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1 Marcia dos Santos Padilha Fernandes 2 Daiana Kohler Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Flex 1104) – Prática do Módulo I - 01/04/2019 Marcia dos Santos Padilha Fernandes¹ Daiana Kohler² RESUMO O presente trabalho traz por temática: Práticas inclusivas na Educação Especial: Um desafio Interdisciplinar. Atualmente, um dos principais assuntos e até polêmicas na área educacional está relacionado ao desafio de inclusão. Nota-se que debates, discussões, fazem parte desse cenário. Entende-se que se aprofundarmos na história da educação e inclusão, muitos avanços e conquistas fizeram parte desse processo, haja vista, que há muitos caminhos ainda a serem percorrido. Uma das maiores dificuldades é enfrentar o desafio de incluir os alunos com deficiência em sala regular, adaptar o currículo e criar uma metodologia diferenciada frente a cada situação e conscientizar a família e sociedade como um todo sobre a importância da inclusão. Leis, documentos fundamentados que embasam esse processo, dão direito as pessoas com necessidades especiais. Porém, percebe-se na perspectiva da presente pesquisa que todo esse processo ocorre de forma muito lenta. Com o presente trabalho objetiva-se analisar e refletir sobre essa perspectiva, as teorias e práticas que envolvem esse processo, e o que tem de fato contribuído para efetivação do mesmo. Palavras-chave: Educação Especial. Inclusão. Práticas inclusivas. 1. INTRODUÇÃO A inclusão e integração das pessoas com deficiência é um assunto delicado que vem sendo discutido ao longo dos anos. Nesse sentido, muitas dúvidas surgem por esse caminho: Quem e como incluir? Receber esses alunos em sala de aula regular seria mesmo correto? O que significa essa integração? Embora existam Leis que asseguram os mesmos, o despreparo dos professores, a insegurança e a falta de estrutura e materiais que atendam as peculiaridades de cada indivíduo preocupam os que vivem e fazem parte desse contexto. Com base no questionamento, este trabalho busca caracterizar os principais pontos para apresentar com os seguintes objetivos: -Refletir sobre o desafio e realidade da inclusão no contexto escolar. -Buscar resultados significativos em meio às práticas inclusivas na educação especial. -Estudar e compreender a teoria e prática que envolve esse processo. Embora existam leis em relação aos direitos das pessoas com necessidades especiais, a inclusão não tem refletido de forma real, existindo ainda, discriminação, preconceito e desigualdade, tudo isso envolve diversos fatores. A Declaração de Salamanca de 1994 realizado pela UNESCO deixa claro que “Educação é para Todos” dando direito à igualdade. (A declaração de Salamanca apud Bergamo, 2010) é um dos documentos ao qual demanda que os estados assegurem que a educação de pessoas com necessidades especiais seja a parte integrante do sistema educacional, visando à participação da sociedade na melhoria do acesso a educação. Alterações vêm ocorrendo nas escolas desde mudanças curriculares até a aceitação e integração dos mesmos, tudo isso tem se tornado um grande desafio em meio a esse contexto. Segundo Bergamo (2010, pg. 44) “Muitas crianças experimentam dificuldades de aprendizagem e têm, portanto, essa necessidade em algum momento de sua escolarização e a escola cabe o desafio de encontrar a maneira de educar com êxito todas elas”. Bergamo nos traz uma análise, que não só indivíduos com necessidades especiais deve fazer parte dessa inclusão, porém, deve-se considerar as diferenças e as necessidades recorrentes de cada uma. PRÁTICAS INCLUSIVAS NA EDUCAÇÃO ESPECIAL: UM DESAFIO INTERDISCIPLINAR 2 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA No contexto em que se discute a inclusão, observamos que o papel da escola é fundamental em meio a esse processo. Haja vista, que a prática do professor é um diferencial ao qual potencializará o trabalho a ser desenvolvido. Na perspectiva dessa pesquisa, observou-se que o professor sente-se despreparado para desenvolver práticas inclusivas, devido à falta de estrutura, de materiais adaptados, falta de uma formação continuada, a falta de recursos, a participação da família, o apoio do governo juntamente com os órgãos responsáveis para atender a demanda de alunos com necessidades especiais, todo esse desafio tem dificultado esse trabalho. Candatem (2006, p. 55) diz: O autor relata sobre a importância da ação pedagógica a partir do entendimento educacional de cada aluno. Haja vista, que cada indivíduo tem as suas peculiaridades, e o processo de inclusão e integração não se atém apenas aos alunos com algum tipo de deficiência, esta luta está presente em todos os grupos excluídos que fazem parte de uma diversidade de realidades. No momento que o professor conhece a realidade ao qual o aluno está inserido, ele pode planejar a sua metodologia. É necessário que toda a equipe pedagógica esteja envolvida e dê a devida importância em relação a este processo. Werneck (1997, p. 51) traz uma reflexão sobre a inclusão e integração: Conforme citação acima se entende que ao olharmos para o sistema educacional desde o poder público e suas peculiaridades, é necessário redefinir e pensar em todas as dimensões (social, familiar, politico, econômico), em outras palavras compreender, o que é preciso alinhar para que haja uma educação inclusiva de fato. “Ao Professor torna-se possível refazer sua prática pedagógica na medida em que passa a entender o processo educacional para além de sua própria perspectiva, valorizando a participação do aluno e respeitando-o enquanto capaz de se auto-organizar.” Inclusão é, assim, o termo utilizado por quem defende o sistema caleidoscópio de inserção. [...] No sistema de caleidoscópio não existe uma diversificação de atendimento. A criança entrará na escola, na turma comum do ensino regular, e lá ficará. Caberá à escola encontrar respostas educativas para as necessidades específicas de cada aluno, quaisquer que sejam elas. A inclusão [...] tende para uma especialização do ensino para todos.[...] A inclusão exige rupturas. (WERNECK, 1997, p. 51). Ao observarmos todo o contexto histórico da educação, notamos que todo esse cenário é marcado com profundas transformações. Houve um tempo onde à educação eram estabelecidos por influências religiosas e somente os nobres, ou seja, os de classe alta tinham acesso à formação. Os menos favorecidos não tinham oportunidade. O preconceito, a discriminação, fazia parte daquele cenário. Na antiguidade segundo Mainieri (2011, p. 26, 27) as pessoas com deficiência eram eliminadas da sociedade. Devido à realidade e situação em que viviam pessoas com deficiência jamais conseguiria sobreviver em um ambiente de guerras para conquistar e explorar terras, onde os habitantes que não tinham deficiência precisavam lutar para sua própria sobrevivência. Na década de 90 movimentos educacionais de conscientização, políticos, conferências, documentos oficializados surgem, a fim de inserir as pessoas com deficiência. A sociedade começa a refletir e valorizar as pessoas com necessidades especiais. Essas mudanças ocorreram com a finalidade de proporcionar uma qualidade de vida melhor a esses indivíduos. 3 . Para Mantoan, (2011, p. 31): [...] Tanto a escola comum como a escola especial tem resistido às mudanças exigidas por uma abertura incondicional às diferenças. Uma das mais sérias e influentes razões para que essa situação se mantenha é a neutralização dos desafios que a inclusão impõe ao ensino comum e que mobilizam o professor a rever e a recriar suas práticas e a entender as novas possibilidades educativas trazidas pela escola para todos. Esses desafios estão sendo constantemente anulados, contemporizados por políticas educacionais, diretrizes, currículos, programas compensatórios(reforço, aceleração, entre outros). Falsas saídas têm permitido às escolas comuns e especiais escaparem pela tangente e livrarem do enfrentamento necessário com a organização pedagógica excludente e ultrapassada que as sustenta. (MANTOAN, 2011, p.31). Conforme a citação, a autora desabafa sobre o desafio que a inclusão tem sido dentro da escola, não somente nas ações pedagógicas, mas em vários aspectos. Relata sobre a importância e a necessidade do olhar do professor em entender o seu papel, enfrentar esse desafio e não se manter neutralizado diante das dificuldades, diante das falsas saídas. Na obra de Coll, Marchesi, Palacios (2004, pg. 31) ele relata sobre as declarações de uma professora que trabalha em uma escola de integração, ela fala sobre a sua insegurança em relação aos alunos com deficiência. Sempre vi com bons olhos a integração das crianças com alguma deficiência. Quando a escola teve de decidir, votei a favor. Achava justo que tais crianças estivessem na mesma escola junto com seus irmãos e seus vizinhos. No entanto, agora estou me dando conta de que ensinar a esses alunos é bastante complicado. [...] Não sei o que fazer para que todos os alunos acompanhem a matéria. Tenho dois programas, um para a maioria dos alunos e outro para os de integração, mas a preparação e a organização da aula supõem um grande esforço da minha parte. Já poderia haver livros e materiais adaptados para tais situações. Quando entra a professora de apoio e trabalha na sala de aula com esses alunos ou os leva para outra classe, fico mais tranquila. Inclusive acho que dessa forma vão aprender mais. (COOL, MARCHESI, PALACIOS, 2004, p. 31). Observa-se segundo o relato da professora e conforme a perspectiva da pesquisa, o quanto os professores sentem-se inseguros e despreparados na adaptação das atividades para trabalhar com os alunos de inclusão. 3. MATERIAIS E MÉTODOS Na construção do presente trabalho, optou-se realizar pesquisas bibliográficas em sites de artigos, livros, e revistas. Realizou-se um estudo aprofundado na Declaração de Salamanca, ao qual nos deixou claro que quando se trata de Educação Especial, não se define apenas em alunos com O Professor não deve ser apontado como o único responsável na construção desse caminho, a inclusão e integração, exige um olhar centrado de uma equipe interdisciplinar. Quando falamos de educação, entende-se que é uma construção, o próprio nome já nos traz um significado, pois toda construção exige uma visão diferenciada, esforço, determinação e responsabilidade. É fundamental que o professor tenha uma visão diferenciada a partir da realidade de seus alunos, usando estratégias e descobrindo caminhos diante das situações, se reinventarem das mais variadas formas se assim for necessário, para que isso contribua significativamente em meio a todo esse processo. É importante entender que o aluno com deficiência deve ser integrado junto aos projetos escolares, mas que a inclusão não é voltada somente a esse aluno, mas todos que apresentam dificuldade de aprendizagem o que na perspectiva da presente pesquisa encontram-se mais segregados do que integrados no ambiente escolar. 4 deficiência, mas que nesse contexto a proposta da Educação Inclusiva abrange um Todo, ou seja, uma educação de qualidade para todos. Utilizou-se como base teórica, escritores que tem uma visão diferenciada em relação ao desafio da inclusão, que fundamentam suas obras dando ênfase sobre a importância da sensibilidade do professor e a prática interdisciplinar de todos os envolvidos nesse processo. Foi escolhido se aprofundar nesse tema, com o objetivo de compreender sobre o desafio de desenvolver práticas inclusivas na educação especial mediante tantos desafios. Autores como: Coll, Marchesi, Palacios (2004), nos trás uma análise sobre a integração dos alunos com deficiência na escola e a importância do cuidado na avaliação dos mesmos. Mainieri (2011), nos trás uma retrospectiva de como era a vida dos deficientes em séculos antigos. Mantoan (2011), nos trás uma reflexão sobre o desafio e a resistência da escola em relação às mudanças que a inclusão exige e a Declaração de Salamanca, documento ao qual demanda que os estados assegurem que a educação de pessoas com necessidades especiais. Toda a pesquisa foi desenvolvida em forma de leitura. A escolha dessas referências deu-se pelo fato de os mesmos apresentarem de forma coerente a importância do contexto da inclusão, haja vista, que na perspectiva da presente pesquisa é um desafio interdisciplinar ao qual conquistou mudanças favoráveis, mas que há ainda um caminho longo há ser percorrido. Fonte: https: //gestaoescolar.org.br/ O olhar e a sensibilidade do professor em relação às necessidades e as peculiaridades de cada aluno é o que vai potencializar sua prática. Seja ele um aluno de “inclusão” ou não. Aquele que apresenta dificuldade ou não. O que fará a diferença de fato, são a sensibilidade e responsabilidade do professor em meio a esse desafio. É essencial que haja um esforço não somente no sentido de medir o conhecimento desses alunos, mas conhecer a realidade de cada um e analisar o conhecimento que está sendo construído na formação desse indivíduo. Estar de frente com as barreiras que impedem o aluno de aprender, não é uma tarefa fácil, isso em função de vários aspectos que já foi apresentado no decorrer do presente trabalho, desde aspectos, sociais, políticos, econômicos, ou a má organização do sistema educacional, porém, vale refletir, qual é o nosso papel enquanto professor, enquanto sociedade, enquanto família em meio a esse desafio? Temos nos posicionado de forma coerente? 5 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 5. CONCLUSÃO 5. CONCLUSÃO Diante de todo esse cenário atual na perspectiva do presente trabalho, entendeu-se que a escola é um lugar complexo que professor e alunos compartilham e constrói conhecimentos. Dentro de todo esse processo existem as individualidades, diferenças e diversidades de situações, ao qual o professor deve reconhecer os desafios referentes à sua atuação. Independentemente de como está à formação das equipes pedagógicas e suas ações, as pessoas com deficiência, com dificuldades de aprendizagem, estarão sempre advindo às escolas, mesmo elas estando preparadas para recebê-los ou não. Diante dessa perspectiva, cabe uma reflexão e uma análise de todos os envolvidos no contexto da inclusão, desde os órgãos responsáveis por oferecer recursos para o desenvolvimento, não só nas áreas tecnológicas, mas de modo geral contribuir para a inclusão. Como o professor, as equipes pedagógicas e a sociedade como um todo, entender que trabalhar com alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento, dificuldades de aprendizado não é uma tarefa fácil, mas algo que deve sair da teoria e ser praticado de fato. Espera-se que o os professores tenham habilidades e um currículo adaptado, planejado para alcançar esse objetivo de formar uma escola inclusiva. Para compreendermos a importância da inclusão é necessário entender que isso envolve um conjunto de tarefas exigidas pela vida e a sociedade como um todo. Que isso não é uma responsabilidade apenas da escola, do professor. Entender que a educação não só inclusiva, mas toda a prática educativa é fundamental para o desenvolvimento de uma comunidade, haja vista, que essa prática social dentro de uma organização segue de vários elementos, ao qual cada indivíduo tem o seu papel de responsabilidade. Nesse sentido, entende-se que que as práticas inclusivas na educação especial, é um desafio interdisciplinar ao qual cada um desde escola, professor, família, sociedade poder público tem a sua parcela de responsabilidade. Com base nos objetivos apresentadosna presente pesquisa, observou-se que embora o Brasil é amparado por Leis que são fundamentais para o processo da inclusão, há muitos desafios ainda a serem superados, entende-se na perspectiva desse trabalho que todos os fatores que envolvem esse processo, caminha de forma muito lenta. Apesar das grandes transformações a inclusão dos indivíduos com necessidades especiais ter passado por avanços significativos, há muito ainda a ser trabalhado. Entendeu-se, que o professor sente-se despreparado diante do desafio de desenvolver práticas inclusivas na educação especial, devido à escola em alguns casos, não ter estrutura para recebê-los, não ter materiais adaptados, não oferecer cursos de capacitação e formação continuada, etc. Entendeu-se, que não há receita para as escolas, assim como a sociedade como um todo entenderem a importância da inclusão. Que embora muitas escolas encontram-se despreparadas devido à falta de recursos, o apoio do poder público e outros desafios, os indivíduos com necessidades especiais continuarão chegando e cabe aos professores e toda a equipe pedagógica, criar estratégias de forma que possa cooperar para que esse trabalho seja desenvolvido com sucesso. 6 REFERÊNCIAS BERGAMO, Regiane, Banzzato. Educação especial pesquisa e prática. ed. Ibepex, Curitiba 2010. CANDATEN, Fernanda Borguesan. Trajetórias e saberes na concepção sobre o uso das tecnologias digitais no ensino superior. 2006. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp030646.>. Acesso em: 05/03/2019. COLL, Cézar; MARCHESI, Álvaro; PALACIOS, Jesus. Desenvolvimento psicológico e educação. Murad-2. Ed. Porto Alegre. Artmed, 2004. DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Sobre princípios, políticas e práticas na área das necessidades educativas especiais. 1994. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca>. Acesso em: 06/03/2019. MAINIERI, Claúdia, Mara, Padilha. Desenvolvimento e aprendizagem de alunos surdos: Cognitivo, Afetivo e Social. Curitiba, IESDE Brasil S. A 2011. MANTOAN, Maria, Teresa, Egler. O desafio das diferenças nas escolas. 4.ed.Vozes, 2011. WERNECK, Claudia. Ninguém mais vai ser bonzinho na sociedade inclusiva. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
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