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Teoria de im-polidez linguística

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Teorias de im/polidez 
linguística: 
revisitando o estado 
da arte para uma 
contribuição teórica 
sobre o tema
(CUNHA, OLIVEIRA,2020)
Preparatório para prova escrita de Mestrado e Doutorado 
Edital UECE/ PosLA 2020
Profa. Ma. Ingrid Xavier dos Santos
AS BASES DA TEORIA 
DA POLIDEZ01
02
(CUNHA; 
OLIVEIRA,2020)
03
04
PRIMEIRA ONDA
SEGUNDA ONDA
INDAGAÇÕES
ASPECTOS GERAIS 
DA PRAGMÁTICA 
E DA POLIDEZ 
LINGUÍSTICA 
A cortesia, bem como a polidez, dentre
outros fenômenos, são forjados em meio a
práticas sociais, isto é, são fenômenos
constitutivamente culturais. Estão, pois
vinculados a determinadas formas de
representação da estrutura e do
funcionamento dos regimes simbólicos da
interação social. (VILLAÇA; BENTES,
2008, p.25).
● Geoffrey Leech, em 1983, foi um dos
primeiros teóricos a escrever sobre a
polidez linguística, contudo seus escritos
não tiveram muita força, somente após a
difusão das ideias de Brown e Levinson, o
enfoque de Leech sobre a polidez ganhou
fôlego, no âmbito da Pragmática.
● Segundo Paiva (2008), Leech propõe uma
polidez pautada em uma pragmática geral,
ou seja, essa pragmática iria entender como
a linguagem é usada na comunicação
(PAIVA, 2008, p.68).
Politeness: Some Universal in Language Usage é
livro precursor da Teoria da Polidez, quando foi
escrito e editado pela primeira vez,1978, os estudos da
linguagem estavam em uma efervescência teórica em
diversas partes do mundo, pois na década anterior,
mais especificamente, em 1962, J.L.Austin dá início,
em Oxford, ao que seria uma das bases do construto
teórico da Teoria da Polidez, porém, devido ao seu
falecimento prematuro, um de seus alunos, John
Searle, se autodenomina herdeiro teórico do trabalho
de seu mestre e faz uma leitura muito particular aos
estudos austinianos, tal (re)leitura terá muitos
desdobramentos no âmbito da pragmática.
AS BASES DA TEORIA DA POLIDEZ
FACE
O termo fachada¹ pode ser definido como valor social positivo que uma
pessoa efetivamente reivindica para si mesma através da linha que os outros
pressupõem que ela assumiu durante um contato particular. A fachada é uma
imagem do eu delineada em termos de atributos sociais aprovados – mesmo
que essa imagem possa ser compartilhada, como ocorre quando uma pessoa
faz uma boa demonstração de sua profissão ou religião ao fazer uma boa
demonstração de si mesma. (GOFFMAN, 2011, p.15)
1- “Face, no original em inglês. Em português não utilizamos este termo com a notação que Goffman emprega aqui, que poderia ser resumida, de forma um
tanto imprecisa, como "respeito próprio". E um termo de tradução particularmente complicada, porque, como veremos no decorrer do texto, ele é usado em
contextos variados com significados variados. (nota do tradutor)” (GOFFMAN, 2011, p.15).
AS BASES DA TEORIA DA POLIDEZ
TERRITÓRIO
O território diz respeito aos direitos que cada pessoa reivindica e à defesa desses mesmos direitos.
Os direitos que formam o território de cada um constituem um campo de objetos físicos e
simbólicos, cujos limites costumam ser preservados e defendidos (GOFFMAN, 1973).
Santos(2018) afirma que para Goffman(2002), o modo de representação de um
sujeito, no processo de interação, é orquestrado por hierarquias e também pelos
papéis sociais que cada indivíduo desempenha na sociedade, como podemos
verificar no excerto a seguir:
Quando um indivíduo desempenha um papel, implicitamente solicita de seus observadores
que levem a sério a impressão sustentada perante eles. Pede-lhes para acreditarem que o
personagem que veem no momento possui os atributos que aparenta possuir, que o papel
que representa terá as consequências implicitamente pretendidas por ele e que, de um
modo geral, as coisas são o que parecem ser (GOFFMAN, 2002, p. 25)
ATOS DE FALA VIA SEARLE
Enquanto Austin buscava no uso ordinário o funcionamento
das práticas linguísticas, Searle busca adequar os diferentes
usos a teorias filosóficas e até mesmo ao formalismo lógico
dos atos ilocucionários. De forma mais clara, enquanto Austin
retira o aspecto sintático/semântico ou formalista e enfatiza a
análise ou investigação do aspecto pragmático (praxiológico),
Searle faz um caminho inverso e passa da pragmática para o
aspecto formalista, de acordo com Marcondes “tirando o
aspecto pragmático”.
(MARQUES,2018,p.91*)
AS BASES DA TEORIA DA POLIDEZ
* Para conhecer mais sobre essa discussão ler Marques (2018) das págs. 81-115.
AS MÁXIMAS CONVERSACIONAIS DE GRICE
AS BASES DA TEORIA DA POLIDEZ
“Para Grice (1982,p.65), os falantes atuam como jogadores, cada
um ciente das regras do jogo conversacional, deve atuar de modo
claro e reconhecido por todos [...]” (PAIVA et al, 2016,p.18)
“Como as regras de um jogo, porém, as máximas podem ser
seguidas ou violadas. No jogo da conversação, os
jogadores/participantes podem emitir enunciados que rompam os
sentidos estritos das palavras e revelar implícitos nos ditos, que
o autor denomina implicatura ou implicatum. Ou seja, são os
significados inferidos pelo interlocutor, não ditos literalmente
pelo locutor” (REBOUÇAS,2018,p.25).
1. Quantidade: Faça com que a informação fornecida seja 
suficiente:
a) que a informação fornecida seja tão informativa quanto o 
necessário;
b) que a informação fornecida não seja mais informativa 
quanto o necessário.
2. Qualidade: Faça com que sua contribuição seja 
verdadeira:
a) que a informação fornecida não seja falsa;
b) que a informação fornecida possa ser provada.
3. Relação ou relevância: que a informação fornecida seja 
coerente, pertinente ao assunto em questão.
4. Maneira ou modo: seja claro:
a) evite obscuridade;
b) evite ambiguidade;
c) seja breve;
d) seja ordenado.
(PAIVA et al, 
2016,p.19)
BREVE EXERCÍCIO 
ANALÍTICO 
QUAL MÁXIMA É VIOLADA NESTA 
TIRINHA?
a) Quantidade
b) Qualidade
c) Relevância
d) Modo
Disponível em : <https://pt-br.facebook.com/tirasarmandinho/>
PRIMEIRA 
ONDA 
02.
BROWN E 
LEVINSON(1978) 1) identificar princípios de tipo universal, mas social que exercem
pressão sobre as estruturas gramaticais ou que modelam a
gramática;
2) demonstrar o papel da racionalidade e da suposição dos
interlocutores de que eles agem racionalmente ao extrair inferências
das palavras, do tom e dos gestos empregados numa interação;
3) identificar a construção das mensagens como sendo os próprios
dados de uma análise do uso estratégico da linguagem e como sendo
o local da interface entre linguagem e sociedade;
4) mostrar que as diversidades superficiais emergem de princípios
universais subjacentes e são satisfatoriamente explicáveis por meio
desses princípios. “Esperamos [...] conseguir caracterizar com
alguma extensão o ‘ethos’ de uma cultura ou subcultura” (BROWN;
LEVINSON, 1987, p. 59).
(CUNHA; 
OLIVEIRA,2020,p.138)
Face negativa: “a
reivindicação básica de
territórios, de
preservação pessoal, de
direitos a não-distração
– i.e. de liberdade de
ação e liberdade de
imposição” (BROWN;
LEVINSON, 1987, p.
61). É a necessidade de
todo interlocutor de que
suas ações não sejam
restringidas ou limitadas
pelos outros.
FACES
FACES
Face positiva: “a autoimagem
consistente e positiva ou
‘personalidade’ (crucialmente
incluindo o desejo de que essa
autoimagem seja apreciada e
aprovada) reivindicada pelos
interactantes” (BROWN;
LEVINSON, 1987, p. 61). É a
necessidade de todo interlocutor de
que suas necessidades (ser
admirado, compreendido,
aprovado, valorizado, respeitado
etc) sejam desejáveis/atraentes
para os outros.
ATOS AMEAÇADORES DE FACE (FTA’s)
1) Atos ameaçadores da face positiva do falante;
2) Atos ameaçadores da face negativa do falante;
3) Atos ameaçadores da face positiva do ouvinte;
a) F avalia negativamente algum aspecto da face positiva de
O: desaprovação, crítica, desprezo, insulto, acusação,
discordância etc.
b) b) F demonstra não se preocupar com a face positiva de
O: deboche, menção a tópicos considerados
inapropriados parao contexto, interrupção da fala de O,
desatenção, menção a notícias ruins sobre O , etc.
4) Atos ameaçadores da face negativa do ouvinte:
a) F pressiona O a realizar ação futura: ordem, pedido,
sugestão, aviso,
advertência, desafio etc. (Todos os atos diretivos.)
b) F coloca O em débito, pressionando a aceitar futura
ação de F:
oferecimento, promessa.
c) F evidencia desejar ou admirar O ou alguma coisa
que lhe pertence:
cumprimento (F evidencia que gosta de O), expressões
de inveja, admiração, ódio, cobiça etc.
HÁ FACES AMEAÇADAS NA TIRINHA? 
QUAIS? EXISTE AÇÃO REPARADORA?
BREVE EXERCÍCIO 
ANALÍTICO 
Sim. A face positiva do pai de Armandinho, no primeiro quadrinho. A face negativa do pai de Armandinho, no segundo
quadrinho. E a face negativa do pai de Armandinho no terceiro quadrinho. Armandinho preserva o território dele. A ação
reparadora acontece quando Armandinho alerta o pai que ele não é o único desempregado no pais.
Em
síntese,
[...]se constitui de um conjunto
de regras capazes de explicar a
boa formação pragmática dos
enunciados, assim como as
regras sintáticas definem a boa
formação sintática das
sentenças.
Competência 
pragmática
Essas regras são 
de dois tipos.
ROBIN LAKOFF(1975;1977)
1) Máximas conversacionais, 
segundo Grice (1975)
2) Regras de Polidez que 
correspondem a três máximas 
a) Formalidade: mantenha distância e 
não imponha.
b) Deferência: dê opções.
c) Camaradagem: seja amigável e 
mostre simpatia.
Polidez 
entendida 
como uma 
forma de 
implicatura.
Princípio de Polidez “é uma restrição observada no
comportamento comunicativo humano, que nos influencia
a evitar discordância ou ofensa comunicativa e a manter
ou aumentar concordância ou cortesia comunicativa”
(LEECH, 2014, p. 87). Esse princípio se concretiza em
um conjunto de máximas de polidez.
Geoffrey Leech(1983;2014)
Minimize antipatia entre o “eu” e o 
“outro”
Maximize simpatia entre o “eu” e o 
“outro”.
1
Máxima 
do tato
Minimize o custo para o “outro” 
Maximize o benefício para o “outro”
2
Máxima da 
generosidade
Minimize o benefício para o “eu”
Maximize o custo para o “eu”
3
Máxima da 
aprovação
Minimize o desagrado para o “outro”
Maximize o agrado para o “outro”
5
Máxima da 
concordância
Minimize a discórdia entre “eu” e “outro”
Maximize a concórdia entre o “eu” e o “outro”
6
Máxima 
da simpatia
Minimize o agrado para o “eu“
Maximize o desagrado para o “eu”
4
Máxima 
da modéstia
LEECH(2014)
Além desse acréscimo, o autor passa a
reunir as máximas em pares, sendo uma
máxima de valorização do outro (linhas
brancas do quadro) e a outra de
desvalorização do falante (linhas cinza do
quadro).
As máximas orientadas para o ouvinte
(linhas brancas) dão um peso alto ao que
pertence ao ouvinte, enquanto as máximas
orientadas para o falante (linhas cinza)
dão um peso baixo ao que pertence ao
falante.
É com base nessa distinção que o autor repensa
ou reconceitua as noções de polidez positiva
(Pos-polidez) e de polidez negativa (Neg-
polidez).
A pos-polidez consiste em realçar a face,
atribuindo valores positivos ao ouvinte por
meio da realização de um ato realçador de face
(face-enhancing act) ou de um ato mantenedor
da face (face-maintaining act): oferecimento,
comprimento, demonstração de simpatia etc.
Por isso, a pos-polidez se liga às máximas
orientadas para o ouvinte: generosidade,
aprovação, concordância etc. A polidez
negativa consiste na produção de um ato
ameaçador da face (FTA). Por isso, a neg-
polidez se associa às máximas orientadas para o
falante: tato, modéstia, reticência de opinião e
de sentimentos etc
SEGUNDA 
ONDA 
03.
Limitações da primeira onda
Descontextualização Ausência de uma 
concepção interacional
01 02 03
04
Ausência de definições 
claras sobre o contexto
Exclusão da impolidez e 
suas variações 
Impolidez por Jonathan Culpeper
[...] a impolidez consiste em “uma atitude
negativa para comportamentos específicos
ocorrendo em contextos específicos”. Embora,
para o autor, a impolidez se manifeste na
interação e, por isso, constitua um fenômeno a ser
analisado em contexto, ela é “sustentada por
expectativas, desejos e/ou crenças sobre
organização social, incluindo, em particular,
como identidades de uma pessoa ou de um grupo
são mediadas por outros na interação”
(CULPEPER, 2011, p. 23).
“
”
O QUE É 
CONSIDERADO 
IMPOLIDO ?
“Comportamentos situados são vistos negativamente – considerados ‘impolidos’ – quando entram em
conflito com o modo como alguém espera que eles sejam, quer que eles sejam e/ou pensa que eles
devem ser”. Desse modo, a impolidez envolve violação de “normas sociais de comportamento” (2011,
p. 37), e o interactante que avalia o comportamento do outro como impolido coloca-se na posição de
alguém cuja face foi ofendida.
Para cada uma das cinco superestratégias de polidez propostas por Brown e 
Levinson, Culpeper (2016, p. 425) propõe uma superestratégia de impolidez 
correspondente:
Bald on record impoliteness: o FTA é realizado de uma forma direta,clara, sem ambiguidade e
concisa, em circunstâncias em que a preocupação com face não é irrelevante ou minimizada.
Impolidez positiva: o uso de estratégias que prejudicam os desejos de face positiva 
do destinatário.
Impolidez negativa: o uso de estratégias que prejudicam os desejos de face 
negativa do destinatário.
Impolidez off-record: o FTA é performado por meio de uma implicatura, 
mas de tal maneira que uma determinada intenção claramente tem maior peso do 
que qualquer outra.
Polidez withold (retida, negada): não se usam estratégias de polidez em 
circunstâncias em que esse uso é esperado.
Sarcasmo ou falsa (mock) polidez: o FTA é performado com o uso
de estratégias de polidez claramente insinceras, que, por isso, se
manifestam apenas na superfície do ato.
METAESTRATÉGIA DE 
IMPOLIDEZ
FACE
Para dar conta dos aspectos individual, relacional e
grupal relativos ao modo como nos apresentamos e
representamos nas interações, Spencer-Oatey (2002;
2005) propõe as categorias mais amplas a respeito da
noção de face com base em Goffman(1967[1955])
“
”
• Qualidade de face (ligada ao eu enquanto
indivíduo): desejo de ser avaliado
positivamente em termos de nossas qualidades
pessoais: habilidades, aparência.
• Face relacional (ligada ao eu em relação com
outros): desejo de ser avaliado positivamente
pelo modo como nos relacionamos com os
outros: ser visto como alguém amigável no
trato com os outros ou que possui capacidade
de liderança.
• Identidade social de face (ligada ao eu
enquanto membro de um grupo): desejo de ter
nossos papéis ou identidades sociais
sustentadas, seja em pequenos grupos, como a
família, seja em grupos maiores, como nosso
pertencimento a grupos religiosos ou éticos ou
a uma nação.
Direitos de sociabilidade
• Equidade de direitos: desejos de
ser tratado com justiça, de não ser
explorado e de não sofrer
imposição.
• Direitos de associação: direitos de
nos associarmos aos outros, de
acordo com o tipo de relação que
nos liga a eles.
A abordagem de Culpeper (2005; 2011) possui ainda um componente funcional, porque
propõe um conjunto de funções que as estratégias de impolidez podem exercer na
interação. Como expusemos em Cunha (2019, p.7), Culpeper (2011, p. 220-239), na
busca por sistematizar as funções das estratégias de impolidez, propõe três categorias
funcionais:
1) Impolidez afetiva: o ofensor expressa de
maneira irrestrita suas emoções de raiva, ódio ou
cólera em contextos onde essa expressão não é
esperada e com o fim de revelar que o alvo de
seu ataque é a causa de seu estado emocional;
2) Impolidez coerciva: o ofensor busca um 
realinhamento de valores para se beneficiar ou 
ter seus atuais benefícios reforçados ou 
protegidos e, por isso, envolve ação coerciva 
que não é do interesse do alvo do ataque;
3) Impolidez para entretenimento: o ofensor transforma o
interlocutor em alvode críticas, chacotas e deboches, com o
objetivo de divertir um terceiro. De acordo com Culpeper
(2011), não há uma relação biunívoca entre formas e funções
de impolidez, o que significa que uma mesma estratégia de
impolidez, como um xingamento, pode, ao mesmo tempo,
ser uma forma de expressar ódio (impolidez afetiva) e de
obter poder (impolidez coerciva).
Impolidez por Richard Watts
O ponto de partida da abordagem proposta por Watts (2003; 2005) é a percepção de
que as abordagens tradicionais da polidez estudam-na enquanto fenômeno teoricamente
construído pelo estudioso (perspectiva ética) e não enquanto fenômeno construído pelos
interlocutores (perspectiva êmica).
Para Watts (2003), uma abordagem da polidez deve ter como tarefa estudar a maneira
como, ao longo de dada interação, a polidez é objeto de uma disputa discursiva, ou seja,
como os interlocutores disputam discursivamente a avaliação sobre a im/polidez de
dado comportamento, realizando um verdadeiro trabalho relacional (relational work).
Polidez 1 (ou polidez de 1ª ordem): é a maneira
como o comportamento im/polido é avaliado e
comentado pelos próprios participantes da interação.
Polidez 2 (ou polidez de 2ª ordem): é a maneira
como pesquisadores (pragmaticistas,
sociolinguistas, sociólogos, antropólogos etc)
definem o conceito de im/polidez.
Impolidez por Marina Terkourafi
Central à abordagem de Terkourafi (2002; 2008) está a noção de
discurso formulaico, relativo ao uso de expressões fixas, ou
convencionalizadas. Acerca disso, vários estudos atestam o
emprego de expressões formulaicas para a obtenção de objetivos
interacionais específicos como sendo um fenômeno amplamente
registrado em línguas e culturas distintas.
Embora Terkourafi defina o discurso convencionalizado
como uma relação entre enunciados, ou seja, como uma
função da frequência com que determinadas expressões
são utilizadas em contextos particulares
(TERKOURAFI, 2002, p. 213), a convencionalização
pode também variar de falante para falante, bem como
na produção do mesmo falante. A despeito dessa
variação, expressões específicas permanecem sendo
convencionalizadas na língua e na cultura dos falantes.
No caso particular da impolidez, por exemplo, os
xingamentos e o uso de palavras tabus refletem esse
emprego convencional, já que são compreendidos como
agressivos pelos falantes em geral (OLIVEIRA;
CARNEIRO, 2020)
COM LINCENÇA, SENHORA
INDAGAÇÕES
▪ Será que é possível associar os estudos da
polidez com a perspectiva transdisciplinar da
Linguística Aplicada?
▪ Como a linguagem é concebida na primeira
onda de estudos da polidez e na segunda?
▪ É possível pensarmos na (im)polidez como uma
categoria analítica, nos estudos da Pragmática
que vise a emancipação dos sujeitos ?
*Para saber as respostas, favor, ler Mota (2019), págs.55 -82.
IDEIAS PARA ORGANIZAR O SEU TEXTO
Contextualizar como nasceu a Teoria da Polidez
Síntese da concepção de Polidez para Brown e
Levinson
Síntese da concepção de Polidez para Leech.
A partir de uma visão performativa da linguagem,
segundo Otonni, quais os principais problemas
encontrados na primeira onda?
Qual a necessidade de se pensar uma segunda
onda para os estudos da polidez?
Síntese do pensamento de Watts e Terkourafi .
Esmiuçar a concepção de Impolidez para Culpeper
e como esse conceito, dentro da Linguística
Aplicada, pode ser considerado uma categoria
emancipatória ?
1º Momento
2º Momento
CUNHA, Gustavo Ximenes; OLIVEIRA, Ana Larissa Adorno Marciotto. Teorias de im/polidez linguística: revisitando o estado da arte
para uma contribuição teórica sobre o tema (Theories of linguistic im/politeness: revisiting the state of the art for a theoretical
contribution on the topic). Estudos da Língua(gem) (online), v. 18, p. 135-162, 2020.
MARQUES, François André da Silva. Análise das teorias dos atos de fala de searle e de austin: aspectos fundamentais do significado de
um proferimento performativo. 2018. 127 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2018.
PAIVA, G. M. F.; MOREIRA, R. G.; SANTOS, L. A. P. F. Introdução aos Estudos de (Im)Polidez Linguística. Fortaleza: Centro
Universitário Estácio do Ceará, 2016.
PAIVA, Geórgia Maria Feitosa. A polidez linguística em sala de bate-papo na internet. 2008, 294f. Dissertação (Mestrado em
Linguística) – Universidade Federal do Ceará, Departamento de Letras Vernáculas, Programa de Pós-Graduação em Linguística,
Fortaleza-CE, 2008
REBOUÇAS, Davi Menezes de . (Des)cortesia em notícias sobre corrupção: atenuação e intensificação no trabalho com as faces. 2018.
127f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Universidade Estadual do Ceará, Centro de Humanidades, Fortaleza.
SANTOS, I. X dos. De dentro para fora: um olhar bakhtiniano sobre a representação da face discursiva da pessoa com Síndrome de
Down na exposição Inside Out. 2018. 146f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) – Universidade Estadual do Ceará, Centro
de Humanidades, Fortaleza.
REFERÊNCIAS

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