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FALSIFICACIONISMO Introdução O capítulo “Apresentando o falsificacionismo” do livro intitulado “O que é ciência afinal?” de Chalmers, nos traz limitações e insuficiências do falsificacionismo, argumentando que a história do conhecimento científico é rica em exemplos que nos mostram que as primeiras formulações de novas teorias, que implicaram novas concepções imperfeitamente formuladas, não se abandonaram e desenvolveram-se apesar das aparentes falsificações. O falsificacionista insiste que a atividade científica deve dedicar-se à tentativa de falsificar as teorias estabelecendo a verdade dos enunciados observados que são incompatíveis com elas. Assim a aceitação de uma teoria é sempre provisória e, por outro lado, a rejeição de uma teoria pode ser concludente. A essência da postura de Popper sobre enunciados observáveis é que a sua aceitação se mede pela sua capacidade para sobreviver a provas. As que não superam as provas são rejeitadas, as que as superam são conservadas de modo provisório. Se os cientistas tivessem atendido estritamente à metodologia do falsificacionismo, as teorias que hoje se consideram em geral como os melhores exemplos de teorias científicas, nunca teriam sido desenvolvidas, porque teriam sido rejeitadas logo à sua nascença. Principais pontos apresentados no texto - No falsificacionismo, as teorias são interpretadas como conjecturas especulativas no sentido de superar problemas anteriores e dar uma explicação adequada do comportamento de alguns aspectos do mundo ou do universo. - As teorias especulativas devem ser rigorosamente testadas por observação e experimento. - Teorias que não resistem a testes de observação e experimento devem ser eliminadas e substituídas por outras conjecturas especulativas. - A ciência progride por tentativa e erro, por conjecturas e refutações. Apenas as teorias mais adaptadas sobrevivem. - Nunca se pode dizer legitimamente que uma teoria é verdadeira, pode-se dizer que ela é a melhor disponível. - Para fazer parte da ciência, uma hipótese deve ser falsificável. Uma hipótese é falsificável quando uma proposição de observação possível seja inconsistente com ela. Exemplo: É falsificável – Nunca chove às quartas-feiras. Não é falsificável – Ou está chovendo ou não está chovendo. - Uma teoria muito boa é aquela que faz afirmações bastante amplas e, em consequência, é altamente falsificável, e resiste a falsificação toda vez que é testada. Exemplo: Marte se move numa elipse em torno do Sol. Todos os planetas se movem em elipses em torno se seus sóis. Aspectos interessantes e pertinentes relacionados à compreensão do conhecimento científico - Usa-se a dedução lógica para chegar à falsidade de leis e teorias universais. Ex.: Todos os corvos são pretos. Premissa: Um corvo, que não era preto, foi observado no local x no momento m. Conclusão: Nem todos os corvos são pretos. - Psicologia adleriana: As ações humanas são motivadas por sentimentos de inferioridade de algum tipo. Chalmers cita no livro a teoria de Adler, que vai contra o falsificacionismo. Por exemplo: Um homem está parado a margem de um rio traiçoeiro no instante que uma criança cai no rio, próximo a ele. Se ele mergulhar para tentar salvar a criança, o homem obviamente precisou superar seu sentimento de inferioridade demonstrando que era corajoso suficiente para saltar no rio, a despeito do perigo. Se o homem não mergulhar seria porque ele estava superando seus sentimentos de inferioridade demonstrando que tinha a força para permanecer na margem, sem se perturbar, enquanto a criança se afogava. Há muitas teorias sociais, psicológicas e religiosas que despertam a suspeita de que, em sua preocupação de explicar tudo, elas não explicam nada. - Teoria de Kepler: posições planetárias relativas ao Sol, em períodos específicos. - Teoria de Newton: movimento de Newton mais sua lei da gravidade. As teorias de Newton e Kepler são falsificáveis, embora a de Newton seja mais que a de Kepler, pois sua teoria é mais completa. Dois séculos depois, Einstein implantou a teoria especial da relatividade que se tornou mais falsificável que a de Newton. Outro exemplo é o seguinte enunciado: A velocidade da luz num vácuo é de 299,8x10 metros por segundo. A velocidade da luz num vácuo é de cerca de 300x10 metros por segundo. A primeira afirmação é mais falsificável que a segunda, porque está mais precisa. - A ciência não começa com uma simples observação, e sim com um problema observado. Problema: Como os morcegos são capazes de voar tão habilmente à noite, a despeito do fato de terem olhos tão pequenos e fracos? Depois de ser submetida a testes, descobre-se que as orelhas do morcego estão envolvidas em sua habilidade de evitar obstáculos.
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