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HISTÓRIA - APOSTILA OPÇÃO

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APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
História A Opção Certa Para a Sua Realização 1
HISTÓRIA DO BRASIL 
 
A EXPANSÃO ULTRAMARINA EUROPÉIA DOS SÉCULOS XV E XVI. 
 
No século XV a nova burguesia européia e parcelas da nobreza 
buscam na expansão comercial uma saída para a crise econômica do 
continente. Procuram novos mercados produtores e consumidores, já que o 
comércio entre Europa e Oriente feito através do Mediterrâneo é 
insuficiente para gerar as riquezas necessárias para solucionar a crise 
européia. Tentam superar o controle exercido por Veneza e Gênova sobre 
os produtos das Índias, nome genérico que inclui todo o Oriente. 
Novas rotas comerciais – Os objetivos da nova burguesia comercial 
européia são alcançar a África, com suas cobiçadas fontes de ouro e prata, 
e as Índias, terra das especiarias, sedas e pedrarias. O empreendimento é 
dispendioso e arriscado. Significa sair do mar Mediterrâneo e enfrentar o 
desconhecido "mar Oceano", ou "mar Tenebroso", como o Atlântico é 
chamado na época. Entre todos os povos que se organizam para a 
aventura, os portugueses saem na frente, seguidos por espanhóis, 
ingleses, franceses e holandeses. 
Pioneirismo de Portugal 
Um conjunto de fatores favoráveis explica a dianteira dos portugueses 
na expansão marítima do século XV. Os mais importantes são a precoce 
centralização política do reino, posição geográfica, rápida formação de uma 
burguesia comercial e, o mais significativo, uma dinastia que aposta na 
expansão comercial. 
Centralização política de Portugal – O surgimento de Portugal como 
nação independente está vinculado às lutas travadas na península Ibérica 
pela expulsão dos muçulmanos. Antecipando-se aos demais países 
europeus, Portugal já é uma nação centralizada políticamente em torno de 
um único monarca no século XII. O primeiro rei de Portugal, Afonso I, 
assume o trono pelas armas em 1139. Ele inaugura a dinastia dos 
Borgonha, reconhecida pelo papa em 1179. 
Vocação comercial e marítima – Na porta de saída do Mediterrâneo 
para o Atlântico, os portos de Portugal são pontos de passagem obrigatória 
para as embarcações que percorrem a rota entre as cidades italianas e os 
mercados do norte da Europa. Cedo surgem ricos comerciantes e 
armadores, e os marinheiros portugueses conhecem todos os portos da 
Europa e do norte da África. 
A dinastia de Avis – Na época das grandes navegações e 
descobrimentos, reina em Portugal a Casa de Avis, dinastia fundada por 
dom João I, o Mestre de Avis, em 1385, após uma crise sucessória no 
reino. Ele conquista a Coroa pelas armas, apoiado pela pequena nobreza, 
camponeses, comerciantes, armadores e ricos representantes dos ofícios 
urbanos. Todos têm um interesse em comum: a expansão comercial e 
marítima. 
Escola de Sagres 
A busca de uma nova rota para o Oriente exige o aperfeiçoamento das 
técnicas de navegação até então conhecidas. Portugal faz isso sob a 
direção do infante dom Henrique, irmão do rei dom João I. O infante reúne 
no promontório de Sagres, no Algarve, os maiores especialistas em 
navegação, cartografia, astronomia, geografia e construção naval. Forma, 
assim, o mais completo e inovador centro de estudos náuticos da época. 
Tecnologia marítima portuguesa – Os especialistas de Sagres 
aperfeiçoam instrumentos de navegação, como a bússola, o astrolábio, o 
quadrante, a balestilha e o sextante. Desenvolvem a cartografia moderna e 
são os primeiros a calcular com precisão a circunferência da Terra em 
léguas, numa época em que poucos acreditavam que o planeta fosse 
redondo. 
Caravela latina – Em Sagres nasce a caravela latina: robusta para 
poder enfrentar mar alto e tempo ruim, pequena para explorar litorais 
recortados e ágil para navegar com ventos contrários. Com essa 
embarcação exclusiva dos portugueses, os navegadores do reino 
enfrentam os perigos e surpresas do "mar Oceano", exploram o litoral da 
África e encontram o caminho marítimo para o Oriente. 
Expansão marítima portuguesa 
A tomada de Ceuta, no norte da África, em 1415, marca o início da 
expansão portuguesa rumo à África e à Ásia. Em menos de um século, 
Portugal domina as rotas comerciais do Atlântico sul, da África e da Ásia. 
Sua presença é tão marcante nesses mercados que, do século XVI ao 
XVIII, o português é usado nos portos como língua franca – aquela que 
permite o entendimento entre marinheiros de diferentes nacionalidades. 
Financiamento das viagens – A expansão ultramarina envolve somas 
milionárias. Para financiá-la, a Coroa portuguesa aumenta impostos, 
recorre a empréstimos junto a grandes comerciantes e banqueiros, 
inclusive italianos, e aos recursos acumulados pela Ordem de Cristo, 
herdeira da antiga Ordem dos Templários. 
Templários – Braço armado da Igreja, a Ordem dos Templários 
enriquece com os saques realizados no Oriente Médio durante as 
cruzadas, nos séculos XII e XIII. Com hierarquia própria, homens armados 
e muito dinheiro, transforma-se em um poder paralelo dentro da Igreja. 
Dissolvida pelo papa, os integrantes da ordem são perseguidos por toda a 
Europa. Portugal acolhe os templários e suas fortunas durante o reinado de 
dom Diniz, de 1279 a 1325. Eles fundam a Ordem de Cristo. Dom Henrique, 
membro da ordem e administrador de seus recursos, usa essa riqueza para 
financiar o projeto ultramarino. 
Conquista da costa africana – Entre 1421 e 1434 os lusitanos 
chegam aos arquipélagos da Madeira e dos Açores e avançam para além 
do cabo Bojador. Em 1436 atingem o Rio Douro e começam a conquista da 
Guiné. Ali se apropriam da Mina, centro aurífero explorado pelos reinos 
nativos em associação aos comerciantes mouros, a maior fonte de ouro de 
toda a história de Portugal. Em 1441 os portugueses chegam ao cabo 
Branco. Em 1444 atingem a ilha de Arguim, onde instalam a primeira 
feitoria em território africano, e iniciam a comercialização de escravos, 
marfim e ouro. Entre 1445 e 1461 descobrem Cabo Verde, navegam pelos 
rios Senegal e Gâmbia e avançam até Serra Leoa. De 1470 a 1475 
exploram a costa de Serra Leoa até o cabo Santa Catarina. Em 1482 
chegam a São Jorge da Mina e avançam até o rio Zaire, o trecho mais difícil 
da costa ocidental africana. Cinco anos mais tarde, em 1487, Bartolomeu 
Dias atinge o cabo das Tormentas, no extremo sul do continente – que 
passa a ser chamado de cabo da Boa Esperança –, e atinge o Índico. 
Conquista, assim, o trecho mais difícil do caminho para as Índias. 
Cristóvão Colombo em Sagres – Na época em que os portugueses 
atingem a foz do rio Zaire, Cristóvão Colombo trabalha para Portugal e 
integra a equipe de pilotos de Sagres. Ali elabora seus cálculos – errados – 
sobre a circunferência da Terra em léguas: imagina as Índias muito mais 
próximas da Europa. Em 1483 oferece ao rei de Portugal dom João II seu 
projeto de alcançar as Índias pelo ocidente. Como os portugueses já têm 
seus próprios planos – chegar às Índias contornando a África –, rejeitam a 
proposta de Colombo, mais tarde bancada pela Espanha. Fonte – Barsa 
Expansão Marítima 
História Por Algosobre 
A crise de crescimento do século XV 
No início da Idade Moderna, surgiu um descompasso na economia 
européia, entre a capacidade de produção e consumo na zona rural e na 
zona urbana. A produção agrícola no campo estava limitada pelo regime de 
trabalho servil. O resultado disso era uma produtividade baixa e, 
consequentemente, a falta de alimentos para abastecer os núcleos 
urbanos. Já a produção artesanal nas cidades era alta e não encontrava 
consumidores na zona rural, devido ao baixo poder aquisitivo dos 
trabalhadores rurais e ao caráter auto-suficiente da produção feudal. 
Além disso, o comércio internacional europeu, baseado na compra de 
produtos orientais(especiarias, objetos raros, pedras preciosas), tendia a 
se estagnar, pois os nobres, empobrecidos pela crise do feudalismo, cada 
vez compravam menos essas mercadorias. Os tesouros acumulados pela 
nobreza durante as Cruzadas escoavam para o Oriente, em pagamento 
das especiarias. O resultado disso foi a escassez de metais preciosos na 
Europa, o que criava mais dificuldades ainda para o desenvolvimento do 
comércio. 
A solução para esses problemas estava na exploração de novos 
mercados, capazes de fornecer alimentos e metais preciosos a baixo custo 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
História A Opção Certa Para a Sua Realização 2
e, ao mesmo tempo, aptos para consumir os produtos artesanais fabricados 
nas cidades européias. Mas onde encontrar esses novos mercados? 
O comércio com o Oriente estava indicando o caminho. Os mercados 
da Índia, da China e do Japão eram controlados pelos mercadores árabes e 
seus produtos chegavam à Europa ocidental através do mar Mediterrâneo, 
controlado por Veneza, Gênova e outras cidades italianas. O grande 
número de intermediários nesse longo trajeto encarecia muito as 
mercadorias. Mas se fosse descoberta uma nova rota marítima que ligasse 
a Europa diretamente aos mercados do Oriente, o preço das especiarias se 
reduziria e as camadas da população européia com poder aquisitivo mais 
baixo poderiam vir a consumi-las. 
No século XV, a burguesia européia, apoiada por monarquias nacionais 
fortes e capazes de reunir grandes recursos, começou a lançar suas 
embarcações nos oceanos ainda desconhecidos — Atlântico, Indico e 
Pacífico - em busca de novos caminhos para o Oriente. Nessa aventura 
marítima, os governos europeus dominaram a costa da África, atingiram o 
Oriente e descobriram um mundo até então desconhecido: a América. 
Com a descoberta de novas rotas comerciais, a burguesia européia 
encontrou outros mercados fornecedores de alimentos, de metais preciosos 
e de especiarias a baixo custo. Isso permitiu a ampliação do mercado 
consumidor, pois as pessoas de poder aquisitivo mais baixo puderam 
adquirir as mercadorias, agora vendidas a preços menores. 
A expansão comercial e marítima dos tempos modernos foi, portanto, 
uma consequência da crise de crescimento da economia européia. 
Outras condições à expansão marítima européia 
A expansão marítima só foi possível graças à centralização do poder 
nas mãos dos reis. Um comerciante rico, uma grande cidade ou mesmo 
uma associação de mercadores muito ricos não tinham condições de reunir 
o capital necessário para esse grande empreendimento. Apenas o rei era 
capaz de captar recursos de toda a nação para financiar as viagens 
ultramarinas. 
 
Projeto de navios do período da Expansão 
Eram enormes as dificuldades que tinham de ser superadas para 
navegar pelos oceanos. As embarcações tinham de ser melhoradas e as 
técnicas de navegação precisavam ser aprimoradas. No século XV, 
inventou-se a caravela. A bússola e o astrolábio passaram a ser 
empregados como instrumentos de orientação no mar, e a cartografia 
passou por grandes progressos. Ao mesmo tempo, a antiga concepção 
sobre a forma da Terra começou a ser posta em dúvida. Seria a Terra 
realmente um disco chato e plano, cujos limites eram precipícios sem fim? 
Uma nova hipótese sobre a forma de nosso planeta começou a surgir: o 
planeta teria a forma de uma esfera. 
Nessa nova concepção, se alguém partisse de um ponto qualquer da 
Terra e navegasse sempre na mesma direção, voltaria ao ponto de partida. 
O desejo de desbravar os oceanos, descobrir novos mundos e fazer fortuna 
animava tanto os navegantes, que eles chegavam a se esquecer do medo 
que tinham do desconhecido. Dois Estados se destacaram na conquista 
dos mares: Portugal e Espanha." 
Conseqüências dos grandes descobrimentos. 
A expansão marítima européia iniciou uma fase de crescente 
interdependência mundial, em proveito das nações colonizadoras, que 
dominaram o mundo política, econômica e culturalmente até 1914. Tal 
hegemonia foi total na América, cuja população indígena, dizimada na 
maior parte, só sobreviveu na medida em que pôde adaptar-se às novas 
condições de vida impostas pelos conquistadores. A África negra foi 
devastada demográfica e culturalmente pelo tráfico negreiro, que forneceu 
milhões de escravos ao Novo Mundo. A partir do século XVIII e sobretudo 
no XIX, a Ásia oriental (exceto o Japão) e a Oceania ficaram submetidas 
aos interesses políticos e econômicos do Ocidente. O Atlântico e o Pacífico 
predominaram desde então no comércio mundial. 
Na Europa, o afluxo do ouro e da prata da América, do século XVI ao 
XVIII, superou em muito o do ouro africano do século XV e influenciou 
poderosamente as transformações econômicas, sociais e políticas, das 
quais a burguesia foi a principal beneficiária. Os produtos tropicais 
originários do Novo Mundo (algodão e fumo) ou nele introduzidos (açúcar) 
tornaram-se fonte de riqueza para minorias de colonos europeus e suas 
respectivas metrópoles, generalizando-se seu consumo na Europa e 
mesmo em outros continentes, a exemplo do fumo na África e na Ásia. 
Plantas alimentícias americanas como a batata e o milho melhoraram a 
dieta popular européia. Generalizou-se o consumo de especiarias, os 
produtos de luxo orientais difundiram-se e geraram imitações (porcelana). E 
a geografia, as ciências biológicas, a história e a etnografia enriqueceram-
se enormemente. 
-o0o- 
A História do Brasil compreende, tradicionalmente, o período desde a 
chegada dos portugueses até os dias atuais, embora o seu território seja 
habitado continuamente desde tempos pré-históricos por povos indígenas. 
Após a chegada dePedro Álvares Cabral, capitão-mor de expedição 
portuguesa a caminho das Índias, ao litoral sul da Bahia em 1500, a Coroa 
portuguesa implementou uma política de colonização para a terra recém-
descoberta a partir de 1530. A colonização europeia se organizou por meio 
da distribuição de capitanias hereditárias pela coroa portuguesa a membros 
da nobreza e pela instalação de um governo-geral em 1548. 
 
A economia da colônia, iniciada com o extrativismo do pau-brasil e as 
trocas entre os colonos e os índios, gradualmente passou a ser dominada 
pelo cultivo da cana-de-açúcar para fins de exportação. Com a expansão 
dos engenhos e a ocupação de novas áreas para seu cultivo, o território 
brasileiro se insere nas rotas de comércio do velho mundo e passa a ser 
paulatinamente ocupado por senhores de terra, missionários, homens livres 
e largos contingentes de escravos africanos. No final do século XVII foram 
descobertas ricas jazidas de ouro nos atuais estados de Minas 
Gerais, Goiás e Mato Grosso que foi determinante para o povoamento do 
interior do Brasil. Em 1789, quando a Coroa portuguesa anunciava 
aDerrama, medida para cobrar supostos impostos atrasados, eclodiu em 
Vila Rica (atual Ouro Preto) a Inconfidência Mineira. A revolta fracassou e, 
em 1792, um de seus líderes, Tiradentes, morreu enforcado. 
Em 1808, com a transferência da corte portuguesa para o Brasil, 
fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte, o Príncipe-regente Dom João 
de Bragança, filho da Rainha Dona Maria I, abriu os portos da então 
colônia, permitiu o funcionamento de fábricas e fundou o Banco do Brasil. 
Em 1815, o então Estado do Brasil, uma colônia do império português, 
tornou-se um reino unido com Portugal, e a então Rainha Dona Maria I, foi 
coroada rainha do reino unido de Portugal, Brasil e Algarves. Com a morte 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
História A Opção Certa Para a SuaRealização 3
da mãe, o então Príncipe-regente Dom João de Bragança foi coroado rei, 
em 1816. Logo depois volta para Portugal, deixando seu filho mais 
velho, Dom Pedro de Alcântara de Bragança, o príncipe real do reino unido, 
como regente do Brasil. 
Em 7 de setembro de 1822, Dom Pedro de Alcântara proclamou 
a independência do Brasil em relação ao reino unido de Portugal, Brasil e 
Algarves, e fundou o Império do Brasil, sendo coroado imperador 
como Dom Pedro I. O mesmo reinou até 1831, quando abdicou e passou a 
Coroa brasileira ao seu filho, Dom Pedro de Alcântara, que tinha apenas 
cinco anos. Aos catorze anos, em 1840, Dom Pedro de Alcântara(filho) 
teve sua maioridade declarada, sendo coroado imperador no ano seguinte, 
como Dom Pedro II. No final da primeira década do Segundo Reinado, o 
regime estabilizou-se. As províncias foram pacificadas e a última grande 
insurreição, a Revolta Praieira, foi derrotada em 1849. Nesse mesmo ano, o 
imperador extingue o tráfico de escravos. Aos poucos, os imigrantes 
europeus assalariados substituíram os escravos. No contexto geopolítico, 
o Brasil se alia à Argentina e Uruguai e entra em guerra contra o Paraguai. 
No final do conflito, quase dois terços da população paraguaia estava 
morta. A participação de negros e mestiços nas tropas brasileiras na Guerra 
do Paraguai deu grande impulso ao movimento abolicionista e ao declínio 
da monarquia. Pouco tempo depois, em 1888, a princesa imperial do 
Brasil, D. Isabel de Bragança, filha de Dom Pedro II, assina a Lei Áurea, 
que extingue aescravidão no Brasil. Ao abandonar os proprietários de 
escravos, sem os indenizar, o império brasileiro perde a última base de 
sustentação. 
Em 15 de novembro de 1889, ocorre a proclamação da 
república pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca e tem início 
a República Velha, terminada em 1930com a chegada de Getúlio 
Vargas ao poder. A partir daí, a história do Brasil destaca a industrialização 
do Brasil e a participação brasileira na Segunda Guerra Mundialao lado 
dos Estados Unidos; o movimento militar de 1964, onde o general Castelo 
Branco assumiu a presidência. 
O Regime Militar, a pretexto de combater a subversão e a corrupção, 
suprimiu direitos constitucionais, perseguiu e censurou os meios de 
comunicação, extinguiu os partidos políticos e criou o bipartidarismo. Após 
o fim do regime militar, os deputados federais e senadores se reuniram , 
em 1988, em assembleia nacional constituintee promulgaram a 
nova Constituição, que amplia os direitos individuais. O país se 
redemocratiza,avança economicamente e cada vez mais se insere no 
cenário internacional. 
Período colonial (1500-1808) 
A chegada dos portugueses 
O período compreendido entre o Descobrimento do Brasil em 1500, 
(chamado pelos portugueses de Achamento do Brasil), até a Independência 
do Brasil, é chamado, no Brasil, de Período Colonial. Os portugueses, 
porém, chamam este período de A Construção do Brasil, e o estendem até 
1825- 1826 quando Portugal reconheceu a independência do Brasil. 
Há algumas teorias sobre quem foi o primeiro europeu a chegar nas 
terras que hoje formam o Brasil. Entre elas, destacam-se a que defende 
que foi Duarte Pacheco Pereira entre novembro e dezembro de 1498 e a 
que argumenta que foi o espanholVicente Yáñez Pinzón no dia 16 de 
janeiro de 1500. No entanto, oficialmente o Brasil foi descoberto em 22 de 
abril de 1500, pelo capitão-mor duma expedição portuguesa em busca 
das Índias, Pedro Álvares Cabral, que chegou ao litoral sul daBahia, na 
região da atual cidade de Porto Seguro, mais precisamente 
no distrito de Coroa Vermelha, 
No dia 9 de março de 1500, o português Pedro Álvares Cabral, saindo 
de Lisboa, iniciou viagem para oficialmente descobrir e tomar posse das 
novas terras para a Coroa, e depois seguir viagem para a Índia, 
contornando a África para chegar aCalecute.[21] Levava duas caravelas e 
13 naus, e por volta de 1 500 homens - entre os mais experientes Nicolau 
Coelho, que acabava de regressar da Índia; Bartolomeu Dias, que 
descobrira o cabo da Boa Esperança, e seu irmão Diogo Dias, que mais 
tarde Pero Vaz de Caminha descreveria dançando na praia em Porto 
Seguro com os índios, «ao jeito deles e ao som de uma gaita». As 
principais naus se chamavam Anunciada, São Pedro, Espírito Santo, El-
Rei, Santa Cruz, Fror de la Mar,Victoria e Trindade.[24] O vice-comandante 
da frota era Sancho de Tovar e outros capitães eram Simão de 
Miranda, Aires Gomes da Silva, Nuno Leitão,[25] Vasco de Ataíde, Pero 
Dias, Gaspar de Lemos, Luís Pires, Simão de Pina, Pedro de Ataíde, de 
alcunha o inferno, além dos já citados Nicolau Coelho e Bartolomeu Dias. 
Por feitor, a armada trazia Aires Correia, que havia de ficar na Índia, e por 
escrivães Gonçalo Gil Barbosa e Pero Vaz de Caminha. Entre os pilotos, 
que eram os verdadeiros navegadores, vinham Afonso Lopes e Pero 
Escobar. Diz a Crônica do Sereníssimo Rei D. Manuel I: 
E, porque el Rei sempre foi mui inclinado às coisas que tocavam a 
nossa Santa fé católica, mandou nesta armada oito frades da ordem de S. 
Francisco, homens letrados, de que era Vigário frei Henrique, que depois 
foi confessor del Rei e Bispo de Ceuta, os quais como oito capelães e um 
vigário, ordenou que ficassem em Calecut, para administrarem os 
sacramentos aos portugueses e aos da terra se se quisessem converter à 
fé.— Crônica do Sereníssimo Rei D. Manuel I 
Âncoras levantadas em Lisboa, a frota passou por São Nicolau, no 
arquipélago de Cabo Verde, em 16 de março. Tinham-se afastado da costa 
africana perto das Canárias, tocados pelos ventos alísios em direção ao 
ocidente. Em 21 de abril, da nau capitânea avistaram-se no mar, boiando, 
plantas. Mais tarde surgiram pássaros marítimos, sinais de terra próxima. 
Ao amanhecer de 22 de abril ouviu-se um grito de "terra à vista", pois se 
avistou o monte que Cabral batizou de Monte Pascoal, no litoral sul da 
atual Bahia. 
Ali aportaram as naus, discutindo-se até hoje se teria sido exatamente 
em Porto Seguro ou em Santa Cruz Cabrália(mais precisamente 
no ilhéu de Coroa Vermelha, no município de Santa Cruz Cabrália), e 
fizeram contato com os tupiniquins, indígenas pacíficos. A terra, a que os 
nativos chamavam Pindorama ("terra das palmeiras"), foi a princípio 
chamada pelos portugueses de Ilha de Vera Cruz e nela foi erguido 
um padrão (marco de posse em nome da Coroa Portuguesa). Mais tarde, a 
terra seria rebatizada como Terra de Santa Cruz e posteriormente Brasil. 
Estava situada 5.000 km ao sul das terras descobertas por Cristóvão 
Colombo em 1492 e 1.400 quilômetros aquém da Linha de 
Tordesilhas. Sérgio Buarque de Holanda descreve, em História Geral da 
Civilização Brasileira: 
Tendo velejado para o norte, acharam dez léguas mais adiante um 
arrecife com porto dentro, muito seguro. No dia seguinte, sábado, entraram 
os navios no porto e ancoraram mais perto da terra. O lugar, que todos 
acharam deleitoso, proporcionava boa ancoragem e podia abrigar mais de 
200 embarcações. Alguma gente de bordo foi à terra, mas não pode 
entender a algaravia dos habitantes, diferente de todas as línguas 
conhecidas. 
 
No dia 26 de abril, um domingo (o de Pascoela), foi oficiada a primeira 
missa no solo brasileiro por frei Henrique Soares (ou frei Henrique de 
Coimbra),[22] que pregou sobre o Evangelho do dia. Batizaram a terra 
como Ilha da Vera Cruz no dia 1 de maio e numa segunda missa Cabral 
tomou posse das terras em nome do rei de Portugal. No mesmo dia, os 
navios partiram, deixando na terra pelo menos dois degredados e dois 
grumetes que haviam fugido de bordo. Cabral partiu para a Índia pela via 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
História A Opção Certa Para a Sua Realização 4
certaque sabia existir a partir da costa brasileira, isto é, cruzou outra vez 
o Oceano Atlântico e costeou a África. 
O rei D. Manuel I recebeu a notícia do descobrimento por cartas 
escritas por Mestre João, físico e cirurgião de D. Manuel[22] e Pero Vaz de 
Caminha, semanas depois. Transportadas na nau de Gaspar de Lemos, as 
cartas descreviam de forma pormenorizada as condições geográficas e 
seus habitantes, desde então chamados de índios. Atento aos objetivos da 
Coroa na expansão marítima, Caminha informava ao rei: 
Nela até agora não podemos saber que haja ouro nem prata, nem 
alguma coisa de metal nem de ferro lho vimos; pero a terra em si é de 
muitos bons ares, assi frios e temperados como os d'antreDoiro e Minho, 
porque neste tempo de agora assi os achamos como os de lá; águas são 
muitas infindas e em tal maneira é graciosa, que querendo aproveitar-se 
dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem; pero o melhor fruto que 
nela se pode fazer me parece que será salvar esta gente (…) boa e de boa 
simplicidade. — Pero Vaz Caminha 
Damião de Góis narra o descobrimento em sua língua renascentista: 
Navegando a loeste, aos xxiiij dias do mes Dabril viram terra, do que 
forão muito alegres, porque polo rumo em que jazia, vião não ser nenhuma 
das que até então eram descubertas. Padralures Cabral fez rosto para 
aquela banda & como forão bem à vista, mandou ao seu mestre que no 
esquife fosse a terra, o qual tornou logo com novas de ser muito fresca & 
viçosa, dizendo que vira andar gente baça & nua pela praia, de cabelo 
comprido & corredio, com arcos & frechas nas mãos, pelo que mandou 
alguns dos capitães que fossem com os bateis armados ver se isto era 
assi, os quaes sem sairem em terra tornaram à capitaina afirmando ser 
verdade o que o mestre dixera. Estando já sobrancora se alevantou de 
noite hum temporal, com que correram de longo da costa ate tomarem hum 
porto muito bom, onde Pedralures surgio com as outras naos & por ser tal 
lhe pos nome Porto Seguro. —Damião de Góis 
Além das cartas acima mencionadas, outro importante documento 
sobre o descobrimento do Brasil é o Relato do Piloto Anônimo. De início, a 
descoberta da nova terra foi mantida em sigilo pelo Rei de Portugal. O resto 
do mundo passou a conhecer o Brasil desde pelo menos 1507, quando a 
terra apareceu com o nome deAmérica na carta (mapa) de Martin 
Waldseemuller, no qual está assinalado na costa o Porto Seguro. 
Expedições exploratórias 
Em 1501, uma grande expedição exploratória, a primeira frota de 
reconhecimento, com três naus, encontrou como recurso explorável apenas 
o pau-brasil, de madeira avermelhada e valiosa usada na tinturaria 
europeia, mas fez um levantamento da costa. Comandada por Gaspar de 
Lemos, a viagem teve início em 10 de maio de 1501 e findaria com o 
retorno a Lisboa em 7 de setembro de 1502, depois de percorrer a costa e 
dar nome aos principais acidentes geográficos. Sobre o comandante, 
podem ter sido D. Nuno Manuel, André Gonçalves, Fernão de Noronha, 
Gonçalo Coelho ou Gaspar de Lemos, sendo este último o nome mais 
aceito. Em 1501, no dia 1 de novembro, foi descoberta a Baía de Todos os 
Santos, na atual Bahia, local que mais tarde seria escolhido por D. João 
III para abrigar a sede da administração colonial. 
Alguns historiadores negam a hipótese de Gonçalo Coelho, que só 
teria partido de Lisboa em 1502. O Barão do Rio Branco, em 
suas Efemérides, fixa-se em André Gonçalves, que é a versão mais 
comumente aceita. Mas André Gonçalves fazia parte da armada de Cabral, 
que retornou a Lisboa quando a expedição de 1501 já partira para o Brasil 
e com ela cruzou na altura do arquipélago de Cabo Verde. 
Assim, diversos historiadores optam por Gaspar de Lemos, que entre 
junho e julho de 1500 havia chegado a Portugal com a notícia do 
descobrimento. O florentino Américo Vespúcio vinha como piloto na frota (e 
por seu nome seria batizado todo o continente, mais tarde). Depois de 67 
dias de viagem, em 16 de agosto, a frota alcançou o que hoje é oCabo de 
São Roque (Paraíba) e, segundo Câmara Cascudo, ali plantou o marco de 
posse mais antigo do Brasil. Houve, na ocasião, contatos entre portugueses 
e os índios potiguaras. 
Ao longo das expedições, os portugueses costumavam batizar os 
acidentes geográficos segundo o calendário com os nomes dos santos dos 
dias, ignorando os nomes locais dados pelos nativos. Em 1 de 
novembro (Dia de Todos os Santos), chegaram à Baía de Todos os Santos, 
em 21 de dezembro (dia de São Tomé) ao Cabo de São Tomé, em 1 de 
janeiro de 1502 à Baía da Guanabara (por isso batizada de "Rio de 
Janeiro") e no dia 6 de janeiro (Dia de Reis) àangra (baía) batizada 
como Angra dos Reis. Outros lugares descobertos foram a foz do rio São 
Francisco e o Cabo Frio, entre vários. As três naus que chegaram 
à Guanabara eram comandadas por Gonçalo Coelho, e nela vinha 
Vespúcio. Tomando a estreita entrada da barra pela foz de um rio, 
chamaram-na Rio de Janeiro, nome que se estendeu à cidade de São 
Sebastião que ali se ergueria mais tarde. 
Em 1503 houve nova expedição, desta vez comandada (sem 
controvérsias) por Gonçalo Coelho, sem ser estabelecido qualquer 
assentamento ou feitoria. Foi organizada em função um contrato do rei com 
um grupo de comerciantes de Lisboa para extrair o pau-brasil. Trazia 
novamente Vespúcio e seis navios. Partiu em maio de Lisboa, esteve em 
agosto na ilha de Fernando de Noronha e ali afundou a nau capitânia, 
dispersando-se a armada. Vespúcio pode ter ido para a Bahia, passado 
seis meses em Cabo Frio, onde fez entrada de 40 léguas terra adentro. Ali 
teria deixado 24 homens com mantimentos para seis meses. Coelho, ao 
que parece, esteve recolhido na região onde se fundaria depois a cidade do 
Rio de Janeiro, possivelmente durante dois ou três anos. 
 
Detalhe do mapa "Terra Brasilis" (Atlas Miller,1519), atualmente 
na Biblioteca Nacional de França. 
Nessa ocasião, Vespúcio, a serviço de Portugal, retornou ao maior 
porto natural da costa brasileira, a Baía de Todos os Santos. Durante as 
três primeiras décadas, o litoral baiano, com suas inúmeras enseadas, 
serviu fundamentalmente como apoio à rota da Índia, cujo comércio de 
produtos de luxo – seda, tapetes, porcelana e especiarias – era mais 
vantajoso que os produtos oferecidos pela nova colônia. Nos pequenos e 
grandes portos naturais baianos, em especial no de Todos os Santos, as 
frotas se abasteciam de água e de lenha e aproveitavam para fazer 
pequenos reparos. 
No Rio de Janeiro, alguns navios aportaram no local que os índios 
chamavam de Uruçu-Mirim, a atual praia do Flamengo. Junto à foz do rio 
Carioca (outrora abundante fonte de água doce) foram erguidas uma casa 
de pedra e um arraial, deixando-se no local degredados e galinhas. A 
construção inspirou o nome que os índios deram ao local (cari-oca, "casa 
dos brancos"), que passaria a ser o gentílico da cidade do Rio. O arraial, no 
entanto, foi logo destruído. Outras esquadras passariam pela Guanabara: a 
de Cristóvão Jacques, em 1516; a de Fernão de Magalhães (que chamou o 
local de Baía de Santa Luzia), em 1519, na primeiracircunavegação do 
mundo; outra vez a de Jacques, em 1526, e a de Martim Afonso de Sousa, 
em 1531. 
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História A Opção Certa Para a Sua Realização 5
Outras expedições ao litoral brasileiro podem ter ocorrido, já que 
desde 1504 são assinaladas atividades de corsários. Holanda, em Raízes 
do Brasil, cita o capitão francês Paulmier de Gonneville, de Honfleur, que 
permaneceu seis meses no litoral de Santa Catarina.[28] A atividade de 
navegadores não-portugueses se inspiravadoutrina da liberdade dos 
mares, expressada por Hugo Grotius em Mare liberum, base da reação 
europeiacontra Espanha e Portugal, gerando pirataria alargada pelos 
mares do planeta.[29] 
Extração de pau-brasil 
O pau-brasil (que os índios tupis chamavam de ibirapitanga) era a 
principal riqueza de crescente demanda na Europa. Estima-se que havia, 
na época do descobrimento, mais de 70 milhões de árvores do tipo, 
abundando numa faixa de 18 km do litoral do Rio Grande do Norte até a 
Guanabara. Quase todas foram derrubadas e levadas para a Europa. A 
extração foi tanta que atualmente a espécie é protegida para não sofrer 
extinção. 
Para explorar a madeira, a Coroa adotou a política de oferecer a 
particulares, em geral cristãos-novos, concessões de exploração do pau-
brasil mediante certas condições: os concessionários deveriam mandar 
seus navios descobrirem 300 léguas de terra, instalar fortalezas nas terras 
que descobrissem, mantendo-as por três anos; do que levassem para o 
Reino, nada pagariam no primeiro ano, no segundo pagariam um sexto e 
no terceiro um quinto. Os navios ancoravam na costa, algumas dezenas de 
marinheiros desembarcavam e recrutavam índios para trabalhar no corte e 
carregamento das toras, em troca de pequenas mercadorias como roupas, 
colares e espelhos(prática chamada de "escambo"). Cada nau carregava 
em média cinco mil toras de 1,5 metro de comprimento e 30 quilogramas de 
peso. 
Em 1503, toda a terra do Brasil foi arrendada pela coroa a Fernão de 
Noronha (ou Loronha), e outros cristãos-novos, produzindo 20 
mil quintais de madeira vermelha. Segundo Capistrano de Abreu, 
em Capítulos da História Colonial, cada quintal era vendido em Lisboa por 
21/3 ducados, mas levá-lo até lá custava apenas meio ducado. Os 
arrendatários pagavam 4 mil ducados à Coroa. 
Comerciantes de Lisboa e do Porto enviavam embarcações à costa 
para contrabandearem pau-brasil, aves de plumagem colorida 
(papagaios, araras), peles, raízes medicinais e índios para escravizar. 
Surgiram, assim, as primeiras feitorias. O náufrago Diogo Álvares, 
o Caramuru, estabeleceu-se desde 1510 na barra da Baía de Todos os 
Santos, onde negociava com barcos portugueses e estrangeiros. Outra 
feitoria foi chamada de Aldeia Velha de Santa Cruz, próxima ao local da 
descoberta. 
Além dos portugueses, seus rivais europeus, principalmente franceses, 
passaram a frequentar a costa brasileira para contrabandear a madeira e 
capturar índios. Os franceses contrabandearam muito pau-brasil no litoral 
norte, entre a foz do rio Real e a Baía de Todos os Santos, mas não 
chegaram a estabelecer feitoria. Outro ponto de contrabando, sobretudo 
no século XVII, foi o Morro de São Paulo (Bahia). Até que Portugal 
estabelecesse o sistema de capitanias hereditárias, a presença mais 
constante na terra era dos franceses. Estimulados por seu rei, corsários 
passam a frequentar a Guanabara à procura de pau-brasil e outros 
produtos. Ganharam a simpatia dos índios tamoios, que a eles se aliaram 
durante décadas contra os portugueses. 
Portugal, verificando que o litoral era visitado por corsários e 
aventureiros estrangeiros, resolveu enviar expedições militares para 
defender a terra. Foram denominadas expedições guarda-costas, sendo 
mais marcantes as duas comandadas por Cristóvão Jacques, de 1516-
1519 e 1526-1528. Suas expedições tinham caráter basicamente militar, 
com missão de aprisionar os navios franceses que, sem pagar tributos à 
coroa, retiravam grandes quantidades do pau-brasil. A iniciativa teve 
poucos resultados práticos, considerando a imensa extensão do litoral e, 
como solução, Jacques sugeriu à Coroa dar início ao povoamento. 
A expedição enviada em 1530 sob a chefia de Martim Afonso de 
Sousa tinha por objetivos explorar melhor a costa, expulsar os franceses 
que rondavam o sul e as cercanias do Rio de Janeiro, e estabelecer 
núcleos de colonização ou feitorias, como a estabelecida em Cabo Frio. 
Martim Afonso doou as primeiras sesmarias do Brasil. Foram fundados por 
esta expedição os núcleos de São Vicente e São Paulo, onde o 
português João Ramalho vivia como náufrago desde 1508 e casara-se com 
a índia Bartira, filha do cacique Tibiriçá. Em São Vicente foi feita em 1532 a 
primeira eleição no continente americano e instalada a primeira Câmara 
Municipal e a primeira vila do Brasil. A presença de Ramalho, que ajudava 
no contato com os nativos e instalara-se na aldeia de Piratininga, foi o que 
inspirou Martim Afonso a instalar a vila de São Vicente perto do núcleo que 
viria a ser São Paulo. 
A mais polêmica expedição seria a de Francisco de Orellana que, 
em 1535, penetrando pela foz do rio Orinoco e subindo-o, descreve que 
numa única viagem, em meio de um incrível emaranhado de rios e 
afluentes amazônicos, teria encontrado o rio Cachequerique, raríssima e 
incomum captura fluvial que une o rio Orinoco aos rios Negro e Amazonas. 
Escravidão no Brasil 
A mão-de-obra africana ajustava-se à agricultura e ao regime de 
trabalho servil, sem os intransponíveis obstáculos culturais do escravo 
ameríndio, inapto ao trabalho contínuo. Sua introdução no Brasil, na 
verdade, foi uma extensão da corrente escravocrata existente em Portugal. 
Inicialmente, o sistema comercial que vigorava no tráfico de escravos não 
se inclinou ao fornecimento dessa mão-de-obra aos colonos estabelecidos 
no Brasil. A preferência dos comerciantes escravagistas era para o rico 
mercado de Castela, com reexportação para as áreas de mineração da 
América e para a promissora agricultura nas Antilhas. 
Desde 1539 os colonos estabelecidos no Brasil reclamavam da falta de 
mão-de-obra para o cultivo da cana-de-açúcar e o incremento dos 
engenhos, rogando ao rei licença para adquirir escravos. Em 1542, o 
donatário de Pernambuco solicitou autorização para adquirir escravos na 
Guiné, por conta própria, alegando que a produção açucareira não poderia 
arcar com o soldo de empregados. Somente em 1559, quando a indústria já 
estava com suas bases assentadas, a coroa decidiu permitir o ingresso de 
escravos negros no Brasil: cada senhor podia trazer 120 escravos do 
Congo. Com essa permissão, começou o tráfico negreiro oficial no Brasil, 
que somou-se a aquisições isoladas existentes em São Vicente e na Bahia. 
Negros e mulatos, uns ainda escravos, outros já alforriados, 
acompanharam Tomé de Sousa na edificação da cidade de Salvador, em 
1549. Esses grupos foram os precursores de milhões de negros africanos 
que, por dois séculos e meio, foram trazidos para o Brasil. 
Na época do descobrimento, Portugal já estava de posse dos 
arquipélagos da Madeira e de Cabo Verde, do litoral da Guiné, das ilhas 
São Tomé e Príncipe, da embocadura do Zaire e de Moçambique, e havia 
plantado uma fortaleza na Costa do Ouro (Gana). No século XVI teve início 
a conquista de Angola. De todos esses locais vieram escravos para o 
Brasil. 
O monopólio do comércio de escravos era exercido pelas feitorias 
estabelecidas nas ilhas desertas da Madeira e Cabo Verde. Os negreiros 
iam buscar os escravos nos "rios de Guiné", uma extensa região cortada 
por rios e canais navegáveis, muito maior que a atual Guiné-Bissau. Na ilha 
de Bissau e no rio Cacheu ficavam os entrepostos, cercados de paliçadas e 
guarnecidos com artilharia, a cargo de "lançados", brancos e mulatos que 
se incumbiam de reunir os escravos e mercadorias em locais onde as 
embarcações portuguesas pudessem recolhê-los. Os negros das tribos 
fulas e mandingas, vindos da Guiné Portuguesa, foram desembarcados em 
todo o Nordeste para trabalhar nas lavouras canavieiras e nas fábricas de 
açúcar. Posteriormente, com a fundação de Belém, no Pará, 
representantes daquelas tribos foram trabalhar em várias regiões da 
Amazônia. Eram transportados por uma companhia privilegiada, a Cacheu. 
Esses negros, chamados genericamente "peças de Guiné", logo foram 
absorvidos pela população brasileira. Os fulas tinham como singularidade a 
cor opaca, tendendo para o pálido e, em poucotempo, essa característica 
tornou-se um qualificativo comum para todo o negro com a mesma 
compleição. As expressões fulo, negro fulo, negrinha fula, passaram, mais 
tarde, por extensão, a aplicar-se à ausência momentânea de cor nas faces 
das pessoas, indistintamente negros ou brancos. Daí a expressão 
perpetuada até os dias atuais: "fulo de raiva". Os mandingas, que à época 
da escravidão viviam um processo de islamização, uma vez que provinham 
de terras atingidas por aquela cultura, não haviam deixado de lado suas 
antigas crenças e com elas aportaram no Brasil. Esses negros deram à 
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língua portuguesa, com suas designações tribais, novos sinônimos para 
encantações e artes mágicas. 
A partir de 1576, com a fundação de Luanda, abriu-se nova fonte de 
escravos. Os negros de Angola passaram a concorrer com os da Guiné em 
todos os portos principais de escravos: Rio de Janeiro, Bahia, Recife e São 
Luís. Em 1641 os holandeses já dominavam Pernambuco e para lá 
trouxeram de Angola contingentes de negros que eram vendidos também 
aos senhores do Ceará e Alagoas. Povos negros de língua banto chegaram 
ao Brasil quase ininterruptamente, até o fim do tráfico em 1850: 
muxicongos, benguelas, rebolos e caçanjes de Angola. Do Congo, vieram 
os cambindas. 
Com base ou escala em Luanda, os tumbeiros - navios negreiros, em 
geral de pequeno porte - contornavam a região meridional do continente 
para alcançar Moçambique, de onde traziam negros macuas e anjicos para 
serem vendidos no Brasil. Os tumbeiros faziam o tráfico para o Brasil em 
condições tão precárias que grande parte da carga - entre trinta e quarenta 
por cento - morria durante a viagem. 
No século XVIII iniciou-se o tráfico com a Costa da Mina, litoral 
setentrional do golfo da Guiné. Os portugueses já haviam tentado 
estabelecer-se na região desde 1482 e levantado ali o castelo de São Jorge 
da Mina, de onde se originou o nome. O forte caíra em poder dos 
holandeses ao tempo em que dominavam o Nordeste brasileiro. Embora 
uma provisão real de 1644 tenha permitido a navios matriculados na Bahia 
e no Recife o comércio na Costa da Mina, este só teria confirmação real em 
1699. Foram então autorizadas a realizar o resgate de escravos naquela 
área 24 embarcações. Estavam registradas no porto da Bahia e cada uma 
levava tabaco, açúcar e aguardente suficientes para a compra de 500 
negros. 
O tráfico encaminhou para o Brasil negros das mais variadas tribos, 
como fântis e achantis, txis e gás, estes das vizinhanças do castelo da 
Mina; euês e fons, conhecidos no Brasil por jejes; iorubas, no Brasil 
chamados de nagôs; tapas, hauçás, canures, fulas, mandingas e grunces. 
Destinavam-se às minas, onde eram vendidos a bom preço. As condições 
de transporte eram as melhores de todo o período do tráfico. Ao contrário 
do que ocorria com os tumbeiros vindos de Angola, os que vinham da 
Costa da Mina tinham perdas insignificantes. Dada a suposição de que se 
originavam de áreas onde havia mineração, os negros da Costa da Mina 
custavam mais caro que os trazidos de Angola. 
Em pouco tempo esses negros constituíram uma elite da massa 
escrava, especialmente do ponto de vista religioso. Tapas, nagôs, hauçás e 
malês (muçulmanos), comandaram os negros da Bahia em sucessivas 
insurreições entre 1806 e 1835. Xangôs, candomblés, macumbas, todos os 
cultos negros do Brasil, obedecem, em linhas gerais, ao modelo de culto 
oferecido por nagôs e jejes. No início dos trabalhos de mineração foram 
muito procurados, mas por volta de 1750 apenas mil deles eram adquiridos 
anualmente em Minas Gerais, à medida que a exploração do ouro e dos 
diamantes passava das mãos dos particulares para o governo da 
metrópole. Concentrados em maior número na Bahia, passaram a ser 
vendidos para serviços domésticos urbanos no Rio de Janeiro, Recife e 
Maranhão. 
A ocupação do território brasileiro alterou substancialmente a 
disposição do elemento escravo no país. No início os portos de 
desembarque também eram os centros de distribuição de escravos: o de 
São Luís abastecia a Amazônia; o de Pernambuco, em Recife, abastecia as 
cidades do Nordeste; o da Bahia servia também a Minas Gerais; o do Rio 
de Janeiro, também a parte de Minas Gerais e São Paulo. A partir dessas 
localidades o escravo era vendido para outras praças do interior, como 
Goiás e Rio Grande do Sul. As sucessivas mudanças no quadro econômico 
do país, do açúcar para o ouro, do ouro para o café, impuseram intenso, 
demorado e variado contato lingüístico, religioso e sexual entre os negros 
das mais diversas nações africanas. 
Quando a exploração do açúcar, decadente e em ruína, chegou 
praticamente à bancarrota, iniciou-se o ciclo do ouro. Os trabalhadores, 
ociosos nas regiões do litoral, foram transferidos para as minas, que 
absorviam grandes contingentes de mão-de-obra e forçaram a 
intensificação do comércio com Angola e Costa da Mina. Em breve, a 
exploração do ouro e também a de diamantes, que era feita por iniciativa 
particular, passou a controle direto do governo da metrópole, inicialmente 
com os contratos, e em seguida com a Real Extração. O negro, que já 
estava parcialmente desviado para a agricultura e a pecuária, passou então 
a ser utilizado na cultura do café e, durante a guerra civil americana, do 
algodão. Em conseqüência, adotou a língua portuguesa, a religião cristã, os 
costumes nacionais e se destribalizou por completo. 
Durante o período da escravidão distinguiam-se três tipos de negros: o 
novo ou boçal, recém-chegado da África e sem conhecimento dos 
costumes do país; o ladino, africano, mas já com experiência da sociedade 
brasileira, e o crioulo, nascido e criado no Brasil. Todos foram compelidos a 
ajustar-se às novas condições de vida. Inicialmente, a Igreja Católica 
apenas batizava o novo antes que ele seguisse para seu destino, mas 
durante algum tempo, nas cidades, tentou orientar para a religião cristã, 
primeiro os ladinos, em seguida os crioulos e os mulatos, favorecendo a 
criação de irmandades. 
O governo central recrutou negros e pardos para formações militares 
subalternas, as ordenanças, chamadas posteriormente de henriques, em 
homenagem a Henrique Dias, chefe de uma delas, que se distinguiu na 
guerra contra os holandeses. Mas o trabalho produtivo - em suas várias 
acepções - foi o fator de assimilação mais constante, que impôs a língua, a 
alimentação, os hábitos de trabalho e repouso, as relações familiares, a 
etiqueta e a disciplina. Esse fenômeno produziu de um lado negros forros 
(alforriados) e libertos e, por outro, três tipos de trabalhadores, o negro do 
campo, o negro do ofício e o negro doméstico. 
O negro conquistou a liberdade de maneira precária, constantemente 
ameaçada pela polícia e pelo arbítrio dos brancos. O negro forro era 
libertado diretamente por seu senhor, em geral em testamento. O negro 
liberto, comprava a liberdade ou a obtinha em virtude da lei, de promessa 
do governo ou por prestar serviços especiais. A alforria contemplava 
preferencialmente os velhos e os doentes, e se em muitos casos era 
concedida por reconhecimento ou bondade, também serviu à conveniência 
de senhores, que desse modo se eximiam de alimentar e vestir um negro 
não mais produtivo. O próprio escravo podia obter sua alforria, caso tivesse 
juntado uma soma igual àquela por que fora adquirido, e propusesse a 
transação ao senhor. Juntas de alforria, mais ou menos associadas às 
irmandades do Rosário e de São Benedito, agiam no sentido de que o 
dinheiro angariado por todos servisse sucessivamente à libertação de cada 
um de seus membros. 
No que se refere à legislação o negro foi beneficiado pelaLei do Ventre 
Livre, de 1871 e pela dos sexagenários, em 1885. Alguns negros foram 
alforriados por prestarem serviços especiais, como os soldados de 
Henrique Dias, os praças do batalhão de Libertos da guerra da 
independência na Bahia e os escravos que serviram às tropas brasileiras 
na guerra do Paraguai. No final do império, negros de "filiação 
desconhecida" obtiveram a liberdade com base na legislação que 
determinava que "o brasileiro só é escravo se nascido de ventre escravo". 
Contudo, a grande maioria dos escravos não gozou de condições tão 
propícias. No campo, o negro foi a mão-de-obra nos canaviais e nas roças 
de tabaco do Brasil colônia, e nos cafezais e algodoais à época do império. 
O negro do campo esteve sempre, mais do que qualquer outro, à 
disposição do senhor. Era este quem fornecia suas vestimentas, 
alimentação, moradia e controlava até mesmo suas relações sexuais. 
Enquanto o tráfico negreiro não despertou indignação e revolta e mesmo 
sanções internacionais, o negro escravo foi alvo dos castigos mais atrozes 
e aviltantes que um ser humano podia enfrentar: tronco, açoite, viramundo, 
cepo, libambo, peia, gonilha são denominações das brutalidades terríveis a 
que foi submetido, isso quando a agressão não era maior, como pontapés 
no ventre de escravas gestantes, olhos vazados e dentes quebrados a 
martelo. O trabalho de sol a sol (cerca de 14 horas por dia) transformava o 
negro de campo num verdadeiro trapo humano. Como reação, os negros 
tentaram organizar-se em quilombos, promover levantes ou abandonar em 
massa as fazendas, e quase sempre foram reprimidos a ferro e fogo. 
O negro de ofício (também chamado "de partes" ou "oficial") coexistia 
com o negro de campo, mas ocupava um lugar ligeiramente superior na 
escala social. Originou-se do trabalho em moendas e caldeiras, nas 
fábricas de açúcar do século XVI. Mais tarde surgiram negros ferreiros, 
marceneiros, pedreiros, seleiros, canoeiros e barbeiros e mulheres 
costureiras. Na primeira metade do século XIX já havia, no Rio de Janeiro, 
bons profissionais negros, serralheiros, ourives, sapateiros, alfaiates 
capazes de cortar casacas e chapeleiras que competiam com as francesas. 
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Esses negros serviam ao senhor, a seus vizinhos, e às vezes a toda a 
comunidade. No litoral, em 1837, um escravo qualquer custava 400$000 
(quatrocentos mil-réis), mas o preço de um "oficial" oscilava entre 600$000, 
800$000 e um conto de réis. 
O negro doméstico trabalhava como pajem, moço de recados, capanga 
e criado quando homem. Babá, cozinheira, mucama, doceira, quando 
mulher. Eles se traduziam nas "crias da casa", nos "afilhados" e nos 
"homens de confiança". Todos, entretanto, serviam à ostentação do senhor 
como símbolo de poder e riqueza. Alguns aprendiam a ler, outros reuniam 
pecúlio suficiente para uma vida menos submissa. Esse tipo de negro 
existiu em maior número nas regiões açucareiras do Nordeste, nas minas 
do final do século XVIII e, no Rio de Janeiro, nos últimos anos de 
escravidão. 
Com o tempo, os excedentes do negro doméstico deram lugar a dois 
novos tipos: o negro de aluguel e o negro de ganho. O primeiro era 
preparado pelo senhor para servir a outrem e lhe trazer ganhos; o segundo 
pagava ao senhor certa soma diária, em troca de liberdade de ação. O 
negro de aluguel passou a ter colocação em atividades de tipo industrial, 
nas fábricas de tecidos, mas também no trabalho em metais, madeira, 
edificações e tudo o que o mercado exigisse no momento. No Rio de 
Janeiro e São Paulo, os negros foram absorvidos pelo serviço doméstico 
para os estrangeiros e burgueses da cidade. Quando a Lei Áurea foi 
assinada, em 13 de maio de 1888, beneficiou apenas 750.000 escravos, 
menos de um décimo da população negra existente no Brasil. 
O negro, ao longo de sua história no país, influenciou sensivelmente os 
costumes brasileiros. Histórias do Quibungo deleitaram e aterrorizaram 
crianças; os cultos de origem africana, com orientação jeje-nagô, 
floresceram nos centros principais e conquistaram adeptos em todas as 
classes sociais; a capoeira, que antes servira à defesa da liberdade do 
negro, passou a ser vista como uma forma brasileira de arte marcial; o 
batuque de Angola saiu dos terreiros das fazendas e invadiu as cidades 
sob a forma de lundu, baiano, coco, samba e variações; a cozinha brasileira 
tem muitos pratos de origem africana: vatapá, caruru, arroz de cuxá. A 
feijoada teve origem na cozinha dos escravos. Os cortejos do rei do Congo 
serviram de modelo aos maracatus e afoxés e aos desfiles das escolas de 
samba. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. 
Escravidão Indígena 
Com efetivo início da colonização do Brasil, os portugueses 
tinham a necessidade de empreender um modelo de exploração 
econômica das terras que fosse capaz de gerar lucro em pouco 
tempo. Para tanto, precisariam de uma ampla mão-de-obra capaz de 
produzir riquezas em grande quantidade e, dessa forma, garantir 
margens de lucro cada vez maiores para os cofres da Coroa 
Portuguesa. Contudo, quem poderia dispor de sua força de trabalho 
para tão ambicioso projeto? 
 
Inicialmente, os portugueses pensaram em aproveitar do contato já 
estabelecido com os índios na atividade de extração do pau-brasil. 
Nesse período, os índios realizavam essa extração por meio de um 
trabalho esporádico recompensado pelos produtos trazidos pelos 
lusitanos na prática do escambo. Em contrapartida, o trabalho nas 
grandes propriedades exigia uma rotina de trabalho longa e 
disciplinada que ia contra os hábitos cotidianos de boa parte dos 
indígenas. 
Além disso, as mortes causadas pelo trabalho forçado, as mortais 
epidemias contraídas no contato com o homem branco e ruptura com 
a economia de subsistência dos indígenas impedia a viabilidade 
desse tipo de escravidão. Ao mesmo tempo, devemos levar em conta 
que o controle sobre os índios escravizados era bem mais difícil 
tendo em vista o conhecimento que tinham do território. Dessa forma, 
a vigilância se tornava algo bastante complicado. 
Como se não bastasse esses fatores de ordem cultural, biológica 
e social, a escravidão indígena também foi extensamente combatida 
pela Igreja no ambiente colonial. Representados pela Ordem Jesuíta, 
os clérigos que aportavam em terras brasileiras se envolveram em 
uma série de disputas em que repudiavam o interesse dos colonos 
em converter os índios em escravos. Tal postura se justificava no 
interesse que os clérigos católicos tinham em facilitar o processo de 
conversão religiosa dos índios. 
Apesar de sua influência e autoridade, muitos padres foram 
explicitamente afrontados pela ganância de colonos que saiam pelo 
território em busca de índios. Na maioria das vezes, a escravidão 
indígena servia como alternativa à falta e o alto custo de uma peça 
trazida da África. Preferencialmente, os colonos atacavam as 
populações indígenas ligadas às missões jesuíticas, pois estes já se 
mostravam habituados à rotina e aos valores da cultura ocidental. 
Mediante a forte pressão dos religiosos, Portugal proibiu a 
captura de índios por meio de uma Carta Régia emitida no ano de 
1570. Segundo esse documento, os índios só poderiam ser presos e 
escravizados em situação de guerra justa. Ou seja, somente os índios 
que se voltassem contra os colonizadores estariam sujeitos à 
condição de escravos. Por meio dessa medida, os colonizadores 
conseguiram manter a escravidão indígena durante todo o período 
colonial. 
A escravidão indígena foi oficialmente extinta no século XVIII, 
momento em que o marquês de Pombal estabeleceu um conjunto de 
transformações na administração colonial. Primeiramente,ordenou a 
expulsão dos jesuítas do Brasil mediante a ampla influência política e 
econômica que tinha dentro da colônia. Logo depois, em 1757, 
proibiu a escravidão indígena e transformou algumas aldeias em vilas 
submetidas ao poderio da Coroa. Por Rainer Sousa 
 
Administração colonial 
Capitanias do Mar (1516-1532) 
A administração das terras ultramarinas, que a princípio foi arrendada a 
Fernão de Noronha, agente da Casa Fugger (1503-1511), ficou a cargo 
direto da Coroa, que não conseguia conter as frequentes incursões de 
franceses na nova terra. Por isso, em 1516, D. Manuel I e seu Conselho 
criam nos Açores e na Madeira as chamadas «capitanias do mar», por 
analogia com as estabelecidas no Oceano Índico. O objetivo fundamental 
era garantir o monopólio da navegação e a política do mare clausum (mar 
fechado). De dois em dois anos, o capitão do mar partia com navios para 
realizar um cruzeiro de inspeção no litoral, defendendo-o das incursões 
francesas ou castelhanas. No Brasil, teriam visitado quatro armadas. 
As armadas de Jacques assinaram-se com insistência no rio da Prata. 
Também em 1516 ocorre a primeira tentativa de colonização metódica e 
aproveitamento da terra com base na plantação da cana (levada de Cabo 
Verde) e na fabricação do açúcar. Já devia ter havido algumas tentativas de 
capitanias e estabelecimentos em terra, pois em 15 de julho de 1526 o rei 
D. Manuel I autorizou Pedro Capico,[30] "capitão de uma capitania do 
Brasil", a regressar a Portugal porque "lhe era acabado o tempo de sua 
capitania". Talvez Jacques tenha ido buscar Capico em Porto Seguro, pois 
a ele era justamente atribuída a fundação de uma feitoria no local, muito 
antes de ser doada como capitania a Pero do Campo Tourinho. Outras 
capitanias incipientes podem ter existido pelo menos 
em Pernambuco, Porto Seguro, Rio de Janeiroe São Vicente. 
Roberto Simonsen (em História Econômica do Brasil, pág.120) 
comenta: 
Na terra de Santa Cruz, o valor e as possibilidades de comércio não 
justificavam (…) organizações da mesma importância» que as feitorias de 
Portugal na África. «Mesmo assim, foram instaladas, quer pelos 
concessionários do comércio do pau-brasil, quer pelo próprio governo 
português, várias feitorias, postos de resgate onde se concentravam, sob o 
abrigo de fortificações primitivas, os artigos da terra que as naus vinham 
buscar. São por demais deficientes até hoje as notícias sobre estas 
feitorias, Igaraçu, Itamaracá, Bahia, Porto Seguro, Cabro Frio, São Vicente 
e outras intermediárias, que desapareciam, ora esmagadas pelo gentio, ora 
conquistadas pelos franceses. Mas o próprio comércio do pau-brasil é uma 
demonstração de sua existência, e as notícias sobre a década anterior, de 
1530, salientam a preocupação do Governo português de defendê-las.» 
Eram assim postos de resgate de caráter temporário, estabelecimentos 
efêmeros, assolados por entrelopos e corsários franceses, por selvagens. 
Por muitos anos cessará todo o interesse de Portugal pelo Brasil. O Brasil 
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História A Opção Certa Para a Sua Realização 8
ficou ao acaso… Colonizar a nova terra seria dispendioso, sem lucro 
imediato. Portugal, no auge de sua técnica de navegação, de posse de 
feitorias fincadas em vastíssimas costas de oceanos, não tinha recursos 
humanos, com uma população estimada em um milhão de habitantes. 
Impunha-se uma atitude predominantemente fiscal. Havia o quê? 
Havia macacos, papagaios, selvagens nus e primitivos. Mas havia pau-
brasil…—Roberto Simonsen 
João Ribeiro (em História do Brasil) diz que 
... depois das primeiras explorações, as terras do Brasil tornaram-se 
constante teatro da pirataria universal. Especuladores franceses, alemães, 
judeus e espanhóis aqui aportam, comerciam com o gentio ou seelvajam-se 
e com eles convivem em igual barbaria. Os navegadores de todos os 
pontos aqui se aprovisionam ou se abrigam das tempestades. Aventureiros 
aqui desembarcam, e vivem à ventura, na companhia de degredados e 
foragidos. O que procura a corte portuguesa de D. Manuel I são as riquezas 
do Oriente, e se alguma expedição aqui toca e se demora, (....) não é o 
Brasil que as atrai mas ainda a fascinação do Oriente. —João 
Ribeiro 
Capitanias hereditárias (1532-1549) 
A apatia só iria cessar quando D. João III ascendeu ao trono. 
Na década de 1530, Portugal começava a perder a hegemonia do comércio 
na África Ocidental e no Índico. Circulavam insistentes notícias da 
descoberta de ouro e de prata na América Espanhola. Então, em 1532, o 
rei decidiu ocupar as terras pelo regime de capitanias, mas num 
sistemahereditário, pelo qual a exploração passaria a ser direito de família. 
O capitão e governador, títulos concedidos ao donatário, teria amplos 
poderes, dentre os quais o de fundar povoamentos (vilas e cidades), 
conceder sesmarias e administrar a justiça. O sistema de capitanias 
hereditárias implicava na divisão de terras vastíssimas, doadas a capitães-
donatários que seriam responsáveis por seu controle e desenvolvimento, e 
por arcar com as despesas de colonização. Foram doadas aos que 
possuíssem condições financeiras para custear a empresa da colonização, 
e estes eram principalmente "membros da burocracia estatal" e "militares e 
navegadores ligados à conquista da Índia" (segundoEduardo Bueno em 
"História de Brasil"). De acordo com o mesmo autor, a sugestão teria sido 
dada ao rei por Diogo de Gouveia, ilustre humanista português, e respondia 
a uma "absoluta falta de interesse da alta nobreza lusitana" nas terras 
americanas. 
Foram criadas, nesta divisão, quinze faixas longitudinais de diferentes 
larguras que iam de acidentes geográficos no litoral até o Meridiano das 
Tordesilhas, e foram oferecidas a doze donatários. Destes, quatro nunca 
foram ao Brasil; três faleceram pouco depois; três retornaram a Portugal; 
um foi preso por heresia (Tourinho) e apenas dois se dedicam à 
colonização (Duarte Coelho em Pernambuco e Martim Afonso de 
Sousa na Capitania de São Vicente). 
Das quinze capitanias originais, apenas as capitanias 
de Pernambuco e de São Vicente prosperaram. As terras brasileiras 
ficavam a dois meses de viagem de Portugal. Além disso, as notícias das 
novas terras não eram muito animadoras: na viagem, além do medo de 
"monstros" que habitariam o oceano (na superstição europeia), 
tempestades eram frequentes; nas novas terras, florestas gigantescas e 
impenetráveis, povos antropófagos e não havia nenhuma riqueza mineral 
ainda descoberta. Em 1536, chegou o donatário da capitania da Baía de 
Todos os Santos, Francisco Pereira Coutinho, que fundou o Arraial do 
Pereira, na futura cidade do Salvador, mas se revelou mau administrador e 
foi morto pelos tupinambás. Tampouco tiveram maior sucesso as capitanias 
dos Ilhéus e do Espírito Santo, devastadas por aimorés e tupiniquins. 
Governo-Geral (1549-1580) 
Tomé de Sousa 
Após o fracasso do projeto de capitanias, o rei João III unificou as 
capitanias sob um Governo-Geral do Brasil e em 7 de 
janeiro de 1549nomeou Tomé de Sousa para assumir o cargo de 
governador-geral. A expedição do primeiro governador chegou ao Brasil em 
29 de março do mesmo ano, com ordens para fundar uma cidade para 
abrigar a sede da administração colonial. O local escolhido foi a Baía de 
Todos os Santos e a cidade foi chamada de São Salvador da Baía de 
Todos os Santos. As condições favoráveis da terra, o clima quente, o solo 
fértil, a excelente posição geográfica, fizeram com que o rei decidisse 
reverter a capitania para a Coroa (expropriando-a do donatário Pereira 
Coutinho). As tarefas de Tomé de Sousa eram tornar efetiva a guarda da 
costa, auxiliar os donatários, organizar a ordem política e jurídica na 
colônia.O governador organizou a vida municipal, e sobretudo a produção 
açucareira: distribuiu terras e mandou abrir estradas, além de fazer 
construir um estaleiro. 
Desse modo, o Governo-Geral centralizou a administração colonial, 
subordinando as capitanias a um só governador-geral que tornasse mais 
rápido o processo de colonização. Em 1548, elaborou-se o Regimento do 
Governador-Geral,[33] que regulamentava o trabalho do governador e de 
seus principais auxiliares - o ouvidor-mor (Justiça), o provedor-
mor (Fazenda) e o capitão-mor (Defesa).[34] O governador também levou 
ao Brasil os primeiros missionários católicos, da ordem dos jesuítas, como 
o padre Manuel da Nóbrega. Por ordens suas, ainda, foram introduzidas na 
colônia as primeiras cabeças de gado, de novilhos levados de Cabo Verde. 
Ao chegar à Bahia, Tomé de Sousa encontrou o velho Arraial do Pereira 
com seus moradores, e mudaram o nome do local para Vila Velha. 
Também moravam nos arredores o náufrago Diogo Álvares "Caramuru" e 
sua esposa Paraguaçu (batizada como Catarina), perto da capela de Nossa 
Senhora das Graças (hoje o bairro da Graça, em Salvador). Consta que 
Tomé de Sousa teria pessoalmente ajudado a construir as casas e a 
carregar pedras e madeiras para construção da capela de Nossa Senhora 
da Conceição da Praia, uma das primeiras igrejas erguidas no Brasil. Tomé 
de Souza visitou as capitanias do sul do Brasil, e, em 1553, criou a Vila 
de Santo André da Borda do Campo, transferida em 1560 para o Pátio do 
Colégiodando origem a cidade de São Paulo. 
Duarte da Costa 
Em 1553, a pedidos, Tomé de Sousa foi exonerado do cargo e 
substituído por Duarte da Costa, fidalgo e senador nas Cortes de Lisboa. 
Em sua expedição foram também 260 pessoas, incluindo seu fiho, Álvaro 
da Costa, e o então noviço José de Anchieta, jesuíta basco que seria o 
pioneiro na catequese dos nativos americanos. A administração de Duarte 
foi conturbada. Já de início, a intenção de Álvaro em escravizar os 
indígenas, incluindo os catequizados, esbarrou na impertinência de 
Dom Pero Fernandes Sardinha, primeiro bispo do Brasil. O governador 
interveio a favor do filho e autorizou a captura de indígenas para uso em 
trabalho escravo. Disposto a levar as queixas pessoalmente ao rei de 
Portugal, Sardinha partiu para Lisboa em 1556 mas naufragou na costa 
de Alagoas e acabou devorado pelos caetés antropófagos. 
Durante o governo de Duarte da Costa, uma expedição de protestantes 
franceses se instalou permanentemente na Guanabara e fundou a colônia 
da França Antártica. Ultrajada, a Câmara Municipal da Bahia apelou à 
Coroa pela substituição do governador. Em 1556, Duarte foi exonerado, 
voltou a Lisboa e em seu lugar foi enviado Mem de Sá, com a missão de 
retomar a posse portuguesa do litoral sul. 
Mem de Sá 
O terceiro Governador-Geral, Mem de Sá (1558-1572), deu 
continuidade à política de concessão de sesmarias aos colonos e montou 
ele próprio um engenho, às margens do rio Sergipe, que mais tarde viria a 
pertencer ao conde de Linhares(Engenho de Sergipe do Conde). Para 
enfrentar os colonos franceses estabelecidos na França Antártica, aliados 
aos tamoiosna baía de Guanabara, Mem de Sá aliou-se aos Temiminós do 
cacique Arariboia. O seu sobrinho, Estácio de Sá, comandou a retomada da 
região e fundou a cidade do Rio de Janeiro a 20 de Janeiro de 1565, dia 
de São Sebastião. 
União Ibérica (1580-1640) 
Ilustração de uma bandeira por Almeida Júnior:Estudo p/ Partida 
da Monção, 1897. Acervo Artístico-Cultural dos Palácios do Governo 
do Estado de S. Paulo. 
Com o desaparecimento de D.Sebastião e posteriormente a morte de 
D. Henrique I, Portugal ficou sob união pessoal com a Espanha, e foi 
governada pelos três reis Filipes (Filipe II, Filipe III e Filipe IV, dos quais se 
subtrai um número quando referentes a Portugal e ao Brasil). Isso 
virtualmente acabou com a linha divisória do meridiano das Tordesilhas e 
permitiu que o Brasil se expandisse para o oeste. 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
História A Opção Certa Para a Sua Realização 9
Várias expedições exploratórias do interior (chamado de "os sertões") 
foram organizadas, fosse sob ordens diretas da Coroa ("entradas") ou por 
caçadores de escravos paulistas ("bandeiras", donde o nome 
"bandeirantes"). Estas expedições duravam anos e tinham o objetivo 
principalmente de capturar índios como escravos e encontrar pedras 
preciosas e metais valiosos, como ouro e prata. Foram bandeirantes 
famosos, entre outros, Fernão Dias Paes Leme, Bartolomeu Bueno da 
Silva (Anhanguera), Raposo Tavares, Domingos Jorge Velho, Borba 
Gato eAntônio Azevedo. 
A União Ibérica também colocou o Brasil em conflito com potências 
europeias que eram amigas de Portugal mas inimigas da Espanha, como a 
Inglaterra e a Holanda. Esta última atacou e invadiu extensas faixas do 
litoral nordestino, fixando-se principalmente em Pernambuco e na Paraíba 
por vinte e cinco anos. 
Estado do Maranhão e Estado do Brasil (1621-1755) 
Das mudanças administrativas durante o domínio espanhol, a mais 
importante sucedeu em 1621, com a divisão da colônia em dois Estados 
independentes: o Estado do Brasil, que abrangia de Pernambuco à atual 
Santa Catarina, e o Estado do Maranhão, do atual Ceará à Amazônia. A 
razão se baseava no destacado papel assumido pelo Maranhão como 
ponto de apoio e de partida para a colonização do norte e nordeste. O 
Maranhão tinha por capital São Luís, e o Estado do Brasil sua capital em 
Salvador. Nestes dois estados, os súditos eram cidadãos portugueses 
(chamados de "portugueses do Brasil") e sujeitos aos mesmos direitos e 
deveres, e as mesmas leis as quais estavam submetidos os residentes em 
Portugal, entre elas, as Ordenações manuelinas e as Ordenações filipinas. 
Quando o rei Filipe III (IV da Espanha) separou o Brasil e o Maranhão, 
passaram a existir três capitanias reais: Maranhão, Ceará e Grão-Pará, e 
seis capitanias hereditárias. Em 1737, com sua sede transferida 
para Belém, o Maranhão passou a ser chamado de Grão-Pará e 
Maranhão. Tal instalação era efeito do isolamento do extremo norte do 
Estado do Brasil, pois o regime de ventos impedia durante meses as 
comunicações entre São Luís e a Bahia. No século XVII, o Estado do Brasil 
se estendia do atual Pará até o Rio Grande do Norte e deste até Santa 
Catarina, e no século XVIII já estariam incorporados o Rio Grande de São 
Pedro, atual Rio Grande do Sul e as regiões mineiras e parte da Amazônia. 
O Estado do Maranhão foi extinto na época de Marquês de Pombal. 
Economia colonial 
A economia da colônia, iniciada com o puro extrativismo de pau-brasil e 
o escambo entre os colonos e os índios, gradualmente passou à produção 
local, com os cultivos da cana-de-açúcar e do cacau. O engenho de 
açúcar (manufatura do ciclo de produção açucareiro) constituiu a peça 
principal do mercantilismo português, organizadas em grandes 
propriedades. Estas, como se chamou mais tarde, eram latifúndios, 
caracterizados por terras extensas, abundante mão-de-obra escrava, 
técnicas complexas e baixa produtividade. 
Para sustentar a produção de cana-de-açúcar, os portugueses 
começaram, a partir de meados do século XVI, a importar africanos 
como escravos. Eles eram pessoas capturadas entre tribos das feitorias 
europeias na África (às vezes com a conivência de chefes locais de tribos 
rivais) e atravessados no Atlântico nos navios negreiros, em péssimas 
condições de asseio e saúde. Ao chegarem à América, essas pessoas 
eram comercializadas como mercadoria e obrigados a trabalhar nas 
plantações e casas dos colonizadores. Dentro das fazendas, viviam 
aprisionados em galpões rústicos chamados de senzalas, e seus filhos 
também eram escravizados, perpetuando a situaçãopelas gerações 
seguintes. 
 
Nas feitorias, os mercadores portugueses vendiam principalmente 
armas de fogo, tecidos, utensílios de ferro, aguardente e tabaco, adquirindo 
escravos, pimenta, marfim e outros produtos. 
Até meados do século XVI, os portugueses possuíam o monopólio do 
tráfico de escravos. Depois disso, mercadores franceses, holandeses e 
ingleses também entraram no negócio, enfraquecendo a participação 
portuguesa. 
O Brasil nasceu e cresceu econômica e socialmente com o açúcar, 
entre os dias venturosos do pau-de-tinta e antes de as minas e o café o 
terem ultrapassado. Efetivamente, o açúcar foi base na formação da 
sociedade e na forma de família. A casa de engenho foi modelo da fazenda 
de cacau, da fazenda de café, da estância. Foi base de um complexo 
sociocultural de vida. —Gilberto Freyre 
Houve engenhos ainda nas capitanias de São Vicente e do Rio de 
Janeiro, que cobriam cem léguas e couberam ambas a Martim Afonso de 
Sousa. Este receberia o apoio de João Ramalho e de seu sogro Tibiriçá. No 
Rio, funcionava o engenho de Rodrigo de Freitas, nas margens da lagoa 
que hoje leva seu nome. Ao entrar oséculo XVII, o açúcar brasileiro era 
produto de importação nos portos de 
Lisboa, Antuérpia, Amsterdã, Roterdã, Hamburgo. Sua produção, muito 
superior à das ilhas portuguesas no Atlântico, supria quase toda a 
Europa. Gabriel Soares de Sousa, em 1548, comentava o luxo reinante na 
Bahia e o padre Fernão Cardim exaltava suas capelas magníficas, os 
objetos de prata, as lautas refeições em louça da Índia, que servia de lastro 
nos navios: «Parecem uns condes e gastam muito», reclamava o padre. 
Em meados do século XVII, o açúcar produzido nas Antilhas 
Holandesas começou a concorrer fortemente na Europa com o açúcar do 
Brasil. Os holandeses tinham aperfeiçoado a técnica, com a experiência 
adquirida no Brasil, e contavam com um desenvolvido esquema de 
transporte e distribuição do açúcar em toda a Europa. Portugal foi obrigado 
a recorrer à Inglaterra e assinar diversos tratados que afetariam a economia 
da colônia. Em 1642, Portugal concedeu à Inglaterra a posição de "nação 
mais favorecida" e os comerciantes ingleses passaram a ter maior acesso 
ao comércio colonial. Em 1654 Portugal aumentou os direitos ingleses; mas 
poderiam negociar diretamente vários produtos do Brasil com Portugal e 
vice-versa, excetuando-se alguns produtos como bacalhau, vinho, pau-
brasil). Em1661 a Inglaterra se comprometeu a defender Portugal e suas 
colônias em troca de dois milhões de cruzados, obtendo ainda as 
possessões de Tânger e Bombaim. Em 1703 Portugal se comprometeu a 
admitir no reino os panos dos lanifícios ingleses, e a Inglaterra, em troca, a 
comprar vinhos portugueses. Data da época o famosíssimo Tratado de 
Methuen, do nome de seu negociador inglês, ou tratado dos Panos e 
Vinhos. Na época, satisfazia os interesses dos grupos dominantes mas 
teria como consequência a paralisação da industrialização em Portugal, 
canalizando para a Inglaterra o ouro que acabava de ser descoberto no 
Brasil. 
No nordeste brasileiro se encontrava a pecuária, tão importante para o 
domínio do interior, já que eram proibidos rebanhos de gado nas fazendas 
litorâneas, cuja terra de massapê era ideal para o açúcar. Estuda-se bem o 
açúcar no item dedicado àinvasão holandesa. 
A conquista do sertão, povoado por diversos grupos indígenas foi lenta 
e se deveu muito à pecuária (o gado avançou ao longo dos vales dos rios) 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
História A Opção Certa Para a Sua Realização 10 
e, muito mais tarde, às expedições dos Bandeirantes que vinham prear 
índios para levar para São Paulo. 
O Ciclo do Ouro 
No final do século XVII foi descoberto, pelos bandeirantes paulistas, 
ouro nos ribeiros das terras que pertenciam à capitania de São Paulo e 
mais tarde ficaram conhecidas como Minas Gerais. Descobriram-se depois, 
no final da década de 1720,diamante e outras gemas preciosas. Esgotou-
se o ouro abundante nos ribeirões, que passou a ser mais penosamente 
buscado em veios dentro da terra. Apareceram metais preciosos 
em Goiás e no Mato Grosso, no século XVIII. A Coroa cobrava, como 
tributo, um quinto de todo o minério extraído, o que passou a ser conhecido 
como "o quinto". Os desvios e o tráfico de ouro, no entanto, eram 
frequentes. Para coibi-los, a Coroa instituiu toda uma burocracia e 
mecanimos de controle.[35]Quando a soma de impostos pagos não atingia 
uma cota mínima estabelecida, os colonos deveriam entregar jóias e bens 
pessoais até completar o valor estipulado — episódios chamados 
de derramas. 
O período que ficou conhecido como Ciclo do Ouro iria permitir a 
criação de um mercado interno, já que havia demanda por todo tipo de 
produtos para o povoamento das Minas Gerais. Era preciso levar, Serra da 
Mantiqueira acima, escravos e ferramentas, ou, rio São Francisco abaixo, 
os rebanhos de gado para alimentar a verdadeira multidão que para lá 
acorreu. A população de Minas Gerais rapidamente se tornou a maior do 
Brasil, sendo a única capitania do interior do Brasil com grande população. 
A essa época maioria da população de Minas Gerais , aproximadamente 
78%, era formada por negros e mestiços. A população branca era formada 
em grande parte por cristãos-novos vindos do norte de Portugal e das Ilhas 
dos Açores e Madeira. Os cristãos novos foram muito importantes no 
comércio colonial e se concentraram especialmente nos povoados em volta 
de Ouro Preto e Mariana. Ao contrário do que se pensava na Capitania do 
Ouro a riqueza não era mais bem distribuída do que em outras partes do 
Brasil. Hoje se sabe que foram poucos os beneficiados no solo mais rico da 
América no século XVIII. 
As condições de vida dos escravizados na região mineira eram 
particularmente difíceis. Eles trabalhavam o dia inteiro em pé, com as 
costas curvadas e com as pernas mergulhadas na água. Ou então em 
túneis cavados nos morros, onde era comum ocorrerem desabamentos e 
mortes. Os negros escravizados não realizavam apenas tarefas ligadas 
à mineração. Também transportavam mercadorias e pessoas, 
construíam estradas, casas e chafarizes, comerciavam pelas ruas e lavras. 
Alguns proprietários alugavam seus escravos a outras pessoas. Esses 
trabalhadores eram chamados de "escravos de aluguel". Outro tipo de 
escravo era o "escravo de ganho", por exemplo, as mulheres que vendiam 
doces e salgados em tabuleiros pelas ruas. Foi relativamente comum este 
tipo de escravo conseguir formar um pecúlio, que empregava na compra de 
sua liberdade, pagando ao senhor por sua alforria. 
A Sociedade Mineradora e as Camadas Médias 
O Brasil passou por sensíveis transformações em função 
da mineração. Um novo pólo econômico cresceu no Sudeste, relações 
comerciais inter-regionais se desenvolveram, criando um mercado interno e 
fazendo surgir uma vida social essencialmente urbana. A camada média, 
composta 
por padres, burocratas, artesãos, militares, mascates e faisqueiros, ocupou 
espaço na sociedade. A população mineira, salvo nos principais 
centros Vila Rica, Mariana,Sabará, Serro e Caeté, era essencialmente 
pobre. O custo de vida altíssimo e a falta de gêneros alimêntícios uma 
constante. 
As minas propiciaram uma diversificação relativa dos serviços e ofícios, 
tais como comerciantes, artesãos, advogados, médicos, mestre-escolas 
entre outros. No entanto foi intensamente escravagista, desenvolvendo a 
sociedade urbana às custas da exploração da mão de obra escrava. A 
mineração também provocou o aumento do controle do comércio de 
escravos para evitar o esvaziamento da força de trabalho das lavouras, já 
que os escravos eram os únicos que trabalhavam. Os escravos mais hábeis 
para a mineiração eram os "Minas"

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