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INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Pós-Graduação “Latu Sensu” em COSMETOLOGIA E ESTÉTICA PELA FACULDADE DO LITORAL PARANAENSE MÔNICA BEATRIZ DE LARA KAPPAUN RIBEIRO MICROCORRENTE NO REPARO DE FERIDAS ABERTAS POR FALTA DE ELASTICIDADE DE PELE PASSO FUNDO - RS, 2019 MÔNICA BEATRIZ DE LARA KAPPAUN RIBEIRO 2 MICROCORRENTE NO REPARO DE FERIDAS ABERTAS PELA FALTA DE ELASTICIDADE DA PELE Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Especialista no Curso de Pós Graduação “Latu Sensu” em COSMETOLOGIA E ESTÉTICA, pela Faculdade do Litoral Paranaense- ISEPE Guaratuba. Orientador (a): Esp. Silvia Patrícia de Oliveira, PASSO FUNDO - RS, 2019 MICROCORRENTE NO REPARO DE FERIDAS ABERTAS PELA FALTA DE ELASTICIDADE DA PELE 3 Autor:Mônica Beatriz de Lara kappaun Ribeiro Orientador: Esp. Silvia Patricia de Oliveira Resumo: A eletroestimulação por microcorrentes tem como principal característica o fato de atuar a nível celular e de microestruturas, produzindo microestimulação e neuroestimulação, onde há o reparo do tecido quando ocorre algum trauma que gere a necessidade de cicatrização do tecido onde essa regeneração primeiro ocorre com a recomposição da atividade funcional do tecido ou segundo pela cicatrização com restabelecimento da homeostasia do tecido com perda da sua atividade funcional pela formação de cicatriz fibrótica. A cicatrização consiste em três fases sendo a primeira na fase inflamatória, a segunda chamada proliferativa que é a responsável pelo colágeno e a terceira fase de remodelação já depois do décimo dia. A microcorrente sendo um recurso de eletroterapia tem efeito positivo na aceleração da cicatrização, onde uma sequência de eventos fisiológicos e bioquímicos como a inflamação, síntese de colágeno, formação de tecido de granulação e reepitelização Metodologia: Revisão bibliográfica. Foram selecionados artigos publicados no ano de 2009 até 2019, no idioma português, abrangendo técnicas de microcorrentes e processos de cicatrização do tecido pela falta de elasticidade da pele. Resultados: Dentre os artigos selecionados abordaram a técnica de microcorrentes com efeito positivo no reparo do tecido pelo fato de acelerar a cicatrização assim como a síntese de colágeno que melhora o reparo da pele que sofre pela falta de elasticidade. Conclusão: Os estudos dessa revisão mostram que a microcorrentes é um ótimo recurso na aceleração do reparo da pele, além de ser indolor e barato para o paciente e também para o profissional que dispõe desse recurso eletroterápico. Palavras Chave: colágeno, cicatrização, inflamação, reparo, eletroterapia Abstract: All living beings have a self-regenerative capacity, where there is tissue repair when there is a trauma that generates the need for tissue healing where this regeneration first occurs with the recomposition of the functional activity of the tissue or second through the healing with restoration of the tissue. tissue homeostasis with loss of its functional activity by the formation of fibrotic scar. Healing basically consists of three phases where the first occurs through the inflammatory phase, cytokine and other nutrients are released, where they are sent to the injured areas that need to be repaired, where bacteria and cell 4 debris are removed, the second phase called The proliferative process consists of four fundamental stages: epithelialization, angiogenesis, formation of granulation tissue and collagen deposition, where this phase normally begins on the 4th day after the injury and may go until the end of the second week, the third stage of remodeling. occurs by the tenth day, where the wound must be completely filled due to the granulation phase. The granulation tissue is enriched with collagen fibers and begins to acquire the appearance of a fibrotic mass that is characteristic of the scar. The microcurrent being an electrotherapy resource has a positive effect on the acceleration of healing, where a sequence of physiological and biochemical events such as inflammation, collagen synthesis, formation of granulation tissue and reepithelization Methodology: Literature review. Articles published from 2009 to 2019 in Portuguese were selected, covering microcurrent techniques and tissue healing processes due to the lack of skin elasticity. Results: Among the articles selected, they addressed the microcurrent technique with a positive effect on tissue repair due to the fact that it accelerates healing as well as the synthesis of collagen that improves the repair of the skin that suffers from lack of elasticity. Conclusion: The studies in this review show that microcurrents are a great resource in accelerating skin repair, in addition to being painless and inexpensive for the patient and also for the professional who has this electrotherapeutic resource. Key Words: collagen, healing, inflammation, repair, electrotherapy 1. INTRODUÇÃO A microcorrente pode ser definida como um tipo de eletroestimulação que utiliza correntes com parâmetro de intensidade de faixa de microamperes, baixa frequência, podendo ser contínuo ou pulsado (CAVALCANTE, MEJIA, 2016). Corrente elétrica alternada, de baixa intensidade e de custo baixo a microcorrente produz efeitos fisiológicos como o aumento do ATP, transporte de membranas celulares, restabelecendo a bioeletricidade tecidual entre outro benefícios. Devido a mesma não ser invasiva e não apresentar efeitos colaterais esse recurso é totalmente viável e é muito usado no reparo tecidual (ARANTES, PEREZ, MONARI, SANTOS, PAIS, MUGNOL, 2018). Em relação a microcorrente as funções fisiológicas dos tecidos biológicos são intermediadas por correntes elétricas endógenas e que possuem faixas de intensidade em microamperes, desse modo estimulações elétricas exógenas teriam mais efeitos se estimuladas com intensidade semelhante (MARTELLI, THEODORO, ZANIBONI, FREITAS, PASTRE, MELO, ANDRADE, SANTOS 2016). Dentro do processo de cicatrização fase da inflamação é a fase mais importante, uma vez que há liberação de citocina e outros nutrientes, onde são enviados para as 5 áreas lesionadas que necessitam ser reparadas, onde há a remoção de bactérias e restos celulares (LIMA, SOUZA, GRIGNOLI, 2015). A segunda fase chamada de proliferativa é constituída por quatro etapas fundamentais: epitelização, angiogênese, formação de tecido de granulação e deposição do colágeno, onde normalmente inicia- se essa fase no 4º dia após a lesão podendo ir até o final da segunda semana (CAMPOS, BRANCO, GROTH, 2011). A fase da remodelação ocorre pelo décimo dia, onde a ferida deve estar totalmente preenchida devido a fase de granulação. O tecido de granulação vai sendo enriquecido com fibras de colágeno e começa a adquirir uma aparência de massa de fibrótica que é característica da cicatriz (BALBINO, PEREIRA, CURI, 2015). A microcorrente tem efeito positivo na aceleração da cicatrização, onde uma sequência de eventos fisiológicos e bioquímicos como a inflamação, síntese de colágeno, formação de tecido de granulação e reepitelização (MARTELLI, THEODORO, ZANIBONI, FREITAS, PASTRE, MELO, ANDRADE, SANTOS 2016). A aplicação de forma correta da microcorrente em lesões pode aumentar o fluxo de corrente endógena onde essa excitação elétrica é capaz de multiplicar as células do tecido conjuntivo, elevar a concentração de receptores, de fator de crescimento que aumenta a formação de colágeno, onde desse modo permite à área traumatizada a recuperar sua capacitância, resistência deste tecido é então reduzida permitindo a bioeletricidade entrar nesta área para restabelecer a homeostase (CAVALCANTE, MEJIA,2016). Algumas restrições quanto à aplicação de microcorrentes, que diz respeito às contra indicações, que estão direcionadas às gestantes, epiléticos, portadores de prótese mamária e marca-passo, cardiopatas, pessoas com infecções cutâneas e portadores de neoplasias (GAMES, KAMIZATO, 2016). O objetivo geral desta pesquisa é entender e descrever os benefícios da eletroestimulação por microcorrentes na cicatrização do tecido. 2. CICATRIZAÇÃO O processo de cicatrização do tecido se dá basicamente em três fases: inflamação, formação de tecido de granulação e deposição de matriz extracelular e remodelação, onde na fase inflamatória as células endoteliais sofrem alterações quando lesionadas, podendo haver em alguns casos o extravasamento de e ruptura de vasos sanguíneos (BALBINO, PEREIRA, CURI, 2015). Nos primeiros momentos da lesão, já se inicia o processo de reparo com o tamponamento dos vasos, onde devido a influência nervosa e ação de mediadores oriundos da desgranulação de mastócitos, ocorre a vasoconstrição como primeira resposta. O endotélio na sua vez dispara uma sequência de eventos para que haja deposição de plaquetas e caso necessário recrutando mais 6 plaquetas, formando assim um de trombo rico em plaquetas que provisoriamente tampona a lesão. Esse trombo rico em plaquetas logo é infiltrado pela fibrina, transformando-se em um trombo fibroso, onde os eritrócitos são capturados e logo formam um novo trombo vermelho (BALBINO, PEREIRA, CURI, 2015). Quando há lesão no tecido cutâneo, há a estimulação das citocinas, que são essenciais no processo inflamatório, na imunorregulação, no crescimento e no reparo, visto que as mesmas são agentes químicos capazes de ativar processos celulares, desencadeando então a comunicação e a ação das células da epiderme e derme (LIMA, SOUZA, GRIGNOLI, 2015). Durante a homeostasia, migração dos leucócitos é início da reparação tecidual, já na fase proliferativa caracteriza-se pela fibroplastia, angiogênese e reepitelização, onde na fase da remodelação, o colágeno, o principal componente da derme, sofre uma mudança no tipo de colágeno, já que o colágeno tipo III é mais abundante que o tipo I, e ao longo do processo, este vai sendo degradado, enquanto o colágeno tipo I tem sua produção aumentada pelos fibroblastos (MARTELLI, THEODORO, ZANIBONI, FREITAS, PASTRE, MELO, ANDRADE, SANTOS 2016). A agregação plaquetária se dá pelo processo de coagulação, uma vez a plaqueta ativada aumentada e a ação da protrombinase, gera maior produção de trombina criando assim condições de amplificação de adesão plaquetária (BALBINO, PEREIRA, CURI, 2015). Nessa fase o processo chamado fibroplasia se dá através do aumento do número de fibroblastos ativados para a produção de colágeno no local, a matriz extracelular começa a ser substituída por um tecido conjuntivo mais forte e mais elástico, mas para que isso ocorra com eficiência é necessário que ocorra em paralelo a formação de novos vasos sanguíneos, gerando assim a neovascularização. Além da ação direta de fatores de crescimento sobre as células da vasculatura, a indução da angiogênese é, em parte, creditada à baixa tensão de oxigênio característica que ocorre no centro de uma ferida (BALBINO, PEREIRA, CURI, 2015). O colágeno do tipo III é mais comum encontrado em tecidos moles, como vasos sangüíneos, derme e fáscia. A derme sã contém aproximadamente 80% de colágeno tipo I e 20 % de colágeno tipo III,já o tecido de granulação expressa 30 a 40% de colágeno do tipo III, sendo considerado colágeno imaturo, além disso colágeno é o principal componente da matriz extracelular dos tecidos (CAMPOS, BRANCO, GROTH, 2011). Existem fatores que influenciam na cicatrização, onde esses podem ser locais ou sistêmicos, onde problemas como diabetes, hipotireoidismo, problemas com 7 coagulação, queimaduras, drogas entre outras assim como também há comprovação sobre a nicotina, que por sua vez testes realizados com injeções de nicotina em ratos demonstrou deficiência na cicatrização comparados com os demais que não tiveram a nicotina injetada (CAMPOS, BRANCO, GROTH, 2011). 2.1 MICRODERMOABRASÃO A modalidade de eletroterapia conhecida como microcorrentes é uma terapia não invasiva que se utiliza de uma corrente de baixa polaridade com alternância entre polaridades positiva e negativa (GAMES, KAMIZATO, 2016). A microcorrente tem efeito positivo na aceleração da cicatrização, onde uma sequência de eventos fisiológicos e bioquímicos como a inflamação, síntese de colágeno, formação de tecido de granulação e reepitelização (MARTELLI, THEODORO, ZANIBONI, FREITAS, PASTRE, MELO, ANDRADE, SANTOS 2016). De acordo com (Games, Kamizato, 2016), os efeitos terapêuticos da microcorrentes está relacionado ao aumento do metabolismo celular, reparo regenerativo tecidual, normalização do pH e ao aumento da síntese de colágeno e elastina, onde vem apresentando resultados excelentes na cicatrização de feridas, reabilitação do músculo e regeneração muscular e processos acneicos. Esses efeitos estão relacionados aos estímulos da microcirculação cutânea, causam a melhora da nutrição, oxigenação e revitalização do tecido. Além disso, ocorre também a estimulação dos fibroblastos e do sistema linfático. Os fibroblastos passam a produzir colágeno em maior quantidade e melhor qualidade (OLIVEIRA, 2011). A aplicação de forma correta da microcorrente em lesões abertas pode aumentar o fluxo de corrente endógena onde essa excitação elétrica é capaz de multiplicar as células do tecido conjuntivo, elevar a concentração de receptores, de fator de crescimento que aumenta a formação de colágeno, onde desse modo permite à área traumatizada a recuperar sua capacitância, resistência, permitindo a bioeletricidade entrar nesta área para restabelecer a homeostase (CAVALCANTE, MEJIA, 2016). Portanto a terapia das microcorrentes elétricas pode ser vista como um catalisador útil na iniciação e perpetuação das numerosas reações elétricas e químicas que ocorrem no processo de cura de feridas abertas (MARTELLI, THEODORO, ZANIBONI, FREITAS, PASTRE, MELO, ANDRADE, SANTOS 2016). Pode-se elencar os mecanismos de ação gerados pela microcorrentes tanto na área médica ou estética como: aumento dos benefícios linfáticos e sanguíneos, reeducação muscular, penetração de produtos, aumento da produção natural do colágeno e elastina, aumento da síntese de proteínas, gluconeogenese e transporte de 8 membranas, atividades mitocondrial incrementada e dispersão do colágeno endurecido (GAMES, KAMIZATO, 2016). As principais contra-indicações da microcorrentes são: cardíacos portadores de marca-passo, ou cardiopatias congestivas; uso de prótese metálica; portadores de neoplasia; patologias circulatórias tipo flebite, trombose; renais crônicos; gestantes em qualquer idade gestacional; processos inflamatórios e infecciosos; sobre a pele anestésica (sem sensibilidade); epilepsia ou patologias neurológicas que contra indiquem aplicação de corrente elétrica (OLIVEIRA, 2011). 3. METODOLOGIA A presente pesquisa trata-se de uma revisão sistemática sobre estudos que abrangem a associação da microcorrente aplicado nas reparo de feridas abertas. Foram utilizadas para essa pesquisa em livros impressos, nas bases de dados Biblioteca Virtual de Saúde - BVS e a Scientific Electronic Library Online – Scielo, os artigos foram publicados entre os anos de 2009 até 2019, no idioma português, abrangendo informações sobre toda fase da cicatrização de pele e a eletroterapia de microcorrentes para associar nessa cicatrização. Para essa busca foram utilizados como descritores as palavras chaves: microcorrentes, cicatriz, reparo de feridas, fases de cicatrização, colágeno, além de suas combinações. Foram excluídos dessa revisão sistemática, artigos da língua inglesa e também aqueles que não se encaixaram nos objetivos damesma. Todos os artigos encontrados nas buscas realizadas tiveram o seu título e resumos analisados a fim de selecionar os válidos para a pesquisa. Por meio de uma busca realizada nas bases de dados encontraram-se 33(trinta e três) artigos,destes ainda foram excluídos 18 (dezeoito) por não se enquadrarem nos critérios de inclusão. Por fim 16 (dezeseis) artigos foram selecionados para fazer parte desta revisão. 3. DISCUSSÃO Segundo (Steffani, Kroth, Lorencete, D’Agostini, 2011), a utilização de corrente elétrica para promover o reparo do tecido não é algo novo, visto que há registros há mais de 300 anos, mas a partir de 1982 eletroterapia ganhou um impulso na criação das microcorrentes, onde veio um novo conceito desde então que a corrente elétrica estimula a cura, o crescimento e a regeneração de todos os organismos vivos. Acredita-se que a partir da correta aplicação das microcorrentes no local lesionado há o aumento do fluxo da corrente endógena, onde há o aumento do ATP. A estimulação elétrica por meio de microcorrentes pode desencadear efeitos bioquímicos nos tecidos biológicos, podendo restabelecer a bioeletricidade do tecido, 9 aumento da permeabilidade das membranas celulares e do transporte de aminoácidos além de auxiliar na síntese proteica (STEFFANI, KROTH, LORENCETE, D’AGOSTINI, 2011). De acordo com (Steffani, Kroth, Lorencete, D’Agostini, 2011), foram realizados testes em laboratórios em ratos com dois grupos de 50 ratos cada. Elaborando um planejamento onde um dos grupos foi submetido a microcorrentes e outro não foi submetido, visto que o total de 100 ratos foram lesionados da mesma forma tendo no final de todo o estudo o resultado apresentado pela equipe com análises microscópicas, histológicas onde se teve a comprovação que as lesões dos animais submetidos a microcorrentes teve retração da ferida foi maior quando comparado ao grupo não submetido, além da qualidade do tecido neoformado. Segundo (Borges, Scorza, 2016) o efeito da microcorrente polarizada, desencadeia um processo de reparação, com o objetivo de estimular a produção de colágeno na área afetada. A microcorrente pode ser definida como um tipo de eletroestimulação que utiliza correntes com parâmetros de intensidade na faixa de microampères, de baixa frequência, com correntes contínuas e alternadas, onde o uso terapêutico dessa corrente tem a capacidade elétrica tecidual, visto que é um dos recursos usados no pós operatório de cirurgias plásticas (CAVALCANTE, MEJIA, 2016). De acordo com (Cavalcante, Mejia, 2016) o uso correto da microcorrente em um local que foi lesionado aumenta o fluxo de corrente endógena, sendo então a mesma vista como um catalisador útil na iniciação e perpetuação das numerosas elétrica e químicas. Hoje correntes exógenas são usadas na prática clínica para facilitar a cicatrização de diferentes tecidos, inclusive de fusão óssea e fraturas que não consolidam. Desde 1960 os estudos e pesquisas têm aumentado, com o objetivo de avaliar os efeitos da microcorrente na cicatrização de feridas, onde são relatados nessas pesquisas as mudanças nas células epiteliais e na sua distribuição induzidas pelos campos elétricos constantes com atração de células pelo anado (polo positivo) e catado (polo negativo), onde os leucócitos migram para o anado em correntes baixas e os macrófagos migram tanto pro catato quando anado dependendo da força do campo. Essa série de eventos desencadeados por esse recurso terapêutico, como a proliferação fibroblástica, promovendo assim o aumento da síntese de colágeno, ações na contratilidade do tecido, neovascularização, incremento de síntese proteica, aumento da permeabilidade das Comentado [1]: VER ESSES ESPAÇOS ENTRE PARAGRAFOS 10 membranas celulares e normalização da bioeletricidade tecidual (MARTELLI, THEODORO, ZANIBONI, FREITAS, PASTRE, MELO, ANDRADE, SANTOS 2016). Vários são os estudo e pesquisa bem sucedidas na utilização da microcorrente no processo cicatricial devido ao efeito benéfico para devolver a bioeletrecidade ao tecido, aumenta a velocidade de contração e fechamento da ferida, além de um processo totalmente indolor. Mais um dos estudos citados foi referente ao uso da microcorrente em uma ferida pós traumática de 77cm2 localizada n a região anterior da coxa no membro inferior direito, não infectado, com cicatrização por segunda intenção há cinco meses, recebeu 30 sessões de MC(microcorrente 100 MHz intensidade=80uA), três vezes por semana em dias alternados durante uma hora. Após 10 sessões a área ferida reduziu para 54cm2 onde em porcentagem em torno de 29,9%, após 20 sessões a redução foi para 64,9% e com as 30 sessões houve uma redução de 92,2% melhorando a vascularização, bordas da ferida e tensionamento tecidual (MARTELLI, THEODORO, ZANIBONI, FREITAS, PASTRE, MELO, ANDRADE, SANTOS 2016). Com relação ao tempo de aplicação da microcorrente, não existem estudos que cheguem a um consenso de tempo ideal para cicatrização de feridas. Além disso é importante salientar que fatores extrínsecos , como metabolismo, cuidados à lesão e mesmo a etiologia são aspectos responsáveis também responsáveis pelo sucesso do tratamento visando a redução do tratamento (MARTELLI, THEODORO, ZANIBONI, FREITAS, PASTRE, MELO, ANDRADE, SANTOS 2016). Em extensa revisão realizada por (THAKRAL et al. 2013 e UD-DIN e BAYAT30 et al. 2014) observa-se que, apesar das variações no tipo de corrente, duração e dosagem da estimulação elétrica, a maioria dos estudos mostram uma melhoria significativa na redução do tamanho da ferida com o uso de MC, bem como a melhora da perfusão local não sendo observados relatos de complicações ou efeitos adversos na literatura existente. Portanto, a terapia por MC é segura, fácil de usar e não invasiva (MARTELLI, THEODORO, ZANIBONI, FREITAS, PASTRE, MELO, ANDRADE, SANTOS 2016). Segundo um estudo clínico realizado com uso da microcorrente (Korelo, Valderramas, Ternoski, Medeiros, Andres, Adolph, 2012), foi analisado quanto a dor e área de úlcera venosa, onde em relação a dor demonstraram sendo eficaz na redução do quadro analgésico, onde foram apenas necessárias 4 semanas de intervenção, visto que foi de extrema importância já que úlceras crônicas comprometem a qualidade de vida, demonstrando que a utilização da terapia de microcorrentes para úlceras venosas é promissora podendo não abranger uma conduta farmacológica para controle da dor. 11 Quanto ao tamanho da úlcera foi realizado a planimetria no papel vegetal e do programa Image J, onde os estudos desse mesmo grupo demonstraram uma diminuição significativa também usando da microcorrentes como o recurso. Entretanto comparado ao grupo de controle, os resultados não foram significativos, onde o que pode ser justificado é o pouco tempo de aplicação e pelo número reduzido da amostra, visto que em outras referências e estudos a estimulação pela microcorrente, favorece o reparo tecidual, aumenta síntese proteica, aumenta níveis de cálcio intracelular, fibroblastos, adenosina trifosfato e timidina, além de ação bactericidada e melhora a formação e liberação do fator de crescimento endotelial vascular. Segundo estudo realizado com o uso do microcorrente na cicatrização tecidual, mostrou uma maior retração das feridas com a aplicação da microcorrente com relação ao grupo que não foi submetido a nenhum tipo de intervenção (ARAÚJO, BELCHIOR, ALVES, SILVA, LACERDA, 2016). Estudos confirmam a eficiência do uso do microcorrente no processo de cicatrização, ajudando na aceleração desse reparo, segundo (Isaac et. al 2010) mostrou que estímulos com microcorrente acelerou a recuperação de fraturas ósseas em ratos, tais achados estão em concordância com nosso estudo, pois assim como em outros estudos o uso da microcorrente mostra uma maior eficácia no estímulo do reparo tecidual, com relação aos grupos que não receberamnenhum tipo de intervenção, com a excitação elétrica, acontece uma multiplicação de células, havendo uma maior concentração de receptores de fator de crescimento, aumentando assim a formação de fibras de colágeno (ARAÚJO, BELCHIOR, ALVES, SILVA, LACERDA, 2016). Estudos com a microcorrente e o laser respectivamente, e certificou-se que ambas as terapias foram eficazes na redução de sinal inflamatório, porém tal achado foi mais significante com a utilização da microcorrente. Outro estudo realizado por Freitas et al. (2013) utilizando um modelo de queimadura em ratos Wistar, também observou que quando aplicado em associação, o laser visível de AlGaInP e a microcorrente promoveram melhora significativa apenas na formação de novos vasos sanguíneos quando comparado à terapia com modalidade única (ARAÚJO, BELCHIOR, ALVES, SILVA, LACERDA, 2016). Em pesquisa realizada com 18 participantes com úlcera venosa crônica na região de membros inferiores, onde foram divididos em doi grupos, sendo um deles com aplicação de Microcorrentes e outro com Alta Frequencia, com 3 encontros semanais num total de 10. Dentre as métricas de avaliação a Microcorrente teve 57,70 % de reparo 12 tecidual da área lesionada já a utilização da Alta Frequencia mostrou um percentual de recuperação do tecido de 24,06%, onde dessa forma houve a comprovação de reparo tecidual da área lesionada demonstrando assim que a terapia com a microcorrente tem grande significância no tratamento das lesões por ulceras venosas (MOURA, SANTOS, FILHO, CASSÉ, SANTOS, 2014). Dentre vários artigos pesquisados é comprovado a eficácia da utilização da microcorrente no reparo do tecido, assim como analgesia quanto a dor. 4. CONCLUSÃO Na rotina de profissionais da saúde e estética, a cicatrização de pele/tecido está cada vez mais presente, principalmente por hoje a área de cirurgia estética ser algo mais comum e crescente, assim como na área médica as questões de feridas decorrentes de vários fatores e que também devido há algumas patologias não é possível pelo processo normal de cicatrização ter sua regeneração efetiva. Por ser um evento local, esse processo abrange uma gama de fatores que precisam interagir entre si para que haja uma evolução de forma eficiente nesse processo. A microcorrente(MC) é uma técnica inovadora e eficiente e que pode ser usada de forma isolada ou associada a outros métodos físicos ou a curativos nos protocolos de tratamento visando à reparação tecidual, diminuição da inflamação, dor e favorecimento das atividades da vida diária e qualidade de vida, além de ser um tratamento indolor e de custo muito baixo. Dentre os estudos pesquisados observou-se que na sua quase totalidade o uso da microcorrente teve eficácia na reparação tecidual e também alguns estudos apontaram a associação da microcorrente ao laser, que também teve um ótimo resultado, sendo em alguns casos melhor do que apenas o uso isolado da microcorrente. 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