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Resenha - Megafauna Pleistocênica da América do Sul

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SANTOS, Juvandi de Souza; CARVALHO, Juliana Carla D. de. Megafauna Pleistocênica da América do Sul: Análise tafonômica do Haplomastodon waringi, escavado na Lagoa Salgada, Areial, PB – Brasil. 1. ed. Campina Grande: Cópias & Papéis, gráfica e editora, 2014. v. 300. 138p.
A declarada obra literária “Megafauna Pleistocênica da América do Sul” retrata sobre análises tafonômicas do Haplomastodon waringi que foi escavado na Lagoa Salgada do município de Areial no estado da Paraíba, incluindo no estudo fraturas, marcas de desgaste, dessecação, diagnóstico paleoambientais e padrões preservacionais, com o objetivo de observar recursos minerais que compõem o material fóssil. O estudo de análises tafonômicas também indica possíveis mudanças paleoambientais na região examinada nos últimos 20 ou 30 mil anos. O livro está dividido em três tópicos principais. No primeiro tópico se faz uma abordagem sobre a megafauna pré-histórica das américas, discutindo detalhadamente sobre registros científicos da megafauna Brasileira e Paraibana e as principais causas da grande extinção, correlaciona também animais pré-históricos com a megafauna, descreve detalhes sobre a época Pleistocênica e traz informações sobre alguns dos grandes animais que habitaram o continente Americano durante o período Pleistoceno; o segundo tópico trata-se dos recursos utilizados durantes os anos de pesquisas desenvolvidas em campo e em laboratório; o terceiro traz os resultados de forma aprofundada de todas as análises do material fóssil coletado. No início da obra, o autor aborda sobre importantes características da época Pleistocênica e como ela é dividida, em idade inferior, médio e superior. Também aborda sobre fatores que contribuíram para a extinção de animais e plantas nesta época, entre eles as mudanças climáticas, e sobre teorias no qual diversos autores citam como causa dessa grande extinção, como por exemplo, a de Paul Martin, em que ele afirma que “grupos humanos, ao chegarem nas Américas e na Austrália, realizaram uma sobre-exploração dos recursos faunísticos, contribuindo para a extinção de algumas espécies e, por conseguinte houve uma quebra na teia alimentar já debilitada por outros fatores”. Alguns desses grandes animais que foram extintos e que habitaram o continente Americano são expostos no livro sendo descritos de forma sucinta, como também alguns dos principais representantes da megafauna pleistocênica na Paraíba, que é considerado um local muito rico em fósseis Mesozóicos e Cenozóicos. Frequentemente são encontrados, no semiárido nordestino, ossos fossilizados depositados em tanques naturais de rochas graníticas que pertenceram a megafauna da região, e com isso, foram propostas três hipóteses para explicar a presença desses ossos nesse local. A primeira hipótese é que os animais caíam dentro dos tanques para saciar a sede durante um período de “seca quaternária” e não conseguia mais sair, a segunda é que ficavam presos por atolamento em tanques mais rasos, e a terceira é que morriam nos arredores e eram levados para dentro dos tanques por enxurradas, na qual é a mais aceita atualmente. No livro está citado três lagoas pleistocênicas que estão localizadas no estado da Paraíba e possuem registros fossilíferos: Lagoa de Dentro (Campina Grande – Puxinanã), Lagoa Salgada/Lagoa Encantada (Areial), Lagoa de Pedra (Esperança). A Lagoa Salgada é localizada em um local baixo onde ocorre formação de acúmulos de água, facilitando a atração de animais, e nela foi extraído um exemplar de Haplomastodon waringi para estudo tafonômico, que atualmente encontra-se no Museu de História Natural da UEPB. H. waringi é uma espécie típica do Brasil, e sua presença indica que a vegetação no final do Pleistoceno e no início do Holoceno deveria ser mais rica em gramíneas e folhas, já que essa espécie necessitava de uma grande quantidade de vegetais para manter sua estrutura, provavelmente era um herbívoro generalista. É citado no livro que os mastodontes eram como elefantes africanos atuais e não tinha muitas restrições alimentares, no qual permitiu sua presença por grandes regiões da América do Sul, porém as mudanças climáticas no final do Pleistoceno afetou a oferta alimentar, reduzindo-as, e com uma vegetação diversificada e com pouca comida, o resultado foi a extinção dos mastodontes. A espécie H. waringi encontrada possuía curta presa, no qual pode-se denominar um animal jovem, e através da análise dos tamanhos dos ossos, um animal de pequeno porte, concluindo que se pode caracterizar uma morte seletiva, pois nessa classe são encontrados indivíduos fracos e inexperiente. Também se foi observado alterações causadas por agentes físicos, como fraturas e fragmentação devido às alterações de agentes biológicos, e fraturas que podem ter ocorrido antes da fossilização, sendo atribuída a ataques de carniceiros. Os ossos desse animal estavam desarticulados e próximos, o que evidencia que sua morte foi no local, possível que tenha chegado debilitado e ficado preso na lama. Após a morte, ocorre o processo de necrólise, e depois os ossos ficaram preservados no sedimento composto por argila e areia. Essa descoberta evidencia um grande papel, quando aplicada a área da Paleontologia, ou até mesmo outras, como História ou Biologia, pois o conhecimento adquirido contribui para uma melhor compreensão do passado da Paraíba, despertando maior interesse dos pesquisadores nesse campo, podendo levar a novas pesquisas e melhores investimentos no ramo. Dessa maneira, pode-se concluir que a região do nordeste é rica em vários aspectos que são interessantes para a ciência, e de que a Paleontologia é um ramo que abrange vários assuntos de diferentes locais e animais, ao contrário do que a mídia expõe. Finalmente, com o auxílio dessa obra podemos nos conscientizar para um entendimento amplo e amadurecer mais o conhecimento sobre todo o processo criticado. A declarada obra literária é escrita pelo Professor Dr. Juvandi de Souza Santos que é licenciado em História pela Universidade Estadual da Paraíba, e possui pós-graduação, envolvendo especialização, mestrado e doutorado, com uma abordagem maior em Arqueologia Histórica, juntamente com Juliana Carla Silva de Carvalho, que possui graduação na Universidade Estadual da Paraíba no curso de Licenciatura Plena e Bacharelado em Ciências Biológicas, e é mestranda em Ciências Naturais na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. No entanto, o livro pode ser recomendado para todos os públicos que tenham interesse em conhecer mais sobre a Paleontologia Paraibana e toda sua importância, ou para os pesquisadores que se interessam em atuar na área.

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