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17 - Unitização de Cargas

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TÉCNICAS DE UNITIZAÇÃO DE CARGAS EM 
PALETES 
 
1. Introdução 
 
A ciência de unitização de carga para o transporte 
envolve dois conceitos relativamente novos no Brasil. São os 
conceitos de logística e de embalagens de transporte. A 
logística estuda formas de suprir e distribuir mercadorias. 
Tem na unitização de cargas aliada a movimentação 
mecanizada um forte potencial de produtividade e eficácia. 
Existem várias formas de unitização de cargas para o 
transporte no mundo, porém o sistema paletizado é aquele 
que tem demonstrado o maior crescimento. 
Paletes ou estrados são plataformas destinadas a suportar cargas permitindo a 
movimentação por meio de garfo, onde os produtos podem ser unitizados. Os paletes têm 
como função a movimentação de grande escala. A palavra palete é uma adaptação do 
termo inglês "PALLET". Paletes são dispositivos de unitização de cargas criados para 
dinamizar a movimentação mecânica na produção industrial, nos depósitos e tendem 
agilizar os meios de transportes no momento de carregamento e descarga. 
O conhecimento da logística aplicada à distribuição física dos produtos reconhece 
no palete uma alternativa eficiente de unitização, a qual facilita a movimentação, o 
transporte e a armazenagem das cargas. 
Apesar da obviedade da vantagem do sistema paletizado sobre a movimentação 
manual os dois sistemas convivem simultaneamente no Brasil. O motivo é o custo da 
implantação do sistema versus o custo de manutenção do convencional. Não existem 
estudos sobre quando a movimentação paletizada é possível, ou quanto de carga há ser 
movimentada é necessária para a implantação de um sistema unitizado. 
2. Vantagens da Paletização 
Os produtores, de uma forma geral os atacadistas e as empresas de armazenagem, 
que recebem produtos e mercadorias durante a operação normal ou de movimentação de 
materiais estão bastante seguros das várias vantagens na operação de cargas e das 
economias como resultado da adoção de um programa de paletização. 
Casos recentes onde métodos de movimentação mecânica têm sido adotados, 
repetidamente confirmam a validade destes potenciais ganhos prontamente disponíveis 
para melhores negócios da empresa. Após a utilização nos portos como equipamento de 
movimentação, os paletes passaram a ser na indústria em geral, e na de bens de 
consumo em particular, um importante equipamento de movimentação e armazenagem 
de cargas unitizadas. 
A NWPMA "National Wooden Pallet & Container Association" norte americana 
aponta dezesseis vantagens de um programa de paletização: 
 
1. A melhor utilização dos espaços verticais, pois 
um programa de paletização possibilita uma quantidade 
maior de armazenagem em uma dada área. 
2. Redução de acidentes pessoais na substituição 
da movimentação manual pela movimentação mecânica. 
3. Economia de 40% a 45% no custo da 
movimentação devido a paletização. 
4. O tempo de movimentação fica reduzido. Economia por homens/horas na 
eliminação dos sobretempos ociosos. 
 
 
5. Os paletes carregados permitem a ventilação entre as mercadorias tanto nos 
depósitos como durante o transporte 
6. A paletização simplifica o controle de inventário. 
7. Histórias de casos demonstraram que a adoção de métodos de movimentação 
mecânica e de carregamento paletizado resultaram na eliminação quase total de danos 
aos produtos. 
8. A unitização de cargas sobre paletes reduz o tempo de rotulagem e as 
despesas operacionais deste item. Um ou dois rótulos por unidade de carga elimina a 
necessidade de identificar cada embalagem do produto. 
9. O furto é reduzido quando itens individuais são unitizados por cintas, faixas ou 
filmes. 
10. A paletização permite uniformizar o local de estocagem resultando em áreas 
com aproveitamento racional. 
11. Os paletes são a forma natural de subpisos para o qual cintas de aço podem 
ser usadas facilmente na ancoragem segura das mercadorias. 
12. Uso do palete elimina freqüentes custeios do sistema de transporte e permite 
entregas, cargas e descargas dentro de qualquer ponto acessível por equipamentos de 
movimentação. 
13. Paletes bem adequados na linha de produção elimina interrupções e gargalos 
e proporciona maior produtividade. 
14. Operários não precisam perder seu valioso tempo para dar apoio na 
movimentação de materiais. 
15. Corta pela metade o tempo de carga e descarga de caminhões: 
(a) redução dos custos de prorrogação no tempo de embarque e eliminação de 
(sobretaxa); 
(b) a melhor utilização dos equipamentos de carga e descarga; 
(c) crescimento do peso de rendas no transporte, otimiza a relação de caminhões. 
 16. Tempo de carga e descarga pode ser reduzido com o uso do palete, resultando 
em: 
(a) rapidez no retorno do caminhão 
(b) redução de custos. Economias são claramentes visualizadas quando 
realizadas pelo custo de carga e descarga de mercadorias, pois muitas vezes são 
maiores naquelas que envolve operação de transbordo. 
3. Tipos e Modelos Existentes 
A Norma de Terminologia para paletes, NBR 8254 editada em novembro de 1983, 
classifica os tipos de paletes de seguinte forma: 
Quanto ao tipo de operação: 
Palete descartável - Como 
alternativa ao palete circulante debate-se 
a utilização de paletes descartáveis que 
também apresentam problemas relativos 
a custos. Esses paletes acabam 
agregando custo ao produto. Outro 
problema é o ecológico relativo aos 
produtos a serem descartados. 
 
 
 
Palete de uso repetitivo - são aqueles 
destinados a várias operações de transporte 
e/ou armazenamento. 
 
 Palete circulante ou retornável - 
Um dos maiores usuários de cargas 
paletizadas são as indústrias de bens de 
consumo que distribuem seus produtos 
através dos supermercados. Desta forma 
a Associação Brasileira de 
Supermercados, conhecida como 
"ABRAS", tem procurado a padronização 
dos paletes em função da qualidade, 
dimensões e desenho. 
 
 
Quanto ao modelo: 
 
- Palete de duas entradas - são aqueles que 
permitem a introdução de garfo somente por dois 
lados opostos 
 
 
- Palete de quatro entradas - são 
aqueles que permitem a introdução de 
garfos pelos quatro lados, conforme 
Figura 2. 
 
- Palete face simples - são aqueles com 
apenas uma face destinada a receber a carga, 
conforme Figura 3. 
 
 
 
- Palete face dupla - são aqueles 
que possuem uma face superior para 
receber carga e outra inferior para apoio, 
conforme Figura 4. 
 Palete reversível - são aqueles 
que possuem duas face iguais, 
- Palete com abas - são aqueles cuja face 
superior (ou ambas) se projeta além dos apoios 
em lados opostos, de forma a permitir a 
inserção de barras ou cabos de içamento, 
conforme Figura 6. 
 
 
- Palete desquinados - são aqueles com os cantos cortados ou arredondados. 
- Caixa-Palete - são aqueles, com três ou quatro paredes, podendo ser removíveis 
ou com tampa, conforme Figura 7. 
 
 
4. Aplicação dos Diferentes Modelos de Palete 
Paletes de duas entradas são os paletes fabricados com longarinas. Existem 
porém paletes de blocos que possibilitam quatro entradas para garfo e duas para 
paleteiras. Os paletes que utilizam longarinas possuem maior resistência à flexão na 
transversal das longarinas. Pelo volume de madeira utilizado ficam também mais 
pesados. 
Paletes de quatro entradas são os fabricados com seis ou nove blocos. Sua 
vantagem está na versatilidade para movimentação em cargas blocadas. Seu desenho 
sugere menor resistência, porém pode ser compensado utilizando maior espessuras das 
tábuas. 
Paletes face simples são geralmente utilizados em movimentações internas. 
Oferecem facilidade na movimentação por paleteiras e necessitam de dispositivo porta-
paletes para seu acondicionamento verticalizado. Não são indicados para cargas 
pesadas, pois seu desenho possibilita menor resistência do palete a flexão. A falta de 
travamento inferior aumentaa possibilidade de colapso na pregagem do palete se houver 
arraste das unidade de carga. 
 Paletes face dupla são os paletes mais utilizados pelo mercado. A resistência a 
flexão é maior quanto mais próximo o palete de face dupla estiver reversível. No 
empilhamento blocado das cargas fere menos a unidade de carga de suporte. 
Paletes reversíveis são geralmente de melhor qualidade e. utilizados 
principalmente para acondicionamento de carga blocadas. Usuários de sacarias dão 
preferência aos paletes de face reversível pois são os que menos danificam a carga de 
suporte e permitem a melhor estabilidade de pilha. 
Paletes com abas são geralmente utilizados para exportação, pois nos portos são 
movimentados por “slings”. Depósitos que possuem ponte rolante para movimentação dos 
materiais também preferem utilizar paletes com asa ou abas, pois possibilitam a utilização 
de barras de aço presas a cabos de aço ou apenas cabos de aço que abraçam os paletes 
pela lateral. 
Paletes desquinados não possuem uso especifico. O desquinamento ou 
arrendondamento dos cantos é uma forma de evitar esforços perfurantes nas cargas. 
Caixas-palete são geralmente utilizadas para produtos que não oferecem 
regularidade na pilha, ou possuem dimensões muito diminutas. 
5. Materiais Utilizados na Fabricação 
A utilização de madeiras em embalagens e paletes obedece a uma prática 
tradicional. A disponibilidade de determinadas espécies na região ou proximidades tem 
sido o principal critério de especificação. O dimensionamento estrutural e os detalhes 
construtivos são uma decorrência dessa prática. Com isso, a especificação é feita com 
base na indicação da espécie conhecida. 
Essa prática apresenta o problema de potencial rejeição de espécies perfeitamente 
adequadas ao uso porém pouco conhecidas. A exploração racional, ecológica e 
economicamente viável de florestas heterogêneas pressupõe o aproveitamento de uma 
diversidade de espécies. 
O maior problema na especificação de madeiras não tradicionais pode estar no 
desconhecimento de suas propriedades e/ou na dificuldade de sua identificação. O IPT, 
para encaminhar a solução deste problema, produziu e publicou uma série de Fichas das 
Madeiras Brasileiras com micrografias que auxiliam a identificação visual da espécie e 
dados sobre densidade, resistência e retrabilidade das madeiras identificadas. 
A especificação da madeira pôr suas propriedades relevantes, como a resistência à 
flexão, à compressão ou ao choque, independentemente da identificação da espécie, é 
tecnicamente a melhor forma de controlar a qualidade do material pretendido, além, 
naturalmente, das especificações dimensionais, de teor de umidade e de limitação de 
defeitos das peças. 
 O que impede esse tipo de prática é a dificuldade em realizar testes ou ensaios de 
controle da resistência da madeira. O ensaio de flexão é o mais importante, dada a 
condição de carregamento mais típica das estruturas de embalagens e paletes. A 
dificuldade de realizar este ensaio está ligada à necessidade de um equipamento 
relativamente caro para a aplicação e medida das forças. 
A relativa complexidade deste equipamento, com o fato de ter custo considerável e 
de ser pouco portátil, torna inviável seu uso em controle da qualidade da madeira como 
prática corrente, pôr mais que seja correto, tecnicamente, especificar a resistência à 
flexão do material. 
Um outro procedimento que teria validade para a avaliação da resistência da 
madeira é o da medida da dureza. Para outros materiais, como o aço, há uma relação 
muito boa entre a dureza (Brinnel ou Vickers) e a resistência à flexão, ou o limite de 
escoamento em ensaio de tração. 
Um método de medida da dureza da madeira é o da conhecida como “dureza 
Janka”. Uma esfera com área diametral de 1 cm2 é inserida na madeira na profundidade 
do raio, e é medida a força necessária para essa inserção. O equipamento é semelhante 
ao do ensaio de flexão. Além de não ter nenhuma vantagem em relação à simplicidade do 
equipamento, a correlação entre a dureza Janka e a resistência à flexão é muito pequena. 
A partir dos dados tabelados nas tabelas de Propriedades das Madeiras Brasileiras 
Viáveis para Construção de Caixas e Engradados, publicadas em “Manual Técnico - 
Embalagem e Acondicionamento para Transporte e Exportação” (1) e nas “Fichas de 
Características de Madeiras Brasileiras” (2) foi traçado o Gráfico abaixo, com valores de 
dureza Janka e carga de ruptura na flexão para uma série de madeiras. 
Um outro método de medida da dureza da madeira, baseado em uma norma da 
American Society for Testing and Materials (ASTM D 2396) (3) destinada ao controle da 
qualidade de pisos, foi estudado pelo IPT com a elaboração da norma IPT-NEA 34 - 
Madeira - Determinação da dureza dinâmica (método de ensaio), (4). Este método tem as 
vantagens de usar equipamento muito simples e de baixo custo, e de apresentar uma 
correlação melhor de resultados com a resistência à flexão. 
O equipamento para o ensaio de dureza dinâmica nada mais é que uma esfera de 
aço com diâmetro de 50 mm que deve cair sobre o corpo-de-prova de madeira, bem 
apoiado, da altura de um metro. Pôr uma coincidência, a energia de impacto, em São 
Paulo, onde g = 9,79 m/s2, é de 5,0 J. O impacto da esfera sobre a madeira deixa nesta 
uma impressão circular (ou levemente elíptica) cujo diâmetro pode ser medido (em mm). 
Para facilitar esta medida um pedaço a ser impactada. 
A correlação entre este ensaio e o de resistência à flexão é bem melhor que o 
encontrado com a dureza Janka, o que é evidenciado pelo Gráfico a seguir. 
Neste estudo foram analisadas algumas madeiras de espécies mais usuais para 
embalagens e paletes. Foram feitos ensaios também com a Imbuia (Phoebe porosa) mas 
verificou-se uma grande dificuldade em obter corpos-de-prova de flexão sem fibras 
reservas, o que resulta em baixa resistência ainda que a dureza desta madeira seja 
elevada. 
A irregularidade da madeira exige um número considerável de medidas. As de 
tenção de ruptura na flexão foram tomadas com quatro corpos-de-prova de cada espécie 
e variedade. As de diâmetro da marca de impacto foram feitas em um número mínimo de 
quatro. Os corpos-de-prova de cada ensaio foram tomados de uma mesma peça da 
madeira, com teor de umidade já próximo do de equilíbrio pôr serem peças cortadas e 
guardadas há tempo. 
6. Madeiras mais Indicadas 
Quanto a decisão para a escolha da madeira, é recomendável à utilização das 
reflorestadas, devido a uniformidade das mesmas, mantendo-se dessa forma um padrão 
da característica física do palete. O governo brasileiro incentivou na década de 1960 o 
reflorestamento das regiões sul e sudeste de madeiras do gênero Pinus e Eucalipto, entre 
outras. Essas madeiras são muito indicadas para produção de paletes e embalagens. 
O Pinus possui uma resistência relativamente baixa devendo ser utilizado para 
vedação, enquanto o Eucalipto por ser uma madeira dura e resistente deve ser usado 
como parte estrutural. O Eucalipto tem necessidade de cuidados durante o 
processamento mecânico e durante a secagem, para que sejam evitadas as rachaduras. 
Se a empresa utiliza contentores paletizados de madeira para movimentação, 
armazenagem e transporte de componentes de seus produtos, estes devem ser 
relacionados quanto as dimensões e outras particularidades. 
 Deve-se observar as necessidades de uma especificação técnica detalhada para os 
produtos, de forma a ter garantias do seu comportamento estrutural. Para isso devem ser 
elaborados métodos de verificação da conformidade às especificações de comportamento 
(controle de qualidade de desenvolvimento) e métodos de controle da qualidade de 
recebimento. 
A certificação de modelos pode servir para o desenvolvimento de fornecedores e de 
alternativas de detalhes construtivos e dos materiais (madeiras, pregos, ferragens) 
mantendo os padrões de desenhoe desempenho, porém permitindo redução de custos 
por comparação de alternativas. 
Assim o controle de qualidade das embalagens de transporte envolverá três fases: a 
de desenvolvimento, aprovação de modelos e a de recebimento. 
8. Cuidados no Manuseio 
Na utilitização das unidades de cargas paletizadas alguns cuidados devem ser 
tomados para a conservação do palete e para evitar disperdícios com os componentes 
de fixação da carga no palete. 
Fabricantes de paletes de madeira recomendam os seguintes cuidados: 
1. O usuário deve conhecer a capacidade da empilhadeira ou paleteira que irá 
movimentar as cargas no intuito de evitar danos aos equipamentos ou a unidade de 
carga. 
2. Deve-se também tomar cuidado com obstáculos como pilares, muretas, canos e 
outros. As condições do piso devem ser sistematicamente verificadas. Pulos da 
empilhadeira devido a irregularidades no piso solicitam duas vezes mais a resistência a 
compressão das embalagens. 
3. Adequar a abertura do garfo da empilhadeira aos vãos do palete evitam 
impactos indesejáveis nas unidades de cargas e preservam o palete. 
4. Na movimentação das unidades de carga a empilhadeira deve estar 
perfeitamente encaixado para evitar instabilidade de pilha, causada por inclinações no 
palete. 
5. A distribuição da carga no palete e o planejamento da carga na sobreposição 
são importantes para evitar danos nas embalagens. 
6. Freiadas bruscas e curvas rápidas desestabilizam a unidade de carga 
solicitando maior resistência das embalagens e dos paletes. 
7. É recomendável elevar as cargas sempre com a torre inclinada um pouco para 
trás inclinando para frente no momento de depositar a carga no lugar. 
8. É importante estar sempre atento à movimentação da carga não permitindo a 
permanencia de pessoas sobre o garfo ou sob as unidades de carga e abaixar 
completamente os garfos quando estacionar. 
9. A aproximação das unidades de carga deve ser lenta, evitando também partidas 
bruscas e trancos, tanto na movimentação da carga como no transporte. 
10. No carregamento do caminhão as cargas não devem ser arrastadas com o 
intuito de não danificar o palete ou a carroceria dos veículos. 
9. Formação das Unidades de Carga 
São três os métodos de montagem: 
 - Manual. 
 - Semi-automática. 
 - Automática (Paletizadora) 
A montagem manual consiste de um ou mais operários arrumando os itens no 
palete. Na montagem semi-automática um operário recebe os itens de um 
transportador e os arruma, dentro de um padrão de disposição em camadas e a 
máquina transfere cada camada para o palete e o posiciona, enquanto o operador 
forma uma nova camada e o procedimento de montagem se repete até a carga 
estar pronta. O carregador automático ou paletizadora é uma máquina que recebe 
caixas de papelão, sacos, tambores ou latas e os arruma em camadas, coloca-os 
no palete e deposita a carga completa em um transportador para a sua remoção. 
Operação com paletizadora - Procedimentos: 
O processo básico de formação consiste de uma linha de alimentação de 
embalagens sucessivas sobre uma mesa. Quando a camada é completada, a 
mesa é removida para depositar a camada no palete vazio ou sobre a camada 
anterior. O palete é abaixado em uma distância igual à altura da camada e então, a 
placa retorna e a camada é formada. As embalagens vêm por um transportador 
dotado de um contador (isto é, um dispositivo que registra o número de 
embalagens), com velocidade e espaçamento uniforme. A unidade de controle, 
combina com o dispositivo contador por foto-célula e governa automaticamente as 
séries de movimentos necessários para um certo palete. 
Na medida em que as embalagens entram na área de carregamento, a 
unidade de controle sinaliza um dispositivo de giro, geralmente um braço 
telescópico, quando uma delas deve ser girada a 90º. Quando uma fileira é 
formada, um empurrador a transfere-a para a mesa. Se camadas alternadas 
necessitarem de formações diferentes nas suas filas, o controle também regulará 
isto automaticamente. 
Os paletizadores podem ser especialmente projetados para montagem de 
cargas como tambores, sacos, barris, etc. Existem alguns equipamentos como 
paletizadores que operam de dois modos: removendo as camadas de produtos de 
cima da carga ou removendo os produtos de baixo da carga. 
Importantes considerações sobre operação com paletizadoras devem ser 
consideradas, como: 
 - tipo do palete 
 - padrão de cada camada 
 - se é necessário o travamento da carga 
 - se o cintamento, estiráveis ou termo-encolhível são necessários 
 - o produto 
 - se proibições ou ventilação são necessárias 
 - se folhas separadoras são necessárias 
 - qual produto esta para ser movimentado 
 - qual é a pressa 
 - quantas dimensões estão para ser movimentadas 
 - onde a paletizadora será localizada 
 - qual é a velocidade de alimentação desejada 
 - uma vez paletizada, qual delas é adequada para a unidade de carga 
 - o layout do sistema de carregamento de alimentação da paletizadora 
Filmes termo-encolhíveis (Shrink) e filmes estiráveis (Stretch) 
Filmes termo-encolhíveis ou filmes estiráveis são duas formas para colocar um 
envoltório tensionador em torno de um produto, um contêiner, grupo de produtos ou 
contêineres ou em volta de uma plataforma ou outro transporte de carga para promover a 
operação de embalagem e reduzir custos. 
Termo-encolhível -(Willian Corbett - Packaging 1985). Acondicionamento com 
Termo-encolhível é originário da França em 1936. Envolve o uso de filme termoplástico 
que é tensionado ou orientado durante sua fabricação. Tem a propriedade de 
encolhimento quando submetido ao calor. Em 1960, o sistema ganhou popularidade. O 
processo continuou a oferecer ganhos durante a década 60. A técnica foi se expandindo 
como uma aplicação funcional em enfardamento, aplicação com bandejas e na unitização 
de cargas em paletes. Suas maiores vantagens estão na contenção do produto, 
aparência, proteção, fixação, limpeza, multi-embalagem e economia. 
Pode ser aplicado sobre o produto ou sobre o palete, sendo necessário um forno de 
encolhimento. As vantagens desse processo são devido a grande variedade de termo-
encolhível disponível no mercado. O Termo-encolhível é utilizado para itens pesados, 
moles e perissíveis 
Filmes estiráveis - (Robert A. Le Caire, Jr. - Diretor, Laboratory Services 
Packaging/1985) Stretch Wrapping é um processo onde um filme elástico é tensionado 
em torno de uma unidade de carga paletizada, de um determinado item, de um fardo ou 
embrulho a fim de manter a integridade da carga ou proteger o produto contra sujeira. 
Normalmente os produtos embrulhados com filmes estiráveis são: garrafas de vidro, 
alimentos para animais, sorvetes, portas de madeira, latarias etc. A versatilidade do uso 
do filmes estiráveis é muito grande. 
Filmes estiráveis são aqueles que após sua aplicação mantém o tensionamento 
amarrando a carga entre si e o palete. Os filmes também possuem a função de proteger a 
carga contra o pó. 
Aplicação do filme estirável 
Os diferentes tipos de equipamentos para embalagem com filme filmes estiráveis 
estão comercialmente disponíveis. Alguns destes sistemas estão descritos a seguir. 
Embalagem por cortina - Na 
operação de embalagem a carga passa 
entre duas bobinas de filme, onde o filme é 
mantido esticado. Quando o palete passa 
entre as bobinas, o filme é mais uma vez 
esticado, até envolver totalmente o mesmo. 
Quando todo o palete estiver envolvido, dois 
dispositivos de soldagem se aproximam e 
selam o filme estiráveis. O filme é segurado 
mecanicamente, até que a junta esfrie e 
tenha alcançado o esticamento máximo. Foi 
 
a partir desse tipo que foi desenvolvido o 
maquinário de maior avanço tecnológico. 
 
Embalagem da largura completa. Outrotipo de embalagem do palete é a máquina 
de embalagem largura completa. O filme 
usado tem largura suficiente para embalar a 
carga em uma rotação. Este princípio 
requer, entretanto, regulagem da carga com 
precisão, assim tornando seu uso 
relativamente limitado. Espessuras 
adequadas acima de 30 micras. 
 
Embalagem de pequenos pacotes - O último desenvolvimento em novas 
aplicações de filme estiráveis é a utilização da embalagem de pequenas unidades. A 
tecnologia usada de filmes estiráveis, permite redução significativa de consumo de 
material e elimina as bandejas onde os produtos são normalmente colocados. Esse 
sistema foi introduzido em 1984, sendo que em menos de 1 ano haviam várias versões no 
mercado. Existe um grande potencial para aplicação deste tipo de filme. A espessura 
adequada do filme varia entre 20 a 35 micras. 
Embalagem manual combinada a plataforma 
giratória - A embalagem manual é o sistema mais 
simples de se executar. O rolo de filme é montado em 
uma estrutura, onde o desenrolar pode ser diminuído 
virando uma manivela. Isto permite um certo grau de 
controle do estiráveis. Esse esquema é muito 
apropriado para tarefas como: relacrar cargas que já 
tenham sido abertas, reparar embalagens estragadas e 
 
também embalagens normais que não estejam sujeitas 
a nenhuma especificação. O sistema manual também 
pode ser combinado com uma mesa giratória acionada 
por um motor elétrico ajustado por meio de um pedal. 
A espessura adequada do filme é de 20 a 30 micras. 
 
Embalagem rotativa de palete - Esse é um termo genérico para todas as máquinas 
baseadas numa mesa giratória combinada com uma estrutrura fixa onde o filme é 
colocado. Como o filme se move ao longo da estrutura, a mesa gira, resultando numa 
embalagem especial da carga. Esse tipo é de longe o mais comum, e existe um grande 
número de diferentes modelos. Pode ser automatizado para variar o grau, e pode também 
depositar automaticamente uma película de filme na parte superior. A capacidade varia 
entre 15 e 90 paletes por hora. A espessura adequada do filme é de 20 a 30 micras. 
9. Projeto e Especificação de Paletes 
Devido ao volume de dinheiro envolvido nos dispositivos para a unitização de 
cargas, vários projetos de aperfeiçoamento experimentais de paletes de madeira, de aço, 
de plástico e borracha têm sido realizados, porém um enfoque maior está sendo dado à 
especificação. As empresas que estão adquirindo paletes têm sentido necessidade de 
atendimento dentro de um bom padrão de qualidade do produto no momento da 
aquisição. 
O fornecimento com qualidade passa pela especificação do produto. Existe também 
grande dificuldade para avaliação das alternativas oferecidas pelo mercado pela 
variedade de paletes com custos e benefícios tão diferenciados. A metodologia adotada 
para a especificação do palete considera inicialmente as características da carga. Porém 
também devem ser considerados os tipos de embalagem, suas dimensões, densidade e o 
estado físico do produto. 
Devem ser consideradas também, as possibilidades da utilização de modelos e 
dimensões de paletes constantes das normas técnicas brasileiras e/ou normas 
internacionais. Exemplos das dimensões constantes das normas brasileiras que derivam 
da ANSI ( American National Standards Institute) propõem paletes com 1100 x 1100mm, 
1200 x 1000mm, 1100 x 825mm, 1100 x 1320mm e de 1100 x 1650mm. As normas 
técnicas internacionais ISO (International Organization for Standardization) propõem as 
dimensões de 800 x 1200mm, 1000 x 1200mm, 1140 x 1140mm e para os contêineres 
Série 2, paletes de 1200 x 1200mm. 
O sistema de movimentação de carga é preponderante na escolha do desenho do 
palete. Muitas vezes é o que determina a opção por blocos ou longarinas na produção do 
palete. Paletes movimentados por paleteiras devem possuir uma altura maior que aqueles 
movimentados exclusivamente pelo garfo de empilhadeira ou gancho "C", pois a altura da 
paleteira está entre 8 a 10cm e o garfo da empilhadeira possui aproximadamente 6cm. 
O sistema de armazenagem também é determinante no desenho do palete. Na 
utilização do porta-palete sãopreferíveis paletes com longarinas, devido ao esforço de 
flexão que existe nesse tipo de estoque de unidades de cargas. O sistema "drive-in" 
sugere esforços de flexão em outro sentido que deve ser reforçado. Nas cargas blocadas, 
onde uma unidade de carga fica apoiada sobre a outra, é recomendada a utilização de 
paletes de face reversível, ou com face inferior de fechamento mínimo de 40% da área de 
apoio do palete. Isto é para evitar que as caixa inferiores amassem orrendo 
escorregamento ou rasgo de sacarias. 
Armazenagem utilizando "racks" (montantes que se apoiam nos cantos do palete), 
também requerem um desenho específico, tendo em vista maior resistência à flexão nas 
duas direções e à compressão junto aos cantos do palete. 
A maior interferência do sistema de transporte no modelo do palete é a dimensão. 
Não devem ser deixados espaços vagos nas carrocerias devido ao desperdício nos fretes. 
Nas cargas com densidade inferior a 300 kg/m3, o frete é cobrado por volume. Nesse 
caso o espaço vazio torna-se crítico, havendo além disso há necessidade de apoio lateral 
entre as cargas para estabilidade das mesmas. 
A forma de carregamento do veículo também determina o desenho do palete, pois a 
existência de docas possibilita a utilização de paleteiras. A falta de docas impõe a 
necessidade de carregamento pela lateral do veículo com a utilização de empilhadeiras. 
A especificação de materiais porém acresce o custo do produto, pois na seleção da 
matéria-prima para a fabricação do palete há exclusão das peças não qualificadas em 
razão dos nós e esmoados identificados na madeira. Por vezes até 20% das tábuas são 
recusadas. Apesar do aumento no custo do produto a empresa usuária prefere, pois 
ganha na qualidade. Portanto isto envolve padrões a serem seguidos por todos os 
fornecedores, onde os custos apresentados serão relativos a uma mesma qualidade do 
produto. 
10 Identificação das Unidades de Carga 
As marcações nas unidades de carga não devem visar apenas a indicação 
corretamente do destino e do destinatário. Devem indicar claramente como deve ser 
manuseada nos diversos pontos de transbordo por onde deverá passar. No caso de 
mercadorias perigosas, é extremamente importante indicar o grau de periculosidade. 
Marcações defeituosas ou inexistentes podem levar à abertura da embalagem para 
verificar ou comparar com a lista dos volumes ou ter a entrega atrasada. Falta de rótulos 
para indicar produtos perigosos ou símbolos de manuseio pode levara seguradora a 
estipular uma taxação adicional. 
Baseada em milhares de experiências, a Internacional Cargo Handling Association 
(Associação International de Manejo de Carga), de Londres, estabeleceu regras 
aparentemente simples mas eficazes para marcar embalagens. entre elas: 
 marcas e sinais devem ter certa ordem, os dados essenciais escritos em forma 
alongada, contornada por traço forte; 
 em caixas maiores, as indicações devem ser feitas em dois ou mais lados; 
 dados essenciais devem ser escritos em letras de pelo menos 3 a 7 centímetros de 
altura, em tinta de secagem rápida, preta ou azul; 
 tinta vermelha deve ser reservada para produtos perigosos. Para embalagem de 
produtos alimentícios, evitar tintas nocivas a saúde; 
 não usar rótulos velhos e descoloridos. 
Produtos perigosos - químicos, explosivos e outros - devem ser assinalados por 
símbolos padronizados, constantes do Código Marítimo Internacional, adaptados no Brasil 
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas. Há símbolos convencionados para todos 
os tipos de produtos perigosos, cujos modelos podem ser obtidos nas empresas de 
transporte. 
A falta desses símbolos pode trazer grandes prejuízos e transtornos. Quando 
transportadas em navios, por exemplo, embalagens suspeitasde conter produtos 
perigosos, ou incorretamente indicados, podem obrigar a embarcação a permanecer ao 
largo até serem identificadas. 
Há também símbolos para facilitar a operação de carga, descarga, arrumação de 
volumes, além de prevenir danos, entre eles, indicações dos lugares corretos para colocar 
lingas, garfos de empilhadeiras, centro de gravidade. Os símbolos, embora adotados por 
quase todos os países, devem necessariamente ser acompanhados de explicação nas 
línguas do exportador e do importador. 
Instruções destinadas basicamente a facilitar o manuseio nos armazéns do 
importador e do importador - como local correto para abertura da embalagem - não têm 
símbolos padronizados, mas são igualmente importantes. 
11. Controle da Qualidade de Paletes e Unidades de 
Carga 
Métodos de Testes 
O comportamento estrutural das embalagens de transporte envolve as seguintes 
exigências de desempenho no tocante à resistência: 
· ao levantamento por garfo; 
· à queda rotacional; 
· ao impacto contra o garfo; 
· ao impacto contra parede; 
· à vibração; 
· ao empilhamento. 
 
 
 
Os métodos de testes e as intensidades dos mesmos devem ser propostos com 
base nos seguintes critérios: 
a) observação das condições de movimentação, armazenamento e transporte 
usuais e previstas em operação normal da fábrica; 
b) utilização de normas internacionalmente reconhecidas; 
c) utilização da experiência do IPT já consolidada em normas e especificações, 
com testes de modelos aprovados na prática. 
 
Este trabalho foi orientado pela Prof. 
Marlene Picarelli da USP e coordenado pela 
Comitê de Unitização de Cargas da ASLOG 
Associação Brasileira de Logística – Com a 
colaboração do Prof. Ernesto Pichler 
 
Referências Bibliográficas 
 
1 - MIC/STI/SICCT/IPT/SENAI - Manual Técnico - Embalagem e Acondicionamento 
para Transporte e Exportação 1984 
2 - IPT - Fichas de Características de Madeiras Brasileiras - 1989 
3 - ASTM - D 2396 Simulated Service Testing of Wood and Wood Based Finished 
Flooring Ball Indentation, Sec. 18 
4 - IPT - Norma IPT-NEA 34 - Madeira - Determinação da Dureza Dinâmica - Método 
de Ensaio - 1992

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