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1 
 
 Poema e Poesia 
 
 
 
Literatura 
O termo deriva do latim e significa “palavra escrita” ou “arte de escrever”. 
É, portanto, a arte de exprimir sensações, emoções, desejos por meio das palavras. 
 
 
Contexto histórico 
Até o século XVIII se usava termos como: “poesia”, “versos” “prosas” ou o próprio 
nome do autor para se designar a literatura. 
Ex. “vamos ouvir Paula Cristina Lopes”. 
Na segunda metade do século XVIII Voltaire definiu a literatura como ‘uma área do 
conhecimento’ já que foi nesse período que as sociedades passaram desenvolver o 
pensamento crítico e a liberdade de expressão relacionado a política e a economia. Dessa 
forma, a escrita era uma forma de expor e expressar esse pensamento através de publicações 
em textos expressos, na literatura, na música e no teatro como uma forma de criticar o 
governo absolutista. Dessa forma a burguesia passava a ter um maior acesso aos livros, 
crescendo assim, a indústria do comercio literário. 
 
 
Falar de arte é falar de imitação 
− Na obra A República, Platão refere-se a literatura e a pintura como “a imitação da 
realidade”. 
− Na obra A Poética, Aristóteles, a poética a comedia e o drama de “modos de imitação”. 
− Tzvetan Todorov a firma que a literatura é a imitação da linguagem assim como a 
pintura é a imitação da imagem. 
 
 
Mimeses = é a palavra imitada, ou seja, mas se a literatura imita a vida, logo, a vida não é 
imitada, mas interpretada ou recriada, já que a imitação é uma cópia da realidade e da 
originalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Texto literário e não literário 
Não existe assunto específico nem para um, nem para outro. Ambos podem abordar 
qualquer tipo de assunto, mas, com suas particularidades. 
 
 
 
O texto não literário 
Prioriza a função utilitária, prática, 
factual e econômico, pois é direto e 
objetivo se respaldando da linguagem 
denotativa, que vai ser o sentido real e 
concreto da palavra. Os sentidos figurados 
também podem aparecer em um texto não 
literário, mas de maneira mais sutil, sem 
exagero, para não comprometer a 
informação que deve ser o foco do texto. 
 
O seu objetivo é informar, noticiar 
ou esclarecer algo de uma forma mais 
direta. 
 
Aqui o mais importante é o 
assunto, é “o que se diz”. Exemplo = 
jornal, texto didático (livros e apostilas) 
 
 
Esse é um tido de texto coerente. 
Não é normal não entender um texto 
jornalístico por exemplo, na primeira 
leitura, pois esse é um texto que deve ser 
claro, coeso, ou seja, deve ter logica 
racional. 
 
 
 
 
Se preocupa com as regras da 
norma culta na linguagem padrão. 
 
 
 
O texto literário 
Prioriza a estética, a beleza, a 
linguagem conotativa, os sentidos 
figurados, ou seja, o texto tem uma 
configuração subliminar e subjetiva, é uma 
maneira impalpável e intangível de passar 
a mensagem. 
 
 
 
 
Também pode informar, mas a sua 
maior preocupação é a função estética. 
 
 
Aqui o mais importante é o 
mecanismo utilizado para informar o leitor, 
ou seja, “como se diz” 
 
 
Esse é o tipo de texto que gera um 
impacto e uma e uma surpresa levando a 
reflexão por isso há uma forma indireta de 
expressar a intensão do texto. É normal 
não entender um texto literário na primeira 
leitura já que ele precisa de uma 
compreensão mais minuciosa e para isso 
requer mais atenção. 
 
Se preocupa com a comunicação e 
com a linguagem oral, ou seja, coma 
linguagem oral, pois é comum não utilizar 
a língua padrão. 
 
OBS. Qualquer texto pode ser literário, mas, não é todo texto que pode ser “não-literário”, 
pois todo texto não-literário tem suas características específica. 
OBS. A obra só é considerada como obra, a sua criação completa, ou seja, o livro completo, 
pois uma página ou um verso não é uma obra, é uma parte da obra. 
3 
 
Diferencia entre poema e poesia 
 
Poesia 
• Comtempla todas as formas artísticas. 
• É a arte que exprime sentimento. 
• É a arte sentida. 
• Ela pode ser representada por: pintura, escultura, música, textos, poema, cordel, 
prosa, peça teatral, fotografia, imagem, filme etc. 
 
Poema 
É um gênero literário, ele pode ser considerado uma poesia quando vem cercado pelo 
sentimentalismo retratado pelo autor. 
Não existe poema sem poesia, pois geralmente todos os poemas expressam sensações 
e sentimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
Utilidade da poesia 
• A poesia não tem a intenção de denunciar, mas pode trazer uma crítica. 
• A poesia não tem o objetivo de informar, mas pode trazer o conhecimento do novo. 
• A poesia não tem a pretensão de questionar, mas pode trazer uma reflexão. 
• Não cabe o porquê de ter subido o preço do feijão, mas cabe a o choro e a dor de quem 
tem fome, de quem não como o feijão devido a alto do preço. 
 
 
 
 
Historiador e o Poeta 
Os dois podem informar. 
 
 
Historiador 
Tem compromisso com a verdade, não pode 
ter mentira ou impessoalidade. 
Ex. livro didático sobre a segunda guerra 
mundial. 
 
O poeta 
Conta a sua verdade, sem compromisso com 
a verdade, podendo recriar, aumentar ou diminuir os 
fatos, já que é uma visão pessoal, ou seja, cada um 
tem a sua. 
Ele organiza as palavras para ter o máximo 
de efeito sonoro em busca de um ritmo. 
O poeta vai além do significado básico da 
palavra. 
 
Ex. O Diário De Anne Frank. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FERREIRA GULLAR – NÃO HÁ VAGAS 
O preço do feijão 
não cabe no poema. O preço 
do arroz 
não cabe no poema. 
Não cabem no poema o gás 
a luz o telefone 
a sonegação 
do leite 
da carne 
do açúcar 
do pão 
O funcionário público 
não cabe no poema 
com seu salário de fome 
sua vida fechada 
em arquivos. 
Como não cabe no poema 
o operário 
que esmerila seu dia de aço 
e carvão 
nas oficinas escuras 
– porque o poema, senhores, 
está fechado: 
“não há vagas” 
Só cabe no poema 
o homem sem estômago 
a mulher de nuvens 
a fruta sem preço 
O poema, senhores, 
não fede 
nem cheira 
 
5 
 
 
Gêneros literários 
Gêneros literários é uma classificação de textos literários, reunidos de acordo as suas 
características. 
Os gêneros textuais são classificados em: 
• Narrativo, 
• Descritivo, 
• Dissertativo, 
• Expositivo 
• Injuntivo 
Os gêneros literários são classificados em: 
• Lírico, 
• Épico, 
• Dramático. 
 
 
 
 
Gênero lírico 
Do latim, o nome lírico, surgiu de “lira”, que era um instrumento musical de cordas, 
usada pelos gregos para acompanhar as poesias cantadas. 
Por isso a palavra é cantada já que aqui impera a presença da musicalidade. 
Apresenta textos em versos por meio de uma linguagem poética, de caráter 
sentimental e emocional com predominância da subjetividade do eu-lírico (os pronomes e 
verbos são escritos na1ª pessoa). 
 
UMA DAS POETAS LÍRICAS MAIS CONHECIDAS É DE SAFO DE LESBOS 
“O amor agita meu espírito 
como se fosse o vendaval 
a desabar sobre os carvalhos” 
 
 
Subgênero: 
• Elegia; 
• Ode; 
• Écloga; 
• Soneto 
• Poesia 
• Haicai 
• Hino 
• Sátira 
6 
 
Gênero épico 
Note que o termo “épico” vem da palavra “epopeia” do grego (“épos”) simboliza a 
narrativa em versos de fatos grandiosos centrados na figura de um herói ou de um povo. A 
palavra é narrada porque predomina a presença de um narrador. Se destaca pela contação de 
uma história na qual as personagens atuam em um determinado tempo, ou seja, é um grande 
feito de um povo que marca a história. Esses textos são produzidos através de uma ótica 
impessoal, a partir de uma perspectiva geral de nação, ou seja, de um povo como um todo. O 
gênero épico representa a mais antiga literatura das narrativas históricas de grandes 
acontecimentos, com presença de temas como a mitologia e lendas. Os elementos essenciais 
das narrativas épicas são: narrador (quem narra a história), enredo (sucessão dos 
acontecimentos),personagens (principais e secundárias), tempo (época dos fatos) e espaço 
(local dos episódios).Algumas das epopeias gregas mais conhecidas são Ilíada e Odisseia, 
cuja autoria é declarada a Homero. 
 
A DIVINA COMÉDIA, DE DANTE ALIGHIERI E “OS LUSÍADAS”, DE LUÍS DE CAMÕES. 
“As armas e os barões assinalados, 
Que da ocidental praia Lusitana, 
Por mares nunca de antes navegados, 
Passaram ainda além da Taprobana, 
Em perigos e guerras esforçados, 
Mais do que prometia a força humana, 
E entre gente remota edificaram 
Novo Reino, que tanto sublimaram; 
 
E também as memórias gloriosas 
Daqueles Reis, que foram dilatando 
A Fé, o Império, e as terras viciosas 
De África e de Ásia andaram devastando; 
E aqueles, que por obras valerosas 
Se vão da lei da morte libertando; 
Cantando espalharei por toda parte, 
Se a tanto me ajudar o engenho e arte. 
 
Cessem do sábio Grego e do Troiano 
As navegações grandes que fizeram; 
Cale-se de Alexandro e de Trajano, 
A fama das vitórias que tiveram; 
Que eu canto o peito ilustre lusitano, 
A quem Neptuno e Marte obedeceram: 
Cesse tudo o que a Musa antiga canta, 
Que outro valor mais alto se alevanta.” 
7 
 
Subgênero: 
• Épico; 
• Fábula; 
• Epopeia - eventos extraordinários, ações grandiosas que marcaram época 
• Novela; 
• Conto; 
• Crônica; 
• Ensaio; 
• Romance. 
 
 
 
 
 
Gênero dramático 
Do grego, a palavra “drama” significa “ação”. 
De acordo com Aristóteles em sua obra “Arte Poética”, os textos dramáticos 
representam os verso ou prosa, próprios para o teatro, é aquele tipo de texto criado para ser 
encenado, ou seja, para transformar-se em uma peça de teatro. 
Por isso aqui a palavra é representada. 
O diálogo é um recurso muito utilizado, unindo a trilogia da literatura: o autor, o 
texto e o público. 
 
Subgêneros: 
Auto; 
Comédia; 
Tragédia; 
Tragicomédia; 
Farsa. 
Elegia 
 
 
Gêneros literários modernos 
Com o passar do tempo surgiram novos gêneros criados e reproduzidos na literatura. 
Alguns desses novos gêneros são: 
Romance: longas narrativas com conflitos sentimentais complexos; 
Novela: medias narrativa com conflitos entre personagens. 
Conto: curtas narrativas de conflito único; 
Crônica: textos narrativo-reflexivos ligado a vida cotidiana das cidades; 
Poema: textos escritos em verso com visões particulares do autor. 
Canção: gênero híbrido entre a literatura e a música; 
Drama histórico: peças de teatro sobre fatos históricos; 
Teatro de vanguarda: obras teatrais sob influência das vanguardas europeias no século XX. 
8 
 
Características do texto literário 
O poema tem características próprias. É possível identificar seus aspectos. 
 
 
• Som 
 
Nos textos não-literários, o autor combina as palavras seguindo critérios significação e de 
sentido. No texto literário o autor combina palavras segundo critério de não apenas de 
significação, mas também de parentesco sonoro. 
O som do ritmo faz com que o leitor prende a sua atenção no texto, isso é possível graças à 
harmonização de todos os seus elementos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• O ritmo é notado através da marcação das sílabas poéticas (silabas que rimam) 
• No ritmo é analisado apenas a letra, ou seja, o texto enquanto poema, sem levar em conta 
a melodia. 
Melodia: Sequência de sons composto pelas notas musicais = (dó, ré, mi, fá, sol, lá, sí...) 
 
 
 
EsTAva à TOa na VIda, 
O meu aMOR me chaMOU, 
Para ver a BANda passAR 
Cantando COIsas de aMOR. 
 
• As silabas maiúsculas são tidas como fortes e as minúsculas são, fracas. 
• O ritmo é formado pela alternância entre as silabas acentuadas (fortes) e não-acentuadas 
(fracas); ou entre sílabas de vogais longas ou breves (silabas que demoram mais tempo na 
canção). 
 
Cadência: alternância entre sílabas fortes e fracas do verso. 
 
 
 
 
"A BANDA", DE CHICO BUARQUE DE HOLANDA 
Estava à toa na Vida, 
O meu amor me chamou, 
Para ver a banda passar 
Cantando coisas de amor. 
 
9 
 
 
• Repetição de palavras 
A repetição a acontece por dois objetivos 
▪ Para dar ênfase a uma ideia, chamando a atenção do autor para algo especifico. 
▪ Para acrescentar musicalidade. 
A repetição facilita a memorização e a musicalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aqui a musicalidade nesse caso já parte do título. 
As repetições lembram o som das percussões da banda, marcando o compasso da marcha, 
ritmo musical que percorre todo o texto. 
As repetições são: do som "T", o som "M”, o som "P", e o "Q" (escrito como "c"). 
O som do “A” se repete em todo o texto de maneira geral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"A BANDA", DE CHICO BUARQUE DE 
HOLANDA 
Estava à toa na Vida, 
O meu amor me chamou, 
Para ver a banda passar 
Cantando coisas de amor. 
 
10 
 
 
• O sentido 
Estamos falando da significação, do sentido conotativo ou denotativo que é atribuído ao 
texto. 
 
Lexicalmente 
• Trata-se do léxico das palavras. 
• Está relacionado ao vocabulário empregado, revelando uma linguagem culta ou coloquial. 
• A linguagem coloquial é a mais frequente nos poemas modernos. 
 
 
Sintaticamente 
• Se trata do tipo de períodos do texto: curtos ou longos. Ex. frases, períodos ou orações. 
• Outras coisas devem ser levadas em conta como: a pontuação, tempo verbal, vozes do 
discurso e em prego do sujeito e as regras. 
 
 
Semanticamente 
Refere-se aos efeitos utilizados na comunicação, como as figuras de linguagem, que 
são muito importantes para o ritmo e para a construção do texto. 
São esses recursos que vão dar vida a intensão do pensamento do autor, a qual será 
interpretada pelo leitor. 
Ao empregar a semântica, o texto apresenta múltiplas de significações, pois cada um 
conta uma história diferente, dependendo do pensamento de quem ler tem uma abordagem 
diferente, e sempre depois de uma nova leitura se cria uma opinião discrepante, dando um 
novo e intencional significado a mensagem. Ou seja, essa variedade de significados é 
intencional, tanto no plano denotativo como no conotativo da mensagem. 
Aqui o texto é interpretado de várias maneiras dependendo da imaginação do leitor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O poema indica festa, onde a banda altera a 
vida das pessoas, o triste fica alegre, o que 
está parado começa a se movimentar. Tudo 
aplicado ao ritmo do texto. 
"A BANDA", DE CHICO BUARQUE 
DE HOLANDA 
Estava à toa na Vida, 
O meu amor me chamou, 
Para ver a banda passar 
Cantando coisas de amor. 
 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POEMA "JOSÉ", DE CARLOS DRUMMOND DE 
ANDRADE. 
Se você gritasse, 
se você gemesse, 
se você tocasse 
a valsa vienense, 
se você dormisse, 
se você cansasse, 
se você morresse…. 
Mas você não morre, 
você é duro, José! 
Uma estrofe formula uma série de 
hipóteses, todas elas iniciadas 
pela repetição da conjunção 
condicional "se". 
 
12 
 
• A norma culta padrão 
 
A literatura não se preocupa com a norma culta padrão da língua portuguesa, não que os 
textos vão ser escritos errados, mas não é obrigatório a linguagem culta, até porque, a 
linguagem mais utilizada no poema é a linguagem coloquial, que é a representação da 
linguagem usada no cotidiano, e se a linguagem utilizada na vida for considerada errada 
gamaticalamente, ao transcreve-la para o papel vai trazer a mesma realidade. 
Um texto literário não deixa de perder o seu valor ao utilizar a linguagem coloquial. 
 
 
 
Temos uma linguagem coloquial 
Correção: 
Quando o português chegou 
Debaixo de uma bruta chuva 
Vestiu-se o índio. 
Que pena! 
Se fosse uma manhã de sol 
O índio teria se despido 
Do português. 
 
 
 
 
 
Não existe a expressão à medida em que, mas sim à 
medida que. 
 
 
 
 
 
O verbo assistir no sentido de observar exige a 
preposição a. 
Correção:àquilo tudo. 
 
 
 
Ora, se a frase não foi concluída, então a expressão 
deve terminar com reticências. 
Pois a função dos três pontos é indicar a omissão 
intencional de uma coisa que se devia ou podia dizer: 
Correção: 
“O pipoqueiro…” 
O POEMA “ERRO DE PORTUGUÊS” DE 
OSWALD ANDRADE 
Quando o português chegou 
Debaixo de uma bruta chuva 
Vestiu o índio 
Que pena! 
Fosse uma manhã de sol 
O índio tinha despido 
O português. 
 
“O ALQUIMISTA” DE PAULO 
COELHO. 
“‘O pipoqueiro’, disse para 
si mesmo, sem completar a 
frase.” (Pág. 55) 
 
“O ALQUIMISTA” DE PAULO 
COELHO. 
 “O rapaz assistiu aquilo 
tudo fascinado.” (Pág. 207) 
 
“O ALQUIMISTA” DE PAULO 
COELHO. 
 “Entretanto, à medida em 
que o tempo vai passando, 
...” (Pág. 47) 
 
13 
 
 
 
O acento só se justificaria se o que estivesse no 
final da frase: 
Correção: 
“Tanto dinheiro para quê?”. 
 
 
 
O correto é preferir uma coisa à outra, e nunca do que 
outra. 
Correção: 
…pipoqueiros a casá-las com pastores. 
 
 
 
 
 
O autor utiliza 
uma palavra que 
não existe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"O POETA COME AMENDOIM", DE MÁRIO DE ANDRADE: 
Brasil que eu sou porque é a minha expressão muito 
engraçada, 
Porque é o meu sentimento pachorrento, 
Porque é o meu jeito de ganhar dinheiro, de comer e de 
dormir. 
 
“O ALQUIMISTA” DE PAULO 
COELHO. 
“As pessoas preferem casar 
suas filhas com pipoqueiros 
do que com pastores.” (Pág. 
49) 
 
“O ALQUIMISTA” DE PAULO COELHO. 
“Para quê tanto dinheiro?” (Pág. 
203) 
 
14 
 
• Titulo 
Todo poema tem um titulo 
 
 
• Sentimentalismo 
O poema sentimentos emoções, sensações provocando reações. Tais emoções permeiam 
a nossa vida como: política e economia, só que esse não é o foco 
 
 
• A estética da imagem. 
O desenho que as palavras formam ao se agruparem na página também é uma 
característica do poema. 
Ex. José Lino Grünewald, num poema onde o aspecto visual ou ícone também assume 
grande importância: 
forma 
reforma 
disforma 
transforma 
conforma 
informa 
forma 
 
 
• Estrofes e Refrão 
 
Estrofes 
As estrofes são formadas por versos, é um conjunto de versos entre uma linha em branco. 
Cada estrofe pode ter um, dois, três ou vários versos. 
Há estrofes de diferentes tamanhos. 
As estrofes são classificadas de acordo com o número de versos. 
1 verso: Monóstico 
2 versos: Dístico 
3 versos: Terceto 
4 versos: Quarteto ou Quadra 
5 versos: Quintilha ou quinteto 
6 versos: Sextilha ou sexteto 
7 versos: Septilha ou sétima 
8 versos: Oitava 
9 versos: Nona nona novena 
10 versos: Décima 
 
15 
 
 
 
Existe poemas com vários tipos de organização podem se: 
• Todas iguais: só tercetos; só quartetos. 
• Diferentes uma da outra. 
 
 
Refrão 
É a estrofe ou verso que se repete ao longo do poema. 
 
 
 
O refrão facilita a memorização das 
canções. 
 
“ai Deus, e u é?” É o refrão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÚSICA TROVADORESCA COMPOSTA PELO REI D. 
DINIS DE PORTUGAL 
 
"Ai flores, ai flores do verde pino, 
se sabedes novas do meu amigo! 
ai Deus, e u é? 
 
Ai flores, ai flores do verde ramo, 
se sabedes novas do meu amado! 
ai Deus, e u é? 
 
Se sabedes novas do meu amigo, 
aquel que mentiu do que pôs comigo! 
ai Deus, e u é? 
 
Se sabedes novas do meu amado, A 
aquel que mentiu do que mi há jurado! 
ai Deus, e u é?” 
(...) 
 
16 
 
• Organização dos versos 
 
Versos 
É a linha de uma estrofe 
Cada verso marca um ritmo específico. 
 
 
Escansão métrica 
Ou metrificação é o estudo dos metros, é o recurso utilizado para medir os versos. 
A métrica mede a contagem do número de silabas que um verso tem. 
Aqui se conta e organiza as silabas poéticas (as silabas que rimam). 
Para contar as silabas é necessário separa-las 
As sílabas estão presentes dentro dos versos, então é necessário dividir o verso. 
Por isso a escansão métrica vai dividir um verso em sílabas. 
 
OBS. Não se mede a sonoridade das silabas pela escrita, mas pelo som, ou seja, se conta a 
fonética, ou seja, se conta o som das silabas. 
• Na morfologia se escreve ca/chor/ro 
• Na fonologia se pronuncia ka/xo/ro 
 
 
 
Regras da divisão das silabas do verso. 
 
• As silabas maiúsculas são tidas como fortes e as minúsculas são, fracas. 
Ex. COI / sas / de + a /MOR. 
• Quando há uma vogal átona no final de uma silaba e outra do começo, elas se juntam, 
formando uma só sílaba poética. 
Ex. A / ma / da + ar / te 
• Quando há uma vogal tônica sozinha ela deixa de ser uma vogal, para ter função 
(e=conjunção. é=substantivo. à=preposição). Por isso, ela continua sozinha. 
 Ex. Tu / PEN / sas / que / TU / é / que / ÉS 
• Quando uma silaba é forte e uma é fraca elas não se juntam 
Ex. No / MEI / o / 
• Duas silabas fortes se juntam 
Ex. AL / ma / co / MO+É / teu /NO (me?) 
• Sinais gráficos como (?, ! também se unem em uma só sílaba) 
Ex. Há / noi / te? + Há / vi / da + Há / VO / 
• A contagem das sílabas é feita até a última sílaba tônica do verso, ou seja, a última silaba 
forte determina a quantidade de silabas que o verso tem poque é ele que auxilia a 
musicalidade e o ritmo do poema 
Ex. AL / ma / co / MO+É / teu /NO (me?) 
• Cabe ao leitor aplicar o ouvido e descobrir as sílabas forte. 
17 
 
Poliméricos 
O nome por si já diz: poli = muito; metro = tamanho. 
É um conjunto de versos regulares e de tamanhos diferentes. 
Embora de tamanhos diferentes, têm as sílabas fortes localizadas nas posições indicadas 
pelas regras métricas tradicionais. 
 
 
 
Veros livres, irregulares ou heterometricos 
Não seguem um pararão de métrica (silaba poética), ou seja, um padrão de rima. 
Não tem uma forma fixa 
Não obedecem a nenhuma regra métrica. 
Aqui cada verso pode ter um tamanho diferente, sílabas poéticas ou não, variando a leitura. 
 
“TABACARIA” ÁLVARO DE CAMPOS UM DOS HETERÔNIMOS DE FERNANDO PESSOA 
 
Heterônimo é um autor fictícios que possui personalidade, é como um personagem. 
Pseudônimos é o nome dado a um autor. 
Ambos são utilizados, normalmente, para preservar a identidade do escritor, seja por charme 
ou necessidade, mas o pseudônimo não possui personalidade. 
 
Falhei em tudo. A 
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada. B 
A aprendizagem que me deram, C 
Desci dela pela janela das traseiras da casa. B 
Fui até ao campo com grandes propósitos. D 
Mas lá encontrei só ervas e árvores, E 
E quando havia gente era igual à outra. F 
Saio da janela, sento-me numa cadeira. G 
Em que hei de pensar? […] H 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Versos regulares ou isométricos 
Seguem um pararão de métrica (silaba poética), ou seja, um padrão de rima. 
Tem uma forma fixa 
Esse tipo de verso, é típico do modernismo, vem sendo muito usado na contemporaneidade. 
Obedecem às regras estabelecidas pela métrica. 
As rimas aparecem de modo regular, são rimas padronizadas. 
 
PARTE DO POEMA "I-JUCA-PIRAMA", DE GONÇALVES DIAS 
No meio das tabas de amenos verdores, A 
cercadas de troncos - cobertos de flores, A 
Alteiam-se os tetos d'altiva nação; B 
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, A 
Ternáveis na guerra, que em densas coortes A 
Assombram das matas a imensa extensão. B 
 
 
 
Brancos ou versos soltos 
Quando os versos obedecem às regras métricas de verificação ou acentuação, mas não 
apresentam rimas. 
Aqui o ritmo é solto e imprevisível. 
O verso livre tem um ritmo irregular 
 
“URUGUAI”, DO POETA ÁRCADE BASÍLIO DA GAMA (SÉC. XVIII) 
Lá, como é uso do país, roçando A 
Dois lenhos entre si, desperte a chama, B 
Que já se ateia nas ligeiras palhas, C 
E velozmente se propaga. Ao vento D 
Deixa Cacambo o resto e foge a tempo D 
 
Apresentam regularidade métrica, mas, as rimas não aparecem.19 
 
Simetria 
É uma ordem ou sequência da silaba poética. 
Essa sequência pode ser: 
• Intercala (abab) 
• Emparelhado (abba – baab) 
 
UM TRECHO DE "REMORSO", DE OLAVO BILAC 
Sinto o que esperdicei na juventude; a 
Choro neste começo de velhice, b 
Mártir da hipocrisia ou da virtude. a (ababab) 
Os beijos que não tive por tolice, b 
Por timidez o que sofrer não pude, a 
E por pudor os versos que não disse! b 
 
Nesse caso o poema é simétrico, pois tem a presenta uma sequência intercaladas. 
 
 
 
Assimetria 
Quando não segue uma ordem ou sequência. 
Um texto literário não precisa ter uma sequência de ritmos. 
Essa é uma nova tendência modernista. 
 
"O POETA COME AMENDOIM", DE MÁRIO DE ANDRADE 
Brasil que eu amo porque é o ritmo do meu braço aventuroso, 
 
O gosto dos meus descansos, 
O balanço das minhas cantigas amores e danças. 
Brasil que eu sou porque é s minha expressão muito engraçada, 
 
Porque é o meu sentimento pachorrento 
Porque é o meu geito de ganhar dinheiro, de comer e de dormir. 
 
Aqui não há a presença de rimas. 
 
 
 
Cesura: pausa que ocorre no interior do verso, após a sílaba acentuada. 
 
Encadeamento: também conhecido como enjambement ou cavalgamento, esse recurso 
ocorre quando um verso apresenta ligação sintática (e de sentido) com o verso seguinte. 
 
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Esquema rítmico: ou E.R. é o nome que se dá à fórmula que indica quantas 
sílabas poéticas tem o verso (fora dos parênteses) e quais as sílabas acentuadas (dentro dos 
parênteses). 
O E. R. vai indicar onde está a silaba forte 
 
As / aves, / que a / qui / gor / JEI / 
Se a silaba JEI é a mais forte o E. R. é 7 
 
Mi / nha / ter / ra / tem / pal / MEI / 
O E.R. é 7 
 
O + a / mor / é / SEM / Pre + o / vi / nho + e / NÉR / gi / co + ir / ri / TAN / 
 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 
O E.R é 12 (4-8-12) 
 
Para os versos regulares ou brancos, são estes os esquemas rítmicos mais frequentes: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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• Classificação dos Versos 
 
Os versos são classificados de acordo com o número de sílabas poéticas (silabas que rimam). 
 
 
Verso de uma sílaba 
Verso monossílabo: 1 sílaba poética (silaba que rima), a sílaba única é acentuada. 
 
“SERENATA SINTÉTICA” DE CASSIANO RICARDO 
Rua 
torta. 
 
Lua 
morta. 
 
Tua 
porta. 
 
 
Verso de duas sílabas. 
Verso dissílabo: 2 sílabas poéticas. 
Neste verso, a rima é composta por duas sílabas, a última e a penúltima. 
 
"A VALSA" DE CASIMIRO DE ABREU. 
Na valsa 
Cansaste; 
Ficaste 
Prostrada, 
Turbada! 
Pensavas, 
Cismavas, 
E estavas 
 
As silabas destacadas a baixo são as últimas mais fortes por isso o verso termina aí, 
desconsiderando o resto. 
Na VAL 
 1 2 
 
 
 
 
Ru -a / Lu-a / Tu-a 
juntam-se as vogais (u+a) 
 
tor / mor / por são as silabas mais fortes, então 
para nelas e eliminas as outras que vem depois 
 
 
22 
 
 
Verso de três sílabas 
Verso trissílabo: 3 sílabas poéticas. 
 
TRECHO DO POEMA: "TRERN DE FERRO", DE MANUEL BANDEIRA 
Foge, bicho 
Foge, povo 
Passa ponte 
Passa poste 
Passe pasto 
Passa boi 
 
O verso trissílabo pode apresentar um único acento. 
As silabas destacadas a baixo são as últimas mais fortes por isso o verso termina aí, 
desconsiderando o resto. 
FO / ge / BI 
1 2 3 
 
 
Verso de quatro sílabas 
Verso tetrassílabo: 4 sílabas poéticas. 
 
"A CASA", DE VINÍCIUS DE MORAES 
Era uma casa 
Muito engraçada 
Não tinha teto 
Não tinha nada 
 
E / ra + u / um / CA 
1 2 3 4 
 
Verso de cinco sílabas 
Verso pentassílabo: 5 sílabas poéticas. 
 
UM TERCETO DE "TEMPO CELESTE" DE CECÍLIA MEIRELES 
Dorme o pensamento. 
Riram-se? Choraram? 
Ninguém mais recorda. 
 
DOR / me + o / PEN / as / MEN / 
 1 2 3 4 5 
 
23 
 
 
Verso de seis sílabas 
Verso hexassílabo: 6 sílabas poéticas. 
 
É UM TRECHO RETIRADO DE UMA DAS "CANÇÕES" DE CECÍLIA MEIRELES 
Há noite? Há vida? Há vozes? 
Que espanto nos consome 
de repente, mirando-nos? 
(Alma, como é teu nome?) 
 
Há / NOI / te? + Há / VI / da + Há / VO / 
 1 2 3 4 5 6 
 
 
 
Verso de sete sílabas 
Verso heptassílabo: 7 sílabas poéticas. 
 
 
 
 
 
CANTIGA DE RODA 
Como pode o peixe vivo 
Viver fora da água fria? 
Como poderei viver 
Sem a tua companhia? 
 
 Co / mo / PO / de + o / PEI / xe / VI / 
 1 2 3 4 5 6 7 
 
 
Verso de oito sílabas 
Verso octossílabo: 8 sílabas poéticas. 
 
UMA CANÇÃO DE NOEL ROSA "A MELHOR DO PLANETA" 
Tu pensas que tu é que és 
A melhor mulher do planeta, 
Mas eu é que não vou fazer 
Tudo o que te der na veneta. 
 
Tu / PEN / sas / que / TU / é / que / ÉS 
A partir da sétima silaba poética chama-se Redondilha Maior 
A partir da sétima silaba poética para baixo chama-se Redondilha Menor 
 
24 
 
 1 2 3 4 5 6 7 8 
Verso de nove sílabas 
Verso eneassílabo: 9 sílabas poéticas. 
 
É RETIRADO DA III PARTE DO "CANTO DO PIAGA", DE GONÇALVES DIAS 
Não sabeis o que o monstro procura? 
Não sabeis a que vem, o que quer? 
Vem matar vossos bravos guerreiros, 
Vem roubar-vos a filho, a mulher! 
 
Não / as / BE + IS / o / que + o / MONS / tro / pro / CU / 
 1 2 3 4 5 6 7 8 9 
 
 
Verso de dez sílabas 
Verso decassílabo: 10 sílabas poéticas. 
O verso de dez sílabas, ou decassílabo, foi um dos versos preferidos pelos poetas 
clássicos do século XVI. 
 
UMA ESTROFE DO CANTO V DE OS LUSÍADAS. 
1 Mas já o planeta que no céu primeiro 
2 Habita, cinco vezes, apressada, 
3 Agora meio rosto, agora inteiro, 
4 Mostrara, enquanto o mar cortava a armada, 
5 Quando da etérea gávea um marinheiro, 
6 Pronto co'a vista: "Terra, terra," brada. 
7 Salta no bordo alvoroçada a gente, 
8Co'os olhos no horizonte do Oriente. 
 
Mas / já + o / pla / NE / ta / que / no / CÉU / pri / MEI / 
 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
Verso de onze sílabas 
Verso hendecassílabo: 11 sílabas poéticas. 
 
PARTE DO POEMA "I-JUCA-PIRAMA", DE GONÇALVES DIAS 
No meio das tabas de amenos verdores, 
cercadas de troncos - cobertos de flores, 
Alteiam-se os tetos d'altiva nação; 
São muitos seus filhos, nos ânimos fortes, 
Terniveis na guerra, que em densas coortes 
Assombram das matas a imensa extensão. 
 
No / MEI / o / das / TA / bas / de + a / ME / nos / ver / DO / 
 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 
 
 
Verso de doze sílabas 
Verso dodecassílabo: 12 sílabas poéticas. 
 
"AMOR" DE CRUZ E SOUZA 
Nas largas mutações perpétuas do universo 
O amor é sempre o vinho enérgico, irritante... 
Um lago de luar nervoso e palpitante... 
Um sol dentro de tudo altivamente imerso. 
 
Nas / lar / gas / um /ta / ÇÕES / per /pé / tuas / do + u / ni / VER / 
 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 
 
Versos com mais de doze sílabas 
Verso bárbaro: 13 ou mais silabas poéticas 
Existe versos compostos por dois ou mais versos. 
Por exemplo: o verso de 14 sílabas seria equivalente a dois versos de 7 sílabas; o de 15 
sílabas, a um de 7 mais um de 8 sílabas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
• Rimas 
 
Rimas 
É o parentesco sonoro 
A rima é a semelhança de sons no poema. 
É a repetição de sons semelhantes, ora no final de versos diferentes, ora no interior 
do mesmo verso, ora em posições variadas, criando um parentesco fônico entre palavras 
presentes em dois ou mais versos. 
 
Tipos de rimas: 
 
Rima externa 
Ocorre quando se repetem sons semelhantes nofinal de diferentes versos. 
 
Rima interna. 
A rima se repete no começo do verso. 
 
Rima consoante 
Apresenta semelhança ente consoantes 
“Tristezas", de João de Deus: 
Na marcha da vida (IDA) 
Oue vai a voar (AR) 
Por esta descida (IDA) 
Caminho do mar (AR) 
 
Rima toante 
Apresenta semelhança entre vogais tônica, 
"Melancolia" de Guilherme de Almeida: 
1 Sobre um fruto cheiroso e bravo (vogal tônica A) 
2 todo pintado de vermelho vivo (vogal tônica I) 
3 uma lagarta verde dorme. (vogal tônica O) 
4 O silêncio quente do meio-dia (vogal tônica I) 
5 respira como o papo de uma ave. No ar alvo (vogal tônica A) 
6 aasa de uma cigarra risca um silvo (vogal tônica I) 
7 longo - brilhante - e some. (vogal tônica O) 
8 Melancolia. (vogal tônica I) 
 
 
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As rimas podem ser: 
 
Cruzadas ou alternadas 
Trecho de "Dados biográficos" de Carlos Drummond de Andrade 
Mas que dizer do poeta rima A 
numa prova escolar? rima B 
Que ele é meio pateta rima A 
e não sabe rimar? rima B 
 
Que velo de Itabira, rima C 
terra longe e ferrosa? rima D 
E que seu verso víra, rima C 
de vez em quando prosa? rima D 
 
As rimas obedecem ao esquema ABAB CDCD. 
 
 
Interpoladas 
 
"O sentimento dum ocidental" de Cesário Verde 
Nas nossas ruas, ao anoitecer rima A 
Há tal soturnidade, há tal melancolia rima B 
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia rima B 
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer rima A 
 
As rimas obedecem ao esquema ABBA. 
As (A) são intercaladas 
As segundas (B), emparelhadas. 
Se as rimas tiverem outro tipo de organização, chamam-se rimas misturadas. 
Quando aparece um verso sem rima, chama-se rima perdida ou rima órfã. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
As rimas podem ser: 
Quanto à posição do acento tônico, a rima coincide com a palavra final do verso: 
• Rimas agudas formadas por palavras agudas ou oxítonas. 
• Rimas graves, formadas por palavras graves ou paroxítonas; 
• Rimas esdrúxulas formadas por palavras esdrúxulas ou proparoxítonas. 
 
"Poemeto irônico", de Manuel Bandeira 
O que tu chamas tua paixão, rima A 
É tão-somente curiosidade rima B 
E os teus desejos ferventes vão rima A 
Batendo asas na irrealidade. rima B 
 
As rimas "A" ("paixão"/"vão") são agudas; 
As rimas "B" ("curiosidade"/"irrealidade") são graves. 
 
Um soneto de Cruz e Souza 
É um pensar fiamejador, dardânico (A) 
Uma explosão rápida de idéias (B) 
que com um mar de estranhas odisséias (B) 
saem-lhe do crânio escultural, titânico (A ) 
 
As rimas "A" (dardãnico / ltitãnico) são esdrúxulas; 
As "B" (idéia / odissêia) são graves. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
Rima rica e rima pobre 
Para conceituar rima rica e rima pobre é necessário obedecer a alguns critérios: 
o primeiro critério é gramatical; 
o segundo fônico. 
 
Critérios gramaticais 
A rima pobre ocorre entre palavras com à mesma categoria gramatical (dois 
substantivos, dois adjetivos, dois verbos etc. 
A rima rica se dá entre termos de categorias gramaticais diferentes. (um substitantivo 
e um adjetivo) 
"À INSTABILIDADE DAS COUSAS DO MUNDO" DE GREGÓRIO DE MATOS, DO 
SONETO 
Nasce o Sol e não dura mais que um dia, A 
Depois da luz se segue a noite escura, B 
Em tristes sombras morre a formosura, B 
Em contínuas tristezas, a alegria. A 
 
A – Apresenta rima de pobre pois “dia” e “alegria” são dois substantivos 
B – Apresenta rima de rico pois “escura” é um adjetivo e “formosura” um 
substantivo. 
 
 
Critérios fonológicos 
Rima de pobre as letras são iguais a partir da vogal tônica 
Rima de rica a semelhança começa antes da vogal tônica 
 
"Um beijo", de Olavo Bilac 
Foste o melhor beijo da minha vida, (A) 
Ou talvez o pior..' dlõria e tormento, (B) 
Contigo à luz subi do firmamento, (B) 
Contigo fui pela infernal descida. (A) 
 
As rimas "A" são pobres, pois as palavras "vida" e "descida" as rimas partem da 
vogal tônica; 
As rimas "B" são ricas, pois a igualdade "firmamento" e "tormento" começa em 
“men” antes de “to” 
 
 
 
 
 
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• Forma fixa 
 
Poemas de forma fixa 
Forma fixa = quando o poema segue um padrão de rimas. 
Alguns versos têm um padrão de estrutura fixo. 
 
Trova “quadra” ou “quadrinha” 
São poemas de uma estrofe que foram criados no século XIII. 
As estrofes tem quatro versos (com 7 sílabas poéticas heptassílabos) 
 
Balada 
Baseia-se na repetição. 
A mesma ideia ou frase se repete no final da estrofe. 
Tem três estrofes de oito versos com oito sílabas. 
 
Vilâncete 
Aqui temos o monte e as voltas 
O mote é uma estrofe curta e inicial. 
A seguir, vêm as "voltas" – são três ou mais estrofes maiores que se desenvolvem em trono 
do mote. Nas estrofes da volta repete-se um dos versos do mote. 
 
Ode 
A ode costuma ser dividida em estrofes iguais pela natureza e pelo número de versos. 
Representa um poema lírico da antiguidade. 
 
Canção 
É uma composição curta e melancólico. 
 
Madrigal 
É curta, serve para homenagear alguém. 
 
Elegia 
Exprimi tristeza ou sentimentos melancólicos. 
 
Idílio, égloga ou pastoral 
Celebram a vida no campo, a natureza, e a atividade agrícola e pastoril. 
 
 
 
 
31 
 
Rondó ou rondel 
 São tipos Iguais de estrofes maiores, em versos de sete sílabas. 
É um poema de forma fixa composto de três estrofes, os dois primeiros versos de uma 
estrofe são retomados continuadas e retomadas em outra. 
 
Epitalâmio 
Poema composto para celebrar um casamento. 
 
Triolé 
Tem uma ou mais oitavas em versos de sete ou oito sílabas. 
Aparecem duas repetições de rima. 
 
Sextina 
Tem 6 versoss em cada estrofe. 
 
Haicai 
É um tipo de poema japonês, composto de 17 sílabas, distribuídas em três versos apenas. 
 
Soneto 
O mais conhecido, dentre os poemas de forma fixa é o soneto. 
Tem dois quartetos e dois tercetos. 
os versos são geralmente compostos por 10 sílabas poéticas, classificados em: 
Versos Heroicos: sílabas tônicas nas posições 6 e 10. 
Versos Sáficos: sílabas tônicas se encontram nas posições 4, 8 e 10. 
 
Tipos de Soneto 
Petrarquiano ou regular é composto de 3 quartetos (estrofes de quatro versos) e 1 dístico 
(estrofe de dois versos). 
Monostrófico apresenta uma única estrofe composta por catorze versos. 
Estrambótico conta com versos ou estrofes adicionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Como Fazer uma Análise Crítica Literária 
 
 
“Não há receitas” porém, vale ressaltar algumas aspectos que podem contribuir para uma 
análise literária. 
 
Teoria = conhecimento prévio, teor hipotético. 
A teoria descreve, é a descrição dos fenômenos 
 
Crítica = análise, julgamento. 
Atribui juízo de valor, é a arte de julgar 
 
Teoria Crítica = descreve o juízo de valor 
 
OBS. A análise crítica também é histórica, pois a crítica evolui com o tempo 
 
Teoria histórico crítica = descreve juízo de valor atribuído ao longo da história. 
 
Fazer uma análise de uma obra é definir qual a contribuição que a obra tem para a 
sociedade ao longo do tempo, pode ser ela, psíquica, cultural, social, econômica, política, ou 
qualquer outro atributo. 
Critérios de avaliação: 
• Conhecer 
Ter conhecimento sobre qualquer assunto, para atestar a veracidade dos fatos. 
• Convencer 
Se você tem conhecimento, você também tem razão. É necessário convencer o outro. 
• Ler e reler 
Destacar as partes que fazem os olhos saltarem. 
• Interpretar 
Conectar as relações entre os diferentes elementos utilizados no texto. 
• Imparcialidade 
É necessário saber julgar uma obra que não condiz com a sua idealização ou cultura, 
mesmo não compactuando com o mesmo pensamento do autor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 33 
Referencia: 
VERSOS, SONS E RITMOS 
Norma Goldstein 
 
 
 
Saber mais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Marcação Latina 
 
No sistemaqualitativo, tais regras subdividem os versos, compostos de sílabas longas e 
sílabas breves. 
 
No sistema silábico ou acentuas, elas determinam a posição das sílabas fortes em cada tipo 
de verso. 
 
O ritmo é formado pela alternância rítmica entre as silabas acentuadas (fortes) e não-
acentuadas (fracas); ou entre sílabas constituídas por vogais longas e breves. 
considerava-se a alternância entre sílabas longas e sílabas breves. 
A sílaba longa, representada pelo sinal /-/. 
 A silaba breve representada pelo sinal /U/, correspondia a metade longa. 
 
uma longa e uma breve: /-U/ pé jâmbico 
uma breve e uma longa: /U-/ pé trocaico ou troqueu 
duas longas: /--/ pé espondeu 
uma longa e duas breves: /-UU/ pé dátilo 
duas breves e uma longa: /UU-/ pé anapesto ou anapéstico.

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