importando a espécie e ação penal. Art. 60. Nos casos em que SOMENTE se procede mediante queixa, considerar-se-á PEREMPTA a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36 (CADI); III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. Obs.: A Perempção aplica-se única e exclusivamente a ação penal privada EXCLUSIVA. Art. 61. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade, deverá declará-lo de ofício. Parágrafo único. No caso de requerimento do Ministério Público, do querelante ou do réu, o juiz mandará autuá-lo em apartado, ouvirá a parte contrária e, se o julgar conveniente, concederá o prazo de cinco dias para a prova, proferindo a decisão dentro de cinco dias ou reservando-se para apreciar a matéria na sentença final. SÚMULAS SOBRE AÇÃO PENAL STF STJ Súmula nº 696: “Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do CPP.” - Súmula nº 714: “É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suas funções.” Súmula nº 234: “A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia.” - Súmula nº 444: “É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.” - Súmula nº 542: “A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada.” Competência Art. 69. DETERMINARÁ a competência jurisdicional: I - o lugar da infração: II - o domicílio ou residência do réu; III - a natureza da infração; IV - a distribuição; V - a conexão ou continência; VI - a prevenção; VII - a prerrogativa de função. Súmula nº 151, STJ: “A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do juízo federal do lugar da apreensão dos bens.” CAPÍTULO I DA COMPETÊNCIA PELO LUGAR DA INFRAÇÃO Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. (TEORIA DO RESULTADO) COMPETÊNCIA TERRITORIAL Crimes Plurilocais Comuns Teoria do Resultado - Regra (art. 70, CPP) Crimes Plurilocais contra a Vida (Dolosos ou Culposos) Teoria da Atividade - Exceção (jurisprudência) (Teoria do Esboço do Resultado) Juizados Especiais Criminais Teoria da Atividade Atos Infracionais Teoria da Atividade Crimes Falimentares Local onde foi decretada a falência § 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução. § 2o Quando o último ato de execução for praticado fora do
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