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SANTOS, Juvandi de Souza; CARVALHO, Juliana Carla Silva de. Megafauna Pleistocênica da América do Sul: Análise tafonômica do Haplomastodon waringi, escavado na Lagoa Salgada, Areial, Paraíba, Brasil. Campina Grande: Cópias & Papéis, 2014. 133 p. Para a elaboração desse resumo crítico foi utilizado o primeiro volume do livro “Megafauna Pleistocênica da América do Sul: Análise tafonômica do Haplomastodon waringi, escavado na Lagoa Salgada, Areial, Paraíba, Brasil”, publicado pelo Pós- Doutor de História e Arqueologia Juvandi de Souza Santos e uma de suas orientandas da graduação Juliana Carla Silva de Carvalho no ano de 2014. Os autores conseguiram não só simplificar um assunto complexo por meio de um vocabulário e escrita simples que facilita a compreensão do leitor mesmo que ele não tenha tido acesso a algum material sobre os assuntos abordados nessa obra ou que não atue na área, mas também possibilitam o acesso dos leitores a uma série de imagens e desenhos esquemáticos que conseguem deixar a leitura da obra mais atrativa. Santos e Carvalho (2014), dividiram o livro em três capítulos, onde o primeiro apresenta a megafauna pré-histórica das Américas; o segundo trata sobre a metodologia utilizada na escavação; e por fim, o terceiro, que é um levantamento entre os resultados e as discussões sobre o fóssil da espécie Haplomastodon waringi da Lagoa Salgada. No primeiro capítulo, os autores discorrem sobre os 5 grandes períodos de extinção da megafauna. Para explicar os fatores que contribuíram para esse processo eles utilizaram de maneira direta e objetiva a visão de vários estudiosos a respeito dessa temática, como por exemplo, os estudos de Mauro Galett (2006 p.2) sobre a quebra da teia alimentar e o de Owen-Smith (1992) com os fatores climáticos e as ações antrópicas. No decorrer do mesmo tópico, observamos que os autores desmistificam várias informações acerca desse assunto como a crença da presença de mamutes na parte sul das Américas, visto que a glaciação apresentou-se de maneira menos intensa nessa região quando comparadas aos extremos norte e sul do planeta Terra, impossibilitando que esse animal, adaptado ao intenso frio, vivesse nos países pertencentes ao trópico. Os autores mencionam, que diferente do que muitos acreditam, a megafauna sul-americana era composta por mastodontes, preguiças, tatus gigantes e tigres-de-dentes-de-sabre. Além desses animais, os autores não só descreveram a estrutura corporal, hábitos alimentares, períodos de extinção entre outros fatores de mais 11 espécies da megafauna que habitaram o continente Americano durante o Pleistoceno, mas também elaboraram quadros que contribuíram para uma análise menos cansativa com os 20 principais animais do Pleistoceno no Brasil e disponibilizaram uma listagem com 13 espécies megafauna Pleistocênica do estado da Paraíba, localizadas nos municípios de Campina Grande e Taperoá. Na segunda sessão da obra, eles se propuseram a explicar a metodologia utilizada para a realização da pesquisa que originou a elaboração desse livro, que foi desde a localização geográfica do município de Areal, do tipo de vegetação característico da área, da explicação do método de escavação utilizados pela equipe até o estado do fóssil Haplomastodon waringi encontrado na região. Por fim, na última parte do livro, para compreender como ocorreu o processo da morte desse animal, os Santos e Carvalho (2014) realizaram uma análise antes e após a deposição do registro fossilífero através de um levantamento bibliográfico paleoambiental que foi dividido em dois momentos: o pré-deposicional onde foi utilizado fotos e desenhos para elaboração das hipóteses quanto o óbito e a idade do material coletado, e o pós- deposicional que analisou um conjunto de fatores como análises de fotos e dos desenhos das escavações, a profundidade em que se encontrava preservado e a fragmentação dos ossos. Nesse tópico, eles utilizaram uma série de imagens, bem colocadas, que mostram as alterações ósseas que aconteceram antes e após o processo de fossilização causados não só por agentes físicos, mas também pelos biológicos. Entretanto, não foi observado no material coletado nenhum processo de permineralização. Para explicar a causa da morte do Haplomastodon waringi, eles elaboraram hipóteses plausíveis que envolveram processos de soterramento, exposição ao ataque de carniceiros, pisoteamento, compactação do sedimento e quebras durante a exumação e o transporte ao LABAP/UEPB. Além disso, conseguiram justificar essa hipótese de uma maneira bem objetiva e com o artifício da imagem que possibilita a recriação do momento da morte do Mastodonte na Lagoa Salgada, facilitando a visualização do leitor. Essa obra é um material de grande importância que deve ser utilizado tanto no ensino superior tanto nas áreas de Humanas quanto nas Biológicas ou por aqueles que têm interesse sobre o assunto, visto que é bem elaborado e apresenta um ótimo arcabouço teórico de fácil compreensão. Infelizmente, o Nordeste brasileiro sofre com a carência de poucos materiais sobre a região em vários aspectos, por isso há a necessidade de desenvolver mais pesquisas sobre essa temática. Desse modo, esse livro poderia ser utilizado como uma das principais bases para futuros estudos realizados nos sertões nordestinos por pesquisadores interessados por essa área. Juvandi de Souza Santos possui graduação em Licenciatura Plena em História pela Universidade Estadual da Paraíba (1993); Especialização em História do Brasil República pela UFPB (1996); Especialização em Regionalismo e Análise Regional pela UEPB (1998); Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba (2001); Mestrado em Arqueologia e Conservação do Patrimônio pela Universidade Federal de Pernambuco (2006); Doutorado em História/Arqueologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2009); 1. Pós-Doutorado em História/Arqueologia (Ênfase em Arqueologia Pré-Histórica) pela PUC/RS (2011); 2. Pós-Doutorado em História/Arqueologia (ênfase em Arqueologia Histórica Missioneira) na PUC/RS (2014); 3. Pós-Doutorado em História/Arqueologia pela PUC/ RS - 2019, com ênfase em Arqueologia Histórica Militar. Tem experiência na área de Arqueologia, com ênfase em: Arqueologia da Pré História e Histórica Paraibana. Realiza atividades diversas no campo da Arqueologia, especialmente prospecções e salvamento arqueológico, diagnóstico arqueológico e atividades de Educação Patrimonial. Em Paleontologia, trabalha com Megafauna Pleistocênica e paleoambientes dos Sertões da Paraíba. No campo da História, trabalha com História da Paraíba, ocupação indígena da Paraíba e período colonial. Atualmente é professor do Programa de Pós-Graduação em História da UEPB, Campus I. Juliana Carla Silva Carvalho atualmente integra o mestrado em Ciências Naturais na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte; Graduada na Universidade Estadual da Paraíba no curso de Licenciatura Plena e Bacharelado em Ciências Biológicas. Sócia da União dos Escoteiros do Brasil (UEB) desde 2002, atuando como escotista. Raysla Maria de Sousa Almeida, acadêmica do curso de Ciências Biológicas 2019.
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