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Bruna Larissa fisiologia: Regulação dos líquidos corporais e Formação de edema MANUTENÇÃO DA TONICIDADE -Mecanismo importante para a manutenção da tonicidade do meio EXTRACELULAR -Água e solutos estão dentro do vaso sanguíneo, que também estão na região do interstício (fora do vaso sanguíneo), em contato com a células (líquidos e solutos também se encontram dentro dessas células) -Os compartimentos são divididos em: ● Compartimento extracelular: plasma e líquido intersticial ● Compartimento intracelular: líquido intersticial -É preciso que a concentração de solutos, entre os meios, seja mantida dentro de valores normais -OSMOLARIDADE: concentração de soluto entre os meios intra e extracelular -Dos solutos, o NaCl é o mais importante, pois está em maior quantidade fora da célula Toda vez que ocorre mudança nessa concentração de soluto, precisa haver transporte de água (entrada ou saída da célula) Quando a concentração de solutos no meio extracelular fica muito alta: ingestão de NaCl, que será absorvido pelo trato gastrointestinal, vai chegar na corrente sanguínea e vai aumentar a quantidade de solutos no meio extracelular (VAI FICAR MAIS CONCENTRADO). ➔ Para que volte ao valor normal, vai haver PERDA DE ÁGUA ➔ Perda de água causa desidratação ➔ Sede: mecanismo ativado para que haja um aumento na ingestão de água VASOPRESSINA (ADH) -Junto com a ativação da sede, há a secreção desse hormônio, que é capaz de reter a água -Aumenta a reabsorção de água pelo rim, impedindo que essa água seja utilizada para formar urina (volta em uma maior quantidade para a corrente sanguínea) -Ocorrerá a diluição do líquido extracelular -Esse mecanismo fica sendo ativado ou desativado o tempo inteiro, vai depender da concentração de solutos no plasma RECEPTORES DE VASOPRESSINA -Esses receptores são importantes para que a vasopressina obtenha uma “resposta” da célula -Toda a ação hormonal é dependente de um receptor: proteína que está ou na membrana da célula ou dentro da célula (citoplasma ou núcleo), que reconhece a estrutura química do hormônio 1. Receptores V1A e V1B: localizados nos VASOS SANGUÍNEOS; sua ativação faz com que aumente a concentração intracelular de Ca e promova a contração dos vasos sanguíneos 2. Receptores V2: localizados no RIM; atua formando canais para a água, na região do túbulo distal e ducto coletor, para que essa água seja absorvida obs.: essa água volta para a circulação, aumenta o volume de sangue circulante, aumenta a composição de líquido e isso dilui a osmolaridade EFEITOS DA VASOPRESSINA -Retenção de água pelos rins (principal efeito) obs.: na ausência do hormônio ADH, o túbulo distal final e ducto coletor são impermeáveis a água, ou seja, não reabsorvem água. Somente com a vasopressina que canais de água vão ser formados e o túbulo final distal e ducto coletor conseguirão absorver água -Controle da osmolaridade do líquido extracelular (justamente por ter um efeito renal) -Controle da pressão arterial (se está reabsorvendo mais água, aumenta o volume circulante: mais sangue chega e sai do coração, o que faz com que a pressão arterial aumente) “Quando se tem uma queda na pressão arterial, esse mecanismo também será ativado para poder ajudar a regular a pressão arterial” MECANISMO DE AÇÃO -ADH é produzido pelo hipotálamo, encaminhado para a neuro hipófise que se encaminhará de armazenar e secretar esse hormônio FALTA DE ÁGUA: aumenta a osmolaridade. Os receptores do hipotálamo, os osmorreceptores, são ativados e desencadeiam o reflexo da sede, além de estimular a secreção do ADH . -Ao tomar água, o ADH vai aumentar a reabsorção dessa água nos rins, devolvendo a água para a corrente sanguínea -Volume urinário é diminuído e a urina fica mais concentrada obs.: esse mecanismo também será ativado se houver queda da pressão arterial, porque aumenta a reabsorção de água e aumenta o volume circulante EXCESSO DE ÁGUA: ocorre a diminuição da osmolaridade, logo, essa água deverá ser excretada para que o controle da osmolaridade volte ao normal -Na falta do hormônio ADH, o rim reabsorve uma quantidade menor de água, a qual vai ser excretada, aumentando a diurese -A urina terá um volume maior e vai ser mais diluída MECANISMO PELO QUAL A VASOPRESSINA EXERCE SEU EFEITO ANTIDIURÉTICO -Para que tenha ação no rim, precisa haver receptores -A ativação dos receptores V2 estimula a síntese proteica para que ocorra a formação de canais para água: AQUAPORINA 2 -Aquaporina 2 são os canais de água localizados na membrana das células do túbulo distal final e do ducto coletor, que vão atuar na reabsorção de água dessas regiões -Uma vez que essa água é reabsorvida, ela vai direto parar no sangue” -Sem o hormônio ADH os canais para água não existem. -Com esse hormônio, vai existir a ativação de algumas proteínas: ● Proteína G estimuladora ativa a adenilato ciclase, que vai quebrar ATP em AMP cíclico ● Esse AMP cíclico desencadeará uma cascata de fosforilação, que acontece no meio intracelular, e o resultado vai ser a estimulação de síntese proteica Síntese proteica→ Formação dos canais de água → Inserção dos canais na membrana luminal → Túbulo final distal e ducto coletor podem absorver água IMPLICAÇÕES CLÍNICAS Secreção aumentada de vasopressina -aumento da pressão osmótica efetiva do plasma (gerado pela presença de proteínas no plasma, como a albumina) -diminuição do volume do LEC (líquido extracelular) -dor, emoção, estresse, exercício -náusea e vômitos (causa perda de volume) -ortostase -clofibrato, carbamazepina -angiotensina II Secreção diminuída de vasopressina -diminuição da pressão osmótica efetiva do plasma -aumento do volume de LEC -álcool Diabetes insípido -Sintomas: poliúria (aumento do volume urinário) e polidipsia (ingestão de muita água) → são sintomas típicos da diabetes mellitus -Glicemia e função pancreática normais -Na deficiência do ADH, o rim não reabsorve água (o que causa a poliúria) -Urina bem insípida (diluída) ● Diabetes insípido central: problema hipotalâmico ● Diabetes insípido nefrogênico: defeito no receptor V2, não há reconhecimento do ADH SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA- ALDOSTERONA -Sistema que também atua na manutenção da quantidade de líquidos no meio extracelular -Regulador de manutenção da quantidade de Na -Sódio é importante nos processo de despolarização da membrana, contração muscular, reabsorção dos solutos (como glicose, aminoácidos..) “Menos de 1% de sódio vai ser excretado. Ele tem que ser mantido no valor de normalidade, para a manutenção das funções” -Esse sistema ajuda a repor volume circulante “Por exemplo, um indivíduo sofreu um acidente traumático e começou a perder sangue, tá com um processo hemorrágico. O volume sanguíneo desse indivíduo vai diminuir, diminuindo também a pressão arterial… para normalizá-la tem que fazer uma vasoconstrição e aumentar o volume sanguíneo. Secreção de ADH vai ser ativada, precisando de água pro volume ser maior. Vai ativar também o sistema renina-angiotensina-aldosterona” -A perfusão renal (injetar sangue no rim pela artéria renal) diminui, consequentemente, o rim vai responder com a produção de RENINA -Renina secretada não fica só na circulação renal, vai se espalhar pela circulação sistêmica -No sangue, a renina vai encontrar o seu substrato (ANGIOTENSINOGÊNIO-produzido pelo fígado), tendo uma ação enzimática: quebra esse substrato em uma proteína de 10 aminoácidos: ANGIOTENSINA I (continua circulando no sangue) -Quando o sangue chega na região pulmonar, se depara com a ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA (ECA): quebra a angiotensinaI, formando ANGIOTENSINA II (8 aminoácidos- tem ação biológica, capaz de ativar receptores dos vasos no sistema cardiovascular, estimulando uma vasoconstrição periférica- aumenta a constrição periférica total, aumenta a pressão arterial) -Angiotensina II tem a capacidade de chegar no córtex da suprarrenal e ativar a enzima para a produção de ALDOSTERONA (no rim, aumenta a retenção de sódio) obs.: com a aldosterona, o túbulo distal final e ducto coletor vão produzir canais para sódio na membrana e, esse sódio, será absorvido -Sódio sendo absorvido, água será também -É uma ação de retenção de sal e água, o que faz com que a pressão arterial aumente, normalizando-a por recomposição de volume circulante resumindo… -Angiotensina II ativa a secreção do ADH: aumenta a reabsorção de água -Angiotensina II ativa a secreção de aldosterona aumenta a reabsorção de Na+ ambos promovem a expansão do LEC -Angiotensina II aumenta o centro da sede: aumenta a ingestão de água -Angiotensina II estimula a vasoconstrição: aumenta a resistência periférica FORMAÇÃO DE EDEMA EDEMA: acúmulo de líquido intersticial em qualquer parte do organismo -Quando um indivíduo está com um edema, há aumento de água no interstício, o que promove uma expansão do espaço intersticial FORÇAS FÍSICAS QUE REGEM O MOVIMENTO DE LÍQUIDOS -Alteração dessas forças pode acarretar na formação de um edema -Aorta, ao deixar o coração, vai se ramificando e diminuindo de volume até se transformar em arteríolas -A partir das arteríolas há a formação dos capilares sanguíneos, que constituem uma região arterial e uma venosa. Os líquidos que por eles passam, exercem uma pressão hidrostática na parede do capilar: força que faz com que o líquido saia do capilar, seja filtrado em direção ao interstício (células endoteliais apresentam poros, por onde podem ser filtrados líquidos e solutos) → FORÇA DE FILTRAÇÃO (+) -FORÇA DE ABSORÇÃO (-): força exercida dentro do capilar através da presença da albumina (exerce uma pressão osmótica sobre a água, atraindo as moléculas de água, mantendo o sangue circulando dentro do vaso- impede o extravasamento de líquidos dentro do interstício -Ao ser filtrado, pressão hidrostática vai diminuindo… uma hora vai ser vencida pela pressão oncótica (puxa a água do interstício para o capilar) → LADO VENOSO DO CAPILAR “Lado arterial do capilar: oxigênio e nutrientes vão ser ofertados para os tecidos. Lado venoso do capilar: produtos do metabolismo celular e CO2, vão ser transportados para dentro do capilar” SISTEMA LINFÁTICO -Sistema de drenagem do corpo -Responsáveis pela drenagem linfática, asseguram que não tem acúmulo de líquidos no interstício, não existe a formação de edema -Ajuda a diminuir o edema na região, pois promove a entrada de líquidos dentro dos vasos linfáticos, além do retorno desses líquidos para a circulação ESTRUTURA DOS VASOS LINFÁTICOS -No lugar de poros se observa a presença de lacunas -Espaçamento entre uma célula e outra é maior (faz com que um volume grande de líquido,que está no interstício, e proteínas de baixo peso molecular são sejam capturas para dentro do linfático) -Funciona como um sistema de bomba linfática (cada vez que o músculo liso contrai, ele ajuda a impulsionar a linfa e drená-la) -Processo inflamatório vem acompanhado de um edema, pois aumenta a permeabilidade capilar e acontece um extravasamento desse capilar -Os grandes edemas envolvem, geralmente, alterações sistêmicas mais complexas: ● Sendo causados por perturbações nos mecanismo de controle do volume extracelular ● Causado como consequência de alterações na homeostase do Na+ e água -A maioria dos grandes edemas se caracterizam como um processo multifatorial, podendo ser decorrente de um problema cardíaco, renal, cirrótico ou nutricional ● Cardíaco: indivíduo pode ter um edema de membro inferior se ele apresentar uma insuficiência no lado direito do coração -se tiver uma falência do ventrículo direito, haverá acúmulo de sangue na cavidade ventricular, o que aumentará a pressão do V.D, impedindo que o átrio consiga jogar sangue para dentro do ventrículo de forma adequada e o sangue também se acumulará no átrio ● Renal: o rim pode apresentar alguma patologia, como síndrome nefrótica, e “impede” a passagem da albumina, a qual vai ser eliminada na urina e haverá uma diminuição da pressão oncótica → edema por deficiência de albumina no plasma ● Cirrótico: fígado é o responsável pela produção de albumina, se ele não está funcionando como deveria: deficiência de albumina que resulta na diminuição da pressão oncótica e mais líquido será extravasado ● Nutricional: desnutrição pode causar edema, pois não se tem uma produção ideal de albumina EDEMA RENAL ➔ Edema nefrítico ➔ Edema nefrótico PROTEINÚRIA: presença de proteína em grande quantidade na urina, principalmente a albumina HIPOALBUMINEMIA: carência de albumina no plasma sanguíneo ➔ Edema cirrótico
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