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Resenha Crítica Desenvolvimento Sustentável

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Universidade Estácio de Sá
Pós Graduação em Engenharia Ambiental e Saneamento básico
DESENVOLVMENTO SUSTENTÁVEL
Professor: Gisele Teixeira Saleiro 
Discente: Renata Signori
Estudo de caso: 
Prototipagem de uma Smart Village (Aldeia Inteligente) escalável para criar simultaneamente o desenvolvimento sustentável e oportunidades de crescimento da empresa
DARWIN, Solomon; CHESBROUGH, Henry. Prototipagem de uma Smart Village (Aldeia Inteligente) escalável para criar simultaneamente o desenvolvimento sustentável e oportunidades de crescimento da empresa. University of California, Berkeley. EUA. 2017
Joaçaba/SC
2021
Biografia autores:
Solomon Darwin tem ampla experiência de liderança em gestão corporativa e acadêmica. Ele é um palestrante internacional reconhecido por colegas, executivos e alunos com vários prêmios por sua liderança inovadora e paixão pelo ensino. Ele inspira alunos das disciplinas de negócios e engenharia em seus cursos para inovação aberta, modelos de negócios, cidades inteligentes, vilas inteligentes escaláveis, IBM Watson e modelos de negócios para economias emergentes. Ele também é conhecido como o pai do Movimento Smart Village. 
Henry Chesbrough, que cunhou o termo “inovação aberta”, é diretor educacional do Garwood Center for Corporate Innovation em Berkeley Haas. Sua pesquisa se concentra em gestão de tecnologia e estratégia de inovação. Ele também leciona na Esade Business School na Universidade Ramon Llull da Espanha. Ele foi professor adjunto na Harvard Business School e anteriormente atuou como gerente de produto e vice-presidente de marketing da Quantum Corporation, fabricante de dispositivos e sistemas de armazenamento de dados. Ele ganhou um BA em economia pela Yale University, um MBA pela Stanford University e um PhD em administração de empresas pela Berkeley Haas.
Resenha Crítica:
O texto baseia-se na preocupação do chefe de estado Chandrabadu Naidu em melhorar as condições de vida nas áreas mais rurais do estado de Andhra Pradesh, na Índia. Em 2012, impulsionado pelas derrotas que seu partido (Telugu Desam) sofreu nas eleições de 2004, Naidu iniciou um Pada Yatra, uma série de visitas aos camponeses com o intuito de entender as suas preocupações, desafios e objetivos para que ele pudesse encontrar maneiras de melhorar a vida dos residentes rurais do estado, tendo percorrido mais de dois mil quilômetros em dois anos.
Após o período das visitas, Naidu obteve muitas informações importantes. A principal entre elas foi o fato de que os programas governamentais e de desenvolvimento ajudaram a melhorar a vida dos moradores, mas em graus variados e não na medida prevista. Naidu verificou também que os moradores precisavam ser capacitados e que isso ajudaria no resultado de programas de desenvolvimento, reduzindo o êxodo de pessoas das aldeias rurais. Estava claro para Naidu que esses programas se concentravam em um aspecto da vida das aldeias, em vez de ter uma visão holística.
Em seu novo mandato, Naidu assumiu o compromisso de encontrar maneiras inovadoras de melhorar aldeias rurais e declarou que iria tornar o seu estado um dos três melhores até 2022 e o melhor até 2029. Para isso, o governo deveria ter um compromisso de alcançar um desenvolvimento holístico, inclusivo e sustentável por meio de uma transformação estrutural significativa, tanto em termos de progresso econômico quanto de bem-estar. Inicialmente, Naidu precisava construir um protótipo que desse valor tanto para as aldeias quanto para a iniciativa privada. Assim, ele elegeu a aldeia de Mori para ser o seu cartão de visitas.
A vida em Mori apresentava desafios constantes, dentre eles a falta de recursos básicos, como cuidados com a saúde, saneamento e água limpa. Em Mori residem mais de oito mil habitantes onde muitos trabalhavam na agricultura e na industrialização de alimentos. O déficit em saneamento acarretava na proliferação de vetores de doenças como a dengue e a malária, o acesso à saúde era precário para todos os habitantes. Era comum que curandeiros espirituais fossem a única opção para o tratamento de doenças, sendo a saúde cara. Na educação não era diferente, havia poucas escolas e o transporte era irregular. A economia era pobre, as oportunidades em indústrias eram cada vez menores, a agricultura enfrentava problemas com a escassez de água e o solo sofria com o acumulo de água salgada, que impregnava o solo com sal, reduzindo a qualidade do solo para cultivo. Diante deste cenário, muitos moradores migravam para zonas urbanas da Índia ou para países do Oriente Médio, o grande problema é que nesses movimentos as aldeias perdiam mão de obra qualificada tornando difícil encontrar um número suficiente de trabalhadores.
Durante anos, a aldeia recebeu a chamada ajuda dos ‘Programas de Auxilio Tradicional’, onde um dos maiores problemas desse tipo de ajuda é que infunde a dependência. Mori e outras aldeias da Índia receberam esse tipo ajuda do governo por meio do programa de empregos. Outro programa de ajuda implementado foi o das escolas, onde todas as crianças recebem almoços gratuitos para ajudar a incentivar o comparecimento. Embora esses programas ajudem os aldeões em curto prazo, eles não estabelecem as bases para o desenvolvimento econômico sustentável. O programa de trabalho não melhora, por exemplo, o conhecimento ou as habilidades dos aldeões. Esses resultados não são exclusivos da Índia. Os programas de auxílio tradicional muitas vezes levaram a consequências não intencionais, resultados negativos e crescimento econômico reduzido. Os programas de ajuda são frequentemente avaliados em curto prazo, o que é amplamente irrelevante para o efeito sobre problemas em longo prazo.
Como Naidu já observara que programas de auxílio tradicional não compõe a melhor solução para seus objetivos, este, em seus estudos, percebeu que a melhor saída seria capacitar os moradores para moldar seu próprio futuro.  Para atingir esse objetivo, os constituintes definiram os cinco pilares de melhoria: pobreza (com o objetivo de criar uma sociedade sem pobreza), justiça social, bem-estar dos agricultores, emprego juvenil e governança adequada. Para atingir esses objetivos foi projetado um programa que adotasse uma abordagem integrada, que gerou os 20 itens não negociáveis para o projeto de prototipagem, entre eles: a aldeia tem seu próprio plano de desenvolvimento dinâmico preparado pela comunidade participativa, os aldeões têm acesso a um desenvolvimento de habilidades e um Centro de Desenvolvimento de Empresas nas Aldeias com vínculos bancários e de mercado, a aldeia possui conectividade com telecomunicações / Internet, a aldeia tem um centro de informações funcionais, laboratório de informática e centro de “autosserviço” cada casa da aldeia tem uma conta bancária funcional, a aldeia tem um sistema funcional para resolver queixas. Esses 20 itens não negociáveis fazem parte do conceito de cidade inteligente, que Naidu se inspirava.

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