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ÁREA DE PERSERVAÇÃO PERMANENTE Áreas de Preservação Permanente são áreas, cobertas ou não por vegetação nativa, localizadas na zona rural ou urbana, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Localização e limites das APP's 1. Áreas de Preservação Permanente de proteção e conservação dos recursos hídricos e dos ecossistemas aquáticos. I. Nos cursos d’água naturais: Para os efeitos da aplicação da legislação pertinente, os cursos d’água são classificados como: Perenes: Possuem, naturalmente, escoamento superficial durante todo o ano; Intermitentes: Naturalmente, não apresentam escoamento superficial durante todo o ano; Efêmeros: Possuem escoamento superficial apenas durante, ou imediatamente após períodos de precipitação. As faixas marginais consideradas como Áreas de Preservação Permanente variam de acordo com a largura do curso d’água, medida a partir da borda da calha de seu leito regular, conforme tabela abaixo: OBS: Consideram-se Áreas de Preservação Permanente em zonas rurais ou urbanas, as faixas marginais dos dois lados de qualquer curso d’água natural perene ou intermitente. Não se consideram Áreas de Preservação Permanente as faixas marginais dos cursos d’água efêmeros. OBS: Como o novo código estabeleceu o critério de medida da largura do rio a partir da borda da calha de seu leito regular e não mais a partir da máxima cheia, as várzeas (regiões à margem de um curso d'água que ficam inundadas durante as cheias) ou pelo menos parte delas não são mais consideradas Áreas de Preservação Permanente. II. Nas Nascentes e Olhos D’Água: para efeito da aplicação da legislação pertinente, é considerado: Nascente: Afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá início a um curso d’água; Olho d’água: Afloramento natural do lençol freático mesmo que intermitente. O entorno da nascente ou de um olho d’água perene considerado de preservação permanente deve possuir um raio mínimo de 50 metros, conforme ao lado: OBS: A intervenção nas Áreas de Preservação Permanente no entorno de nascentes, só poderá ocorrer no caso de utilidade pública. OBS: É considerada Área de Preservação Permanente o entorno de uma nascente ou de um olho d’água perene. Não é considerada Área de Preservação Permanente o entorno de um olho d’água intermitente. OBS: Já na Lei Florestal Mineira, o olho d’água intermitente apesar de não possuir Área de Preservação Permanente, tem seu entorno considerado de uso restrito e possui a mesma proteção em relação ao entorno de um olho d’água perene. III. Nos Lagos e nas Lagoas Naturais: São consideradas Áreas de Preservação Permanente o entorno de lagos e lagoas naturais, localizados na zona rural, com largura mínima de: 50 metros para corpos d’água com superfície inferior a 20ha; 100 metros para corpos d’água com superfície superior a 20ha. São consideradas Áreas de Preservação Permanente, o entorno de lagos e lagoas naturais, localizados em zona urbana, com largura mínima de 30 metros, independente do tamanho da superfície. OBS: No caso de lagos ou lagoas naturais com superfície inferior a 1,0 ha, a Área de Preservação Permanente é dispensada, no entanto é vedada a supressão da vegetação nativa existente. IV. Nos Reservatórios Artificiais: Não será exigida Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios artificiais que não decorram de barramento ou represamento de cursos d’água naturais. No caso dos reservatórios artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d’água naturais, a faixa a ser considerada como Área de Preservação Permanente deverá ser definida na licença ambiental do empreendimento. Para o caso de reservatórios destinados à geração de energia elétrica ou abastecimento público, as Áreas de Preservação Permanente também serão definidas no ato do licenciamento ambiental, no entanto terão de obedecer os seguintes parâmetros: em zona rural a largura da faixa deverá medir entre 30m e 100m; em zona urbana, a largura da faixa deverá medir entre 15 e 30 metros. Para os reservatórios artificiais de água destinados a geração de energia ou abastecimento público que foram registrados ou tiveram seus contratos de concessão ou autorização assinados anteriormente à Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, a faixa da Área de Preservação Permanente será a distância entre o nível máximo operativo normal e a cota máxima. Na implantação de reservatório d’àgua artificial destinado a geração de energia ou abastecimento público, é obrigatória a aquisição, desapropriação ou instituição de servidão administrativa pelo empreendedor das Áreas de Preservação Permanente criadas em seu entorno. Deverá também ser apresentado no âmbito do licenciamento ambiental, o “Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório, não podendo seu uso exceder a 10% do total da Área de Preservação Permanente. OBS: A lei mineira estabeleceu critérios mais flexíveis para reservatórios artificiais localizados em zona rural e com superfície máxima de 20,0 ha, onde a faixa mínima poderá ser de 15 metros e a máxima de 50 metros. Para o caso de reservatórios artificiais localizados em zona urbana a lei mineira adota uma faixa fixa de 15 metros e remete ao município a possibilidade de regulamentação própria. V. Nas Veredas: Para os efeitos da aplicação da legislação pertinente é considerada uma vereda: “A fitofisionomia de savana, encontrada em solos hidromórficos (brejosos ou encharcados, que contêm nascentes ou cabeceiras de cursos d’água), usualmente com a palmeira arbórea Mauritia flexuosa – buriti emergente, sem formar dossel, em meio a agrupamentos de espécies arbustivo-herbáceas.” Além da própria vereda, as Áreas de Preservação Permanente, são demarcadas, nas duas margens, a partir do espaço, permanentemente brejoso e encharcado, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 metros. VI. Nas Restingas: Para os efeitos da aplicação da legislação pertinente, é considerada restinga: “Depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada, produzido por processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades que recebem influência marinha, com cobertura vegetal em mosaico, encontrada em praias, cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando, de acordo com o estágio sucessional, estrato herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado. Toda a extensão da restinga como fixadora de dunas e estabilizadora de mangues é considerada Área de Preservação Permanente. OBS: A supressão de vegetação nativa protetora de restingas somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública. VII. Nos Manguezais: Para os efeitos da aplicação legislação pertinente, é considerado um manguezal: “Ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés, formado por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, a vegetação natural conhecida como mangue, com influência fluviomarinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e com dispersão descontínua ao longo da costa brasileira, entre os estados do Amapá e Santa Catarina. São Áreas de Preservação Permanente os manguezais em toda sua extensão. 2. Áreas de Preservação Permanente de proteção e conservação dos solos e manutenção da recarga hídrica. I. No topo de morros montes montanhas e serras: O terço superior do morro é considerado Área de Preservação Permanente. Para fins de existência de APP, para que uma elevação seja considerado “morro” é preciso que tenha: OBS: Com os critérios trazidos pelo Novo Código Florestal ficou mais difícil que uma elevação no terrenoseja considerada morro, havendo considerável diminuição da proteção destas áreas. II. Nas Encostas: São consideradas Áreas de Preservação Permanente as encostas, ou parte destas, com declividade superior a 45°, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive. III. Nos Tabuleiros ou Chapadas: Para os efeitos da aplicação da legislação pertinente, considera-se tabuleiro ou chapada: “A paisagem de topografia plana, com baixa declividade média e superfície superior a 10 ha (dez hectares), terminada de forma abrupta em escarpa, caracterizando-se a chapada por grandes superfícies a mais de 600m (seiscentos metros) de altitude.” Considera-se escarpa: “a rampa de terrenos com inclinação igual ou superior a 45° (quarenta e cinco graus), que delimitam relevos de tabuleiros, chapadas e planalto, limitada no topo por ruptura positiva de declividade e no sopé por ruptura negativa de declividade.” São consideradas Áreas de Preservação Permanente: As bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais. IV. Nas Altitudes Elevadas: São consideradas Áreas de Preservação Permanente as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitoscentos) metros, qualquer que seja a vegetação. 3. APP’s Declaradas de Interesse Social por Ato do Chefe do Poder Executivo Consideram-se, ainda, Áreas de Preservação Permanente, quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades: I. conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e deslizamentos; II. proteger as restingas ou veredas; III. proteger várzeas; IV. abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção; V. proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico, cultural ou histórico; VI. formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; VII. assegurar condições de bem-estar público; VIII. auxiliar a defesa do território nacional, a critério das autoridades militares. IX. proteger áreas úmidas, especialmente as de importância internacional. O que pode ser feito nas APP's? Intervenções nas Áreas de Preservação Permanente: Em razão de sua função ambiental, as APP’s são de utilização muito restrita. Não são intocáveis, mas somente pode haver intervenção no caso de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental. OBS: É permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas de Preservação Permanente para obtenção de água e para realização de atividades de baixo impacto ambiental. OBS: Nas Áreas de Preservação Permanente, é autorizada, exclusivamente, a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008. Modulos Fiscais Para os efeitos da aplicação da legislação pertinente, é considerado módulo fiscal uma unidade de medida agrária usada no Brasil, instituída pela Lei nº 6.746 de 10 de dezembro de 1979. É expressa em hectares e é variável, sendo fixada para cada município, levando-se em conta: - tipo de exploração predominante no município; - a renda obtida com a exploração predominante; - outras explorações existentes no município que, embora não predominantes, sejam expressivas em função da renda ou da área utilizada; - conceito de propriedade familiar. O que deve ser recomposto nas Áreas Rurais Consolidadas? I. Ao longo dos cursos d’água naturais: - Para imóveis rurais com área de até 1 (um) módulo fiscal, será obrigatória a recomposição das faixas marginais em 5 (cinco) metros, contados da borda da calha do leito regular, independentemente da largura do curso d’água; - Para imóveis rurais com área superior a 1 (um) módulo fiscal e de até 2 (dois) módulos fiscais, será obrigatória a recomposição das respectivas faixas marginais em 8 (oito) metros, contados da borda da calha do leito regular, independentemente da largura do curso d'água. - Para imóveis rurais com área superior a 2 (dois) módulos fiscais e de até 4 (quatro) módulos fiscais, será obrigatória a recomposição das respectivas faixas marginais em 15 (quinze) metros, contados da borda da calha do leito regular, independentemente da largura do curso d'água. - Para imóveis rurais com área superior a 4 (quatro) módulos fiscais, será obrigatória a recomposição das respectivas faixas marginais, conforme determinação do PRA (Programa de Regularização Ambiental), observado o mínimo de 20 (vinte) e o máximo de 100 (cem) metros, contados da borda da calha do leito regular. II. No entorno de nascentes e olhos d’água perenes: Para qualquer imóvel rural, será obrigatória a recomposição de área com raio mínimo de 15 metros. III. No entorno de lagos e lagoas naturais: - Para imóveis rurais com área de até 1 (um) módulo fiscal, será obrigatória a recomposição de faixa marginal com largura mínima de 5 (cinco) metros; - Para imóveis rurais com área superior a 1 (um) módulo fiscal e de até 2 (dois) módulos fiscais, será obrigatória a recomposição de faixa marginal com largura mínima de 8 (oito) metros; - Para imóveis rurais com área superior a 2 (dois) módulos fiscais e de até 4 (quatro) módulos fiscais, será obrigatória a recomposição de faixa marginal com largura mínima de 15 (quinze) metros; - Para imóveis rurais com área superior a 4 (quatro) módulos fiscais, será obrigatória a recomposição de faixa marginal com largura mínima de 30 (trinta) metros. IV. Nas veredas - Para os imóveis rurais com área de até 4 (quatro) módulos fiscais, será obrigatória a recomposição de faixas marginais, em projeção horizontal, delimitadas a partir do espaço brejoso e encharcado, de largura mínima de 30 (trinta) metros; - Para os imóveis rurais com área superior a 4 (quatro) módulos fiscais, será obrigatória a recomposição de faixas marginais, em projeção horizontal, delimitadas a partir do espaço brejoso e encharcado, de largura mínima de 50 (cinquenta) metros. V. Nas encostas com declividade superior a 45°, nas bordas de tabuleiros e chapadas, nos topos de morros, montes, montanhas e serras e nas áreas com altitudes superiores a 1800 metros: É permitida a manutenção do uso consolidado em toda a Área de Preservação Permanente, sendo desnecessária qualquer recomposição. VI. Nas restingas e nos mangues: Não é permitida a manutenção do uso consolidado, sendo obrigatória a recomposição integral da vegetação nativa. OBS: Nos imóveis rurais, com ocupação antrópica das Áreas de Preservação Permanente posterior a 22 de julho de 2008, não é permitida a manutenção do uso consolidado, sendo obrigatória a recomposição integral com vegetação nativa. As áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008, localizadas nas Áreas de Preservação Permanente, deverão ser informadas no CAR (Cadastro Ambiental Rural) para fins de monitoramento, sendo exigida, nesses casos, a adoção de técnicas de conservação do solo e da água que visem a mitigação dos eventuais impactos. Para as áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008, será admitida a manutenção de residências e da infraestrutura associada às atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural, inclusive o acesso a essas atividades, independentemente das obrigações de recomposição, desde que não estejam em área que ofereça risco à vida ou à integridade física das pessoas. Para os assentamentos do Programa de Reforma Agrária, quanto a determinação do nº de módulos fiscais, serão observados os limites de cada área demarcada individualmente, objeto do contrato de concessão de uso, até a titulação por parte do INCRA. Aos proprietários e possuidores de imóveis rurais que, em 22 de julho de 2008 detinham área de até 2 (dois) módulos fiscais e desenvolviam atividadesagrossilvipastoris nas áreas consolidadas, é garantido que a exigência de recomposição, somadas todas as Áreas de Preservação Permanente do imóvel, não ultrapassará a 10% da área total do imóvel. Da mesma forma, para os que detinham área entre 2 e 4 módulos fiscais, é garantido que a exigência de recomposição não ultrapassará a 20% da área total do imóvel. As Áreas de Preservação Permanente localizadas em imóveis inseridos em Unidades de Conservação de Proteção Integral (os Parques, as Estações Ecológicas, os Refúgios de Vida Silvestre, os Monumentos Naturais e as Reservas Biológicas) criadas até a data de publicação da Lei Federal nº 12.651/12, não são passíveis de ter áreas rurais consolidadas, ressalvado o que dispuser o Plano de Manejo elaborado e aprovado, devendo o proprietário, possuidor ou ocupante a qualquer título adotar as medidas indicadas. Para efeito do cálculo do nº de módulos fiscais, será considerada a área detida pelo imóvel rural em 22 de julho de 2008. Em qualquer circunstância, para a manutenção das atividades nas áreas rurais consolidadas, é muito importante a adoção de técnicas de conservação de solo e água. Como recompor as APP's localizadas nas Áreas Rurais Consolidadas? - Através da condução de regeneração natural de espécies nativas. - Realizando o plantio de espécies nativas. - Realizando o plantio de espécies nativas conjugado com a condução da regeneração natural de espécies nativas. - Para a pequena propriedade, ou posse rural familiar, poderá ser realizado o plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, exóticas ou não, com nativas de ocorrência regional, em até 50% da área total a ser recomposta. OBS: O prazo para recomposição não encontra-se estipulado na legislação, podendo ser definido pelo Plano de Regularização Ambiental (PRA). OBS: O cercamento das áreas a serem recompostas é desnecessário, a não ser que tecnicamente seja recomendado para isolamento e proteção da regeneração natural e/ou desenvolvimento das espécies plantadas. Áreas de uso Restrito São áreas nas quais sua utilização sofre restrições, mas que não são consideradas Áreas de Preservação Permanente. I. Pantanais e planícies pantaneiras: Nos pantanais e planícies pantaneiras, é permitida a exploração ecologicamente sustentável, devendo-se considerar as recomendações técnicas dos órgãos oficiais de pesquisa. Desde que se obedeça essas recomendações técnicas dos órgãos oficiais, resta consolidado o uso anterior à vigência da nova Lei (28 de maio de 2012), sendo que novas supressões de vegetação nativa ficam condicionadas à autorização do órgão estadual do meio ambiente. II. Áreas com declividade entre 25° e 45°: Observadas boas práticas agronômicas e de conservação de solo e água, as atividades antrópicas existentes nessas áreas poderão ser mantidas sendo vedadas novas supressões de vegetação nativa. ÁREA DE RESERVA LEGAL De acordo com a Lei 12.651/2012, todo imóvel rural deve manter uma área com cobertura de vegetação nativa, a título de Reserva Legal. Trata-se de área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa. Sua dimensão mínima em termos percentuais relativos à área do imóvel é dependente de sua localização: 50 Para imóveis localizados no território da Amazônia Legal: Reserva Legal deve corresponder a 80% da área do imóvel; 51 Para imóvel localizado nas demais regiões: Reserva Legal deve corresponder a 20% da área do imóvel. Área de Preservação Permanente pode contar como Reserva Legal? SIM. Será admitido o cômputo das Áreas de Preservação Permanente no cálculo do percentual da Reserva Legal do imóvel, desde que: 1. O benefício previsto não implique a conversão de novas áreas para o uso alternativo do solo. Exceção é feita em área de floresta na Amazônia Legal, quando as Áreas de Preservação Permanente conservadas ou em processo de recuperação, somadas às demais florestas e outras formas de vegetação nativa existentes ultrapassarem 80% da área do imóvel. 2. A área a ser computada esteja conservada ou em processo de recuperação, conforme comprovação do proprietário ao órgão estadual integrante do SISNAMA; 3. O proprietário ou possuidor tenha requerido inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural – CAR. OBS: Com o novo código florestal, a averbação da reserva legal em cartório de registro de imóveis deixa de ser obrigatória, desde que haja o registro no CAR (Cadastro Ambiental Rural). OBS: Apenas a inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei municipal não desobriga o proprietário ou posseiro da manutenção da área de Reserva Legal. Somente o registro do parcelamento do solo para fins urbanos extingue o instituto da Reserva Legal. Contudo, esta área de vegetação nativa poderá ser utilizada como área verde urbana. OBS: É permitida a Reserva Legal em condomínio, ou seja, vários proprietários unirem-se para instituir Reserva Legal única. É comum, por exemplo, quando uma propriedade maior é dividida por herança aos filhos. Nesta situação, caso já exista a vegetação nativa referente à Reserva em uma parcela da propriedade é mais fácil aproveitá-la do que efetuar a recomposição em cada parcela destinada a cada herdeiro. Além disso, é melhor para o meio ambiente uma Reserva Legal única, pois quanto maior a área verde, menor o efeito de borda. Quando pode haver aumento da Reserva Legal? Quando indicado pelo Zoneamento Ecológico-Econômico - ZEE estadual, realizado segundo metodologia unificada, o poder público federal poderá ampliar as áreas de Reserva Legal em até 50% (cinquenta por cento) dos percentuais previstos nesta Lei, para cumprimento de metas nacionais de proteção à biodiversidade ou de redução de emissão de gases de efeito estufa. Quando a Reserva Legal é dispensada? Quando for relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor de concessão, permissão ou autorização para exploração de potencial de energia hidráulica, nas quais funcionem empreendimentos de geração de energia elétrica, subestações ou sejam instaladas linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica; Quando for relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas com o objetivo de implantação e ampliação de capacidade de rodovias e ferrovias; Quando as áreas utilizadas para infraestrutura pública, tais como de transporte, de educação e de saúde; Quando os empreendimentos de abastecimento público de água, tratamento de esgoto, disposição adequada de resíduos sólidos urbanos e aquicultura em tanque-rede; Em Minas Gerais, a ausência de registro da Reserva Legal não constitui óbice para realização de pesquisa mineral sem guia de utilização quando o detentor da autorização de pesquisa não for proprietário da área, sem prejuízo da obrigação de recuperação da área degradada. O proprietário ou o possuidor do imóvel rural poderá alterar a localização da área de Reserva Legal? Sim, mediante aprovação do órgão ambiental competente. A nova área de Reserva Legal proveniente da alteração a que se refere o caput deverá localizar-se no imóvel que continha a Reserva Legal de origem, em área com tipologia vegetacional, solo e recursos hídricos semelhantes ou em melhores condições ambientais que a área anterior, observados os critérios técnicos que garantam ganho ambiental, estabelecidos em regulamento. A nova área de Reserva Legal proveniente da alteração a que se refere o caput poderá localizar-se fora do imóvel que continha a Reserva Legal de origem nas seguintes situações: 1. em caso de utilidade pública; 2. em caso de interesse social; 3. se a área originalmente demarcadaestiver desprovida de vegetação nativa e, na propriedade, não tiver sido constatada a presença de cobertura vegetal nativa em data anterior a 19 de junho de 2002. Como deve ser registrada a Reserva Legal? A área de Reserva Legal deverá ser registrada no órgão ambiental competente por meio de inscrição no CAR (Cadastro Ambiental Rural), sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento. A inscrição da Reserva Legal no CAR será feita mediante a apresentação de planta e memorial descritivo, contendo a indicação das coordenadas geográficas com pelo menos um ponto de amarração. Na posse, a área de Reserva Legal é assegurada por termo de compromisso firmado pelo possuidor com o órgão competente do Sisnama, com força de título executivo extrajudicial, que explicite, no mínimo, a localização da área de Reserva Legal e as obrigações assumidas pelo possuidor. A transferência da posse implica a sub-rogação das obrigações assumidas no termo de compromisso. O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de Registro de Imóveis, sendo que, no período entre a data da publicação desta Lei e o registro no CAR, o proprietário ou possuidor rural que desejar fazer a averbação terá direito à gratuidade deste ato. É permitida a exploração econômica na Reserva Legal? SIM. A Lei 12.651/2012 prevê a possibilidade de seu manejo sustentável nas seguintes situações e oportunidades: I - É livre a coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como frutos, cipós, folhas e sementes, devendo-se observar: 1. os períodos de coleta e volumes fixados em regulamentos específicos, quando houver; 2. a época de maturação dos frutos e sementes; 3. técnicas que não coloquem em risco a sobrevivência de indivíduos e da espécie coletada no caso de coleta de flores, folhas, cascas, óleos, resinas, cipós, bulbos, bambus e raízes (Art. 21). II – O manejo sustentável para exploração florestal eventual sem propósito comercial, para consumo no próprio imóvel, independe de autorização dos órgãos competentes, devendo apenas ser declarados previamente ao órgão ambiental a motivação da exploração e o volume a ser explorado, a exploração anual ficando limitada a 20 metros cúbicos (Art. 23). III- O manejo florestal sustentável da vegetação da Reserva Legal com propósito comercial depende de autorização do órgão competente e deverá atender as seguintes diretrizes e orientações (Art. 22): 1. não descaracterizar a cobertura vegetal e não prejudicar a conservação da vegetação nativa da área; 2. assegurar a manutenção da diversidade das espécies; 3. conduzir o manejo de espécies exóticas com a adoção de medidas que favoreçam a regeneração de espécies nativas. Sua exploração depende de licenciamento pelo órgão competente do SISNAMA, mediante aprovação prévia de Plano de Manejo Florestal Sustentável - PMFS que contemple técnicas de condução, exploração, reposição florestal e manejo compatíveis com os variados ecossistemas a serem formados pela cobertura arbórea (Art. 31). O que deve ser feito nas Áreas Rurais Consolidadas em Áreas de Reserva Legal? Para os efeitos da aplicação da legislação pertinente, entende-se por “Área Rural Consolidada: “A área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida neste último caso, a adoção do regime de pousio.” http://www.ibama.gov.br/areas-tematicas/manejo-florestal-sustentavel O proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em 22 de julho de 2008, área de Reserva Legal em extensão inferior ao estabelecido, poderá regularizar sua situação, independentemente da adesão ao PRA (Programa de Regularização Ambiental), adotando as seguintes alternativas, isolada ou conjuntamente: 4. Recomposição da Reserva Legal I. I. Através da indução à regenaração natural, para os casos em que as condições forem tecnicamente favoráveis, sendo desnecessária a adoção da revegetação por plantio. II. II. Através da revegetação pelo plantio de espécies nativas, podendo ser realizado de forma integral ou apenas para auxiliar o processo de regeneração natural. A recomposição poderá ser realizada também mediante o plantio intercalado de espécies nativas com exóticas ou frutíferas, em sistema agroflorestal, observados os seguintes parâmetros: - o plantio de espécies exóticas deverá ser combinado com as espécies nativas de ocorrência regional; - a área recomposta com espécies exóticas não poderá exceder a 50% (cinquenta por cento) da área total a ser recuperada. OBS: A recomposição da Reserva Legal poderá ser realizada gradativamente em até 20 anos. Para isso o proprietário ou possuidor do imóvel deverá promover essa revegetação em 10% da área necessária, a cada 2 anos. OBS: Na pequena propriedade (até 4 módulos fiscais) o percentual de vegetação nativa existente em 22 de julho de 2008 será considerado o montante da Reserva Legal, ainda que inferior ao estabelecido. Por exemplo, se em 22 de julho de 2008, a pequena propriedade tinha 4% de vegetação nativa, estes 4% formarão sua reserva legal, não sendo necessária recomposição além deste percentual. 5. Compensação da Reserva Legal A Reserva Legal, ao invés de ser recomposta no próprio imóvel, pode ser compensada por área de vegetação nativa existente em outro imóvel, desde que a área para compensação seja equivalente em extensão e esteja localizada no mesmo bioma da área a ser compensada. Além disso, se essa área estiver em outro estado da federação, deverá estar localizada em regiões identificadas como prioritárias pela União ou pelos Estados. A Compensação poderá ser feita pelos seguintes instrumentos: I. Aquisição de Cota de Reserva Ambiental link que levará a este tópico; II. Arrendamento ou compra de área sob regime de servidão ambiental: A servidão ambiental basicamente, significa a restrição estabelecida voluntariamente pelo proprietário, para restringir a utilização de áreas naturais existentes além das Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal do imóvel. III. Doação ao poder público de propriedade localizada no interior de uma Unidade de Conservação de domínio público pendente de regularização fundiária: IV. Cadastramento de outra área equivalente e excedente à Reserva Legal em imóvel do mesmo proprietário ou adquirida em imóvel de terceiro, com vegetação nativa estabelecida, em regeneração ou recomposição, localizada no mesmo bioma: o proprietário que possuir mais de uma propriedade rural, poderá utilizar a área vegetativa em “excesso” de uma propriedade para compensar o passivo ambiental referente à Reserva Legal da outra propriedade. Poderá, inclusive, adquirir uma propriedade coberta por vegetação nativa exclusivamente para esta finalidade. OBS: São consideradas Unidades de Conservação de domínio público pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação as Reservas Biológicas, as Estações Ecológicas, os Parques Nacionais, Estaduais ou Municipais, as Reservas Extrativistas, as Florestas Nacionais, Estaduais ou Municipais, as Reservas de Fauna e as Reservas de Desenvolvimento Sustentável. OBS: Ao criar uma Unidade de Conservação de domínio público, o Estado deveria promover a desapropriação das propriedades em seu interior. Como existem inúmeras situações com pendências quanto a regularização fundiária, o poder público pode aceitar, a doação ao ente federativo responsável pela Unidade de Conservação, de propriedades ou parte delas, para fins de compensação de Reserva Legal. OBS: O atual proprietário ou possuidor é obrigado a recompor ou compensar a Reserva Legal, ainda que não tenha sido ele a retirar a vegetação nativa. Assim, antes de comprar uma propriedade é interessante a certificação de pendências ambientais do imóvel. Cota de Reserva Ambiental (CRA) Um título nominativorepresentativo de área com vegetação nativa, existente ou em processo de recuperação. OBS: Cada cota representa uma área de 1 hectare de vegetação nativa preservada ou em processo de recuperação. Para que serve a Cota de Reserva Ambiental? A Cota de Reserva pode ser transferida gratuita ou onerosamente para finalidades diversas. Por exemplo, uma ONG pode optar por comprar Cotas no intuito de patrocinar a preservação da vegetação nativa. Contudo, a utilização mais comum da CRA é para a compensação da Reserva Legal. Assim, um proprietário ou possuidor que não tenha área de Reserva em sua propriedade pode optar por comprar Cotas ao invés de recompor a vegetação nativa. OBS: Para compensar a Reserva Legal a Cota precisa ser instituída em área de mesmo bioma e, se for em outro estado tem que estar em área considerada prioritária. Como instituir a Cota de Reserva Ambiental? A cota de reserva ambiental pode ser instituída a partir dos seguintes mecanismos: 1. Sob regime de servidão ambiental Mediante anuência do órgão ambiental competente, o proprietário rural pode instituir servidão ambiental, pela qual voluntariamente renuncia, em caráter permanente ou temporário, total ou parcialmente, a direito de uso, exploração ou supressão de recursos naturais existentes na propriedade. OBS: A servidão ambiental não se aplica às áreas de preservação permanente e de reserva legal. OBS: A limitação ao uso ou exploração da vegetação da área sob servidão instituída em relação aos recursos florestais deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a reserva legal. OBS: É vedada, durante o prazo de vigência da servidão ambiental, a alteração da destinação da área, nos casos de transmissão do imóvel a qualquer título, de desmembramento ou de retificação dos limites da propriedade. 2. Correspondente à área de Reserva Legal instituída voluntariamente sobre a vegetação que exceder os percentuais exigidos em lei 3. Protegida na forma de Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica. 4. A partir da vegetação existente em propriedade rural localizada no interior de Unidade de Conservação de domínio público que ainda não tenha sido desapropriada OBS: Como regra geral, a Cota é para a vegetação existente na propriedade além do mínimo exigido pela Lei. Assim, por exemplo, caso um proprietário na região sudeste tenha 25% de vegetação nativa em sua área de Reserva Legal, poderá instituir a cota nos 5% que encontram-se além do minimamente exigido pelo Código Florestal (20%). Esses 5% poderão ser utilizados para compensar a Reserva Legal de outro proprietário no mesmo bioma. OBS: A pequena propriedade (até 4 módulos fiscais) poderá instituir Cota de Reserva Ambiental sobre toda a área de Reserva Legal, ainda que não haja excesso.\ OBS: A compensação da Reserva Legal pelas Cotas deverá estar averbada no Cartório de Registro de Imóveis. Como regra geral, não é necessária a averbação da Reserva Legal, bastando o registro no Cadastro Ambiental Rural. Contudo, em caso de utilização das Cotas para compensação da Reserva, a averbação em cartório passa a ser obrigatória. OBS: A obrigação de preservar a vegetação na área da Cota é do proprietário que a instituir e não daquele que a adquirir para compensar passivo ambiental.
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