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AÇÕES E RECURSOS ELEITORAIS

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Direito Eleitoral 
 
Ações e Recursos Eleitorais 
 
 
(atualizado 28/06/20) 
 
1º - 28/06/20 
2º - 19/07/20 
Sumário 
1. DOUTRINA (RESUMO) .............................................................................................................................................. 3 
1.1. ASPECTOS GERAIS DAS AÇÕES ELEITORAIS ...................................................................................................... 3 
1.2. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE REGISTRO DE CANDIDATURA – AIRC .................................................................... 4 
1.3. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL – AIJE ....................................................................................... 8 
1.4. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO – AIME ............................................................................... 13 
1.5. REPRESENTAÇÕES .......................................................................................................................................... 15 
1.5.1. ART. 96 DA LEI DAS ELEIÇÕES ................................................................................................................. 15 
1.5.2. POR CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO .................................................................................................... 16 
1.5.3. PARA APURAÇÃO DE ARRECADAÇÃO E GASTOS ILÍCITOS – ART. 30-A DA LEI DAS ELEIÇÕES .................. 19 
1.6. RECURSO CONTRA DIPLOMAÇÃO – RCD ........................................................................................................ 19 
1.7. AÇÃO RESCISÓRIA ELEITORAL ........................................................................................................................ 22 
1.8. RECURSOS ELEITORAIS ................................................................................................................................... 24 
1.8.1. CONTRA DECISÕES DE JUNTA ELEITORAL ............................................................................................... 26 
1.8.2. CONTRA DECISÕES DE JUIZ ELEITORAL ................................................................................................... 26 
1.8.3. CONTRA DECISÕES DE TRE ...................................................................................................................... 27 
1.8.4. CONTRA DECISÕES DO TSE ..................................................................................................................... 28 
2. JURISPRUDÊNCIA ................................................................................................................................................... 28 
3. TABELAS DOS RECURSOS E AÇÕES – REVISÃO ....................................................................................................... 31 
 
 
 
1. DOUTRINA (RESUMO) 
 
1.1. ASPECTOS GERAIS DAS AÇÕES ELEITORAIS 
 
Convém relembrar que a legislação eleitoral tem por objetivo garantir a normalidade e a legitimidade do 
poder de sufrágio popular. Desse modo, busca-se inserir mecanismos que garantam o prevalecimento da 
vontade soberana expressa pelos eleitores nas urnas, trazendo-se um resultado justo às eleições 
correspondentes. 
Nesse sentido, as ações eleitorais, de alguma maneira, têm o condão de impugnar algum andamento do 
processo eleitoral em desconformidade com a legislação eleitoral. 
 
PRINCIPAIS AÇÕES ELEITORAIS 
Ação de Impugnação de 
Mandato Eletivo 
(AIME) 
Art. 14, §10 e 11 CF 
Ação de Impugnação de Registro 
de Candidatura 
(AIRC) 
Art. 3°, LC 64/90 
Ação de Investigação 
Judicial Eleitoral 
(AIJE) 
Art. 22, LC 64/90 
Desconstituir o mandato eletivo, 
tornando insubsistente a 
diplomação. 
Abuso de poder econômico, 
corrupção ou fraude. 
 
Prazo: 15 dias, contados da 
diplomação. 
 
Legitimidade ativa: Ministério 
Público, os partidos políticos, as 
coligações, os candidatos, eleitos 
ou não. 
 
Competência: 
TSE: Presidente e Vice 
TRE: Governador, Vice, Senador, 
Deputado Federal, Estadual e 
Distrital 
Juiz Eleitoral: Prefeito, Vice, 
Vereador. 
Objetiva impedir o requerimento 
de registro de candidatura. 
Ausência de condição de 
elegibilidade, causa de 
inelegibilidade ou ausência de 
cumprimento das formalidades 
legais. 
 
Prazo: 5 dias, contados da 
publicação do registro. 
 
Legitimidade ativa: candidato ou 
pré-candidato, ainda que esteja 
sub judice, partido político ou 
coligação que concorra ao pleito 
na circunscrição eleitoral e o 
Ministério Público, exceto o 
representante ministerial que, nos 
quatro anos anteriores, tenha 
disputado cargo eletivo, integrado 
diretório de partido ou exercido 
 
OBS: O eleitor não tem 
legitimidade ativa, embora possa 
dar notícia de inelegibilidade 
 
Competência: e sempre do órgão 
da Justiça Eleitoral em que o 
requerimento de registro foi 
protocolado, dependendo do 
cargo concorrido 
Tem por finalidade demonstrar, 
judicialmente, que durante a 
campanha eleitoral o candidato 
investigado praticou qualquer 
conduta abusiva do poder 
econômico ou político que 
comprometa a lisura das eleições. 
 
São hipóteses de cabimento da 
AIJE: 
a) o abuso do poder econômico; 
b) o abuso de poder de autoridade 
(ou político); 
c) a utilização indevida de veículos 
ou meios de comunicação social. 
 
Prazo: entre o registro e a 
diplomação. 
 
Legitimidade ativa: Ministério 
Público, candidato ou pré-
candidato, ainda que sub judice, 
partido político ou coligação. 
 
Competência: 
TSE: Presidente e Vice; 
TRE: Governador, Vice, Senador 
Deputado Federal, Estadual e 
Distrital; 
Juiz Eleitoral: Prefeito, Vice, 
Vereador. 
Recurso Contra Expedição de 
Diploma 
(RCED) 
art. 262, CE 
Representação por Captação 
Ilícita de Sufrágio 
art. 41-A da Lei no 
9.504/97 
Representação por Captação e 
Gastos ilícitos de Recursos 
Eleitorais 
Art. 30-A da Lei no 
9.504/97 
Tem por objetivo desconstituir o 
diploma casos de inelegibilidade 
superveniente ou de natureza 
constitucional e de falta de 
condição de elegibilidade. 
 
Legitimidade ativa: Ministério 
Público, candidato ou pré-
candidato, ainda que esteja com o 
pedido de registro de candidatura 
sub judice, partido político ou 
coligação. 
 
Prazo: 3 dias, contados da 
diplomação do candidato. 
 
Competência: nas eleições 
municipais (Prefeito, Vice e 
Vereadores), e interposto perante 
o Juiz Eleitoral e julgado pelo TRE. 
CARACTERIZAÇÃO DA CONDUTA 
ILÍCITA 
São elementos indispensáveis: 
I) a pratica de uma ação (doar, 
prometer, etc.); 
II) a existência de uma pessoa (o 
eleitor); 
III) o resultado a que se propõe o 
agente (a obtenção do voto); 
IV) o período eleitoral (ato 
praticado entre o pedido de 
registro até o dia da eleição). 
 
Prazo: até a data da diplomação 
 
Legitimidade ativa: Ministério 
Público Eleitoral, os partidos 
políticos ou coligações e os 
candidatos. 
 
Competência: nas eleições 
municipais, é do juiz eleitoral; nas 
circunscrições em que houver mais 
de uma Zona Eleitoral, é do Juiz 
Eleitoral designado pelo TRE. 
HIPÓTESES DE CABIMENTO: 
captação ilícita de recursos e 
gastos ilícitos de recursos, ambos 
com finalidade eleitoral. 
Prazo: 15 dias da diplomação. 
 
Legitimidade ativa: partidos 
políticos ou coligações e, conforme 
a jurisprudência, também o 
Ministério Público Eleitoral. O TSE 
tem afastado a possibilidade de o 
candidato manusear a 
representação pelo art. 30-A da Lei 
no 9.504/97 (Ac.-TSE no Recurso 
Ordinário no 1.498 – Rel. Min. 
Arnaldo Versiani – j. 19.03.2009). 
 
Competência: nas eleições 
municipais, é do juiz eleitoral; nas 
circunscrições em que houver mais 
de uma Zona Eleitoral, é do Juiz 
Eleitoral designado pelo TRE. 
 
 
1.2. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE REGISTRO DE CANDIDATURA – AIRC 
 
É no momento da formalização do pedido do registro da candidatura que as condições de elegibilidade 
devem estar satisfeitas e as causas de inelegibilidade verificadas, ressalvadas as alterações, fáticas ou jurídicas, 
supervenientes ao registro que afastem a inelegibilidade (§ 10 do art. 11 da Leidas Eleições). 
A AIRC visa impedir o registro da candidatura do pré-candidato escolhido em convenção do partido ou 
coligação, em decorrência do não preenchimento dos requisitos legais e constitucionais. 
Essa ação se encontra prevista na LC nº 64/90 (Lei das Inelegibilidades). Conforme o art. 3º, a AIRC pode ser 
proposta no prazo de 5 (cinco) dias, contados da publicação do pedido de registro do candidato. 
 
ATENÇÃO!! Esse prazo de 05 dias é decadencial e improrrogável; caso não seja proposta a AIRC nesse prazo, 
a matéria se encontrará preclusa, exceto nas matérias constitucionais, ocasião na qual poderá ser arguida em 
sede de recurso contra a diplomação – RCD 
 
Assim, de regra, apenas se perfaz possível sua propositura após a publicação do pedido de registro. 
Esse artigo acima também prevê como legitimados para AIRC: 
 
I) Qualquer candidato; 
II) Partido político; 
III) Coligação; ou 
IV) Ministério Público. 
 
ATENÇÃO!! O eleitor não tem legitimidade para propor a AIRC. 
Apenas pode dar notícia da inelegibilidade ao juiz eleitoral, no prazo de 05 dias contados da publicação do 
edital do pedido de registro. 
 
Havia uma polêmica a respeito da aplicabilidade do art. 3º, § 2º, da LC nº 64/90 e o art. 80 da LC nº 75/93, 
no tocante ao impedimento do MP ingressar com AIRC se houvesse disputado cargo eletivo, integrado diretório 
de partido ou exercido atividade político-partidária. 
O TSE firmou o entendimento que esse impedimento se encontra pelo prazo de 02 anos, in verbis: 
 
Resolução nº 23.221/2010. Art. 37. (...) § 2º Não poderá impugnar o registro de candidato 
o representante do Ministério Público que, nos 2 anos anteriores, tenha disputado cargo 
eletivo, integrado diretório de partido político ou exercido atividade político-partidária. 
 
A petição deve ser fundamentada e o magistrado pode indeferir, de ofício, caso a AIRC esteja sem as 
condições de procedibilidade. 
O TSE já firmou entendimento sumulado nesse sentido: 
Súmula 45. Nos processos de registro de candidatura, o Juiz Eleitoral pode conhecer de 
ofício da existência de causas de inelegibilidade ou da ausência de condição de 
elegibilidade, desde que resguardados o contraditório e a ampla defesa. 
 
Já os legitimados passivos são pré-candidatos que não preencheram os requisitos de elegibilidade ou 
procedibilidade do registro ou, ainda, se encontrem em alguma causa de inelegibilidade. 
A AIRC poderá ser proposta perante o juiz eleitoral, TRE ou TSE, a depender do cargo pleiteado pelo pré-
candidato: 
 
CARGO COMPETÊNCIA 
- Presidente e Vice TSE. 
- Governador e Vice. 
- Senador e suplente. 
- Deputados federais, distritais e estaduais 
TRE´s 
- Prefeito e Vice. 
- Vereador. 
Juízes Eleitorais 
 
Na propositura da ação, já se especifica, desde logo, os meios de prova com que pretende demonstrar 
a veracidade do alegado, arrolando, no máximo, 6 testemunhas. 
Após, notifica-se o impugnado para, no prazo de 07 dias, apresentar contestação e, na oportunidade, 
juntar documentos, indicar rol de testemunhas e requerer a produção de outras provas. 
Decorrido o prazo para contestação, não se tratando apenas de matéria de direito e a prova protestada 
for relevante, serão designados os 4 (quatro) dias seguintes para inquirição das testemunhas do impugnante e 
do impugnado, as quais comparecerão por iniciativa das partes que as tiverem arrolado, com notificação 
judicial. 
Depois da dilação probatória, as partes e o MP terão o prazo comum de 05 dias para alegações finais. 
Transcorrido o prazo das alegações, os autos serão conclusos ao juiz, ou ao relator, no dia imediato, 
para sentença ou julgamento pelo Tribunal. 
 
ATENÇÃO!! Se o processo correr perante o juiz eleitoral, este terá 3 dias para proferir sentença. 
Se o processo correr perante o TRE ou TSE, os autos serão recebidos pela secretaria do Tribunal que, no 
mesmo dia, apresenta os autos do processo ao Presidente do Tribunal que, também na mesma data, os 
distribuirá a um Relator e mandará abrir vistas ao Procurador Regional pelo prazo de 02 dias; findo esse 
prazo, os autos retornam ao Relator que apresenta em mesa para julgamento em 3 dias, 
independentemente de publicação em pauta. 
 
Importante mencionar a previsão do princípio da livre apreciação motivada das provas contida no 
parágrafo único do art. 7º da Lc nº 64/90: 
Art. 7º (...) 
Parágrafo único. O Juiz, ou Tribunal, formará sua convicção pela livre 
apreciação da prova, atendendo aos fatos e às circunstâncias constantes dos 
autos, ainda que não alegados pelas partes, mencionando, na decisão, os 
que motivaram seu convencimento. 
 
Da decisão que julga a AIRC cabe recurso no prazo de 3 dias e contrarrazões no prazo de 3 dias. 
Transitada em julgado ou publicada a decisão proferida por órgão colegiado que declarar a 
inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á negado registro, ou cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado nulo 
o diploma, se já expedido. 
 
ATENÇÃO!! Todos os prazos da AIRC são peremptórios e contínuos e correm em secretaria ou cartório e, a 
partir da data do encerramento do prazo para registro de candidatos (até as 19 horas do dia 15 de agosto do 
ano da eleição), não se suspendem aos sábados, domingos e feriados. 
 
AIRC – Ação de Impugnação de Registro de Candidatura 
A AIRC é uma ação eleitoral voltada para impedir que as pessoas escolhidas em Convenção Partidária 
sejam registradas perante a Justiça Eleitoral, por três razões: 
 falta de atendimento das condições de elegibilidade; 
 existir alguma das hipóteses de inelegibilidade; ou 
 não apresentação dos documentos necessários ao registro de candidatura. 
No que diz respeito à terceira hipótese, a doutrina costuma mencionar que a apresentação dos 
documentos previstos no art. 11, §1º, da Lei das Eleições, é condição de procedibilidade do registro. Isso 
significa dizer que o registro da candidatura somente será efetuado (leia-se procedido) se estiverem 
presentes os documentos necessários ao registro. 
Art. 11 § 1º : O pedido de registro deve ser instruído com os seguintes documentos: 
I - cópia da ata a que se refere o art. 8º; 
II - autorização do candidato, por escrito; 
III - prova de filiação partidária; 
IV - declaração de bens, assinada pelo candidato; 
V - cópia do título eleitoral ou certidão, fornecida pelo cartório eleitoral, de que o candidato é eleitor na circunscrição 
ou requereu sua inscrição ou transferência de domicílio no prazo previsto no art. 9º; 
VI - certidão de quitação eleitoral; 
VII - certidões criminais fornecidas pelos órgãos de distribuição da Justiça Eleitoral, Federal e Estadual; 
VIII - fotografia do candidato, nas dimensões estabelecidas em instrução da Justiça Eleitoral, para efeito do disposto no 
§ 1º do art. 59. 
IX - propostas defendidas pelo candidato a Prefeito, a Governador de Estado e a Presidente da República. 
Natureza Jurídica A AIRC constitui uma ação cível de conteúdo declaratório, não implicando 
qualquer repercussão penal. Do julgamento da AIRC haverá uma declaração 
negativa que impede o registro regular do candidato. 
Legitimidade ativa para a AIRC Art. 3º Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao 
Ministério Público, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da publicação do 
pedido de registro de candidato, impugná-lo em petição fundamentada. 
 
 
 
ATENÇÃO: segundo o TSE, não possuem legitimidade para ajuizar a AIRC: 
 
- Partido político coligado isoladamente (constitui a hipótese de o partido 
coligado não poder, individualmente, propor a ação. Nesse caso, a 
legitimidade será conferida exclusivamente à coligação); 
- Eleitor (embora não possa impugnar o registro da candidatura poderá 
oferecer a notícia de inelegibilidade ao Ministério Público); 
- Diretório municipal em eleição federal e estadual. 
 
*#OUSESABER: O prazo de cinco dias para o Ministério Público impugnar o registro de candidatura inicia-
se com a sua intimação pessoal. Certo ou errado? ERRADA. Atenção! Trata-sede uma exceção à intimação 
pessoal do membro do Ministério Público. Ademais, ressalta-se que, em razão do princípio da celeridade, que 
rege o processo eleitoral, não é aplicado o prazo em dobro para manifestações ministeriais, previsto no CPC. 
Vejamos o posicionamento do Tribunal Superior Eleitoral: Súmula-TSE nº 49: O prazo de cinco dias, previsto 
no art. 3º da LC nº 64/90, para o Ministério Público impugnar o registro inicia-se com a publicação do edital, 
caso em que é excepcionada a regra que determina a sua intimação pessoal. 
Legitimidade passiva São legitimados passivos os pré-candidatos, ou seja, aqueles que pretendem registrar 
a candidatura perante a Justiça Eleitoral. O TSE entende que NÃO há litisconsórcio 
passivo necessário quanto à legitimidade passiva no caso de eleições majoritária 
entre os candidatos aos cargos titulares e seus vices, isto porque os requisitos são 
analisados individualmente. 
Prazo O prazo para o ajuizamento da AIRC é de 5 dias contados da publicação do registro o 
candidato. Esse prazo é decadencial e improrrogável. Após o decurso dos cinco dias, 
os legitimados ativos perdem o direito subjetivo de ajuizar a AIRC. 
Competência 
 
Procedimento Procedimento perante o Juízo Eleitoral e Eventuais Recursos ao TRE e TSE: 
 
 Petição Inicial: Deve observar os requisitos do art. 319, do NCPC. Há uma ressalva 
quanto ao art. 319, do NCPC, vez que as ações eleitorais não possuem valor da 
causa, não há custas, condenação em honorários de advogado; 
 Testemunhas: Podem ser arroladas até 6 testemunhas. O TSE entende que é 
inadmissível a apresentação de rol de testemunhas em momento posterior à 
petição inicial; 
 Citação; 
 Defesa Escrita: O prazo para a defesa escrita é de 7 dias, sendo possível também 
indicar até 6 testemunhas; 
 Dilação Probatória: Deve ser realizada nos 4 dias seguintes, não havendo oitiva das 
partes; Os atos eleitorais são matérias de ordem pública, e, nesse contexto, não são 
passíveis de confissão, razão pela qual não há oitiva das partes; 
 Diligências: Podem ser determinadas de ofício ou a requerimento e devem observar 
o prazo de 5 dias; 
LEGITIMADOS
QUALQUER 
CANDIDATO 
COLIGAÇÃO
PARTIDO 
POLÍTICO
MP
TSE
PRESIDENTE E VICE-
PRESIDENTE
TRE
SENADOR, DEPUTADO 
FEDERAL E ESTADUAL, 
GOVERNADOR E VICE-
GOVERNADOR
JUIZ
PREFEITO, VICE-PREFEITO 
E VEREADOR
 Alegações Finais: Neste caso, há o prazo comum, inclusive para o Ministério 
Público, de 5 dias; 
 Decisão: A decisão poderá ser pela procedência ou improcedência da ação. Se a 
decisão for pela procedência, haverá uma relação de prejudicialidade em relação ao 
registro de candidatura. Ou seja, o registro de candidatura obrigatoriamente deverá 
ser indeferido; 
 Recurso: Deve observar o prazo de 3 dias. 
 
#SELIGANASÚMULA: súmula nº 10, do TSE - No processo de registro de candidatos, quando 
a sentença for entregue em cartório antes de três dias contados da conclusão ao juiz, o 
prazo para o recurso ordinário, salvo intimação pessoal anterior, só se conta do termo final 
daquele tríduo. Se o Juiz apresenta uma sentença antes do tríduo legal, considera-se como 
se ela tivesse apresentada no terceiro dia. 
 
Procedimento no TRE e no TSE: 
 Remetidos os autos ao TSE/TRE a Secretaria respectiva autuará o processo e 
apresentará ao Presidente, que distribuirá e determinará vista Procurador Regional 
ou ao Procurador Geral, para parecer. O parecer deve ser apresentado em 2 dias; 
 Findo o prazo, com ou sem parecer, os autos serão enviados ao relator, que os 
apresentará em mesa para julgamento, em 3 dias, independentemente de 
publicação em pauta; 
 Faculta-se às partes a apresentação de alegações finais no 2 (dois) dias (Resolução 
nº 23.398/2013 c/c LC nº 64/90, art. 22, X); 
 Inclusão em pauta para julgamento, independentemente de publicação; 
 Poderão ser realizadas até duas reuniões para a discussão do processo; 
 Relatório, sustentação oral e voto do relator; 
 Julgamento e proclamação do resultado; 
 Leitura e publicação do acórdão, passando, a partir daí, a correr o prazo de 3 dias 
para recurso do acórdão para o TSE, se for o caso. 
 
 
1.3. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL – AIJE 
 
Essa ação tem por fundamento impedir e apurar o abuso de poder econômico ou político e utilização 
indevida dos meios de comunicação social, que possam afetar a igualdade dos candidatos em uma eleição. 
Assim, a AIJE busca proteger, em síntese, a legitimidade e a normalidade das eleições. 
A condenação por esses atos enseja a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para 
a prática do ato. Essa sanção de inelegibilidade é cominada para as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos 
subsequentes à eleição em que se verificou, além da cassação do registro ou diploma do candidato 
diretamente beneficiado pela interferência do poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de 
autoridade ou dos meios de comunicação. 
 
Sanções: Inelegibilidade por 08 anos subsequentes à eleição em que se verificou e cassação do registro ou 
diploma. 
 
Do mesmo modo, a decisão ainda deve determinar a remessa dos autos ao MP eleitoral, para 
instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal, ordenando quaisquer outras providências 
que a espécie comportar. 
Encontra-se prevista no art. 22 da LC nº 64/90, in verbis: 
 
LC nº 64/90 
Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério 
Público Eleitoral poderá representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao 
Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, indícios 
e circunstâncias e pedir abertura de investigação judicial para apurar uso 
indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade, 
ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em 
benefício de candidato ou de partido político, obedecido o seguinte rito: 
 
XIV – julgada procedente a representação, ainda que após a proclamação 
dos eleitos, o Tribunal declarará a inelegibilidade do representado e de 
quantos hajam contribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de 
inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos 
subsequentes à eleição em que se verificou, além da cassação do registro 
ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela interferência do 
poder econômico ou pelo desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos 
meios de comunicação, determinando a remessa dos autos ao Ministério 
Público Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de 
ação penal, ordenando quaisquer outras providências que a espécie 
comportar. (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010) 
 
Constata-se, do caput do artigo acima, que os legitimados são: 
 
I) qualquer Candidato; 
II) Partido Político; 
III) Coligação; ou 
IV) Ministério Público. 
 
ATENÇÃO!! O eleitor não tem legitimidade para propor a AIJE, nem a coligação, salvo se para contestar a 
própria coligação. 
Do mesmo modo, o partido político que estiver coligado não tem interesse de agir; nesse caso, cabe à 
coligação ingressar com a AIJE. 
 
Importante mencionar que, nos moldes do art. 11 da Lei 9.096/95, os diretórios municipais têm 
legitimidade para ajuizar AIJE nas eleições municipais; os diretórios regionais, nas eleições estaduais e federais; 
e os diretórios nacionais, nas eleições presidenciais. 
No da demanda, pode figurar polo passivo o pré-candidato e o cidadão (não candidato) que tenha 
concorrido para a prática do ato de abuso do poder econômico ou político. 
 
ATENÇÃO!! Conforme o TSE, a pessoa jurídica não pode se encontrar no polo passivo da AIJE. 
 
A AIJE pode ser proposta por fatos anteriores ao início do período eleitoral, mas seu ingresso se limita 
ao ato da diplomação, operando-se a decadência após esse prazo. 
No tocante à competência, cabe ao: 
 
I) Corregedor-geral nas eleições presidenciais; 
II) Corregedor regional eleitoral nas eleições federais e estaduais; 
III) Juiz eleitoral nas eleiçõesmunicipais. 
 
ATENÇÃO!! Não há foro privilegiado na AIJE, por não possuir natureza penal. 
 
O RECURSO CONTRA A DIPLOMAÇÃO, INTERPOSTO pelo representante, NÃO IMPEDE a atuação do 
Ministério Público no mesmo sentido. 
Todo o procedimento da AIJE se encontra nos incisos do art. 22 e no art. 23, ambos da LC nº 64/90, os 
quais serão dispostos a seguir: 
 
Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público Eleitoral PODERÁ 
REPRESENTAR à Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, 
indícios e circunstâncias e pedir abertura de investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder 
econômico ou do poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefício 
de candidato ou de partido político, obedecido o seguinte rito: (Vide Lei nº 9.504, de 1997) (TJSP-2011) (MPRJ-2012) 
(TJMT-2014) (TJPB-2015) (MPSC-2010/2016) 
(TJMG-2018-Consulplan): O art. 14, §9º, da CF/88, que foi regulamentada com a promulgação da LC 64/90, a fim de 
resguardar a lisura e autenticidade do processo político-eleitoral, preconiza a propositura da Ação de Investigação 
Judicial Eleitoral (AIJE), a ser manejada por qualquer partido, coligação, candidato ou pelo MP. BL: art. 14, §9º, CF e art. 
22 da LC 64/90. 
(TJPA-2009-FGV): O pedido de abertura de investigação judicial para apurar o uso indevido, desvio ou abuso de poder 
econômico, através de representação à Justiça Eleitoral, poderá ser feito apenas por qualquer partido político, coligação, 
candidato ou pelo Ministério Público Eleitoral. BL: art. 22, LC 64/90. 
I - o Corregedor, que terá as mesmas atribuições do Relator em processos judiciais, ao despachar a inicial, adotará as 
seguintes providências: (TJPB-2015) 
 a) ordenará que se notifique o representado do conteúdo da petição, entregando-se-lhe a segunda via apresentada pelo 
representante com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 5 (cinco) dias, ofereça ampla defesa, juntada de 
documentos e rol de testemunhas, se cabível; (TJPA-2012) 
 b) determinará que se suspenda o ato que deu motivo à representação, quando for relevante o fundamento e do ato 
impugnado puder resultar a ineficiência da medida, caso seja julgada procedente; 
 c) indeferirá desde logo a inicial, quando não for caso de representação ou lhe faltar algum requisito desta lei 
complementar; 
##Atenção: ##TJPB-2015: ##CESPE: Ac.-TSE, de 25.9.2003 nos EDclREspe no 20.976, rel. Min. Carlos Velloso: Ação de 
investigação fundada no art. 22 da LC no 64/90. Extinção do feito sem julgamento do mérito por ausência de 
capacidade postulatória da parte autora. [...] 2. É imprescindível que a representação seja assinada por advogado 
regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), sob pena de ser extinto o feito sem julgamento do 
mérito, por violação do art. 133 da Constituição Federal. 
II - no caso do Corregedor indeferir a reclamação ou representação, ou retardar-lhe a solução, poderá o interessado 
renová-la perante o Tribunal, que resolverá dentro de 24 (vinte e quatro) horas; 
 III - o interessado, quando for atendido ou ocorrer demora, poderá levar o fato ao conhecimento do Tribunal Superior 
Eleitoral, a fim de que sejam tomadas as providências necessárias; 
 IV - feita a notificação, a Secretaria do Tribunal juntará aos autos cópia autêntica do ofício endereçado ao representado, 
bem como a prova da entrega ou da sua recusa em aceitá-la ou dar recibo; 
 V - findo o prazo da notificação, com ou sem defesa, abrir-se-á prazo de 5 (cinco) dias para inquirição, em uma só 
assentada, de testemunhas arroladas pelo representante e pelo representado, até o máximo de 6 (seis) para cada um, as 
quais comparecerão independentemente de intimação; (TJPA-2012) 
 VI - nos 3 (três) dias subsequentes, o Corregedor procederá a todas as diligências que determinar, ex officio ou a 
requerimento das partes; 
 VII - no prazo da alínea anterior, o Corregedor poderá ouvir terceiros, referidos pelas partes, ou testemunhas, como 
conhecedores dos fatos e circunstâncias que possam influir na decisão do feito; 
 VIII - quando qualquer documento necessário à formação da prova se achar em poder de terceiro, inclusive 
estabelecimento de crédito, oficial ou privado, o Corregedor poderá, ainda, no mesmo prazo, ordenar o respectivo depósito 
ou requisitar cópias; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9504.htm#art74
 IX - se o terceiro, sem justa causa, não exibir o documento, ou não comparecer a juízo, o Juiz poderá expedir contra ele 
mandado de prisão e instaurar processo s por crime de desobediência; 
 X - encerrado o prazo da dilação probatória, as partes, inclusive o Ministério Público, poderão apresentar 
ALEGAÇÕES no prazo comum de 2 (dois) dias; 
 XI - terminado o prazo para alegações, os autos serão conclusos ao Corregedor, no dia imediato, para apresentação de 
relatório conclusivo sobre o que houver sido apurado; 
 XII - o relatório do Corregedor, que será assentado em 3 (três) dias, e os autos da representação serão encaminhados 
ao Tribunal competente, no dia imediato, com pedido de inclusão incontinenti do feito em pauta, para julgamento na 
primeira sessão subsequente; 
 XIII - no Tribunal, o Procurador-Geral ou Regional Eleitoral terá vista dos autos por 48 (quarenta e oito) horas, para se 
pronunciar sobre as imputações e conclusões do Relatório; 
 XIV – JULGADA procedente A REPRESENTAÇÃO, ainda que após a proclamação dos eleitos, o Tribunal declarará 
a inelegibilidade do representado e de quantos hajam contribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de 
inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 8 (oito) anos subsequentes à eleição em que se verificou, além da 
cassação do registro ou diploma do candidato diretamente beneficiado pela interferência do poder econômico ou pelo 
desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de comunicação, determinando a remessa dos autos ao Ministério 
Público Eleitoral, para instauração de processo disciplinar, se for o caso, e de ação penal, ordenando quaisquer outras 
providências que a espécie comportar; (Redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010) (MPMG-2010) (TJPB-2015) 
##Atenção: ##TJBA-2019: ##CESPE: Ac.-TSE, de 21.6.2016, no REspe nº 84356: a partir das eleições de 2016, o 
litisconsórcio passivo necessário entre o candidato beneficiário e o responsável pela prática de abuso do poder 
político passa a ser obrigatório nas ações de investigação judicial eleitoral. 
##Atenção: ##TJPB-2015: ##CESPE: [...] Investigação judicial eleitoral. Uso indevido de meio de comunicação. Jornal. 
Promoção pessoal. Potencialidade. Inelegibilidade. Art. 22, XIV, LC no 64/90. [...] NE: Trecho do voto do relator: “[...] 
viabiliza-se o ajuizamento de Ação de Investigação Judicial Eleitoral para apurar abuso de poder econômico e político praticado mesmo 
antes do período eleitoral.” (Ac. de 17.4.2008 nos EDclRO no 1.530, rel. Min. Felix Fischer.) 
 XV - (Revogado pela Lei Complementar nº 135, de 2010) 
 XVI – para a configuração DO ATO ABUSIVO, NÃO SERÁ CONSIDERADA a potencialidade de o fato alterar o 
resultado da eleição, MAS APENAS a gravidade das circunstâncias que o caracterizam. (Incluído pela Lei Complementar 
nº 135, de 2010) (TJRJ-2011) (TJBA-2019) 
(TJRJ-2016-VUNESP): Considere a seguinte situação hipotética. Candidato João obteve o segundo lugar na eleição para 
Prefeito no Município de Cantagalo e ajuizou Ação de Investigação Judicial Eleitoral em face dos vencedores do pleito, 
o candidato José, e Maria, que com ele compunha a chapa. Na ação, João alegou que os eleitos ofereceram empregos nas 
empresas de propriedade de terceiro, Antônio, irmão de Maria, eleita Vice-Prefeita, em troca de votos. A instrução 
processual comprovou os fatos, com robustas provas de que houve efetivamentea promessa de emprego em troca de 
votos. Diante desse caso, é correto afirmar que a Ação de Investigação Judicial Eleitoral deve ser julgada procedente, 
pois restou comprovada a promessa de emprego em troca de voto, o que caracteriza abuso de poder econômico na eleição 
municipal, com a consequente cassação do diploma do Prefeito José e da Vice-Prefeita Maria. BL: art. 22, incisos XIV e 
XVI da LC 64/90 e art. 41-A, §1º da Lei 9504/97. 
Parágrafo único. O RECURSO CONTRA A DIPLOMAÇÃO, INTERPOSTO pelo representante, NÃO IMPEDE a 
atuação do Ministério Público no mesmo sentido. 
(MPPE-2002-FCC): Em eleição para prefeito, um candidato derrotado recorreu contra a diplomação do candidato eleito, 
alegando abuso do poder econômico. Esse recurso não impede a atuação do Ministério Público Eleitoral no mesmo 
sentido. BL: art. 22 da LC 64/90. 
Art. 23. O Tribunal formará sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e notórios, dos indícios e presunções 
e prova produzida, atentando para circunstâncias ou fatos, ainda que não indicados ou alegados pelas partes, mas que 
preservem o interesse público de lisura eleitoral. (TJDFT-2016) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp135.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp135.htm#art4
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp135.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp135.htm#art2
(Anal. Legisl.-Valinhos/SP-2017-VUNESP): O princípio da lisura das eleições ou da isonomia de oportunidades está 
calcado na ideia de cidadania, de origem popular do poder e no combate à influência do poder econômico ou político 
nas eleições. BL: art. 23 da LC 64/90 c/c art. 14, §9º da CF/88. 
 
AIJE- Ação de Investigação Judicial Eleitoral 
A AIJE está prevista no art. 22 da Lei 64/90. Trata-se de ação que tem por finalidade apurar o abuso de 
poder político ou econômico nas eleições, que possa afetar a normalidade e a legitimidade do processo 
eleitoral. Também é cabível AIJE quando houver uso indevido dos meios de comunicação. 
Natureza Jurídica A AIJE é uma ação cível, de conhecimento, constitutiva que visa 
decretar a inelegibilidade do candidato por abuso de poder nas eleições, 
arrecadação, gastos e doações irregulares. 
Legitimidade Ativa 
 
Legitimidade passiva São legitimados passivos os pré-candidatos, ou seja, aqueles que 
pretendem registrar a candidatura perante a Justiça Eleitoral. O TSE 
entende que não há litisconsórcio passivo necessário quanto à 
legitimidade passiva no caso de eleições majoritária entre os candidatos aos 
cargos titulares e seus vices, isto porque os requisitos são analisados 
individualmente. 
Prazo No que diz respeito ao prazo inicial, o AIJE poderá ser proposto a 
partir do registro da candidatura, tal como vimos em relação ao AIRC. O que 
define qual das ações deve ser proposta é o que se pretende impugnar. 
A AIJE poderá ser proposta até o final do processo eleitoral. No 
entanto, o TSE já considerou que a AIJE poderá ser proposta a qualquer 
tempo, desde que capaz de caracterizar abuso do poder econômico que 
possa influenciar negativamente nas eleições vindouras. 
Competência 
 
Procedimento  Petição Inicial: Deve observar os requisitos do art. 319, do NCPC. Há uma 
ressalva quanto ao art. 319, do NCPC, vez que as ações eleitorais não 
possuem valor da causa, não há custas, condenação em honorários de 
advogado; 
 Testemunhas: Podem ser arroladas até 6 testemunhas. O TSE entende 
que é inadmissível a apresentação de rol de testemunhas em momento 
posterior à petição inicial; 
 Citação; 
 Defesa Escrita: O prazo para a defesa escrita é de 5 dias, sendo possível 
também indicar até 6 testemunhas; 
 Dilação Probatória: Deve ser realizada até 5 dias. Não há oitiva das 
partes; 
 Diligências: Podem ser determinadas de ofício ou a requerimento e 
devem observar o prazo de 3 dias; 
 Alegações Finais: Neste caso, há o prazo comum, inclusive para o 
Ministério Público, de 2 dias; 
 Decisão: Pode ser de procedência ou improcedência, observa o seguinte: 
LEGITIMADOS
QUALQUER 
CANDIDATO 
COLIGAÇÃO
PARTIDO 
POLÍTICO
MP
CORREGEDOR 
GERAL DA 
REPÚBLICA
PRESIDENTE E VICE-
PRESIDENTE
CORREGEDOR 
REGIONAL 
ELEITORAL
SENADOR, DEPUTADO 
FEDERAL E ESTADUAL, 
GOVERNADOR E VICE-
GOVERNADOR
JUIZ ELEITORAL
PREFEITO, VICE-PREFEITO 
E VEREADOR
Procedência: Surgem as seguintes consequências: Inelegibilidade pelo 
período de 08 (oito) anos; Cassação do Registro ou Diploma; Anulação dos 
Votos; 
Improcedência. 
 Recurso: Deve observar o prazo de 3 dias, e, como essa decisão deve ser 
publicada no Diário Oficial do Poder Judiciário, o prazo observará tal 
publicação. 
 
Quando a competência for do TRE ou TSE, não haverá distribuição 
de processos no Tribunal, sendo que a competência será do respectivo 
Corregedor que atuará como relator. Se o Corregedor entender que não há 
elementos mínimos para a Investigação, poderá indeferi-la de logo, 
podendo a parte legitimada recorrer ao pleito do Tribunal, que, caso julgue 
procedente o recurso, a ação retornará ao Corregedor que retomará desde 
o início o procedimento da ação. 
 
 
1.4. AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO – AIME 
 
Trata-se de ação que visa invalidar a diplomação do candidato eleito, em razão de abuso do poder 
econômico, corrupção ou fraude no processo eletivo. 
Encontra-se prevista no art. 14, §§ 10 e 11, da CF. Transcreve-se: 
Art. 14. (...) 
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no 
prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas 
de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. 
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, 
respondendo o autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. 
 
Observa-se que a AIME deve ser proposta até 15 dias da diplomação, instruindo a ação com provas do 
abuso de poder econômico, corrupção ou fraude. 
A AIME requer prova pré-constituída e, ainda, demonstração de potencialidade lesiva. 
A AIME poderá ser proposta perante o juiz eleitoral, TRE ou TSE, a depender do cargo pleiteado pelo 
pré-candidato: 
 
CARGO COMPETÊNCIA 
- Presidente e Vice. TSE. 
- Governador e Vice. 
- Senador e suplente. 
- Deputados federais, distritais e estaduais 
TRE´s. 
- Prefeito e Vice. 
- Vereador. 
Juízes Eleitorais. 
 
A AIME pode ser proposta pelo MP, partido político, coligação e candidato, tendo em seu polo passivo 
o diplomado que supostamente tenha agido com abuso do poder econômico ou político ou que tenha cometido 
fraude ou corrupção eleitoral. 
 
ATENÇÃO!! Atente-se que não há litisconsórcio passivo necessário entre o diplomado e seu partido político. 
 
O procedimento da AIME é o mesmo da AIRC, previsto nos art. 3º e ss da LC nº 64/90. 
 
ATENÇÃO!! Ressalta-se que NÃO HÁ LITISPENDÊNCIA entre a AIJE, AIME e o recurso contra diplomação 
(RCD), pois, segundo o TSE, possuem objetivos distintos. 
 
A AIME pode ensejar as penas de: 
I) cassação do mandato eletivo; e 
II) anulação de votos (uma vez que a vontade manifestada nas urnas não foi livre). 
 
ATENÇÃO!! Nesse caso, a cassação do candidato eleito pelo sistema majoritário terá, como efeito, a 
realização de novas eleições, independentemente do número de votos anulados, nos moldes do art. 224, § 
3º, do CE. 
 
AIME- Ação de Impugnação de Mandato Eletivo 
A AIME é uma ação eleitoral que tem sede constitucional, vejamos o que dispõe o art. 14, § 10 e 11 da 
CF: 
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da 
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. 
§ 11 - A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma 
da lei, se temerária ou de manifesta má-fé. 
 Portanto, são três as hipóteses de cabimento da AIME expressamente previstas, mais uma quarta que 
analisaremos a seguir: 
• Corrupção; 
• Fraude; 
• Abuso de Poder Econômico. 
DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:O TSE entende que para configurar uma das hipóteses de AIME é 
necessária a constatação da potencialidade lesiva capaz de afetar as eleições. 
O TSE faz uma interpretação muito restrita desse dispositivo, entendendo que não caberá AIME cuja 
causa de pedir se fundamente em abuso de poder político, o qual não está literalmente previsto na 
CF/88. Ocorre que o próprio TSE tem aceitado como causa de pedir para a AIME uma situação na qual 
se verifique um abuso de poder político de viés econômico. 
 
Cabimento da AIME 
segundo o TSE 
São hipóteses em que o TSE admite o cabimento da ação: 
 Ac.-TSE, de 22.11.2011, nos ED-REspe nº 73493 (abuso do poder 
econômico entrelaçado com abuso do poder político); 
 Ac.-TSE, de 6.9.2005, no RO n° 893 (boca de urna e captação ilícita de 
sufrágio); 
 Ac.-TSE, de 17.6.2003, no AMC n° 1276 (captação ilícita de sufrágio). 
Não Cabimento da AIME 
segundo o TSE 
São Hipóteses em que o TSE entende pelo Descabimento da AIME: 
 Ac.-TSE, de 13.12.2011, no AgR-REspe nº 160421 (para arguir questões 
relativas à inelegibilidade); 
 Ac.-TSE, de 12.5.2011, no REspe nº 36643 (inelegibilidade de prefeito 
itinerante); 
 Ac.-TSE, de 12.2.2009, no REspe n° 28420; Ac.-TSE, de 9.8.2007, no Ag n° 
6522 (condutas vedadas a agentes públicos); 
 Ac.-TSE, de 23.4.2009, no REspe n° 35378 (duplicidade de filiação 
partidária); 
 Ac.-TSE, de 7.4.2009, no REspe n° 28226; Ac.-TSE, de 31.10.2006, no AgR- ° 
6869 (utilização indevida dos meios de comunicação social); 
 Ac.-TSE, de 24.5.2005, no AgR-REspe nº 24806 (condição de elegibilidade); 
 Ac.-TSE, de 19.8.2003, no REspe nº 21291 (pesquisa eleitoral); 
 Ac.-TSE, de 5.10.1999, no REspe nº 16085 (corrupção administrativa). 
Legitimidade Ativa 
 
Legitimidade Passiva Diplomados infratores de abuso de poder econômico ou político ou que 
cometeram fraude ou corrupção eleitoral. 
Prazo O prazo para ajuizamento da AIME é de 15 dias, contados da diplomação. Esse 
prazo é decadencial, de modo que ultrapassado o prazo de 15 dias, o interessado 
perde o direito subjetivo de acionar judicialmente candidato eleitoral e 
diplomado. 
Procedimento Trata-se de uma ação que tramita em segredo de justiça e é gratuita, salvo 
se temerária ou comprovada a má-fé. 
Atualmente, o procedimento da AIME é disciplinado pela Resolução 
21.634/2004, que determinou a aplicação do mesmo procedimento utilizado pela 
AIRC. 
Caso julgada procedente a AIME haverá a desconstituição do diploma 
concedido ao candidato e se já estiver exercendo o cargo político, o julgamento 
impõe a perda do mandato eletivo 
(TJRJ-2019-VUNESP): No que se refere à Ação de Impugnação de mandato eletivo, prevista na Constituição Federal, é 
correto afirmar que o mandato eletivo poderá ser impugnado ante à Justiça Eleitoral, no prazo de 15 dias contados da 
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. BL: art. 14, §10, CF. 
 
(TJMG-2018-Consulplan): É cabível a propositura da Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (AIME) na hipótese de 
abuso de poder praticado por ato de viés econômico grave. BL: art. 14, §10, CF. (eleitoral) 
 
(MPSP-2017): O mandato eletivo pode ser impugnado perante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias da diplomação, 
por abuso do poder econômico, corrupção ou fraude. BL: art. 14, §10, CF/88. 
 
##Atenção: A AIME é uma ação eleitoral prevista na corpo da Constituição Federal, especificamente no art. 14, § 10, e 
tem como objetivo atacar diretamente o mandato obtido por um candidato eleito, em face da ocorrência de abuso de 
poder econômico, corrupção ou fraude, podendo ser intentado até quinze dias após a obtenção do diploma. O objeto da 
AIME é o mandato vencido na Eleição, que se consolidou com a obtenção do diploma pelo eleito ou suplente na data 
da diplomação perante a Justiça Eleitoral, evento que marca o início da contagem temporal para o início da ação perante 
o Órgão competente para julgá-lo. Importante observar que a diplomação ocorre independentemente da presença do 
eleito ou suplente à cerimônia designada ou mesmo da recepção do diploma em si por parte do eleito ou suplente. 
 
 
1.5. REPRESENTAÇÕES 
 
1.5.1. ART. 96 DA LEI DAS ELEIÇÕES 
 
Inicialmente, convém expor que as representações são utilizadas em virtude do descumprimento das 
normas eleitorais. 
A reclamação prevista no art. 96 da Lei das Eleições abarca qualquer violação às normas desse diploma 
legal, podendo ser proposta por qualquer partido político, coligação ou candidato e, ainda, pelo MP. 
Não obstante o caput do art. 96 deixar de apontar o representante do MP como parte legítima, o § 1º do 
art. 96-B da Lei das Eleições determina que “o ajuizamento de ação eleitoral por candidato ou partido político 
não impede ação do Ministério Público no mesmo sentido”. 
Outrossim, o TSE entende que o MP, como fiscal da lei, pode apresentar representação em razão de 
descumprimento das normas eleitorais. 
A representação poderá ser proposta perante o juiz eleitoral, TRE ou TSE, a depender do cargo pleiteado 
pelo pré-candidato: 
LEGITIMADOS
QUALQUER 
CANDIDATO 
COLIGAÇÃO
PARTIDO 
POLÍTICO
MP
 
CARGO COMPETÊNCIA 
- Presidente e Vice. TSE. 
- Governador e Vice. 
- Senador e suplente. 
- Deputados federais, distritais e estaduais 
TRE´s. 
- Prefeito e Vice. 
- Vereador. 
Juízes Eleitorais. 
 
As reclamações e representações devem relatar fatos, indicando provas, indícios e circunstâncias. 
Recebida a reclamação ou representação, a JE notificará imediatamente o reclamado ou representado 
para, querendo, apresentar defesa em 48 horas. 
Transcorrido esse prazo, apresentada ou não a defesa, o órgão competente da JE decidirá e fará publicar 
a decisão em 24 horas. 
Quando cabível recurso contra a decisão, este deverá ser apresentado no prazo de 24 horas da 
publicação da decisão em cartório ou sessão, assegurado ao recorrido o oferecimento de contrarrazões, em 
igual prazo, a contar da sua notificação. 
Os Tribunais julgarão o recurso no prazo de 48 horas. 
Não sendo o feito julgado nos prazos fixados, o pedido pode ser dirigido ao órgão superior, devendo a 
decisão ocorrer de acordo com o rito definido nesse art. 96 da Lei das Eleições. 
Convém destacar o disposto no §§ 3º e 4º do art. 96: 
 
§ 3º Os Tribunais Eleitorais designarão três juízes auxiliares para a 
apreciação das reclamações ou representações que lhes forem dirigidas. 
§ 4º Os recursos contra as decisões dos juízes auxiliares serão julgados pelo 
Plenário do Tribunal. 
 
O § 3º determina a designação de juízes auxiliares para o julgamento dessas reclamações ou 
representações, podendo, inclusive, ser juízes federais, segundo o TSE (Ac.- TSE, de 12.5.2011, no PA nº 59896). 
Outro ponto se refere ao recurso dessa decisão proferida por esses juízes auxiliares. O TSE entende que 
devem ser atacadas pelo recurso inominado, no prazo de 24 horas, admitida a sustentação oral, sendo 
descabida a interposição de agravo regimental ou de agravo interno (Ac.-TSE, de 25.3.2010, na Rp nº 20574). 
As sanções aplicadas a candidato em razão do descumprimento de disposições da Lei das Eleições não 
se estendem ao respectivo partido, mesmo na hipótese de esse ter se beneficiado da conduta, salvo quando 
comprovada a sua participação (art. 96, § 11, Lei das Eleições). 
 
1.5.2. POR CAPTAÇÃO ILÍCITA DE SUFRÁGIO 
 
Primeiramente, impende relembrar o que já foi explanado em relação à captação ilícita do sufrágio. Um 
dos maiores problemas ocorridos nas eleições é a compra de votos. 
Por isso, visando a proteção do sufrágio universal, foi instituído o art. 41-A na Lei das Eleições: 
 
Art. 41-A. Ressalvado o disposto no art. 26 e seus incisos, constitui captação 
de sufrágio, vedada por esta Lei, o candidato doar, oferecer, prometer, ou 
entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o VOTO, BEM ou VANTAGEM 
PESSOAL de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde 
o registro da candidatura até o dia da eleição, inclusive, sob penade multa 
de mil a cinquenta mil Ufir, e cassação do registro ou do diploma, observado 
o procedimento previsto no art. 22 da Lei Complementar no 64, de 18 de 
maio de 1990. 
§ 1º Para a caracterização da conduta ilícita, é DESNECESSÁRIO o pedido 
explícito de votos, bastando a evidência do dolo, consistente no especial fim 
de agir. 
§ 2º As sanções previstas no caput aplicam-se contra quem praticar atos de 
violência ou grave ameaça a pessoa, com o fim de obter-lhe o voto. 
§ 3º A representação contra as condutas vedadas no caput poderá ser 
ajuizada até a data da diplomação. 
§ 4º O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste artigo 
será de 3 (três) dias, a contar da data da publicação do julgamento no Diário 
Oficial. 
 
Como se observa no caput transcrito, não precisa haver a obtenção de vantagem financeira para sua 
caracterização, mas sim qualquer vantagem (dinheiro, bens, prestigio político, cargos, etc.). 
Do mesmo modo, o simples oferecimento ou promessa de entrega da vantagem já tipifica a conduta 
de captação ilícita, desde que com o fim específico de obtenção do voto. 
Nessa linha, atente-se o seguinte trecho da decisão do TSE: 
 
1. O núcleo do artigo 41-A da Lei nº 9.504/1997 não exige, para a sua 
configuração, apenas a entrega do bem ou da vantagem pessoal, 
contentando-se com o oferecimento ou a promessa de entrega, a fim de 
obter o voto do eleitor. (TSE - Ac. de 29.8.2013 no REspe nº 403803, rel. 
Min. Henrique Neves, red. designado Min. Luciana Lóssio.) 
 
Outrossim, a vantagem deve ser oferecida de forma pessoal. É certo que não há necessidade de se 
identificar o eleitor, mas, caso seja realizada indistintamente aos eleitores, não configura a captação ilícita do 
sufrágio, segundo entendimento do TSE: 
 
De acordo com a jurisprudência do TSE, as 'promessas de campanha 
dirigidas indistintamente a eleitores sem referência a pedido de voto não 
constituem captação ilícita de sufrágio, a que alude o art. 41-A da Lei nº 
9.504/97' [...]. (TSE - Ac. de 24.6.2014 no AgR-AI nº 44498, rel. Min. Luciana 
Lóssio) 
 
Por outro lado, dada a gravidade da conduta, não se exige a potencialidade lesiva para a configuração 
da captação ilícita do sufrágio. Basta a comprovação da compra de um voto para sua efetivação. 
 
[...] Ademais, para a condenação por captação ilícita de sufrágio, basta que 
haja o oferecimento, promessa ou doação de bem ou vantagem em troca 
do voto do eleitor, com a participação ou anuência do candidato, não se 
exigindo a demonstração da potencialidade lesiva da conduta ou da 
significância ou valor da benesse oferecida. (TSE - Ac. de 6.5.2010 no AgR-
AC nº 76516, rel. Min. Marcelo Ribeiro.) 
 
Impende destacar, ainda, que, embora o caput do art. 41-A aponte a conduta de o “candidato doar, 
oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor”, o TSE entende ser desnecessária a participação direta do 
candidato, bastando sua anuência, isto é, a participação indireta. 
Em verdade, segundo o TSE, exige-se a constatação de 3 requisitos: 
 
I) a realização de quaisquer das condutas do art. 41-A (doar, oferecer, prometer ou entregar 
bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza a eleitor, bem como praticar violência ou 
grave ameaça ao eleitor); 
II) anuência do candidato e a evidência do especial fim de obter o voto do eleitor; e 
III) a ocorrência do fato durante o período eleitoral (desde o registro da candidatura até o dia 
da eleição). 
 
Preenchidos esses requisitos, poderá ensejar na representação por captação ilícita do sufrágio. 
Assim, possuem legitimidade para ingressar com a representação: 
 
I) qualquer candidato; 
II) partido político; 
III) coligação; ou 
IV) Ministério Público. 
 
No polo passivo, cabe a legitimidade ao candidato ou pré-candidato com registro de candidatura 
formalizado. 
A representação em epígrafe averigua todos os atos da captação ilícita praticados desde o requerimento 
do pedido de registro da candidatura até o dia da eleição. 
Poderá ser proposta perante o juiz eleitoral, TRE ou TSE, a depender do cargo pleiteado pelo pré-
candidato: 
 
CARGO COMPETÊNCIA 
- Presidente e Vice. TSE. 
- Governador e Vice. 
- Senador e suplente. 
- Deputados federais, distritais e estaduais 
TRE´s. 
- Prefeito e Vice. 
- Vereador. 
Juízes Eleitorais. 
 
O rito a ser aplicado é o mesmo da AIJE, contido no rito do art. 22 da LC nº 64/90. 
(TJMG-2018-Consulplan): A natureza da sentença que cassa o registro ou o diploma, a teor do que dispõe o 
art. 41-A da Lei 9.504/97, é constitutiva negativa. BL: art. 41-A da Lei. 
 
(MPRS-2016): A representação do art. 41-A da Lei 9.504/97 somente abrange atos praticados no período 
entre o registro da candidatura e o dia da eleição. BL: art. 41-A da Lei. 
 
(TJDFT-2015-CESPE): Assinale a opção correta acerca da captação ilícita de sufrágio. A promessa de dádiva 
para o eleitor que se comprometer a não votar em candidato adversário caracteriza captação ilícita de 
sufrágio. 
 
(TJRJ-2011-VUNESP): No que se refere à captação ilícita de sufrágio, assinale a alternativa correta: De acordo 
com a Lei Eleitoral e a atual redação da Lei das Inelegibilidades, as cominações podem compreender a 
imposição de multa, a cassação do registro ou do diploma e a inelegibilidade octonal. art. 41-A, caput, da 
Lei 9504 e art. 1º, I, “j”, LC 64/90. 
 
(TJPI-2007-CESPE): A Lei Eleitoral brasileira, Lei 9.504/97, foi alterada, em 1999, mediante projeto de lei de 
iniciativa popular, para abrigar a instituição jurídica da captação de sufrágio, que se manifesta na promessa 
ao eleitor de emprego público com o fim de obter-lhe o voto. BL: art. 41-A, caput, da Lei. 
(TJRJ-2016-VUNESP): É correto afirmar que para caracterização da captação ilícita de sufrágio é 
desnecessário o pedido explícito de votos, bastando a evidência do dolo consistente no especial fim de 
agir. BL: art. 41-A, §1º da Lei. 
(MPAM-2015-FMP): Em relação à infração de captação ilícita de sufrágio (art. 41-A da Lei nº 9.504/97), é 
correto afirmar que como tutela à liberdade de voto, à vontade do eleitor, não se exige, para sua configuração, 
que o fato imputado cause desequilíbrio nas eleições. BL: art. 41-A, §1º da Lei e jurisprudência do TSE. 
 
 
 
1.5.3. PARA APURAÇÃO DE ARRECADAÇÃO E GASTOS ILÍCITOS – ART. 30-A DA LEI DAS ELEIÇÕES 
 
Qualquer partido político ou coligação poderá representar à JE, no prazo de 15 dias da diplomação, 
relatando fatos e indicando provas, e pedir a abertura de investigação judicial para apurar condutas em 
desacordo com as normas da Lei das Eleições, relativas à arrecadação e gastos de recursos. 
Embora o art. 30-A não mencione, entende-se que o MP também possui legitimidade para representar, 
diante da permissibilidade do art. 96-B, § 1º, da Lei das Eleições. 
Assim, havendo irregularidades, poder-se-á propor a representação por captação e gastos ilícitos de 
recursos, cujo procedimento se encontra previsto no art. 22 da LC nº 64/90, no que couber. 
A captação ou gastos ilícitos de recursos, para fins eleitorais, deverá ser comprovada na ação e, nesse 
caso, será negado diploma ao candidato, ou cassado, se já houver sido outorgado. 
 
ATENÇÃO!! Mesmo que comprovado a captação ou gastos ilícitos, esses devem possuir relevância jurídica 
do ilícito, não bastando a simples potencialidade do dano em face do pleito, conforme entendimento do 
TSE. 
Essa relevância jurídica do ilícito se consubstancia na constatação da proporcionalidade da conduta frente 
ao contexto da campanha eleitoral. 
 
Dessa decisão que nega a diplomação ou a cassa caberá recurso no prazo de 03 dias, a contar da data 
da publicação do julgamento no DO. 
 
(TJRS-2012): Na investigação judicial prevista na Lei 9.504/97 (Lei das Eleições) para apurar eventuais 
irregularidades na arrecadação e nos gastos de recursos, o procedimento adotado é o da Lei Complementar 
no 64/1990. BL: art. 30-A, Lei 9504. 
 
 
1.6. RECURSO CONTRA DIPLOMAÇÃO – RCD 
 
Essa ação tem por objeto a decretação de inelegibilidade ou incompatibilidadedo candidato 
diplomado. 
ATENÇÃO!! Embora o CE apresente essa ação como “recurso”, trata-se de uma ação eleitoral, já que 
inexiste ação anterior para ser atacada por algum recurso. 
Assim, o RCD é autônomo e, por isso, alguns autores indicam a nomenclatura de Ação de 
Impugnação da Diplomação (AIDI). 
 
O RCD tem previsão do art. 262 do CE: 
 
Art. 262. O recurso contra expedição de diploma caberá somente nos casos 
de inelegibilidade superveniente ou de natureza constitucional e de falta 
de condição de elegibilidade. 
 
A doutrina, interpretando esse dispositivo, afirma que a possibilidade do RCD se apresenta em duas 
formas de inelegibilidade: 
 
I) inelegibilidade superveniente que surge após o deferimento do registro e antes da 
diplomação (fato posterior ao registro); 
II) inelegibilidade prevista na CF e não arguida em sede de AIRC, mas percebida após o 
deferimento do registro e antes da diplomação (fato anterior ao registro). 
 
O TSE sumulou o entendimento nesse sentido: 
 
Súmula 47. A inelegibilidade superveniente que autoriza a interposição de 
recurso contra expedição de diploma, fundado no art. 262 do Código 
Eleitoral, é aquela de índole constitucional ou, se infraconstitucional, 
superveniente ao registro de candidatura, e que surge até a data do pleito. 
 
De todo modo, da redação do art. 262 do CE se observa que o RCD também cabe para analisar as 
condições de elegibilidade. 
Importante mencionar ainda que o TSE possui o entendimento de não caber RCD nas condutas vedadas 
aos agentes públicos, previstas nos arts. 73 a 77 e 30-A da Lei das Eleições, uma vez que possui ações próprias. 
A legitimidade para a propositura do RCD fica a cargo de: 
 
I) candidato que tenha concorrido ao pleito; 
II) partido político; 
III) coligação (entendimento do TSE); ou 
IV) Ministério Público. 
 
Já o polo passivo pode ser ocupado pelo candidato eleito e seus suplentes diplomados. 
O RCD poderá ser proposto perante o TRE ou o TSE, a depender do cargo pleiteado pelo candidato. Frisa-
se, no entanto, que haverá uma competência para a interposição (em qual órgão será interposto) e para o 
julgamento (em qual órgão será julgado) o RCD. Veja o quadro adiante: 
 
CARGO COMPETÊNCIA/INTERPOSIÇÃO COMPETÊNCIA/JULGAMENTO 
- Presidente e Vice. TSE. 
- Governador e Vice. 
- Senador e suplente. 
- Deputados federais, distritais e 
estaduais. 
 
TRE´s. 
 
TSE. 
- Prefeito e Vice. 
- Vereador. 
Juízes eleitorais. TRE´s. 
 
O legitimado terá o prazo de 3 dias, contados da diplomação do candidato eleito ou suplente diplomado, 
para apresentar o RCD. 
A decisão da RCD só produz efeito com o trânsito julgado, podendo o candidato exercer seu mandato 
de forma plena até esse marco. 
 
RCED- Recurso Contra a Diplomação 
Aqui, apesar da nomenclatura, não se trata propriamente de um recurso, mas de uma ação eleitoral. Está 
previsto no artigo 262 do Código Eleitoral. 
Cabimento  Inelegibilidade superveniente 
Em regra, as inelegibilidades são arguidas em sede de AIRC. 
Conforme vimos, essa ação eleitoral deverá ser ajuizada no prazo de cinco 
dias após a publicação do registro do candidato. Dessa forma, eventuais 
situações de inelegibilidade superveniente – posteriores ao registro da 
candidatura – deverão ser questionadas por intermédio da RCED. 
 
 Inelegibilidades constitucionais 
Como vimos as hipóteses constitucionais de inelegibilidade não 
sofrem preclusão e, em razão disso, poderão ser arguidas mesmo após o 
decurso do prazo da AIRC, em RCED. 
 
 Condições constitucionais de Elegibilidade 
Do mesmo modo, em caso de não preenchimento de alguma das 
condições constitucionais de elegibilidade poderá ser ajuizada a RCED. 
Legitimidade Ativa Poderão apresentar o RCED o candidato – eleito ou não – o partido político 
e o Ministério Público. Quanto à coligação, embora o TSE entenda que ela 
possa ajuizar o RCED há um aspecto diferente. Vimos em outras ações 
eleitorais, que se o partido estiver coligado, não poderá isoladamente 
apresentar a ação, pois a legitimidade seria conferida em tais situações à 
coligação. Aqui a doutrina faz uma ponderação importante. Considera-se 
dissolvida a coligação com a diplomação, de forma que o partido, ainda que 
estivesse coligado, poderá ajuizar isoladamente a RCED. 
Legitimidade Passiva O legitimado passivo será o candidato diplomado. 
Prazo O RCED será apresentado no prazo de três dias a contar da diplomação do 
candidato, com a finalidade de cassar o diploma expedido pela Justiça 
Eleitoral. 
Procedimento  Petição Inicial: Deve observar os requisitos do art. 319, do NCPC, com a 
ressalva do valor da causa; 
 Notificação; 
 Contrarrazões: a defesa escrita, nessa fase é denominada contrarrazões, 
e deve ser apresentada em 3 dias; 
 Julgamento: segundo o Código eleitoral, apenas o RCED verificará a 
presença de um relator e de um revisor. Apenas nessa hipótese se 
verifica a presença do revisor, enquanto que em outros julgamentos não 
há tal figura; 
 Sustentação Oral: para este caso, unicamente, o Código Eleitoral prevê 
o prazo de 20 minutos; 
 Recurso: há possibilidade de recurso, no prazo de 3 dias. Esse recurso, 
quanto interposto de decisão do TRE, tem efeito suspensivo. 
(TJMT-2014-FMP): Tendo presente que a diplomação dos candidatos eleitos é um ato administrativo oriundo de um 
órgão jurisdicional, identifique qual é a natureza jurídica do Recurso Contra a Expedição de Diploma – RCED, previsto 
no art. 262 do Código Eleitoral: ação constitutiva negativa de ato administrativo. BL: art. 262, CE. 
 
OBS: Messias Aguiar, doutrina e jurisprudência reconhecem o caráter administrativo do ato da diplomação. Para José 
Jairo Gomes: "Deveras, a diplomação em si não é decisão judicial, tampouco resulta exclusivamente da atividade jurisdicional do 
Estado. Trata-se, antes, de atividade administrativa da Justiça Eleitoral, na qual é certificado oficialmente o resultado final 
do processo eleitoral. (...) Note-se, ainda,que a decisão de conferir mandato a alguém não emana ja Justiça Eleitoral, mas, sim, do 
povo, que comparece às urnas para manifestar sua vontade. Trata-se de expressão lídima da soberania popular. O candidato eleito 
não é mandatário da Justiça Eleitoral, mas sim do povo. Cristalina, portanto, a natureza eminentemente administrativa 
do ato de expedição de diploma, porquanto não há, aí, decisão judicial no sentido processual; nem sequer existe uma lide a ser 
solvida" (GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 12. ed. rev. atual. e amp. São Paulo: Atlas, 2016. p. 828). Para o Min. 
Sepúlveda Pertence, por ocasião do julgamento do Mandado de Segurança nº 3.100/MA (DJ 7-2-03, p. 139): "(...) 2. Por 
isso mesmo, tenho observado que o chamado 'recurso contra expedição de diplomação' (C. Eleit., art. 262), antes de ser um recurso, 
é, na verdade, uma ação constitutiva negativa do ato administrativo da diplomação." (TSE - Recurso Especial Eleitoral : 
RESPE 1210820136130000 Tapira/MG 183842013). 
 
 
Diante da explanação das principais ações eleitorais, cabe a visualização da esquematização adiante para 
se ter uma visão mais ampla sobre os objetivos e prazos para seu ingresso: 
 
 
 
1.7. AÇÃO RESCISÓRIA ELEITORAL 
 
A ação rescisória eleitoral se encontra prevista no art. 22, I, “j”, do CE: 
 
Art. 22. Compete ao Tribunal Superior: 
I - Processar e julgar originariamente: 
j) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro de 
cento e vinte dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato 
eletivo até o seu trânsito em julgado. 
 
O STF (ADI 1495) declarou a inconstitucionalidade dessa expressão “possibilitando-se o exercício do 
mandato eletivo até o seu trânsito em julgado”. 
Por sua vez, o TSE entende que a ação rescisória eleitoral apenas é cabível em face de decisões proferidas 
pelo próprio TSE. 
Para essa ação rescisória eleitoral, aplica-se as disposições dos arts. 966 a 975 do NCPC (legitimidade, 
hipóteses de cabimento, procedimento etc.). 
Porfim, o TSE perfilha o entendimento de não cabimento de antecipação de tutela em sede de ação 
rescisória eleitoral, salvo situações teratológicas que comprometam o processo eleitoral como um todo. 
 
AÇÃO RESCISÓRIA ELEITORAL 
A ação rescisória eleitoral é prevista no art. 22, I, j, do Código Eleitoral que trata da competência do 
Tribunal Superior Eleitoral. A ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro de 
cento e vinte dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito 
em julgado”. Todavia, ao decidir a ADI Nº 1.459-5 – DJ 7-5-1999 –, o Supremo Tribunal Federal declarou a 
inconstitucionalidade da expressão “possibilitando-se o exercício do mandato eletivo até o seu trânsito em 
julgado”. Assim, atualmente só a primeira parte encontra-se em vigor. 
A ação rescisória suscita análise de dois juízos, a saber: o rescindente e o rescisório. O juízo rescindente 
é aquele preliminar que caracteriza a ação rescisória como tal e consiste no pedido, formulado pela parte 
autora, em razão do qual será decidido se a coisa julgada deve ser desconstituída, ou não. Para análise desse 
pedido é necessária a invocação de pelo menos uma das hipóteses legalmente previstas. Sendo o pedido 
rescindente julgado procedente, “o tribunal rescindirá a decisão” (CPC, art. 974 do CPC, primeira parte). Essa 
decisão possui natureza desconstitutiva, porque desfaz o julgado impugnado. 
Desconstituída a decisão transitada em julgado, com o acolhimento do juízo rescindente, passa-se à 
formulação do segundo juízo, o rescisório. Este é aquele que promove novo julgamento da causa (CPC, art. 
974 do CPC, segunda parte). 
O aludido do art. 22, I, j, do CE não indicou os fundamentos que podem embasar o juízo rescindente. 
Face à omissão legal, se aceita a aplicação por analogia – e com as adaptações necessárias – das hipóteses 
arroladas no CPC: 
 
 se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; 
 for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; 
 resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de 
simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; 
 ofender a coisa julgada; 
 violar manifestamente norma jurídica; 
 for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser 
demonstrada na própria ação rescisória; 
 obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que 
não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; 
 fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. 
 
Prazo A ação rescisória eleitoral segue procedimento especial. O prazo para 
ajuizamento é de 120 dias contado do trânsito em julgado da decisão que 
se pretende desfazer. Dada a expressa previsão contida no artigo 22, I, j, 
do CE, não se aplica aqui o lapso de dois anos previsto no art. 975 do CPC. 
Legitimidade Detém legitimidade ad causam ativa quem foi parte no processo que deu 
origem à decisão rescindenda. Além disso, o artigo 487 do CPC ainda 
confere legitimidade ao terceiro juridicamente interessado e também ao 
Ministério Público, este apenas nas seguintes hipóteses: a) se não foi ouvido 
no processo, em que Ihe era obrigatória a intervenção; (b) quando a decisão 
rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão das partes, a fim de 
fraudar a lei; c) em outros casos em que se imponha sua atuação. 
Competência A citada alínea j, I, art. 22 do CE atribuiu competência rescisória tão 
somente ao TSE, de sorte que, diante da expressa previsão legal e da 
incidência do princípio da especialidade, os Tribunais Regionais Eleitorais 
não detêm competência para processar e julgar a ação em tela, nem 
mesmo em face de seus próprios julgados. 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: No âmbito da Justiça Eleitoral, a ação rescisória só é cabível para 
desconstituir acórdãos do TSE que contenham declaração de inelegibilidade (art. 22, I, j, do Código Eleitoral). 
Note-se que o termo inelegibilidade é aí compreendido em sentido estrito, de maneira que é incabível a ação 
em apreço se o julgado rescindendo versar sobre “ausência de condição de elegibilidade” (TSE – AgR-AR no 
16.927/SP – DJe, t 164, 28-8-2013, p. 36; AgR-AR no 4.975/MT – DJe9-8-2013, p. 167). É preciso que a decisão 
tenha apreciado o mérito da causa ou do recurso, pronunciando-se efetivamente acerca da inelegibilidade. 
Não atende a esse pressuposto o julgado que extinguiu o processo sem apreciar-lhe o mérito, bem como o 
que não conheceu ou negou seguimento ao recurso. 
 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Nesse sentido, a jurisprudência tem afirmado ser incabível ação rescisória 
para desconstituir ato do TSE que “se limitou a julgar inadmissível recurso especial” (TSE – AgR-AR no 
422.426/TO – DJe, t. 208, 3-11-2011, p. 68; AgR-AR no 150.911/ SP – DJe 12-5-2011, p. 28-29). Em tal quadro, 
indevida é a via processual em exame para rescindir atos jurisdicionais que, na verdade, figuram como 
pressuposto ou causa de juízos declaratórios de inelegibilidade. Isso ocorre, por exemplo, com as ações 
fundadas nos artigos 30-A (captação ou gasto ilícito de recurso em campanha eleitoral), 41-A (captação ilícita 
de sufrágio) e 73 (conduta vedada a agente público), todos da LE, que não têm por objeto direto nem a 
declaração nem a constituição de inelegibilidade e, por tal razão, as decisões nelas prolatadas não podem ser 
desfeitas via ação rescisória eleitoral. É que essas ações ensejam a inelegibilidade apenas de modo indireto 
ou reflexo, nos termos do artigo 1º, I, j, da LC no 64/90; de sorte que a inelegibilidade somente será declarada 
em futuro e eventual processo de registro de candidatura (isso porque, na dicção do § 10 do artigo 11 da LE: 
“as causas de inelegibilidade devem ser aferidas no momento da formalização do pedido de registro da 
candidatura”). 
 
 
1.8. RECURSOS ELEITORAIS 
 
As regras gerais referentes aos recursos são tratadas entre os arts. 257 ao 264 do CE. Recurso diferencia-se 
de impugnação. Afinal, quando a legislação se reporta à impugnação ela está tratando de recursos eleitorais? 
Não! São coisas distintas, de forma geral a impugnação, que poderá ser verbal ou escrita, constitui pressuposto 
ou ato preparatório ao recurso. Por exemplo, no dia das eleições, os delegados de partido político poderão 
impugnar alguma decisão adotada pela Junta Eleitoral. Essa impugnação deverá ser operada imediatamente de 
forma oral ou escrita. Posteriormente, no prazo de três dias, o instrumento de impugnação – no caso, o recurso 
– será apresentado ao TRE, para reanálise. 
Os recursos eleitorais, diante da especialidade, submetem-se às normas eleitorais, aplicando-se o NCPC de 
forma subsidiária. 
Há de se destacar, de logo, que os prazos em dias úteis previstos no art. 219 do NCPC não se aplicam aos 
recursos eleitorais, conforme art. 7º da Resolução nº 23.478/2016 do TSE: 
 
Art. 7º O disposto no art. 219 do Novo Código de Processo Civil não se aplica aos 
feitos eleitorais. 
§ 1º Os prazos processuais, durante o período definido no calendário eleitoral, 
serão computados na forma do art. 16 da Lei Complementar nº 64, de 1990, não se 
suspendendo nos fins de semana ou feriados. 
§ 2º Os prazos processuais, fora do período definido no calendário eleitoral, serão 
computados na forma do art. 224 do Novo Código de Processo Civil. 
§ 3º Sempre que a lei eleitoral não fixar prazo especial, o recurso deverá ser 
interposto no prazo de 3 (três) dias, a teor do art. 258 do Código Eleitoral, não se 
aplicando os prazos previstos no Novo Código de Processo Civil. 
 
Outro ponto dos recursos eleitorais é a gratuidade, não se exigindo o recolhimento de preparo. 
Convém, ainda, destacar algumas características gerais a respeito dos recursos eleitorais: 
 
I) NÃO têm efeito suspensivo (Exceções: RCD, apelação criminal, recurso contra decisão 
que decreta inelegibilidade);II) prazo de 3 dias, contados da publicação, salvo disposição em contrário (Exemplo: das 
decisões finais de apuração de crime eleitoral, o recurso tem prazo de 10 dias); 
III) esse prazo para interposição é preclusivo, salvo matéria constitucional; 
IV) irrecorribilidade das decisões do TSE, salvo as que declararem a invalidade de lei ou 
ato contrário à CF e as denegatórias de HC e MS. 
 
ATENÇÃO!! Impugnações: não se confundem com os recursos; são oposições comuns em direito eleitoral, 
de forma verbal ou escrita, utilizadas como pressuposto para evitar preclusão. 
Encontra-se prevista no art. 169 do CE: À medida que os votos forem sendo apurados, poderão os fiscais e 
delegados de partido, assim como os candidatos, apresentar impugnações que serão decididas de plano pela 
Junta. 
 
 Princípios: 
 
 Princípio da taxatividade informa que somente serão admissíveis os recursos expressamente previstos 
na legislação. Não é possível a parte criar peculiar para o caso concreto. Somente será admissível o 
recurso nas hipóteses taxativamente previstas na legislação eleitoral. 
 Princípio do duplo grau de jurisdição é o fundamento da existência dos recursos, na medida em que 
prevê a possibilidade de reanálise da mesma matéria por órgão diverso e em grau hierárquico superior. 
O princípio do duplo grau de jurisdição confere segurança às decisões jurídicas. 
 Princípio da fungibilidade refere-se à possibilidade de se adaptar um recurso erroneamente interposto, 
a fim de atender à finalidade para a qual se destinada, desde que esse erro não seja grosseiro. Assim, se 
a parte nomina incorretamente um recurso. Com vistas a atender a finalidade a que se destinou 
processa-se o recurso que ela pretendeu e que está de acordo com a legislação. 
 Princípio da proibição da reforma para pior (ou reformatio in pejus) informa que da decisão do recurso 
não é admissível piorar a situação do recorrente, exceto se forma matéria de ordem pública, a qual pode 
ser conhecida de ofício. 
Irrecorribilidade das Decisões Eleitorais: 
Em razão do princípio da taxatividade dos recursos e dada a natureza das matérias eleitorais – que 
demandam decisão célere – entende-se que vigora no Direito Eleitoral o princípio da irrecorribilidade das 
decisões eleitorais. As hipóteses de recursos são excepcionais e, como vimos acima, somente poderão ser 
interpostos conforme estrita previsão legal. 
Efeitos dos Recursos: 
 
O efeito devolutivo está presente em todos os recursos e significa a devolução da matéria recorrida ao 
órgão jurisdicional superior para reanálise. 
Já o pedido suspensivo se reporta aos efeitos da sentença recorrida. Questiona-se se a decisão recorrida 
poderá ser aplicada desde logo, ou se é necessário aguardar a decisão dos recursos para possa produzir efeitos. 
Todos os recursos possuem efeito devolutivo. Já em relação ao efeito suspensivo o Código Eleitoral é claro em 
estabelecer os recursos “não terão efeito suspensivo”. 
 
Art. 257. Os recursos eleitorais NÃO terão efeito suspensivo. 
 
É permitido também o efeito extensivo, pois se apenas um dos litigantes interpuser o recurso o 
resultado poderá beneficiar os litisconsortes. 
O efeito regressivo é cabível no recurso inominado e no recurso em sentido estrito, pois cabe o juízo de 
retratação em ambos. 
O efeito translativo ocorre quando o juízo ad quem puder examinar questões não suscitadas nas razões 
recursais, ou mesmo não apreciadas pelo juízo a quo. 
O efeito substitutivo ocorre uma vez que o acórdão do TRE substitui e prevalece sobre a sentença do 
juiz eleitoral. 
O Tribunal dará preferência ao julgamento de recursos, exceto os processos de habeas corpus e de 
mandado de segurança. 
Por fim, a execução de qualquer acórdão será feita imediatamente, através de comunicação por ofício, 
telegrama, ou, em casos especiais, a critério do presidente do Tribunal, através de cópia do acórdão. 
 
*(Atualizado em 29.04.2020): #DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO #STF: A Lei nº 13.165/2015 (minirreforma 
eleitoral de 2015) inseriu o § 3º ao art. 224 do Código Eleitoral. O § 3º prevê que “a decisão da Justiça Eleitoral 
que importe o indeferimento do registro, a cassação do diploma ou a perda do mandato de candidato eleito 
em pleito majoritário acarreta, após o trânsito em julgado, a realização de novas eleições, 
independentemente do número de votos anulados.” O STF declarou a inconstitucionalidade da expressão 
“após o trânsito em julgado” e decidiu que basta a exigência de decisão final da Justiça Eleitoral. Assim, 
concluído o processo na Justiça Eleitoral (ex: está pendente apenas recurso extraordinário), a nova eleição já 
pode ser realizada mesmo sem trânsito em julgado. STF. Plenário. ADI 5525/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 7 e 8/3/2018 (Info 893). Tirando esse trecho, o restante do § 3º do art. 224 do CE é constitucional. 
Veja a tese fixada pelo STF: É constitucional, à luz dos arts. 1º, I e parágrafo único, 5º, LIV, e 14, caput e § 9º, 
da Constituição da República, o § 3º do art. 224 do Código Eleitoral, com a redação dada pela Lei nº 
13.165/2015, no que determina a realização automática de novas eleições, independentemente do número 
de votos anulados, sempre que o candidato eleito, em pleito majoritário, for desclassificado, por 
indeferimento do registro de sua candidatura, ou em virtude de cassação do diploma ou mandato. STF. 
Plenário. RE 1096029/MG, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 4/3/2020 (repercussão geral – Tema 986) (Info 
968). 
 
 
1.8.1. CONTRA DECISÕES DE JUNTA ELEITORAL 
 
Há dois recursos contra as decisões da junta: 
 
I) recurso parcial: dos julgamentos de eventuais impugnações às urnas, às cédulas e aos votos ao longo do 
processo de apuração; os legitimados são os fiscais e delegados dos partidos políticos, além dos candidatos; 
esses recursos são interpostos de forma imediata e decididos de plano, podendo ser interpostos de forma 
escrita ou verbal (nesse último caso, terá 48 horas para fundamentar o recurso); 
 
II) recurso inominado: dos atos, resoluções ou despachos dos juízes ou juntas; são interpostos ao TRE; o TSE 
entende que não cabe recurso inominado em matéria criminal nem em decisão interlocutória. 
 
Assim, vale observar que nem todo recurso interposto em face da Junta Eleitoral se tratará de recurso 
parcial, podendo ser interposto também o recurso inominado. 
Os recursos perante os juízes e juntas eleitorais observarão o seguinte trâmite: 
1. Interposto por petição, o juiz intimará a parte contrária, por publicação, para contrarrazões; 
2. Réplica, em 48 horas, se a parte contrária juntar documentos novos; 
3. Se o juiz não se retratar, remeterá o recurso ao TRE; se se retratar, a parte contrária pode requerer a 
subida do recurso em 3 dias. 
 
(TJPB-2011-CESPE): Ainda no que concerne aos recursos eleitorais, assinale a opção correta: Os recursos contra atos das 
juntas eleitorais independem de termo e devem ser interpostos por petição devidamente fundamentada, acompanhada, 
se assim entender o recorrente, de novos documentos. BL: art. 266, CE. 
 
 
1.8.2. CONTRA DECISÕES DE JUIZ ELEITORAL 
 
Há três recursos contra as decisões do juiz eleitoral: 
 
I) recurso inominado: interposto contra todas as sentenças de todas as ações de 1ª instância eleitoral; pode 
haver juízo de retratação no prazo de 48 horas; se não retratar, os autos sobem ao TRE; por outro lado, havendo 
retratação, o recorrido pode requerer, no prazo de 3 dias, a subida do recurso como se ele mesmo tivesse 
interposto; 
 
(MPSC-2014): O art. 265 do Código Eleitoral, prevê hipótese de recurso inominado, de competência do Tribunal Regional 
Eleitoral, quando se tratar de matéria civil, contra atos, resoluções ou despachos dos juízes ou juntas eleitorais. BL: art. 
265, CE. 
 
 
II) apelação criminal: interposta contra sentença de crimes eleitorais no prazo de 10 dias; possui efeito 
suspensivo; 
 
III) RESE: no prazo de 5 dias; Exemplo: contra rejeição da denúncia. 
 
1.8.3. CONTRA DECISÕES

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