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Direito empresarial - S.A. 1- Antecedentes históricos 1.1- As Sociedade anônimas surgiram há muito tempo na idade média, mas chamava-se de associação (sobre um código comercial da época) e após isso nas sociedades das índias na idade moderna. Elas se dedicavam a grandes empreendimentos, contudo elas surgiram como forma de delegação do poder estatal. Apenas a partir do código comercial francês de 1808 que passou a ser permitida as S.A. independentemente da outorga do Estado, porém ainda era necessário a autorização. 1.2- No Brasil para a fundação de uma S.A. era preciso a outorga imperial, assim como ocorreu com o Banco do Brasil fundado em 1808 pelo alvará D. João VI. Apenas a partir de 1849 as sociedades anônimas passaram a ser constituídas mediante autorização governamental, regime adotado pelo Código Comercial de 1850. 2- Legislações 2.1- Principais características: • Denominação: S/A pode ser usado no início, meio ou fim, pode ser utilizada por extenso ou abreviadamente. (Art. 1.160, CC). Já o nome 'companhia pode ser usado apenas no início e meio do nome da empresa. Ex.: Banco do Brasil S/A, • Acionistas: Cada pessoa pode virar sócio da empresa comprando suas ações e de forma alguma as dívidas da companhia pode virar responsabilidade dos acionistas, em outras palavras, essas pessoas apenas respondem pelas sua ações. "Art. 1°- A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas." • Mercado de capitais¹: É o ambiente onde são negociados as ações de uma S.A., em outras palavras, o Mercado financeiro/Bolsa de valores. "Art. 4°- Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliário." Em resumo, quando uma empresa tem autorização para negociar seus valores mobiliários chama-se S.A. Aberta ou S.A fechada para as que não tem autorização. • CVM: Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem o poder de autorizar uma empresa a negociar suas ações em capital aberto. Trata-se de uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, que tem autoridade regulatória sobre o mercado de capitais. "Art. 4° - §1°: Somente os valores mobiliários de emissão de companhia registrada na Comissão de Valores Mobiliários podem ser negociados no mercado de valores mobiliários." §2°: Nenhuma distribuição pública de valores mobiliários será efetivada no mercado sem prévio registro na Comissão de Valores Mobiliários." A CVM foi criada pela Lei n. 6.385/76. Poder da CVM: 1- A emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado; 2- A negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários; 3- A negociação e intermediação no mercado de derivados; 4- A organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Valores; 5- A organização, o funcionamento e as operações das Bolsas de Mercadorias e Futuros; 6- A administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; 7- A auditoria das companhias abertas; 8- Os serviços de consultor e analista de valores mobiliários. • IPO: Vem do inglês initial public offer (oferta pública inicial), as empresas dependem desse recurso disponibilizado pela CVM para que o nome da sua firma entre no mapa dos mercados mobiliários e após isso, pessoas consigam virar acionista. A finalidade é que pessoas interessadas em investir nessas empresas, recebam retornos futuros de médio a longo prazo, o intuito é lucratividade com o potencial de desenvolvimento da empresa. Há a possibilidade de uma S.A. passe por uma abertura de capital mal sucedida, se isso acontecer ela terá que voltar a ser uma companhia fechada. "Art. 4° - §4°: O registro de companhia aberta para negociação de ações no mercado poderá ser cancelado se a companhia emissora de ações, o acionista controlador ou a sociedade que a controle, direta ou indiretamente, formular oferta pública para adquirir a totalidade das ações em circulação no mercado, por preço justo, ao menos igual ao valor de avaliação da companhia, apurado com base nos critérios, adotados de forma isolada ou combinada, de patrimônio líquido contábil, de patrimônio líquido avaliado a preço de mercado, de fluxo de caixa descontado, de comparação por múltiplos, de cotação das ações no mercado de valores mobiliários, ou com base em outro critério aceito pela Comissão de Valores Mobiliários, assegurada a revisão do valor da oferta, em conformidade com o disposto no art. 4°-A." O legislador está se referindo a situação onde a firma tem de recomprar as ações que estão em poder de terceiros, em outras palavras, os acionistas tem que vender suas ações para que haja o fechamento da companhia. Se por acaso menos de 5% dos investidores não concordarem com o fechamento da empresa e não venderem suas ações, aplica-se a regra do artigo 4° parágrafo 5°. "Art. 4° - §5°: Terminado o prazo da oferta pública fixado na regulamentação expedida pela Comissão de Valores Mobiliários, se remanescerem em circulação menos de 5% (cinco por cento) do total das ações emitidas pela companhia, a assembleia-geral poderá deliberar o resgate dessas ações pelo valor da oferta de que trata o §4°, desde que deposite em estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, à disposição dos seus titulares, o valor de resgate, não se aplicando, nesse caso, o disposto no §6° do art. 44." Basicamente estamos diante de uma hipótese de resgate compulsório, normalmente chamado de squeeze out. A lógica é respeitar a maioria, impedindo que um pequeno número de acionistas impeça o fechamento do capital. • Bolsa de valores: Essa não se dispõe de administração pública e portanto são de associações privadas, formadas por corretores com autorização da CVM, presta serviço de interesse público. Os serviços são negociações de compras e vendas em local seguro, onde se encontra várias empresas, títulos públicos, ordens BM&F, fundos imobiliários, etc. A principal e mais importante bolsa do Brasil é a BM&F Bovespa SA ou mais conhecido como Ibovespa, as demais ocupam apenas atividades de difusão do mercado de capitais e de prestação de serviços. • Mercado de balcão: São operações realizadas fora da bolsa de valores no mercado de capitais que é operado por corretoras e instituições financeiras autorizadas pela CVM. Este divide-se em dois conceitos: 1. Mercado de capitais primário: é aquele no qual são realizadas as operações de subscrição e emissão de ações e outros valores mobiliários, por exemplo: títulos públicos, fundos imobiliários, ações, etc. 2. Mercado de capitais secundário: este compreende as operações de compra e venda desses valores fora da bolsa de valores. 3- Constituição da sociedade anônima aberta. PRIMEIRA ETAPA • O ato constitutivo da sociedade anônima é chamado de estatuto social. Não se trata de um contrato, mas sim de um ato institucional, e por isso há uma série de requisitos específicos que constam na Lei das S.A. "Art. 80 - A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos preliminares: I- subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto; II- realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro; III- depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro. § único: o disposto no número II não se aplica às companhias para as quais a lei exige realização inicial de parte maior do capital social. • Pela leitura do inciso I você deve perceber que é exigência legal a pluralidade de sócios para constituição da sociedade anônima. A exceção aqui é a previsão da subsidiária integral, que é sempre umasociedade anônima, e cuja existência está prevista no art. 251 da Lei das S.A. "Art. 251 - A companhia pode ser constituída, mediante escritura pública, tendo como único acionista sociedade brasileira. §1°: A sociedade que subscrever em bens o capital de subsidiária integral deverá aprovar o laudo de avaliação de que trata o artigo 8°, respondendo nos termos do §6° do artigo 8° e do artigo 10 e seu parágrafo único. §2° A companhia pode ser convertida em subsidiária integral mediante aquisição, por sociedade brasileira, todas as suas ações, ou nos termos do artigo 252." OBS.: no caso das sociedades anônimas de capital aberto são necessários pelo menos 3 acionistas, pois a legislação exige a instituição de Conselho de Administração com pelo menos 3 membros (Arts. 138, §2°, 140 e 146 da Lei das S.A.) • O inciso III do art. 80 refere-se a um depósito que deverá ser feito pelo fundador da companhia, no prazo de 5 dias contados do recebimento das quantias, em nome do subscritor e a favor da sociedade. O levantamento dos valores só poderá ser feito depois que a sociedade adquirir personalidade jurídica, ou seja, somente depois do registro de seus atos constitutivos na Junta Comercial. Caso a companhia não esteja constituída formalmente no prazo de 6 meses, o banco restituirá os valores depositados diretamente aos subscritores. • No caso das companhias abertas, a constituição se dá por meio de subscrição pública de ações, que exige outras formalidades. Basicamente a companhia precisará estar previamente registrada junto à CVM, colocar as ações à disposição dos interessados, e depois realizar a assembleia inicial de fundação. "Art. 82 - A constituição de companhia por subscrição pública depende do prévio registro da emissão na Comissão de Valores Mobiliários, e a subscrição somente poderá ser efetuada com a intermediação de instituição financeira." • Esse tipo de serviço mencionado no art. 82, chama-se underwriting e em poucas palavras, significa a colocação das ações do mercado por meio de uma instituição financeira e como já se sabe, o prazo é de 6 meses para a subscrição. O pedido de registro deverá ser instruído com os seguintes documentos: 1. Estatuto de viabilidade econômica e financeira: deve trazer elementos que demonstrem que o empreendimento é minimamente viável e que a companhia operará de maneira razoavelmente saudável; 2. Projeto do estatuto social: deverá satisfazer todos os requisitos exigidos para os contratos das sociedades empresárias em geral e aos específicos das sociedades anônimas, e conterá as normas pelas quais se regerá a companhia; 3. Prospecto organizado e assinado pelos fundadores e pela instituição financeira intermediária: deverá mencionar as expectativas acerca do empreendimento. É necessário trazer várias informações detalhadas, que constam no art. 84 da Lei das S.A. Art. 84 - O prospecto deverá mencionar, com precisão e clareza, as bases da companhia e os motivos que justifiquem a expectativa de bom excito do empreendimento, e em especial: I- O valor do capital social a ser subscrito, o modo de sua realização e a existência ou não de autorização para aumento futuro II- A parte do capital a ser formada com bens, a discriminação desses bens e o valor a eles atribuídos pelos fundadores; III- O número, as espécies e classes de ações em que se dividirá o capital; o valor nominal das ações, e o preço da emissão das ações; IV- A importância da entrada a ser realizada no ato da subscrição; V- As obrigações assumidas pelos fundadores, os contratos assinados no interesse da futura companhia e as quantias já despendidas e por despender; VI- As vantagens particulares, a que terão direito os fundadores ou terceiros, e o dispositivo do projeto do estatuto que as regula; VII- A autorização governamental para constituir-se a companhia, se necessária; VIII- As datas de início e término da subscrição e as instituições autorizadas a receber as entradas; IX- A solução prevista para o caso de excesso de subscrição; X- O prazo dentro do qual deverá realizar-se a assembleia de constituição da companhia, ou a preliminar para avaliação dos bens, se for o caso; XI- O nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos fundadores, ou, se pessoa jurídica, a firma ou denominação, nacionalidade e sede, bem como o número e espécie de ações que cada um houver subscrito; XII- A instituição financeira intermediária do lançamento, em cujo poder ficarão depositados os originais do prospecto e do projeto de estatuo, com os documentos a que fizerem menção, para exame de qualquer interesse. • Caberá então à CVM, com base nos documentos apresentados, avaliar o empreendimento, podendo condicionar o registro a modificações no estatuo ou no prospecto e negá-lo por inviabilidade ou temeridade do empreendimento ou inidoneidade dos fundadores. SEGUNDA ETAPA • Se a CVM aprovar os documentos e deferir o registro, terá início a segunda etapa do procedimento para constituição da companhia aberta, cabendo à instituição underwriter/underwriting, captar recursos no mercado, colocando as ações junto a investidores que tenham interesse em subscreve-las. Lembre-se de que, nas sociedades anônimas abertas, todo o capital deve ser subscrito, sob pena de cancelamento do registro de emissão concedido pelo CVM. Nas S.A. abertas, todo o capital deve ser subscrito, sob pena de cancelamento do registro de emissão concedido pela CVM. "Art. 85 - No ato da subscrição das ações a serem realizadas em dinheiro, o subscritor pagará a entrada e assinará a lista ou o boletim individual autenticados pela instituição autorizada a receber as entradas, qualificando-se pelo nome, nacionalidade, residência, estado civil, profissão e documento de identidade, ou, se pessoa jurídica, pela firma ou denominação, nacionalidade e sede, devendo especificar o número das ações subscritas, a sua espécie e classe, se houver mais uma, e o total da entrada. §único: a subscrição poderá ser feita, nas condições previstas no prospecto, por carta à instituição, com as declarações prescritas neste artigo e o pagamento da entrada. • A subscrição fica sob responsabilidade de underwriter, devendo ser obedecidas as condições do art. 85. Essa é uma operação bastante interessante, pois os investidores decidem subscrever as ações apenas com base no prospecto, dando um "voto de confiança" aos negócios que serão conduzidos pela companhia. TERCEIRA ETAPA • Inicia-se a terceira etapa após o capital social for subscrito e então ocorrerá a realização da assembleia de fundação. "Art. 87 - A assembleia de constituição instalar-se-á, em primeira convocação, com a presença de subscritores que representem, no mínimo, metade do capital social, e, em segunda convocação, com qualquer número. §1°: Na assembleia, presidida por um dos fundadores e secretariada por subscritor, será lido o recibo de depósito de que trata o número III do artigo 80, bem como discutido e votado o projeto de estatuto. §2°: Cada ação, independentemente de sua espécie ou classe, dá direito a um voto; a maioria não tem poder para alterar o projeto de estatuto. §3°: Verificando-se que foram observadas as formalidades legais e não havendo oposição de subscritores que representem mais da metade do capital social, o presidente declarará constituída a companhia, procedendo-se, a seguir, à eleição dos administradores e fiscais. §4°: A ata da reunião, lavrada em duplicata, depois de lida e aprovada pela assembleia, será assinada por todos os subscritores presentes, ou por quantos bastem à validade das deliberações; um exemplar ficará em poder da companhia e o outro será destinado ao registro do comércio. • Na primeira convocação, deve haver subscritores que representem pelo menos metade do capital social. Na segunda convocação a assembleia pode instalar-se com qualquer número de subscritores. • A presidência da assembleia cabea um dos fundadores, e um dos subscritores será apontado como secretário. A principal pauta dessa assembleia é o estatuto da sociedade, cujo projeto deverá ser discutido e votado. Perceba que cada ação dá direito a um voto, independentemente de sua espécie ou classe. No momento oportuno estudaremos sobre as classes de ações e seus reflexos no poder de voto dos acionistas em assembleia. • Se não houver oposição de subscritores que representem mais da metade do capital social, o presidente (fundador) declarará constituída a companhia, e em seguida a assembleia passará a eleger os administradores e componentes do conselho fiscal. 4- Criação da sociedade anônima fechada. • No caso da companhia fechada, temos duas modalidades de constituição: a realização de assembleia dos subscritores e a lavratura de escritura pública em cartório. • Assembleia de fundação: deverão ser seguidas, como regra geral, as mesmas normas que vimos ao tratar das companhias abertas, devendo ser entregues à assembleia o projeto de estatuto assinado por todos os subscritores, e as listas ou boletins de subscrição de todas as ações. • Lavratura de escritura pública: esta deverá ser assinada por todos os subscritores, contendo a sua qualificação, o estatuto da companhia, a relação das ações subscritas e dos valores pagos, a transcrição do recibo do depósito, a transcrição do laudo de avaliação dos peritos (caso tenha havido subscrição em bens), e a nomeação dos primeiros administradores e, quando for o caso, dos fiscais. "Art. 88 - A constituição da companhia por subscrição particular do capital pode fazer-se por deliberação dos subscritores em assembleia-geral ou por escritura pública, considerando-se fundadores todos os subscritores." 5- Capital social. • O capital social é divido em ações na S.A., diferente da Sociedade Limitada que é divido em cotas. Em um existe acionistas e outro, cotistas. • Os sócios (acionistas) são responsáveis somente pelo preço de emissão das ações que subscreverem ou adquirirem, ou seja, não há solidariedade pela integralização do restante das ações. • O capital social é estático, ou seja, mantêm-se inalterado a menos que se delibere por seu aumento ou diminuição. Diferente do patrimônio da sociedade que é dinâmico, ou seja, sofre mudanças dependendo dos resultados positivos ou negativos da sociedade. Aumento do capital social: "Art. 166 - O capital social pode ser aumentado: I - Por deliberação da assembleia geral ordinária, para correção da expressão monetária do seu valor (art. 167); II - Por deliberação da assembleia geral ou do Conselho de Administração, observando o que a respeito dispuser o estatuto, nos casos de emissão de ações dentro do limite autorizado no estatuto (art. 168); III - Por conversão, em ações, de debêntures ou partes beneficiárias e pelo exercício de direitos conferidos por bônus de subscrição, ou de opção de compra de ações; IV - Por deliberação da assembleia geral extraordinária convocada para decidir sobre reforma do estatuto social, no caso de inexistir autorização de aumento, ou de estar a mesma esgotada." Explicação: I - Correção da expressão monetária do seu valor, ou seja, o capital social pode sofrer aumento para corrigir monetariamente o seu valor em decorrência de reflexos inflacionários. Tal número não é mais obrigatório conforme dispunha o art. 5º da Lei, que foi derrogado pela Lei 9.249/95. II - Nesse caso não há necessidade de alteração do Estatuto Social para modificação do capital social da companhia tendo em vista que o estatuto já contém previa autorização para o aumento do capital social da sociedade. III - Para ocorrer tal conversão os valores mobiliários emitidos pela companhia devem ter cláusula de conversibilidade em ações. Assim, ao invés da sociedade efetuar a devolução desses títulos, os seus titulares deixam de ser credores e passam a ser sócios da companhia. IV - Por deliberação da assembléia para decidir sobre a reforma do estatuto social, no caso de inexistir autorização de aumento, ou de estar a mesma esgotada. Diminuição do capital social: "Art. 173 - A assembleia geral poderá deliberar a redução do capital social se houver perda, até o montante dos prejuízos acumulados, ou se julgá-lo excessivo." "Art. 45, §6º - Se, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, a contar da data da publicação da ata da assembleia, não forem substituídos os acionistas cujas ações tenham sido reembolsadas à conta do capital social, este considerar-se-á reduzido no montante correspondente, cumprindo aos órgãos da administração convocar a assembleia geral, dentro de 5 (cinco) dias, para tomar conhecimento daquela redução." "Art. 107, §4º - Se a companhia não conseguir, por qualquer dos meios previstos neste artigo, a integralização das ações, poderá declará-las caducas e fazer suas as entradas realizadas, integralizando-as com lucros ou reservas, exceto a legal; se não tiver lucros e reservas suficientes, terá o prazo de 1 (um) ano para colocar as ações caídas em comisso, findo o qual, não tenha sido encontrado comprador, a assembleia geral deliberará sobre a redução do capital em importância correspondente." Explicação: Art. 173 - Perda ou excesso do capital social. Tal redução é facultativa e é deliberada pela Assembléia. Art. 45, §6º - Para reembolso de acionista dissidente. O acionista que se retirar da companhia or não concordar com a deliberação da Assembléia Geral (deliberações que modificam estrutura da companhia) tem o direito ao reembolso do valor de suas ações. Tal redução é obrigatória. Art. 107, §4º - Pela caducidade das ações do acionista remisso. Ocorre nos casos em que a companhia não encontra compradores para as ações do sócio remisso. Tal redução também é obrigatória. 6- Ações. • A ação representa o conjunto de direitos e expectativas de direitos perante a sociedade anônima. As ações possuem um tríplice aspecto: 1. É parte do capital social; 2. Fundamenta a condição de sócio; 3. É titulo de crédito de natureza eventual. • Valores atribuídos às ações: 4. Valor nominal; 5. Valor de emissão; 6. Valor patrimonial; 7. Valor de negociação; 8. Valor econômico. • Valor nominal: É o valor resultante da divisão do capital social da S.A. pelo número de ações por ela emitidas (Valor nominal= valor do capital social/n° de ações). Cabe ao estatuto da S.A. decidir e estabelecer se as ações terão ou não valor nominal. • Valor de emissão: É o preço pelo qual a ação é disponibilizada ao subscritor, seja quando da constituição da sociedade, seja quando do possível aumento do capital social. É o montante despendido pelo subscritor, à vista ou a prazo, em favor da sociedade emissora em troca da ação. Quando o valor da emissão for maior do que o valor nominal da ação, a contribuição total dos sócios será maior do que o capital social. A diferença entre o preço da emissão e o valor nominal denomina-se ÁGIO, sendo que a soma dos ágios formará a reserva de capital (art. 182, §1º, A, da Lei das S.A.). Ex.: Capital social é de R$: 5.000,00, tendo sido emitidas 5.000 ações, com valor nominal de R$1,00. O valor da emissão dessas ações é de R$:3,00. Desta forma, a contribuição inicial dos sócios subscritores é de R$:15.000,00 (5.000 ações x R$:3,00). O ágio será de R$:10.000,00 (R$:15.000,00 - R$:5.000,00), que se transformará em reserva de capital. • Valor patrimonial: É a parcela do patrimônio líquido da sociedade anônima correspondente a cada ação. É a divisão do patrimônio líquido da sociedade pelo número de ações emitidas. O patrimônio líquido é calculado entre a diferença do ativo (patrimônio bruto) menos o passivo (despesas e obrigações) de uma sociedade. Ex.: Ativo de R$:20.000,00; Passivo de R$:8.000,00; 6.000 ações emitidas; Patrimônio líquido de R$:12.000,00 (ativo - passivo); Valor patrimonial R$:2,00 (R$: 12.000/6.000 ações). • Valor da negociação: É o montante pago peloadquirente da ação, por livre manifestação de vontade. É o preço que a ação adquire no mercado secundário de capitais. • Valor econômico: É o resultado de complexa avaliação, procedida segundo critérios técnicos buscando verificar qual o valor que as ações possivelmente alcançariam se fossem negociadas no mercado de capitais. Por exemplo: Capital social: R$:10.000, número de ações:10.000, patrimônio líquido: R$:200.000, valor patrimonial: R$: 2,00 (patrimônio líquido/número de ações), valor nominal: R$1,00 (capital social/ n° de ações), emissão de 50.000 novas ações.
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