Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Bases macromoleculares da constituição celular As macromoléculas são conjuntos (polímeros) de unidades menores (monômeros). As macromoléculas podem ser de dois tipos: heteropolímeros e homopolímeros. Heteropolímeros são polímeros que apresentam na sua conformação monômeros diferentes (Ex.: proteína). Homopolímeros são macromoléculas constituídas por unidades monoméricas iguais (Ex.: glicogênio). Os polímeros encontrados nos seres vivos são biopolímeros, sendo que os principais biopolímeros, são: proteínas, polissacarídeos, ácidos nucléicos (DNA e RNA). Molécula de água A água e seus íons influem poderosamente na configuração e propriedade biológica das macromoléculas. A água trata-se de uma molécula morfologicamente e eletricamente assimétrica (devido principalmente a organização dos átomos. Os dois átomos de hidrogênio formam com o de oxigênio um ângulo que, em média, é estimado em 104, 9º. Devido à forte atração exercida pelo núcleo de oxigênio sobre os elétrons, essa molécula é relativamente positiva no lado dos hidrogênios, e negativa no lado do oxigênio, isto é, a molécula de água é dipolo, devido a isso, é considerada um dos melhores solventes conhecidos. Os polímeros celulares contêm em sua estrutura agrupamentos químicos que apresentam afinidade pela água (agrupamentos polares) ou que não apresentam afinidade pela água (agrupamentos apolares), repelindo-a. Os grupamentos polares principais são carboxila, hidroxila, aldeído, sulfato e fosfato. Moléculas com alto teor de grupamentos polares são solúveis em água e são chamadas de hidrofílicas (a maioria dos hidratos de carbono, ácidos nucléicos e outras proteínas). Em contraposição existem moléculas sem ou com poucos grupamentos polares e que, consequentemente, são insolúveis em água, são as moléculas hidrofóbicas (Ex.: lipídios, parafina e os óleos). Existem também macromoléculas, geralmente alongadas, que apresentam uma região hidrofílica e outra hidrofóbica, são as moléculas chamadas anfipáticas, dotadas da capacidade de associar-se simultaneamente a água e a compostos hidrofóbicos, pela outra extremidade. Ligações químicas As ligações químicas podem ser do tipo covalente ou não covalente: ❖ Ligações covalentes: ligação química forte, é resultado da superposição das órbitas externas das moléculas e são uniões fortes e estáveis que consomem altas quantidades de energia para a sua realização e para serem desfeitas (Ex.: ligações peptídicas que formam os aminoácidos). ❖ Ligações não covalentes: se formam com pequeno gasto energético e podem ser desfeitas por procedimentos suaves como aquecimento moderado e alteração da concentração iônica do meio. As ligações não covalentes podem ser: • Pontes de hidrogênio: um átomo de hidrogênio está mediando a ligação entre dois elementos eletronegativos do ponto de vista químico (Ex.: oxigênio com nitrogênio). • Ligações eletrostáticas: são ligações que acontecem por diferenças de cargas. Formadas quando um grupo ácido se prende a um básico. • Interações hidrofóbicas: ocorrem entre moléculas apolares que são comprimidas umas contra as outras devido à repulsão que sofrem da água que as envolve. Não é uma ligação, é apenas uma interação (Ex.: camada lipídica da membrana celular). A importância biológica destas interações e ligações de baixa energia reside no fato de que elas permitem à célula alterar, montar e desmontar estruturas supramoleculares, aumentando, assim, enormemente, a sua versatilidade e eficiência funcional sem grande gasto energético. Se as interações das macromoléculas fossem realizadas apenas com ligações fortes, a estrutura celular seria estável, e as modificações desta estrutura implicariam um gasto de energia tão alto que a atividade celular seria impossível. Proteínas São polímeros de aminoácidos ligados por ligações peptídicas (união entre dois aminoácidos. O grupo carboxila do primeiro aminoácido se liga ao grupo amina do outro aminoácido. Essa reação libera uma molécula de água) formando cadeias polipeptídicas. As proteínas possuem um carbono central (ALFA) ao qual se liga um grupo amino, um grupo carboxila e o radical. Os aminoácidos que formam essas proteínas são classificados em essenciais e não essenciais. Os aminoácidos essenciais nosso organismo não consegue produzi- lo, por isso, é ESSENCIAL suplementarmos/buscarmos em outras fontes (Ex: fenilalanina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, treonina, triptofano, histidina e valina). Os aminoácidos não essenciais são aqueles que o nosso organismo consegue produzir, por isso, NÃO É ESSENCIAL buscarmos em outra fonte (Ex.: alanina, asparagina, ácido aspártico, ácido glutâmico e serina). Proteínas podem ser simples, aquelas formadas apenas pela sequência de aminoácidos ou conjugadas além dos aminoácidos, possuem um grupo prostético associado (Ex.: nucleoproteína – grupo prostético constituído por ácidos nucleicos; glicoproteínas - contêm polissacarídeos; lipoproteínas – contém lipídios; fosfoproteínas, - contém fósforo; hemeproteínas – catalases, peroxidades e citocromos, o grupo heme é uma ferroporfirina; flavoproteínas – contem riboflavina; metaloproteínas – grupo heme é um metal (insulina e anidrase carbônica, que contém zinco) u é composto orgânico contendo metal, como a ferritina). Forma proteica • Estrutura primária: sequência de aminoácidos unidos por meio de ligações peptídicas; • Estrutura secundária: modo mais complexo, começa a existir a formação de pontes de hidrogênio que fazem com que a proteína adquira uma conformação de alfa-hélice ou de beta- pregueada. • Estrutura terciária: a cadeia de estrutura secundária dobra-se novamente sobre si mesma, formando estruturas globulares ou alongadas. Mantendo-se nessa conformação devido a ligações de hidrogênio, ligações iônicas e interações hidrofóbicas. • Estrutura quaternária: corresponde a uma associação de subunidades proteicas. Mantida por meio de ligações de hidrogênio e iônicas. Conformação nativa é a forma tridimensional que uma proteína apresenta nas condições de pH e temperatura adequados. As proteínas podem ter formato globular ou fibroso. Proteína globular é aquela que tem sua relação comprimento- largura menor do que 10:1 (Ex.: hemoglobina, mioglobina, hemocianina, proteínas com atividade enzimática e proteínas das membranas celulares). Proteínas fibrosas possuem na relação comprimento-largura maior que 10:1 (Ex.: queratina, colágeno). Enzimas São estruturas proteicas com a função de acelerar as reações químicas, tanto no sentido de síntese como de degradação de moléculas. Além da rapidez, as sínteses enzimáticas apresentam alto rendimento, isto é, no final da reação gera-se apenas o produto desejado ou alguns produtos, mas todos são úteis às células. Ação enzimática: Substrato: matéria prima que a enzima utiliza para gerar um outro produto. Centros ativos: são os locais na enzima em que o substrato se encaixa. A forma tridimensional da enzima é importante para a sua atividade, pois os centros ativos são regiões cuja conformação tridimensional é complementar da molécula e do substrato. As enzimas são especificas em alguns casos e, geralmente, recebem o seu nome de acordo com a sua função. Para exercerem sua atividade, muitas enzimas necessitam de co-fatores que podem ser um íon metálico ou uma molécula. Quando o co-fator é uma molécula, recebe o nome de coenzima. São estruturas que ativam as enzimas. Assim, a enzima pode ser chamada de: apoenzima – estrutura proteica da enzima e holoenzima – estrutura proteica da enzima mais o co-fator. Quando o co-fator estáfortemente ligado à molécula da apoenzima, ele constitui um grupo prostético e a enzima deve ser considerada uma proteína conjugada. Modelos de encaixe: As enzimas têm uma grande especificidade para os seus substratos e podem não aceitar moléculas relacionadas ou que tenham uma forma ligeiramente diferentes. O encaixe da enzima ao substrato pode ser explicado tendo por base o modelo chave e fechadura ou segundo a teoria do encaixe induzido. O modelo chave-fechadura considera que a enzima e o substrato são complementares, para este modelo, tanto a enzima como o substrato são fatores rígidos, não apresentando, portanto, flexibilidade, o que torna as reações enzimáticas tão especificas. O encaixe do substrato ao sítio ativo da enzima ocorre em decorrência das ligações formadas entre o substrato e as cadeias laterais de aminoácidos no sítio ativo, assim, o substrato se encaixaria perfeitamente em uma única enzima. No entanto, os estudos demonstraram que as enzimas apresentam certa flexibilidade que pode alterar a sua conformação ou até mesmo o substrato pode induzir uma mudança na conformação da enzima, fazendo surgir a teoria do encaixe induzido. Segundo essa teoria, o substrato é capaz de induzir uma mudança na conformação de uma enzima que pode até mesmo ser repassada para as enzimas próximas. Inibição enzimática: A atividade das enzimas é muito sensível a diversos agentes químicos e físicos, por isso, a sua atividade por ser inibida. Entre os fatores que afetam a atividade enzimática, chamam a atenção: temperatura, concentração do substrato e presença de ativadores ou inibidores que alteram a velocidade de atuação das enzimas. A inibição das enzimas pode ser: reversíveis ou não reversível. • Inibição irreversível acontece quando o inibidor se encaixa na proteína e desencadeia modificação na sua conformação impedindo o encaixe do substrato ao sítio ativo da enzima. • Reversível Competitiva: o inibidor enzimático apresenta uma estrutura semelhante ao substrato da enzima. Esse tipo de inibição depende da concentração do substrato da enzima, quanto maior a concentração de substratos da enzima, menor será a inibição enzimática e vice-versa. • Reversível não-competitiva: independe da concentração do substrato, depende da concentração do inibidor que atua em um outro local da enzima. Regulação das cadeias enzimáticas: Muitas cadeias enzimáticas são autorreguláveis, sobretudo pelo efeito do produto final da cadeia sobre a primeira enzima da sequência. Esse tipo de controle é conhecido como retroinibição ou inibição alostérica. A enzima sensível a este tipo de controle, chama-se de enzima reguladora, e a substância inibidora é conhecida como efetor ou modulador. Na regulação alostérica, o efetor combina-se com a enzima em um local diferente do centro ativo e denominado centro alostérico. Em consequência, ocorre uma modificação no centro ativo da enzima, cuja atividade catalítica é inibida. Ácidos nucléicos – DNA e RNA Os monômeros dos ácidos nucléicos são os polímeros de nucleotídeos. Os nucleotídeos são formados por um carboidrato do tipo pentose (açúcar composto por cinco carbonos), associado a ele existe uma base nitrogenada e um grupo fosfato. As bases nitrogenadas do DNA são: • Adenina (púricas); • Guanina (púricas); • Citocina (pirimídicas); • Timina (pirimídicas). As bases nitrogenadas no RNA são: • Adenina (púricas); • Guanina (púricas); • Citocina (pirimídicas); • Uracila (pirimídicas). As púricas apesentam na base nitrogenada um conjunto de anéis, já as pirimídicas possuem apenas um único anel. Os ácidos nucléicos são moléculas informacionais que controlam os processos básicos do metabolismo celular, a síntese de macromoléculas, a diferenciação celular e a transmissão do patrimônio genético de uma célula para as suas descendentes. As bases nitrogenadas se ligam na mesma fita a partir das ligações fosfodiester. A ligação fosfodiester é uma interação entre o grupo fosfato do carbono cinco do nucleotídeo com a hidroxila do carbono três do nucleotídeo. Sendo ela uma ligação do tipo covalente (forte). Nucleosídeo é um nucleotídeo com a ausência do grupo fosfato, ou seja, é a pentose com a base nitrogenada. DNA: O ácido desoxirribonucléico ou DNA é o responsável pelo armazenamento e transmissão da informação genética É constituído por duas cadeias de ácidos nucléicos de característica helicoidal. Em dupla hélice (antiparalelas). As cadeias do DNA são unidas por pontes de hidrogênio, se complementando entre si. • Adenina liga-se a timina (duas pontes de hidrogênio); • Citosina liga-se a guanina (três pontes de hidrogênio). RNA: É um filamento único e apresenta-se em três tipos: • tRNA: RNA transportador – a sua função é transferir os aminoácidos paras as posições corretas nas cadeias polipeptídicas em formação nos complexos de ribossomos e RNA mensageiro (polirribosomos). • mRNA: RNA mensageiro; • rRNA: ribossômico. Questões gerais DNA RNA Localização Núcleo e mitocôndrias e cloroplastos Citoplasma e núcleo Bases pirimídicas Citosina e timina Citosina e uracila Bases púricas Adenina e guanina Adenina e guanina Pentose Desoxirribose Ribose Papel na célula Informação genética Síntese de proteínas Carboidratos Compostos por carbono, hidrogênio e oxigênio. São a principal fonte de energia. Classificados em: • Monossacarídeos; • Dissacarídeos (combinação de dois monossacarídeos); • Oligossacarídeos (combinação de mais de dois monossacarídeos – até 10); • Polissacarídeos (combinação grande de monossacarídeos). Lipídeos São compostos de carbono extraídos de células e tecidos por solventes orgânicos não polares – como éter, clorofórmio e benzeno. Podem ser de reserva nutritiva ou estruturais. • Lipídios de reserva nutritiva: as reservas nutritivas de natureza lipídica compõem-se de gorduras neutras. Estas são ésteres de ácido graxos com triálcool glicerol ou glicerina. Os depósitos intracelulares de lipídeos constituem-se quase exclusivamente por gorduras neutras, nas quais o glicerol está esterificado por três ácidos graxos. São, portanto, depósitos de triacilgliceróis ou triglicerídeos - combinação de uma molécula de glicerol com três cadeias de ácidos graxos que reagem com os radicais presentes na molécula de glicerol e liberaram três moléculas de água. • Lipídios estruturais: são componentes estruturais de todas as membranas celulares: membrana plasmática, envoltório nuclear, retículo endoplasmático, aparelho de Golgi, endossomos, mitocôndrias, cloroplastos, lisossomas etc. Suas moléculas são longas e dotadas de uma extremidade polar, isto é, com carga elétrica e uma longa cadeia apolar, não-ionizada. A extremidade polar é hidrofílica, enquanto a porção apolar é hidrofóbica. Ex.: fosfolipídios, glicolipídios e colesterol. Glicerofosfolipídios: Esfingolipídios: Fosfoglicerídio: Glicolipídio: Colesterol: Radical hidroxílica no terceiro carbono lhe dá a característica anfipática, já cadeia de hidrocarbonetos ele vai apresentar uma estrutura mais hidrofóbica. Ajuda a regular a fluidez da membrana celular.
Compartilhar