Buscar

cap _4_-_adm _financeira_e_mat

Prévia do material em texto

CAPÍTULO 4
O PATRIMÔNIO FINANCEIRO
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 Entender o signifi cado do setor do Balanço Patrimonial denominado Patrimônio 
Financeiro.
 Compreender o porquê da adoção do regime de competência nas operações 
que afetam o Patrimônio Financeiro.
 Saber os signifi cados da elaboração do Balanço Financeiro e da Demonstração 
do Fluxo de Caixa nos regimes misto e de Competência.
 Entender os signifi cados da prestação de contas e das funções dos Tribunais 
de Contas.
Heraldo da Costa Reis
74
 Administração Financeira e Matemática Financeira
75
O PATRIMÔNIO FINANCEIRO Capítulo 4 
CONTEXTUALIZAÇÃO
O Patrimônio Financeiro é uma das partes mais importantes do Balanço 
Patrimonial de uma entidade governamental. Nele são identifi cados vários 
elementos informativos, dentre os quais o Superávit Financeiro como fonte de 
recursos para abertura de créditos adicionais suplementares e especiais.
É estudando e avaliando as informações sobre o Patrimônio Financeiro que 
se tem uma visão geral da situação fi nanceira do ente federado.
FUNÇÕES DOS BALANÇOS PATRIMONIAL E 
FINANCEIRO, E DO FLUXO DE CAIXA POR 
ATIVIDADES
Dentre as demonstrações contábeis e fi nanceiras que integram a prestação 
de contas elaborada para um ente federativo por ocasião do encerramento do 
exercício fi nanceiro, destacam-se o Balanço Patrimonial, o Balanço Financeiro e o 
Fluxo de Caixa por Atividades.
O Balanço Patrimonial (ver quadro a seguir) demonstra, de um lado, as 
disponibilidades em moeda de movimentação livre e vinculada, os depósitos de 
diversas origens, direitos, os bens tangíveis e intangíveis, e do outro lado, as 
obrigações assumidas com terceiros por aquisições de bens e serviços a prazo 
e valores de terceiros, consignações, empréstimos a curto e longo prazos, bem 
como a dívida mobiliária. Esta demonstração classifi ca o seu conteúdo em grupos 
e subgrupos de contas a fi m de facilitar o entendimento da informação por quem 
a utilizar. Exemplos: 
• Grupos: Ativo, em que se classifi cam os bens e direitos, e Passivo, em que 
se classifi cam as obrigações a pagar. 
• Subgrupos: Ativo Circulante e Não Circulante e Passivo Circulante e Não 
Circulante. 
Nestes subgrupos se classifi cam as contas que refl etem o movimento 
fi nanceiro do período. Assim, no Ativo Circulante classifi cam-se as contas 
representativas de Caixa, de movimentação livre e vinculada, os Depósitos de 
Diversas Origens e os Direitos sobre valores recebíveis no exercício; e no Passivo 
Circulante, as obrigações a pagar vencíveis no exercício fi nanceiro demonstrado, 
os Valores de Terceiros (contrapartida dos Depósitos de Diversas Origens) e as 
Consignações.
76
 Administração Financeira e Matemática Financeira
Quadro 2 – Balanço Patrimonial 
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Não Circulante Não Circulante
Passivo Real a Descoberto Ativo Real Líquido
Fonte: O autor.
Do encontro das contas componentes dos subgrupos Ativo Circulante e 
Passivo Circulante, quando aquele é maior que este, surge uma diferença positiva 
à qual se denomina Patrimônio Financeiro, que se equivale ao Capital Circulante 
ou de Giro próprio das empresas.
O Patrimônio Líquido, ou Ativo Real Líquido, compreende a 
diferença entre os totais do Ativo e do Passivo, em que o total do Ativo 
é superior ao total do Passivo.
O Balanço Financeiro (ver quadro a seguir) demonstra o 
movimento de caixa durante o exercício fi nanceiro a que se referir, 
podendo-se elaborá-lo com base no regime misto, conforme dispõe o 
art. 35 da Lei 4.320/64, e no regime de competência (ver Quadro 4), 
conforme os novos procedimentos contábeis que se vêm adotando ultimamente.
Quadro 3 – Balanço Patrimonial – Regime Misto
O Patrimônio 
Líquido, ou Ativo 
Real Líquido, 
compreende a 
diferença entre os 
totais do Ativo e do 
Passivo, em que 
o total do Ativo é 
superior ao total do 
Passivo.
BALANÇO FINANCEIRO (Regime Misto – Art. 35, I e II-Lei 4.320/64)
RECEITAS DESPESAS
Orçamentárias 
(Arrecadadas) 
Orçamentárias
(Empenhadas)
Extraorçamentárias Extraorçamentárias
Restos a Pagar (Pagamentos obgs. 
ants)
Depósitos Diversos Depósitos Diversos
Devol. Cx. Outros 
Poderes
Liber. Recursos Outros 
Pod.
 
Outras Outros
Saldos Exercs. Ante-
riores
Saldos p/Exercs. Se-
guintes
Soma Total Soma Total
Fonte: O autor.
77
O PATRIMÔNIO FINANCEIRO Capítulo 4 
Quadro 4 – Balanço Patrimonial – Regime de Competência
BALANÇO FINANCEIRO (Competência – Lei 4.320/64)
RECEITAS DESPESAS
Orçamentárias Orçamentárias
Créditos a Receber (Processadas)
Capital
Extraorçamentárias Extraorçamentárias
Restos a Pagar (Proces-
sados)
(Pagtos. Obgs. Ants.)
Depósitos Diversos Depósitos Diversos
Devol. Cx. Outros Pode-
res 
Liber. Recursos Outros 
Pod.
------- Saldo de Créditos a 
Receber
Outras Outros
Saldos de Exercs. Ants. Saldos p/Exerc. Se-
guinte
Soma Total Soma Total
Fonte: O autor.
O Fluxo de Caixa por atividades é a mais nova demonstração 
do movimento de caixa exigida às organizações governamentais. 
A ideia veio da Contabilidade empresarial e tem por objetivo revelar 
o movimento de caixa por grupos de atividades denominadas de 
Operacionais, Investimentos e Financiamentos.
Quadro 5 – Fluxo de Caixa por Atividade
O Fluxo de Caixa 
por atividades 
é a mais nova 
demonstração 
do movimento 
de caixa exigida 
às organizações 
governamentais.
FLUXO DE CAIXA POR ATIVIDADE
1 – ATIVIDADES OPERACIONAIS
Despesas que não utilizam o Caixa
Mais
Resultado Financeiro
Origens de Caixa
Créditos a Receber
Outras Receitas
Soma
Menos
Aplicações de Caixa
Pagamentos
Saldo de Créditos a Receber
Fluxo de Caixa – Atividades Operacionais
78
 Administração Financeira e Matemática Financeira
2 – ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
Origens de Caixa
Aplicações de Caixa
 Fluxo de Caixa – Investimentos
3 – ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS
Origens de Caixa
Aplicações de Caixa
 Fluxo de Caixa - Financiamentos
Fonte: Ao autor.
Estes são os relatórios em que serão demonstradas operações que 
produziram efeitos no fl uxo de caixa.
Obs.: As demonstrações Balanço Financeiro e Fluxo de Caixa por Atividades 
são diferentes dos modelos apresentados na Lei 4.320/64, posto que estes não se 
prestam para os objetivos deste trabalho.
PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA NA 
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Conforme já afi rmado, a alegação de que a Administração Financeira opera 
apenas no regime de caixa, em que, de um lado, as receitas se fazem efetivas, 
e do outro os pagamentos ou saídas de caixa, não faz sentido. Com este 
procedimento, deixa de considerar a expectativa dos recebimentos das receitas 
que se sujeitam a lançamentos prévios, mediante o reconhecimento de direitos 
sobre valores recebíveis, como os créditos tributários dos quais surge a receita 
efetiva tributária e as que se originam de contratos, e do outro, os efeitos dos 
créditos pendentes de recebimentos no fl uxo de caixa no término do período a 
que se refere a demonstração.
Com esta observação, o que se pretende é mostrar que os créditos a receber 
devem ser indicados nas demonstrações fi nanceiras Balanço Financeiro e Fluxo 
de Caixa por Atividades. Desta forma, preconiza-se a adoção do princípio de 
competência na Administração Financeira ou na gestão do fl uxo de caixa na 
Administração pública.
De qualquer maneira, os procedimentos de Administração Financeira 
resultantes da aplicação deste princípio, sem dúvida alguma, serão analisados 
com muita atenção, em razão da série de consequências que refl etem decisões 
que poderão mudar os rumos da vida econômica e fi nanceira do ente federativo. 
79
O PATRIMÔNIO FINANCEIRO Capítulo 4 
Em realidade, o que nos impele a adotar o princípio da competência 
para as operações de caráter fi nanceiro que envolvem receitas e 
despesasgovernamentais são as determinações contidas nos arts. 39, 
52, 53, 58 e 60, respectivos parágrafos e incisos, em conjunto com o 
art. 35, I e II, todos da Lei 4.320/64, combinados com as disposições 
contidas no Código Tributário Nacional, na Lei de Licitações e Contratos 
(Lei n° 8.666/93), no Código Civil e no Código Penal.
O reconhecimento das receitas e das despesas governamentais 
com aplicação do princípio da competência se processa conforme se 
explicita a seguir:
a) Receitas
De tributos: a Administração Financeira deverá verifi car se admitem 
lançamentos diretos de ofício, por homologação ou por declaração 
(Conforme o Código Tributário Nacional). 
Os tributos de lançamento direto, por homologação ou por 
declaração, podem ter as suas respectivas receitas reconhecidas após o ato 
administrativo de constituição do crédito tributário, posto que o direito à percepção 
de ditas receitas já está concretizado pela lei que aprova o Código Tributário do 
ente federativo.
De contratos: os lançamentos diretos deverão ser feitos a partir das datas 
estabelecidas para entregas de serviços e bens diversos contratados.
De transferências constitucionais, a Administração Financeira as considerará 
a partir da publicação no Diário Ofi cial correspondente, identifi cando de um 
lado os créditos líquidos a receber, e do outro, a receita propriamente dita. As 
transferências conveniadas e as voluntárias, cujos valores antecipados ou 
adiantados somente serão reconhecidos quando a parceira ou a entidade 
receptora cumprir a sua parte estabelecida no convênio.
A Dívida Ativa em cobrança judicial do exercício passa a ser registrada no 
Ativo Circulante. Receberá a carga dos devedores da Fazenda Pública, inscritos 
em créditos líquidos a receber para a cobrança administrativa, quando forem 
judicialmente inscritos para aquele tipo de cobrança.
As demais receitas do ente federativo serão reconhecidas na arrecadação ou 
segundo a respectiva natureza.
O que nos impele a 
adotar o princípio da 
competência para 
as operações de 
caráter fi nanceiro 
que envolvem 
receitas e despesas 
governamentais são 
as determinações 
contidas nos arts. 
39, 52, 53, 58 e 
60, respectivos 
parágrafos e incisos, 
em conjunto com o 
art. 35, I e II, todos 
da Lei 4.320/64, 
combinados com 
as disposições 
contidas no Código 
Tributário Nacional, 
na Lei de Licitações 
e Contratos (Lei 
n° 8.666/93), no 
Código Civil e no 
Código Penal.
80
 Administração Financeira e Matemática Financeira
O setor encarregado do lançamento administrativo direto, por 
homologação e/ou por declaração do tributo, informará à Contabilidade 
e à Administração Financeira sobre o valor lançado, cujo registro 
poderá ser feito em uma conta intitulada Créditos Líquidos a Receber/
Devedores Tributários/Impostos, Taxas ou Contribuição de Melhoria/
Fulano de Tal.
Para o setor da Administração Financeira funcionar com efi ciência 
é necessário que se organize e integre as suas atividades às do setor 
de gestão e controle das Receitas e às da Contabilidade, a fi m de que 
as informações sobre o lançamento do tributo e do reconhecimento 
da receita, por via de consequência, não sejam prejudicadas na 
elaboração das demonstrações Balanço Financeiro e Fluxo de Caixa 
por Atividades.
b) Despesa
A Lei 4.320/64 proíbe a aquisição de Ativos (bens e serviços) 
sem o empenho prévio e, consequentemente, o reconhecimento da obrigação 
no período não se processa. A despesa, na sua verdadeira acepção técnica, 
independentemente de empenho, será reconhecida no período pelo seu fato 
gerador, ou seja, pelo consumo efetivo desses ativos (bens e serviços).
No que respeita às subvenções sociais e econômicas, ou ainda às 
contribuições e aos auxílios, as despesas somente devem ser reconhecidas 
a partir da realização dos respectivos objetos identifi cada na prestação de 
contas obrigatória, a ser apresentada pela entidade benefi ciada e/ou 
receptora. 
Os adiantamentos ou suprimentos de fundos (caixa) feitos aos 
agentes administrativos ou políticos só devem ser reconhecidos como 
despesas efetivas após as respectivas comprovações de aplicações 
em prestação de contas na forma da legislação vigente.
Assim, nos casos precedentes, a Contabilidade da entidade 
governamental deverá contabilizar os valores dos convênios e 
transferências voluntárias recebidos por antecipação como Passivo 
Circulante, e os adiantamentos como Ativo Circulante.
Para o setor da 
Administração 
Financeira funcionar 
com efi ciência é 
necessário que se 
organize e integre 
as suas atividades 
às do setor de 
gestão e controle 
das Receitas e às 
da Contabilidade, 
a fi m de que as 
informações sobre 
o lançamento 
do tributo e do 
reconhecimento da 
receita, por via de 
consequência, não 
sejam prejudicadas 
na elaboração das 
demonstrações 
Balanço Financeiro 
e Fluxo de Caixa por 
Atividades.
Os adiantamentos 
ou suprimentos 
de fundos (caixa) 
feitos aos agentes 
administrativos ou 
políticos só devem 
ser reconhecidos 
como despesas 
efetivas após 
as respectivas 
comprovações 
de aplicações 
em prestação de 
contas na forma da 
legislação vigente.
81
O PATRIMÔNIO FINANCEIRO Capítulo 4 
O RESULTADO ORÇAMENTÁRIO
O Orçamento se estrutura em dois grandes conjuntos: Receita e Despesa, ou 
seja, de um lado há uma expectativa de entradas de recursos, que possibilitarão 
a formação de lastro fi nanceiro, e do outro, empenhamentos que garantirão 
aquisições de bens e serviços a serem utilizados nos vários programas de 
trabalho planejados.
O confronto entre esses dois conjuntos pode produzir uma diferença 
denominada Resultado Orçamentário previsto, cujo valor não produz qualquer 
efeito fi nanceiro, uma vez que o orçamento não está sendo executado. Na 
sua execução, entretanto, o confronto entre a Receita Lançada e a Despesa 
Empenhada produz uma diferença que se denomina Resultado Orçamentário 
Efetivo, que pode interferir no Resultado Financeiro e, portanto, no Patrimônio 
Financeiro, bem como nas informações que serão retratadas no Balanço 
Financeiro e na Demonstração do Fluxo de Caixa por Atividades. 
Tomem-se como exemplo os seguintes totais:
Quadro 6 – Orçamento; Previsão x Realizado
Previsão
Receita 8.050.000
Despesa 8.050.000
Resultado Orçamentário Previsto 0
Resultado Orçamentário Realizado
Receita Lançada 5.500.000
Despesa Empenhada 5.300.000
Resultado Orçamentário do Exercício 200.000
Fonte: O autor.
O RESULTADO FINANCEIRO
O Resultado Financeiro é consequência da confrontação entre os totais 
das receitas lançadas, das receitas efetivas e das despesas empenhadas 
processadas e não processadas, quando, então, pode surgir o superávit ou défi cit 
fi nanceiro. É apurado no subsistema de contabilidade fi nanceira organizado para 
gerar informações sobre operações que transitaram pelo Patrimônio Financeiro, 
resultantes ou não da execução do orçamento. Ele mede, pois, o impacto dessas 
operações no fl uxo de caixa e na estrutura daquele patrimônio.
Vejamos os exemplos a seguir, tomando-se os totais:
82
 Administração Financeira e Matemática Financeira
Receita Lançada R$ 5.500.000
Despesa Empenhada Processada R$ 4.450.000
Resultado Financeiro Esperado R$ 1.050.000
Receita Arrecadada R$ 5.050.000
Despesa Processada R$ 4.450.000
Resultado Financeiro Efetivo R$ 600.000
Confrontando-se os Resultados Financeiros, Esperado e Efetivo, 
encontraremos a diferença de R$ 450.000 que corresponde aos Créditos Líquidos 
a Receber. Observe que ainda temos o valor de R$ 850.000 correspondente 
às Despesas em Processamento que, possivelmente, exigirá mais recursos 
fi nanceiros do Caixa, dependendo, evidentemente, do saldo desta conta com que 
o exercício fi nanceiro foi iniciado.
Assim, confrontando-se o saldo de Créditos Líquidos a Receber (R$ 450.000) 
com o saldo de Despesas em Processamento (R$ 850.000), que passou para o 
período seguinte, fi ca demonstrada a necessidade de Caixa para cobrira diferença 
desses dois saldos, que demonstra existir um défi cit fi nanceiro de R$ 400.000, 
desde que, evidentemente, os créditos líquidos a receber sejam cobrados e 
recebidos.
OPERAÇÕES QUE INFLUENCIAM O 
RESULTADO FINANCEIRO
Adotado um ou outro regime e no sentido de preservar o 
patrimônio, o resultado e o equilíbrio fi nanceiro, algumas regras 
estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal serão observadas:
a) Limitações de Empenhos
O art. 9º da Lei Complementar nº 101/2000 (LRF) dispõe que, 
se verifi cado ao fi nal de um bimestre que a realização da receita 
poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário 
ou nominal estabelecido no anexo de metas fi scais, os Poderes e o Ministério 
Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos 30 dias 
subsequentes, limitação de empenho e movimentação fi nanceira, segundo os 
critérios fi xados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias.
O dispositivo trata de medidas que devem ser providenciadas por todos os 
Poderes constituídos das esferas governamentais, ou seja, a União, o Estado 
Adotado um ou 
outro regime e no 
sentido de preservar 
o patrimônio, o 
resultado e o 
equilíbrio fi nanceiro, 
algumas regras 
estabelecidas 
pela Lei de 
Responsabilidade 
Fiscal serão 
observadas.
83
O PATRIMÔNIO FINANCEIRO Capítulo 4 
membro da federação e o Município, no sentido de proteger as fi nanças da 
entidade, quando se verifi car que as metas fi scais estabelecidas nas Diretrizes 
Orçamentárias correm o risco de serem prejudicadas nas suas respectivas 
realizações. São as seguintes:
• Combate à evasão e à sonegação de tributos e de outras fontes de receitas 
de competência do ente federativo;
• Quantidade e valores de ações ajuizadas para a cobrança da dívida ativa;
• Verifi cação da evolução do montante dos créditos tributários e não tributários 
(ver art. 39 da Lei 4.320/64), passíveis de cobrança administrativa.
b) Renúncia de Receita
De acordo com o art. 14 da Lei Complementar nº 101/2000, a 
concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária 
da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de 
estimativa do impacto orçamentário e fi nanceiro no exercício em que 
deva iniciar sua vigência, e, nos dois seguintes, atender ao disposto 
na Lei de Diretrizes Orçamentárias e a pelo menos uma das seguintes 
condições:
• Demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada 
na estimativa da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não 
afetará as metas de resultados fi scais previstas no anexo próprio 
da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
• Estar acompanhada de medidas de compensação, no período 
mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente 
da elevação de alíquota, ampliação da base de cálculo, majoração 
ou criação de tributo ou contribuição.
A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédito presumido, 
concessão de isenção em caráter não geral, alteração de alíquota ou modifi cação 
de base de cálculo que implique redução discriminada de tributos ou contribuições, 
e outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.
c) Extinção do Crédito Tributário
De acordo com o art. 156 da Lei Federal nº 5.172/1966, que dispõe sobre 
normas gerais de Direito Tributário, extinguem o crédito tributário: 
• O pagamento;
• A compensação;
• A transação;
De acordo com 
o art. 14 da Lei 
Complementar 
nº 101/2000, a 
concessão ou 
ampliação de 
incentivo ou 
benefício de 
natureza tributária 
da qual decorra 
renúncia de receita 
deverá estar 
acompanhada 
de estimativa 
do impacto 
orçamentário 
e fi nanceiro no 
exercício em que 
deva iniciar sua 
vigência, e, nos 
dois seguintes, 
atender ao disposto 
na Lei de Diretrizes 
Orçamentárias.
84
 Administração Financeira e Matemática Financeira
• A remissão;
• A prescrição e a decadência;
• A conversão de depósito em renda;
• O pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do 
disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º;
• A consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
• A decisão administrativa irreformável, assim entendida a defi nitiva na órbita 
administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória;
• A decisão judicial passada em julgado;
• A dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas 
em lei.
INDICADORES FINANCEIROS
Os indicadores fi nanceiros prestam-se às análises e avaliações das 
demonstrações contábeis, fi nanceiras e orçamentárias, cujas informações dizem 
respeito ao desempenho operacional de uma entidade ou dos gestores públicos, 
e são considerados básicos na avaliação da gestão por parte dos órgãos de 
controle público.
a) Resultado Primário
O Resultado Primário é parâmetro para medir a capacidade 
da entidade de pagar as suas obrigações de curto e longo prazos, 
assumidas com o fi m de fi nanciar as suas atividades. Este resultado é 
apurado no subsistema fi nanceiro.
Ele é calculado tomando-se, primeiramente, as chamadas receitas 
oriundas das atividades próprias, as quais podemos denominar de 
Receitas Operacionais, tais como: Receita Tributária + Receitas de 
Serviços + Receitas Industriais + Receitas de Contribuições + Receita 
Patrimonial + Receitas de Transferências + Receitas Diversas. Entre as 
Receitas de Transferências incluem-se as Receitas de Transferências 
de Capital.
Da Receita de Contribuições exclui-se a Receita de Previdência, e da Receita 
Patrimonial excluem-se as receitas oriundas de juros de aplicações fi nanceiras e 
de alienações de bens. Tem-se, então, Receita Operacional Total.
Em seguida, tomam-se as Despesas Correntes, das quais excluem-se 
aquelas referentes aos juros pagos em que se encontram as Despesas Correntes 
Líquidas.
O Resultado 
Primário é 
parâmetro para 
medir a capacidade 
da entidade de 
pagar as suas 
obrigações de 
curto e longo 
prazos, assumidas 
com o fi m de 
fi nanciar as suas 
atividades. Este 
resultado é apurado 
no subsistema 
fi nanceiro.
85
O PATRIMÔNIO FINANCEIRO Capítulo 4 
Por fi m, o Resultado Primário é formado pela subtração do total da Receita 
Operacional Total o total das Despesas Correntes Líquidas, ou seja: Resultado 
Primário = Receita Operacional menos Total Despesas Correntes Líquidas (REIS, 
2012, p. 47).
1 - Receitas Operacionais Líquidas
Receita Tributária
Receitas de Serviços
Receitas Industriais
Receitas de Contribuições
Receita Patrimonial
Receitas de Transferências
Receitas Diversas
Soma
Menos
2 - Despesas Operacionais Líquidas
Despesas Correntes
- Despesas de Custeio
- menos Juros
- Transferências Correntes
Soma
Diferença (1 – 2)
Esclareça-se que as despesas que se consideram no cálculo do 
Resultado Primário são as chamadas despesas processadas ou prontas 
para pagamento.
b) Receita Corrente Líquida
A Receita Corrente Líquida é apurada de acordo com o disposto 
no art. 2º, IV, da Lei de Responsabilidade Fiscal (LC nº 101/2000). Toma-se o 
somatório das receitas classifi cáveis como Receitas Correntes, subtraindo-se 
deste total os valores estabelecidos em a, b e c, do inciso mencionado, 
observando-se, contudo, as disposições contidas nos parágrafos 1º, 2º 
e 3º do artigo acima mencionado.
c) Resultado Nominal
O Resultado Nominal é uma medida da capacidade de assumir 
novas obrigações a longo prazo, geralmente classifi cadas no Passivo 
Não Circulante, como Dívida Fundada, Dívida Consolidada ou Dívida 
Mobiliária.
As despesas que 
se consideram no 
cálculo do Resultado 
Primário são as 
chamadas despesas 
processadas 
ou prontas para 
pagamento.
O Resultado 
Nominal é uma 
medida da 
capacidade de 
assumir novas 
obrigações a longo 
prazo, geralmente 
classifi cadas 
no Passivo Não 
Circulante, como 
Dívida Fundada, 
Dívida Consolidada 
ou Dívida Mobiliária.
86
 Administração Financeira e Matemática Financeira
É calculado a partir da seguinte fórmula:
• Ativo Circulante
Caixa Geral+ (Caixas Vinculados - Caixa Depósito de Diversas Origens) = 
Caixa Líquido
(Caixa Líquido + Receites de Privatizações) menos (Restos a Pagar + 
Serviços da Dívida a Pagar + ARO) = Ativo Circulante Líquido
• Passivo Não Circulante
Dívida Consolidada = Soma de todas as dívidas assumidas e inscritas no 
Passivo Não Circulante. 
• Resultado Nominal = Ativo Circulante Líquido menos Dívida Consolidada
Se, porventura, a Dívida Consolidada é maior que o Ativo Circulante Líquido, 
evidentemente o Resultado Nominal é negativo e, neste caso, fi ca demonstrada a 
incapacidade da entidade de assumir novas dívidas a longo prazo.
Esclareça-se que o Restos a Pagar é composto apenas das despesas 
efetivamente empenhadas e processadas. Este resultado é apurado no 
subsistema patrimonial, conjugado com o subsistema fi nanceiro (REIS, 2012, p. 
48).
ANÁLISES VERTICAL E HORIZONTAL DAS 
RECEITAS E DESPESAS GOVERNAMENTAIS
Receitas e Despesas Governamentais podem ser analisadas nas 
formas vertical e horizontal, cujo sentido é de verifi car e interpretar o 
desempenho ou o comportamento da administração na gestão desses 
valores.
a) Receitas
No sentido vertical, a análise verifi ca e interpreta a relação de uma 
espécie da receita e da despesa em relação ao total ou ao conjunto de 
um ou mais períodos determinados.
Receitas e 
Despesas 
Governamentais 
podem ser 
analisadas nas 
formas vertical e 
horizontal, cujo 
sentido é de verifi car 
e interpretar o 
desempenho ou 
o comportamento 
da administração 
na gestão desses 
valores.
87
O PATRIMÔNIO FINANCEIRO Capítulo 4 
Quadro 7 – Análise Vertical
Exercícios X0 X1
 Receitas $ % $ %
Receita Tributária 101.000 20,20 50.000 20,27
Receita de Contribuições 800 0,16 3.000 0,41
Receita de Agropecuária 1.200 2,24 15.000 2,03
Receita de Serviços 8.000 1,60 12.000 1,62
Receita Industrial 10.000 2,00 25.000 3,38
Receita Patrimonial 4.000 0,80 10.000 1,35
Receitas de Transferências 350.000 70,00 500.000 67,57
Receitas Diversas 15.000 3,00 25.000 3,38
Soma 500.000 100,00 740.000 100,00
Fonte: O autor.
No sentido horizontal podemos ter vários períodos e, destes, escolher o 
primeiro e fi xá-lo para apurar as variações em torno deste período, a fi m de se 
avaliar a evolução desses valores no tempo. 
Existem outras modalidades de análises, mediante as quais procura-se 
interpretar os efeitos das decisões sob os enfoques econômico, fi nanceiro, social, 
patrimonial etc.
Atividades de Estudos:
 1) De acordo com os estudos feitos neste capítulo, expresse o 
seu entendimento sobre o Patrimônio Financeiro e sobre as 
demonstrações fi nanceiras Balanço Financeiro e Fluxo de Caixa 
por Atividades. 
 ___________________________________________________
___________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
___________________________________________________
__________________________________________________
88
 Administração Financeira e Matemática Financeira
2) Como se processa a utilização do princípio da competência pela 
Administração Financeira?
 ___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
b) Despesa
A despesa também poderá ser analisada nos sentidos vertical e horizontal 
com os mesmos objetivos, tendo como base uma série histórica, tal qual se 
exemplifi cou com as receitas.
c) Outras formas
Uma forma de se avaliar a efi ciência da administração, e também quanto aos 
resultados, é agrupar as atividades da organização, tal como se indica:
• Atividades geradoras de receitas sem vínculos com despesas, tais como os 
impostos e as transferências constitucionais.
• Atividades que geram somente despesas, que se correlacionam com os 
respectivos produtos, tais como a segurança pública, cujas atividades são 
geradoras apenas de despesas, mas que se correlacionam com os produtos 
esperados. 
• Atividades que geram receitas, despesas e produtos, em que se espera 
um certo correlacionamento entre esses valores. Em realidade, as receitas 
são consideradas variáveis dependentes, as despesas e os produtos como 
variáveis independentes.
Estas formas de avaliar a efi ciência do desempenho da organização são 
difíceis de desenvolver, pois há que se estudar de forma aprofundada as atividades 
da organização e identifi car as possíveis correlações da receita com a despesa.
89
O PATRIMÔNIO FINANCEIRO Capítulo 4 
PRESTAÇÃO DE CONTAS
A prestação de contas é um ato praticado por pessoa física, 
e por pessoa jurídica pública ou privada com ou sem fi ns lucrativos, 
que tenha sob a sua responsabilidade valores de qualquer espécie, 
representados por bens e/ou dinheiros, de propriedade de entidade 
governamental, os quais são empregados nas suas atividades, tendo 
em vista a concretização de um objetivo.
A Constituição da República, no seu art. 70, assim dispõe (BRASIL, 
1988):
Art. 70 – A fi scalização contábil, fi nanceira, 
orçamentária, operacional e patrimonial da União 
e das entidades da administração direta e indireta, 
quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, 
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, 
será exercida pelo Congresso Nacional, mediante 
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada 
Poder.
Parágrafo Único – Prestará contas qualquer pessoa física 
ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, 
gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou 
pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma 
obrigações de natureza pecuniária.
Evidentemente, o simples fato de apresentar a sua prestação de 
contas não signifi ca que a pessoa estará isenta da fi scalização do ente 
governamental, cujo objetivo é o de verifi car e constatar o cumprimento 
daquilo que foi a razão da entrega e do recebimento do valor pelo qual 
se responsabilizou.
Daí a necessidade de a pessoa, física ou jurídica, receptora de 
valores do ente federativo ou de entidade pública descentralizada 
para serem aplicados nas suas atividades para cumprir com objetivos 
previamente delineados, observar a regra do artigo 83 da Lei 4.320/64, 
bem como o artigo 74 e incisos da Constituição Federal.
a) Fiscalização
A submissão à fi scalização decorre de mandamento da própria Constituição 
Federal, conforme se constata no seu artigo 74, II, que dispõe que compete 
ao sistema de controle interno, mantido pelo Poder concedente, comprovar 
a legalidade e avaliar os resultados quanto à efi cácia e efi ciência da gestão 
A prestação de 
contas é um ato 
praticado por 
pessoa física, e 
por pessoa jurídica 
pública ou privada 
com ou sem fi ns 
lucrativos, que 
tenha sob a sua 
responsabilidade 
valores de 
qualquer espécie, 
representados por 
bens e/ou dinheiros, 
de propriedade 
de entidade 
governamental, 
os quais são 
empregados nas 
suas atividades, 
tendo em vista a 
concretização de um 
objetivo.
O simples fato de 
apresentar a sua 
prestação de contas 
não signifi ca que a 
pessoa estará isenta 
da fi scalização do 
ente governamental, 
cujo objetivo é o de 
verifi car e constatar 
o cumprimento 
daquilo que foi a 
razão da entrega e 
do recebimento do 
valor pelo qual se 
responsabilizou.
90
 Administração Financeira e Matemática Financeira
orçamentária, fi nanceira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração, 
bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado 
(REIS, 2012).
A fi scalização, de que trata o dispositivo constitucional, éde várias naturezas 
e signifi cados, quais sejam:
• Contábil: de verifi car os registros das operações realizadas de acordo com 
as normas da legislação pertinente, o que inclui a observância aos princípios 
de contabilidade.
• Financeira: de verifi car os efeitos das transações sobre o fl uxo de caixa da 
entidade receptora dos valores pertencentes ao ente federativo.
• Orçamentária: de verifi car se a operação realizada tinha adequação 
orçamentária, e tenha observado as regras impostas pela legislação para a 
execução, tanto da receita, quanto da despesa.
• Patrimonial: de verifi car os efeitos da operação realizada na estrutura 
econômico-fi nanceira do patrimônio da entidade governamental e das 
entidades receptoras dos valores que lhes foram entregues pelo ente 
federativo ou pela entidade pública descentralizada.
• Operacional: de verifi car a concretização das metas e do objetivo 
previamente determinados, tendo em vista a execução das ações planejadas 
e programadas. 
É importante assinalar que a fi scalização, independentemente da 
sua natureza e signifi cado, levará em conta os aspectos da legalidade 
e da legitimidade, bem como os conceitos de caráter gerencial, tais 
como a economicidade, a efi ciência e a efi cácia.
Em relação ao controle externo, cabe ao Poder Legislativo, com 
o auxílio do Tribunal de Contas, julgar as contas dos administradores 
e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da 
administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades 
instituídas e mantidas pelo Poder Público, e as contas daqueles que 
derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte 
prejuízo ao erário público, conforme explicitado no art. 71, II, da 
Constituição da República.
b) Conceito de Prestação de Contas
Preliminarmente se destaca o conceito de prestação de contas nestes 
fundamentos, tal como se descreve a seguir. 
É importante 
assinalar que 
a fi scalização, 
independentemente 
da sua natureza 
e signifi cado, 
levará em conta 
os aspectos da 
legalidade e da 
legitimidade, bem 
como os conceitos 
de caráter gerencial, 
tais como a 
economicidade, 
a efi ciência e a 
efi cácia.
91
O PATRIMÔNIO FINANCEIRO Capítulo 4 
Prestação de Contas deve ser entendida como um ato voluntário do 
agente da administração, responsável por bens e valores pertencentes 
ou confi ados à Fazenda Pública. Segundo Piscitelli et al. (1995, p. 321):
Entende-se como agente responsável toda pessoa 
física que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou 
administre dinheiros, bens e valores públicos da 
União e das entidades da administração indireta 
ou pelos quais estas respondam, ou que, em nome 
destas, assuma obrigação de natureza pecuniária e, 
ainda, o gestor de quaisquer recursos repassados pela União 
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos 
congêneres, a Estado, Distrito Federal, a Município, a entidades 
públicas ou organizações particulares.
Não é outra a determinação da Constituição da República, que se verifi ca por 
intermédio do parágrafo único do seu art. 70, já exposto.
Sobressai-se aqui, pois, o conceito de Contas de Gestão, que refl ete a 
responsabilidade individualizada do agente da administração pública, político ou 
administrativo. 
Para a geração de informações úteis e confi áveis sobre a gestão de recursos 
do Patrimônio da Entidade Governamental, qualquer que ela seja, e que estão 
sob a responsabilidade de agentes da Administração Pública, a administração 
organizará o seu sistema de contabilidade de tal forma que as responsabilidades 
dos gestores sejam evidenciadas, conforme determinado no art. 83, da Lei 
nº 4.320/64, a seguir transcrito: “Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a 
Fazenda Pública a situação de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem 
receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou 
confi ados” (BRASIL, 1964).
Mais adiante, a lei dispõe sobre outra forma de gestão de recursos fi nanceiros 
que são colocados à disposição de um agente público, que pode ser administrativo, 
para o fi m especial de efetuar pagamentos em nome da administração pública, tal 
como se verifi ca pelo art. 68, da já referida Lei nº 4.320/64, como se transcreve 
a seguir: “Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas 
expressamente defi nidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, 
sempre precedida de empenho na dotação própria, para o fi m de realizar despesas 
que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação” (BRASIL, 1964).
Observe que são várias as formas de gestão administrativa e fi nanceira 
de recursos públicos utilizadas pela administração, as quais têm à frente o 
gestor designado por ato governamental para assumir a responsabilidade. 
Essa responsabilidade é assumida por delegação de competência, quando for 
Prestação de 
Contas deve ser 
entendida como 
um ato voluntário 
do agente da 
administração, 
responsável por 
bens e valores 
pertencentes ou 
confi ados à Fazenda 
Pública.
92
 Administração Financeira e Matemática Financeira
de interesse do gestor principal. Quer dizer, cada agente, político 
ou administrativo, pode assumir obrigações em nome da entidade 
governamental, desde que legalmente habilitado, conforme já 
mencionado. Podemos citar como exemplo os seguintes:
• O almoxarife, que gerencia o setor denominado almoxarifado;
• O tesoureiro, que tem sob a sua responsabilidade a gestão da 
tesouraria;
• O agente administrativo designado para ser portador de um 
adiantamento ou suprimento de fundo;
• O agente designado para ser o gestor de um fundo especial.
Cada um desses agentes deverá apresentar a sua prestação de contas 
acompanhada do respectivo relatório de gestão.
Entretanto, esclareça-se que essa descentralização não é obrigatória. Ela 
ocorre naturalmente, ou seja, à medida que as necessidades da administração se 
apresentem em decorrência do aumento das demandas, é feita aquela delegação 
de competência, habilitando legalmente cada um dos auxiliares designados para 
assumir, no âmbito da organização, obrigações com terceiros, a partir do momento 
em que inicia a execução dos programas de trabalho do órgão. Este é o sentido 
do art. 58, da Lei nº 4.320/64, que assim dispõe: “Art. 58. Empenho de despesa 
é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de 
pagamento pendente ou não do implemento de condição” (BRASIL, 1964).
Assim, autoridade competente é o agente investido legalmente da 
competência para assumir em nome da Entidade governamental direitos ou 
obrigações. Ora, só pode ser autoridade competente, inicialmente, por exemplo, 
no âmbito da administração municipal, o prefeito que, por investidura, mediante 
eleição, detém o poder de decidir e, posteriormente, aquele a quem ele delega 
competência. O mesmo acontece com o Presidente do Poder Legislativo Municipal 
ou do Poder Legislativo de outra esfera governamental.
A esse respeito, uma das regras estabelecidas pela Lei nº 4.320/64 para o 
reconhecimento das obrigações no exercício assim dispõe: “Art. 35. Pertencem 
ao exercício fi nanceiro: I - as receitas nele arrecadadas; e II - as despesas nele 
legalmente empenhadas”.
Observe que o dispositivo impõe uma restrição para o reconhecimento 
da obrigação no período: que ela seja legalmente empenhada. E o que esta 
expressão quer dizer? Dentre outras coisas, que toda e qualquer obrigação só 
pode ser reconhecida como tal se assumida por agente legalmente habilitado. E 
já sabemos o que signifi ca agente legalmente habilitado.
Cada agente, 
político ou 
administrativo, 
pode assumir 
obrigações em 
nome da entidade 
governamental, 
desde que 
legalmente 
habilitado, conforme 
já mencionado.
93
O PATRIMÔNIO FINANCEIRO Capítulo 4 
A Lei nº 4.320/64, já mencionada, não obriga a descentralização administrativa 
ou fi nanceira pelo simples fato de determinar a elaboração do orçamento e aprogramação da despesa pelos órgãos que constituem a estrutura administrativa 
da entidade. Ela o faz apenas no sentido de informar o volume de recursos que o 
órgão possui e utilizará na execução dos programas de trabalho a seu cargo, e, 
desta maneira, permitir a apuração dos custos respectivos.
Por outro lado, a Constituição da República inovou, principalmente no que 
respeita à função controle, conforme se verifi ca no seu art. 74, incisos e parágrafos 
respectivos. Neste dispositivo, a função Controle Interno, que antes estava sob a 
responsabilidade exclusiva do Poder Executivo, como determinado no 
art. 76, da Lei nº 4.320/64, foi repartida pelos Poderes que constituem os 
governos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
quando então nasce o conceito de Contas de Governo.
A Constituição da República deu, pois, ênfase ao controle interno 
nas entidades governamentais, determinando-lhes a sua organização, 
no âmbito de cada Poder, a fi m de preservar a integridade das 
respectivas parcelas patrimoniais sob a responsabilidade desse mesmo 
Poder.
Por aquele dispositivo constitucional, cada Poder fi ca obrigado 
a organizar e manter o seu próprio sistema de controle interno, em 
razão de responsabilidade mantida na gestão da parcela patrimonial 
que lhe cabe. Desta forma, cada Poder (no âmbito do Município, 
Poder Executivo e Poder Legislativo) deverá elaborar as suas próprias 
demonstrações contábeis e fi nanceiras e relatório de gestão, a fi m de 
revelar como foi gerida a parcela patrimonial que lhe cabe (REIS, 1992).
Muitas dúvidas têm surgido com relação à linguagem adotada no 
art. 74 mencionado, principalmente no que se refere à expressão "[...] 
de forma integrada, sistema de controle interno [...]" (REIS, 1992, p. 
20), posto que, em realidade, a maioria das entidades governamentais não tem 
cumprido a determinação constitucional.
A obrigatoriedade de se manter um sistema de controle interno não é mais 
somente do Poder Executivo. A Constituição de 1988 a estende também aos 
Poderes Legislativo e Judiciário, conforme o disposto no artigo 74.
Além do seu próprio sistema de controle interno, os Poderes manterão de 
forma integrada um outro sistema de controle interno, o que resultará na existência 
de três níveis de controle: o externo executado pelo Poder Legislativo com o 
auxílio do Tribunal de Contas; o interno no âmbito de cada Poder, e o interno 
A Constituição da 
República inovou, 
principalmente 
no que respeita à 
função controle, 
conforme se verifi ca 
no seu art. 74, 
incisos e parágrafos 
respectivos. Neste 
dispositivo, a 
função Controle 
Interno, que antes 
estava sob a 
responsabilidade 
exclusiva do Poder 
Executivo, como 
determinado no 
art. 76, da Lei 
nº 4.320/64, foi 
repartida pelos 
Poderes que 
constituem os 
governos da União, 
dos Estados, do 
Distrito Federal e 
dos Municípios, 
quando então 
nasce o conceito de 
Contas de Governo.
94
 Administração Financeira e Matemática Financeira
integrado, mantido em conjunto pelos Poderes. 
Como se vê, o sistema de informação contábil (orçamentária, 
fi nanceira, patrimonial e gerencial) deverá ser estruturado de tal 
maneira que possibilite a visualização das contas de cada Poder, 
melhor dizendo, cada Poder terá o seu próprio sistema de informação 
contábil, mediante o qual serão elaborados demonstrações contábeis 
e relatórios específi cos, que possibilitarão a visualização da gestão 
daquelas parcelas patrimoniais, e, consequentemente, nas respectivas 
prestações de contas.
Cabe aqui, entretanto, o alerta de que, antes da elaboração das 
demonstrações contábeis fi nais de cada Poder, é necessário o preparo 
das demonstrações contábeis das gestões individualizadas e as 
respectivas combinações com o restante da Contabilidade do Poder, 
para o levantamento do balanço e relatório fi nais.
A prestação de contas não é responsabilidade exclusiva dos agentes 
gestores responsáveis pela custódia de bens e valores pertencentes ou confi ados 
à Fazenda Pública e às unidades políticas integrantes das esferas 
de governo, tais como os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, 
mas se estende às unidades da Federação, ou seja, a União, os 
Estados, os Municípios, o Distrito Federal e aos respectivos órgãos 
da administração descentralizada, as autarquias, as fundações, as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista.
A administração da entidade central, desde que as necessidades 
coletivas exijam a sua presença mais próxima à população, 
descentraliza certos programas de trabalho, no sentido de agilizar a 
execução respectiva, entregando-os à responsabilidade de órgãos 
tais como autarquias, fundações, sociedades de economia mista 
e empresas públicas, denominadas de órgãos da administração 
descentralizada. Observe que cada uma destas entidades possui 
personalidade jurídica e autonomia administrativa e fi nanceira.
Cada uma dessas entidades, a central e as descentralizadas, 
está obrigada pela lei a levantar os seus balanços respectivos, 
acompanhados dos relatórios de gestão.
Assim, pode-se afi rmar que as contas da entidade classifi cam-se 
em:
• Contas da entidade central;
• Contas das entidades descentralizadas;
Além do seu 
próprio sistema de 
controle interno, os 
Poderes manterão 
de forma integrada 
um outro sistema 
de controle interno, 
o que resultará na 
existência de três 
níveis de controle: o 
externo executado 
pelo Poder 
Legislativo com o 
auxílio do Tribunal 
de Contas; o interno 
no âmbito de cada 
Poder, e o interno 
integrado, mantido 
em conjunto pelos 
Poderes.
A prestação de 
contas não é 
responsabilidade 
exclusiva dos 
agentes gestores 
responsáveis 
pela custódia de 
bens e valores 
pertencentes ou 
confi ados à Fazenda 
Pública e às 
unidades políticas 
integrantes das 
esferas de governo, 
tais como os 
Poderes Executivo, 
Legislativo e 
Judiciário, mas se 
estende às unidades 
da Federação, 
ou seja, a União, 
os Estados, os 
Municípios, o Distrito 
Federal e aos 
respectivos órgãos 
da administração 
descentralizada, 
as autarquias, 
as fundações, as 
empresas públicas 
e as sociedades de 
economia mista.
95
O PATRIMÔNIO FINANCEIRO Capítulo 4 
• Contas de entidade econômica, que se identifi cam através do balanço geral 
consolidado.
Aqui chega-se a dois conceitos, o das contas da entidade (da entidade central 
e de cada entidade descentralizada), ou seja, da entidade jurídica, conforme 
preceituam os arts. 1º, 83 a 106, 109 e 110, incisos e parágrafos respectivos, 
todos da Lei nº 4.320/64, e o das contas da entidade econômica.
Assim, contas da entidade são as que, observando as regras que lhes 
pertinem e os princípios de contabilidade, dentre os quais o da entidade, refl etem, 
individualmente, a totalidade do seu patrimônio, ativos e passivos assumidos, 
indicando ou revelando como o mesmo foi gerido no período a que se 
refere o resultado apurado. Enquanto as contas da entidade econômica 
se refl etem pela consolidação dos balanços da entidade central com 
os das entidades descentralizadas, e assim elabora-se o balanço 
geral consolidado. Este balanço consolidado decorre das disposições 
contidas no parágrafo único do art. 110 e no art. 111, todos da Lei nº 
4.320/64.
Para chegar-se às contas defi nitivas da entidade há que se 
transpor algumas fases, tais como:
• No âmbito de cada Poder, a unifi cação das contas de gestão dos 
Fundos Especiais com os restantes das contas que evidenciam a 
gestão pela Unidade de Tesouraria;
• Integração das contas dos Poderes, para levantar-se o balanço 
geral da entidade central. Neste ponto chegamos ao conceito de controle 
interno integrado, conforme disposto no já mencionado art. 74, parágrafos e 
incisos da Constituição da República.
c) Periodicidade da prestação de contas
Como já exposto, a prestação de contas é feita e apresentada pelos agentes 
da Administração, conforme determinado no parágrafo único do art. 70 da 
Constituiçãoda República.
Conforme a sua periodicidade, a prestação de contas é elaborada:
• Por encerramento de gestão, que pode ser em qualquer momento 
do exercício, em razão de substituições; a prestação de contas 
é adstrita à movimentação de valores ou à realização de ações 
pertinentes ao setor gerido. Por exemplo, o Almoxarifado.
Contas da 
entidade são as 
que, observando 
as regras que 
lhes pertinem e 
os princípios de 
contabilidade, 
dentre os quais o da 
entidade, refl etem, 
individualmente, a 
totalidade do seu 
patrimônio, ativos e 
passivos assumidos, 
indicando ou 
revelando como o 
mesmo foi gerido 
no período a que se 
refere o resultado 
apurado.
A prestação de 
contas é feita 
e apresentada 
pelos agentes da 
Administração, 
conforme 
determinado no 
parágrafo único 
do art. 70 da 
Constituição da 
República.
96
 Administração Financeira e Matemática Financeira
• Por encerramento do exercício - como decorrência da aplicação da regra 
contida no art. 34 da Lei 4.320, de 17 de março de 1964, a prestação de 
contas é feita apenas para dar uma satisfação sobre os resultados obtidos 
no exercício, que coincide com o ano civil, que vai de 1º de janeiro a 31 
de dezembro. Geralmente é feito pelo gestor principal da Administração da 
entidade, no caso o Município, ou seja, pelo Chefe do Poder Executivo, o 
Prefeito, e pelo Chefe do Poder Legislativo. De uma forma global, a prestação 
de contas é elaborada pela entidade governamental tal como o Município, 
a autarquia, a Fundação, a Empresa Pública e a Sociedade de Economia 
Mista.
• Por encerramento de mandato - a prestação de contas tem o signifi cado 
de apresentar ao sucessor a real situação econômica, fi nanceira, social, 
administrativa e jurídica da entidade, a fi m de que este possa iniciar a sua 
gestão a partir de medidas que devem ser providenciadas para solucionar 
questões demandadas pela população e por aqueles com os quais a entidade 
tem relações de caráter jurídico, econômico e fi nanceiro.
Dentre as questões que poderão estar presentes na prestação de contas 
de encerramento de mandato, destaca-se a que se relaciona à compatibilização 
do volume de obrigações assumidas e transferidas para o sucessor com as 
disponibilidades de caixa do Município, conforme se verifi ca da interpretação do 
art. 42 e seu parágrafo único da Lei Complementar nº 101/2000 – LRF, para a 
qual buscará medidas de solução adequadas à situação encontrada.
d) A composição da prestação de contas
• Relatório de gestão
A prestação de contas, independentemente do motivo, pode ser assim 
composta:
I - Relatório de gestão, cujo signifi cado é o de apresentar de forma descritiva 
as ações desenvolvidas e os resultados obtidos, bem como as medidas que se 
fi zeram necessárias para solucionar problemas que se apresentaram durante o 
período de gestão.
Quando por fi m de mandato, o relatório de gestão é elaborado por área de 
atuação do Governo. Exemplos:
• Educação, descrever as ações desenvolvidas para a obtenção dos resultados 
nesta área, em relação às metas e ao objetivo pretendido.
• Saúde, descrever as ações desenvolvidas para a obtenção dos resultados 
nesta área, em relação às metas e ao objetivo pretendido. E, assim, 
97
O PATRIMÔNIO FINANCEIRO Capítulo 4 
sucessivamente.
II – Relatórios contábeis e fi nanceiros
É o conjunto de demonstrações contábeis exigidas pela legislação pertinente, 
as quais devem ser preparadas pelo setor da contabilidade, quais sejam:
• Balanço Patrimonial.
• Demonstração das Variações Patrimoniais.
• Balanço Financeiro.
• Demonstração dos Fluxos de Caixa.
• Balanço Orçamentário. 
• Relatório Resumido da Execução Orçamentária.
• Relatório de Gestão Fiscal. 
III – Demonstrações Contábeis e Financeiras das entidades 
descentralizadas
 
• Autarquias.
• Fundações.
• Empresas Públicas.
• Sociedades de Economia Mista.
IV – Demonstração de Balanço Consolidado
• Demonstrações da entidade central com as das autarquias e fundações.
• Demonstrações de empresas públicas.
• Demonstrações de sociedades de economia mista.
A prestação de contas é encaminhada ao Tribunal de Contas do 
Estado ou do Município para verifi cações e emissão do parecer que 
será submetido ao Poder Legislativo, de acordo com determinações 
contidas na Constituição Federal.
e) O papel do Tribunal de Contas 
De acordo com as normas constitucionais, o controle externo é 
função do Poder Legislativo, que o exerce com o auxílio do Tribunal 
de Contas tanto da União, quanto os dos Estados, cujas atividades 
são delineadas na Constituição da República e nas Constituições dos 
Estados, respectivamente.
O Poder Legislativo municipal, por exemplo, é auxiliado pelo 
De acordo com 
as normas 
constitucionais, o 
controle externo é 
função do Poder 
Legislativo, que 
o exerce com o 
auxílio do Tribunal 
de Contas tanto 
da União, quanto 
os dos Estados, 
cujas atividades 
são delineadas 
na Constituição 
da República e 
nas Constituições 
dos Estados, 
respectivamente.
98
 Administração Financeira e Matemática Financeira
Tribunal de Contas do Estado em que se localiza o Município. Esse Tribunal 
de Contas organiza o setor que se destina a examinar as contas municipais e 
as do Estado. Neste caso, são exceções os Municípios de São Paulo e do Rio 
de Janeiro, que, em razão das respectivas populações, possuem o seu próprio 
Tribunal de Contas.
Aos Tribunais de Contas cabem, dentre outras, as seguintes atribuições:
• Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, 
bens e valores públicos das unidades dos Poderes públicos constituídos, e 
bem assim, das entidades da administração indireta, incluídas as fundações 
e empresas, instituídas, organizadas e mantidas pelos respectivos Poderes, 
os fundos e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra 
irregularidade de que resulte dano ao erário.
• Exercer a fi scalização contábil, fi nanceira, orçamentária, operacional e 
patrimonial das unidades dos Poderes do ente federado, e das demais 
entidades referidas anteriormente.
• Apreciar as contas anuais do Chefe do Executivo e exarar o respectivo 
Parecer para ser apresentado e discutido no âmbito do Poder Legislativo.
Atividades de Estudos:
1) Atendendo à legislação vigente, de que forma deve ser feita a 
prestação de contas de uma entidade jurídica de direito público 
interno?
 ___________________________________________________
___________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
___________________________________________________
__________________________________________________
99
O PATRIMÔNIO FINANCEIRO Capítulo 4 
 2) Informe a importância da avaliação da despesa governamental 
por atividades.
 ___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
__________________________________________________
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Como vimos, o Patrimônio Financeiro é a parte do Balanço Patrimonial 
que nos oferece uma visão da situação fi nanceira de curto prazo de qualquer 
ente federado, pois dele obtemos informações sobre o movimento de caixa, 
constantes do Balanço Financeiro e também da Demonstração do Fluxo de Caixa 
por atividades, além de oferecer informações sobre a existência de superávit 
fi nanceiro para a abertura de créditos adicionais, conforme as disposições do art. 
43, §§ da Lei nº 4.320/64.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei Federal nº 5.172/66. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional 
e institui normas gerais dedireito tributário aplicáveis à União, Estados e 
Municípios. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5172.htm>. 
Acesso em: 12 abr. 2017.
______. Lei Federal nº 8.666/93. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da 
Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração 
Pública e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L8666cons.htm>. Acesso em: 12 abr. 2017.
______. Presidência da República. Casa Civil. Subchefi a para Assuntos 
Jurídicos. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil 03/leis/ 2002/L10406.htm>. 
Acesso em: 12 abr. 2017.
100
 Administração Financeira e Matemática Financeira
______. Presidência da República. Casa Civil. Subchefi a para Assuntos 
Jurídicos. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código 
Penal. Disponível em: <http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/decreto-lei/
Del2848compilado.htm>. Acesso em: 12 abr. 2017.
______. Senado Federal. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 
(atualizada até a EC n° 95, de 15/12/2016 - DOU 16/12/2016). Disponível em: 
<http://www.trtsp.jus.br/legislacao/constituicao-federal-emendas>. Acesso em: 12 
abr. 2017. 
______. Lei complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. Estabelece normas de 
fi nanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fi scal e dá outras 
providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/
Lcp101.htm>. Acesso em: 12 abr. 2017.
______. Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito 
Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, 
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320.htm>. Acesso em: 12 abr. 2017.
 
PISCITELLI, Roberto Bocaccio et al. Contabilidade pública. 4. ed. São Paulo: 
Atlas, 1995. p. 321.
REIS, Heraldo da Costa. Áreas e centros de responsabilidade no controle interno 
das entidades governamentais. In: Revista de Administração Municipal, Rio de 
Janeiro: IBAM, v. 39, n. 205, p. 19-35, out./dez. 1992. 
REIS, Heraldo da Costa. Planejamento governamental e controle. Indaial: 
Uniasselvi, 2012. p. 47.

Continue navegando