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Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 1 CURSO PROCURADOR DA PREFEITURA DE BELO HORIZONTE Direito Constitucional III – Controle de Constitucionalidade Professora: Rafaella Leão Facebook: Rafaella Barbosa Leão Instagram: prof_rafaellaleão 27/03/17 Ø Poder Judiciário (Arts. 92 a 126 – CF) 1. Matérias relevantes para o concurso - Súmulas Vinculantes referentes ao art. 103-A – CF; - CNJ (art. 103-B); - Precatório (art. 100 – CF) - CAI - Judicialização das Políticas Públicas Qual é o limite que o judiciário pode garantir a aplicação da Constituição sem violar a separação dos poderes. - Competências (art. 102 e art. 105 – CF, etc.) 2. Súmulas Vinculantes (art. 103-A – CF c/c Lei 11.417/06) 2.1. Considerações iniciais O art. 103-A – CF foi acrescida à Constituição na Emenda 45/04, a qual foi denominada de “A reforma do Judiciário” que, por sua vez, trouxe, dentre outras mudanças, a figura das Súmulas Vinculantes, que está mais voltada ao common law. Vale dizer que as Súmulas Vinculantes somente podem ser editadas pelo Supremo Tribunal Federal que, por sua vez, é o guardião das constituição. As demais súmulas são persuasivas, ou seja, não vinculam. - Princípios correlatos ao tema: a) Princípio da Segurança Jurídica b) Princípio da Isonomia c) Princípio da Celeridade Processual Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 2 2.2. Requisitos (Criação, revisão e cancelamento das Súmulas Vinculantes) 2.2.1. Requisito formal 2.2.1.1. Aprovação de 2/3 dos Ministros do Supremo Tribunal Federal (no mínimo 8 ministros); 2.2.2. Requisitos materiais 2.2.2.1. Reiteradas decisões em matéria constitucional; “Se o STF já decidiu diversas vezes em matéria constitucional (NÃO É EM MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL)”. Requisito passível de crítica, uma vez que nem sempre é respeitado. Ex. Súmula Vinculante n.º 11 – Caráter excepcional do uso de algemas - que foi editada sem a satisfação do requisito em tela, ou seja, não foi fruto de reiteradas decisões. Supremo entendeu que, além dos requisitos legais, deve haver um fato novo que permita a revisão, e eventual cancelamento, da Súmula Vinculante, o que não ocorreu no caso da súmula vinculante em comento. IMPORTANTE: STF entende que, para a revisão de Súmula Vinculante, é necessária a existência de QUESTÃO RELEVANTE (legal, política, econômica, social, etc.). Já houve duas tentativas de cancelamento de Súmulas Vinculantes (11 e 25), nas quais o STF adotou este entendimento. Súmula Vinculante 11 Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. Súmula Vinculante 25 É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito. 2.2.2.2. Controvérsia judicial ou administrativa que acarrete em insegurança jurídica Art. 103-A - CF. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 3 bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei nº 11.417, de 2006). § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Nota: Lei 11.417/06 Regulamenta o art. 103-A da Constituição Federal e altera a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, disciplinando a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal, e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o Esta Lei disciplina a edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal e dá outras providências. Art. 2o O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, editar enunciado de súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei. § 1o O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão. § 2o O Procurador-Geral da República, nas propostas que não houver formulado, manifestar-se-á previamente à edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante. § 3o A edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula com efeito vinculante dependerão de decisão tomada por 2/3 (dois terços) dos membros do Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária. § 4o No prazo de 10 (dez) dias após a sessão em que editar, rever ou cancelar enunciado de súmula com efeito vinculante, o Supremo Tribunal Federal fará publicar, em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da União, o enunciado respectivo. Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 4 Art. 3o São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – o Procurador-Geral da República; V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI - o Defensor Público-Geral da União; VII – partido político com representação no Congresso Nacional; VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; IX – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais RegionaisFederais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares. § 1o O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do processo. § 2o No procedimento de edição, revisão ou cancelamento de enunciado da súmula vinculante, o relator poderá admitir, por decisão irrecorrível, a manifestação de terceiros na questão, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. Art. 4o A súmula com efeito vinculante tem eficácia imediata, mas o Supremo Tribunal Federal, por decisão de 2/3 (dois terços) dos seus membros, poderá restringir os efeitos vinculantes ou decidir que só tenha eficácia a partir de outro momento, tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse público. Art. 5o Revogada ou modificada a lei em que se fundou a edição de enunciado de súmula vinculante, o Supremo Tribunal Federal, de ofício ou por provocação, procederá à sua revisão ou cancelamento, conforme o caso. Art. 6o A proposta de edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante não autoriza a suspensão dos processos em que se discuta a mesma questão. Art. 7o Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar- lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação. Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 5 § 1o Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas. § 2o Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso. Art. 8o O art. 56 da Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3o: “Art. 56. ............................ ........................................ § 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.” (NR) Art. 9o A Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 64-A e 64-B: “Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.” “Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.” Art. 10. O procedimento de edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula com efeito vinculante obedecerá, subsidiariamente, ao disposto no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. Art. 11. Esta Lei entra em vigor 3 (três) meses após a sua publicação. Brasília, 19 de dezembro de 2006; 185o da Independência e 118o da República. 2.3. Requisitos (Criação, revisão e cancelamento das Súmulas Vinculantes) Eficácia imediata, ou seja, uma vez editada uma Súmula Vinculante, esta estará apta a produzir seus efeitos. Todavia, a eficácia é mitigada na lei 11.417/06 que permite a modulação dos efeitos da Súmula Vinculante, assim como na ADI (art. 27, Lei 9868/98). 2.3.1. Modulação dos Efeitos da Declaração de Inconstitucionalidade Em regra, a decisão que reconhece a inconstitucionalidade, produz efeitos ex tunc. Contudo, por razões de segurança jurídica, de forma excepcional em virtude do interesse social, pode-se modular estes efeitos para ex-nunc, pró-passado ou pró-futuro (vide matéria de Direito Constitucional III). Para esta modulação, exige-se: - 2/3 dos Ministros do STF; Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 6 - Razões de Interesse Público/Social. Art. 27 – Lei 9868/98. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado. 2.3.2. Modulação da Súmula Vinculante Da mesma forma, e com os mesmos requisitos, admite-se a modulação dos efeitos da Súmula Viculante. 2.4. Extensão (A quem vincula?) A Súmula Vinculante “vincula”: a) Demais órgãos do Poder Judiciário, exceto o Plenário STF (que pode mudar de opinião); O Ministro do STF, ao proferir decisão/voto monocrático e, ainda, os órgãos fracionários (Turmas) NÃO podem decidir de forma contrária à Súmula Vinculante. b) Administração Pública, direta e indireta, e em todas as esferas (Federal, Estadual, Distrital e Municipal). IMPORTANTE: A Súmula Vinculante NÃO vincula o Poder Legislativo NAS FUNÇÕES TÍPICAS (Produção de atos normativos). Em razão do princípio da separação dos poderes, posto que, se vinculasse o Legislativo, admitir-se-ia que o Judiciário está em patamar superior ao Legislativo. - Tese da não fossilização do legislador. ADEMAIS, PODERIA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA EDITAR MEDIDA PROVISÓRIA CONTRÁRIA À SÚMULA VINCULANTE (FUNÇÃO ATÍPICA LEGIFERANTE). 2.5. Legitimados (Quem pode provocar o Supremo para editar, revisar ou cancelar Súmula Vinculante - STF) a) Os legitimados do art. 103 – CF (Rol taxativo); b) Tribunais de 2º grau (TJ`s, TRT`s TRE`s e Tribunais Militares, onde houver) e Superiores. c) Defensor Público Geral da União. d) Municípios incidentalmente (No curso de processos em que seja parte). Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 7 Art. 103 - CF. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência) I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. § 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal. § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará,previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. Art. 3o – Lei 11.417/06 - São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III – a Mesa da Câmara dos Deputados; IV – o Procurador-Geral da República; V - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VI - o Defensor Público-Geral da União; VII – partido político com representação no Congresso Nacional; VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional; Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 8 IX – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; X - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; XI - os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios, os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleitorais e os Tribunais Militares. § 1o O Município poderá propor, incidentalmente ao curso de processo em que seja parte, a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula vinculante, o que não autoriza a suspensão do processo. § 2o No procedimento de edição, revisão ou cancelamento de enunciado da súmula vinculante, o relator poderá admitir, por decisão irrecorrível, a manifestação de terceiros na questão, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. 2.6. Reclamação – RCL Não é recurso. Trata-se de ação de competência originária do STF. Caso se trate de decisão de judicial, e se for julgada procedente, a Reclamação irá cassá-la. Caso se trate de ato administrativo, este será anulado. Excepcionalmente, nos termos do art. 7º, §1º da Lei 11.417/06, caso se trate de ato administrativo, deve-se ESGOTAR AS VIAS ADMINISTRATIVAS. Art. 7o – Lei 11.417/06 - Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação. § 1o Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas. § 2o Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso. Nota: - Em regra, não é necessário o esgotamento das vias administrativas para acionar o judiciário, em virtude dos princípios da inafastabilidade jurisdicional (art. 5º, inciso XXXV – CF). art. 5º - CF - XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 9 - Exceção constitucional: Justiça desportiva (art. 217 - CF); Art. 217 - CF. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados: I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento; II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento; III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional; IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional. § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. § 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final. § 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social. - Exceções infraconstitucionais (rol exemplificativo): a) Reclamação contra ato administrativo contrário a texto de Súmula Vinculante; b) Habeas data. 2.7. Mais aspectos procedimentais da Súmula Vinculante a) O Procurador Geral da República OBRIGATORIAMENTE participará (ou como legitimado provocando o STF, ou como custos legis); b) Amicus Curiae pode participar nas matérias em que é importante levar o conhecimento técnico ao STF; c) Esgotamento das vias administrativas em Reclamação referente a ato administrativo que viola Súmula Vinculante (Art. 7º, §1º - Lei 11.417/06) (vide acima). APOSTILA: - Súmulas Vinculantes (Art. 103-A c/c Lei 11.417/06) 1) Não caberá reclamação se a decisão judicial ou o ato administrativo que se pretende atacar for anterior à edição da súmula vinculante. Para essa situação caberá outros instrumentos como, por exemplo, Mandado de Segurança e Recurso Extraordinário (RE). Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 10 2) De acordo com o art. 7o, § 1o, da Lei 11.417/06, contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas. 3) O STF recentemente firmou entendimento que para a revisão ou cancelamento de súmula vinculante é necessário demonstrar que houve evidente superação da jurisprudência do STF no tratamento da matéria ou que tenha tido alteração legislativa quanto ao tema ou, ainda, que tenha ocorrido modificação relevante no contexto político, econômico ou social. Razão pela qual rejeitou o pedido da Anamatra de cancelamento ou alteração da SV no 25, bem como rejeitou o pedido da Confederação Brasileira dos Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) de cancelamento da SV no 11. QUESTÕES DE PROVA: 1) Assinale a opção correta a respeito de súmula vinculante. a) Durante o processo de aprovação de súmula vinculante, os processos judiciais em curso que tratem da matéria objeto do enunciado serão suspensos em observância à segurança jurídica. FALSO - NÃO SERÃO SUSPENSOS. b) A edição de súmula vinculante é matéria de competência absoluta e exclusiva do Supremo Tribunal Federal, sendo vedada a intervenção típica ou atípica de quaisquer terceiros. FALSO - ADMITE A PARTICIPAÇÃO DO AMICUS CURIAE. c) A súmula vinculante produz efeitos imediatos a partir de sua edição, não admitindo a modulação que pode ter lugar em determinadas hipóteses de controle concentrado. FALSO – PERMITIDA A MODULAÇÃO DOS EFEITOS. d) A edição de uma súmula vinculante pelo Supremo Tribunal Federal não impede que o Congresso Nacional possa alterar ou revogar dispositivo constitucional objeto do enunciado dessa súmula. VERDADEIRO! e) Súmula vinculante vincula o próprio Supremo Tribunal Federal, que haverá de necessariamente ater- se ao comando nela contido. NÃO VINCULA O SUPREMO, QUE PODERÁ MUDAR DE ENTENDIMENTO. 2) Os efeitos de súmula vinculante editada pelo STF em razão de pacificação de controvérsia judicial transcendem o Poder Judiciário e alcançam os Poderes Legislativo e Executivo. – FALSO 3) A prerrogativa quanto à provocação para aprovar, rever ou cancelar súmula vinculante pertence aos mesmos órgãos e pessoas que têm competência para propor a ação direta de inconstitucionalidade. – CORRETA, MAS O CESPE CONSIDEROU ERRADA, HAVENDO RECURSO SEM ANULAÇÃO (Legitimados do art. 103 – CF, mas está incompleta, posto que não levou em consideração aqueles previstos na Lei 11.417/06). 4) No Brasil, não cabe pena de morte – ERRADA (há hipóteses em que é admitida como, por exemplo, em caso de guerra declarada) Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 11 SUPERIMPORTANTE:NÃO cabe ADI e ADC em face de Súmula Vinculante, mas somente reclamação (vide Constitucional III). 3. Conselho Nacional de Justiça – CNJ (art. 103-B – CF) 3.1. Considerações iniciais Criado pela Emenda Constitucional 45/04 – Reforma do Judiciário. É órgão do judiciário, no entanto, diferentemente dos demais órgãos do judiciário, não exerce a função típica deste poder, qual seja, função jurisdicional. Possui natureza administrativa e correicional. O CNJ não revê decisões de caráter jurisdicional. Ex. Decisão que nega segurança. Art. 103-B - CF. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 12 IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) § 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009) § 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê- los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 13 V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos serviços judiciários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) § 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Súmula 649 – STF – CONTINUA VÁLIDA, MAS COM APLICAÇÃO APENAS NAS CONSTITUIÇÕES ESTADUAIS É inconstitucional a criação, por Constituição Estadual,de órgão de controle administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros poderes ou entidades. Ex. O STF entendeu que o CNJ não viola a Súmula 649 – STF, uma vez que este é de caráter nacional que fiscaliza todos os membros do Poder Judiciário, inclusive daqueles que atuam em âmbito estadual. A Súmula 649 – STF continua tendo validade, mas a sua aplicação é apenas no ÂMBITO ESTADUAL, ou seja, os Estados não podem criar órgão equiparado ao CNJ com atuação estatal. Não podem as Constituições Estaduais criar, paralelamente ao CNJ, órgão equivalente de atuação no âmbito estadual. Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 14 3.2. Atribuições do CNJ (art. 103-B, §4º - CF) art. 103-B - § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares1, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) (1) Atos regulamentares expedidos pelo CNJ: Tratam-se das RESOLUÇÕES DO CNJ. Ex. Resolução 75 – CNJ – contagem de prazo para fins atuação jurídica para ingresso na Magistratura. - Resolução do CNJ pode ser objeto de ADI e ADC (ou seja, é ato normativo primário)? Supremo entendeu que a resoluções do CNJ SÃO ATOS NORMATIVOS PRIMÁRIOS, ou seja, ESTÃO SUJEITAS ÀS AÇÕES DE CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE. II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê- los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, SEM PREJUÍZO DA COMPETÊNCIA DISCIPLINAR E CORREICIONAL DOS TRIBUNAIS, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) CNJ TAMBÉM FISCALIZA O OFICIAL DE JUSTIÇA, ANALISTA, TÉCNICO, ESCRIVÃO, SERVIDORES DE CARTÓRIOS. CNJ coexiste com os órgãos correcionais internos de cada Tribunal. - A competência do CNJ é subsidiária à atuação dos órgãos correcionais internos ou então este possui competência concorrente autônoma? O CNJ possui competência concorrente autônoma. O CNJ, QUANDO REVÊ DECISÃO PROFERIDA POR ÓRGÃO CORRECIONAL INTERNO, PODE AGRAVAR OU ABRANDAR A PENA APLICADA. FUNDAMENTOU-SE QUE O CNJ ESTÁ FORA DO TRIBUNAL, PODENDO POSSUIR MAIOR IMPARCIALIDADE EM RELAÇÃO AO ÓRGÃO INTERNO. Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 15 AS SANÇÕES DO CNJ SERÃO, SEMPRE, DE NATUREZA ADMINISTRATIVA! NÃO PODE IMPOR SANÇÕES DE NATUREZA PENAL. NESTE CASO, DEVERÁ REPRESENTAR AO MINISTÉRIO PÚBLICO QUE, EVENTUALMENTE, AJUIZARÁ A AÇÃO PENAL. IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) IMPORTANTE: Tudo que foi explanado acerca do CNJ aplica-se, também ao, Conselho Nacional do Ministério Público – CNMP. APOSTILA: - Declarada a constitucionalidade da criação do CNJ ficou firmado o entendimento de que a Súmula no 649, STF está afeta apenas às Constituições Estaduais, não encontrando respaldo na Constituição Federal. - O STF já decidiu que o CNJ é competente para editar ato normativo primário no âmbito das matérias do art. 103-B, § 4o, CF. Exemplo: Resolução no 7 declarada constitucional na ADC no 12. - Ao CNJ não é permitido apreciar a constitucionalidade de atos administrativos, tão somente sua legalidade (MS 28.872-AgR) - Não há necessidade de exaurimento da instância administrativa ordinária para a atuação do CNJ. Competência concorrente (autônoma) e não subsidiária. (MS 28.620rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 23-9-2014). Desta forma, o CNJ pode investigar magistrados independentemente da atuação da corregedoria do Tribunal (ADI 4638 e Resolução no 135 CNJ) Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 16 - Qualquer pessoa é parte legítima para representar ilegalidades perante o CNJ. Apuração que é de interesse público.” (MS 28.620, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 23-9-2014) - No tocante ao art. 102, I, r, CF, o STF tem dado interpretação restritiva ao dispositivo de modo a aceitar apenas os mandados de segurança, mandados de injunção, habeas corpus e habeas data contra ato do CNJ (o próprio CNJ figura no polo passivo). Nas ações ordinárias contra atos do CNJ a competência para julgar será dos juízes federais (art. 109, I, CF), pois a União quem vai figurar no polo passivo da ação, já que os Conselhos são órgãos federais. Assim como o STF firmou entendimento de que não é de sua competência conhecer da ação popular e ação civil pública contra ato do CNJ. A competência do STF para julgar as ações envolvendo atos do CNJ resume-se aos remédios constitucionais em que o CNJ tenha praticado um ato positivo/afirmativo que implica em alteração. As decisões negativas (aquela que nada decide e não tem implicação prática) do CNJ sequer serão apreciadas pelo poder judiciário (vide abaixo). - Não cabe mandado de segurança contra ato de deliberação negativa do Conselho Nacional de Justiça, por não se tratar de ato que importe a substituição ou a revisão do ato praticado por outro órgão do Judiciário. Assim, o STF não tem competência para processar e julgar ações decorrentes de decisões NEGATIVAS do CNMP e do CNJ. Como o conteúdo da decisão do CNJ/CNMP foi “negativo”, o Conselho não decidiu nada. Se não decidiu nada, não praticou nenhum ato. Se não praticou nenhum ato, não existe ato do CNJ/CNMP a ser atacado no STF. Em razão do exposto, não compete ao STF julgar MS impetrado contra decisão do CNJ que julgou improcedente pedido de cassação de um ato normativo editado por vara judicial. STF. 2a Turma. MS 33085/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 20/09/2016 (Info840). QUESTÕES DE PROVA: 1) Considere que, em procedimento de controle administrativo, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tenha rejeitado pedido do interessado de reconhecimento da ilegalidade de ato praticado por tribunal de justiça e que, inconformado, o interessado tenha impetrado mandado de segurança contra o CNJ no Supremo Tribunal Federal (STF). Nessa situação, conforme o entendimento do STF, a decisão negativa do CNJ não está sujeita a revisão por Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 17 meio de mandado de segurança impetrado diretamente na Suprema Corte. – CORRETO, uma vez que a decisão reveste-se de caráter negativo. 2) O Conselho Nacional de Justiça constitui órgão de controle externo da atividade jurisdicional. – FALSO – O CONTROLE É INTERNO, OU SEJA, DO PRÓPRIO PODER JUDICIÁRIO. 3) Embora a CF o insira entre os órgãos jurisdicionais (ou seja, que integra o Poder Judiciário), o Conselho Nacional de Justiça possui atribuições exclusivamente administrativas e disciplinares e submete-se ao controle do Supremo Tribunal Federal. – CORRETO 4) Em se tratando de crimes de responsabilidade, os membros do Conselho Nacional de Justiça serão processados e julgados pelo Senado Federal. – CORRETO (Art. 52, incisos I e II – CF – Das Competências Privativas do Senado Federal). Art. 52 - CF. Compete privativamente ao Senado Federal: I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) EXCEPCIONA/MITIGA A REGRA DA VITALICIEDADE DOS MAGISTRADOS. O SENADO, EM SUAS COMPETÊNCIAS PRIVATIVAS, NÃO PROLATA UMA SENTENÇA, MAS SIM UMA RESOLUÇÃO (RESOLUÇÃO DO SENADO FEDERAL). II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de: a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição; b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República; c) Governador de Território; d) Presidente e diretores do banco central; e) Procurador-Geral da República; f) titulares de outros cargos que a lei determinar; IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente; V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios; Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 18 VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Público federal; VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito externo e interno; IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal; XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato; XII - elaborar seu regimento interno; XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII. XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. 4. Precatórios Mecanismo utilizado pela Fazenda Pública para pagar seus débitos. - Ordem de pagamento: a) Verbas de natureza alimentícia; b) Verbas de natureza NÃO alimentícia. b.1) Verbas de natureza alimentícia de idosos (Incluído pela Emenda 62/09) e portadores de doenças graves (Incluído pela Emenda 62/09) e pessoas portadoras de deficiência (Incluído pela Emenda 94/16) (SUPERPREFERÊNCIA) Art. 100 - CF. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (Vide Emenda Constitucional nº 62, de 2009) (Vide ADI 4425) Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 19 § 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). ROL MERAMENTE EXEMPLIFICATIVO. OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS TERÃO CARÁTER ALIMENTÍCIO (VIDE SÚMULA VINCULANTE 47 ABAIXO). § 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares, originários ou por sucessão hereditária, tenham 60 (sessenta) anos de idade, ou sejam portadores de doença grave, ou pessoas com deficiência, assim definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016) § 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucionalnº 62, de 2009). § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). § 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). § 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). § 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). § 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). § 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 20 contestação administrativa ou judicial. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (Vide ADI 4425 – DECLARADO INCONSTITUCIONAL) § 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (Vide ADI 4425 – DECLARADO INCONSTITUCIONAL¿) § 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). § 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (expressão declarada inconstitucional, devendo ser adotado o índice do IPCA – art. 1º, “f” daLei 9499/97 também declarado inconstitucional por arrastamento), e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (Vide ADI 4425) Inconstitucional o Índice da TR, passando a vigorar pelo IPCA. § 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). § 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). § 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009 – DECLARADO INCONSTITUCIONAL – REMETE AO ART. 97 - CF). § 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). § 17. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aferirão mensalmente, em base anual, o comprometimento de suas respectivas receitas correntes líquidas com o pagamento de precatórios e obrigações de pequeno valor. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016) § 18. Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata o § 17, o somatório das receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, de transferências Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 21 correntes e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no período compreendido pelo segundo mês imediatamente anterior ao de referência e os 11 (onze) meses precedentes, excluídas as duplicidades, e deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016) I - na União, as parcelas entregues aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios por determinação constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016) II - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016) III - na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos servidores para custeio de seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016) § 19. Caso o montante total de débitos decorrentes de condenações judiciais em precatórios e obrigações de pequeno valor, em período de 12 (doze) meses, ultrapasse a média do comprometimento percentual da receita corrente líquida nos 5 (cinco) anos imediatamente anteriores, a parcela que exceder esse percentual poderá ser financiada, excetuada dos limites de endividamento de que tratam os incisos VI e VII do art. 52 da Constituição Federal e de quaisquer outros limites de endividamento previstos, não se aplicando a esse financiamento a vedação de vinculação de receita prevista no inciso IV do art. 167 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016) § 20. Caso haja precatório com valor superior a 15% (quinze por cento) do montante dos precatórios apresentados nos termos do § 5º deste artigo, 15% (quinze por cento) do valor deste precatório serão pagos até o final do exercício seguinte e o restante em parcelas iguais noscinco exercícios subsequentes, acrescidas de juros de mora e correção monetária, ou mediante acordos diretos, perante Juízos Auxiliares de Conciliação de Precatórios, com redução máxima de 40% (quarenta por cento) do valor do crédito atualizado, desde que em relação ao crédito não penda recurso ou defesa judicial e que sejam observados os requisitos definidos na regulamentação editada pelo ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 94, de 2016) Súmula Vinculante 47 Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza. DECLARADO INCONSTITUCIONAL - Art. 97 – CF - ADCT. Até que seja editada a lei complementar de que trata o § 15 do art. 100 da Constituição Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que, na data de publicação desta Emenda Constitucional, estejam em mora na quitação de precatórios vencidos, relativos às suas administrações direta e indireta, inclusive os emitidos durante o período de vigência do regime especial instituído por este artigo, farão esses pagamentos de acordo com as normas a seguir estabelecidas, sendo inaplicável o disposto no art. 100 desta Constituição Federal, exceto em seus §§ 2º, 3º, 9º, 10, 11, 12, 13 e 14, e sem prejuízo dos acordos de juízos conciliatórios já formalizados na data de promulgação desta Emenda Constitucional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 62, de 2009) Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 22 § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios sujeitos ao regime especial de que trata este artigo optarão, por meio de ato do Poder Executivo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) I - pelo depósito em conta especial do valor referido pelo § 2º deste artigo; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) II - pela adoção do regime especial pelo prazo de até 15 (quinze) anos, caso em que o percentual a ser depositado na conta especial a que se refere o § 2º deste artigo corresponderá, anualmente, ao saldo total dos precatórios devidos, acrescido do índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança e de juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança para fins de compensação da mora, excluída a incidência de juros compensatórios, diminuído das amortizações e dividido pelo número de anos restantes no regime especial de pagamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) § 2º Para saldar os precatórios, vencidos e a vencer, pelo regime especial, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios devedores depositarão mensalmente, em conta especial criada para tal fim, 1/12 (um doze avos) do valor calculado percentualmente sobre as respectivas receitas correntes líquidas, apuradas no segundo mês anterior ao mês de pagamento, sendo que esse percentual, calculado no momento de opção pelo regime e mantido fixo até o final do prazo a que se refere o § 14 deste artigo, será: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) I - para os Estados e para o Distrito Federal: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) a) de, no mínimo, 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento), para os Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal, ou cujo estoque de precatórios pendentes das suas administrações direta e indireta corresponder a até 35% (trinta e cinco por cento) do total da receita corrente líquida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) b) de, no mínimo, 2% (dois por cento), para os Estados das regiões Sul e Sudeste, cujo estoque de precatórios pendentes das suas administrações direta e indireta corresponder a mais de 35% (trinta e cinco por cento) da receita corrente líquida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) II - para Municípios: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) a) de, no mínimo, 1% (um por cento), para Municípios das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, ou cujo estoque de precatórios pendentes das suas administrações direta e indireta corresponder a até 35% (trinta e cinco por cento) da receita corrente líquida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) b) de, no mínimo, 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento), para Municípios das regiões Sul e Sudeste, cujo estoque de precatórios pendentes das suas administrações direta e indireta corresponder a mais de 35 % (trinta e cinco por cento) da receita corrente líquida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) § 3º Entende-se como receita corrente líquida, para os fins de que trata este artigo, o somatório das receitas tributárias, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de contribuições e de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes, incluindo as oriundas do § 1º do art. 20 da Constituição Federal, verificado no período compreendido pelo mês de referência e os 11 (onze) meses anteriores, excluídas as duplicidades, e deduzidas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 23 I - nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) II - nos Estados, no Distrito Federal e nos Municípios, a contribuição dos servidores para custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira referida no § 9º do art. 201 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) § 4º As contas especiais de que tratam os §§ 1º e 2º serão administradas pelo Tribunal de Justiça local, para pagamento de precatórios expedidos pelos tribunais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) § 5º Os recursos depositados nas contas especiais de que tratam os §§ 1º e 2º deste artigo não poderão retornar para Estados, Distrito Federal e Municípios devedores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) § 6º Pelo menos 50% (cinquenta por cento) dos recursos de que tratam os §§ 1º e 2º deste artigo serão utilizados para pagamento de precatórios em ordem cronológica de apresentação, respeitadas as preferências definidas no § 1º, para os requisitórios do mesmo ano e no § 2º do art. 100, para requisitórios de todos os anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) § 7º Nos casos em que não se possa estabelecer a precedência cronológica entre 2 (dois) precatórios, pagar-se-á primeiramente o precatório de menor valor. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) § 8º A aplicação dos recursos restantes dependerá de opção a ser exercida por Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, por ato do Poder Executivo, obedecendo à seguinte forma, que poderá ser aplicada isoladamente ou simultaneamente: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) I - destinados ao pagamento dos precatórios por meio do leilão; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) II - destinados a pagamento a vista de precatórios não quitados na forma do § 6° e do inciso I, em ordem única e crescente de valor por precatório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) III - destinados a pagamento por acordo direto com os credores, na forma estabelecida por lei própria da entidade devedora, que poderá prever criação e forma de funcionamentode câmara de conciliação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) § 9º Os leilões de que trata o inciso I do § 8º deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) I - serão realizados por meio de sistema eletrônico administrado por entidade autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários ou pelo Banco Central do Brasil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) II - admitirão a habilitação de precatórios, ou parcela de cada precatório indicada pelo seu detentor, em relação aos quais não esteja pendente, no âmbito do Poder Judiciário, recurso ou impugnação de qualquer natureza, permitida por iniciativa do Poder Executivo a compensação com débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra devedor originário pela Fazenda Pública devedora até a data da expedição do precatório, ressalvados aqueles cuja exigibilidade esteja suspensa nos termos Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 24 da legislação, ou que já tenham sido objeto de abatimento nos termos do § 9º do art. 100 da Constituição Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) III - ocorrerão por meio de oferta pública a todos os credores habilitados pelo respectivo ente federativo devedor; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) IV - considerarão automaticamente habilitado o credor que satisfaça o que consta no inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) V - serão realizados tantas vezes quanto necessário em função do valor disponível; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) VI - a competição por parcela do valor total ocorrerá a critério do credor, com deságio sobre o valor desta; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) VII - ocorrerão na modalidade deságio, associado ao maior volume ofertado cumulado ou não com o maior percentual de deságio, pelo maior percentual de deságio, podendo ser fixado valor máximo por credor, ou por outro critério a ser definido em edital; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) VIII - o mecanismo de formação de preço constará nos editais publicados para cada leilão; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) IX - a quitação parcial dos precatórios será homologada pelo respectivo Tribunal que o expediu. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) § 10. No caso de não liberação tempestiva dos recursos de que tratam o inciso II do § 1º e os §§ 2º e 6º deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) I - haverá o sequestro de quantia nas contas de Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, por ordem do Presidente do Tribunal referido no § 4º, até o limite do valor não liberado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) II - constituir-se-á, alternativamente, por ordem do Presidente do Tribunal requerido, em favor dos credores de precatórios, contra Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, direito líquido e certo, autoaplicável e independentemente de regulamentação, à compensação automática com débitos líquidos lançados por esta contra aqueles, e, havendo saldo em favor do credor, o valor terá automaticamente poder liberatório do pagamento de tributos de Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, até onde se compensarem; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) III - o chefe do Poder Executivo responderá na forma da legislação de responsabilidade fiscal e de improbidade administrativa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) IV - enquanto perdurar a omissão, a entidade devedora: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) a) não poderá contrair empréstimo externo ou interno; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) b) ficará impedida de receber transferências voluntárias; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 25 V - a União reterá os repasses relativos ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal e ao Fundo de Participação dos Municípios, e os depositará nas contas especiais referidas no § 1º, devendo sua utilização obedecer ao que prescreve o § 5º, ambos deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) § 11. No caso de precatórios relativos a diversos credores, em litisconsórcio, admite-se o desmembramento do valor, realizado pelo Tribunal de origem do precatório, por credor, e, por este, a habilitação do valor total a que tem direito, não se aplicando, neste caso, a regra do § 3º do art. 100 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) § 12. Se a lei a que se refere o § 4º do art. 100 não estiver publicada em até 180 (cento e oitenta) dias, contados da data de publicação desta Emenda Constitucional, será considerado, para os fins referidos, em relação a Estados, Distrito Federal e Municípios devedores, omissos na regulamentação, o valor de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) I - 40 (quarenta) salários mínimos para Estados e para o Distrito Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) II - 30 (trinta) salários mínimos para Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) § 13. Enquanto Estados, Distrito Federal e Municípios devedores estiverem realizando pagamentos de precatórios pelo regime especial, não poderão sofrer sequestro de valores, exceto no caso de não liberação tempestiva dos recursos de que tratam o inciso II do § 1º e o § 2º deste artigo.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) § 14. O regime especial de pagamento de precatório previsto no inciso I do § 1º vigorará enquanto o valor dos precatórios devidos for superior ao valor dos recursos vinculados, nos termos do § 2º, ambos deste artigo, ou pelo prazo fixo de até 15 (quinze) anos, no caso da opção prevista no inciso II do § 1º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) § 15. Os precatórios parcelados na forma do art. 33 ou do art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e ainda pendentes de pagamento ingressarão no regime especial com o valor atualizado das parcelas não pagas relativas a cada precatório, bem como o saldo dos acordos judiciais e extrajudiciais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) § 16. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) § 17. O valor que exceder o limite previsto no § 2º do art. 100 da Constituição Federal será pago, durante a vigência do regime especial, na forma prevista nos §§ 6º e 7º ou nos incisos I, II e III do § 8° deste artigo, devendo os valores dispendidos para o atendimento do disposto no § 2º do art. 100 da Constituição Federal serem computados para efeito do § 6º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009) § 18. Durante a vigência do regime especial a que se refere este artigo, gozarão também da preferência a que se refere o § 6º os titulares originais de precatórios que tenham completado 60 (sessenta) anos de idade até a data da promulgação desta Emenda Constitucional. (Incluído pelaEmenda Constitucional nº 62, de 2009) Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 26 IMPORTANTE: - ADI 4425: Trata-se de petição acostada aos autos pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil na qual se noticia a paralisação do pagamento de precatórios por alguns Tribunais de Justiça do País, determinada após o julgamento conjunto das Ações Diretas de Inconstitucionalidade nº 4.357 e 4.425, realizado em 14/03/2013, pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal. Segundo narra a peça, “os recursos estão disponíveis, mas a Presidência de alguns Tribunais entendeu por paralisar os pagamentos/levantamentos de valores enquanto não modulados os efeitos da r. decisão”. Requer-se, em seguida, seja determinada “a continuidade dos pagamentos até que o e. Plenário module os efeitos da v. decisão, com a consequente expedição de ofícios a todos os Tribunais de Justiça”. Pede-se ainda sejam os entes devedores instados ao repasse e ao depósito dos recursos junto aos Tribunais locais, sob pena de incidência do regime sancionatório. É o relato suficiente. Decido. A decisão do Plenário do Supremo Tribunal Federal reconheceu a inconstitucionalidade parcial da Emenda Constitucional nº 62/09, assentando a invalidade de regras jurídicas que agravem a situação jurídica do credor do Poder Público além dos limites constitucionalmente aceitáveis. Sem embargo, até que a Suprema Corte se pronuncie sobre o preciso alcance da sua decisão, não se justifica que os Tribunais Locais retrocedam na proteção dos direitos já reconhecidos em juízo. Carece de fundamento, por isso, a paralisação de pagamentos noticiada no requerimento em apreço. Destarte, determino, ad cautelam, que os Tribunais de Justiça de todos os Estados e do Distrito Federal deem imediata continuidade aos pagamentos de precatórios, na forma como já vinham realizando até a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal em 14/03/2013, segundo a sistemática vigente à época, respeitando-se a vinculação de receitas para fins de quitação da dívida pública, sob pena de sequestro. Expeça-se ofício aos Presidentes de todos os Tribunais de Justiça do País. Publique-se. Brasília, 11 de abril de 2013.Ministro Luiz FuxRelatorDocumento assinado digitalmente (STF - ADI: 4425 DF, Relator: Min. AYRES BRITTO, Data de Julgamento: 11/04/2013, Data de Publicação: DJe- 069 DIVULG 15/04/2013 PUBLIC 16/04/2013) APOSTILA: REGIME INCONSTITUCIONAL DE COMPENSAÇÃO OBRIGATÓRIA DE CRÉDITO Tanto o § 9o, como o § 10 do art. 100 foram declarados integralmente inconstitucionais pelo STF, uma vez que criavam um regime de compensação obrigatória, cujo abatimento pela Fazenda Pública ocorreria de forma unilateral e automática. Conforme dispunha os referidos parágrafos, antes da expedição dos precatórios o Tribunal solicitaria à Fazenda Pública devedora informações sobre eventuais débitos que o credor do precatório tivesse com a mesma, a fim de ser abatido, a título de compensação, o valor correspondente aos débitos líquidos e certos, incluídas parcelas vincendas de parcelamento. Tal mecanismo de compensação foi declarado inconstitucional pelo STF, em síntese, pelos seguintes fundamentos: a) a compensação obrigatória de crédito a ser inscrito em precatório com débitos perante a Fazenda Pública consagraria superioridade processual da parte pública; b) violação à garantia do devido processo legal, do contraditório, da ampla defesa, da coisa julgada, da isonomia e ao principio da separação dos poderes. (ADI ́s 4357 e 4425 julg. em 14.03.13. rel. p/ Ac Min. Luiz Fux). A Questão da Atualização Monetária dos Precatórios Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 27 Certo é que entre a data de expedição do precatório e o seu efetivo pagamento há um lapso temporal que impõe - nos termos do § 5o- que o valor do precatório seja atualizado monetariamente quando for pago, sob pena de uma desvalorização do valor real do crédito em virtude da inflação. Desta forma, o § 12 dispunha que a correção monetária e os juros de mora, no caso de precatórios pagos em atraso, deveriam adotar os índices e percentuais aplicáveis às cadernetas de poupança (índice TR). Nesse mesmo sentido, é a regra prevista no art. 1o F da Lei 9.494/97. Entretanto, o STF declarou a inconstitucionalidade da expressão “índice oficial de remuneração da caderneta de poupança”, constante no § 12 do art. 100, bem como declarou inconstitucional, por arrastamento, o art. 5o da Lei 11.960/2009, que deu a redação atual ao art. 1o F da Lei 9.494/97. Para os Ministros, o índice oficial da poupança é incapaz de refletir a real flutuação de preços apurado no período em referência e, portanto, não representa fielmente a evolução inflacionária. Razão pela qual, tem-se utilizado o IPCA-E (índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial) para correção de precatórios. Ademais, também foi declarada a inconstitucionalidade a seguinte expressão do § 12: “independente de sua natureza”. Neste caso, o STF entendeu que aos precatórios de natureza tributária, deveriam ser aplicados os mesmos juros de mora incidentes sobre todo e qualquer crédito tributário. A inconstitucionalidade da Criação do “Regime Especial de Pagamento dos Precatórios” Estabelecido pelo § 15, do Art. 100, CF e o Art. 97, do ADCT A EC 62/09 ao acrescentar o § 15 ao art. 100 da CF permitiu que o legislador infraconstitucional pudesse criar um regime especial para pagamento de precatórios de Estados/DF e dos Municípios, estabelecendo uma vinculação entre a forma e prazo de pagamentos com receita corrente líquida desses entes. De modo a estabelecer um regime especial para que os Estados e Municípios fossem reduzindo suas dívidas de precatórios, sem, no entanto, comprometer seus respectivos orçamentos. Dessa forma, até que fosse editada essa lei complementar referida no § 15, foi incluído o art. 97 no ADCT, o qual previu uma séria de vantagens abusivas e absurdas aos Estados e Municípios, como por exemplo: prazo para o parcelamento de precatórios de até, pasmem, 15 anos e, o “leilão de precatórios”, no qual os credores de precatórios competem entre si oferecendo deságios em relação aos valores que tem para receber, recebendo antes que os demais aqueles que oferecessem maiores descontos. Conforme dito por Leonardo da Cunha, esse regime especial previa uma espécie de “moratória” ou “concordata” para os Estados/DF e Municípios, não restando outra medida senão a declaração total de inconstitucionalidade do § 15 e do art. 97, do ADCT, como felizmente fez o STF. Professora: Rafaella Leão Rafael Barreto Ramos Curso PROLABORE 2017 28 Observação: Não obstante tenha havido a declaração de inconstitucionalidade do § 15, do art. 100 e do art. 97, ADCT, os Ministros do STF votaram no sentido de modular os seus efeitos. Por fim, estabelece o § 16 que a União poderá assumir débitos de precatórios dos Estados, do DF e dos Municípios, refinanciando-os diretamente. Resumindo: - Dispositivos declarados parcialmente inconstitucionais: §2o e § 12 do art. 100, CF - Dispositivos declarados integralmente inconstitucionais: §§ 9o, 10, 15 do art. 100, CF + art. 97 e parágrafos do ADCT. Nota: PRECATÓRIO É o nome que se dá a um documento de ordem judicial que formaliza valores totais acima de 60 salários mínimos ao beneficiário de um débito da Fazenda Pública (termo geral que engloba União, Estados, Municípios, Autarquias e Fundações Públicas). Esses débitos recaem sobre esses
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