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Histologia do Intestino Delgado - Resumo

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Histologia do Intestino Delgado 
@farmacolore 
O intestino delgado é o sítio terminal de digestão dos alimentos, absorção de nutrientes e secreção endócrina. 
Os processos de digestão são completados no intestino delgado, no qual os nutrientes (produtos da digestão) são 
absorvidos pelas células epiteliais de revestimento. O intestino delgado é relativamente e consiste em três segmentos: 
duodeno, jejuno e íleo. 
Camada mucosa: 
A parede do intestino delgado apresenta várias estruturas que ampliam sua superfície, aumentando assim a área 
disponível para absorção de nutrientes. Quando observado a olho nu, o revestimento do intestino delgado apresenta 
uma série de pregas permanentes, plicae circularis, em forma semilunar, circular ou espiral, que consistem em dobras 
da mucosa e submucosa. Essas pregas são mais desenvolvidas no jejuno e, embora sejam observadas no duodeno e 
íleo, não são características desses órgãos. Na camada mucosa, as vilosidades intestinais ou vilos são projeções 
alongadas formadas pelo epitélio e lâmina própria, com cerca de 0,5 a 1,5 mm de comprimento. No duodeno têm forma 
de folhas, gradualmente assumindo forma de dedos, à medida que se aproximam do íleo. 
 
O tipo de revestimento dos vilos é o cilíndrico simples. É formado principalmente por células absortivas (enterócitos) 
e células caliciformes e se continua com o epitélio das criptas, que por sua vez contêm algumas células absortivas, 
células caliciformes, células enteroendócrinas, células de Paneth e células-tronco. 
A cripta tem formato tubular e representa o compartimento proliferativo do intestino. Células absortivas são células 
colunares altas, cada uma com um núcleo oval em sua porção basal. No ápice de cada célula, a membrana plasmática 
se projeta para o lúmen (microvilosidade), criando a borda em escova. A microvilosidade mede aproximadamente 1 
μm em altura por 0,1 μm de diâmetro. A membrana celular envolve um eixo de microfilamentos de actina associados 
à fimbrina e vilina (proteínas do citoesqueleto). Estima-se que cada célula absortiva tenha em média três mil 
microvilosidades e que 1 mm² de mucosa contenha cerca de 200 milhões dessas estruturas. 
 
@farmacolore 
 
 
Pregas, vilosidades e microvilosidades aumentam muito a superfície de revestimento intestinal. Calcula-se que 
as pregas aumentem a superfície intestinal em cerca de 3 vezes, as vilosidades, em 10 vezes e as microvilosidades, 
em cerca de 20 vezes. Em conjunto, esses processos são responsáveis por um aumento de aproximadamente 600 
vezes na superfície intestinal, resultando em uma área aproximada de 200 m². 
→ Células caliciformes estão distribuídas entre as células absortivas. Elas são menos abundantes no duodeno e 
aumentam em número em direção ao íleo. Essas células produzem glicoproteínas ácidas do tipo mucina que são 
hidratadas e formam ligações cruzadas entre si para originar o muco, cuja função principal é proteger e lubrificar o 
revestimento do intestino. 
 
@farmacolore 
 
→ Células de Paneth, localizadas na porção basal das criptas intestinais, são células exócrinas com grandes 
grânulos de secreção eosinofílicos em seu citoplasma apical. Esses grânulos contêm lisozima e defensina, enzimas 
que podem permeabilizar e digerir a parede de bactérias. Em virtude de sua atividade antibacteriana, a lisozima 
também exerce controle sobre a microbiota intestinal. 
→ Células-tronco estão localizadas no terço basal da cripta, entre as células de Paneth. 
→ Células M (microfold) são células epiteliais especializadas que recobrem folículos linfoides das placas de Peyer, 
localizadas no íleo. Essas células são caracterizadas por numerosas invaginações basais que contêm muitos linfócitos 
e células apresentadoras de antígenos, como os macrófagos. Células M podem captar antígenos por endocitose e 
transportá-los para os macrófagos e células linfoides subjacentes, as quais migram então para outros compartimentos 
do sistema linfoide (nódulos), onde respostas imunológicas contra estes antígenos são iniciadas. Células M 
representam, portanto, um elo importante na defesa imunológica intestinal. A lâmina basal sob as células M é 
descontínua, facilitando o trânsito de células entre o tecido conjuntivo e as células M. 
A extensa superfície mucosa do trato gastrintestinal está exposta a muitos microrganismos potencialmente invasivos. 
Imunoglobulinas da classe IgA , encontradas nas secreções, são sintetizadas por plasmócitos e formam a primeira 
linha de defesa. Outro mecanismo protetor é formado pelas junções intercelulares oclusivas que fazem da camada 
de células epiteliais uma barreira para a penetração de microrganismos. Além disso, e, provavelmente, servindo como 
a principal barreira protetora, o trato gastrintestinal também contém macrófagos e grande quantidade de linfócitos, 
localizados tanto na mucosa quanto na submucosa. Juntas, estas células formam o tecido linfoide associado ao 
trato digestivo (GALT, do inglês gastrointestinal associated lymphoid tissue). 
Células endócrinas do intestino: 
O intestino contém células amplamente distribuídas com características do sistema neuroendócrino difuso. Sob 
estímulo, essas células liberam seus grânulos de secreção por exocitose e os hormônios podem então exercer 
efeitos parácrinos (locais) ou endócrinos (via sangue). 
Células secretoras de polipeptídios do trato gastrintestinal podem ser classificadas de duas maneiras: 
→ tipo aberto, nas quais o ápice da célula apresenta microvilosidades e está em contato com o lúmen do órgão; 
→ tipo fechado, nas quais o ápice da célula está recoberto por outras células epiteliais. 
 
@farmacolore 
No intestino delgado as células endócrinas do tipo aberto são mais alongadas que as células absortivas adjacentes; 
têm microvilosidades irregulares na superfície apical e pequenos grânulos de secreção no citoplasma. Tem sido 
sugerido que no tipo aberto as microvilosidades podem conter receptores para substâncias existentes no lúmen do 
intestino, o que poderia regular a secreção dessas células. A atividade do sistema digestivo é claramente controlada 
pelo sistema nervoso e modulada por um sistema complexo de hormônios peptídicos produzidos localmente. 
Principais células enteroendócrinas do Intestino Delgado 
tipo celular hormônio produzido efeito principal 
S – intestino delgado Secretina Secreção pancreática rica em 
bicarbonato (alcalina) e em água. 
K – intestino delgado Polipeptídio inibidor gástrico (GIP) Inibe a secreção de HCl pelo 
estômago; estimula a secreção de 
insulina. 
L – intestino delgado Glicentina (similar ao glucagon – 
GLP1) 
Inibe a secreção de HCl pelo 
estômago; estimula a secreção de 
insulina 
I – intestino delgado Colecistoquinina (CCK) Secreção de enzimas pancreáticas. 
Contração da vesícula biliar 
Mo – intestino delgado Motilina Aumenta a motilidade intestinal 
 
Lâmina própria à serosa: 
É composta por tecido conjuntivo frouxo com vasos sanguíneos e linfáticos, fibras nervosas e fibras 
musculares lisas. A lâmina própria preenche o centro das vilosidades intestinais, onde as células musculares lisas 
(dispostas verticalmente entre a muscular da mucosa e a ponta das vilosidades) são responsáveis pela movimentação 
rítmica, importante para a absorção dos nutrientes. A muscular da mucosa não apresenta qualquer peculiaridade 
neste órgão. A submucosa contém, na porção inicial do duodeno, grupos de glândulas tubulares enoveladas 
ramificadas que se abrem nas glândulas intestinais. Estas são as glândulas duodenais, cujas células secretam muco 
alcalino (pH 8,1 a 9,3). Esse muco protege a mucosa duodenal contra os efeitos da acidez do suco gástrico e 
neutraliza o pH do quimo, aproximando-o do pH ótimo para ação das enzimas pancreáticas. As glândulas duodenais 
são importantes no diagnóstico diferencial das regiões do intestino delgado. 
A lâmina própria e a submucosa do intestino delgado contêm agregados de nódulos linfoides (GALT),que são 
mais numerosos no íleo, e neste órgão são conhecidos como placas de Peyer. Cada placa consiste em 10 a 200 
nódulos e é visível a olho nu como uma área oval no lado antimesentérico do intestino. Existem aproximadamente 30 
placas em humanos, a maioria no íleo. Quando observada a partir da superfície luminal, cada placa de Peyer 
aparece como uma área com formato arredondado sem vilosidades na superfície. Em vez de células absortivas, seu 
epitélio de revestimento consiste em células M. As camadas musculares são bem desenvolvidas nos intestinos, 
compostas de uma túnica circular interna e outra túnica longitudinal externa. O aspecto das células musculares lisas 
nessas camadas em cortes histológicos depende do plano de corte (transversal ou longitudinal). 
Vasos e nervos: 
Os vasos sanguíneos que nutrem o intestino e removem os produtos da digestão penetram a camada muscular e 
formam um grande plexo na submucosa. Da submucosa, ramos se estendem atravessando a muscular da mucosa, 
lâmina própria e penetram as vilosidades. Cada vilosidade recebe, de acordo com seu tamanho, um ou mais ramos 
que formam uma rede capilar na lâmina própria logo abaixo do epitélio. Na extremidade das vilosidades, uma ou 
mais vênulas surgem dos capilares e percorrem a direção oposta, alcançando as veias do plexo submucoso. Os vasos 
linfáticos (lacteais) do intestino surgem como capilares de fundo cego no centro das vilosidades. Esses capilares, 
apesar de serem maiores que os capilares sanguíneos, são de observação mais difícil porque suas paredes estão tão 
próximas entre si que parecem estar colabadas. Os capilares linfáticos correm em direção à lâmina própria acima da 
 
@farmacolore 
muscular da mucosa, onde formam um plexo. De lá, direcionam-se para a submucosa, onde circundam nódulos 
linfoides. Estes vasos se anastomosam repetidamente e deixam o intestino juntamente com os vasos sanguíneos. 
São especialmente importantes para a absorção de lipídios, porque a circulação sanguínea não aceita facilmente as 
lipoproteínas produzidas pelas células colunares absortivas durante este processo. A contração rítmica das vilosidades 
intestinais auxilia a propulsão da linfa contida no interior dos capilares linfáticos para os vasos linfáticos mesentéricos. 
 
A inervação dos intestinos apresenta um componente intrínseco e um componente extrínseco. O componente 
intrínseco está constituído por grupos de neurônios que formam o plexo nervoso mioentérico (de Auerbach) entre as 
camadas musculares, circular interna e longitudinal externa, e o plexo nervoso submucoso (de Meissner) na 
submucosa. Os plexos contêm alguns neurônios sensoriais que recebem informações de terminações nervosas 
próximas da camada epitelial e na camada de músculo liso com relação à composição do conteúdo intestinal 
(quimiorreceptores) e ao grau de expansão da parede intestinal (mecanorreceptores), respectivamente. 
 As outras células nervosas são efetoras e inervam as camadas musculares e células secretoras de hormônios. A 
inervação intrínseca formada por esses plexos é responsável pelas contrações intestinais que ocorrem de modo 
independente da inervação extrínseca. A inervação extrínseca pertence ao sistema nervoso autônomo e é 
formada por fibras nervosas colinérgicas parassimpáticas que estimulam a atividade da musculatura lisa intestinal e por 
fibras nervosas adrenérgicas simpáticas que deprimem a atividade da musculatura lisa intestinal. 
Referências: 
Imagens não referenciadas e resumo do texto: 
Junqueira, Luiz Carlos Uchoa, 1920-2006 Histologia básica / L.C.Junqueira e José Carneiro. - [12. ed]. - Rio de Janeiro 
: Guanabara Koogan, 2013. il

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