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Prévia do material em texto

Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
2 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
Sobre a autora 
 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
3 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
Alexia Brotto Cessetti é graduada em Direito 
pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná 
– PUC-PR (2006), Especialista em Direito 
Processual Civil Contemporâneo pela Pontifícia 
Universidade Católica do Paraná – PUC-PR 
(2008), Mestre em Direito Econômico e 
Socioambiental (com ênfase em Administração 
da Justiça) pela Pontifícia Universidade Católica 
do Paraná – PUC-PR (2010), Doutora pela 
Florida Christian University – Estados Unidos – 
FCU. 
Advogada (OAB/PR 44.098) na área cível e 
empresarial. Professora Adjunta de Direito 
Processual Civil da Faculdade de Educação 
Superior do Paraná – FESP-PR. 
Professora Adjunta da Graduação e Pós-
Graduação de Direito Processual Civil do 
Centro Sul-americano de Ensino Superior 
(Faculdade de Direito de Francisco Beltrão-PR) 
– CESUL. 
Professora Colaboradora do Centro 
Universitário Autônomo do Brasil – UniBrasil. 
Professora convidada de Direito Processual 
Civil da Escola Superior da Magistratura Federal do Estado do Paraná – ESMAFE, Pós Graduação 
da Universidade Positivo e Pós-Graduação da Universidade do Contestado. 
A 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
4 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
Membro da Comissão de Estágio e Exame de Ordem da OAB/PR (20112013). 
Membro da Comissão da Mulher Advogada da OAB Subseção de ColomboPR (2019-2021). 
Filiada ao IBRAJUS – Instituto Brasileiro de Administração do Sistema Judiciário e professora 
associada ao Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito – CONPEDI 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
5 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
MINHA HISTÓRIA COM O DIREITO 
 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
6 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
unca fui aquela criança que tem uma 
profissão fixa na cabeça. Já quis ser 
arquiteta, médica veterinária, bailarina, 
atriz... Aos 16 anos comecei a fazer estágio 
em órgão público relacionado ao Direito 
Previdenciário. O que passou a despertar 
muito meu interesse, quando participava das 
sessões de julgamento, em especial quando 
as relatoras chegavam com os processos – 
todos físicos na época – e muito bem 
vestidas, falando termos técnicos. 
Nesse momento, acho que o Direito me 
escolheu e no ano seguinte comecei a cursar 
Direito na PUC-PR. Na faculdade, meu primeiro 
interesse foi pelo Direito Penal (e quem não se 
apaixona por essa disciplina, não é mesmo?) 
mas sempre fiz estágio, do início ao fim da 
faculdade – pois ajudava no pagamento dos 
meus estudos – envolvendo as áreas de Direito 
Civil e Direito Administrativo, o que me 
conduziu ao estudo e paixão pelo Direito 
Processual Civil. Sempre estudiosa e dedicada, 
obtive sempre boas notas. Era esforçada e 
passava os domingos fazendo fichamentos e 
resumos das matérias. 
Tive vários professores e professoras 
inspiradoras, mas uma em especial. Sabe aquela pessoa que você pensa: “quando crescer quero 
ser igual a você?” Então! Ela despertou a paixão pelo Processo Civil, foi minha orientadora na 
N 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
7 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
graduação e na pós graduação, me chamou pra trabalhar com ela e, principalmente, despertou 
a vontade de ser professora! Ela trabalhava tanto, lecionava em mil lugares, sempre fina, chic, 
elegante e com um amor ímpar por ensinar... Não queria nada diferente disso na minha vida. 
Com o curso de graduação chegando ao fim e eu fazendo estágio em órgão público aquele 
pensamento: “o que vou fazer quando me formar” começou a povoar minha cabeça. Não seria 
possível ser efetivada em órgão público e eu precisava e queria trabalhar. Então, no meu último 
ano, mudei meu turno pra noite e passei a fazer dois estágios: um no órgão público e outro num 
escritório de advocacia de um conhecido da minha mãe (na época era possível vários estágios). 
Então trabalhava num lugar pela manhã, à tarde em outro, à noite ia para a faculdade e 
quando voltava ainda ia escrever minha monografia e estudar para a OAB. E toda essa logística 
fazia a pé ou de ônibus, pegava carona com as amigas, mas sempre no salto alto (coitados dos 
sapatos!). Era uma loucura! Me formei e fui efetivada no escritório. Aprendi muito, trabalhei 
muito e muito embora gostasse da advocacia, não era assim uma paixão. Ainda faltava algo em 
minha vida profissional... Fiz uma Pós Graduação em Direito Processual Civil e no ano seguinte 
já engatei um Mestrado na mesma instituição. 
Queria ser professora, queria saber se levava jeito e se era minha verdadeira vocação. Foi 
então que participando de um processo seletivo – ainda mestranda – fui aprovada no concurso 
para professor de Direito Processual Civil de uma faculdade em um Município vizinho de 
Curitiba. Eu tinha apenas 24 anos, recém formada, recém casada, no começo meu esposo me 
levava e buscava. Eu nem carro tinha! Mal tinha aprendido a dirigir e encarava 40km de rodovia 
todas as noites! Sim, tudo isso para viver minha paixão! As pessoas questionavam por que todo 
esse sacrifício? Por um salário de menos de 1/3 do que eu recebia no escritório? Aliás, as 
pessoas ainda questionam por que viajo hoje cerca de 470km toda semana para lecionar... 
Sem experiência alguma, lembro que fiquei ensaiando no espelho minha primeira aula um 
mês antes. Tinha muito medo de errar, de não dar conta. Optei por usar óculos para 
transparecer uma aparência mais séria, pois tinha receio de não ser bem recebida em 
decorrência da idade. Mas como num passe de mágica todos esses medos foram simplesmente 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
8 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
dissipados. Comecei lecionando a disciplina de Teoria Geral do Processo e logo fui assumindo 
outras cadeiras de Processo Civil. 
O reconhecimento dos alunos, a dedicação e persistência, além da minha sempre 
transparente paixão me fizeram além de professora titular de Processo Civil, também 
coordenadora do Curso de Direito dois anos mais tarde. Por que não saía do escritório para se 
dedicar tão somente à docência? Financeiramente, não podia deixar o escritório e, assim, 
trabalhava o dia todo e ia pra faculdade todas as noites, chegava em casa passado das 23h mas 
não ligava pois quando estava na sala de aula me realizava completamente. 
Só quem encontra sua verdadeira vocação sabe o que é esse sentimento, pois como diz o 
ditado: “você não escolhe suas paixões, suas paixões escolhem você”. Lembro que quando 
estava na Coordenação do Curso, recebi o currículo de uma antiga professora minha para dar 
aula na instituição. Talvez essa professora nem se lembrasse de mim, mas eu me lembrava por 
ter ela sido responsável por uma nota baixa na faculdade – única, diga-se de passagem – 
decorrente de um desentendimento no qual a professora extrapolou o limite acadêmico, na 
minha opinião. 
Mas independente desse fato, dei a oportunidade e ela foi aprovada na seleção, pois, de fato, 
era a mais bem qualificada para o cargo. E não seria justo, correto, tampouco honesto, privar 
meus alunos de terem aula com uma excelente profissional em razão de uma “picuinha” 
acadêmica. Assim, eu a contratei, mas logo depois ela foi lecionar em outra instituição mais 
próxima da sua residência. E tudo isso para dizer que não podemos guardar rancor, que 
devemos ser humildes, pois a verdadeira competição é conosco. Você deve se superar, você 
deve transpor suas próprias metas, sem enganar, sem puxar o tapete de ninguém e sem 
acreditar que suas metas são as metas de todo mundo. 
Cada um tem sua vida, sua história e deve buscar sua própria felicidade.No ano seguinte, 
encerrando o mestrado, comecei a participar de outros processos seletivos que me permitiram 
ingressar em outras instituições. Muitos colegas buscam a docência como um complemento à 
carreira jurídica, seja ela a esfera pública ou a advocacia. No meu caso, a docência sempre foi a 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
9 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
protagonista. A paixão pela docência, o amor, a dedicação e o reconhecimento superam 
qualquer vantagem financeira. 
Como já disse Confúcio, “Escolha um trabalho que você ama e você nunca terá que trabalhar 
um dia sequer na vida”. E é assim mesmo que me sinto. Trabalho como todo mundo, tenho e 
preciso de dinheiro como todo mundo, mas compreender o aluno, passar o conteúdo de forma 
que os alunos realmente assimilem, discutam, provocar o pensamento crítico, fazê-los se 
apaixonar pela disciplina são coisas que não tem preço pra mim. O olhar atento ou a lembrança 
depois de anos dizendo: “professora, caiu tal coisa na prova e eu me lembrei de você”, ou 
“lembrei daquele exemplo” transpassam qualquer sacrifício ou qualquer questão econômica. 
Aristóteles já dizia que “sentir prazer no que faz torna o trabalho perfeito”. Não acredito em 
qualquer outra perfeição a não ser a divina, mas que torna o trabalho leve, alegre e 
infinitamente insubstituível na minha vida, com toda certeza. 
Ao longo de 12 anos de docência tive a oportunidade de conhecer pessoas incríveis, alunos 
que me ensinaram muito mais do que eu pude compartilhar, alunos que me cativaram. E não 
digo apenas dos alunos absolutamente aplicados pois cada um traz na sua essência um pouco 
a ensinar, a aprender e a compartir. Guardo dentro do meu coração um pedacinho de cada um 
deles. De todos eles. São tantas lembranças, tanto carinho, que o reconhecimento de cada um 
sempre vai me emocionar e me conduzir na certeza de estar trilhando o caminho certo, sempre 
apaixonada pela minha profissão. 
Vamos para o conteúdo. 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
10 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
EMBARGOS 
 
 
1. CONCEITO: recurso para suprir irregularidade formal de alguma decisão judicial. Não 
possui caráter de reforma ou anulação, mas sim de integração da decisão judicial. 
É um recurso sui generis, especial, pois deve ser dirigido ao próprio juiz que proferiu a decisão 
judicial da qual se recorre. 
2. CABIMENTO: nos termos do art. 1.022, cabem embargos de declaração contra qualquer 
decisão judicial (sentença, acórdão, decisão interlocutória, decisão dos tribunais superiores) 
para: 
 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
11 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
- esclarecer obscuridade; 
- eliminar contradição; 
- suprir omissão; 
- corrigir erro material 
MAS NO QUE CONSISTEM CADA UMA DESSAS HIPÓTESES? 
OBSCURIDADE refere-se à decisão incompreensível ou que admite várias interpretações. 
CONTRADIÇÃO refere-se à controvérsia interna, dentro da própria decisão. 
OMISSÃO refere-se à decisão em que o juiz deixou de se pronunciar sobre um ponto ou 
questão. Também se considera omissa a decisão nos casos do parágrafo único do art. 1.022, 
quais sejam: decisão que não acolhe tese firmada em recurso repetitivo ou em incidente de 
assunção de competência; e decisão que incorra em qualquer das hipóteses do art. 489, §1º do 
CPC – ausência de fundamentação da decisão judicial. 
ERRO MATERIAL é o erro grosseiro, visível de imediato, por exemplo: erro de grafia. 
Lembrando que o erro material pode ser corrigido de ofício pelo juiz (não sofre preclusão pro-
judicato), mas caso o juiz não corrija de ofício cabem Embargos de Declaração. 
3. EFEITOS: a) efeito devolutivo (para o próprio juiz que proferiu a decisão), b) efeito 
translativo (possibilidade do juiz conhecer de ofício matérias de ordem pública, ainda que não 
impugnadas) e c) efeito interruptivo, ou seja, interrompe o prazo para interposição de outros 
recursos eventualmente cabíveis contra a decisão (exemplo: diante de uma sentença omissa, 
primeiro embargos de declaração para suprir omissão e depois, diante da interrupção do prazo, 
apelação). Lembre-se que o efeito interruptivo aplica-se a qualquer das partes, e não apenas 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
12 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
àquela que embargou, aplica-se a todos os capítulos da decisão, e não apenas aos capítulos 
impugnados, aplica-se, igualmente, no âmbito dos juizados Especiais (com a atual redação do 
art. 1.065 do CPC, alterandose o art. 50 da lei n. 9.099/95), aplica-se mesmo quando os 
embargos não são conhecidos e mesmo quando procrastinatórios, exceto quando se tratar da 
terceira interposição sucessiva (art. 1.026, parágrafo 4º do CPC). 
OBSERVAÇÃO 1: Os Embargos de Declaração não tem efeito suspensivo (art. 1.026) mas 
eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respectivo juiz ou relator 
se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a 
fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação. Ou seja, efeito 
suspensivo somente ope judis. 
OBSERVAÇÃO 2: Os Embargos de Declaração como regra não tem efeito modificativo, pois 
seu objetivo é apenas a integração da decisão judicial impugnada. No entanto, ao se suprir a 
omissão, eliminar a contradição, esclarecer a obscuridade ou corrigir o erro material, é sempre 
possível que a decisão de resposta aos embargos altere substancialmente o teor da decisão 
embargada. Por exemplo, o juiz havia julgado procedente o pedido condenatório de dano 
material. No entanto, não se pronunciou a respeito do pedido de dano moral. Quando a parte 
oferecer embargos de declaração para suprir omissão, a resposta dos embargos irá conceder 
dano moral ou negar o dano moral solicitado, alterando-se o conteúdo da decisão. Nessas 
hipóteses os embargos de declaração terão efeito modificativo. 
4. TEMPESTIVIDADE: de acordo com o art. 1.023 do CPC os Embargos de Declaração devem 
ser opostos no prazo de 5 dias úteis, para o próprio juiz que proferiu a decisão. 
ATENÇÃO: Aplica-se aos embargos o art. 229 do CPC que determina a prerrogativa de prazo 
em dobro no caso de litisconsortes com diferentes procuradores, de escritórios diferentes e em 
autos físicos. Para autos eletrônicos não incide tal prerrogativa. 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
13 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
5. PREPARO: de acordo com o art. 1.023 do CPC os Embargos de Declaração não se sujeitam 
ao preparo. 
6. PROCEDIMENTO: Recebidos os Embargos de Declaração em petição escrita no prazo de 
5 dias para o juízo que proferiu a decisão, apontando a irregularidade formal (omissão, 
obscuridade, contradição ou erro material), o juiz intimará o embargado para, querendo, 
manifestar-se sobre os embargos no prazo de 5 dias, em caso de modificação da decisão 
embargada, apenas. O juiz julgará s embargos em 5 dias. 
ATENÇÃO: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROTELATÓRIOS: Nos termos do parágrafo 2º do 
art. 1.026 do CPC, quando os embargos forem manifestamente protelatórios, o juiz ou o 
tribunal, declarando que o são, condenará o embargante a pagar ao embargado, multa não 
excedente de 2% sobre o valor da causa. No caso de reiteração de embargos protelatórios, a 
multa pode ser elevada a até 10%, ficando condicionada a interposição de qualquer outro 
recurso ao depósito do valor respectivo, exceto no caso da Fazenda Pública e do beneficiário da 
justiça gratuita, que poderão recolhê-la no final (art. 1.026, §§ 2º e 3º do CPC). O §4º do art. 
1.026 do CPC limita o número de embargos protelatórios em até 2, impedindo a interposição 
dos terceiros embargos. Os Embargos declaratórios para fins de prequestionamento 
(lembrando que o CPC/15 firmou o entendimento do prequestionamento ficto no art. 1.025)não são considerados protelatórios (Súmula n. 98/STJ). 
QUESTÕES OBJETIVAS PARA FIXAÇÃO: 
1. (XXIV EOAB) Arthur ajuizou ação perante o Juizado Especial Cível da Comarca do Rio de 
Janeiro, com o objetivo de obter reparação por danos materiais, em razão de falha na 
prestação de serviços pela sociedade empresária Consultex. A sentença de improcedência dos 
pedidos iniciais foi publicada, mas não apreciou juridicamente um argumento relevante 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
14 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
suscitado na inicial, desconsiderando, em sua fundamentação, importante prova do nexo de 
causalidade. Arthur pretende opor embargos de declaração para ver sanada tal omissão. 
Diante de tal cenário, assinale a afirmativa correta. 
A) Arthur poderá opor embargos de declaração, suspendendo o prazo para interposição de 
recurso para a Turma Recursal. 
B) Os embargos não interrompem ou suspendem o prazo para interposição de recurso para 
a Turma Recursal, de modo que Arthur deverá optar entre os embargos ou o recurso, sob pena 
de preclusão. 
C) Eventuais embargos de declaracao interpostos por Arthur interromperao o prazo para 
interposicao de recurso para a Turma Recursal. 
D) Arthur não deverá interpor embargos de declaração pois estes não são cabíveis no ambito 
de Juizados Especiais. 
2. (TRF 2019) Em ação de obrigação de fazer movida pela União contra Francisco, o juiz 
proferiu sentença acolhendo o pedido e deferindo, no mesmo ato, a antecipação dos efeitos da 
tutela, para que o réu desse cumprimento à obrigação no prazo de dez dias, sob pena de multa 
diária. O réu então interpôs, tempestivamente, embargos de declaração, arguindo omissão da 
sentença acerca da ocorrência de prescrição, matéria que até então não fora suscitada no 
processo. Nesse caso, os embargos declaratórios. 
a) não são cabíveis, pois não poderia haver omissão quanto a matéria que nem mesmo fora 
invocada pelas partes; ainda assim, a mera interposição dos embargos suspende o prazo para a 
interposição do recurso de apelação, bem como a eficácia da sentença embargada. 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
15 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
b) não são cabíveis, pois não poderia haver omissão quanto a matéria que nem mesmo fora 
invocada pelas partes; ainda assim, a mera interposição dos embargos interrompe o prazo para 
a interposição do recurso de apelação, mas não suspende a eficácia da sentença embargada. 
c) são cabíveis, pois a prescrição é matéria sobre a qual o juiz deve se pronunciar de ofício; 
ademais, a mera interposição dos embargos interrompe o prazo para a interposição do 
recurso de apelação, mas não suspende a eficácia da sentença embargada. 
d) são cabíveis, pois a prescrição é matéria sobre a qual o juiz deve se pro- 
nunciar de ofício; ademais, a mera interposição dos embargos suspende o prazo para a 
interposição do recurso de apelação, mas não a eficácia da sentença embargada e) são cabíveis, 
pois a prescrição é matéria sobre a qual o juiz deve se pronunciar de ofício; ademais, a mera 
interposição dos embargos interrompe o prazo para a interposição do recurso de apelação, 
além de suspender a eficácia da sentença embargada. 
3. (Procurador do Município 2019) Marli propôs ação contra uma loja de eletrodomésticos 
na cidade onde reside. Na petição inicial, pediu a indenização por danos materiais causados pela 
explosão do equipamento adquirido na loja. A loja de eletrodomésticos apresentou contestação 
e a ação foi julgada procedente pelo juiz. Na sentença publicada, o juiz condenou a loja à 
indenização por R$ 10.000,00 (dez mil reais) a serem pagas em 8 (oito) parcelas de R$ 1.000,00 
(mil reais), bem como omitiu-se em relação ao nome da parte autora. Diante da situação 
hipotética, assinale a alternativa correta em relação às possibilidades de correção da sentença. 
a) O juiz poderá corrigir de ofício a omissão do nome da parte autora, mas só poderá 
corrigir o número de parcelas a pedido da parte. 
b) Para correção do nome da parte autora, Marli poderá opor embargos de 
declaração, mas, para corrigir o número de parcelas, é necessária a interposição de apelação. 
c) Depois de publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la por meio de 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
16 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
embargos de declaração. 
d) O juiz só poderá corrigir a omissão do nome da parte autora a pedido de 
uma das partes, mas poderá corrigir de ofício o número de parcelas. 
e) O juiz pode corrigir, de ofício ou a requerimento da parte, tanto a 
omissão do nome da autora quanto o número de parcelas. 
MODELO DE PEÇA DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
JUÍZO DE DIREITO DA ___VARA CÍVEL DA COMARCA DE .... DO ESTADO DE .... (se decisão 
proferida pelo 1º grau de jurisdição) 
(ou) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR ______________, 
RELATOR DA APELAÇÃO CÍVEL Nº _____________, EM TRÂMITE NA ____ª CÂMARA CÍVEL DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE..... (se decisão proferida pelo 2º grau de 
jurisdição) 
Autos n. ........ 
Fulano de Tal, já qualificado nos Autos da Ação ........., em que contende com Beltrano de Tal, 
igualmente já qualificado nos autos em epígrafe, em atenção à intimação de mov..... (fls...) da r. 
sentença (ou decisão interlocutória, ou acórdão) de fls. ...., vem, por seu advogado que esta 
subscreve, com fundamento nos arts. 1.022 a 1.026 do Código de Processo Civil, opor 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
17 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (COM EFEITOS INFRINGENTES, se for o caso de conceder efeito 
modificativo) pelas razões a seguir: 
I. PRELIMINARMENTE – DA CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO (se for o caso, demonstrar 
os requisitos do §1º do art. 1.026, CPC) 
II. DA OMISSÃO ou DA OBSCURIDADE ou DA CONTRADIÇÃO, ou DO ERRO MATERIAL) 
Conforme se depreende da r. decisão de mov. .... (fls...), notadamente na parte dispositiva 
(ou na fundamentação), ao julgar a causa, entendeu este douto Juízo que .... 
Porém, ocorre na r. decisão (sentença, decisão interlocutória ou acórdão) manifesta omissão 
(ou obscuridade, ou contradição, ou erro material) no julgamento quanto ao tópico relativo a 
..... (indicar o ponto omisso, ou, se for o caso, o erro, a obscuridade ou a contradição porventura 
existente na decisão). 
Com efeito, a mencionada (indica-se: omissão, contradição, obscuridade ou) é tanto real e 
verdadeira que necessário se faz proferir sentença (ou decisão interlocutória, ou acórdão) que 
esclareça a anterior, de forma a integrar a r. sentença (ou decisão interlocutória, ou acórdão). 
III. DO REQUERIMENTO 
Diante do exposto, requer-se o recebimento e provimento dos presentes Embargos de 
Declaração para o fim de que esclareça a r. decisão, desfazendo a (contradição, obscuridade, 
omissão ou erro material). 
(ou, se os embargos forem modificativos): 
Diante do exposto, requer-se o recebimento e provimento dos presentes Embargos de 
Declaração para o fim de sanar a (contradição, obscuridade, omissão ou erro) acima apontada, 
para, atribuindo efeitos infringentes aos presentes embargos, reforme a sentença (ou decisão 
interlocutória, ou acórdão) de mov... (fls...) no sentido de...... 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
18 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
Requer-se, ainda, que o embargado seja intimado para, no prazo de 5 dias úteis, possa 
oferecer as devidas contrarrazões. 
Termos em que pede e espera deferimento. 
Local, data. 
Assinatura do advogado/ OAB. 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
19 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
APELAÇÃO 
 
 
 
1. CONCEITO: recurso contra decisão judicial de 1º grau, visando tanto a reforma da decisão 
inteira ou de alguns capítulos da decisão (“errorin judicando”) ou a nulidade da decisão por ter 
desrespeitado o procedimento legal (“error in procedendo”). 
OBSERVAÇÃO: Entende-se por sentença o comando previsto no parágrafo 1º do art. 203 do 
CPC: “Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o 
pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase 
cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução” 
2. CABIMENTO: nos termos do art. 1.009, cabe apelação contra sentença de 1º grau 
(terminativa – art. 485 do CPC ou definitiva – art. 487 do CPC) EXCEÇÕES: a) sentenças 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
20 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
proferidas no âmbito dos Juizados Especiais (caso em que caberá “recurso inominado” para a 
respectiva Turma Recursal do Juizado Especial - art. 41 da Lei n. 9.099/95); b) sentenças 
envolvendo de um lado estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município 
ou pessoa física domiciliada no País, caso em que caberá Recurso Ordinário (art. 105, II, “c” da 
CF/88); c) sentenças proferidas em Execução Fiscal, cujo valor seja igual ou inferior a 50 OTN – 
Obrigações do Tesouro Nacional (caso em que não caberá recurso algum, salvo Embargos de 
Declaração – art. 34 da Lei n. 
6.830/80). 
3. EFEITOS: a) efeito devolutivo (para o juízo ad quem), b) efeito translativo (possibilidade 
do juiz conhecer de ofício matérias de ordem pública, ainda que não impugnadas); c) efeito 
suspensivo, ou seja, suspende os efeitos da decisão de 1º grau impugnada, até que seja decidida 
a Apelação em grau recursal; d) efeito regressivo, correspondente ao juízo de retratação 
(sucedâneo recursal previsto nas hipóteses do art. 331 e parágrafo 4º do art. 332 do CPC); e) 
efeito substitutivo (quando houver reforma da sentença, substituindo-se a anterior prolatada). 
OBSERVAÇÃO 1: sobre o EFEITO DEVOLUTIVO segue a regra do tantum devolutum quantum 
appellatum (art. 1.013 do CPC), quando a devolução pode ser total ou parcial (devolutividade 
sob a dimensão horizontal ou quanto à extensão). Todavia, TODAS as questões (pedidos) e 
fundamentos (de fato e de direito – argumentações) adstritos à parcela da impugnação são 
devolvidas ao tribunal, ainda que não tenham sido apreciadas uma ou algumas delas, são 
devolvidas ao tribunal (devolutividade sob a dimensão vertical, ou quanto à profundidade, que 
é sempre integral, também conhecido como efeito translativo - §§ 1º, 2º e 3º do art. 515/ art. 
1.013 do CPC). 
OBSERVAÇÃO 2: sobre o efeito SUSPENSIVO trata-se de efeito suspensivo ex lege, delineado 
no art. 1.012 do CPC, ou seja, como regra, a Apelação terá efeito suspensivo. Porém, 
excepcionalmente, nas hipóteses do parágrafo primeiro do art. 1.012, a Apelação terá apenas 
efeito devolutivo, caso em que a decisão impugnada produzirá seus efeitos normalmente. São 
 
 
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21 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
as seguintes hipóteses: I - homologa divisão ou demarcação de terras; II - condena a pagar 
alimentos; III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do 
executado; IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V - confirma, concede 
ou revoga tutela provisória; e, VI - decreta a interdição. 
Mas o fato dessas hipóteses determinarem a incidência apenas do efeito devolutivo, nada 
impede que tal efeito possa ser obtido, desde que se requeira e prove os requisitos do §4º do 
art. 1.012 do CPC. Trata-se do efeito suspensivo ope judicis. 
OBSERVAÇÃO 3: O CPC/15 trouxe a positivação da “Teoria da Causa Madura”, no parágrafo 
3º do art. 1.013 do CPC, sendo a qual, se o processo estiver em condições de imediato 
julgamento pelo tribunal – juízo ad quem – este deverá julgar desde logo o mérito quando: I - 
reformar sentença fundada no art. 485 ; II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela 
congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; III - constatar a omissão no exame 
de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV - decretar a nulidade de sentença por 
falta de fundamentação. 
4. TEMPESTIVIDADE: nos termos do art. 1.003, parágrafo 5º do CPC, o prazo para 
interposição da Apelação é de 15 dias úteis contados da intimação da decisão (em audiência, se 
prolatada; ou por mandado, se proferida), o qual poderá ser em dobro nas hipóteses dos arts. 
180, 183 e 229 do CPC. 
ATENÇÃO: Aplica-se à Apelação o art. 229 do CPC que determina a prerrogativa de prazo em 
dobro no caso de litisconsortes com diferentes procuradores, de escritórios diferentes e em 
autos físicos. Para autos eletrônicos não incide tal prerrogativa. 
5. PREPARO: de acordo com o art. 1.007 do CPC a Apelação está sujeita ao preparo. 
OBSERVAÇÃO 1: Nos termos do parágrafo 1º do art. 1.007 do CPC, estão dispensados do 
preparo inclusive porte de remessa e de retorno (em autos físicos – art. 1.007, parágrafo 3º), os 
 
 
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22 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, 
pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. 
OBSERVAÇÃO 2: A ausência ou insuficiência do preparo é um vício de admissibilidade 
sanável, cabendo ao juízo ad quem intimar o Apelante para recolhimento em dobro (no caso de 
ausência) ou complementação (no caso de insuficiência), nos termos dos parágrafos 2º e 4º do 
art. 1.007 do CPC. 
6. PROCEDIMENTO: A apelação deverá ser proposta em petição escrita, da seguinte forma: 
A primeira folha da peça, denominada folha de rosto, deverá ser endereçada ao juízo que 
proferiu a decisão (juízo a quo), indicando as partes Apelante e Apelada e suas respectivas 
qualificações, a referência ao recurso interposto, o fundamento legal, bem como a intimação 
do Apelado para querendo, oferecer contrarrazões, com a consequente remessa dos autos ao 
juízo ad quem (tribunal). Note que o juízo a quo NÃO faz exame de admissibilidade, apenas 
recebe a Apelação, podendo exercer juízo de retratação e, caso contrário, intima a parte 
contrária para oferecimento das contrarrazões, remetendo tudo ao juízo ad quem. 
No juízo ad quem, a Apelação será distribuída para uma Câmara Cível, e o relator realizará o 
exame de admissibilidade. Pode o relator decidir, nos termos do art. 932, incisos III a V, 
declarando, em decisão monocrática, ser a Apelação inadmissível, contrária à Súmula ou IRDR. 
Se não for esse o caso, passará ao exame de mérito. As razões de Apelação (da segunda folha 
em diante da peça) devem identificar as partes e trazer os fundamentos (error in judicando ou 
error in procedendo), requerendose, ao final, que o recurso seja conhecido e provido para o fim 
de reformar a decisão ou invalidá-la. Após a elaboração do voto pelo relator, a Apelação será 
incluída em pauta para julgamento, designando-se sessão na qual caberá sustentação oral das 
razões de Apelação. Ao final, os demais desembargadores poderão votar conforme o relator, 
 
 
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23 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
divergente do relator ou, ainda, pedir vistas dos autos, designando-se próxima sessão para 
julgamento. 
O resultado do julgamento é o acórdão, proferido por decisão colegiada do tribunal. 
OBSERVAÇÃO 1: Existindo sucumbência recíproca das partes, ou seja, diante de uma 
sentença de procedência parcial, ambas as partes podem interpor independentemente suas 
respectivas Apelações. No entanto, caso apenas uma das partes interponha Apelação, a outra 
será intimada para oferecer contrarrazões e, nesse mesmo prazo das contrarrazões, poderá 
interpor Apelação de forma Adesiva. É o chamado “Recurso Adesivo”, previsto no art. 997 do 
CPC, que, na realidade, não é mais uma modalidade de recurso, e sim umaforma de se recorrer 
quando houver sucumbência recíproca. Mas CUIDADO: o Recurso Adesivo é subordinado ao 
recurso principal e apenas cabível na Apelação, Recurso Especial e Recurso Extraordinário. 
OBSERVAÇÃO 2: O CPC/15 criou a chamada “Técnica de Ampliação do Colegiado” ou 
“Ampliação do Julgamento”, prevista no art. 942. Consiste a técnica basicamente em suspender 
a sessão do julgamento até que se convoque novos julgadores em quantidade apta a alterar a 
decisão atacada. Deve ser aplicada de ofício, independentemente de requerimento das partes, 
com o objetivo de aprofundar a discussão a respeito da controvérsia fática ou jurídica sobre a 
qual houve dissidência. Mas só é cabível quando a decisão for não unânime, proferida pelo 
colegiado de uma turma do tribunal, exceto decisão do Plenário e da Corte Especial. O novo 
julgamento “ampliado” permite, igualmente, a sustentação oral do recurso. 
QUESTÕES OBJETIVAS PARA FIXAÇÃO: 
1. (XXIV EOAB) Arthur ajuizou ação perante o Juizado Especial Cível da Comarca do Rio de 
Janeiro, com o objetivo de obter reparação por danos materiais, em razão de falha na prestação 
de serviços pela sociedade empresária Consultex. A sentença de improcedência dos pedidos 
iniciais foi publicada, mas não apreciou juridicamente um argumento relevante suscitado na 
 
 
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24 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
inicial, desconsiderando, em sua fundamentação, importante prova do nexo de causalidade. 
Arthur pretende opor embargos de declaração para ver sanada tal omissão. Diante de tal 
cenário, assinale a afirmativa correta. 
A) Arthur poderá opor embargos de declaração, suspendendo o prazo para interposição de 
recurso para a Turma Recursal. 
B) Os embargos não interrompem ou suspendem o prazo para interposição de recurso para 
a Turma Recursal, de modo que Arthur deverá optar entre os embargos ou o recurso, sob pena 
de preclusão. 
C) Eventuais embargos de declaração interpostos por Arthur interromperam o prazo para 
interposição de recurso para a Turma Recursal. 
D) Arthur não deverá interpor embargos de declaração pois estes não são cabíveis no âmbito 
de Juizados Especiais. 
2. José ajuizou ação de indenização por danos morais, materiais e estéticos em face de Pedro. 
O juiz competente, ao analisar a petição inicial, considerou os pedidos incompatíveis entre si, 
razão pela qual a indeferiu, com fundamento na inépcia. Nessa situação hipotética, assinale a 
opção que indica o recurso que José deverá interpor. 
A) Apelação, sendo facultado ao juiz, no prazo de cinco dias, retratar se do 
pronunciamento que indeferiu a petição inicial. 
B) Apelação, sendo os autos diretamente remetidos ao Tribunal de Justiça após a citação de 
Pedro para a apresentação de contrarrazões. 
C) Apelação, sendo que o recurso será diretamente remetido ao Tribunal de Justiça, sem a 
necessidade de intimação do réu para apresentação de contrarrazões. 
 
 
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25 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
D) Agravo de Instrumento, inexistindo previsão legal de retratação por parte do magistrado. 
3. Juma de Oliveira propôs demanda contra Epitácio da Silva, que tramita numa das Varas 
comuns de São Paulo, cujo objeto é a condenação do réu por danos materiais e morais. Um dos 
pedidos da petição inicial foi a concessão de liminar de tutela provisória de urgência antecipada 
incidental, que restou indeferida pelo juiz. Mais adiante, na audiência de instrução e 
julgamento, Epitácio ofereceu contradita a uma das testemunhas de Juma, o que foi indeferido. 
Ao final, a ação foi julgada parcialmente procedente. Juma recorreu e Epitácio não. Na data de 
hoje, Epitácio foi intimado para oferecer o contraditório ao recurso interposto por Juma. Diante 
dos fatos, nos termos do texto processual de 2015, assinale a alternativa correta 
a) O recurso contra a sentença de parcial procedência interposto por juma é o de 
Apelação, que se no Tribunal for provida por maioria de votos, poderá ser objeto de Embargos 
Infringentes. 
b) O recurso que Epitácio pode interpor contra o indeferimento da contradita na 
audiência de instrução e julgamento é o Agravo Retido. 
c) Contra a decisão que indeferiu a liminar, Epitácio poderá interpor o recur- 
so de Agravo de Instrumento, sendo-lhe vedado, no entanto, interpor Recurso Adesivo à 
Apelação. 
d) No caso apresentado, Epitácio poderá oferecer Contrarrazões de Ape- 
lação, e se for de seu interesse, interpor Recurso de Apelação na forma adesiva. 
e) O novo CPC não autoriza o ingresso de Agravo de Instrumento contra o 
indeferimento da liminar dado o rol taxativo que se impõe a este recurso. 
 
 
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26 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
MODELO DE PEÇA DE APELAÇÃO 
1ª FOLHA: PEÇA DE INTERPOSIÇÃO 
AO JUÍZO DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE APUCARANA DO ESTADO DO 
PARANÁ 
FULANO de TAL (apelante), já qualificado nos autos da Ação Tal, processo em epígrafe, que 
move em face de (ou que lhe move) BELTRANO de TAL (apelado), também já qualificado nos 
autos, vem, por via de seu procurador que esta subscreve, não se conformando com a sentença 
proferida às fl... (mov. ...), interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO, com base nos arts. 
1.009 a 1.014 do Código de Processo Civil, requerendo, na oportunidade, que o recorrido seja 
intimado para, querendo, ofereça as contrarrazões e, ato contínuo, sejam os autos, com as 
razões anexas, remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná para os fins de 
mister. 
Termos em que pede deferimento. 
Local e data. 
Advogado 
OAB..... 
2ª FOLHA : RAZÕES RECURSAIS 
Apelante: Fulano 
 
 
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27 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
Apelado: Beltrano 
Origem: processo nº XXXXXX, 1ª Vara Cível (Comarca de Apucarana-PR) 
EGRÉGIO TRIBUNAL, 
COLENDA CÃMARA. 
Eméritos Desembargadores, 
I – DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS 
1.1 Da tempestividade (provar feriados locais) 
1.2 Do preparo (salvo se beneficiário da Justiça Gratuita) 
1.3 Do cabimento (especial se for o caso de insurgir também contra decisões 
interlocutórias não agraváveis – art. 1.009, §1º, CPC) 
1.4 Da Legitimidade 
II - BREVE SÍNTESE 
Trata-se de ação de cobrança em que o autor, ora apelante, requer que...... Requer ainda......, 
tendo juntado provas documentais....e requerido prova testemunhal. 
Em sede de contestação, o requerido, ora apelado, alegou....... 
Intimado, o autor apresentou réplica, às fls....., apontando..... e reiterando os termos da 
exordial. 
 
 
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28 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
Sem êxito a tentativa de acordo, passou-se a instrução, onde foram ouvidas as testemunhas 
do autor e do réu, às fls......, e, findos os debates orais, o nobre magistrado prolatou a sentença, 
julgando totalmente improcedentes os pedidos formulados pelo requerente. 
No entanto, como será demonstrado a seguir, a sentença não merece prosperar, devendo 
ser reformada (ou cassada). 
III – RAZÕES DA REFORMA (OU DA NULIDADE) 
A r. sentença proferida pelo juiz a quo na Ação de Cobrança proposta pela apelante em face 
do apelado, julgando o seu pedido improcedente, deve ser modificada na sua totalidade (ou 
parcialmente), uma vez que a importância reivindicada na inicial traduz-se em uma obrigação 
de única e inteira responsabilidade do comprador, conforme previsão contratual. 
A afirmação acima evidenciada, nos termos dos documentos acostados aos autos, encontra 
respaldo no fato de que vigoram no direito brasileiro, como vigas mestras de sustentação das 
relações jurídicas, os princípios da liberdade de contratar e do efeito vinculante dos contratos, 
entendimento este corroborado pela jurisprudência pátria, in verbis: 
“........”.Ainda, no mesmo sentido, são lícitas, em geral, todas as condições que a lei não vedar 
expressamente, daí não havendo outro entendimento para o caso em questão, deve a sentença 
atacada ser REFORMADA (ou nulidade, depende do que se alegar) nos termos do pedido 
contido na inicial. 
IV – REQUERIMENTO 
 
 
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29 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
Diante do exposto, o Apelante requer que o presente recurso de apelação seja CONHECIDO 
e, quando de seu julgamento, seja totalmente PROVIDO para reformar (ou anular) a sentença 
recorrida, no sentido de .... 
Termos em que pede deferimento. 
Loca e data 
Advogado 
OAB... 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
 
 
1. CONCEITO: recurso contra decisão interlocutória (pronunciamento judicial de natureza 
decisória que não é sentença – art. 203, parágrafo 2º do CPC). 
 
 
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30 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
2. CABIMENTO: nos termos do art. 1.015 do CPC, cabe agravo de instrumento contra as 
decisões previstas nos onze incisos e parágrafo único do respectivo artigo. 
São elas: I - tutelas provisórias; II - mérito do processo; III - rejeição da alegação de convenção 
de arbitragem; IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; V - rejeição do 
pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; VI - exibição ou 
posse de documento ou coisa; VII - exclusão de litisconsorte; VIII - rejeição do pedido de 
limitação do litisconsórcio; IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; X - 
concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; XI - 
redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, §1º; além de outros casos previstos em 
lei. outros casos expressamente referidos em lei. Também caberá agravo de instrumento contra 
decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de 
sentença, no processo de execução e no processo de inventário. 
A ideia do legislador foi no sentido de criar um rol taxativo no art. 1.015, ao mesmo tempo 
em que criou um sistema de ausência de preclusão das decisões interlocutórias não previstas 
no referido artigo. Dessa forma, as decisões interlocutórias com previsão no art. 1.015 podem 
ser, de imediato, atacáveis por agravo de instrumento e, as demais decisões interlocutórias sem 
previsão no art. 1.015 podem ser alegadas ao final do processo em eventual recurso de 
Apelação contra a sentença. No entanto, desde a entrada em vigor do CPC/15, em 18 de março 
de 2016, tal sistemática trouxe muita polêmica, justamente pelo art. 1.015 não abarcar todas 
as hipóteses que talvez devessem ser impugnadas imediatamente pela via do agravo de 
instrumento. 
Assim, os autores Fredie Didier Jr e Leonardo da Cunha entenderam, num primeiro momento, 
que o rol do art. 1.015 é taxativo, porém cada uma das suas hipóteses seria exemplificativa, 
citando-se como exemplo a decisão interlocutória que trata da competência. Não se encontra 
nenhum inciso do art. 1.015 que verse sobre competência, mas para os autores, a decisão 
interlocutória que trata da competência seria exemplificativa do inciso III, que trata da rejeição 
da convenção de arbitragem. 
 
 
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31 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
Apenas em 05 de dezembro de 2018, o Superior Tribunal de Justiça, ao julgar os Recursos 
Especiais n. 1.696.396 e n. 1.704.520, entendeu, por maioria (7x5) que o rol do art. 1.015 é 
taxativo, não admitindo interpretação extensiva ou exemplificativa. 
A relatora, Ministra Nancy Andrigui entendeu que “Um rol que pretende ser taxativo 
raramente enuncia todas as hipóteses vinculadas a sua razão de existir, pois a realidade, 
normalmente, supera a ficção, e a concretude torna letra morta o exercício de abstração 
inicialmente realizado pelo legislador”. Por outro lado, “uma interpretação extensiva ou 
analógica mostra-se igualmente ineficaz”. 
Portanto, decidiu-se pela taxatividade mitigada, ou seja, o rol é taxativo, apenas aquelas 
hipóteses previstas no art. 1.015 podem ser atacadas por meio de agravo de instrumento. 
Porém, caso haja alguma outra hipóteses não prevista no art. 1.015, mas que em razão da 
urgência, seja imprescindível decidi-la agora, tornando-se absolutamente inócua sua arguição 
posterior, é possível interpor agravo de instrumento. 
Esse igualmente foi a tese adotada no Tema n. 988 de recursos repetitivos: “O rol do art. 
1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de 
instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão 
no recurso de apelação.” 
Veja, é diferente de tentar encaixar hipótese dentro do artigo. Não são hipóteses. São 
situações analisadas caso a caso. Leia a decisão do recurso Especial n. 1.704.520: 
https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequenci
al=1731786&num_registro=201702719246&data=20181219&formato=PDF 
https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1731786&num_registro=201702719246&data=20181219&formato=PDF
https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1731786&num_registro=201702719246&data=20181219&formato=PDF
https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1731786&num_registro=201702719246&data=20181219&formato=PDF
https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1731786&num_registro=201702719246&data=20181219&formato=PDF
 
 
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32 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
O mesmo entendimento se verifica consolidado no Informativo n. 639 do Superior Tribunal 
de Justiça. Portanto, fica assentada a tese da taxatividade mitigada. Para toda decisão 
interlocutória com previsão no art. 1.015 deve-se ingressar com agravo de instrumento, 
invocando o respectivo inciso ou parágrafo único, sob pena de preclusão. Para aquelas 
hipóteses cuja urgência não justifique arguição posterior, deve-se interpor agravo de 
instrumento invocando a tese da taxatividade mitigada, justificando a situação. E, por fim, para 
todas as decisões interlocutórias que não têm previsão no art. 1.015, tampouco justificam a 
taxatividade mitigada, deve-se aguardar o trâmite normal do processo e, se for o caso, arguir 
em preliminar do Recurso de Apelação, em razão da ausência de preclusão das decisões 
interlocutórias. 
3. EFEITOS: a) efeito devolutivo (para o juízo ad quem), b) efeito translativo (possibilidade 
do juiz conhecer de ofício matérias de ordem pública ainda que não impugnadas). 
ATENÇÃO: Embora o recurso de agravo de instrumento seja, a princípio desprovido do efeito 
suspensivo (ou seja, não possui efeito suspensivo ex lege) que impediria a eficácia da decisão, 
o recorrente pode requerer que o relator, ao recebê-lo, atribua-lhe efeito suspensivo (efeito 
suspensivo ope judis) ou deferir em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão 
recursal, o chamado “efeito ativo” (art. 1.019, I, CPC). 
4. TEMPESTIVIDADE: nos termos do art. 1.003, parágrafo 5º do CPC, o prazo para 
interposição do Agravo de Instrumento é de 15 dias úteis contados da intimação da decisão, o 
qual poderá ser em dobro nas hipóteses dos arts. 180, 183 e 229 do CPC. 
ATENÇÃO: Aplica-se à Apelação o art. 229 do CPC que determina a prerrogativa de prazo em 
dobro no caso de litisconsortes com diferentes procuradores, de escritórios diferentes e em 
autos físicos. Para autos eletrônicos não incide tal prerrogativa. 
 
 
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33 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
5. PREPARO: de acordo com o art. 1.007 do CPC o Agravo de Instrumento está sujeita ao 
preparo. 
OBSERVAÇÃO1: Nos termos do parágrafo 1º do art. 1.007 do CPC, estão dispensados do 
preparo inclusive porte de remessa e de retorno (em autos físicos – art. 1.007, parágrafo 3º), os 
recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, 
pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. 
OBSERVAÇÃO 2: A ausência ou insuficiência do preparo é um vício de admissibilidade 
sanável, cabendo ao juízo ad quem intimar o Agravante para recolhimento em dobro (no caso 
de ausência) ou complementação (no caso de insuficiência), nos termos dos parágrafos 2º e 4º 
do art. 1.007 do CPC. 
6. PROCEDIMENTO: O Agravo de Instrumento deverá ser proposto em petição escrita, 
diretamente para o Tribunal (juízo ad quem). Será protocolado no Tribunal apenas o Agravo, o 
processo permanece no juízo de origem. 
A petição deve conter o nome e qualificação das partes, a exposição do fato e do direito, as 
razões da reforma da decisão interlocutória e o nome e endereço dos advogados do processo 
(art. 1.016 do CPC). 
Além disso, SE FOREM AUTOS FÍSICOS (art. 1.017, parágrafo 5º), o Agravo deverá ser instruído 
com peças obrigatórias: petição inicial, contestação, petição da decisão agravada, decisão 
agravada, intimação da decisão agravada e procurações dos advogados das partes (art. 1.017, I 
do CPC), tendo que justificar a ausência de eventuais peças. Além disso, podem ser juntadas 
peças facultativas, a critério do Agravante (art. 1.017, III do CPC). 
ATENÇÃO: Ainda em se tratando de AUTOS FÍSICOS, cumpre ao Agravante, nos 3 dias 
subsequentes à interposição do Agravo de Instrumento, peticionar ao juízo a quo (juízo de 1º 
grau) informando que interpôs Agravo de Instrumento e juntando, inclusive, uma cópia do 
 
 
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34 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
recurso (art. 1.018 do CPC). Tal regramento objetiva a possibilidade do juiz de origem 
reconsiderar sua decisão interlocutória (art. 1.019 do CPC). Contra essa decisão monocrática 
caberá Agravo Interno. 
Protocolado o Agravo de Instrumento e distribuído para uma das Câmaras Cíveis, o relator 
recebe o recurso e, se não for o caso de decidir nos termos do art. 932, incisos III e V, realiza o 
exame de admissibilidade. Em 5 dias, intima o Agravado para querendo, oferecer contrarrazões. 
Após, o relator solicita dia para julgamento colegiado em prazo não superior a 1 mês da 
intimação do Agravado (art. 1.020 do CPC). 
O resultado do julgamento é o acórdão, proferido por decisão colegiada do tribunal. 
ATENÇÃO: Não é cabível Agravo de Instrumento na modalidade adesiva (art. 997 do CPC). 
QUESTÕES OBJETIVAS PARA FIXAÇÃO: 
1. (XXII EOAB) Carlos ajuizou, em 18/03/2016, ação contra o Banco Sucesso, pelo 
procedimento comum, pretendendo a revisão de determinadas cláusulas de um contrato de 
abertura de crédito. 
Após a apresentação de contestação e réplica, iniciou-se a fase de produção de provas, tendo 
o Banco Sucesso requerido a produção de prova pericial para demonstrar a ausência de 
abusividade dos juros remuneratórios. A prova foi indeferida e o pedido foi julgado procedente 
para revisar o contrato e limitar a cobrança de tais juros. Sobre a posição do Banco Sucesso, 
assinale a afirmativa correta. 
A) Ele deve permanecer inerte em relação à decisão de indeferimento de produção de 
prova, mas poderá rediscutir a questão em preliminar de apelação. 
 
 
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35 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
B) Ele deve interpor recurso de agravo de instrumento contra a decisão que indeferiu a 
produção de prova. Não o tendo feito, a questão está preclusa e não admite rediscussão. 
C) Ele deve apresentar petição de protesto contra a decisão que indeferiu a produção de 
prova, evitando-se a preclusão, com o objetivo de rediscuti-la em apelação. 
D) Ele deve interpor recurso de agravo retido contra a decisão que indeferiu a produção de 
prova, evitando-se a preclusão, com o objetivo de rediscuti-la em apelação. 
2. Analise as proposições abaixo, a respeito dos recursos. 
I. É recebida apenas no efeito devolutivo a apelação interposta contra a sentença que 
confirma a antecipação dos efeitos da tutela. 
II. Das decisões interlocutórias proferidas em audiência cabe agravo retido, o qual deve ser 
interposto oralmente ou por escrito, dele devendo o Tribunal conhecer, por ocasião do 
julgamento do recurso de apelação, independentemente de requerimento nesse sentido. 
III. O agravo de instrumento será dirigido ao juiz que proferiu a decisão recorrida, o qual, 
depois de analisar os requisitos para sua admissibilidade, remeterá o recurso ao Tribunal. 
IV. Os embargos de declaração suspendem o prazo para a interposição de outros recursos 
apenas para a parte que houver interposto o recurso. De acordo com o Código de Processo Civil, 
é correto o que se afirma APENAS em: a) I e IV 
b) apenas I 
c) Apenas II 
d) II e IV 
e) II e III 
 
 
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36 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
MODELO DE PEÇA DE AGRAVO DE INSTRUMENTO 
1ª folha: FOLHA DE INTERPOSIÇÃO 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
TRIBUNAL ... 
Processo de Origem: nº XXXXXXXXXX 
Espécie: Ação de XXXXXXXX 
Agravante: XXXXXXXXX 
Advogado: XXXXXXXXX 
Agravado: XXXXXXXXX Advogado: 
XXXXXXXX 
AGRAVANTE...., qualificação completa, representado por seu advogado (qualificação, não se 
conformando com decisão interlocutória de fls., (mov....) do Douto Juízo de Direito da Vara... 
da Comarca ... proferida nos autos da ação ... vem, nos termos do art. 1.015, inciso ....., do CPC, 
interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO...com pedido de antecipação de tutela (efeito ativo), ou 
efeito suspensivo, observando-se o rito previsto nos artigos 1.019 e 1.020 do CPC. 
Requer a juntada das guias de preparo nos termos do art. .... e das seguintes peças... 
Informa que o subscritor desta tem escritório ..... (endereço do advogado) 
Requer seja o recurso recebido, conhecido e provido para o fim de... 
 
 
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37 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
Termos em que pede deferimento 
Local, data 
Advogado 
OAB 
2ª folha em diante: RAZÕES DO AGRAVO DE INSTRUMENTO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO... 
Processo de Origem: nº XXXXXXXXXX 
Espécie: Ação de XXXXXXXX 
Agravante: XXXXXXXXX 
Advogado: XXXXXXXXX 
Agravado: XXXXXXXXX 
Advogado: XXXXXXXX 
Cumprimentos à Câmara 
1. BREVE RELATO O 
agravante propôs ... 
O digníssimo juízo ... 
 
 
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38 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
2. DOS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE 
Cabimento 
Legitimidade 
Preparo 
Tempestividade 
3. DA DECISÃO RECORRIDA 
Às fls... foi proferida pelo MM Juízo a seguinte decisão... 
4. DAS RAZÕES DO INCONFORMISMO 
Embasamento legal e razões 
5. DO PEDIDO 
Conhecimento do recurso... 
Deferimento da antecipação de tutela ou efeito suspensivo 
Intimação da agravada 
Provimento do recurso para o fim de .... 
Termos em que pede deferimento 
 
 
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39 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
Local, data 
Advogado 
OAB 
 
 
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40 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
AGRAVO INTERNO 
 
 
1. CONCEITO: recurso para atacar as decisões monocráticas do Tribunal. Em regra, as 
decisões dos tribunais são tomadas de forma colegiada, mas em determinadas situações, o 
relator pode tomar decisões monocraticamente, ou seja, de forma isolada. 
ATENÇÃO: O Agravo Interno é regulamentado apenas no art. 1.021, mas pode ter 
regulamentação nos Regimentos Internos dos Tribunais. 
2. CABIMENTO: nos termos do art. 1.021, aliado ao disposto no art. 932, IV do CPC,caberá 
agravo interno contra: a) decisão que nega seguimento ao recurso de Apelação ou Agravo de 
Instrumento por faltar algum requisito de admissibilidade; b) decisão que nega efeito 
suspensivo solicitado; c) decisão que nega provimento a recurso que for contrário à súmula do 
STJ ou STF ou do próprio tribunal, acórdão proferido pelo STJ ou STF em recursos repetitivos, 
ou ainda, contrário à entendimento firmado em Incidente de Resolução de Demandas 
Repetitivas ou Assunção de Competência. 
 
 
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41 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
OBSERVAÇÃO 1: Note que a redação do art. 1.021 não elenca todas as hipóteses de 
cabimento do Agravo Interno. Apenas diz “caberá agravo interno contra decisão proferida pelo 
relator, para o mesmo órgão colegiado...”. 
OBSERVAÇÃO 2: Nos termos do Enunciado n. 464 do Fórum Permanente de Processualistas 
Civis, o Agravo Interno pode ser utilizado perante as Turmas Recursais dos Juizados Especiais: 
“A decisão unipessoal (monocrática) do relator em Turma Recursal é impugnável por agravo 
interno”. 
3. EFEITOS: a) efeito devolutivo (num primeiro momento para o próprio relator que proferiu 
a decisão monocrática, com o objetivo de retratação e, caso não haja retratação, para o 
colegiado) e b) efeito translativo (possibilidade do juiz conhecer de ofício matérias de ordem 
pública, ainda que não impugnadas). 
4. TEMPESTIVIDADE: nos termos do art. 1.003, parágrafo 5º do CPC, o prazo para 
interposição do Agravo de Instrumento é de 15 dias úteis contados da intimação da decisão, o 
qual poderá ser em dobro nas hipóteses dos arts. 180, 183 e 229 do CPC. 
ATENÇÃO: Aplica-se à Apelação o art. 229 do CPC que determina a prerrogativa de prazo em 
dobro no caso de litisconsortes com diferentes procuradores, de escritórios diferentes e em 
autos físicos. Para autos eletrônicos não incide tal prerrogativa. 
5. PREPARO: de acordo com o art. 1.023 do CPC o Agravo Interno não se sujeita ao preparo. 
 
 
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42 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
6. PROCEDIMENTO: O Agravo Interno deverá ser protocolado dentro dos autos, no próprio 
processo, por isso seu nome “Interno”. Deve ser dirigido ao próprio relator que proferiu a 
decisão monocrática da qual se quer recorrer, com impugnação especificada dos fundamentos 
da decisão agravada. O relator, recebendo o Agravo Interno intimará o Agravado para, 
querendo, oferecer contrarrazões ao Agravo em 15 dias uteis. O relator poderá retratar-se da 
decisão, caso contrário, deverá levar o Agravo Interno para julgamento pelo colegiado com 
inclusão em pauta. 
Fica vedado ao relator, ao julgar improcedente o agravo, limitar-se à reprodução dos 
fundamentos da decisão agravada. 
Em julgamento colegiado, o Agravo Interno será admitido ou inadmitido e poderá ser provido 
ou não, o que influenciará aquela Apelação ou aquele Agravo de Instrumento que 
eventualmente não foram conhecidos ou tiveram seu seguimento negado pela decisão 
monocrática do relator, da qual se agravou. 
ATENÇÃO: AGRAVO INTERNO INADMISSÍVEL OU IMPROCEDENTE EM JULGAMENTO 
UNÂNIME: Nos termos dos parágrafos 4º e 5º do art. 1.021 do CPC, quando o Agravo Interno 
for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão 
colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada 
entre % e 5% do valor atualizado da causa, ficando condicionada a interposição de qualquer 
outro recurso ao depósito do valor respectivo, exceto no caso da Fazenda Pública e do 
beneficiário da justiça gratuita, que poderão recolhê-la no final (art. 1.021, § 5º do CPC). 
QUESTÃO PARA FIXAÇÃO 
1. (XXIV EOAB) O advogado Jonas interpôs Recurso Especial contra acórdão do Tribunal de 
Justiça do Estado X. 
 
 
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43 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
Ocorre que, no corrente ano, a Vice-Presidência/Presidência do referido Tribunal negou 
seguimento ao recurso interposto, afirmando que o acórdão recorrido se encontra no mesmo 
sentido de precedente do STJ, julgado sob o rito dos recursos repetitivos. 
Nessa hipótese, caso deseje impugnar a referida decisão, o advogado deverá interpor 
A) Agravo de Instrumento, direcionado ao Ministro Presidente do STJ. 
B) Agravo em Recurso Especial, direcionado ao Ministro Presidente do STJ. 
C) Agravo em Recurso Especial, direcionado ao Vice- Presidente do Tribunal de Justiça do 
Estado X. 
D) Agravo Interno, direcionado ao orgao colegiado competente para revisar as decisoes do 
Presidente/Vice- Presidente do Tribunal de Justica. 
MODELO DE PEÇA DO AGRAVO INTERNO 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR ______________, RELATOR DA 
APELAÇÃO CÍVEL Nº _____________, EM TRÂMITE NA ____ª CÂMARA CÍVEL DO EGRÉGIO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE..... 
Autos n. ........ 
Fulano de Tal, já qualificado nos Autos da Ação ........., em que contende com 
Beltrano de Tal, igualmente já qualificado nos autos em epígrafe, vem, por seu advogado que 
esta subscreve, com fundamento no art. 1.021 interpor 
AGRAVO INTERNO 
 
 
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44 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
Em face da decisão de fls. (mov...) que indeferiu/concedeu etc., requerendo desde já a 
retratação nos termos do art. 1.021, parágrafo 2º do CPC, haja vista que ..... (explicar a razão). 
Caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência, requer a intimação do Agravado 
para, querendo, oferecer contrarrazões, sendo conduzido a julgamento pelo órgão colegiado, 
com a respectiva inclusão em pauta. 
Termos em que pede e espera deferimento. 
Local, data. 
Assinatura do advogado/ OAB. 
RECURSO ORDINÁRIO 
 
 
 
 
 
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45 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
1. CONCEITO: recurso previsto no art. 1.027 e 1.028 do CPC, com remissão aos dispositivos 
dos arts. 102 e 105 da Constituição Federal e, por essa razão também recebe o nome de 
“Recurso Ordinário Constitucional”. Tem aplicabilidade nas decisões geralmente proferidas 
em única instância pelos tribunais de segundo grau (ou seja, ações que já começam no segundo 
grau – competência originária do segundo grau) ou decidas em última instancia pelo segundo 
grau, quando denegadas. 
ATENÇÃO: A expressão “decisão denegatória” deve ser compreendida como aquela decisão 
desfavorável ao autor, independentemente se de conteúdo material ou processual (Cássio 
Scarpinella Bueno, Manual de Direito Processual Civil, São Paulo: Saraiva, 2019, p. 637). 
2. CABIMENTO: As hipóteses de cabimento tem previsão nos arts. 102, inci- 
so II e 105, inciso II, da Constituição Federal. Art. 102, inciso II – compete ao STF julgar, em 
recurso ordinário: a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de 
injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; b) 
o crime político. Art. 105, inciso II – compete ao Superior Tribunal de Justiça julgar, em recurso 
ordinário: a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais 
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for 
denegatória; b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando 
denegatória a decisão; c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo 
internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. 
OBSERVAÇÃO 1: No caso de Recurso Ordinário contra decisão envolvendo, de um lado, 
Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, um município ou pessoa residente 
no País, sendo a decisão uma sentença, proferida pelo Juízo Federal(pois essa modalidade de 
ação é de competência da Justiça Federal – art. 109 da Constituição Federal), caberá Recurso 
Ordinário ao STJ. 
 
 
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46 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
Porém, nessa mesma situação, sendo a decisão uma decisão interlocutória, caberá Agravo de 
Instrumento para o STJ. 
OBSERVAÇÃO 2: Se um Recurso Ordinário é interposto no STJ contra decisão de Tribunal de 
Justiça que julgou Habeas Corpus, por exemplo, não cabe outro Recurso Ordinário ao STF da 
decisão que denegou o primeiro Recurso Ordinário. Ou seja, não cabe Recurso Ordinário de 
Recurso Ordinário. 
3. EFEITOS: a) efeito devolutivo (para o juízo ad quem, no caso STJ ou STF dependendo da 
hipótese) e b) efeito translativo (possibilidade de o juiz conhecer de ofício matérias de ordem 
pública, ainda que não impugnadas). 
ATENÇÃO: Muito se discute na doutrina acerca do EFEITO SUSPENSIVO do Recurso Ordinário. 
No CPC/73 muito se utilizava o processo cautelar (haja vista que no CPC/73 existiam 3 tipos 
processuais, um deles o cautelar) para obter efeito suspensivo no Recurso Ordinário e em 
outros recursos endereçados aos Tribunais Superiores. Com o CPC/15, não há mais processo 
cautelar e tal efeito suspensivo não pode ser requerido nem por “medida cautelar” do art. 305 
e seguintes do CPC. Ocorre que por ausência de previsão legal nos arts. 1.027 e 1.028 do CPC a 
doutrina diverge no sentido da atribuição ou não de efeito suspensivo ao Recurso Ordinário. 
Fredie Didier Jr e Leonardo da Cunha, bem como Daniel Amorim Assumpção Neves defendem 
que o art. 1.012 do CPC (efeito suspensivo ex lege da Apelação) aplica-se à Apelação, não se 
estendendo ao Recurso Ordinário, por ser regra excepcional, devendo, portanto, ser 
interpretada restritivamente. Em sentido contrário e, portanto, defendendo a existência de 
efeito suspensivo ao Recurso Ordinário estão Teresa Arruda Alvim e Alexandre Freitas Câmara. 
4. TEMPESTIVIDADE: nos termos do art. 1.003, parágrafo 5º do CPC, o prazo para 
interposição do Recurso Ordinário é de 15 dias úteis contados da intimação da decisão (em 
 
 
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47 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
audiência, se prolatada; ou por mandado, se proferida), o qual poderá ser em dobro nas 
hipóteses dos arts. 180, 183 e 229 do CPC. 
ATENÇÃO: O prazo do Recurso Ordinário é de 15 dias uteis. Porém, na hipótese do art. 105, 
inciso II, alínea “a”, da CF/88 (Habeas Corpus decididos em única ou última instância pelos 
tribunais de segundo grau, quando denegatória sua decisão) o prazo será de 5 DIAS, dada a 
regra do art. 30 da Lei n. 8.038/90, que não foi revogado pelo CPC/15. 
5. PREPARO: de acordo com o art. 1.007 do CPC o Recurso Ordinário está sujeito ao preparo. 
OBSERVAÇÃO 1: Nos termos do parágrafo 1º do art. 1.007 do CPC, estão dispensados do 
preparo inclusive porte de remessa e de retorno (em autos físicos – art. 1.007, parágrafo 3º), os 
recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, 
pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. 
OBSERVAÇÃO 2: A ausência ou insuficiência do preparo é um vício de admissibilidade 
sanável, cabendo ao juízo ad quem intimar o Recorrente para recolhimento em dobro (no caso 
de ausência) ou complementação (no caso de insuficiência), nos termos dos parágrafos 2º e 4º 
do art. 1.007 do CPC. 
OBSERVAÇÃO 3: Nos casos de Habeas Corpus e Habeas Data, em que há gratuidade das ações 
por disposição constitucional (art. 5º, inciso LXXVII da CF/88) NÃO haverá recolhimento de 
preparo. 
6. PROCEDIMENTO: O Recurso Ordinário deverá ser proposto em petição escrita, da 
seguinte forma: 
A primeira folha da peça, denominada folha de rosto ou folha de interposição, deverá ser 
endereçada ao juízo que proferiu a decisão (juízo a quo), que intimará o recorrido para, 
 
 
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48 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
querendo, oferecer contrarrazões (art. 1.028, parágrafo 2º do CPC). Note que o juízo a quo NÃO 
faz exame de admissibilidade, apenas recebe o Recurso Ordinário, intima a parte contrária para 
oferecimento das contrarrazões, remetendo tudo ao juízo ad quem. 
No juízo ad quem, o Recurso Ordinário será distribuído para uma Turma, e o relator realizará 
o exame de admissibilidade. Conhecendo o recurso, passará a análise das razões recursais 
(segunda folha em diante da peça) que deverá expor os motivos da necessidade de reforma da 
decisão denegatória, requerendo-se, ao final, que o recurso seja conhecido e provido. Após a 
elaboração do voto pelo relator, o Recurso Ordinário será incluído em pauta para julgamento, 
nos termos do disposto no Regimento Interno do STJ e STF. 
ATENÇÃO: Não há previsão legal de Recurso Ordinário na modalidade adesiva! 
MODELO DE PEÇA DE RECURSO ORDINÁRIO 
1ª FOLHA: PEÇA DE INTERPOSIÇÃO 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL XXXXX 
FULANO de TAL, já qualificado nos autos da Ação Tal, processo em epígrafe, que move em 
face de (ou que lhe move) BELTRANO de TAL (apelado), também já qualificado nos autos, vem, 
por via de seu procurador que esta subscreve, não se conformando com a decisão denegatória 
proferida às fl... (mov. ...), interpor o presente RECURSO ORDINÁRIO, com base nos arts. 102, 
inciso II, “a”, da CF/88 e art. 1027, inciso II, “a”, do CPC (ou outra hipótese, dependendo do 
caso), requerendo, na oportunidade, que o recorrido seja intimado para, querendo, ofereça as 
 
 
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49 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
contrarrazões e, ato contínuo, sejam os autos, com as razões anexas, remetidos ao Egrégio 
Superior Tribunal de Justiça para os fins de mister. 
Termos em que pede deferimento. 
Local e data. 
Advogado 
OAB..... 
2ª FOLHA : RAZÕES RECURSAIS 
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (ou STF) 
Recorrente: Fulano 
Recrrido: Beltrano 
Origem: processo nº XXXXXXXXXX 
EGRÉGIO TRIBUNAL, COLENDA 
TURMA. 
Eméritos Ministros, 
I – DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS 
 
 
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50 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
1.1 Da tempestividade (provar feriados locais) 
1.2 Do preparo (salvo se HC ou HD que são gratuitos) 
1.3 Do cabimento (art. 102, II e 105, II da CF c/c art. 1.027 e 1.028 do CPC) 
1.4 Da Legitimidade 
II – BREVE RELATO 
III – DAS RAZÕES RECURSAIS 
Expor os fundamentos da reforma da decisão denegatória 
IV – REQUERIMENTO 
Diante do exposto, o Recorrente requer que o presente Recurso Ordinário seja CONHECIDO 
e, quando de seu julgamento, seja totalmente PROVIDO para reformar .... 
Termos em que pede deferimento. 
Loca e data 
Advogado 
OAB... 
 
 
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51 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL e 
EXTRAORDINÁRIO 
 
 
1. CONCEITO: recurso que tem como objetivo combater a decisão da primeira 
admissibilidade (juízo de admissibilidade provisório) que inadmite o Recurso Especial ou o 
Recurso Extraordinário no juízo a quo. Ou seja, busca-se fazer com que seja processado um 
recurso (RE ou REsp) que teve seu segmento negado. 
2. CABIMENTO: nos termos do art. 1.042, cabe agravo contra decisão do presidente ou do 
vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, 
salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral 
ou em julgamento de recursos repetitivos. 
OBSERVAÇÃO 1: se a inadmissão do RE ou REsp é em razão de: ausência dos pressupostos 
de admissibilidade (legitimidade, cabimento, tempestividade, preparo, regularidade formal, 
prequestionamento e, no caso do Recurso Extraordinário, repercussão geral) caberá Agravo 
no RE ouno REsp (art. 1.042 do CPC). Se a inadmissão do RE ou REsp é em razão do Tribunal 
 
 
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52 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
aplicar entendimento firmado em repercussão geral ou recurso repetitivo, caberá Agravo 
Interno (art. 1.021 do CPC) para diferenciar o caso julgado do precedente aplicado. 
O resultado desse Agravo Interno será um acórdão decidindo se o RE ou REsp é ou não 
admissível. Esse acórdão será atacável por RE ou REsp. Então, esse RE ou REsp tratará sobre a 
admissibilidade do outro RE ou REsp, que foi negada no agravo interno. Dessa forma, forma-se 
um ciclo, na medida em que esse segundo RE ou REsp, que impugna o acórdão que negou a 
admissibilidade do primeiro RE ou REsp, também será submetido ao juízo de admissibilidade do 
juízo a quo, que poderá ser atacado por agravo interno e assim por diante. 
OBSERVAÇÃO 2: Nos termos do Enunciado n. 77 do Conselho de Justiça Federal, “para 
impugnar decisão que obsta trânsito a recurso excepcional e que contenha simultaneamente 
fundamento relacionado à sistemática dos recursos repetitivos ou da repercussão geral (art. 
1.030, I, do CPC) e fundamento relacionado à análise dos pressupostos de admissibilidade 
recursais (art. 1.030, V, do CPC), a parte sucumbente deve interpor, simultaneamente, agravo 
interno (art. 1.021 do CPC) caso queira impugnar a parte relativa aos recursos repetitivos ou 
repercussão geral e agravo em recurso especial/extraordinário (art. 1.042 do CPC) caso queira 
impugnar a parte relativa aos fundamentos de inadmissão por ausência dos pressupostos 
recursais”. 
OBSERVAÇÃO 3: Na hipótese de interposição simultânea de RE e REsp contra uma mesma 
decisão proferida pelo Tribunal e, sendo ambos os recursos inadmitidos, o Agravante deverá 
interpor um agravo para cada recurso inadmitido (art. 1.042, parágrafo 6º do CPC). 
3. EFEITOS: a) efeito devolutivo (para o juízo ad quem), b) efeito translativo (possibilidade 
do juiz conhecer de ofício matérias de ordem pública, ainda que não impugnadas). NÃO HÁ 
EFEITO SUSPENSIVO. 
 
 
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53 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
4. TEMPESTIVIDADE: nos termos do art. 1.003, parágrafo 5º do CPC, o prazo para 
interposição do Agravo Interno é de 15 dias úteis contados da intimação da decisão, o qual 
poderá ser em dobro nas hipóteses dos arts. 180, 183 e 229 do CPC. 
ATENÇÃO: Aplica-se à Apelação o art. 229 do CPC que determina a prerrogativa de prazo em 
dobro no caso de litisconsortes com diferentes procuradores, de escritórios diferentes e em 
autos físicos. Para autos eletrônicos não incide tal prerrogativa. 
5. PREPARO: nos termos do art. 1.042, parágrafo 2º do CPC, o Agravo no RE ou REsp 
independe do pagamento de custas e despesas postais. NÃO ESTÃO SUJEITOS AO PREPARO. 
6. PROCEDIMENTO: O Agravo no RE ou REsp deverá ser interposto por petição dirigida ao 
Presidente ou Vice-presidente do tribunal de origem, aplicando-se o mesmo regime da 
repercussão geral e de recursos repetitivos. Nos termos do Enunciado n. 225 do Fórum 
Permanente de Processualistas Civis “o Agravo em recurso especial ou extraordinário será 
interposto nos próprios autos”. 
O Presidente ou Vice-presidente do Tribunal, sem exercer qualquer juízo de admissibilidade, 
intimará a parte contrária para, querendo, oferecer contrarrazões em 15 dias. Findo esse prazo 
é possível ao juízo a quo exercer juízo de retratação, caso em que, dará razão ao Agravante, 
remetendo-se o RE ou o REsp anteriormente inadmitidos para o STF ou STJ, respectivamente. 
No STJ ou STF, 
QUESTÕES OBJETIVAS PARA FIXAÇÃO: 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
54 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
1. XXVII EOAB) Pedro ajuizou ação indenizatória contra Diego, tendo o juiz de primeira 
instancia julgado integralmente improcedentes os pedidos formulados na petição inicial, por 
meio de sentença que veio a ser mantida pelo Tribunal em sede de apelação. Contra o acórdão, 
Pedro interpôs recurso especial, sob o argumento de que teria ocorrido violação de dispositivo 
da legislação federal. A Presidência do Tribunal, no entanto, inadmitiu o recurso especial, ao 
fundamento e que o acórdão recorrido se encontra em conformidade com entendimento do 
Superior Tribunal de Justiça exarado no regime de julgamento de recurso repetitivo. Diante 
dessa situação hipotética, assinale a opção que indica o recurso que Pedro deverá interpor. 
A) Agravo em recurso especial, para que o Superior Tribunal de Justiça examine se o recurso 
especial preenche ou não os requisitos de admissibilidade. 
B) Agravo interno, para demonstrar ao Plenario do Tribunal, ou ao seu Orgao Especial, que 
o acordao recorrido versa sobre materia distinta daquela examinada pelo Superior Tribunal 
de Justica no regime de julgamento do recurso repetitivo. 
C) Agravo interno, para demonstrar ao Superior Tribunal de Justiça que o acórdão recorrido 
versa sobre matéria distinta daquela examinada pelo mesmo Tribunal Superior no regime de 
julgamento do recurso repetitivo. 
D) Recurso Extraordinário, para demonstrar ao Supremo Tribunal Federal que o recurso 
especial deveria ter sido admitido pela Presidência do Tribunal de origem. 
MODELO DE PEÇA DE AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL ou RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE (OU VICEPRESIDENTE) (…) DO COLENDO 
(…) (Tribunal que inadmitiu o RE ou REsp) 
 
 
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55 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
Autos n. ... 
FULANO DE TAL (qualificação), por seus advogados subscritores, nos autos do Recurso 
Especial (ou Extraordinário) em epígrafe, em que são partes Agravante acima qualificado e o 
Agravado BELTRANO DE TAL (qualificação) vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, 
diante da r. decisão monocrática de fls.(…), que inadmitiu o Recurso Especial (ou Extraordinário), 
interpor o presente 
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL (OU EXTRAORDINÁRIO) 
o que faz com fundamento no artigo 1.042 do Código de Processo Civil e 
pelas razões a seguir aduzidas: 
I. DO OBJETO DESTE RECURSO 
O presente recurso tem por objeto a reforma da r. decisão que não admitiu o Recurso Especial 
(ou extraordinário) oportunamente interposto (fls… dos autos), aduzindo, para tanto, a 
ausência de tempestividade, decidindo nos seguintes termos... 
........ 
Nada obstante, resta evidente a tempestividade do respectivo recurso especial (ou 
extraordinário) eis que..., razão pela qual, o presente Agravo deve ser remetido ao Superior 
Tribunal de Justiça (ou STF) para admissibilidade e consequente julgamento de mérito. 
II. DA EXPOSIÇÃO DODIREITO 
... 
III. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
56 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
Diante do exposto, pede-se e espera-se que essa Eg. Presidência, diante da admissibilidade e 
procedência do Recurso Especial (ou Extraordinário), , intimese a agravada para responder, 
querendo, no prazo de 15 dias, sendo que, ao depois sejam os autos remetidos ao Egrégio 
Superior Tribunal de Justiça (ou Supremo Tribunal Federal) para conhecimento e provimento 
nos exatos termos do art. 1.042, § 5º, do CPC, cumpridas as necessárias formalidades legais. 
Termos em que pede deferimento. 
Loca e data 
Advogado 
OAB... 
EMBARGOS 
 
 
 
 
 
 Professora Alexia Brotto @professora_alexia_brottoadv 
57 Direito Processual Civil – Recursos no CPC/15 
1. CONCEITO: os Embargos Divergência têm a função de uniformizar a jurisprudência interna 
das Cortes Superiores (STJ e STF). Cabem os embargos de divergência quando no STJ ou STF um 
órgão fracionário decide a mesma questão anteriormente enfrentada por outro órgão do 
mesmo tribunal, dando-lhe solução diferente. 
A intenção do recurso é a de resolver o problema interno do tribunal,

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