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Ensaio Sobre a filosofia de tchilar

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Ficha técnica 
 
Título: Ensaio sobre a filosofia de tchilar 
Autor: Daniel A Ngovene 
Editora: Independetly published 
Revisão do texto: João C Catanga 
ISBN-13: 979-8656221214 
ASIN: B08BTYMXPS 
Ano de Publicaҫão: 2020, São Paulo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÍNDICE 
Agradecimento ........................................................................................... 6 
PREFÁCIO .................................................................................................. 7 
INTRODUÇÃO ............................................................................................ 11 
Em busca da identidade filosófica ........................................................... 14 
A condição humana como identidade para filosofia .............................. 21 
Desfrutar calmamente à vida .................................................................... 34 
A África sobrevive dos restos .................................................................. 49 
A covid-19 no mundo ................................................................................ 51 
O negócio da bíblia após Covi-19 ............................................................ 56 
A morte é destino dos homens ................................................................ 68 
Emancipação da mulher ............................................................................ 75 
Aforismos. .................................................................................................. 77 
A morte como destino da vida .................................................................. 80 
Bibliografia ................................................................................................. 92 
 
 
 
Biografia do autor 
 
 
 Daniel Alexandre Ngovene, nasceu em 15 de maio de 1998, na vila de Chilembene, 
na província de Gaza, em Moçambique, concluiu o ensino primário na escola primária 
completa de Malhazene em 2012. Frequentou a escola secundária de Chilembene, onde fez 
o primeiro e segundo ciclo do ensino secundário, tendo concluído no ano de 2017. No ano 
2012, converteu-se ao cristianismo, frequentou escola dominical até ao candidato a 
baptismo, após a leitura do livro de Anticristo de Nietzsche, que foi recomendado por seu 
Professor Avelino Chissano e, nos finais de 2016 abandonou por completo a igreja (MEA). 
 
 
Ingressou-se na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), na Faculdade de Filosofia no ano 
2018. É o Precursor da Filosofia de Tchilar, a qual começou a ser defendida e disseminada 
nos finais de 2019. É membro de weberatigo desde abril de 2020. É membro do Grupo de 
Estudo de Nietzsche em Moçambique. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradecimento 
 
 Gostaria de agradecer, a minha Mãe Anastância Alberto Chirindza, por ter aceitado a 
missão de me trazer a este mundo maravilhoso. A minha irmã Lindiwe, a minha namorada 
Élia Bila, por estar comigo nos momentos difíceis como este pandemia Covid-19 ou 
distanciamento social comummente designado de quarentena. Aos meus colegas que me 
acompanha neste percurso filosófico. Ao meu grande professor, dr. Avelino Chissano que 
me influenciou à entrar no mundo niilista. Ao meu colega João C Catanga, por aceitar o 
desafio de fazer a revisão do ensaio. À Universidade Eduardo Mondlane, particularmente, a 
faculdade de filosofia, que está sob a direcção do professor Prof. Dr: José Blaunde. Pela 
experiência que tive, a todos os docentes do meu curso, que me acompanha desde o ano 
de 2018, em particular dr. Ira Vóvos por aceitar ler o ensaio. A todos os meus colegas da 
turma. E por fim ao meu colega Ailton Duarte Assucena Magane por aceitar escrever o 
prefácio deste ensaio. 
 
 
PREFÁCIO 
Novos combates à Homogeneidade da filosofia 
 
A problemática do pensamento universal tem sido um tema discutido desde que os 
povos oprimidos (africanos, ameríndios, asiáticos) viram-se fartos de serem tomados como 
objectos. O pensamento universalista tem vindo a ser rebatido com intuito de solucionar os 
conflitos que dele surgem, o caso da violência e da apropriação do conhecimento e da 
dominação, abrangendo o género, a sexualidade e cultura, etc. 
Vozes de diferentes movimentos afro-americanos, africanistas ou africanos que lutam 
pelo reconhecimento da sua humanidade e da capacidade de pensar inserem-se nos 
debates refutando o pensamento Ocidental (padrão dominante), por meio da literatura, de 
teses, de dissertações, de uma forma não radical, mas processual. 
Estes combates nem sempre foram pacíficos, a nível da política alguns países africanos 
passaram por guerras de independência e outros não, o diálogo foi-lhes útil. 
O que se sucede é que apesar dessas lutas e debates terem sido desenvolvidos ainda se vê 
a dependência das sociedades oprimidas sobre as opressoras, como diria La Botié, no seu 
 
 
Discurso sobre a Servidão Voluntaria, os oprimidos colocam-se de bandeja e servem o 
opressor por livre e espontânea vontade, são as ideias de colonialidade, ou como diria 
Fanon somos os condenados da terra a servir e a depender do Ocidente. 
Embora se diga que existem investigações ou ainda pesquisas que são feitas em 
África e na Ásia, esses conhecimentos se não forem reconhecidos como alternativas de 
fazer ciência, de intervenção sobre a realidades, serão sempre objectos ou instrumentos de 
arquivos, sendo assim não terão validade científica ou epistemológica. 
 O pensamento ocidental ainda é tido como o dominante e ideal, há necessidade de 
se ter novos combates a homogeneidade da filosofia, para que se tenha um pensamento 
pós-abissal, que se baseie na ecologia de saberes como diz Boaventura de Sousa Santos. 
A filosofia deve ser um instrumento, nesta hora, de libertar as mentes condenadas, 
desafiar e criticar as crenças ou ideologia que se auto intitulam como formas únicas do 
pensamento. Ngoenha dirá que a filosofia deve ser um “instrumento” de emancipação e de 
libertação e Castiano dirá como um diálogo intersubjectivo. A busca de causas primeiras e 
últimas não é somente proporcional a uma sociedade, todas as sociedades tem essa 
preocupação, mas manifestam-se de formas diferentes. 
 
 
A filosofia de Tchilar, entendida como a valorização da vida na terra e não a 
preocupação religiosa de um paraíso, um Jhanati ou ainda a recusa do nirvana, pode ser 
importante na medida em que abrirá espaço para que os indivíduos manifestem as suas 
emoções e filosofem sem que como diz Mc Laren citando David Lloyd se tenha sujeitos que 
neguem as suas identidades. 
A cultura, a maneira de ser e se comportar em uma sociedade contribuem para aquilo 
que somos, neste sentido a nossa filosofia por mas que seja uma crítica ou uma forma de 
problematização dessa realidade precisa dela para o seu surgimento assim como para fazê-
la. 
Como o autor vai bem sustentar a filosofia de Tchilar é um “viver a vida” sem a 
preocupação com o outro mundo, o maior valor dela é o presente e o futuro desta vida. Esta 
vida deve ser tomada a sério pois não existe e não existirá outra da qual poderemos viver 
melhor; a recusa desta vida é a morte do indivíduo que a nega. 
A filosofia de Tchilar é a busca do verdadeiro homem, o homem feliz e livre, aquele 
que é o verdadeiro sentido da terra, que a ela é fiel, o homem que sabe que a única e 
verdadeira vida é a da terra, o Super-Homem (Nietzsche). 
 
 
Os novos combates começam pelo reconhecimento das realidades vitais e humanas 
dos africanos, ameríndios (aqui é preciso refutar todo o pensamento que os vê como 
canibais), dos asiáticos, não necessariamente que a europeia seja excluída, com vista a ir 
em busca do verdadeiro homem, o Super-homem... 
Ailton Duarte Assucena Magane 
22 De Junho de 2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
 O presente ensaio é uma interpretação da filosofia de Nietzsche, no que concerne a 
sua concepção do homem neste mundo, Nietzsche vê a vida de umaforma breve, isto é, a 
vida de ser vivida de modo a não deixar nada por viver, convida-nos a viver a eterna 
vivacidade do viver a vida. O homem alegrou-se ainda muito pouco desde que há homens, 
neste mundo, razão pela qual a única forma de o homem recuperar, o tempo perdido, é a 
curtição, seja declarado nulo o dia em que não se divertiu, porque se perdeu a grande 
oportunidade de afirmar a nossa existência. 
A ideia da filosofia de tchilar, surgiu nos finais de 2019 no mês de dezembro, num bar 
onde estive com meus amigos, Malaquias e Rachild a curtir a vida. Logo deixei-me levar 
pela loucura dionisíaca, isto é, aceitei a minha vontade alheia, comecei a escrever um texto. 
E no dia seguinte tive que enviar para o meu colega Domingos, bom no início achei que se 
fosse uma brincadeira entre idiotas1. Mas o desejo de querer continuar a investigar, até 
encontrar o verdadeiro sentido da vida, mergulhei na filosofia de Nietzsche e de 
 
1 Castiano 
 
 
Schompenhauer, isto é, Nietzsche afirma que o sentido da vida é aceitar o destino dela 
enquanto Schompenhauer afirma que o sentido da vida é o tédio dela 
 A filosofia de tchilar é uma interpretação nietzschiana que consiste em incutir nos 
homens a ideia de que, sem a diversão a vida não teria nenhum sentido para vivê-la. 
Partindo do pressuposto de que o homem ainda é novo na esfera terrestre, ainda tem 
curiosidade para conhecer melhor este mundo. É necessário que se viva o presente, a 
sociedade incutiu nos homens os valores decadentes, para o tornar o homem fraco, o 
cristianismo é responsável pela fraqueza do homem, porque incutiu nele, a ideia de que a 
curtição é pecado. 
 Divertir é estar consciente de que se está a divertir, todos os homens tinham que se 
divertir diariamente. Só assim é que se pode entender o sentido da vida e o significado da 
morte. A sociedade contemporânea preocupa-se em manter a cultura, a identidade e a 
etnia, se os nossos antepassados desenvolveram uma cultura, é óbvio que nós também 
podemos desenvolver a nossa cultura, porque se não seremos considerados como bons 
conservadores dos valores antigos, nos tornaremos inúteis a raça humana. Vivemos numa 
sociedade medíocre, onde não se enfatiza a invenção, mas se cultua o passado, enquanto 
 
 
aguardamos a vinda do super-homem na terra, este que será o sentido da terra, que irá 
dominar a terra pelo amor fati, que é aceitar o destino da vida, vamos praticar a filosofia de 
tchilar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Em busca da identidade filosófica 
 
 A condição essencial parra a filosofia é haver 
seres humanos “DE NOVAIS REIS, 2020: 53) 
 O debate sobre a origem da filosofia, surgiu na aula de filosofia africana, onde 
estivemos analisar a obra de De Novais Reis, decide aprofundar mais, as minhas leituras, 
individuais partindo das duas perguntas que julgo ser relevante para um debate 
contemporâneo da filosofia, na idade Moderna, decorreu um debate, que consistia em 
encontrar uma origem filosófica, e chegou-se à conclusão de que a filosofia é produto do 
milagre grego, Nietzsche ao criticar a filosofia clássica, atribuem aos pré-socráticos a origem 
da filosofia, porque fora eles pela primeira vez na história de todos os seres humanos que se 
afastaram das ideias absurdas, da origem das coisas no mundo, onde os outros seres 
humanos buscavam resolver os seus problemas em seres sobrenaturais. 
 
 
 A filosofia provém da junção de duas palavras gregas Philos e Sophia, traduzida na 
língua portuguesa significa Amor à Sabedoria. O primeiro filósofo a usar este termo foi 
Pitágoras no século VI a.C., ele era considerado o homem mais sábio daquela época e, ao 
negar de ser chamado de sábio, afirmou que era amigo da sabedoria e ela (sabedoria) 
pertence aos deuses, e não aos homens, o papel dos homens é ir a busca do conhecimento 
“Demanda da verdade e não a sua posse”. 
 O filósofo é aquele que busca constantemente a sabedoria, nunca se considera 
sábio ou dono do conhecimento, ele deve ser amante, amigo do verdadeiro conhecimento. 
Para Karl Jaspers filosofar significa estar-a-caminho, isto é, na filosofia são mais importantes 
as interrogações do que as respostas. 
A máxima socrática “só sei que nada sei” é um dos exemplos que todo aquele que pretende 
iniciar uma investigação, uma busca do conhecimento, primeiro deve reconhecer que ele 
não sabe nada, reconhecendo isso estaria a abrir uma janela para a demanda do 
conhecimento. A filosofia não possui uma definição universal, de tal modo que todos os 
 
 
filósofos possam seguir, cada filósofo de acordo com seu objecto de estudo define a 
filosofia, por isso na filosofia temos muitas definições. 
 A filosofia como um acontecimento histórico é considerada como “milagre grego”. 
Ora, foi na Grécia onde pela primeira vez na história da humanidade que os homens 
tomaram uma atitude crítica perante a realidade, daquilo que era explicada na base dos 
mitos. Os mitos eram contados pelos sábios, velhos, sacerdotes ou por todos aqueles que 
gozavam de uma autoridade. 
 Com as viagens marítimas nos lagos, os homens descobriram que nos lugares onde 
os mitos diziam que eram habitados por deuses ou por seres sobrenaturais, eram habitados 
pelos outros seres humanos. Ora, doravante o homem propôs-se a buscar a verdade das 
coisas, não se limitando a pena nos mitos, mas sim no uso do logos que é a razão, isto é, 
explicar a realidade na base da sua racionalidade. Contudo, é importante ressaltar aqui, que 
por natureza todos os homens se colocam questões filosóficas tais como: Quem somos? 
Qual é o sentido da vida? É relevante esclarecer aqui que não é necessário que seja filósofo 
(de formação), para se colocar estes tipos de perguntas, qualquer homem comum pode se 
 
 
colocar estas questões, de forma consciente ou inconsciente, não deixará de ser uma 
preocupação para toda a humanidade, porque quem as fez não é filósofo formado. 
 A pergunta que permanece em todas as épocas, que todos os filósofos se 
propuseram a responder, de uma forma diferente, irei destacar as respostas de dois 
filósofos gregos, Platão e Aristóteles. Estes na medida em que respondiam a estas questões 
foram unânimes ao responder esta pergunta, concluíram que a filosofia nasce do espanto 
e/ou da estupefacção, isto é, o espírito filosófico nasce na medida em que nos atribulamos 
ou ficamos admirados diante de tudo o que acontecem na natureza, por exemplo: ler um 
livro, caminhar, tchilar etc. 
 Os pré-socráticos centraram sua a atenção na Natureza e buscavam o princípio 
primordial de todas as coisas na Natureza, são chamados de cosmólogos ou filósofos 
naturalistas), pois os mesmos se propuseram à darem uma explicação racional do elemento 
primário de todas coisas que existem no Khosmos (cosmos, natureza, universo), 
distanciando-se ou rompendo-se com a explicação mítica do princípio primordial das coisas. 
 Os pré-socráticos estavam convictos de que do nada não pode vir nada (passo à 
 
 
expressão), e queriam explicar a mudança (do devir), podemos encontrar a estabilidade 
diante do múltiplo, descobrirmos o uno. Ora, ao indagar-se sobre o cosmo do caos surge o 
mundo ordenado, os primeiros filósofos queriam encontrar o princípio de todas as coisas 
(arché), o elemento primordial de todas as coisas que existe no mundo. O pensamento 
positivo, excluindo qualquer forma sobrenatural e rejeitando a assimilação implícita, 
estabelecida pelo mito, entre fenómenos físicos e agentes divinos; e um pensamento 
abstracto, despojando a realidade desta força de mudança que lhe conferia o mito e 
recusando a antiga imagem da união dos opostos em benefício de uma formulação 
categórica do princípio de identidade. (VERNANT apud CHAUI, 2003: 38). Muitos filósofos 
responderam à questão do fundamento das coisas, da unidade que pode explicar a 
multiplicidade, são as maisvariadas, e interessa-me aqui a resposta de Tales de Mileto, no 
que concerne a arché2.. 
 Tales de Mileto nasceu na Jónia por volta do século VII a.C. e morreu no século VI 
a.C. é considerado como o fundador da filosofia, porque segundo alguns autores, como 
 
2 O princípio. 
 
 
Nietzsche, Chauí, Antiseri e Reale afirmam que foi ele que, pela primeira vez se afastou da 
explicação mítica sobre a origem do universo, e buscou a origem do universo usando a 
razão “… o primeiro a afirmar a existência de um princípio originário único, causa de todas 
as coisas que existem, sustentando que esse princípio é a água”(ANTISERI e REALE, 2003: 
29). Tales de Mileto constatou que a água era o único elemento, que mesmo passando por 
vários estados líquidos, sólido e gasoso, não sofria mutação. 
 Tales afirma que terra está sob as águas, os animais, precisa de água e o próprio 
Homem precisa de água para viver, e por isso que se diz que sem água não há vida. 
Segundo Antiseri e Reale (2003: 30), a diferença entre a água de Tales e a de Homero é 
que Tales edifica sua tese usando a razão enquanto Homero baseia-se na imaginação e no 
mito. No dizer de Nietzsche, Tales é estimado de ser filósofo por três motivos, a saber: 
 Em primeiro lugar, Tales procura algo material para explicar o universo; em segundo lugar, 
Tales ao explicar o universo não se baseia em enunciados metafísicos, todavia se alicerça 
na natureza e enfim, na afirmação de que a água é princípio primordial de todas as coisas, 
 
 
este um pensamento tudo é um. Ora, na primeira fase Tales continua com a ideia dos mitos 
mais na segunda sai dos mitos e na terceira se torna o primeiro filósofo. 
 Nietzsche demonstrava uma grande admiração pela cultura clássica3, isto é, com a 
vida que era levada pelos gregos da era pré-socrática, estes sabia tchilar, curtir a vida, 
independentemente das circunstâncias em que eles se apresentavam, sabia aproveitar os 
momentos, porém esses valores que caracterizam a Grécia pré-socrática se perderam com 
a Grécia socrática, onde passou-se a se valorizar o uso da razão.. 
ʺPara o sofrimento oculto, não descoberto, não testemunhado, pudesse ser 
abolido do mundo e honestamente negado, o homem se viu então 
praticamente obrigado a inventar deuses e seres intermediários para todos os 
céus e abismo, algo, em suma, que também vagueia no oculto, que também 
vê no escuro, e que não dispensa facilmente um espectáculo interessante de 
dor […] toda a humanidade antiga é plena de terna consideração pelo 
espectador, sendo um mundo essencialmente público visível, que não sabia 
 
3 Pré-socrática. 
 
 
imaginar a felicidade sem espectáculo e festas, e como já disse, também no 
grande castigo há muito de festivo “NIETZSCHE, 2000: 24). 
 
A condição humana como identidade para filosofia 
 
 Desde os finais da década 60 depois da independência de muitos países africanos, 
muitos intelectuais africanos começaram a querer comprovar a sua humanidade no mundo, 
e para tal, primeiro tiveram que desconstruir, o pensamento do ocidente, onde os grandes 
intelectuais na história da filosofia como Hegel que defendia a não civilização dos povos 
africanos, como Kant que defendia que a raça humana é feita de uma única raça branca, e 
as outras raças são defeituosas e Levy Brhul que defendia que os africanos são pré-lógicos. 
Defendiam a pré-lógica do africano, que este não contribui no desenvolvimento da 
humanidade. Ora, a filosofia não tem fronteiras, todos os povos da terra foram dotados das 
mesmas capacidades para o exercício filosófico, enquanto a filosofia consiste em pensar os 
problemas da humanidade, os africanos na tentativa de trazer à tona a verdade omitida na 
 
 
história, de que a filosofia terá a sua origem em África, porque foi em África onde foram 
descobertos os ossos dos primeiros homens na terra. Segundo Mucale (no segundo 
prefácio da obra de Novais Reis), afirma que se África é o berço da humanidade, é óbvio 
que a filosofia tem sua origem em África, porque encontramos os primeiros homens em 
África e a filosofia é praticada pelos homens. 
 Os intelectuais africanos ao buscarem asseverar a sua humanidade no mundo, 
acabaram por cometer o mesmo erro, que os ocidentais perpetraram, isto é, os africanos, 
principalmente os da corrente afrocêntrica, afirmam que a filosofia tem a sua origem em 
África. Ora, a origem da filosofia não pertence a nenhum povo, raça, etc. Mas pertence a 
todos os seres humanos, independentemente do povo que possa pertencer, todos os 
homens têm as mesmas capacidades para discutir os problemas da humanidade e procurar 
a resolução dos mesmos, basta que estejam à gozarem de consciência sadia. Segundo 
Ngoenha (apud Biriate e Geque, 2010), filosofia é um instrumento de emancipação que 
ajuda a resolver os problemas da humanidade. 
 
 
 Todos os homens, tem problemas por resolver durante a vida e pode usufruir dessa 
ferramenta para os resolver, como afirma Descartes viver sem filosofia é como ter os olhos 
fechados, sem nunca se esforçar em abri-los, se afirmamos que a filosofia possui uma 
origem geográfica, estaríamos a afirmar que os outros povos, antes desse povo descobrir a 
filosofia não tinham interesse em abrir os seus olhos para contemplar a realidade, que só 
pode ser contemplada com os olhos abertos. 
“A filosofia como pensamento do pensamento é imanente à condição humana, 
porque todos os povos, em todas as épocas, se questionaram, a respeito do 
cosmo, da vida, da morte da subjectividade, da razão de as coisas existirem 
em vez de o nada” (NOVAIS DE REIS, 2020: 43). 
 Partindo do trecho acima citado, pode se notar que a filosofia não tem uma origem 
geográfica, mas sim tem uma origem humana enquanto ferramenta para resolução dos 
problemas da humanidade, isto é, todos os seres humanos praticaram a filosofia e 
continuam a praticar, desde os primórdios da sua existência. Por essa razão urge uma 
necessidade de se abandonar as teorias filosóficas que debruçam em torno da origem da 
 
 
filosofia,pois as mesmas trazem uma conclusão inconclusiva. Daí surge a filosofia de 
tchilar, a qual se prende na busca da felicidade dos homens na terra, e afirma que a curtição 
é o único meio para se chegar a felicidade na terra, onde se considera que tchilar é uma 
vontade humana que aceita os desafios da vida de forma natural, transformando-os numa 
oportunidade para justificar a sua existência na terra, enquanto se aguarda o aparecimento 
do super-homem: 
“ Que nos salvará não só do ideal vigente, como daquilo que dele 
forçosamente nasceria, do grande nojo, da vontade de nada, do niilismo, esse 
toque de sino do meio-dia da grande decisão, que torna novamente livre a 
vontade que devolvem à terra sua finalidade e ao homem sua esperança, esse 
anticristo e anti-niilista, esse vencedor de Deus e do nada ele tem que vir um 
dia” (NIEZTZSCHE, 1998: 36). 
 Mudimbe inicia uma abordagem histórica contextualizando os conceitos de 
mitificação de África, procura desconstruir as verdades apresentadas pelos filósofos, 
antropólogos, missionários etc. Que sobre as ideias eurocêntricas pretendia ignorar a gnose 
africana, e pretende mostrar uma gnose africana livre dos preconceitos eurocêntricas 
 
 
''observado através dos conteúdos veiculados pelos pensadores que o forjam, ou ainda, 
através dos sistemas de pensamento que são rotulados como tradicionais e as possíveis 
relações destes com o conhecimento normativo sobre África'' (MUDIMBE, 2013: 118). 
Contudo, concentra-se na análise da experiência colonial, como um período que é 
controverso, que propicia novas configurações históricas e abordam acerca das tradições e 
culturas africanas. Tendo como base a estrutura colonial, põe um sistema dicotómico, de 
modo a trazer novas posições paradigmáticas significativas,tais como: as políticas param 
domesticar os nativos; os procedimentos de aquisição, distribuição e exploração de terras 
nas colónias; e a forma como organizações e os modos de produção foram geridos. 
''Foi dada a prioridade a revolução sobre agrícola; a promoção simultânea de 
todos os ramos da indústria, com abordagem preferencial da indústria; foi dada 
a ênfase as actividades do sector terciário e aos serviços; foi dada a 
preferência as exportações em determino sistema económico total'' 
(MUDIMBE, 2013: 17). 
 Contudo essas políticas que foram estabelecidas pelo colonialismo trouxeram 
consequências para o povo africano, porque os sistemas desenvolvem à custa de outras 
partes, essas políticas eram dirigidas para territórios não ocidentais de modo a tornar o 
 
 
capitalismo como o modelo para todos os povos, para ser visto como único caminho para o 
desenvolvimento dos países em desenvolvimento, neste caso o desenvolvimento dos países 
do terceiro mundo é determinado pelos países do primeiro mundo. Blyden como precursor 
do nacionalismo e pan-africanismo que rejeitas as conclusões científicas sobre o racismo, 
pretendia apresentar teses de modo a tornar a liberdade e a exploração dos africanos 
''primeiros movimentos esboçados por um homem negro, que aprofundava vantagens de 
uma estrutura política independente e moderna para o continente” (DIAGNE, 2014: 267). A 
história é desfigurada pela documentação, fizeram-na os gregos e os romanos. 
 A África historicamente é considerado o berço da humanidade, razão pela qual 
muitos efeitos foram encontrados no continente africano, que acabou perdendo por causa 
da colonização, isto é, os europeus levaram tudo o que pertencia ao continente africano, as 
invenções do continente africano foram considerados como descobertas da Europa, e mais 
tarde foi considerado como um continente que nada fez para o avanço da humanidade, 
afirmando que não fez nada para o desenvolvimento económico industrial, político etc. As 
invenções de África durante o período da colonização, todos os pertences que podia 
contribuir para o desenvolvimento foram levados para Europa, passando a pertencer ao 
 
 
continente europeu. Nenhuma cultura é superior em relação a outra, todas as culturas 
devem ser valorizadas e respeitas “quase tudo o que chamamos cultura superior é baseado 
na espiritualização e no aprofundamento da crueldade” (NIETZSCHE, 2005: 229). Os 
europeus elaboraram teorias científicas que pudesse justificar a inferioridade do africano no 
mundo, as técnicas de estatuária, arte, produções arquitectónicas foram invenções dos 
brancos, ''nada de qualidade nem um simples pano de cerâmica’’ (MUDIMBE, 2013: 25). 
 Na tentativa de recuperar as invenções de África no mundo ou para mostrar que o 
africano contribuiu muito no avanço da técnica e concluira que as artes foram invenções de 
África e que as mesmas constituem o objecto de estudos africanos, como uma disciplina 
científica que contribuiu bastante no desenvolvimento da cultura do ocidente, o poder do 
conhecimento que os africanos tinham pela arte, moldou o mundo inteiro, vestido de uma 
cultura, não verdadeira, isto é, os efeitos dos nossos antepassados, de forma implícita, 
foram valorizados, sob o rosto do branco, e isso permitiu com que os objectos africanos 
fosse levado para todo canto do mundo e, que mais tarde foram esquecidos esses feitos, 
porque tinha o rosto do homem branco, mas de dentro possuía, a diversão do africano, os 
africanos são melhores na arte de tchilar, só que estes perderam está arte de tchilar com a 
 
 
chegada do cristianismo no continente africano. O ocidente na tragédia de Cristo, crucificou 
Jesus Cristo, se escondendo de roupas pretas, por essa razão passaram a usar, a roupa 
preta nos velórios, pensava que o velho Deus ia, os perdoar e depois sentiram a 
necessidade de vir, culpar o mundo inteiro pela morte de Jesus Cristo. Afirmando que todos 
os homens que estão sob a face da terra são pecadores, ou melhor, que Jesus morreu por 
nossos pecados. 
O continente africano devido à escravidão passou a cultuar os valores europeus, 
durante a colonização houve um colapso contra o homem africano, recentemente, muitos 
intelectuais fingem lutar pela causa africana, mas se trata de satisfazer os seus interesses, 
corre para Europa, depois volta cá, tipos são letrados, representa o continente africano, 
enquanto não passa de medíocres, conservadores dos valores europeus. 
 A filosofia, história, antropologia, etc., são discursos de conhecimento, logo, discursos 
de poder e possuem o projecto de conduzir a consciência do homem à sua condição real, de 
restituí-la aos conteúdos e formas que lhe conferiram a existência e Mudimbe faz análise de 
 
 
algumas teorias, que propõe uma nova postura na literatura africana, na política, e 
empenha-se na busca da alteridade do sujeito e dá importância arqueologia. 
 A filosofia desde Descartes empenhou-se na busca da relação que existe entre o 
conhecimento e a verdade, onde a pergunta frequente era de querer saber o que é era a 
verdade? Nietzsche (apud MUDIMBE, 2013: 63), modificou a questão, afirmando que os 
obstáculos que o homem enfrenta na busca da verdade reside nos meios que ele usa para 
chegar a verdade por isso a pergunta deve ser colocada da seguinte forma, qual é o melhor 
caminho ou método mais seguro para se chegar à verdade? 
Os problemas da África actual não estão ligados a política, mas ao uso de métodos 
científicos, pois eles são os únicos meios para se ultrapassarem os desafios que a África 
enfrenta nesses últimos dias. Usando a ciência à África poderá resolver os seus problemas. 
 Os africanos não irão desenvolver enquanto continuar a reivindicar um passado 
remoto, que foi substituída pelo outro passado, os discursos dos africanos não podem 
continuar a exigir o que eles inventaram no passado e que lhes foi arrancados durante o 
 
 
período da colonização, mas deve discursar sobre presente, como inventar de modo a se 
libertar, de ser dependente do ocidente. 
 Ó irmãos constitui verdade que muitos africanos, descobriram muita coisa para o 
desenvolvimento da humanidade, mas isso não basta, em que estas descobertas 
beneficiam o continente africano? Se continua dependente do ocidente. O continente 
africano foi colonizado sim, mas isso não justifica o atraso económico que estamos a passar 
nos últimos dias, é melhor nos contentar com a ideia de que o nosso passado não nos irá 
ajudar em nada uma vez que '' não nos é possível recuperar o nosso passado remoto'' 
(Ngoenha). Ora, não é possível desfrutar o presente sem esse passado remoto, mas temos 
que sim ver esse passado remoto de uma forma crítica, não como modelo para o nosso 
presente. 
 O africano na terra deve procura aprender à adaptar-se com as necessidades que a 
terra impõe a ele sem que necessite tanto da ajuda do exterior, porque se for assim, nunca 
teremos estados soberanos capaz de resolver nossos problemas, isto é, um pai que não 
consegue resolver os problemas da sua casa, já é um passo para os filhos começar a 
 
 
desconfiar das capacidades intelectuais do pai. Para resolvermos os nossos problemas, em 
primeiro lugar, precisamos garantir a nossa educação, mas não basta a educação como tal, 
pelo contrário primeiro precisamos, de espírito de coragem, o que falta a nós africanos pelo 
visto é a coragem e sofremos de uma doença chamada a preguiça, quantos moçambicanos 
que foram formados nos exteriores desde a década 80, no ano de Machel com esperança 
de que poderia contribuir para o desenvolvimento do nosso país, Machel afirma que a 
riqueza de um país não depende dos recursos naturais, mas depende dos homens que gere 
estes recursos enquanto não houver homens capaz de gerir os recursos do continente 
Africano, a África continuará sob a tutela do ocidente, não é estranho a vontade de os 
chineses nos últimos dias, querer ocuparo território africano, alguma coisa descobriram que 
os africanos, preferem viver de migalhas do ocidente, tendo eles condições de oferecer as 
migalhas e emigraram para fazer o mesmo, mas com uma outra política, nós não viemos 
para vos roubar, mas para ajudar a desenvolver à África e para tal oferecemos um ajuda na 
construção das entradas edifícios e pontes etc. 
 
 
 Há uma necessidade de os homens africanos procurar-se conectar ao mundo, não 
para pedir ajuda, mas sim para se auto afirmarem como um povo independente como 
sonharam a geração de Krumah. Ngoenha afirma que ‘‘a filosofia não deve consistir na 
procura do que nos singulariza e portanto nos que diferencia dos outros homens, mas deve 
estar centrada sobre a procura da verdade para o homem'', cada povo é o que é, devido ao 
que se consideram importante para o bem dos seus cidadãos, há uma necessidade de os 
africanos abrir visão. À África pode fazer mais do que faz, necessita a pena de homens com 
coragem de enfrentar os desafios e um dos primeiros desafios será de enfrentar os seus 
próprios dirigentes. Porque enquanto deixar os seus dirigentes fazer e desfazer o quanto 
puder não haverá desenvolvimento em africana. 
 Convido a todos os africanos a empenhar-se na sua emancipação económica, porque 
esta é a única guia para um país deixar de ser dependente de outros, sem a emancipação 
económica será muito difícil, congratular os nossos objectivos. Ora, falar de dinheiro para as 
sociedades africanas, ainda parece ser um mito, por que continua a desvalorizar esse 
debate na comunidade, nas escolas etc. 
 
 
 Os africanos trabalham duro para ganhar o dinheiro, vemos milhares de jovens 
africanos a se deslocar de um lado para outro para puder ganhar o dinheiro, e nunca 
tentaram pensar sobre o dinheiro, visto que hoje perdemos todos os valores antigos, onde 
se respeitava a dignidade humana, todos temos um preço, nas nossas instituições públicas, 
para tratar um documento ou um assunto de cariz dilemático, somos obrigados a falar como 
homem4 ''cada coisa tem seu preço; tudo pode ser pago" (NIETSCHE, 2000: 25). 
 O dinheiro compra tudo na terra, sem dinheiro coloca-se em dúvida a nossa 
existência, podemos dar um exemplo muito frequente nas comunidades africanas onde 
quando alguém tem dinheiro (rico economicamente) é considerado como cabeça da casa, 
isto é, pensa mais em relação aos outros que não tem dinheiro, parece ser mentira, mas na 
prática pode-se observar que isso constituem a verdade, ou melhor dizer, quem tem dinheiro 
é mais respeitado, na família, na comunidade, na sociedade, no governo etc. para dizer que 
 
4 É uma expressão muito usada em Moçambique, muito mais pelos funcionários públicos, se quer que o teu assunto seja 
resolvido o mais rápido, ou quando quer ser atendido bem. 
 
 
nas sociedades contemporâneas o dinheiro é a base de tudo para uma vida digna diante 
dos outros. 
“Todo o mundo gira em torno de dinheiro […] o dinheiro é um assunto 
demasiado sério para ser deixado (somente) aos homens dos bancos, se for a 
olhar para todo o currículo do sistema nacional de educação de Moçambique, 
desde escola primária até ao ensino universitário, não irão encontrar nenhum 
capítulo sobre o dinheiro” (CASTIANO, 2018: 34). 
 
 Desfrutar calmamente à vida 
 
 “O homem alegrou-se ainda muito pouco desde que há homens: 
só isto, meus irmãos, é o nosso pecado original” (NIETZSCHE, 
2008: 81). 
 Nos últimos dias, as sociedades contemporâneas têm frequentado muitos desafios no 
que tange a sua vida, a preocupação maior agora- é como garantir uma sociedade onde os 
 
 
jovens cultuam os bons hábitos, regras e ao pé da letra a vida dos seus antepassados. Ora, 
muitos fogem do que se diz o hoje, a favor de um futuro ideal ou a favor de uma vida ideal. 
Desejar, conquistar e cobiçar, esses três conceitos, seria de grande ajuda se as sociedades 
contemporâneas, isto é, só há uma sociedade melhor onde há jovens que tem o espírito de 
inovar, criar e não com o espírito de conservar o passado alheio. Há uma necessidade de 
incutir nos jovens os conceitos de conquistar, cobiçar e desejar, os jovens devem começar 
desde cedo a pensar nesses conceitos, a vida só pode ser vivida ou sentida tendo em conta 
as conquistas de cada um. Nunca se pode dizer que alguém viveu a vida conservando os 
hábitos antigos e os valores tradicionais. É sempre melhor incutir aos jovens a viver o 
presente. 
 Os homens desde que começaram a saborear a vida no ventre das mulheres, nunca 
viveram o passado, nem o futuro, sempre viveram o presente, isso nos leva a pensar que o 
homem nunca irá viver o futuro, embora que todos os dias se esforce para ter um futuro 
melhor, passado e o futuro nunca existiram. 
 “…. Os homens supra-históricos nunca conseguiram pôr-se de acordo. Mas 
ao contrário de todos os outros modos de considerar historicamente o 
 
 
passado, conseguem a unanimidade neste ponto: o passado e o presente são 
uma e única e mesma coisa e, apesar de toda a sua diversidade, conservam a 
unidade profunda de um mesmo tipo e realizam a omnipresença de tipos 
indestrutíveis, apresentando uma estrutura estável de valor invariável e de 
significação sempre idêntica” (NIETZSCHE,2003: 113). 
 
 Doravante que se diga que nenhum homem já conheceu o passado e conhecerá o 
futuro. Aos responsáveis pela educação da juventude deveria se observar isso. Nietzsche 
afirma que o passado deve ser olhado de uma forma crítica, isto é, nós todos somos 
chamados a julgar o passado até condenar os actos dos nossos antepassados, nunca se 
pode olhar o passado como modelo perfeito para o hoje, ou o futuro como modelo perfeito o 
hoje. As sociedades contemporâneas preocupam-se muito mais em manter a cultura, 
identidade e etnia e, continuar a cultuar o passado. Se os nossos antepassados 
desenvolveram uma cultura é óbvio que nós também podemos desenvolver a nossa cultura. 
 É importante que fique claro para todos que não se a enfatiza o desprezo pelos feitos 
dos nossos antepassados, fizeram muito pela raça humana. Mas enquanto nós nos 
 
 
limitamos a louvar os feitos deles, tornar-nos-emos inúteis a raça humana. E no futuro 
seremos julgados pelos erros dos nossos antepassados, o que se vai dizer pela nossa 
época? As futuras gerações irão chamar-nos dos bons conservados dos bons costumes. 
Nietzsche chama isso do espírito do camelo, onde o camelo limita-se a obedecer os bons 
hábitos dos seus antepassados, só assim é que o camelo vive a vida, e sente-se orgulhoso 
por isso, estes degenera a raça humana, um exemplo concreto, os que crucificaram Jesus 
Cristos, foram os bons conservadores dos hábitos da lei de Moíseis. Um outro exemplo os 
que envenenaram Sócrates, foram os bons conservadores dos costumes da Atena. 
 Vivemos numa sociedade medíocre, onde quando alguém tenta trazer uma outra 
realidade daquilo que não existe no nosso mundo, pensamos que este está a destruir os 
bons valores, além de tentar ver se conseguimos enquadrar está nova realidade ao nosso 
mundo. Segundo Nietzsche (2008) os bons destruíram a raça humana, razão pela qual na 
boca de Zaratustra, chama o leão para ver se esse, acaba com o bom conservadorismo dos 
bons hábitos. Mas este tem rancor com o teu passado ou ele não está preparado para 
libertar a raça humana. 
 
 
 Por essa razão, Nietzsche recorre em últimas instâncias na tentativa de salvar a raça 
humana, é necessário o espírito da criança, aqui temos a fase da inocência, onde este tem a 
vontade do poder pela vida, vê o passado como se fosse um modelo que tem que ser 
apreciado por ela e não como um modelo a seguir, para ela não existe o amanhã, não existe 
esta palavra para ela. Ó Irmãos só com o espírito da criança é que se pode viver o amor fati, 
e por fim preparar-se-á o surgimento do super-homem, que terá como missão libertar a raça 
humanada universalização dos valores tradicionais, cristãos, etc. E de tudo o que é contra a 
vida. A única forma de combater é a prática da filosofia de tchilar “ conjuro-vos, irmãos, 
permaneceis fiéis à terra e não acrediteis naqueles que vos falam de esperanças supra-
terestre!” (NIETZSCHE, 2008: 8). Na terra pode-se encontrar várias razões para viver do 
que nos céus, porque ninguém já foi ver o que se passa nos céus, mas todos os homens 
testemunham as maravilhas da terra. 
 Friedrich Nietzsche (1844-1900), formou-se em filologia com a leitura do livro de 
Schopenhauer começou a se interessar pela filosofia, foi por muito tempo fascinado pelo 
pessimismo de Schopenhauer e também maravilhou-se com o trabalho de Richard Wagner, 
via a música como um instrumento que pode renovar a cultura da sua época. Em humano 
 
 
demasiado humano afasta-se de Schopenhauer e de Wagner, iniciando uma filosofia do 
futuro que denominou de espírito livre, afirma que ficou cego pela vontade moral de 
Schopenhauer por muito tempo de sua vida e também que se enganou com o romantismo 
incurável de Wagner acreditando que era o início enquanto era o fim. 
 Nietzsche identificou dois tipos de pessimismo: O primeiro pessimismo é a dos 
românticos, isto é, espírito estando cansado de viver, sentir à dor, o sofrimento decide 
renunciar à vida. Nietzsche compara este pessimismo como a do cristianismo que por tanto 
sofrer, sentir à dor, inventaram a vida depois da morte, a favor de um outro mundo melhor, 
Shampenhauer é herdeiro dos valores do cristianismo. O segundo pessimismo consiste em 
aceitar à vida, mesmo sabendo do sofrimento, sentindo a dor. Nietzsche vê nesse segundo 
pessimismo o que Wagner designou de arte, isto é, pensa que o único instrumento que pode 
levar o homem a superar à dor, o sofrimento é a arte e a curtição. 
 Nietzsche crítica o idealismo afirmando que criou o mundo que não existe (anti-
mundo), para explicar este mundo, a única realidade objectiva é o mundo material e 
sensível. Crítica o positivismo por acreditar que o único meio para alcançar o conhecimento 
é ciência e estabelece teorias que devem ser eficaz na resolução de qualquer problema e, o 
 
 
mundo é infinito e pode ser interpretada de várias maneiras, cada um pode interpretar à sua 
maneira. 
 Com o anúncio da morte de Deus em Nietzsche, pretende-se despertar aos homens 
os valores tradicionais que carrega nos seus colos do conservadorismo das velhas tábuas, 
de viver o passado no presente, a moral dos escravos pertence ao povo judeu inimigo da 
vida que inventaram um mundo superior fora deste, os fracos inventaram a vida depois da 
morte para subjugar os fortes e consideram pecado todos os prazeres da terra. Nietzsche 
responsabiliza todos homens pela morte de Deus porque os mesmos foram se afastando de 
Deus, perdendo todos os valores que servia do fundamento para a vida embarcando na 
loucura dionisíaco o Deus que aceita a vida, recordando os pré-socráticos que amava a 
natureza, o anúncio do surgimento do novo homem que é o super-homem que está além do 
bem e do mal, este vai dominar a terra, vai viver a eterna vivacidade do eterno retorno da 
vida pelo amor fati. 
 Nietzsche no livro de anticristo inicia uma transvaloração de todos valores tradicionais 
que são contra a vida, porque o cristianismo considerou pecado todos os prazeres da terra, 
a favor de uma vida melhor depois da morte, ao afastar-se dos prazeres da terra foram 
 
 
contra os instintos fortes defendendo os fracos, o cristianismo usou a compaixão para 
transvalorizar os valores. 
 Nietzsche afirma que a compaixão não permite ao homem ver a vida de forma 
selectiva, o Deus dos cristãos é um doente porque despreza os prazeres da terra, criando 
mundo superior, afirmando a vontade do nada. Ora, Nietzsche vê na figura de Cristo um 
homem nobre que soube aceitar a vida, razão pela qual aceitou ser pendurado na cruz, isto 
é, aceitou a vida até as últimas consequências, e o considera espírito livre. Mas se afasta do 
cristianismo alegando que Cristo morreu na cruz e na cruz foi pendurado o evangelho, e 
Paulo com o espírito de vingança criou o cristianismo e a igreja, o cristianismo é ódio do 
ressentimento, isto é, contra tudo o que é aristocrático. Contudo Nietzsche admira-se no 
novo testamento com Pôncio Pilatos, e considera Lutero com espírito livre pela coragem que 
teve de denunciar a corrupção do papado, apesar de que teria feito mais se tivesse 
denunciado cristianismo, pelo contrário permitiu com que a igreja se expandir, a igreja cristã 
desvalorizou todos os valores. 
 Para Nietzsche a vida só pode ser sentida e vivida quando os homens renunciar o 
passado e a outra vida depois da morte, só se pode viver a vida aceitando o destino, pelo 
 
 
amor fati, que é aceitar a vida, considera que a visão cristã “tudo não tem sentido” é apenas 
uma das interpretações, o cristianismo inventou a vida depois da morte para justificar a sua 
existência. Segundo Nietzsche (2000) o cristianismo desenvolveu-se num terreno falso, com 
o propósito de eliminar a classe governante, contra a realidade que até hoje permanece 
como um problema pendente, admira-se com a figura de o Cristo e diz que o cristianismo 
não é Cristo, refere-se a modo de vida que ele levou, um cristão é alguém com instinto de 
crueldade, cheio de ódio, contra todos os que pensam de maneira diferente. 
 Para Nietzsche tanto o bom Deus como o Diabo são produtos da decadência, só 
existiu o único cristão e o mesmo foi pendurado na cruz e nela morreu juntamente com todo 
o evangelho, o cristianismo foi até ao presente a maior desgraça da humanidade, o homem 
de fé é totalmente dependente. O cristianismo fez os homens perder a herança da cultura 
antiga, fez a guerra de morte contra tudo. Nietzsche estabelece seis leis contra o 
cristianismo, das quais importa citar a primeira lei que discorre em torno do seguinte: ''é vício 
qualquer forma de anti-natureza, anuncia o super-homem (Übermensch), aquele que há-de 
dominar a terra, Deus morreu que viva o super-homem. 
 
 
 A Filosofia de tchilar é uma abordagem filosófica que pretende incutir ao homem a 
ideia de que ele é um ser que necessita da diversão, sem a diversão a vida não faria 
sentido. É divertindo que se consegue mostrar o lado humano, como se diz na gira popular 
"o homem bêbado não mente", muitos perguntariam divertir significa beber? Todo o homem 
bêbado, primeiro vê o mundo como se fosse o último dia da sua vida, por isso aproveita 
fazer o que não faz quando não estiver embriagado, diz o que não podia dizer, fala com 
qualquer um, valoriza o presente. Para este o homem o passado e o futuro não existem 
como afirma Schopenhauer (2005) que ninguém viveu o passado e ninguém viverá o futuro 
enfatizado o presente e isso já é positivo porque o que faz muitos homens não viver a vida 
como gostaria de viver, é o passado e o futuro. 
O passado faz com que os homens não evoluem e o futuro preocupa o homem 
porque é incerto. Nietzsche afirma que tudo é precioso para aquele que foi por muito tempo, 
privado de tudo. Como é do conhecimento de todos que o homem ainda é novo na esfera 
terrestre, ainda tem curiosidade de ver tudo como se fosse uma tragédia, mas quando o 
homem não está embriagado se esquece dessa missão, importa referir que tudo em 
 
 
excesso é nocivo a vida humana. É necessário que se viva o presente, a sociedade incutiu 
no homem valores decadentes, o facto de os homens pensar que beber é pecado isso 
resulta da universalização dos valores daquele povo dos escravos, o cristianismo é culpado 
por incutir a ideia de que beber é pecado. 
 Nietzsche (2000) afirma que o mundo se tornou novamente infinito no sentido de que 
não podemos negar a possibilidade de se prestar a uma infinidade de interpretações. E o 
homem que está aberto a muitas interpretações é o homem embriagado, no tempo dos 
meus pais quando se tinha um problemapor resolver comprava-se vinho e chamava os 
madodas5 para resolver o problema, isso é uma das provas entre várias, não precisamos de 
ir longe, pode-se perguntar permite-me a expressão "os cotas… Não entendi nada nesse 
período, o que queria dizer?". “Desde que há homens, o homem tem-se divertido muito 
pouco: é esse, meus irmãos, o único pecado original” (NIETZSCHE, 2008: 81). Ora, divertir 
é estar consciente de a vida é curta demais para ser sentida na sua plenitude, lembre-se de 
 
5 Refere-se os bons conservadores da cultura. 
 
 
que tudo em excesso é nocivo, irmãos todos os homens tinham que se divertir diariamente. 
Só assim é que se pode entender o sentido da vida e o significado da morte. 
 Ó irmãos, convido-vos a embarcar no espírito livre na linguagem nietzschiana, vamos 
esclarecer os conceitos txilar e tchilar que me parecem estar a criar conflitos nos meus 
seguidores, os preconceitos que os homens herdam no meio social em que estão inseridos, 
retarda o desenvolvimento da psique. O espírito humano desenvolve-se na medida em que 
se contradiz o passado, enfatizando o espírito crítico que se empenha a criticar o passado 
de modo a construir o presente. 
 Eu como discípulo de Zaratustra tenho a missão de incutir aos homens o espírito 
humano que consiste em levar uma vida que basta viver a eterna vivacidade, predigo a 
filosofia de tchilar, permita-me a esclarecer os seguintes conceitos de modo a nos 
compreender melhor. 
Esta carta é dirigida a todos os seguidores da filosofia de tchilar. Não se prediga a bebida 
enquanto bebida, mas como uma forma para o espírito puder se libertar dos preconceitos, 
hábitos etc. Não se prediga txilar enquanto bebida “Txilar … é um estado de espírito 
 
 
optimista, a forma de estar espontânea e a habilidade de transformar desafios em 
oportunidade, sempre com uma atitude positiva”. Predigo a filosofia de tchilar que está 
embardiҫado na loucura dionisíaca contra a razão e a ordem de Apolo, o mundo é um caos 
e para vivê-lo somos obrigados a embardiҫar no espírito dionisíaco. 
 Tchilar significa desfrutar calmamente a vida, divertir-se com a vida, curtir a eterna 
vivacidade do eterno retorno da vida, descansar e relaxar nesse caos na base do amor fati. 
Zaratustra anuncia o super-homem “é o homem novo que, ropidas as antigas cadeias, cria 
um sentido novo da terra; é o homem que vai além do homem, o homem que ama a terra e 
cujos valores são a saúde, a vontade forte, e o amor, a embriaguez dionisiaca” 
(NIETZSCHE apud ANTISERI e REALE,2006: 25), este vai dominar a terra, este espirito de 
querer dominar a terra de modo que se torne habitável para o homem é a dádiva que 
Nietzsche deu à humanidade. Ora, filosofar é desfrutar calmamente à vida, viver a eterna 
vivacidade do eterno retorno. 
 É divertindo que se consegue mostrar o lado humano, como se diz na gira popular "o 
homem bêbado não mente" Todo o homem bêbado, primeiro vê o mundo, como se fosse o 
 
 
último dia da sua vida, e por isso aproveita a fazer o que não faz quando, não estiver 
embriagado, diz o que não podia dizer, fala com qualquer um, valoriza o presente. O que faz 
muitos homens não viver a vida como gostariam de viver, é o passado e o futuro. O 
passado faz com que os homens não evoluem e o futuro preocupa o homem porque é 
incerta. Nietzsche afirma que tudo é precioso para aquele que foi, por muito tempo, privado 
de tudo. 
 Como é do conhecimento de todos que o homem ainda é novo na esfera terrestre, 
ainda tem curiosidade de ver tudo como se fosse uma tragédia, mas quando o homem não 
está embriagado se esquece dessa missão, importa referir que tudo em excesso é nocivo a 
vida humana. É necessário que se viva o presente, a sociedade incutiu no homem valores 
decadentes, o facto de os homens pensar que beber é pecado isso resulta da 
universalização dos valores daquele povo dos escravos, o cristianismo é culpado por incutir 
a ideia de que beber é pecado. Nietzsche (2000), afirma que o mundo para nós, tornou-se 
novamente infinito no sentido de que não podemos negar a possibilidade de se prestar a 
uma infinidade de interpretações. Ora, divertir é estar consciente de que está a divertir-se, 
 
 
lembre-se de que tudo em excesso é nocivo, irmãos todos os homens tinham que se divertir 
diariamente. Só assim é que se pode entender o sentido da vida e o significado da morte. 
 Se o absoluto permitiu ao homem construir na terra, tinha um propósito para ele, e 
este propósito é um segredo entre o homem e o absoluto. O absoluto escondeu este 
mistério para os homens, tenho sonho e espero que a minha intuição me conduza a este 
mistério, que nenhum homem até então soube decifrar este mistério, enquanto o homem 
viver deve se empenhar nessa busca incansável. Tenho a intuição de que a com a Filosofia 
de tchilar irá se alcançar este mistério. Vivamos a vivacidade do eterno retorno pelo amor 
fati6, o homem só tchilando poderá descobrir, decifrar o segredo da vida, sem isso 
continuará sendo inútil o seu esforço, óh irmãos vamos desfrutar calmamente à vida, jurei 
pela minha honra, o mundo é um caos enquanto permanecemos presos à razão, deixemos 
nos levar pela loucura dionisíaca. A vida é loucura agarremo-nos a loucura. 
 
6 Atitude do super-homem que, com o espirito dionisíaco, aceita a vida entusiasticamente em todos os seus 
aspectos, até nos crués. O super-homem não apenas suporta aquilo que é necessário, mas o aceita e o ama. 
O amor fati é aceitação da vida e do eterno retorno. 
 
 
 O absoluto fez tudo com o amor à dignidade humana, homens deixai-vos levar pelo 
amor à vida, viver significa desfrutar à vida, enquanto respirar Sócrates jurou não deixar de 
filosofar, eu juro não deixar de tchilar enquanto respirar, quero gozar à vida o quanto eu 
puder, gozemos à vida de tal modo que não possamos deixar nada por viver, devemos amor 
o nosso destino e fazer até o impossível para se revelar o mais rápido possível, encarar o 
viver não significa fugir à morte pelo contrário desafiando à vida é preparar-se para desafiar 
a morte. 
 
A África sobrevive dos restos 
 
 O africano oferece ao chinês pão e o chinês dá ao africano badjia7, não quero afirmar 
que o africano seja retardado mental, mas ele gosta de viver dos restos dos outros no seu 
 
7 São salgadinhas fritos, populares em Mocambique 
 
 
próprio prato, que exemplos nós jovens da geração da década 90, queremos oferecer a 
futura geração, a geração década 60 libertaram a África e a geração década 70-80, ofuscara 
o continente africano, isto é, gosta dos restos, nós jovens da geração década 90 não 
podemos ser covardes como estes senhores, venderam o tesouro aos europeus, 
americanos e chineses. 
 Há uma necessidade de os homens africanos procurar-se ligar ao mundo, não para 
pedir ajuda, mas para se auto afirmar como um povo independente como sonharam a 
geração de Krumah ''a filosofia não deve consistir na procura do que nos singulariza e 
portanto do que nos diferencia dos outros homens, mas deve estar centrada sobre a procura 
da verdade para o homem'' (NGOENHA, 1993), cada povo é o que é, devido o que se 
consideram importante para o bem dos cidadãos caso isso não houver ninguém há-de vir de 
fora para nos respeitar, abrir visão etc. A África pode fazer mais do que faz, necessita 
apenas de homens com coragem de enfrentar os desafios, um dos desafios é enfrentar os 
seus dirigentes. 
 
 
 
 
 
A covid-19 no mundo 
 
Temei a Deus e dai-lhe glória: porque é 
vinda a hora do juízo. Ap. 14:7 
 A humanidade sofre hoje por uma pandemia chamada covid-19, que surgiu na china, 
onde era possível que os homens controlassem a propagação da pandemia, mas por não se 
respeitar o valor da vida, ela acabou por se propagar por todo o mundo, o homem fezmáquinas e ensinou a elas a dar valor a vida humana, o que impede ao próprio homem de 
aprender a dar valor a vida? Ora, se uma máquina aprende a dar valor a vida humana, os 
homens também podem o fazer, estas são provas suficientes que mostra que a humanidade 
 
 
ainda não está preparada para valorizar a vida humana, não é necessário que os governos 
nos diga o que devemos fazer enquanto o que está em risco são as nossas vidas. 
 Algumas expressões que são proferidas pelos líderes religiosos, não reflete a 
realidade que se vive no mundo, a humanidade em geral está a passar por uma fase 
contubarda na história, desde que o homem saiu do estado natural para o convívio social, 
onde ele pensava que podia administrar tudo pelo uso de métodos científicos, onde se 
afirmou categoricamente que com a ciência o homem iria estar acima de qualquer evento 
não natural. É tempo de ouvir palavras, ler mensagens que corresponde à realidade actual, 
mas algumas mensagens, palavras etc. vindas dos líderes religiosos não corresponde a 
realidade actual que a humanidade está a enfrentar “ preparem-se para tempos melhores” 
(Papa Francisco). 
 Ora, a preocupação da humanidade hoje é de encontrar meios alternativos, para 
puder sobreviver perante essa pandemia, mas enquanto não se encontrarem esses meios 
alternativos para salvar os homens, é dever de todos nós de tentar minimizar a situação, isto 
é, escrever, falar etc. palavras que possa acalentar o povo, porque se não se fizer isso, ao 
 
 
invés de sermos atacado pela pandemia covid-19, seremos atacado pelo medo e isso é 
mais perigoso que a pandemia, se a covid-19 nos encontrar nesse estado (de tanto 
temor/fobia), acredito que nem os próprios enfermeiros não estarão em altura de atender os 
pacientes que padece da pandemia. 
 Ora, é necessário sensibilizar o povo, mas pelo contráio as atitudes dos líderes 
religiosos não vão de acordo com a realidade que se vive. Exemplo: não se pode dizer a um 
homem que está a passar fome, que ele tem que se preparar porque virá bons momentos 
em que vai saciar. Isso é vergonhoso quando ouvimos palavras como estas de quem nós 
esperávamos, palavras não que corresponde à realidade que se vive, os líderes religiosos 
são pessoas que representam “Deus” na terra, nesse momento eles podiam consolar a 
humanidade, trazendo mensagens aos seus féis, tendo em conta que mesmo na bíblia no 
antigo testamento, encontramos alguns episódios, catástrofe que a humanidade sofreu, mas 
os lideres estiveram ali para dar boas mensagens ao seu povo, mas os lideres actuais 
ouvimos por ai a se insultar ou a se chamar de nomes “ aquele é que cura doenças vão ter 
com ele” “os que pertence a Deus estão acima da morte” “ são os últimos momentos do 
 
 
apocalipse”. Onde nós vamos com essas atitudes desumanas? Será que o facto de alguém 
pertencer uma congregação o tira a sua dignidade humana? 
 Ora, tentei trazer algumas observações minhas que penso eu que merece ser 
aprofundada por cada um de nós em qualquer canto do mundo, porque se continuamos com 
essa ideia absurda de que “se eu estou infectado, o outro também tem que ser infectado” 
aconselho a pensar nos seus ente queridos se continuar com esse pensamento, pode 
conseguir se salvar mas alguns dos seus, não vão se salvar, se a china não conseguiu 
manter a covid-19, e propagou pelo resto do mundo inconscientemente ou conscientemente, 
tu podes fazer o contrário, talvez eles pensaram no negócios e você está a pensar em o 
que? Só podemos salvar a nós se pensamos nos outros. 
 Irmãos, convido-vos a embarcar comigo, neste barco sem bússola, o homem foi 
deixado a sós na terra, quando falo do homem refiro-me aos primeiros homens, fazer uma 
analogia com o homem do presente, constata-se que o homem do presente não teria 
sobrevivido, aguentados todos os desastres naturais, que o homem do passado suportou. O 
homem do presente é frágil ao nascer até a sua morte, isto é, morre frágil. Terá razão 
 
 
Darwin ao afirmar que o desenvolvimento das espécies é tempo de aceitar que o mundo é 
um caos. Nietzsche nos convida a aceitar este caos, baseando-se no deus dionisíaco, 
afirma que vale a pena ser louco do que ficar amarado ao deus da razão Apolíneo, o 
Madagáscar no entender do ocidente está delirando com a loucura enquanto eles continuam 
presos à razão. 
 É preciso desde já aceitar que a corona vírus passará a fazer parte das nossas 
vidas, queiramos ou não, o uso de mascaras deve ser entendido como a nossa defesa 
perante a esse vírus, se desejamos viver ou desejamos a morte, a escolha não é nossa 
porque essa doença é transmissível, cabendo apenas as autoridades competentes tomar 
medidas, com vista a garantir o bem maior que é a vida. Corona vírus é como qualquer 
doença podemos conviver com ela, desde que observamos as medidas recomendadas. 
Deixem-no tomar o chá de África, que nos considerem atrasados, mas a tomar o nosso chá, 
nós iletrados, estamos habituados a viver com epidemias (malária, HIV, TB etc.). Nós 
afirmamos o que não sabemos e somos submetidos a doenças que não conhecemos a sua 
origem, é loucura o que estamos a viver, vamos homem do presente, a sua razão te levou a 
 
 
sua destruição, oh deus apolíneo “as pessoas que me dizem que eu vou para o inferno e 
elas vão para o céu de certa forma deixam-me feliz de não estarmos indo para o mesmo 
lugar” 
 Aqueles medíocres que cura doenças em nome de Jesus aonde é que estão, os 
vossos fiéis se bem que precisam da vossa ajudam, profetas do presente, chamei-vos de 
profetas, que é isso, medíocres, Deus não é o que quer, que Ele seja, mas é Ele. A minha 
intuição fala de uma vontade do poder. 
 
O negócio da bíblia após Covid-19 
 
 Em todo mundo vive se hoje, momentos difíceis para a espécie humana, como é de 
conhecimento de todos que ninguém é imune a covid-19, isto é, para todos os homens seja 
branco ou negros, não tem pele que é imune a covid-19, não distingue a classe social, não 
escolhe o continente, região, povo etc. Deus no passado fez os nossos antepassados ver o 
 
 
quanto Ele se arrependia de ter feitos homens no mundo, contudo viu Deus no mundo um 
único homem justo que podia salvar a sua espécie, Noé foi considerado justo nos olhos do 
senhor pela conduta na sociedade em que o viu nascer, não se desviou dos princípios do 
senhor, viu nele Deus um homem justo e lhe foi confiado a missão de salvar a sua espécie 
para que não desaparece na face terrestre, isto é, lhe foi dado a missão de construir uma 
arca e recolher todos os animais, Macho e Fêmea. 
 A bíblia conta nos que Deus viu que todos os homens haviam se desviado do seu 
caminho, começaram a imaginar coisas ruins, a ter maus pensamentos, porém, se 
arrependeu de ter feito o homem na terra “Destruirei o homem que crie sobre a face da terra 
[…] me arrependo de os haver feitos” (Génese, 6:7). Nesta passagem bíblica pode se 
compreender duas coisas numa interpretação filosófica. Em primeiro lugar que o mundo não 
surgiu do nada, há um criador que o fez inclusive todas as coisas que estão nele. 
 Em segundo lugar, que existe um ser que controla as acções humanas, no que 
concerne a conduta moral, aquilo que é bom ou mau aos seus olhos. A pergunta que 
gostaria de fazer a todos aqueles que usa a bíblia como fonte de renda para as suas vidas, 
 
 
partindo desta passagem bíblica coloco diante de vós a seguinte pergunta: o que terá 
acontecido com o homem, a covid-19 é uma pandemia que está além das capacidades 
humanas, embora que se diga que foi fabricado pelo próprio homem? O que os homens 
fizeram para ser visto pelo senhor que se desviaram do caminho dele?. 
 Nos últimos dias tem se observado o surgimento de várias igrejas, muitos profetas, 
pastores e apóstolos, igrejas com equipamento modernos que permite louvar e exaltar o 
nome do senhor, o que não tinha na época de Noé, mas mesmo assim foi considerado um 
homem justonos olhos de Deus, será verdade que Deus não viu nenhuma igreja, nenhum 
pastor justo? Para o revelar que ano de 2020 ia acontecer uma pandemia que ia matar 
homens, para lhe dar condições para sermos salvos? Ou a covid-19 é uma armadilha do 
Diabo para enganar os homens a se desviar do senhor, como fez com Jó? Para testar se os 
homens estão preparados para enfrentar os desafios da vida. Ó irmãos sem querer ser 
pessimista, quanto a continuação das igrejas após covid-19, porque todos aqueles que dizia 
que curava doenças em nome de Deus, nessa época de covid-19, estão em silêncio, o 
poder divino já não consegue curar todas as doenças? Perderam a unção divina? 
 
 
 Estes pastores me parecem que estão a se preparar para mudar de paradigma, para 
um outro paradigma porque este de que, foram ungidos de unção para curar todas as 
doenças já foi falsificada, lembro-me de Karl Popper quando descobriu um cisne preto, 
enquanto os positivistas, círculo de Viena, orgulha-se da indução, como um método que 
parte do particular para formular leis universais. Muitas pessoas têm se sacrificado para 
desvendar o mistério divino, cientifíco etc., Mas até então me parece que nós todos 
confiamos no Deus da época moderna, onde vemos os pastores são salvos pela ciência, 
isso induz nos a crer no positivismo. O positivismo é um movimento que surgiu no século 
XIX, e acreditam que todos os problemas da humanidade podem ser resolvidos na base da 
ciência. 
 No mundo me parece que os homens foram abandonados para viver à maneira 
deles, desde a antiguidade a raça humana sofreu até aos dias de hoje, se tivesse quem a 
controla não teria evitado todo o sofrimento? Teria evitado o nascimento de alguns homens 
como: Ngovene, Hitler e Staline etc. muitas teorias foram inventadas com o propósito de 
encontrar um meio-termo, para explicar o tudo o que ocorre no mundo. Imaginemos um 
 
 
homem deixado a sós numa ilha, ele não vai quer se matar por que não vem quem o ajude, 
mas fará de tudo para garantir a sua existência, criando condições para sua sobrevivência, 
cabe a nós afirmar que “ o mundo para nós, voltou a se tornar infinito, não podemos lhe 
recusar a possibilidade de se prestar a uma infinidade de interpretações” (NIETZSCHE, 
2000:251). 
 Irmãos apelo vos que nesta luta contra a propagação da covid-19, sejamos unidos 
como aqueles homens que pretendiam construir uma cidade e uma torre com o propósito de 
alcançar os céus, embora que os propósitos não sejam os mesmos, para combater o 
coronavírus precisamos de nos unir mesmo estando distante devido ao distanciamento 
social, usando os nossos saberes tradicionais, bíblicos e científicos etc. desde que nos 
ajude a edificar a nossa raça. Noé quando estava na arca tinha a esperança de que um dia, 
tudo ia voltar à normalidade, nós também não podemos perder a esperança de que tudo 
voltará a normalidade. 
 O homem segundo a literatura bíblica, já viveu os bons momentos na terra, onde ele 
tinha apenas a missão de controlar os outros animais, até que um dia por negligenciar as 
 
 
regras do absoluto foi expulso do jardim (paraíso na terra), e mais tarde o absoluto se 
arrependeu por ter expulsado a sua criatura mais preferida, que eles fizeram (façamos o 
homem segundo a nossa imagem e semelhança), o homem fez o pacto com o absoluto, isto 
é, o homem para ser perdoado dos seus pecados, tinha que sacrificar os animais. Ora, a 
bíblia relata vários episódios que na sua maioria fala de alguns povos, deixando foram 
outros povos, colocando em desuso a ideia de que todos os homens são descendentes de 
Adão e Eva. 
 O homem é a única criatura da perdiz na natureza, por negligência desprezou a 
natureza apesar de que alguns povos como a Grécia, admira a natura. O homem é criatura 
da ignorância, há uma necessidade de garantir o surgimento do super-homem, porque este 
homem de hoje precisa de ser ultrapassado de todas as formas. Porque se não o 
ultrapassamos nós seremos responsáveis pelas catástrofes das gerações vindouras. 
 É preciso incutir nas pessoas a ideia de que elas precisam se prevenir da covid-19, 
isto é, ficar em casa é bom, mas é melhor prevenir-se indo atrás da comida, antes que seja 
tarde demais, isto é, há maior probabilidade de se chegar ao nível 4, vamos nos preparar 
tendo em conta que quando se chegar ao nível 4, não poderemos sair para ir trabalhar de 
 
 
modo com que possamos buscar os produtos básicos para puder nos alimentar porque não 
teremos dinheiro para comprar os produtos. Se porventura chegamos ao nível 4, enquanto a 
maioria das pessoas não tem dinheiro, para puder se divertir, tendo em conta que a única 
diversão actual nesse estado de emergência devido à covid-19 é a Gotv. 
 Nós sofreremos mais pela falta de condições mínimas de vida, em relação quando 
seremos infectados pelo vírus, isto é, a preocupação de uma pessoa que não está infectada 
é maior em relação a outra que está infectada. A preocupação de alguém que está infectado 
é procurar meios alternativos para puder garantir a sua sobrevivência, o que comer, como 
pagar a Gotv (irmãos é necessário tchilar enquanto estamos em vida porque após isso não 
teremos outra ocasião para o fazer), em que condições da vida estarão? Enquanto para 
alguém que está infectado a preocupação é de se salvar ou a morte. 
 Fiquei feliz por saber que sua excelência Presidente da República Filipe Nyusi, 
declarou o estado de emergência tendo em conta as condições dos moçambicanos, irmão é 
sabido que é dever do estado controlar a propagação de covid-19, mas ainda é nosso dever 
para que isso seja feito. Os que irão sobreviver vão contar, tudo para a geração vindoura 
como fizeram os sobreviventes da primeira e segunda guerra mundial. Há teorias por aí 
 
 
guiadas pela análise sem intuição que tenta fazer de tudo tirar a tranquilidade do povo, 
alegando que é o fim do mundo, eu defendo a tese de que se nós ainda não descobrimos o 
ano em que surgiu a espécie humana na terra, também não iremos saber quando é que vai 
acabar a espécie humana. Deixe-me explicar melhor isso, se nós não sabemos quando é 
que começamos a viver também não saberá quando é que deixaremos de viver. 
 A natureza não revelou a ninguém esse segredo, o que sucedeu ou o que vai 
suceder comigo só a natureza sabe. Apelo a todos os pastores que continua com as 
atitudes desumanos, há um vídeo que circula nas redes sociais, um pastor a afirmar "o 
covid-19 foi destruído" isso é insulto a nossa sociedade, não merecemos ter pessoas como 
estas. Subi carro (vulgo chapa) de xipamanine, o cobrador disse para uma passageira usar 
máscara e ela negou. Ora, o estranho nisso é que os dois negligenciariam o decreto do 
estado de emergência, porque ela negou de usar máscara e ele deixou-a entrar. Por timidez 
minha não cheguei de perguntar a passageira os motivos que a levou a tomar tais atitudes, 
porque ela negou de usar a máscara mais quanto ao cobrador perguntei e ele respondeu 
"boss não é meu papel tirar as pessoas do carro é papel da polícia" no meio da viagem 
como a natureza não demora para fazer justiça nos deparamos com a polícia e a polícia fez 
 
 
o seu dever, tirou a passageira do carro, voltamos ao dilema do cobrador e passageira, o 
cobrar exige dinheiro e ela responda ainda não cheguei ao meu destino e a polícia só está 
assistir. Pergunto entre eles (cobrador, passageira e polícia) quem tinha razão? 
 Deixo o espaço para todos pudermos reagir perante ao dilema, sem deixar de colocar 
o meu parecer perante ao assunto. Eu opto pela condição humana de cada um, todos foram 
irresponsáveis porque não preservaram o bem maior que é a vida. A passageira se não tem 
máscara podia ficar em casa, o cobrador não podia deixar ela entrar enquanto não tem 
máscara e o policial não podia permitir que a passageira pagasse porque os dois foram 
irresponsáveis. 
 Ó meus Irmãos! É sabido por todos que o mundo está a enfrentaruma pandemia 
considerada perigosa ao nível internacional, mudaram à vida económica, política, social etc. 
Quando lemos à história fala-nos de momentos ruins que o homem passou no planeta terra. 
Desde o episódio do jardim de éden, onde Adão e Eva perderam a comunhão divina, o 
homem passou a cultivar a terra, de modo que produza alimento para ele poder se 
alimentar. Encontramos aqui o divórcio entre a criatura e o criador. 
 
 
 Irmãos a vida do Homem nunca voltou a ser a mesma teve que procurar mecanismo 
para sobreviver, numa primeira fase contemplou a natureza, admirando a sua magnitude, 
mas isso não garantia a sua segurança para ele poder continuar a viver. Mas uma vez 
abandona o espírito de contemplação para se transformar no inimigo e amigo da natureza, 
começou a transformar a natureza a seu favor, sem se importar com os danos que causava 
a sua própria vida ao destruir a natureza. 
 Mas tarde descobriram que o obstáculo não era a natureza, era o próprio homem, e 
culminou com a destruição do próprio homem (primeira e segunda guerra mundial). Depois 
tiveram que repensar a história, isso é teatro, as ditas organizações, instituições ONU, OMS, 
Igrejas etc. Enganaram-se porque usaram estas organizações, instituições mundiais para 
subjugar a humanidade. 
 Hoje testemunhamos isso, que estas organizações mundiais nunca estiveram ao 
serviço da humanidade, mas aos caprichos de alguns países que se intitula donos do 
mundo, isto é, na briga dos elefantes sofre o capim, essa parábola, serve de grande lição ou 
de grande lembrança para as futuras gerações. Convido a todos para repensar na conduta 
 
 
humana em busca de um bem maior que é a vida a história não deve girar em torno dos que 
têm dinheiro, mas em torno daqueles que respeitam à dignidade humana. 
 Todas as organizações não devem pôr o dinheiro como causa primordial para o seu 
funcionamento, devem servir à vida. Irmãos quando se trata de salvar a vida, não importa de 
quem vem a ajuda, cabe a pena analisar a oferta, calcular as consequências e os danos se 
for uma ajuda duvidosa, caso não seja duvidoso dever ser submetido a qualquer prova de 
modo ser falsificada caso resistir se tornará eficaz para a cura. O chá de Madagáscar é 
umas das tentativas para solucionar o caso covid-19. Não se percebe o porquê? Foi 
rejeitada sem antes testa-lo ou falsifica-la para ver se ela resiste as críticas ou não. Partindo 
do pressuposto de que essas organizações visam o bem maior que é a vida. Será que o 
capim não pode salvar o elefante um dia? Imaginemos numa situação em que os elefantes 
estão em brigas constantes e o capim morrem, será que a luta pode continuar tendo em 
conta que o motivo da briga é o capim. Se continuar a lutar qual será o motivo da luta? 
Conjuro-vos os fortes só são porque existem os fracos, é a lei da natureza. 
 Se o capim conseguir descobrir o motivo da luta a situação pode piorar porque estes já 
puseram na mente deles que sem os elefantes, não o podem prosseguir. Oh! África toda 
 
 
hora fomos nós que descobrimos a ciência, mas serve aos europeus porque eles roubaram 
de nós. Como isso aconteceu? Nós não nos restamos nada se não nos contentar com à 
vida que levamos, para que estes não continuam a nos torturar, convido-vos a tchilar 
comigo, nós queremos a nossa salvação, que deixemos o passado, vamos viver com o que 
possuímos, o nosso chá podemos tomar a tchilar, de modo a desfrutar calmamente a vida. 
Que deixemos eles a se preocupar connosco e nós a nos preocupar com à nossa pátria. 
Essas nossas organizações estão sob o lema do dinheiro e não da dignidade humana. 
Vivamos a nossa eterna vivacidade, que o continente africano um dia vale do que é hoje. 
 A covid-19 é gripe chinesa, tem aparência de ser forte, como num passado recente 
se pensou que a china ia se tornar superpotência, pelo contrário acabou desgraçando a todo 
o mundo. Ó homens do conhecimento, podemos aprender a tchilar com a covid-19. Que 
abracemos este destino pelo amor fati. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A morte é destino dos homens 
 
 “Há um direito segundo o qual podemos tirar a vida de um 
homem, mas nenhum direito que nos permite-lhe tirar a 
morte: isso é pura crueldade. ” (Nietzsche) 
 
 O eterno retorno do professor Avelino Chissano, provocou muitas especulações na 
parte dos seus alunos, ele nas aulas, dizia que fez o pacto com morte, isto é, morre os 
fracos. Sinto que tenho a obrigação de esclarecer, decifrar todas estas afirmações que ele 
deixou pendente, isto é, fazer pacto com a morte, significa deixar de viver a vida, mas 
passar a viver a morte, através do processo do eterno retorno da vida. Estou convicto de 
que muitos julgaram-no pelo facto de ter afirmado que fez o pacto com a morte e por ter dito 
 
 
que só morre os fracos, no que concerne a morte dos fracos, refere-se a vida eterna, isto é, 
aqueles que negam está vida, a favor de outra vida após a morte, renunciando a morte nas 
suas vidas enquanto fazer pacto com a morte é aceitar a própria vida e passar a vivê-la 
tranquilamente, isso só os fortes pode fazer, os niilistas. 
 A morte foi inventada com a tentativa de negar está vida, alegando que após a morte 
teremos uma vida eterna, os fracos com essa invenção pretendiam subjugar os fortes, 
aqueles que acreditam no eterno retorno da vida, que é deixar de viver a vida, mas sim 
passar a viver a própria morte. Mas para tal é necessário fazer um pacto com a morte, isto 
é, a morte não te procurar e nem você a procurar, isso só os fortes podem fazer, cabe aos 
niilistas. É necessário que todos os homens fazem pacto com a morte, isto é, os homens 
não procuram a morte e a morta não procure os homens, no eterno retorno deixa-se de se 
viver a vida, mas passa-se a viver a própria morte. Ora, é preciso que fique um aspecto 
aqui, enquanto o contracto estiver em prazo, os homens têm a obrigação de viver a vida, 
tchilando a vida, irmãos conjuro-vos só tchilando é que pode, sentir o prazer do eterno 
retorno. Amor fati doravante é o destino de todos homens, este devem aproveitar ao máximo 
os deveres do contracto, um deles é divertir-se, até o ultimo dia contracto. 
 
 
 O homem sempre buscou algo além de si, como ideal de seus mais profundos 
anseios de infinito. Inventaram muitas ideologias para se diferenciar um do outro, tais como 
a religião, mitologia, ciência, misticismo e a filosofia. Essas ideologias têm como propósito 
alcançar novos horizontes para explicar os fenómenos naturais. Os judeus aquele povo dos 
escravos que, foram escravizados durante anos no Egipto, sendo eles fracos inventaram um 
mundo imaginário “ paraíso e inferno” onde estaria uma entidade superior, que por 
coincidência é Deus, insinuando que no paraíso só entra os humildes do espírito, fracos e os 
fortes destino deles é no inferno. 
 Ora, aquele povo (judeu) conseguiu transvalorizar todos os valores da humanidade, 
por incutir na mentalidade de outros povos a ideia de um ser supremo, que controla todos os 
homens, é o cúmulo da raça humana, incentivaram o sentimento de culpa para toda a 
humanidade. Não existe paraíso nem inferno eternos, o que existe é o devir perpétuo. Tudo 
no mundo é a invenção humana, incluindo Deus e os deuses etc. excepto a natureza e tudo 
o que há nela, a ideia de Deus não está na natureza, mas na mente dos homens. 
 Ultimamente vem acontecendo muitas coisas estranhas no que concerne a garantia 
da sobrevivência do homem na terra. Será verdade que o homem pode ter cometido algo 
 
 
tão grande que carece de perdão ou o homem negligenciou todas as oportunidades que 
teve, se bem que teve de salvar a sua espécie. Estou consciente de que ainda não tenho 
experiência da vida em relação aos homens que lhe encontrei aqui, mas pretendo por este 
meio partilhar o meu parecer, nas minhas reflexões durante estes dias cheguei à conclusão 
de que a vida é então curta demais que merece ser

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