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TÉCNICAS DE UNITIZAÇÃO DE CARGAS EM PALETES 1. Introdução A ciência de unitização de carga para o transporte envolve dois conceitos relativamente novos no Brasil. São os conceitos de logística e de embalagens de transporte. A logística estuda formas de suprir e distribuir mercadorias. Tem na unitização de cargas aliada a movimentação mecanizada um forte potencial de produtividade e eficácia. Existem várias formas de unitização de cargas para o transporte no mundo, porém o sistema paletizado é aquele que tem demonstrado o maior crescimento. Paletes ou estrados são plataformas destinadas a suportar cargas permitindo a movimentação por meio de garfo, onde os produtos podem ser unitizados. Os paletes têm como função a movimentação de grande escala. A palavra palete é uma adaptação do termo inglês "PALLET". Paletes são dispositivos de unitização de cargas criados para dinamizar a movimentação mecânica na produção industrial, nos depósitos e tendem agilizar os meios de transportes no momento de carregamento e descarga. O conhecimento da logística aplicada à distribuição física dos produtos reconhece no palete uma alternativa eficiente de unitização, a qual facilita a movimentação, o transporte e a armazenagem das cargas. Apesar da obviedade da vantagem do sistema paletizado sobre a movimentação manual os dois sistemas convivem simultaneamente no Brasil. O motivo é o custo da implantação do sistema versus o custo de manutenção do convencional. Não existem estudos sobre quando a movimentação paletizada é possível, ou quanto de carga há ser movimentada é necessária para a implantação de um sistema unitizado. 2. Vantagens da Paletização Os produtores, de uma forma geral os atacadistas e as empresas de armazenagem, que recebem produtos e mercadorias durante a operação normal ou de movimentação de materiais estão bastante seguros das várias vantagens na operação de cargas e das economias como resultado da adoção de um programa de paletização. Casos recentes onde métodos de movimentação mecânica têm sido adotados, repetidamente confirmam a validade destes potenciais ganhos prontamente disponíveis para melhores negócios da empresa. Após a utilização nos portos como equipamento de movimentação, os paletes passaram a ser na indústria em geral, e na de bens de consumo em particular, um importante equipamento de movimentação e armazenagem de cargas unitizadas. A NWPMA "National Wooden Pallet & Container Association" norte americana aponta dezesseis vantagens de um programa de paletização: 1. A melhor utilização dos espaços verticais, pois um programa de paletização possibilita uma quantidade maior de armazenagem em uma dada área. 2. Redução de acidentes pessoais na substituição da movimentação manual pela movimentação mecânica. 3. Economia de 40% a 45% no custo da movimentação devido a paletização. 4. O tempo de movimentação fica reduzido. Economia por homens/horas na eliminação dos sobretempos ociosos. 5. Os paletes carregados permitem a ventilação entre as mercadorias tanto nos depósitos como durante o transporte 6. A paletização simplifica o controle de inventário. 7. Histórias de casos demonstraram que a adoção de métodos de movimentação mecânica e de carregamento paletizado resultaram na eliminação quase total de danos aos produtos. 8. A unitização de cargas sobre paletes reduz o tempo de rotulagem e as despesas operacionais deste item. Um ou dois rótulos por unidade de carga elimina a necessidade de identificar cada embalagem do produto. 9. O furto é reduzido quando itens individuais são unitizados por cintas, faixas ou filmes. 10. A paletização permite uniformizar o local de estocagem resultando em áreas com aproveitamento racional. 11. Os paletes são a forma natural de subpisos para o qual cintas de aço podem ser usadas facilmente na ancoragem segura das mercadorias. 12. Uso do palete elimina freqüentes custeios do sistema de transporte e permite entregas, cargas e descargas dentro de qualquer ponto acessível por equipamentos de movimentação. 13. Paletes bem adequados na linha de produção elimina interrupções e gargalos e proporciona maior produtividade. 14. Operários não precisam perder seu valioso tempo para dar apoio na movimentação de materiais. 15. Corta pela metade o tempo de carga e descarga de caminhões: (a) redução dos custos de prorrogação no tempo de embarque e eliminação de (sobretaxa); (b) a melhor utilização dos equipamentos de carga e descarga; (c) crescimento do peso de rendas no transporte, otimiza a relação de caminhões. 16. Tempo de carga e descarga pode ser reduzido com o uso do palete, resultando em: (a) rapidez no retorno do caminhão (b) redução de custos. Economias são claramentes visualizadas quando realizadas pelo custo de carga e descarga de mercadorias, pois muitas vezes são maiores naquelas que envolve operação de transbordo. 3. Tipos e Modelos Existentes A Norma de Terminologia para paletes, NBR 8254 editada em novembro de 1983, classifica os tipos de paletes de seguinte forma: Quanto ao tipo de operação: Palete descartável - Como alternativa ao palete circulante debate-se a utilização de paletes descartáveis que também apresentam problemas relativos a custos. Esses paletes acabam agregando custo ao produto. Outro problema é o ecológico relativo aos produtos a serem descartados. Palete de uso repetitivo - são aqueles destinados a várias operações de transporte e/ou armazenamento. Palete circulante ou retornável - Um dos maiores usuários de cargas paletizadas são as indústrias de bens de consumo que distribuem seus produtos através dos supermercados. Desta forma a Associação Brasileira de Supermercados, conhecida como "ABRAS", tem procurado a padronização dos paletes em função da qualidade, dimensões e desenho. Quanto ao modelo: - Palete de duas entradas - são aqueles que permitem a introdução de garfo somente por dois lados opostos - Palete de quatro entradas - são aqueles que permitem a introdução de garfos pelos quatro lados, conforme Figura 2. - Palete face simples - são aqueles com apenas uma face destinada a receber a carga, conforme Figura 3. - Palete face dupla - são aqueles que possuem uma face superior para receber carga e outra inferior para apoio, conforme Figura 4. Palete reversível - são aqueles que possuem duas face iguais, - Palete com abas - são aqueles cuja face superior (ou ambas) se projeta além dos apoios em lados opostos, de forma a permitir a inserção de barras ou cabos de içamento, conforme Figura 6. - Palete desquinados - são aqueles com os cantos cortados ou arredondados. - Caixa-Palete - são aqueles, com três ou quatro paredes, podendo ser removíveis ou com tampa, conforme Figura 7. 4. Aplicação dos Diferentes Modelos de Palete Paletes de duas entradas são os paletes fabricados com longarinas. Existem porém paletes de blocos que possibilitam quatro entradas para garfo e duas para paleteiras. Os paletes que utilizam longarinas possuem maior resistência à flexão na transversal das longarinas. Pelo volume de madeira utilizado ficam também mais pesados. Paletes de quatro entradas são os fabricados com seis ou nove blocos. Sua vantagem está na versatilidade para movimentação em cargas blocadas. Seu desenho sugere menor resistência, porém pode ser compensado utilizando maior espessuras das tábuas. Paletes face simples são geralmente utilizados em movimentações internas. Oferecem facilidade na movimentação por paleteiras e necessitam de dispositivo porta- paletes para seu acondicionamento verticalizado. Não são indicados para cargas pesadas, pois seu desenho possibilita menor resistência do palete a flexão. A falta de travamento inferior aumentaa possibilidade de colapso na pregagem do palete se houver arraste das unidade de carga. Paletes face dupla são os paletes mais utilizados pelo mercado. A resistência a flexão é maior quanto mais próximo o palete de face dupla estiver reversível. No empilhamento blocado das cargas fere menos a unidade de carga de suporte. Paletes reversíveis são geralmente de melhor qualidade e. utilizados principalmente para acondicionamento de carga blocadas. Usuários de sacarias dão preferência aos paletes de face reversível pois são os que menos danificam a carga de suporte e permitem a melhor estabilidade de pilha. Paletes com abas são geralmente utilizados para exportação, pois nos portos são movimentados por “slings”. Depósitos que possuem ponte rolante para movimentação dos materiais também preferem utilizar paletes com asa ou abas, pois possibilitam a utilização de barras de aço presas a cabos de aço ou apenas cabos de aço que abraçam os paletes pela lateral. Paletes desquinados não possuem uso especifico. O desquinamento ou arrendondamento dos cantos é uma forma de evitar esforços perfurantes nas cargas. Caixas-palete são geralmente utilizadas para produtos que não oferecem regularidade na pilha, ou possuem dimensões muito diminutas. 5. Materiais Utilizados na Fabricação A utilização de madeiras em embalagens e paletes obedece a uma prática tradicional. A disponibilidade de determinadas espécies na região ou proximidades tem sido o principal critério de especificação. O dimensionamento estrutural e os detalhes construtivos são uma decorrência dessa prática. Com isso, a especificação é feita com base na indicação da espécie conhecida. Essa prática apresenta o problema de potencial rejeição de espécies perfeitamente adequadas ao uso porém pouco conhecidas. A exploração racional, ecológica e economicamente viável de florestas heterogêneas pressupõe o aproveitamento de uma diversidade de espécies. O maior problema na especificação de madeiras não tradicionais pode estar no desconhecimento de suas propriedades e/ou na dificuldade de sua identificação. O IPT, para encaminhar a solução deste problema, produziu e publicou uma série de Fichas das Madeiras Brasileiras com micrografias que auxiliam a identificação visual da espécie e dados sobre densidade, resistência e retrabilidade das madeiras identificadas. A especificação da madeira pôr suas propriedades relevantes, como a resistência à flexão, à compressão ou ao choque, independentemente da identificação da espécie, é tecnicamente a melhor forma de controlar a qualidade do material pretendido, além, naturalmente, das especificações dimensionais, de teor de umidade e de limitação de defeitos das peças. O que impede esse tipo de prática é a dificuldade em realizar testes ou ensaios de controle da resistência da madeira. O ensaio de flexão é o mais importante, dada a condição de carregamento mais típica das estruturas de embalagens e paletes. A dificuldade de realizar este ensaio está ligada à necessidade de um equipamento relativamente caro para a aplicação e medida das forças. A relativa complexidade deste equipamento, com o fato de ter custo considerável e de ser pouco portátil, torna inviável seu uso em controle da qualidade da madeira como prática corrente, pôr mais que seja correto, tecnicamente, especificar a resistência à flexão do material. Um outro procedimento que teria validade para a avaliação da resistência da madeira é o da medida da dureza. Para outros materiais, como o aço, há uma relação muito boa entre a dureza (Brinnel ou Vickers) e a resistência à flexão, ou o limite de escoamento em ensaio de tração. Um método de medida da dureza da madeira é o da conhecida como “dureza Janka”. Uma esfera com área diametral de 1 cm2 é inserida na madeira na profundidade do raio, e é medida a força necessária para essa inserção. O equipamento é semelhante ao do ensaio de flexão. Além de não ter nenhuma vantagem em relação à simplicidade do equipamento, a correlação entre a dureza Janka e a resistência à flexão é muito pequena. A partir dos dados tabelados nas tabelas de Propriedades das Madeiras Brasileiras Viáveis para Construção de Caixas e Engradados, publicadas em “Manual Técnico - Embalagem e Acondicionamento para Transporte e Exportação” (1) e nas “Fichas de Características de Madeiras Brasileiras” (2) foi traçado o Gráfico abaixo, com valores de dureza Janka e carga de ruptura na flexão para uma série de madeiras. Um outro método de medida da dureza da madeira, baseado em uma norma da American Society for Testing and Materials (ASTM D 2396) (3) destinada ao controle da qualidade de pisos, foi estudado pelo IPT com a elaboração da norma IPT-NEA 34 - Madeira - Determinação da dureza dinâmica (método de ensaio), (4). Este método tem as vantagens de usar equipamento muito simples e de baixo custo, e de apresentar uma correlação melhor de resultados com a resistência à flexão. O equipamento para o ensaio de dureza dinâmica nada mais é que uma esfera de aço com diâmetro de 50 mm que deve cair sobre o corpo-de-prova de madeira, bem apoiado, da altura de um metro. Pôr uma coincidência, a energia de impacto, em São Paulo, onde g = 9,79 m/s2, é de 5,0 J. O impacto da esfera sobre a madeira deixa nesta uma impressão circular (ou levemente elíptica) cujo diâmetro pode ser medido (em mm). Para facilitar esta medida um pedaço a ser impactada. A correlação entre este ensaio e o de resistência à flexão é bem melhor que o encontrado com a dureza Janka, o que é evidenciado pelo Gráfico a seguir. Neste estudo foram analisadas algumas madeiras de espécies mais usuais para embalagens e paletes. Foram feitos ensaios também com a Imbuia (Phoebe porosa) mas verificou-se uma grande dificuldade em obter corpos-de-prova de flexão sem fibras reservas, o que resulta em baixa resistência ainda que a dureza desta madeira seja elevada. A irregularidade da madeira exige um número considerável de medidas. As de tenção de ruptura na flexão foram tomadas com quatro corpos-de-prova de cada espécie e variedade. As de diâmetro da marca de impacto foram feitas em um número mínimo de quatro. Os corpos-de-prova de cada ensaio foram tomados de uma mesma peça da madeira, com teor de umidade já próximo do de equilíbrio pôr serem peças cortadas e guardadas há tempo. 6. Madeiras mais Indicadas Quanto a decisão para a escolha da madeira, é recomendável à utilização das reflorestadas, devido a uniformidade das mesmas, mantendo-se dessa forma um padrão da característica física do palete. O governo brasileiro incentivou na década de 1960 o reflorestamento das regiões sul e sudeste de madeiras do gênero Pinus e Eucalipto, entre outras. Essas madeiras são muito indicadas para produção de paletes e embalagens. O Pinus possui uma resistência relativamente baixa devendo ser utilizado para vedação, enquanto o Eucalipto por ser uma madeira dura e resistente deve ser usado como parte estrutural. O Eucalipto tem necessidade de cuidados durante o processamento mecânico e durante a secagem, para que sejam evitadas as rachaduras. Se a empresa utiliza contentores paletizados de madeira para movimentação, armazenagem e transporte de componentes de seus produtos, estes devem ser relacionados quanto as dimensões e outras particularidades. Deve-se observar as necessidades de uma especificação técnica detalhada para os produtos, de forma a ter garantias do seu comportamento estrutural. Para isso devem ser elaborados métodos de verificação da conformidade às especificações de comportamento (controle de qualidade de desenvolvimento) e métodos de controle da qualidade de recebimento. A certificação de modelos pode servir para o desenvolvimento de fornecedores e de alternativas de detalhes construtivos e dos materiais (madeiras, pregos, ferragens) mantendo os padrões de desenhoe desempenho, porém permitindo redução de custos por comparação de alternativas. Assim o controle de qualidade das embalagens de transporte envolverá três fases: a de desenvolvimento, aprovação de modelos e a de recebimento. 8. Cuidados no Manuseio Na utilitização das unidades de cargas paletizadas alguns cuidados devem ser tomados para a conservação do palete e para evitar disperdícios com os componentes de fixação da carga no palete. Fabricantes de paletes de madeira recomendam os seguintes cuidados: 1. O usuário deve conhecer a capacidade da empilhadeira ou paleteira que irá movimentar as cargas no intuito de evitar danos aos equipamentos ou a unidade de carga. 2. Deve-se também tomar cuidado com obstáculos como pilares, muretas, canos e outros. As condições do piso devem ser sistematicamente verificadas. Pulos da empilhadeira devido a irregularidades no piso solicitam duas vezes mais a resistência a compressão das embalagens. 3. Adequar a abertura do garfo da empilhadeira aos vãos do palete evitam impactos indesejáveis nas unidades de cargas e preservam o palete. 4. Na movimentação das unidades de carga a empilhadeira deve estar perfeitamente encaixado para evitar instabilidade de pilha, causada por inclinações no palete. 5. A distribuição da carga no palete e o planejamento da carga na sobreposição são importantes para evitar danos nas embalagens. 6. Freiadas bruscas e curvas rápidas desestabilizam a unidade de carga solicitando maior resistência das embalagens e dos paletes. 7. É recomendável elevar as cargas sempre com a torre inclinada um pouco para trás inclinando para frente no momento de depositar a carga no lugar. 8. É importante estar sempre atento à movimentação da carga não permitindo a permanencia de pessoas sobre o garfo ou sob as unidades de carga e abaixar completamente os garfos quando estacionar. 9. A aproximação das unidades de carga deve ser lenta, evitando também partidas bruscas e trancos, tanto na movimentação da carga como no transporte. 10. No carregamento do caminhão as cargas não devem ser arrastadas com o intuito de não danificar o palete ou a carroceria dos veículos. 9. Formação das Unidades de Carga São três os métodos de montagem: - Manual. - Semi-automática. - Automática (Paletizadora) A montagem manual consiste de um ou mais operários arrumando os itens no palete. Na montagem semi-automática um operário recebe os itens de um transportador e os arruma, dentro de um padrão de disposição em camadas e a máquina transfere cada camada para o palete e o posiciona, enquanto o operador forma uma nova camada e o procedimento de montagem se repete até a carga estar pronta. O carregador automático ou paletizadora é uma máquina que recebe caixas de papelão, sacos, tambores ou latas e os arruma em camadas, coloca-os no palete e deposita a carga completa em um transportador para a sua remoção. Operação com paletizadora - Procedimentos: O processo básico de formação consiste de uma linha de alimentação de embalagens sucessivas sobre uma mesa. Quando a camada é completada, a mesa é removida para depositar a camada no palete vazio ou sobre a camada anterior. O palete é abaixado em uma distância igual à altura da camada e então, a placa retorna e a camada é formada. As embalagens vêm por um transportador dotado de um contador (isto é, um dispositivo que registra o número de embalagens), com velocidade e espaçamento uniforme. A unidade de controle, combina com o dispositivo contador por foto-célula e governa automaticamente as séries de movimentos necessários para um certo palete. Na medida em que as embalagens entram na área de carregamento, a unidade de controle sinaliza um dispositivo de giro, geralmente um braço telescópico, quando uma delas deve ser girada a 90º. Quando uma fileira é formada, um empurrador a transfere-a para a mesa. Se camadas alternadas necessitarem de formações diferentes nas suas filas, o controle também regulará isto automaticamente. Os paletizadores podem ser especialmente projetados para montagem de cargas como tambores, sacos, barris, etc. Existem alguns equipamentos como paletizadores que operam de dois modos: removendo as camadas de produtos de cima da carga ou removendo os produtos de baixo da carga. Importantes considerações sobre operação com paletizadoras devem ser consideradas, como: - tipo do palete - padrão de cada camada - se é necessário o travamento da carga - se o cintamento, estiráveis ou termo-encolhível são necessários - o produto - se proibições ou ventilação são necessárias - se folhas separadoras são necessárias - qual produto esta para ser movimentado - qual é a pressa - quantas dimensões estão para ser movimentadas - onde a paletizadora será localizada - qual é a velocidade de alimentação desejada - uma vez paletizada, qual delas é adequada para a unidade de carga - o layout do sistema de carregamento de alimentação da paletizadora Filmes termo-encolhíveis (Shrink) e filmes estiráveis (Stretch) Filmes termo-encolhíveis ou filmes estiráveis são duas formas para colocar um envoltório tensionador em torno de um produto, um contêiner, grupo de produtos ou contêineres ou em volta de uma plataforma ou outro transporte de carga para promover a operação de embalagem e reduzir custos. Termo-encolhível -(Willian Corbett - Packaging 1985). Acondicionamento com Termo-encolhível é originário da França em 1936. Envolve o uso de filme termoplástico que é tensionado ou orientado durante sua fabricação. Tem a propriedade de encolhimento quando submetido ao calor. Em 1960, o sistema ganhou popularidade. O processo continuou a oferecer ganhos durante a década 60. A técnica foi se expandindo como uma aplicação funcional em enfardamento, aplicação com bandejas e na unitização de cargas em paletes. Suas maiores vantagens estão na contenção do produto, aparência, proteção, fixação, limpeza, multi-embalagem e economia. Pode ser aplicado sobre o produto ou sobre o palete, sendo necessário um forno de encolhimento. As vantagens desse processo são devido a grande variedade de termo- encolhível disponível no mercado. O Termo-encolhível é utilizado para itens pesados, moles e perissíveis Filmes estiráveis - (Robert A. Le Caire, Jr. - Diretor, Laboratory Services Packaging/1985) Stretch Wrapping é um processo onde um filme elástico é tensionado em torno de uma unidade de carga paletizada, de um determinado item, de um fardo ou embrulho a fim de manter a integridade da carga ou proteger o produto contra sujeira. Normalmente os produtos embrulhados com filmes estiráveis são: garrafas de vidro, alimentos para animais, sorvetes, portas de madeira, latarias etc. A versatilidade do uso do filmes estiráveis é muito grande. Filmes estiráveis são aqueles que após sua aplicação mantém o tensionamento amarrando a carga entre si e o palete. Os filmes também possuem a função de proteger a carga contra o pó. Aplicação do filme estirável Os diferentes tipos de equipamentos para embalagem com filme filmes estiráveis estão comercialmente disponíveis. Alguns destes sistemas estão descritos a seguir. Embalagem por cortina - Na operação de embalagem a carga passa entre duas bobinas de filme, onde o filme é mantido esticado. Quando o palete passa entre as bobinas, o filme é mais uma vez esticado, até envolver totalmente o mesmo. Quando todo o palete estiver envolvido, dois dispositivos de soldagem se aproximam e selam o filme estiráveis. O filme é segurado mecanicamente, até que a junta esfrie e tenha alcançado o esticamento máximo. Foi a partir desse tipo que foi desenvolvido o maquinário de maior avanço tecnológico. Embalagem da largura completa. Outrotipo de embalagem do palete é a máquina de embalagem largura completa. O filme usado tem largura suficiente para embalar a carga em uma rotação. Este princípio requer, entretanto, regulagem da carga com precisão, assim tornando seu uso relativamente limitado. Espessuras adequadas acima de 30 micras. Embalagem de pequenos pacotes - O último desenvolvimento em novas aplicações de filme estiráveis é a utilização da embalagem de pequenas unidades. A tecnologia usada de filmes estiráveis, permite redução significativa de consumo de material e elimina as bandejas onde os produtos são normalmente colocados. Esse sistema foi introduzido em 1984, sendo que em menos de 1 ano haviam várias versões no mercado. Existe um grande potencial para aplicação deste tipo de filme. A espessura adequada do filme varia entre 20 a 35 micras. Embalagem manual combinada a plataforma giratória - A embalagem manual é o sistema mais simples de se executar. O rolo de filme é montado em uma estrutura, onde o desenrolar pode ser diminuído virando uma manivela. Isto permite um certo grau de controle do estiráveis. Esse esquema é muito apropriado para tarefas como: relacrar cargas que já tenham sido abertas, reparar embalagens estragadas e também embalagens normais que não estejam sujeitas a nenhuma especificação. O sistema manual também pode ser combinado com uma mesa giratória acionada por um motor elétrico ajustado por meio de um pedal. A espessura adequada do filme é de 20 a 30 micras. Embalagem rotativa de palete - Esse é um termo genérico para todas as máquinas baseadas numa mesa giratória combinada com uma estrutrura fixa onde o filme é colocado. Como o filme se move ao longo da estrutura, a mesa gira, resultando numa embalagem especial da carga. Esse tipo é de longe o mais comum, e existe um grande número de diferentes modelos. Pode ser automatizado para variar o grau, e pode também depositar automaticamente uma película de filme na parte superior. A capacidade varia entre 15 e 90 paletes por hora. A espessura adequada do filme é de 20 a 30 micras. 9. Projeto e Especificação de Paletes Devido ao volume de dinheiro envolvido nos dispositivos para a unitização de cargas, vários projetos de aperfeiçoamento experimentais de paletes de madeira, de aço, de plástico e borracha têm sido realizados, porém um enfoque maior está sendo dado à especificação. As empresas que estão adquirindo paletes têm sentido necessidade de atendimento dentro de um bom padrão de qualidade do produto no momento da aquisição. O fornecimento com qualidade passa pela especificação do produto. Existe também grande dificuldade para avaliação das alternativas oferecidas pelo mercado pela variedade de paletes com custos e benefícios tão diferenciados. A metodologia adotada para a especificação do palete considera inicialmente as características da carga. Porém também devem ser considerados os tipos de embalagem, suas dimensões, densidade e o estado físico do produto. Devem ser consideradas também, as possibilidades da utilização de modelos e dimensões de paletes constantes das normas técnicas brasileiras e/ou normas internacionais. Exemplos das dimensões constantes das normas brasileiras que derivam da ANSI ( American National Standards Institute) propõem paletes com 1100 x 1100mm, 1200 x 1000mm, 1100 x 825mm, 1100 x 1320mm e de 1100 x 1650mm. As normas técnicas internacionais ISO (International Organization for Standardization) propõem as dimensões de 800 x 1200mm, 1000 x 1200mm, 1140 x 1140mm e para os contêineres Série 2, paletes de 1200 x 1200mm. O sistema de movimentação de carga é preponderante na escolha do desenho do palete. Muitas vezes é o que determina a opção por blocos ou longarinas na produção do palete. Paletes movimentados por paleteiras devem possuir uma altura maior que aqueles movimentados exclusivamente pelo garfo de empilhadeira ou gancho "C", pois a altura da paleteira está entre 8 a 10cm e o garfo da empilhadeira possui aproximadamente 6cm. O sistema de armazenagem também é determinante no desenho do palete. Na utilização do porta-palete sãopreferíveis paletes com longarinas, devido ao esforço de flexão que existe nesse tipo de estoque de unidades de cargas. O sistema "drive-in" sugere esforços de flexão em outro sentido que deve ser reforçado. Nas cargas blocadas, onde uma unidade de carga fica apoiada sobre a outra, é recomendada a utilização de paletes de face reversível, ou com face inferior de fechamento mínimo de 40% da área de apoio do palete. Isto é para evitar que as caixa inferiores amassem orrendo escorregamento ou rasgo de sacarias. Armazenagem utilizando "racks" (montantes que se apoiam nos cantos do palete), também requerem um desenho específico, tendo em vista maior resistência à flexão nas duas direções e à compressão junto aos cantos do palete. A maior interferência do sistema de transporte no modelo do palete é a dimensão. Não devem ser deixados espaços vagos nas carrocerias devido ao desperdício nos fretes. Nas cargas com densidade inferior a 300 kg/m3, o frete é cobrado por volume. Nesse caso o espaço vazio torna-se crítico, havendo além disso há necessidade de apoio lateral entre as cargas para estabilidade das mesmas. A forma de carregamento do veículo também determina o desenho do palete, pois a existência de docas possibilita a utilização de paleteiras. A falta de docas impõe a necessidade de carregamento pela lateral do veículo com a utilização de empilhadeiras. A especificação de materiais porém acresce o custo do produto, pois na seleção da matéria-prima para a fabricação do palete há exclusão das peças não qualificadas em razão dos nós e esmoados identificados na madeira. Por vezes até 20% das tábuas são recusadas. Apesar do aumento no custo do produto a empresa usuária prefere, pois ganha na qualidade. Portanto isto envolve padrões a serem seguidos por todos os fornecedores, onde os custos apresentados serão relativos a uma mesma qualidade do produto. 10 Identificação das Unidades de Carga As marcações nas unidades de carga não devem visar apenas a indicação corretamente do destino e do destinatário. Devem indicar claramente como deve ser manuseada nos diversos pontos de transbordo por onde deverá passar. No caso de mercadorias perigosas, é extremamente importante indicar o grau de periculosidade. Marcações defeituosas ou inexistentes podem levar à abertura da embalagem para verificar ou comparar com a lista dos volumes ou ter a entrega atrasada. Falta de rótulos para indicar produtos perigosos ou símbolos de manuseio pode levara seguradora a estipular uma taxação adicional. Baseada em milhares de experiências, a Internacional Cargo Handling Association (Associação International de Manejo de Carga), de Londres, estabeleceu regras aparentemente simples mas eficazes para marcar embalagens. entre elas: marcas e sinais devem ter certa ordem, os dados essenciais escritos em forma alongada, contornada por traço forte; em caixas maiores, as indicações devem ser feitas em dois ou mais lados; dados essenciais devem ser escritos em letras de pelo menos 3 a 7 centímetros de altura, em tinta de secagem rápida, preta ou azul; tinta vermelha deve ser reservada para produtos perigosos. Para embalagem de produtos alimentícios, evitar tintas nocivas a saúde; não usar rótulos velhos e descoloridos. Produtos perigosos - químicos, explosivos e outros - devem ser assinalados por símbolos padronizados, constantes do Código Marítimo Internacional, adaptados no Brasil pela Associação Brasileira de Normas Técnicas. Há símbolos convencionados para todos os tipos de produtos perigosos, cujos modelos podem ser obtidos nas empresas de transporte. A falta desses símbolos pode trazer grandes prejuízos e transtornos. Quando transportadas em navios, por exemplo, embalagens suspeitasde conter produtos perigosos, ou incorretamente indicados, podem obrigar a embarcação a permanecer ao largo até serem identificadas. Há também símbolos para facilitar a operação de carga, descarga, arrumação de volumes, além de prevenir danos, entre eles, indicações dos lugares corretos para colocar lingas, garfos de empilhadeiras, centro de gravidade. Os símbolos, embora adotados por quase todos os países, devem necessariamente ser acompanhados de explicação nas línguas do exportador e do importador. Instruções destinadas basicamente a facilitar o manuseio nos armazéns do importador e do importador - como local correto para abertura da embalagem - não têm símbolos padronizados, mas são igualmente importantes. 11. Controle da Qualidade de Paletes e Unidades de Carga Métodos de Testes O comportamento estrutural das embalagens de transporte envolve as seguintes exigências de desempenho no tocante à resistência: · ao levantamento por garfo; · à queda rotacional; · ao impacto contra o garfo; · ao impacto contra parede; · à vibração; · ao empilhamento. Os métodos de testes e as intensidades dos mesmos devem ser propostos com base nos seguintes critérios: a) observação das condições de movimentação, armazenamento e transporte usuais e previstas em operação normal da fábrica; b) utilização de normas internacionalmente reconhecidas; c) utilização da experiência do IPT já consolidada em normas e especificações, com testes de modelos aprovados na prática. Este trabalho foi orientado pela Prof. Marlene Picarelli da USP e coordenado pela Comitê de Unitização de Cargas da ASLOG Associação Brasileira de Logística – Com a colaboração do Prof. Ernesto Pichler Referências Bibliográficas 1 - MIC/STI/SICCT/IPT/SENAI - Manual Técnico - Embalagem e Acondicionamento para Transporte e Exportação 1984 2 - IPT - Fichas de Características de Madeiras Brasileiras - 1989 3 - ASTM - D 2396 Simulated Service Testing of Wood and Wood Based Finished Flooring Ball Indentation, Sec. 18 4 - IPT - Norma IPT-NEA 34 - Madeira - Determinação da Dureza Dinâmica - Método de Ensaio - 1992
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