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AO JUÍZO DA 3ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE FLORIANÓPOLIS – ESTADO DE SANTA CATARINA
 
Autos n° 0004733-33.2019.882423 
 
Apelante: Mariana Borges Ferreira 
 
Apelado: André de Camargo Aranha 
 
 
 
 
 
Mariana Borges Ferreira, já qualificada nos autos do processo em epígrafe, vem, respeitosamente, por meio de seu advogado que esta subscreve, como assistente de acusação e com legitimidade perante Vossa Excelência, INTERPOR RECURSO DE APELAÇÃO com fundamento no artigo 593 inciso I do Código de Processo Penal. 
 
Requer o recebimento do presente recurso que é tempestivo e já com razões em anexo, e após a intimação do recorrido para apresentar contrarrazões, seja encaminhado para o Egrégio Tribunal de Justiça de Santa Catarina. 
 
Nesses termos, 
Pede deferimento.  
 
Florianópolis-SC 19 de novembro de 2020 
 
 
Advogado – OAB
RAZÕES DA APELAÇÃO
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado da Santa Catarina 
Colenda  Câmara 
Douta Procuradoria de Justiça
Apelante: Mariana Borges Ferreira 
Apelado: André de Camargo Aranha 
Juízo a quo: 3º Vara Criminal da Comarca de Florianópolis
Autos n° 0004733-33.2019.882423
I – DOS FATOS
Este presente recurso, interposto contra André de Camargo Aranha, réu da Ação Penal, aberta pelos autos supracitados diante a legitimidade ativa do Ministério Público, vem, por meio desta Apelação, buscar a integralidade do processo diante da alegação da veracidade dos fatos acolhidos pelo Inquérito Policial, constantes nas fls. 757-1208, do testemunho da vítima, constantes nas fls. 760/761 e 884, e das provas que aqui serão arroladas.
Conforme consta na narrativa da própria Ação Penal, “no dia 15 de dezembro de 2018, entre as 22h25min e 22h31min, no estabelecimento comercial Café de La Musique, situado na Avenida dos Merlins, Posto 1B, Jurerê Internacional, nesta Cidade e Comarca, o denunciado André de Camargo Aranha manteve conjunção carnal com a vítima Mariana Borges Ferreira, que não possuía condições de oferecer resistência ao ato”.
Portanto, coube ao Ministério Público do Estado de Santa Catarina, o poder – dever de prestar denuncia em desfavor do acusado, ora acima citado, imputando – lhe à prática do crime de estupro de vulnerável, conforme dita a norma penal em seu artigo 247–A, parágrafo 1°, in fine.
No entanto, após passada a audiência de instrução e julgamento, por meio das alegações finais sob a forma de memorias, o parquet pediu a improcedência do pleito alegado na denúncia sob o fulcro da atipicidade prevista pelo artigo 386, inciso III, do CPP. Assim, seguidamente fundamentou a defesa do acusado nas alegações finais.
Seguidamente, o juiz singular, se pronunciou pelo deferimento do pedido da defesa do acusado.
II – DO DIREITO
Em que pese a inconformidade da vítima de estupro, pela sentença obtida na 1° instância, a apelante se socorre do art. 593, inciso I, segunda parte, para que o digníssimo tribunal, sob a vigilância do mandamento constitucional da carta magna pátria, possa, em razão de lesão ou ameaça de lesão à direito fundamental, reformar sentença do juízo a quo que contrarie preceitos de ordem pública que embasem a dignidade da pessoa humana, liberdade sexual da mulher e a validade do depoimento da testemunha, vítima de estupro e, demais provas arroladas em processo.
Portanto, cabe como provas, as obtidas em Inquérito finalizado pela Autoridade Policial (fls. 757-1208), meio, pelo qual, provou – se os fatos narrados e ensejou na respectiva denuncia feita pelo Ministério Público e, consequentemente, na abertura da Ação Penal Pública.
É descabido, o órgão a quo, desconsiderar a contradição do acusado que em depoimento inicial diz não ter tido nenhum contato com a vítima, que logo, diante às provas obtidas por imagens de vídeo auferidas do local do crime, o mesmo, voltou atrás, contrariando o próprio depoimento, com o puro intuito de tornar opaco a lucidez dos fatos e prejudicar o lisura do julgamento. 
É importante frisar no laudo pericial que comprovou o coito vagínico, lesões uterinas e o recente rompimento do hímen, conforme consta das fls. 764/765.
Diante da relevância do casuístico criminoso e de sua natureza, em especial, da dificuldade em conservar ou amontoar as provas, é de primeira importância e suficiente para a incriminação do réu, o depoimento da vítima de estupro, única a sofrer a repressão social por conta do seu frágil gênero feminino diante de uma sociedade machista e que não compreende, ainda, os limites do devido respeito à liberdade sexual das mulheres.
Aludindo a exposição acima, cabe anotar a decisio acerca de apelação interposta em tribunal estadual. Assim expõe:
APELAÇÃO CRIMININAL – Estupro de Vulnerável – menor de 10 anos – palavra da vítima – companheiro da avó – autoridade sobre a vítima – aumento de pena. A palavra da vítima, em sede de crime de estupro ou de atentado violento ao pudor, em regra, é elemento de convicção de alta importância, levando – se em conta que nestes crimes, geralmente não há testemunhas ou deixam vestígios. Decisão mantida – Pena-Base mantida – regime inicial – semiaberto – Recurso improvido. Decisão mantida. Unânime. (Apelação n° 00241266020138140401 (183164), 3° Turma de Direito Penal do TJPA, Rel. Leonam Gondim da Cruz Júnior. j 16/11/2017, DJe 17/11/2017).
Portanto, o precedente acima exposto, é um verdadeiro demonstrativo de decisão que combate a repressão à vítima, em especial, quando esta se encontra em grau de fragilidade. O precedente valoriza o que, às vezes, é a única forma de provar o ato sexual violento cometido pelo abusador, de provar o ato lesivo à intimidade e à liberdade sexual que tantas mulheres sofrem na sociedade brasileira e, desta forma, preservar a vida e a dignidade humana.
III – DO PEDIDO
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, para:
a) Desde já, reformule a sentença do juízo ad quo;
b) sentencie o acusado ao crime que lhe foi imputado na denuncia nos moldes processuais do art. 387, inciso I, do CPP;
c) fixar valor mínimo de indenização em decorrência do prejuízo psicológico da vítima, conforme o art. 387, inciso IV, do CPP
Nesses termos, 
Pede deferimento. 
 
19 de Novembro de 2020, Florianópolis- SC 
 
 
Advogado - OAB

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